psic_desenvolvimento: modelos internos de funcionamento, © cduque, 2004

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Celeste Duque 2005-2006

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Apresentação sobre Modelos internos de funcionamento psicológico - elaborada no âmbito da disciplina de Psicologia VI (Psicologia do Desenvolvimento), 4º ano, do curso de Licenciatura em Enfermagem, ESSaF-UAlg, da autoria de Celeste Duque, 2004.

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Page 1: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Celeste Duque

2005-2006

Page 2: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Modelos internos de FuncionamentoModelos internos de Funcionamento

• A criança desenvolve um modelo internodo funcionamento da relaçãoestabelecida com a mãe.

• Essas representações podem ser descritascomo:

– estruturas cognitivas que incorporam:

• as recordações,

• os registos mentais

– das interacções diárias desenvolvidas com a figuracentral desse relacionamento sócio-afectivo.

Page 3: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Modelos internos de FuncionamentoModelos internos de Funcionamento[cont.]

• Podem ser esquemas ou guiões de

acontecimentos que orientam os actos da

criança em relação a essa figura, baseados

nas suas interacções anteriores, nas

expectativas e nas experiências afectivas a

ela associadas.

Page 4: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Teste de Ansiedade perante a separação(8-12 anos)

• As crianças cujo relacionamento é estável eseguro normalmente reconhecem e admitem:

– a ansiedade que advém da separação, mas

– sugerem reacções de compensação ou deenfrentamento razoáveis e possíveis.

• Pelo contrário, as crianças com relacionamentoinstável tendem a:

– recusar a ansiedade, ou a

– apresentar reacções de compensação inadequadas oubizarras.

Modelos internos de FuncionamentoModelos internos de Funcionamento [cont.]

Page 5: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Teste de Ansiedade perante a SeparaçãoTeste de Ansiedade perante a Separação

Criança: A mãe vai às compras e o filho fica em casasozinho.

Entrevistador: Como é que te sentirias?

Criança: Com um bocadinho de medo e tentavadivertir-me um pouco.

Entrevistador: Porquê?

Criança: Porque poderia entrar alguém em casa eraptar-me.

Entrevistador: O que é que farias?

Criança: Divertia-me e pensava que o meu pai eminha mãe estavam em casa e ninguém podiaraptar-me.

Page 6: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Criança: A mãe vai às compras e o filho fica em casasozinho.

Entrevistador: Como é que te sentirias?

Criança: Mal.

Entrevistador: Porquê?

Criança: Porque viu muitas vezes «Sozinho emCasa» e tem medo dos ladrões.

Entrevistador: O que é que farias?

Criança: Punha armadilhas e acabava por bater nacara da mãe com barras de ferro e com o maçaricoa gás…

Teste de Ansiedade perante a SeparaçãoTeste de Ansiedade perante a Separação[cont.]

Page 7: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Relacionamento SRelacionamento Sóócio-Afectivo emcio-Afectivo em

Adolescentes e AdultosAdolescentes e Adultos

Entrevista de Relacionamento Adulto (ERA)

(4 padrões principais):

Autónomo: lembram e reconstituem experiências

anteriores de forma objectiva e aberta – mesmo

experiências negativas;

Recusante: refutam relacionamentos objectivos ao

considerá-los de somenos importância, valor e

influência;

Page 8: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Relacionamento SRelacionamento Sóócio-afectivo emcio-afectivo em

Adolescentes e Adultos Adolescentes e Adultos [cont.]

Confuso/Preocupado: preocupados com a

dependência que sentem em relação aos

próprios pais

– esforçam-se activamente por lhes agradar;

Não resolvido: sofreram trauma ou perda precoce

de uma figura afectiva e

– ainda não resolveram a situação ou não

terminaram o processo de luto.

Page 9: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Relação Situação Estranha/ERARelação Situação Estranha/ERA

(11 estudos)(11 estudos)

401910Ambivalente

4630453Seguro

2746116Evitação

ConfusoAutónomoRecusante

Page 10: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Relação Situação Estranha/ERARelação Situação Estranha/ERA

((9 estudos)9 estudos)

62102619Desorganizado

61093Ambivalente

391421024Seguro

11142962Evitação

Não

resolvido

ConfusoAutónomoRecusante

Page 11: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Relação ERA/Situação EstranhaRelação ERA/Situação Estranha

• Adultos autónomos têm filhos estáveis ou

seguros.

• Adultos recusantes têm filhos caracterizados

pela evitação.

• Adultos confusos têm filhos ambivalentes.

• Adultos não resolvidos têm filhos

desorganizados

Page 12: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Relação ERA/Situação Estranha Relação ERA/Situação Estranha [[contcont.].]

• Parece que há uma transmissão inter-geracional do relacionamento sócio-afectivo, que pode efectuar-se por via domodelo de comportamento e de reacçãoparentais (mas outros factores podemexercer influência, como o temperamentodo bebé).

Page 13: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Estilos ParentaisEstilos Parentais

Foram encontrados três tipos de estilos

parentais:

– Autoritários;

– Firmes ou peremptórios;

– Permissivos.

Page 14: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Estilos ParentaisEstilos Parentais [cont]

•Pais autoritários

– São pais que possuem uma noção rígida da disciplina edo comportamento, não se mostrando, portanto,dispostos a negociar nesse campo.

•Pais firmes ou peremptórios

– São pais que possuem ideias definidas sobre ocomportamento e disciplina, mas que se predispõem aexplicar, a negociar com os filhos e, por vezes, a cederou a fazer adaptações...

•Pais permissivos

– São pais que possuem um conceito bastante flexível,quer do comportamento, quer da disciplina.

Page 15: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Conflitos entre os PaisConflitos entre os Pais

Uma hostilidade conjugal mútua sentidanuma fase precoce faz preverposteriormente comportamentos deexteriorização (anti-sociais) nos filhos,enquanto um comportamento do pai queoscile entre a fúria e a taciturnidade fazprever mais tarde comportamentos deinteriorização (auto-culpabilização) nascrianças.

Page 16: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Negligência InfantilNegligência Infantil

Nalguns casos, os pais ou encarregados deeducação podem negligenciar um filho, nãolhe dedicando o amor, a atenção e oscuidados necessários para odesenvolvimento saudável normal dacriança.

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Maus tratos e Abuso infantil Maus tratos e Abuso infantil

• Anualmente no Reino Unido, cerca de 200crianças encontram-se provavelmente emrisco de vida, devido a maus tratos infligidosdirecta e indirectamente pelos pais:

– constituindo a 4ª causa de morte em idadepré-escolar.

• Maus tratos, primeira infância nos rapazes.

• Abuso sexual, durante a infância intermédia,com risco superior nas raparigas.

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Relacionamento com OutrosRelacionamento com Outros

membros da famíliamembros da família

87%49%O marido levanta-se à noitepara cuidar do bebé?

77%30%O marido ajuda no períodoapós o nascimento?

19801960

Papel do pai após o nascimento

Page 19: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Papel do Pai nos cuidadosPapel do Pai nos cuidados

48%35%frequentemente

24%35%ocasionalmente

26%29%raramente

19801960Empenha-se em pôr o bebé na cama

29%20%frequentemente

9%26%ocasionalmente

62%54%raramente

19801960Dar banho ao bebé

28%20%frequentemente

32%43%ocasionalmente

40%37%raramente

19801960Mudar as fraldas ao bebé

Page 20: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Mudanças no papel do PaiMudanças no papel do Pai

• Suécia: campanha específica

• Reino Unido: assistir ao parto

• Grande parte dos pais, apesar de semostrarem ansiosos em relação a essemomento, mesmo tendo sido incitados pelassuas esposas, consideraram a observação doparto uma experiência positiva.

Page 21: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Mudanças no papel do pai Mudanças no papel do pai [[contcont.].]

E.U.A. (Lamb, 1987)

O envolvimento e o empenho paternoaumentaram na última década, ainda que deuma forma modesta.

Page 22: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Papel dos AvósPapel dos Avós

Vollmer (1937):

– “as avós exercem uma influênciaextremamente perniciosa nos netos.”

– Nova realidade: 70% das pessoas de meiaidade em diante tornam-se avós.

– Em média, as mulheres tornam-se avósaos 50 anos e os homens um pouco maistarde, e serão avós durante 25 anos (1/3das suas vidas).

Ser-se avô constitui uma parte importantedo ciclo de vida da maioria das pessoas.

Page 23: Psic_Desenvolvimento: Modelos Internos de Funcionamento, © CDuque, 2004

Papel dos avós Papel dos avós [[contcont.].]

• Vivem em casa dos netos (uma minoria) ou

relativamente perto (a esmagadora maioria).

– Influência indirecta, por intermédio dos pais:

• A interacção entre pai e filho será influenciadapela forma como o primeiro foi educado;

• Apoio financeiro e emocional.

– Influência directa:

• Substituto da entidade parental.

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Cuidados fora da famíliaCuidados fora da família

•Infantários/creche

– Uma ampla investigação indica que osinfantários não possuem efeitos adversos,desde que apresentem garantidamente umelevado grau de qualidade:

• proporção adequada funcionários/crianças;

• baixa rotatividade de pessoal;

• condições globais estimulantes.

•Ama