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ENTREVISTAEntrevista com Adrian Henke, criador do game AssaultCube

CAPADiverso Digital e Software Livrehttp://revista.espiritolivre.org | #010 | Janeiro 2010

SOFTWARE PBLICOCACIC Que ndio esse?

DICASMantendo o Ubuntu em forma

CINEMASoftware livre nos filmes de Hollywood

SMARTPHONESSaiba como no errar na hora da compra

COM LICENA

Revista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

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EDITORIAL / EXPEDIENTE

2010 chegou chegando!J est se tornando rotina a correria das edies da Revista Esprito Livre, bem como esta seo, um desabafo. O ano de 2010 comeou quente, em todos os aspectos! Novas ideias pipocam a todo momento, novas possibilidades, novos projetos e parcerias. No apenas para a publicao, mas pessoalmente e profissionalmente a todos ns. Esperemos que este novo ano seja melhor 2009 e pior que 2011, e que todos os desejos que almejamos se tornem realidade conforme o ano cria um corpo e caminha. Esta edio de janeiro da Revista Esprito Livre traz em sua capa o tema Diverso Livre, e tenta apresentar aos leitores, experincias, situaes e cases onde temos licenas livres propiciando diverso, softwares livres possibilitando a muitos se divertirem, enfim, estas tentamos mostrar que estas duas palavras, em nosso universo, podem conviver pacificamente, criando uma harmoniosa relao. A entrevista internacional tras Adrian Henke, um desenvolvedor de software que mora na Suia e que est a frente do AssaultCube, um pequeno notvel game de tiro em primeira pessoa, que faz milagre em pouco mais de 40 MB, seja nos grficos, jogabilidade e outros aspectos. Merece toda nossa ateno. Para rechear esse assunto to envolvente convidei outros colegas da comunidade e amigos para contribuirem com seus relatos e materiais, o que resultou em um rico acervo como podero perceber. Franzvitor Fiorim fala sobre Jubler, um software para legendar filmes e outros vdeos, Salvador Lucas mostra um cenrio macro das possibilidades de diverso atravs de games de cdigo aberto, Juliana Kryszczun fala sobre como tantas vezes nos divertimos com contedos disponibilizados em Creative Commons e que s vezes nem nos damos conta. Arnaldo Barreto descreve rapidamente a utilizao de tecnologias abertas no filme 2012, lanado recentemente, enquanto o nosso bardo se apresenta em dose dupla! Joo Marcello fala sobre um assunto importante e que poucos do importncia: aterramento. Ele descreve de forma irreverente os vrios tipos de aterramento que encontramos por a, descrevendo suas principais peculiaridades. Luiz Eduardo Borges fala sobre o lanamento de seu livro: Python para Desenvolvedores - 2 edio, enquanto Jomar Silva nos d dicas de como errar menos na hora de comprar um smartphone. Cezar Taurion traa um panorama geral sobre o que foi discutido no ano de 2009 em seus artigos aqui na Revista Esprito Livre, enquanto Alexandre Oliva utiliza da mitologia grega para nos apresentar um conto bastante contemporneo. Eliane Domingos e Igor Morgado tambm se juntaram a nossa equipe a partir dessa edio, o que vem a acrescentar ainda mais publicao. Tantos outros contriburam de forma mpar para que mais uma edio da Revista Esprito Livre pudesse estar aqui e agora, sua frente, trazendo toda essa fonte de informao. Deixo meu contnuo agradecimento a todos que participaram da edio, seja de forma direta ou indireta. A seo Agenda ainda continua pouco volumosa, principalmente por estarmos em uma perodo de poucos eventos em nosso pas. Aqueles que nos seguem pelo Twitter, Identi.ca e demais veculos, estejam atentos: no custa lembrar que as promoes e novidades so apresentadas primeiramente nestes veculos e no site oficial da revista [http://revista.espiritolivre.org]. Agradecimentos a todos que no foram citados acima e que formam esta famlia que compe a Revista Esprito Livre. O meu sincero agradecimento e que venha 2010!

EXPEDIENTEDiretor Geral Joo Fernando Costa Jnior Editor Joo Fernando Costa Jnior Reviso Eliane Domingos Traduo Paulo de Souza Lima Arte e Diagramao Joo Fernando Costa Jnior Igor Morgado Capa Carlos Eduardo Mattos da Cruz Contribuiram nesta edio Adrian Henke Adriano dos Santos Vieira Acio Pires Albino Biasutti Neto Alexandre Oliva Arnaldo Barreto Vila Nova Crlisson Galdino Carlos Eduardo Mattos da Cruz Clia Menezes Cezar Taurion Franzvitor Fiorim Hailton David Lemos Igor Morgado Joo Divino Dorneles Jnior Joo Fernando Costa Jnior Joo Marcello Pereira Jomar Silva Jorge Augusto M. Carria Juliana Kryszczun Luiz Eduardo Borges Mnica Paz Orlando Lopes Otvio Alcntara Paulo de Souza Lima Salvador Lucas de Oliveira Svio Lima Lopes Sinara Duarte Tatiana Al-Chueyr Walter Capanema Wesley Samp Yuri Almeida Contato [email protected] O contedo assinado e as imagens que o integram, so de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, no representando necessariamente a opinio da Revista Esprito Livre e de seus responsveis. Todos os direitos sobre as imagens so reservados a seus respectivos proprietrios.

Joo Fernando Costa Jnior EditorRevista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

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EDIO 010

SUMRIOCAPA

28 30 34 37 40

Diverso e CCSe divertindo com a Creative Commons

Diverso digital e SLSim, possvel...

JublerUm poderoso editor de legendas

Interfaces CognitivasIndividuais e Coletivas...

Mos ao Alto!Divirta-se com Smokin' Guns

Entrevista com Adrian Henke, criador do AssaultCube

COLUNAS

PG. 23

14 17 20

Mitologia Grega:Mistrios de e-Lusis

Warning ZoneEpisdio 4 - Crise em Pimentel

OpenSourceUm panorama sobre o ano de 2009

TECNOLOGIA

43

SmarthphonesCom essas dicas, no h como errar

101 AGENDA

06 NOTCIAS

COTIDIANO

49

Aterramento e EnterramentoA diferena...

DICAS

52

UbuntuMantendo-o em forma!

11 LEITOR

13 PROMOES

FORUM

56 58 61

Ano novo, ideias novasColocando a cabea pra pensar

Robin Hood e a LiberdadeRecordar viver

LIVRO

82

Python para Desenvolvedores2 Edio

Verdades inconvenientesGoogle X China

SOFTWARE PBLICO

EMPREGABILIDADE

64

O novo mercado...Novas empresas e novos clientes

84

CACICQue ndio esse?

ELETRNICA

COMUNIDADE

67

Kernel LivreMicrocontroladores livres

89

CACICQue ndio esse?

GESTO

EDUCAO

70

Gesto da InformaoWeb Mining

90

Educador fsico e a tecnologiaAliados!

JORNALISMO

EVENTOS

73

Jornais sem o GoogleAinda haver renda?

95 96

II Encontro Livre Recife/PEChamada de trabalhos

JURIS

DISI2009 - Salvador/BARelato do evento

76

Censura aos gamesUma situao polmica

QUADRINHOS

CINEMA

101

Os Levados da Breca

80

2012A bala que devastou o planeta

ENTRE ASPAS

101

Citao de Judith Zoebelein

NOTCIAS

NOTCIASPor Joo Fernando Costa Jnior

Segundo a Oracle, MySQL, OpenOffice.org, Solaris e Java continuam em cena "Vamos fazer o MySQL melhor e mais forte". Estas foram as palavras do CTO da empresa da Oracle, Edward Screven. A declarao foi feita durante o brodcast de apresentao de planos, realizado nesta quarta-feira, 27/01. A declarao do CEO Larry Ellison tambm demonstra otimismo: "Vamos ficar to fortes como empresa de servios e de hardware que vo querer nos comprar", referindo-se s gigantes do setor. Java sempre foi considerada a 'jia da coroa' e continuar a ser tratada como tal, garantia dada pelo presidente da Oracle, Charles Philips. O MySQL, assim como o OpenOffice.org continuaro portanto a receber investimentos, e sero gerenciados dentro de uma rea de negcios open source separada. O Solaris ser redirecionado aos servidores corporativos de maior porte, com menos foco em equipamentos x86 e mercado de pequenas e mdias empresas. Agora esperar pra ver. Nova Zelndia testa Linux As agncias governamentais da Nova Zelndia pretentem em breve iniciar testes para a substituio por Linux dos sistemas operacionais que utilizam. Alm do Linux est em estudo a adoo de outros softwares de cdigo aberto. Entre s primeiros rgos a adotar os novos sistemas esto o gabinete do Primeiro-Ministro, o Conselho Regional de Horizons e os correios neo-zelandeses.

Nossfero lanado em nova verso O Noosfero uma plataforma web para redes sociais e que trs ferramentas de Blog, ePortfolios, RSS, discusso temtica e agenda de eventos, tudo isso em um nico sistema! Um excelente case de uso do Noosfero o Portal do Software Livre, que foi construdo sob esta plaforma. A equipe responsvel lanou a verso 0.21.4, que uma verso de manuteno, devendo ser usada em substituio a todas as verses anteriores da srie 0.21.x. Cidade do interior de So Paulo adota orelho VoIP A cidade de So Jos do Rio Pardo, no nordeste do Estado de So Paulo implementou um projeto de Cidade Digital onde se utilizou a telefonia VoIP, visando proporcionar aos 54 mil habitantes qualidade nos servios, entre outros. Alm dos orelhes, a nova gesto municipal contou com ainda com a instalao de softwares de gesto, laboratrios de informtica nas escolas, telecentros, servios de e-gov e um sistema operacional prprio da prefeitura. Para que isso tudo fosse possvel, uma infovia de 8 Mbps foi montada pelos tcnicos do prprio municpio, com distribuio de sinal sem fio atravs de duas torres que servem cidade nos seus 419 quilmetros quadrados.

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NOTCIAS

Lanada Edio 10 da Revista BrOffice.org Foi lanada a edio de nmero 10 da Revista BrOffice.org que trs em sua capa o tema Sustentabilidade de Projetos Open Source, um assunto bastante oportuno e s vezes nem sempre discutido pelos projetos de cdigo aberto. Na seo Como Ns o destaque vai para o Grupo de Usurios BrOffice.org So Paulo com sadas para organizar Encontros Estaduais e mobilizar um grande nmero de usurios e instituies. Na reportagem de capa, boas notcias para o mercado de TI no Brasil e no mundo em 2010. Leitura recomendada! A revista pode ser baixada em http://www.broffice.org/revista. Disney libera uma biblioteca para texturas 3D A Disney anunciou a liberao da biblioteca Ptex "Per-Face Texture Mapping" sob uma licena BSD. Esta biblioteca foi a utilizada para realizar a texturizao de praticamente cada uma das superfcies que aparecem no filme de animao Bolt e foi integrada ao servidor RenderMan Pro da Pixar. Ptex tanto uma API, que se ocupa de E/S e da filtragem, como um formato de arquivos de desenho para armazenar eficientemente milhares de imagens de textura em um mesmo arquivo. J se trata, segundo do site da Ptex, do principal mtodo de mapeamento de textura para todas as produes da Walt Disney Animation Studio. Detalhes em http://ptex.us.

Lanado Firefox 3.6 Acabou de sair a verso final do Firefox 3.6. O download j est disponvel no site oficial, inclusive em portugus. Aps alguns atrasos, o Firefox 3.6 chega com novidades interessantes. Dentre elas, esto o suporte ao Personas (personalizao bsica do visual), sistema de atualizao automtica de plugins, diminuio de travamentos ocasionados por softwares de terceiros, sugestes de informaes para campos de formulrios, desempenho JavaScript (de inicializao e resposta melhorados), maior compatibilidade com udio e vdeo HTML5, incluindo suporte a tela cheia. Red Hat inaugura OpenSource.com Foi lanado pela gigante do cdigo aberto o site OpenSource.com, que promete ser um repositrio de informaes sobre cdigo aberto. Trar notcias, opinies e anlises do segmento, no se atendo apenas ao universo Linux mas tambm a outras plataformas como Windows ou Mac OS X. O site pode ser visitado atravs do http://opensource.com. Lanado Chrome 4.0 com extenses e sincronizao de bookmarks O Google lanou a verso 4.0 do seu navegador Chrome, trazendo novidades como sincronizao de bookmarks e o framework para extenses. Mais de 1500 extenses j esto disponveis. A verso traz ainda algumas novidades quanto a HTML5 como LocalStorage, Database API, WebSockets. Vale lembrar porm que o lanamento desta verso estvel contempla apenas o sistema operacional Windows. Os usurios Linux tero que esperar.

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NOTCIAS

Alemanha e Frana sugerem que usurios troquem IE por outro navegador Depois da falha no Internet Explorer que possibilitou ataques aos sistemas do Google na China, o governo alemo recomendou aos usurios que procurem um navegador mais seguro para garantir a proteo de quem navega pela web, de acordo com a BBC. A Frana fez o mesmo, tambm sob alegao de cuidados com a segurana. A falha no Internet Explorer foi reconhecida pela Microsoft na quarta-feira (14/1). Segundo a companhia, a falha atinge todas as verses do navegador, embora o risco seja menor em lanamentos mais recentes. BRLix 1.1 lanado Foi lanada na ltima quinta-feira, dia 21/01/2010, o BRLix 1.1 - Final, trazendo uma srie de novidades, dentre elas Kernel 2.6.27, Wicd atualizado, Novo menu iniciar, Navegador Iceweasel (Firefox) verso 3.5.5, Configurador grfico para sada de vdeo, BrOffice.org verso 3.0, com diversos plugins, Reprodutor de vdeos SMPlayer - MPlayer, Reprodutor de msicas Audacious, Novo papel de parede, Novo tema de inicializao e outros aplicativos que j continham na verso 1.0. Tambm foram feitas diversas correes de bugs no sistema em si. O download pode ser feito em http://www.brlix.org.

ChromiumOS Zero, sem as restries do Google Um desenvolvedor independente levou meses modificando o cdigo do projeto Chromium OS do Google para adapt-lo as suas necessidades e lanou recentemente uma verso chamada ChromiumOS Zero, com algumas vantagens interessantes. Hexxeh, o programador encarregado do dito desenvolvimento, melhorou a compatibilidade de hardware para que hajam menos problemas na instalao, adicionou suporte a extenses e oferece uma verso do SO que cabe em um pendrive de 1 GB. Detalhes em http://chromeos.hexxeh.net. Google abandona Internet Explorer 6 Sabendo-se o quanto os browsers Internet Explorer so "esquisitos", obrigando a que web sites feitos de acordo com os standards Web necessitem de aplicar "certas gambiarras" (e fazendo perder um tempo valioso) para que funcionem corretamente - para no falar em todas as vulnerabilidades e falhas de segurana. Eis que o Google ir deixar de suportar o IE 6 a partir de 1 de Maro. Visocor Sistema de acessibilidade visual para daltnicos no Linux O Instituto de Matemtica e Estatstica da USP desenvolveu um plugin para o compiz-fusion que prov acessibilidade para daltnicos. O sistema Visocor tem o objetivo de providenciar acessibilidade sob demanda, de maneira pervasiva a deficientes visuais para cores. Esses filtros podem ser ativados e desativados por teclas de atalho. Mais informaes em http://ur1.ca/l3j8.

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NOTCIAS

Torrent com tutoriais de Gimp A LinuxFormat liberou os 18 mais recentes tutoriais de Gimp, em PDF, do autor Michael J. Hammel, em alta resoluo. O torrent pode ser descarregado aqui: http://ur1.ca/l3ro e mais informaes sobre o material voc encontra no http://www.tuxradar.com/gimp. Yahoo passar a ser a busca padro no Firefox distribudo com o Ubuntu A Canonical, distribuidora do Ubuntu, chegou a um acordo com a Yahoo que vai permitir o compartilhamento entre as duas empresas das receitas publicitrias associadas utilizao do motor de busca na nova verso do sistema operacional. Ao que consta, o pessoal da Mozilla est ciente e de acordo, restando saber o que os usurios acharo de tal mudana. Ficar ento a cargo do usurio reverter a configurao do motor de busca para o de sua preferncia, como o Google, por exemplo. Lanado Zend Framework 1.10.0 Foi lanada a verso 1.10.0 do Zend Framework, voltada para o desenvolvimento de aplicaes PHP. Alm de apresentar vrios novos recursos, a atual verso do Zend Framework apresenta sua documentao toda reformulada, com os pontos principais de sua nova estrutura e novos tutoriais. Detalhes em http://framework.zend.com.

Papa Bento XVI pede aos padres que faam blogslagazzettaonline.info

O papa Bento XVI afirmou que padres catlicos precisam aprender a usar a tecnologia para divulgar o evangelho. "Por Deus, tenham um blog!", pediu o religioso, que conhecido por no ser um grande entusiasta da internet e computadores. "Os padres so assim desafiados a proclamar o evangelho empregando as ltimas geraes de recursos audiovisuais - imagens, vdeos, atributos animados, blogs, sites - que juntamente com os meios tradicionais podem abrir novas vises para o dilogo, evangelizao e catequizao", disse ele. Bento XVI ainda escreve a maior parte de seus discursos mo, em alemo, e seus ajudantes mais jovens ficam a cargo de coloc-los em contedo digital. Lanado o Banshee 1.5.3 Dia 27/01 foi lanada a verso 1.5.3 do Banshee. Esta nova verso apresenta correes de diversos bugs e ainda foram adicionadas novas funes como sincronizao com dispositivos, nova forma de buscar msicas, albums e artistas, cover art opcional, edio de cover art por drag-and-drop, extenso para bibliotecas de audiobooks, monitorador de biblioteca, importador/downloader do eMusic e suporte a arquivos remotos. Para essa nova verso do Banshee a equipe de desenvolvimento voltou a compilar uma pacote para o Mac OSX. O download pode ser feito em http://banshee-project.org/download ou utilizando o a ferramenta especfica de sua distribuio GNU/Linux.

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NOTCIAS

Lanado o Launchpad 10.01 Foi disponibilizado no dia 27/01, a verso 10.01 do Lauchpad, a suite gratuita de ferramentas para desenvolvimento de software. Foram realizadas alteraes no sistema de triagem de bugs, melhorias nas notificaes de bug patches, adio de cones para bug patches e a possibilidade de realizar acessos annimos, somente-leitura, usando a API. O Launchpad desenvolvido e mantido pela Canonical e est sob a licena AGPLv3. Lanado PC-BSD 8.0-RC A equipe do PC-BSD acaba de anunciar o lanamento da verso 8.0-RC do PC-BSD (codinome Hubble Edition) que j est disponvel para download. O release em questo est rodando a verso 8.0-RELEASE-P2 do FreeBSD e o KDE 4.3.4. O PC-BSD 8.0 contm um nmero grande de aperfeioamentos e melhorias desde a famlia 7.x. Veja o changelog (em ingls) com a lista completa de alteraes. O download pode ser feito no site oficial. Bacula 5.0.0 supera um milho de downloads A Bacula Systems anunciou que sua soluo de backup e restaurao de dados, o Bacula, j superou a marca invejvel de um milho de downloads. Os desenvolvedores destacam que, de acordo com as estatsticas do SourceForge, o Bacula o software open source de nvel empresarial mais popular do portal. A superao desse marco atribuda ao contnuo aumento da adoo de softwares open source por empresas. A ltima verso, 5.0.0, foi lanado dia 25 de Janeiro de 2010. O Bacula est sob a GPLv2.

Mozilla libera o Weave 1.0 Foi liberada pela Mozilla a primeira verso estvel do Weave, a extenso do Firefox que mantm todos os dados do usurio sincronizados entre computadores diferentes e tambm, em dispositivos mveis. Todos os favoritos, histrico, senhas, preferncias e abas so armazenados nos servidores da Mozilla, aps ser realizado um cadastro simples e rpido. O recurso de sincronizao no precisa ser feito de forma global, pois o sistema permite que o usurio escolha somente os tens que ele quer sincronizar. H um indicador que aparece na barra de informaes, na parte inferior da janela do Firefox, possibilitando que o usurio visualize quando a ltima sincronizao foi feita. O Weave suportado apenas pelos navegadores da Mozilla (Firefox e Fennec). Lanamento do PC/OS 10 Na ltima tera-feira, dia 26 de janeiro, foi anunciada o lanamento do PC/OS 10, distribuio que possui fundamentos no Ubuntu e que nesta nova verso, surge em duas edies: OpenWorkstation e WebStation. O PC/OS 10 tem sua base no kernel 2.6.28. Apresenta o Google Chrome como navegador padro e ainda pode contar com a versatilidade do Skype, como parte integrante desta verso de lanamento. O PC/OS 10 traz tambm kits de expanso, permitindo que o usurio possa ampliar as funcionalidades do sistema operacional.

Quer contribuir? Ento entre em contato pelo email [email protected]

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COLUNA DO LEITOR

EMAILS, SUGESTES E COMENTRIOSAyhan YILDIZ - sxc.hu

Comeamos o ano e os comentrios da revista esto sempre chegando. So os leitores expondo suas experincias, sugestes, situaes ou simplesmente dizendo o que acham da revista. Ficou satisfeito com algo? Ficou insatisfeito? Ento entre em contato, enviando suas sugestes e crticas. Abaixo listamos alguns comentrios que recebemos no ltimo ms:

Revista tima, matrias interessantes. Como sugesto enfocaria mais as possibilidades de trabalhar comercialmente com Software Livre, como suporte e consultoria. Michel Baldasso - Porto Alegre/RS A revista Esprito Livre, pela sua equipe de redao muito ousada e carismtica, consegue angariar vrias tribos para o movimento de software livre! Rafael Ivanir Costa Oliveira - Porto Alegre/RS A cada ms que passa se torna mais e mais indispensvel a leitura dessa publicao que, digamos no mnimo, tem aberto de forma escancarada os olhos de cada um de ns para o fantstico mundo do Software Livre. Alm de matrias que englobam todas as ramificaes desse tema, os textos so de fcil assimilao e leitura, tornando assim impossvel parar de ler assim que se comece. Acabei de ganhar mais um vcio: abrir insistentemente o site todo ms para ser o 1 a baixar esse petardo da imprensa colaborativa. Raphael Silva Souza - Macarani/BA Uma tima revista. Me deixa atualizado em relao ao mundo livre, que cada dia que passa me impressiono cada vez mais. Pedro Henrique Mendes - Taguatinga/DF Adoro a revista. O contedo atual e agradvel. Uma tima maneira de se manter atualizado em um mercado que muda a todo instante. Ftima Aparecida Tagliaferro - Mogi Mirim/SP

Leio e divulgo a Revista Espirito Livre em meu blog porque acredito na filosofia do SL e esta mais uma tima opo de informao para pessoas experientes em SL ou para quem esta iniciando. Parabns. Francisco Aparecido da Silva - Pinhais/PR Ela possui um contedo riqussimo, linguagem de fcil compreenso, traz sempre novidades e opes de empregabilidade do seu contedo. Tenho imensa satisfao em l-la. Mrio Rodrigues Ferreira - Araripina/PE Parabns a revista Esprito Livre e seus colaboradores. H alguns meses que venho lendo as edies e muito j acrescentou, no s para mim, mas para o conhecimento coletivo. Pelo timo trabalho, estou divulgando a revista para todos que encontro pelo caminho e espero sempre ancioso pela prxima edio. Saibam que esto fazendo uma grande contribuio para o mundo, pois Software Livre no opo, necessidade de evoluir! Abraos. Dyego Cant - Pato Branco/PR

Revista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

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COLUNA DO LEITOR

Acho uma excelente forma de mostrar para os internautas que os softwares livres so, sim, as melhores opes para terem mquinas mais leves, rpidas e funcionais. Mrcio Maio Gonalves - Rio de Janeiro/RJ uma excelente publicao que preenche um nicho por muito tempo aberto. Seriedade, qualidade, responsabilidade e acima de tudo competncia definem a revista e seus colaboradores. Joo Renato do Sacramento - Campinas/SP No h palavras para descrever a revista. S digo que gosto muito e para eu que amo a plataforma open source e tudo. Cleber Antnio Euzbio - Mirassol/SP Uma grande fonte de busca e de informao para os iniciantes e usurios avanados! Marcos P. Soares - Maric/RJ Uma excelente revista, que conheci a partir de sua 2 edio, e a partir dai foi paixo a primeira vista, nos deixa informados sobre os acontecimentos do software livre bem como possvel sua adoo em vrias reas dominadas somente pelo software proprietrio. Parabns e sucesso aos integrantes da revista! Everton Roberto Arajo Silva - Vila Velha/ES Excelente iniciativa do Joo Fernando. A principal fonte de informao livre do Esprito Santo. Show de Bola! Joo Pedro Quirino Filho - Serra/ES tima, parabns pela iniciativa, eu que no tenho curso superior aprendo muito com essa ferramenta maravilhosa. Juliherme Carlos da Costa Maia - Natal/RN uma tima opo para se ficar bem informado sobre o mundo do software livre, no perco um nmero. Rodrigo Cardoso de Oliveira - Guarulhos/SP

Excelente. Uma revista, de fato, voltada para um pblico alvo seleto que por sua vez correnspondido pelas matrias nela contida. Antnio Cavalcanti Junior - Paulista/PE Um timo meio de informao e divulgao no s sobre linux mas tambm outros projetos de software livre e open source, mas ainda mais do que isso, uma das provas de que a filosofia da cooperao e o ideal de difuso do conhecimento para o bem comum aplicados nas mais diversas categorias de atividade da sociedade humana so perfeitamente possveis e devem ser fomentados com garra, conscincia e orgulho de nossas conquistas sem temer defender aquilo em que acreditamos e independente do auxlio da mdia viciada que nos rodeia. Jernimo de Souza Cruz - So Paulo/SP a revista que estava esperando para me decidir definitivamente pelo uso do Linux. Tenho muitas dvidas sobre o sistema e tem sido de grande valia o contedo apresentado nesta revista. Parabns aos organizadores e colaboradores. Paz e Liberdade! Ciro Bastos dos Anjos - Itanhomi/MG A revista Esprito Livre veio preencher uma lacuna; com excelentes matrias do maravilhoso mundo do software livre. Gostaria da indicao da revista, de cursos de administrao de redes linux, no Rio de Janeiro. Elio Soares Silva - Rio de Janeiro/RJ tima revista sobre software livre e muito bem organizada (material muito profissional). Alexandre Henrique Cardoso - Cascavel/PR Conheci a revista atravs do Acio que divulga a revista aqui na Paraba. Acho um projeto de extrema importncia para a comunidade estudantil e profissional da rea de TI pois traz boas informaes e novidades sobre a rea, informaes essa que vem de fontes precisas. muito melhor do que muitas revistas pagas. Ramon Moreira - Campina Grande/PB

Revista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

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PROMOES RELAO DE GANHADORES E NOVAS PROMOES

PROMOESNa edio #009 da Revista Esprito Livre tivemos diversas promoes bem como promoes atravs de nosso site e canais de relacionamento com os leitores, como o Twitter e o Identi.ca, onde sorteamos diversos brindes, entre eles associaes, kits, cds, inscries a eventos e camisetas. Abaixo, segue a lista de ganhadores de cada uma das promoes. Fique ligado!

Ganhadores da Promoo VirtualLink: 1. Paulo Cezar de Souza Fernandes - Belo Horizonte/MG 2. Breno Santos da Silva Gomes - Guaratinguet/SP 3. Heitor Gonzaga de Moura Neto - Paraso do Tocantins/TO 4. Clayton Lima de Sousa - Ncleo Bandeirante/DF 5. Jost Dayan - Atibaia/SP

Ganhadores da promoo Clube do Hacker: 1. Rany Ramon Guimaraes da Silva - Caruaru/PE 2. Denis Rodrigues Ferreira - Uberlndia/MG 3. Joo Renato Domingos do Sacramento - Campinas/SP

A promoo continua! A VirtualLink em parceria com a Revista Esprito Livre estar sorteando kits de cds e dvds entre os leitores. Basta se inscrever neste link e comear a torcer!

No ganhou? Voc ainda tem chance! O Clube do Hacker em parceria com a Revista Esprito Livre sortear associaes para o clube. Inscreva-se no link e cruze os dedos!

Revista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

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COLUNA ALEXANDRE OLIVA

Mitologia Grega: Mistrios de e-LusisPor Alexandre OlivaKonstantinos Dafalias - sxc.hu

Para quem no programa computadores, as linguagens parecem grego. Influncias e-litistas se aproveitam do prevalente analfabetismo digital (anunzerismo?) para estabelecer mitos diversos, que se sustentam em crendices populares a despeito das incompatibilidades com a cincia e-lnica. Restam a ns, devidamente unzerizados e movidos pela tica do respeito ao prximo, os doze trabalhos, entre eles os de limpar a barra de nossa cincia (pra no falar dos currais do rei Agias) e de enfrentar as feras que aterrorizam a populao, como a Hidra de Lerna, o Javali de Erimanto e a mais apavorante das criaturas, o Leo da Realeza Fiscal de Nemia. A plancie do Peloponeso habitada pelo Leo fica a meio caminho entre Atenas e Esparta, uma famosa pelo esprito guerreiro agressivo, a outra bero da democracia, devendo seuRevista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

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COLUNA ALEXANDRE OLIVA

ro o efeito divino almejado pela RF.

No tm os mortais como saber se os rituais que executam so os de fato os impostos pela RF...Alexandre Oliva

nome deusa da sabedoria. Lamentavelmente, os princpios democrticos da capital parecem no ter chegado terra do Leo. Carente tanto da estratgia espartana quanto da sabedoria ateniense, os monarcas da Realeza Fiscal cultuam prticas ocultistas Mitikas e, do alto de seu empinado Olimpo imaginrio, impem seus caprichos aos mortais, de forma ofensiva democracia e liberdade, em flagrante descompasso com o lema nacional helnico: Liberdade ou Morte. Os Mistrios de e-Lusis so rituais ainda no completamente desvendados, executados entre maro e abril, ao final do inverno grego. Enquanto alguns estudiosos sustentam que so conduzidos para agradar as deusas da agricultura, para que proporcionem boas colheitas na Fazenda, outros afirmam que as ofe rendas visam a apaziguar o Leo. Cr a Realeza Fiscal que as instrues dos rituais, em grego acessvel aos alfabetizados, devem permanecer exclusivamente nas mos de seus sacerdotes, pois s o segredo sobre elas garantiria o retorno seguro de Persfone Fazenda, ou das ofe-rendas ao Leo. Mitos! A grande preocupao manifestada pela Realeza Fiscal a falsificao dos .jarros com papiros que trazem as Instrues para Rituais de Preparao e Frete (IRPF) de ofe-rendas, compiladas num javans crptico, difcil de entender mesmo para gregos iniciados, mas que os sacerdotes garantem que, executados pelos intrpretes javaneses recomendados, produziRevista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

No tm os mortais como saber se os rituais que executam so de fato os impostos pela RF, pois nada nos .jarros autentica a origem das instrues. fcil fabricar .jarros semelhantes aos fornecidos pela RF, porm com instrues totalmente diferentes, que possam at deixar os intrpretes possudos por espritos malficos. Mesmo que mortais percebam a adulterao rapidamente, o dano j estaria feito. Por mais que a RF mistifique o javans, evidente que publicar as instrues em grego em nada aumentaria ou reduziria esses riscos. A soluo permitir aos mortais autenticar a origem das instrues, conforme os preceitos da cincia e da tecnologia e-lnica: Hellas Tle Trans Porte Seguro (HTTPS) e assinaturas confiveis baseadas em Spartan-Hellenic Authentication (SHA) e criptografia assimtrica. Teme a RF tambm a adulterao pontual das instrues. Segundo mitos e crendices da RF, publicar as instrues somente em javans crptico evita esse risco. Enganam-se! H muitssimos falantes fluentes de javans, capazes de compreender o suficiente das instrues crpticas a ponto de adulter-las para que se dirijam as ofe-rendas a outras divindades, ou at mesmo a outros mortais, sem que os ofertantes sequer percebam. O risco existe com ou sem instrues em grego. A adulterao no requer nem a traduo de todo o javans crptico para grego, como fez uma vez este que vos escreve; basta conhecer algumas palavras chaves de javans, encontrlas no papiro e fazer as pequenas alteraes, adicionando outros papiros conforme necessrio. Para dar segurana ao mortal, so necessrios meios para autenticar a origem das instrues. Poder ler as instrues em grego, ao invs de aumentar o risco, o reduz, pois ao menos os alfabetizados poderiam notar diver-

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COLUNA ALEXANDRE OLIVA

gncias. Mas e a segurana da Realeza Fiscal? Com as instrues em grego, mortais poderiam alterar os procedimentos em benefcio prprio, reduzindo as ofe-rendas para o Leo! Sem as instrues em grego, ao contrrio dos mitos cultuados pelos monarcas, tambm. no s possvel como fcil. Este que vos escreve sabe como zerar o valor da oferenda anual, alterando apenas uma letra nas instrues em javans. Mas funciona, mesmo? Claro que no, nem poderia!

O Leo, que recebe as ofe-rendas, no supe que os clculos foram feitos conforme suas exigncias, assim como no o fazia quando os recebia em papiro.Alexandre Oliva

O Leo, que recebe as ofe-rendas, no supe que os clculos foram feitos conforme suas exigncias, assim como no o fazia quando os recebia em papiro. Se o fizesse, privilegiaria indevidamente os iniciados, os falantes de javans e os suficientemente abastados para contrat-los. O sistema da RF construdo de forma a verificar o cumprimento das exigncias legais, aps a entrega das ofe-rendas. Por isso mesmo, a facilitao de adulterao das instrues, propiciada por instrues em grego, no aumentaria o risco para os monarcas: se o aumentasse, mortais j estariam adulterando as instrues em javans e negando as ofe-rendas ao Leo. De outro lado, aqueles que quiserem se certificar de que as ofe-rendas que entregam, discriminadas tambm em idioma desconhecido, cumprem suas obrigaes fiscais, no podem, ainda que sejam responsabilizveis e punveis caso desviem da lei. Nega-se aos mortais essa segurana, mediante desrespeito ao princpio democrtico e constitucional da transparncia. Se o respeito representasse algum risco, as instrues em grego disponibilizadas por este que vos escreve, traduzidas e atualizadas do javans das instrues de anos anteriores, j haveria materializado o risco, demandando ao

corretiva imediata. No houve, nem precisa haver: os riscos no tm relao alguma com o acesso s instrues em grego, seno com a falta de outras medidas. Como justificar, ento, que os mortais no possam sequer cumprir o dever democrtico de fiscalizar a RF e seus sacerdotes, verificando se os rituais codificados nas instrues de fato cumprem o que demanda a lei? Para que pudessem faz-lo, as instrues para os rituais precisariam ser publicadas tambm em grego. Mas no so. O que dizem, s Zeus sabe. Pelo amor de Afrodite, j Hera hora, Cronos!Copyright 2010 Alexandre Oliva Cpia literal, distribuio e publicao da ntegra deste artigo so permitidas em qualquer meio, em todo o mundo, desde que sejam preservadas a nota de copyright, a URL oficial do documento e esta nota de permisso. http://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/misterios-deeleusisALEXANDRE OLIVA conselheiro da Fundao Software Livre Amrica Latina, mantenedor do Linux-libre, evangelizador do Movimento Software Livre e engenheiro de compiladores na Red Hat Brasil. Graduado na Unicamp em Engenharia de Computao e Mestrado em Cincias da Computao.

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COLUNA CRLISSON GALDINO

Por Carlisson Galdino

Episdio 04 Crise em Pimentel

No captulo anterior, Pandora e Darrell furtivamente escutam uma reunio na SysAtom Technology reconstruda. O grupo fala sobre planejamentos estratgicos para a dominao mundial. Os dois se afastam quando ouvem seu antigo chefe falar sobre a eliminao do casal, caso no queiram se juntar a ele. Mais uma vez na Praa Pimentel, Pandora e Darrell discutem. Pandora: Mas Bem, o que a gente vai fazer agora? Eles querem matar a gente! Nunca pensei que o Oliver fosse fazer uma coisa dessas... Pensei at que ele demitisse pessoas, mas matar... Me abraa que estou nervosa.

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Pandora: Qu? Darrell: Era exatamente o que eu temia mesmo. Oliver vai tentar fazer alguma besteira. Pandora: E a gente no pode deixar, n Bem? Darrell: No... Pandora: ... Isso me lembra desenho animado, ! Mas o que que a gente pode fazer contra eles? Eles ficaram to fortes! Ai, se a gente for brigar eu vou me quebrar todinha... Darrell: A gente tem que pensar em alguma coisa. Pandora: Verdade. Sabe que eu j tou me acostumando com minha voz? Vai ser s engraado ir num karaoke, j pensou? Cantar com a voz assim? Estridente? Darrell: Hmm-humm. Pandora: Uma voz estridente no ajuda contra aquele povo. A gente devia chamar a polcia. Darrell: E eles vo fazer o qu? Pandora: Sei l! Mas a gente tem que fazer alguma coisa. Darrell: Vamos pensar... Pandora: , a gente tem que pensar em algo... Darrell: Amor, olha s. Estou tentando pensar j faz meia hora, mas voc fica s interrompendo! Ser que no d pra gente tentar achar uma soluo? J est quase de noite. Pandora: T, Bem, desculpa a... Darrell: E sabe o que eu tava pensando? Pandora ergue a cabea, ainda com lgrima nos olhos, para acompanhar o raciocnio. Darrell: A Louise discutiu com Oliver. Pandora: Como se ela nunca fizesse isso... Darrell: Continuando... Ela pareceu chocada quando o Oliver falou em dar um jeito em ns dois. Pandora: verdade... Darrell: Calma, Pandora. No hora pra ter crise de cimes... Pandora: Crise?!?! Eu no estou em crise, seu insensvel! Eu... Eu... Pandora comea a chorar sentada na praa. Darrell tenta consol-la, mas repelido. Darrell: Calma, Amor... Pandora: Calma!?!? Calma?!?! Eu aqui todinha me recuperando ainda dessa desgraa de minha vida e voc nem liga, s falando de outra munher, e me pedindo pra ficar calma?! Darrell: A Louise. Pandora: No acredito num negcio desses!!! De novo essa mulher! Ah no...

Darrell suspira e se senta tambm. Darrell: No sei se voc notou, mas o Arsen comprou a idia do Oliver, de dominar o mundo. O Valdid tambm, afinal ele sempre foi um idiota mesmo...

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Darrell: Est vendo, Amor? disso que estou falando! A Louise pode ser aliada da gente! Pandora enxuga as lgrimas e pergunta, com dengo: Pandora: Voc jura que no tem nenhum interesse nela? Darrell: Claro, minha baianinha... Voc sabe que eu sou doido por voc! Pandora: Me deixa no... Agora que a gente t sem celular, sem email e sem jabber no vou aguentar ficar longe.

Montanha: Como vou fazer os testes se estou sem equipamento? Seamonkey: kkkkkkkkkkkkkkk! No acredito! J te disse que voc um idiota?! Montanha: A gente no pode contrariar o chefe. De qualquer forma s a convivncia com a gente j um tipo de teste com esse sujeito. Mas tou ficando curioso sobre como o Ationvir infectou a gente e nos transformou. Seamonkey: Sei... Montanha: Agora me ajuda aqui, que sei no... Esse sujeito ainda est vivo?

Enquanto isso, Technology...

na

base

da

SysAtomCARLISSON GALDINO Bacharel em Cincia da Computao e ps-graduado em Produo de Software com nfase em Software Livre. J manteve projetos como IaraJS, Enciclopdia Omega e Losango. Hoje mantm pequenos projetos em seu blog Cyaneus. Membro da Academia Arapiraquense de Letras e Artes, autor do Cordel do Software Livre e do Cordel do BrOffice.

Montanha: Ser que vai demorar pra algum filmar a gente e botar no YouTube? Seamonkey: Merda de YouTube! Cad? Voc no o gostoso? Cad os testes de infectabilidade?

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COLUNA CEZAR TAURION

OPEN SOURCEPor Cezar TaurionChristian Ferrari - sxc.hu

Ano passado estive participando de vrios eventos sobre Open Source. Na minha opinio, j est bem mais maduro a viso do que Open Source e que o vis ideolgico e romntico est dando lugar a uma percepo mais pragmtica. Mantive diversas conversas e debates sobre o assunto e notei, inclusive, um interesse maior em conhecer e explorar modelos de negcio que gravitassem em torno do Open Source. Neste post vou resumir algumas destas conversas, que abordaram modelos de negcio e posicionamento dosRevista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

softwares Open Source no mercado. Para ganhar dinheiro com Open Source s existem duas maneiras: receitas diretas ou indiretas. As receitas diretas so obtidas quando conseguese obter dinheiro com venda de licenciamento do software. Heresia? Na prtica vemos que o modelo de dual licencing uma opo que aos poucos conquista seu espao. Alguns exemplos so bem conhecidos como o MySQL, o db4o (http://www.db4o.com/), o Asterisk e o Berkeley DB. Este modelo simples. Existe uma

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COLUNA CEZAR TAURION

A licena tipo GPL impede que qualquer um acesse a verso open source, inclua algum cdigo proprietrio e venda o pacote como um todo.Cezar Taurion

verso open source, geralmente baseada em uma licena viral como GPL e uma comercial, que permite ao comprador do software acoplar seus prprios softwares sem receio de ser obrigado a revelar o cdigo fonte. A licena tipo GPL impede que qualquer um acesse a verso open source, inclua algum cdigo proprietrio e venda o pacote como um todo. Para isso, necessrio adquirir a licena comercial. Da o nome de dual licencing. De maneira geral, a verso comercial tem atrativos a mais, como funcionalidades extras ou suportes expandidos. Entretanto, vendas de licenas comerciais tendem a ser uma parcela mnima da receita da empresa. Em muitos softwares que usam este modelo apenas 0,1% dos downloads so de licenas comerciais. Embora este nmero seja muito pequeno, como o custo de downloads prximo a zero, pode-se criar uma base instala-

da bastante grande, abrindo oportunidades para outros negcios, como as receitas indiretas obtidas com oferta de servios de suporte e educao. Um fator importante do modelo dual licencing que ele permite, com a verso GPL, que uma forte e ativa comunidade se estabelea, ampliando a colaborao na deteo de bugs e indicaes de melhorias. Como um executivo da MySQL disse When we release a new version, within 24 hours 35.000 people have downloaded and test itNot even Microsoft has 35,000 QA engineersThere are enough people out there who certainly test all relevant features without our specific instruction. Outro aspecto importante do modelo Open Source e que comea ser percebido, que de maneira geral seus projetos mais bem sucedidos so de pro-

dutos comoditizados e no de produtos inovadores. A explicao simples. Um produto comoditizado como um sistema operacional ou uma suite de escritrios tem funcionalidades bsicas e benefcios j amplamente compreendidos e aceitos por uma parcela signficativa do mercado. Tambm consegue atrair uma comunidade ativa e atuante bastante ampla. Por outro lado, softwares inovadores no tem seus benefcios e funcionalidades facilmente reconhecidos e aceitos pelo mercado, e a comunidade que gravita ao seu redor tende a ser bem pequena. Um comentrio do CEO da Eucalyptus, empresa que comercializa tanto uma verso Open Source como funcionalidades extras e pagas de software de Cloud Computing diz muita coisa: Today we dont get much in the way of outside contributions to our code. The reason is that we have been evolving the code so rapidly that by the time an external contribution is submitted the code base that we are working from has made the contribution obsolete. Um investidor (Venture Capitalist) de start-ups de TI dos EUA, Danny Rimer disse tambm: Open Source companies absolutely cant have a new, innovative technology. They have to be smarter approaches to existing technologyOpen Source is about coming up with an alternative

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COLUNA CEZAR TAURION

Outro aspecto importante do modelo Open Source e que comea a ser percebido, que de maneira geral seus projetos mais bem sucedidos so de programas comoditizados e no de produtos inovadores.Cezar Taurion

ainda alguns o so, eventos ideolgicos e distantes das questes que afetam o mercado, para um enfoque mais pragmtico e aplicvel.

Para mais informaes:Site db4o http://www.db4o.com Site Open Source Initiative http://www.opensource.org Artigo sobre Open Source na Wikipdia http://pt.wikipedia.org/wiki/Open source GNU GPL http://www.gnu.org/licenses/gpl.html

thats cheaper, not going after a new area. Um ponto que inicialmente ficou confuso e que agora j est bem entendido que Open Source no necessariamente software grtis. Existe um conceito importante por trs da competio com softwares abertos: o seu custo de troca (switching cost). Os custos de troca so os que os usurios devem arcar para trocar de software proprietrio para uma verso open source. Para produtos comoditizados como suites de escritrio e sistemas operacionais, pela sua ampla disseminao, os custos de troca tendem a ser elevados e portanto as alternativas Open Source devem apresentar custos totais de propriedade bem mais baixos. Isto significa que no se deve olhar apenas o custo de aquisio, mas olhar o quadro como um todo. Nas

primeiras fases do Open Source era comum vermos discursos abordando apenas a economia obtida no custo de aquisio, esquecendo os custos de troca e de propriedade ao longo do tempo. Assim, a estratgia mais adequada adotar as alternativas Open Souce quando elas forem comprovadamente a melhor soluo e no como demonstrao ideolgica. Com certeza estamos caminhando rapido para uma percepo bem mais aberta e pragmtica do que open source e sua aplicabilidade. Na minha opinio, medida que Open Source for se inserindo nas organizaes, tanto pblicas como privadas, misturandose aos modelos de negcios comerciais, tambm veremos uma evoluo dos seus eventos e congressos. Provavelmente devero deixar de ser, como

CEZAR TAURION Gerente de Novas Tecnologias da IBM Brasil. Seu blog est disponvel em www.ibm.com/develo perworks/blogs/page/ ctaurion

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CAPA ENTREVISTA COM ADRIAN HENKE

Entrevista com Adrian Henke, desenvolvedor do AssaultCube

Por Joo Fernando Costa Jnior

Adrian Henke um desenvolvedor de software que mora na Suia, responsvel pelo AssaultCube, um viciante game de FPS (First Person Shot). Henke fala de suas motivaes em manter o game, bem como outras pertinentes informaes sobre o mesmo. AssaultCube uma modificao completa do consagrado Cube, que agora com esta nova roupagem nos oferece alm de vrios modos de jogo, diverso garantida! Voc poder jogar em rede o modo todos contra todos ou a clssica misso de capturar a bandeira, a qual acontece entre dois grupos. Mesmo o AssaultCube no exigindo uma boa placa de vdeo, os grficos e ambientes so muito elaborados, oferecendo muitos detalhes nas armas e um timo ambiente de jogo. Revista Esprito Livre: Quem Adrian Henke? Faa uma apresentao para os leitores da revista. Conte-nos a respeito do AssaultCube.

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CAPA ENTREVISTA COM ADRIAN HENKE

Por um lado, tentamos fazer o AC mais fcil de ser jogado por iniciantes, por outro, tentamos atrair os jogadores "pro" oferecendo um jogo interessante e desafiador. Adicionalmente, os administradores dos servidores na comunidade continuam melhorando o gerenciamento de seus servidores AC (blacklists, segurana, etc.) e compartilham seus cdigos. Ns pegamos as coisas boas e as integramos na verso oficial do AC. Alm disso, h algumas pessoas trabalhando na arte, como mapas, modelos e coisas assim. Com o passar dos anos, podemos ver uma melhora grande na qualidade dessas mdias e inclumos as melhores coisas.Figura 1 - Cena do jogo

AH: Eu sou um desenvolvedor de software suo. AssaultCube um jogo de tiro em primeira pessoa pequeno, rpido e divertido, no qual estive trabalhando nas horas vagas junto com outras pessoas ao redor do mundo, pessoas que adoram fazer jogos divertidos. REV: O AssaultCube era normalmente chamado de ActionCube. Por que a mudana no nome? AH: Existe um jogo bem conhecido chamado ActionQuake. Originalmente ns tentamos focar num jogo similar. Depois de liberar a primeira verso do ActionCube, fomos contatados pelo lder da equipe do ActionQuake. Ele nos pediu para mudar o nome porque sentiu que aquele "Action" estava muito parecido como o da equipe dele. Naturalmente, no havia nenhuma marca ou patente registrada para esse nome. No entanto, para demostrar nosso respeito, alteramos o nome de ActionCube para AssaultCube. O nome foi escolhido porque se parece muito e tem as mesmas iniciais (AC). REV: O quanto o AssaultCube inovador? AH: Recebemos o retorno das pessoas e tentamos melhorar o AC em todos os aspectos.

REV: Quais as principais dificuldades no desenvolvimento de um jogo em cdigo aberto e de distribuio gratuita? AH: Quando voc olha pelo ponto de vista do anti-cheating, o cdigo aberto no torna as coisas melhores, ele as piora. Voc no pode combater os cheaters se seu jogo de cdigo aberto. Eles simplesmente podem editar seus clientes e ver atravs de paredes, fazer um aimbot, etc. uma baguna. REV: Como o projeto sustentado? H doaes financeiras?

Figura 2 - Cena do jogo

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AH: Voc pode encontrar um link para doaes em nosso website http://assault.cubers.net. REV: Qual o hardware mnimo para rodar o AssaultCube? AH.: So as especificaes mnimas mais qualquer sistema operacional compatvel. Por sistema operacional compatvel, entenda-se que seja capaz de rodar com: * Processador: Pentium III 500 Mhz (ou equivalente AMD). * Graficos: GeForce 1 / ATi Radeon ou melhor. * Ram: 192 MB REV: Existem planos de lanar verses para outros sistemas operacionais ou sistemas mveis? AH: Ns focamos nos clientes de PC lowend, no h planos para portar o jogo para dispositivos mveis. Entretanto, o game Cube, do qual ns derivamos, foi portado para o iPhone. Voc pode querer ver como ficou. REV: Quais as principais diferenas entre o AC e outros jogos de tiro em primeira pessoa?

Figura 4 - Cena do jogo

AH: O AC oferece algumas caractersticas bem interessantes que o fazem um jogo nico: - FPS total, somente em 40MB - Resposta rpida - Pesadamente otimizado para conexes de internet lentas (56k) - Construa seus prprios mapas (game worlds) juntamente com seus amigos na internet, atravs da edio cooperativa (coop editing). - cdigo aberto - Multiplataforma: Roda em Windows, Mac e Linux REV: Na ltima verso do AssaultCube, o que h de novo? Quais caractersticas? AH: Acabamos de liberar o Patch v1.0.4 h poucos dias. Veja a lista de mudanas em nosso forum e site oficial. REV: O AssaultCube um exemplo de um grande jogo distribudo gratuitamente. Como funciona isso? Como o projeto sobrevive? AH: O projeto sobrevive porque existem pessoas que gostam dele e ajudam a mant-lo.

Figura 3 - Cena do jogo

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com modelos low-poly seria fantstico, mas no vai acontecer. Ou uma interface de usurio totalmente nova com tradues i18n. REV: Como criar um jogo to bom e to pequeno? AH: O segredo fazer as escolhas certas na rea de arquivos de mdia. Poderamos incluir milhares de texturas, modelos e arquivos de udio e isso iria impactar pesado no jogo. Voc precisa escolher as melhores e menores coisas que puder encontrar e abandonar o resto.Figura 5 - Cena do jogo

REV: Quando voc criou um jogo baseado no Cube, qual era a inteno? Por que no Cube no foi o que o motivou a criar o Assaultcube? AH: Ns queramos fazer um jogo que tivesse uma experincia parecida com o Cube, mas com uma aparncia mais realstica. O jogo deveria focar no jogo em equipe online e nas tticas, enquanto permanecesse rpido e simples. REV: Algumas pessoas notaram um aumento no tamanho do jogo (a princpio 19MB, e agora 40MB). Por que o tamanho do jogo dobrou? Algum motivo particular? AH: Sim, o pacote original no inclua essa quantidade de arquivos de udio. Ns melhoramos a experincia de udio e, como voc sabe, arquivos de udio consomem espao. No entanto, eu acho que 40MB ainda bem pequeno para um "full blown FPS" ;) REV: H alguma caracterstica que voc gostaria de colocar no jogo mas no pde por falta de cooperao ou outra razo? AH: Bem, H muitas caractersticas que adoraramos ver no AC. Algumas delas apenas demoram muito para serem desenvolvidas. Meu desejo pessoal: Ter uma fsica mais avanada

A propsito, nossos arquivos de mapas so bem pequenos no design. Isso ajuda muito :) REV: Quem quiser contribuir para o projeto ou obter mais informaes deve fazer o qu? AH: D uma olhada nas nossas rvores do SVN pra ficar atualizado com relao aos ltimos desenvolvimentos. Voc pode tentar fazer patches para bugs conhecidos, ou pode focar na mdia e criar bons mapas. O melhor juntarse ao forum e entrar em contato com a comunidade.

Figura 6 - Cena do jogo

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CAPA ENTREVISTA COM ADRIAN HENKE

REV: O que voc acha da comunidade criada ao redor do jogo? AH: Ns nunca esperamos um sucesso desse tamanho, para ser honesto. A princpio, criamos o AssaultCube para compartilhar com a galera da comunidade do Cube. Mas o jogo atraiu tantas pessoas que formamos nossa prpria comunidade e que continua crescendo. REV: O que os fs do AssaultCube podem esperar das futuras verses?Figura 7 - Cena do jogo

REV: Voc tem outros projetos em cdigo aberto? AH: O AC o projeto principal no qual eu tenho trabalhado. Eu escrevi alguns pedaos de cdigo e correes para outros projetos de jogos parecidos como o Cube, o Sauerbraten e o pCube. REV: Quem so as pessoas (a equipe) por trs do jogo? AH: Durante esses anos, muitas pessoas diferentes estiveram envolvidas no desenvolvimento. Eu acho que posso citar os membros principais envolvidos na ltima verso: makkE, eihrul, stef, RandumKiwi e flowtron. Eles so da Alemanha, Estados Unidos, Frana, Nova Zelndia e Sua. Como disse, h muitos mais contribuidores envolvidos, voc pode encontr-los no nosso website ou nos crditos do jogo. REV: O AssaultCube Carbon Edition uma modificao do AssaulCube. Voc tem alguma informaes sobre novidades sobre esta verso? AH: No fao idia, voc vai ter de perguntar aos responsveis pelo mod :)

AH: Podem esperar mais e melhores mapas de alta qualidade, novas e interessantes caractersticas de jogo e melhorias em todas as reas. REL: Deixe uma mensagem para os leitores da revista. AH: Se voc gosta de jogos de tiro em primeira pessoa rpidos, deveria baixar o AssaultCube em http://assault.cubers.net agora mesmo! Visite o forum do AC e entre em contato com a comunidade.

Para mais informaes:Site oficial AssaultCube: http://assault.cubers.net Forum oficial AssaultCube: http://assault.cubers.net/forum Download do AssaultCube: http://assault.cubers.net/download.html AssaultCube Carbon Edition: http://quadropolis.us/node/1825

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CAPA NOS DIVERTIMOS COM A CREATIVE COMMONS E NEM PERCEBEMOS

Nos divertimos com a Creative Commons e nem percebemosPor Juliana Kryszczunbmfcker - Flickr

Sempre que precisamos saber sobre um determinado assunto 'jogamos' nos sites de busca e por l mesmo nos divertimos. Muitas vezes o resultado encontrado no seguro e nem sempre tem referncias confiveis. Disponibilizar obras gratuitamente e ao mesmo tempo licenciada como livros, artigos, documentos, msicas, filmes, jogos na Internet foi um grande salto no mundo virtual. Podemos ter livre acesso aos contedos mais diversos atravs de fontes seguras.Revista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

Diverso e CC? Podemos no perceber ou no dar ateno para isso, mas muito material disponibilizado na Internet est sob a licena Creative Commons. Um bom exemplo essa revista. Nos oferece conhecimento e diverso de forma gratuita. Algo ser disponibilizado sob esta licena quer dizer que pode ser usado em outros meios livremente, desde que o autor seja referenciado. Isso beneficia a criatividade de cada um, independente do contedo que for criado, pois pode

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CAPA NOS DIVERTIMOS COM A CREATIVE COMMONS E NEM PERCEBEMOS

Para saber mais:

Fazendo uma analogia entre esta licena (CC) e o Software Livre se percebe que muitas vezes pessoas tem ideias novas e promissoras e no querem unicamente lucrar com isso.Mnica Paz

Site Creative Commons [em ingls] http://www.creativecommons.org Site Creative Commons [em portugus] http://www.creativecommons.org.br Artigo na Wikipdia sobre Creative Commons http://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_ Commons

ser oferecido livremente para utilizao ou adaptao e no perder os crditos da autoria. Esta ideia de disponibilizar contedo desta forma surgiu em 2001 por um professor da Universidade de Stanford nos Estados Unidos. A ideia foi bem aceita em vrios meios, mostrando que a criatividade e a competncia no precisam estar presas a grandes corporaes que lucram em cima disso. Fazendo uma analogia entre esta licena e o Software Livre se percebe que muitas vezes pessoas tem ideias novas e promissoras e no querem unicamente lucrar com isso. Disponibilizar uma ideia para um nmero maior de pessoas pode ser mais interessante do que fechar esta informao e limit-la a um nmero restrito de acessos.

Se vejo algo interessante na Internet naturalmente vou querer passar a informao adiante. Isso forma uma rede de conhecimento com o auxlio da criatividade de cada um e ajuda criar contedo de qualidade na Internet livre de pirataria. Temos bibliotecas, bancas de revistas, cds, locadoras, tudo aqui na ponta do dedo. Para ns, usurios ativos da Internet indispensvel que todo esse contedo seja de boa qualidade e de fcil acesso. Muito do que lemos e acessamos por aqui est sob esta licena que pode passar despercebida mas tem um papel gigante e importante durante nossos passeios pela Internet.

JULIANA KRYSZCZUN bacharel em Sistemas de Informao, psgraduada em Engenharia de Software com nfase em Software Livre, certificada em teste pela ISTQB. Atualmente trabalha como analista de teste. Gosta e admira a forma como o software livre feito. Depois que conheceu GNU/Linux nunca mais largou e incentiva pessoas a experimentarem tambm. Nas horas vagas aprende Python e escuta msica.

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CAPA DIVERSO DIGITAL E SOFTWARE LIVRE

Diverso digital e software livrePor Joo Divino Dorneleshttp://www.sxc.hu/photo/1010241

Quando falamos em diverso digital nossa imaginao logo remetida aos incrveis jogos de computadores, que divertem e prendem milhares de pessoas, adultas e crianas, durante horas seguidas em frente aos seus micros. Embora o jogos sejam a coqueluche da diverso digital eles, nem de longe, so a nica forma de encontrar distrao, neste incrvel e rico mundo que muda to rapidamente e que nos oferece tantas opes, que o mundo dos softwares livres. Neste contexto, o universo dos softwares livres torna-se imensamente superior ao seu paralelo, pois disponibiliza o que tem de meYo Frankie! Jogo feito em blender baseado no filme lhor, sem restriBig Buck Bunny, Yo Frankie! es, todas asRevista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

pessoas que desejam ter contato com ele. Alguns usurios de sistemas GNU/Linux j esto se divertindo ao ligar a sua mquina, seja personalizando a tela do gerenciador de inicializao, do splash, do gerenciador de incio de sesso, ou at realizando algumas configuraes avanadas, uma vez que, em sistemas GNU/Linux, o cu o limite, tudo permitido e tudo pode virar brincadeira. E o melhor, aquilo que era para ser apenas um recreio acaba virando um aprendizado. Tomo como um exemplo prtico do que acabo de dizer a utilizao do Gimp, um poderoso editor de imagens, pela minha esposa. Comeou brincando, fazendo alguns tratamentos de fotos da famlia, escondendo algumas ru-

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CAPA DIVERSO DIGITAL E SOFTWARE LIVRE

Ufo: Alien invasion

gas, realizando algumas montagens. Isso, para ela, assim como para milhares de pessoas, era de fato uma diverso. cada nova brincadeira buscava novos conhecimentos em fruns e vdeos tutoriais. Por fim, como trabalhava em uma grfica, acabou introduzindo o que aprendeu no exerccio do seu trabalho, tornando-se um pouco mais independente do corpo de artistas ali presentes. Muitas vezes, entregava as imagens prontas para serem impressas. Isso poderia acontecer se ela estivesse utilizando um sistema proprietrio com programas proprietrios ? Partindo da premissa de que ela poderia ter utilizado um software pirata, talvez sim, mas isso marginalizaria, com razo, a sua conduta e o tratamento receberia do Estado e dos desenvolvedores desses softwares. Partindo do pressuposto que ela poderia ter utilizado uma verso demonstrativa, com certeza no, pois normalmente essas verses possuem duas caractersticas bsicas, ou se expiram com o tempo ou no so dotadas de todos os recursos. Ou seja, ou ela no teria tempo suficiente para aprender, ou no teria acesso todas as capacidades disponibilizadas por estes programas. Utilizando um software livre, alm de ter todo o tempo necessrio para o aprendizado, ela pode contar, ainda, com todos os recursos inclusive, com as atualizaes e disponibilizaes de novas capacidades deste software. Sem falar da

ajuda que ela recebeu das incrveis redes comunitrias, que normalmente so muito receptivas e dispostas a auxiliar quem necessita superando, muitas vezes, os frios suportes. Esse foi apenas um dos exemplos prticos, entretanto existem milhares de outros semelhantes. O que poderia ser mais divertido e estimulante para um amante da msica do que ter uma coleo de players e editores de udio, para ouvir e manipular as suas msicas conforme a sua criatividade lhe permitisse. Alm de uma infinidade de players, ripadores e conversores, o universo dos softwares livres oferece editores de udio de alto desempenho e qualidade inquestionvel como o Ardour e o Audacity, dentre outros. Com estes softwares ele poderia, inclusive, montar uma ilha de edio de udio profissional. E a brincadeira acabaria tornando-se, novamente, conhecimento e produtividade. E para os amantes dos vdeos, o que reserva este mundo? Assim como no udio, alm dos incontveis players, como o Totem, Xine, Mplayer, estes usurios podem contar com incrveis editores como o Avidemux, Devede, ManDVD e Cinelerra, dentre outros. Isso sem falar na possibilidade de poder instalar um kernel em tempo real, que melhoraria a qualidade das suas produes de udio e vdeo. E por a vai. Comunicadores instantneos como o aMSN, Emesene e Pidgin que oferecem cada dia mais recursos, navegadores web como o Firefox e Chromium que esto cada vez mais fantsticos, softfones que mostram-se mais eficazes cada lanamento como o Ekiga, editores espetaculares como o BrOffice.org, clientes P2P fantsticos como o aMule ou ou Frostwire. Enfim, esgotaria todo este artigo ou toda revista, talvez algumas de suas prximas edies, se fosse citar todos os aplicativos livres que tm a capacidade de trazer diverso e produo todas as pessoas. Entretanto, no poderia deixar de falar deles, aqueles que merecem a maior ateno das pes-

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CAPA DIVERSO DIGITAL E SOFTWARE LIVRE

soas quando o assunto diverso, os jogos. Este, para muitos, seria o ponto fraco dos sistemas operacionais livres. Contudo esta realidade muda cada dia e os ltimos anos tm trazido novidades empolgantes para esta seara, do mundo dos softwares livres. Com a entrada no universo GNU/Lnux, de corporaes gigantescas, voltadas para o grande pblico como a Google, (embora inicialmente o Chrome OS seja um sistema totalmente voltado para aplicaes web) e a Canonical, a tendncia de ampliao e extenso do mercado de jogos para os sistemas que rodam sobre o kernel Linux tornam-se uma realidade inexorvel. No h volta, os softwares livres j so uma realidade hoje e estaro mais presentes na vida dos cidados comuns em um futuro muito mais prximo do que se imagina. Todavia, devemos nos prevenir contra as movimentaes que possam vir a tornar este futuro mercado, vtima de um monoplio que desvirtue a finalidade maior do ideal que o software livre carrega consigo. Hoje existem centenas, talvez milhares de jogos livres que podem, seguramente, garantir a diverso da crianada, dos jovens e at dos adultos. Assim como havia dito sobre o restante dos softwares livres, seria inglria a tarefa de tentar enumerar todos estes jogos, dada a grande variedade existente. Em razo disso, iremos discorrer sobre alguns que nos chamou ateno, em virtude das suas qualidades e complexidades. Comeo pelo ltimo jogo que disponibilizamos no repositrio Livre SO. Um jogo de estratgia baseado em turnos com caractersticas de combate ttico, onde o jogador enfrenta foras aliengenas que esto prestes a invadir a Terra, comandando uma pequena unidade especial convocada pela ONU, para enfrentar as foras de ataque dos aliens causando o mnimo possvel de baixas civis, o UFO: Alien Invasion. Trata-se de um jogo com mais de 400 MB, de tima qualidade, que seguramente tem o poder de atrair os aficionados por jogos de estratgia em tempo real. Nesta seara podermos destacar tam-

Flightgear

bm o Boson, dentre outros. Talvez a categoria dos jogos de tiro em primeira pessoa seja a mais bem servida e, dentre os jogos de maior complexidade, a que tem o maior nmero de aplicaes disponveis. AssaultCube, Alien Arena, Blood Frontier, Nexuiz, OpenArena, Tremulous (embora este misture elementos de um jogo de estratgia), Cube e Cube2 (Sauerbraten), representam, sem sombra de dvidas, com muita dignidade esta categoria. Os fs deste tipo de jogo podero at se decepcionar com um ou com outro jogo em especfico, mas certamente encontraro satisfao em algum deles. Aqueles que curtem uma boa corrida de carros, podero encontrar contentamento nos jogos Torcs, Vdrift e na verso um pouco mais infantil SuperTux Kart, dentre outros. Os dois primeiros so jogos de corrida complexos, bem feitos, com bons grficos, dotados de diversos recursos, que certamente iro divertir tanto adultos quanto crianas, enquanto o ltimo, um jogo muito colorido, para aqueles que se lembram, parecido com o Mrio Kart, voltado mais para o pblico infantil. Dentre os jogos de aventuras destacamos o Yo Frankie !. Trata-se de um game feito pela equipe que desenvolveu o software Blender, uma excelente ferramenta para modelagem 3D

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cluir no repositrio da distribuio que mantemos. Infelizmente, no encontrei nenhum jogo que possua a qualidade dos jogos anteriormente descritos. Na histria recente, a utilizao dos softwares livres comeou timidamente nos meios acadmicos, passou por alguns usurios especializados, ganhou fora, respeitabilidade e colaboradores, chegou efetivamente sob a forma de ferramentas de trabalho nas grandes corporaes e governos e finalmente, com o desenvolvimento de inmeras aplicaes, comeou a conquistar o usurio final. Quem v um sucesso ou um fracasso pontual nessa trajetria pode alardear o fim ou o vangloriar a vitria dos sistemas operacionais livres, ou dos softwares livres como um todo, conforme o seu interesse ou ideologia. Entretanto, olhando de um lugar um pouco mais distante, tentando observar este movimento como um todo, fica evidenciado que no se trata de um fenmeno efmero e que o poder seduo e o alcance destes softwares, a despeito das crticas e oposies, vm ampliando-se cada dia. Hoje os softwares livres esto presentes nas empresas, nos governos e por consequncia nos concursos pblicos, onde eles existem. Embora ainda pouco em nmeros relativos esto, tambm, presentes nas residncias. As corporaes e os profissionais que, por preconceito, negligncia ou falta de viso, ignorarem este fato, perdero o bonde do tempo. Os jogos e aplicativos que existem hoje e os que sero criados no futuro so consequncias deste movimento, que cresce de forma slida e perene.

VDrift

que por sinal , tambm, uma ferramenta livre. Baseado no filme em cdigo aberto Big Buck Bunny, Yo Frankie um jogo de aventura, onde voc controla o pequeno esquilo e suas travessuras com os outros animais do bosque. Excelentes grficos e boa jogabilidade, so caractersticas positivas deste jogo. quelas pessoas que gostam de jogos musicais podero optar pelo Frets on Fire, desenvolvido para ser uma alternativa para as pessoas que no possem PS2 e desejam jogar um game no estilo de Guitar Hero. Existem, ainda, inmeras outras alternativas de jogos livres. Para quem gosta de baralho o PySol possui mais de 200 variedades de pacincia. Os que curtem um bom jogo de tabuleiro podero optar pelo GNU Chess ou 3D Chess. Aqueles que gostam de naves espaciais podero brincar com o Atromenace ou Vega Strike. Para os que gostam da realidade o FlightGear um espetacular simulador de voo, utilizado para treinar pilotos. Enfim, existem jogos livres que podem satisfazer inmeras exigncias, gostos e geraes. Salvo engano, talvez a categoria de jogos menos representada nos softwares livres e portanto a mais carecedora de ateno, em razo do seu apelo popular, seja a categoria dos jogos de luta. Procurei por bons jogos desta categoria para in-

JOO DIVINO DORNELES JNIOR cursa o ltimo perodo de Direito pela PUC de Goinia/GO. Criador e mantenedor da distribuio e do repositrio Livre SO.

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CAPA JUBLER: UM PODEROSO EDITOR DE LEGENDAS

Jubler: Um poderoso editor de legendasPor Franzvitor Fiorim

Jasper Greek Golangco - sxc.hu

comum encontrarmos arquivos em vdeo no apenas de filmes mas de aulas, tutoriais, palestras e etc. Porm o udio pode no estar em um idioma que compreendemos, legendas no sincronizadas ou com erros ortogrficos. Ento, porque que no criar, traduzir ou sincronizar uma legenda para este arquivo de vdeo? Com quais ferramentas posso fazer isso? Com ferramentas livres para edio de legendas como Gaupol, Gnome Subtitles, Jubler e Subtitle Editor. Mas cabe a voc escolher a que atender melhor as suas necessidades. Neste artigo ser retratado o Jubler por ser multiplataforma e permitir uma sincronia fina com anlise dos grficos de udio.

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Caractersticas- Licena: GPL v2. - Escrito em Java. - Suporte a Advanced SubStation (*.ass), SubStation Alpha (*.ssa), SubRip (*.srt), SubViewer 1 e 2 (*.sub), MicroDVD (*.sub), MPL2 (*.txt) e Spruce DVD Maestro (*.stl). - Todas as codificaes suportadas pela plataforma Java so tambm suportadas (como UTF-8). O usurio pode selecionar uma lista de codificaes preferenciais. - Testar e exibir as legendas usanFigura 2: rea de Pr-visualizao com grficos de udio para edio fina das legendas do um player de vdeo (mplayer). Enquanto o vdeo estiver em execuo o usurio pode editar livremente as legendas, adicionar executar o arquivo referente ao seu Sistema Operacional para instalar o Jubler. uma nova legenda ou sincronizar legendas com o filme. - Verificador Ortogrfico. Dependncias - Tradutor de legendas. Java Runtime Environment - Multiplataforma (GNU/Linux, Mac e Windows). Mplayer ASpell

Instalao

A instalao do Jubler muito simples, mas no ser abordada aqui. Para usurios GNU/Linux h disponvel um script (*.sh) ou um .rpm para quem usa distribuies Redhat e Fedora, usurios de MAC iro encontrar um .dmg e para usurios de Windows tem um .exe. Basta

A Figura 1 mostra o arquivo de legenda do filme Steal This Film Part I no formato SubRip (*.srt) aberto pelo editor de legendas Jubler, veja que a interface bem simples, permite o usurio inserir o tempo de inicio e fim de cada linha, o contedo a ser exibido, o tamanho e cor da fonte. Note que algumas linhas esto com fundo rosa porque o limite padro de 40 caracteres por linha e essas linhas em rosa esto com caracteres excedentes. A linha com fundo azul a linha selecionada para edio. O recurso de pr-visualizao permite editar a legenda enquanto visualiza o vdeo. A Figura 2 mostra os grficos de udio para um edio fina das legendas e permite que voc mova a seleo no grfico de udio para o tempo de inicio e fim que deseja.

Figura 1: rea de edio do Jubler

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Para saber mais:Site Gaupol http://home.gna.org/gaupol/ Site Gnome Subtitles http://gnome-subtitles.sourceforge.net/ Site Jubler http://www.jubler.org/ Site Subtitle Editor http://home.gna.org/subtitleeditor/ Wiki Creative Commons de Filmes sobre licena CC http://wiki.creativecommons.org/Films

Figura 3: Testando a legenda

Aps a edio da legenda hora de testala. Neste modo podemos atrasar ou adiantar o tempo da legenda, alterar a velocidade de reproduo do vdeo e selecionar a legenda que estiver com algum erro, corrigir e continuar com o teste. Veja figura 3. Procure usar apenas arquivos de vdeos com licenas que lhe permita redistribuir e editar, como por exemplo arquivos licenciados pela Creative Commons.

FRANZVITOR FIORIM estuda Tecnologia em Redes de Computadores no IFES Campus Serra/ES. Membro do grupo de pesquisa em Segurana de Redes de Computadores no IFES. Ativista de Software Livre. Co-fundador do Encontro de Estudantes Sobre Software Livre (EESL).

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CAPA Do ldico e do estratgico como fundamentos de interfaces cognitivas...

Do ldico e do estratgico como fundamentos de interfaces cognitivas individuais e coletivasAgata Urbaniak - sxc.hu

Por Orlando Lopes

A edio deste ms pe em discusso uma noo de diverso livre, e antes de pensarmos no que podemos considerar como o domnio da diverso, certamente deveremos nos preocupar com o que se possa traduzir como extenso da idia de livre, quando aplicada ao universo tecnolgico. Uma vez que no seria possvel fazer uma abordagem razovel das duas noes num nico artigo, vamos nos contentar por enquanto apenas com a observao de que o termo livre, em contextos tecnolgicos como os das sociedades

e economias de informao, no significa gratuito; antes, pretende significar no-condicionado, no-determinado, no-dominado. E essa uma diferena que transforma completamente a potncia de expresses como mdia livre, software livre e, claro, diverso livre. Certo, ento. Nosso objetivo cercar a noo de uma diverso no-condicionada, no-determinada, no-dominada... mas por quem? Se queremos chegar a uma diverso aberta, porque estamos preocupados com o

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suposto domnio de uma diverso fechada, controlada, orientada, formatada. E como alcanar essa distino? Comecemos com um bom recuo no tempo. A "cultura informtica" se confunde com a "cultura dos jogos" muito antes de se confundir com a "cultura dos games". Explico-me: entre os fundadores da computao encontramos um personagem como John von Neumann, que entre clculos para bombas de hidrognio e o desenvolvimento de fundamentos da informtica, props uma teoria especfica dos jogos ocorrendo em ambientes econmicos. Assim, antes de formar o ramo de entretenimento, os jogos de certa forma participam da gnese da informtica a partir de uma face sua identificada com a realidade (afinal, ao menos em princpio, a economia uma coisa verdadeira, certo?), e isso no deixa de ser supreendente. A partir dos anos 50, a noo de jogo ganha uma aura de seriedade altamente marcada, pois a vinculao ao cam-

po da Economia (o "e" maisculo para frisar a seriedade da aplicao...) abriu as portas para uma associao que ainda parece distante do senso comum a respeito de uma coisa to importante quanto a realidade. Lembremos que, seguindo a lgica platnica da busca da verdade, o pensamento ocidental acostumou-se a pensar para encontrar uma verdade, chegando-se ao ponto em que s se poderia pensar a verdade de forma sria, ou que s se poderia pensar seriamente quando se considerasse a procura da verdade. Assim, se no se podia brincar com as coisas srias, as brincadeiras - e entre elas os jogos - passaram a ser vistas como coisas para nos distanciar do contato com a realidade - e com o mundo que esta enforma: e os jogos foramse reduzindo a diverses, entretenimentos, profisses, mercadorias etc. Apenas para fazer o contraponto, vejamos como o jogo e a diverso so abordados

num outro campo de aplicao. Na educao, por exemplo, tende-se a pensar sobretudo no princpio do ldico (todo jogo tem por princpio um fundamento de prazer - ou sofrimento, diro os irnicos), a relao entre a oferta de um estmulo e sua participao numa formao cognitiva, um ganho operatrio num processo qualquer em que o estudante esteja tentando aprender. J na economia, desde o incio o foco ou base para o desenvolvimento de modelos prioriza a superposio de aes (as jogadas) num contexto de interao (as partidas, os campeonatos etc.) no qual seja possvel aos jogadores tomar decises e assumir estratgias que lhes permitam os melhores desempenhos, o que no significa necessariamente "ganhar". Se na educao, o foco se forma em torno do sujeito que joga, na economia a ateno recai sobre as formas segundo as quais um jogo pode ser jogado, ou seja, propem-se dois meios distintos para se alcanarem os mesmos fins. Mas o que um jogo, afinal de contas, e como essa modalidade de computao pode abrir horizontes para novos produtos e estratgias do setor de relacionamentos mediados por tecnologia de informao e gesto de contedos? Vejamos, ento: na educao, trabalhamos a partir da necessidade de atrair e manter

A cultura informtica se confunde com a cultura dos jogos muito antes de se confundir com a cultura dos games...Orlando Lopes

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a ateno daquele sujeito que queremos ver aprendendo; na economia, partimos da anlise das possibilidades que um jogador tem de chegar a bons resultados quando participa de uma partida. De um modo ou de outro, chegamos sempre a um termo que se tornou popular com o desenvolvimento da computao pessoal, sobretudo a partir do advento das redes de troca de informao entre os usurios de computador: a interao. No raro ver artigos sugerindo ou afirmando que a computao pessoal s se torna interessante quando torna possvel aos usurios a participao e modificao do ambiente de processamento de dados: no incio, buscvamos contedos mais ou menos estticos, e a web foi criada; hoje, os contedos so cada vez mais gerados por interaes em que as modificaes dos contextos (superposio das aes dos usurios num ambiente determinado) esto diretamente relacionadas aos posicionamentos, declaraes e participaes de usurios individuais e de comunidades de usurios. A grande questo atualmente que essa perspectiva volta a abrir a noo de jogo para alm dos interesses de uma indstria do entretenimento e do modelo dos videogames tradicionais. Pensar em jogos hoje volta a ter, novamente, essa potncia encontrada nas teorias

sobre o ldico e sobre o comportamento econmico-estratgico dos usurios de sistemas computacionais. A interface (o ambiente das operaes cognitivas) que se apresenta ao usurio ganha a uma potncia de campo de jogo, e sua eficincia (ergonomia, usabilidade, atratividade...) depende cada vez mais da capacidade de se explicitarem essas propriedades durante as situaes de uso. na manipulao da interface que o usurio elabora operaes cognitivas, ali que ele invoca e rene dados que permitam lidar com as situaesproblema j dadas ou em processo de constituio. Nesse sentido, uma busca no Google pode ser descrita ou representada como um jogo, um tratamento de imagens num editor de bitmaps tambm, a promoo de um blog num agregador de contedos ou a promoo de um grupo artstico numa rede de relacionamentos idem. Cada vez mais, podemos ver jogo onde antes s se podia ver movimento, requisio, processamento, recuperao. Qualquer que seja a base dada, a grande questo aqui que o jogo num contexto informtico se orienta pela formao de uma base cognitiva, seja ela a de um sujeito particular (tenho um problema a solucionar quando eu jogo) ou o de um grupo de sujeitos interessados numa finalidade comum (h um problema a ser solucio-

nado por ns). Como podemos usar nossos monitores e nossas interfaces para elaborar e tornar mais complexa (e ao mesmo tempo mais intuitiva) nossa percepo do mundo (o digital e, por que no, o emprico)? Como fazer para converter massas de dados frios e calculistas em estmulos ao pensamento e soluo de problemas individuais e coletivos? Como fazer para que os jogos voltem a ser uma forma vlida de lidar com os problemas mais srios da vida das pessoas e dos grupos que formam as sociedades contemporneas? Aguardemos que novos programadores programadores livres apresentem suas sugestes, e ajudem a mudar as perspectivas e os rumos das nossas ideologias e polticas de informao.

ORLANDO LOPES pesquisador no Ncleo de Estudos em Tecnologias de Gesto e Subjetividades do PPGAdmin/UFES e Consultor para o desenvolvimento de Projetos em Responsabilidade Cultural e Social.

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CAPA MOS AO ALTO! DIVERSO COM SMOKIN' GUNS

Mos ao alto! Diverso com Smokin' GunsPor Salvador Lucas Domiciano de OliveiraDIVULGAO

Breve descrio do jogoLogo quando voc inicia o jogo uma pequena introduo em vdeo te d uma pequena ideia do que te espera no mundo de Smokin' Guns. Em Smokin' Guns voc sentir o verdadeiro clima do velho oeste, o jogo conta com personagens vestidos de cowboy, pequenas cidades onde so travados os confrontos e um variado arsenal de armas bem no estilo velho oeste. O jogo tem opes para multiplayer tanto online como em rede e single player com bots. A diverso mesmo fica por conta do multiplayer, jogar com bots no tem tanta graa pois eles geralmente atiram no ar e no em voc :)

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CAPA MOS AO ALTO! DIVERSO COM SMOKIN' GUNS

*Caso o jogo no abra, a causa pode ser a falta da libopenal0. Instale-a com o seguinte comando (para debian e distribuies filhas): sudo apt-get install libopenal0a

Controles do jogoComo na maioria dos fps os movimentos so feitos atravs das teclas W,A,S e D. Shift Andar furtivamente Espao Pular C Agaixar G Soltar arma R Recarregar Arma T Falar no chat Y Falar no chat do time Boto esquerdo do mouse Atirar normalmente (mais preciso) Boto direito do mouse Atirar rapidamente (menos preciso) / Acender dinamite Boto esquerdo e direito do mouse Quando estiver portando duas armas ao mesmo tempo faz com que voc atire com a arma esquerda e direita reespectivamente. Scroll do mouse Trocar arma 1, 2, 3 e 4 Troca arma pelo teclado F1 Votar a favor (quando ouver votaes) F2 Votar contra F11 Tira screenshot (vai para ~/.smokinguns/smokinguns/screenshots)

Figura 1: Cena do jogo

Tutorial de instalao (testado em debian)Primeiro baixe o jogo deste link. Agora siga as instrues para instalar o jogo.. Clique com o boto direito no arquivo e selecione Extrair aqui, ao terminar a extrao do arquivo entre na pasta extrada e clique com o boto direito no arquivo smokinguns.x86, selecione Propriedades, na aba Permisses marque a opo Permitir execuo do arquivo como um programa. Agora s dar um duplo clique no arquivo smokinguns.x86 para executar o jogo.

Figura 2: Cena do jogo

Figura 3: Cena do jogo

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CAPA MOS AO ALTO! DIVERSO COM SMOKIN' GUNS

Figura 4: Cena do jogo

Figura 6: Configurao do jogo

~ - Abre o console do jogo (para fazer comandos)

Comandos bsicos do jogo (para serem usados no console)/name NICK Troca seu nome (troque nick pelo nome desejado) /kill Sucidio (til em situaes em que ocorrem algum bug ou voc fica preso em algum lugar no cenrio) /connect x Conecta-se ao server de ip x.

- Team Deathmatch O mesmo que o deatchmatch, mas em times. - Bank Robery Roubo ao banco, similar a um CTF. O objetivo dos fora da lei roubar o pacote de dinheiro do banco e trazer at a sua base, o dos homens da lei impedir isso. - Duel 1 vs 1 o clssico duelo do velho oeste! - Round Teamplay O time que conseguir matar todos do outro time vence!

Modos de jogo- Deathmatch Mata mata, cada um por si.

Para saber mais:Site oficial do jogo Smokin' Guns http://www.smokin-guns.net/

SALVADOR LUCAS tem 15 anos, cursando o 1 ano do ensino mdio. Tambm escreve no blog www.jogos4linux.com e usa linux desde 2006, teve o primeiro contato com linux usando Kurumin.

Figura 5: Configurao do jogo

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TECNOLOGIA Como errar menos na hora de comprar um smartphone

Como errar menos na hora de comprar um smartphonePor Jomar Silva

Jomar, voc deve estar maluco... Eu no quero saber como errar menos, quero saber como acertar de primeira ! Pois , por isso mesmo que eu resolvi escrever este artigo, pois smartphone igualzinho religio: cada um tem o seu preferido e fim de papo, por isso, quero deixar aqui algumas dicas que vo te ajudar a errar menos na hora de escolher seu primeiro smartphone (primeiro ??? sim, acredite: voc ter uns trs ou quatro at a comear a entender o que e o que no importante para voc em um smartphone).Revista Esprito Livre | Janeiro 2010 | http://revista.espiritolivre.org

Quem me conhece sabe da minha paixo por eletrnicos em geral, e desde que comprei meu primeiro Palm Pilot, em 1997 (se no me falha a memria), no consegui mais passar um dia sem usar um PDA. Na verdade eu at tentei durante algum tempo usar agenda de papel e bloco de anotaes como uma pessoa normal, mas a correria acabou me fazendo abandonar a ideia (idem para as agendas no computador, pois elas nunca esto mo quando eu preciso saber se estou livre em uma determinada data).

DIVULG A

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TECNOLOGIA Como errar menos na hora de comprar um smartphone

Durante os ltimos anos, eu tive alguns smartphones e passei tempo suficiente com cada um deles para saber o que presta e o que no presta em cada um (hoje eu escrevo reviews de smartphones para um portal, mas como passamos 15 ou 20 dias com um smartphone para poder escrever e como este perodo curto, normalmente tudo perfeito com qualquer um deles). A Internet hoje nossa aliada na hora de definir qualquer compra, mas os materiais publicitrios disponveis na rede costumam nos confundir bastante (e reviews pagos ento, nem me fale). Buscar em Fruns pode ser coisa de maluco, pois voc encontra normalmente uma legio de apaixonados pelo equipamento, mesmo que ele seja uma bela porcaria. Por isso mesmo, muito importante o direcionamento da sua busca por informaes com base em critrios muito bem estabelecidos. Antes de comprar um smartphone, defina os seus critrios de forma bem clara e objetiva e sugiro que voc faa esta anlise em cinco partes: Conectividade, Aplicaes, Estabilidade, Bateria e Expansibilidade. Ningum, em s conscincia, compra um smartphone para usa-lo desconectado da Internet, ento sugiro comear a definio de critrios por a. Sendo mais especfico, olhe para o preo que cobrado pelo

A Internet hoje nossa aliada na hora de definir qualquer compra, mas os materiais publicitrios disponveis na rede costumam nos confundir bastante...Jomar Silva

trfego de dados da sua operadora (ou das concorrentes dela), pois nada vai adiantar voc comprar um super smartphone com 3G se no tiver dinheiro para pagar a conta do trfego de dados a 1MBps... se este for o seu caso, um smartphone com EDGE (2G) pode ser bem mais til e certamente ser mais barato. A existncia de wifi em smartphones sem dvida um diferencial, principalmente para quem viaja muito, mas ainda assim, importante lembrar que wifi normalmente enxuga a bateria dos smartphones, e redes abertas com qualidade so muito raras de se encontrar por a (e polticas de acesso redes wifi corporativas normalmente no permitem a utilizao de smartphones nestes ambientes). O que eu aprendi nos ltimos tempos, que nos smartphones mais importante a estabilidade da sua conexo do que a velocidade dela (se um dia o Skype chegar de fato aos smartphones isso vai

mudar, mas por hora, o mximo de velocidade que se utiliza mesmo para assistir vdeos no YouTube ou ouvir rdios online, duas tarefas que no so assim to teis e corriqueiras no dia a dia). Na pior das hipteses, voc deixa o contedo que precisa ou deseja acessar baixando e coloca o celular no bolso. Meu smartphone atual tem wifi e, como viajo muito, ele j me salvou em algumas situaes fora do Brasil, mas normalmente eu s uso o wifi mesmo para turbinar a navegao quando estou em casa, com preguia de ligar o computador para ver um vdeo no YouTube. Falando ainda de conectividade, muito cuidado com os planos ilimitados das operadoras, pois normalmente estes planos so ilimitados apenas no nome (leia sempre as letrinhas midas do seu contrato). Smartphones produzidos pela RIM (BlackBerry), tm sempre um plano de acesso a da