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 21/7/2010 1 55ª Reunião Técnica Anual do Milho 38ª Reunião Técnica Anual do Sorgo 19 a 21 de Julho de 2010 (Va caria, RS) Qualidade de grãos de milho Prof. Christian Bredemeier  Composição do grão de milho Endosperma Proteína 9% Óleo 4%  Açu cares 1,7% Minerais 1%  Amid o 61%  Águ a 15% Embrião De feit os qu e afetam a grãos de milho Grãos ardidos São grãos ou pedaços de grãos alterados em sua coloração característica ou fermenta dos em mais de 25% de sua área total. CAUSAS: - Alta umidade dos grãos -Altas temperaturas na secagem - Atraso na colheita - Seme adura tardia (Dez, Jan) Grãos carunchados Sãogrãos ou pedaços de grãos perfurados ou infest ados por inse tos vivos ou m o rt o s. CAUSAS: - Desinfesta ção ineficiente dos locais de armazenamento - Alta temperatura do ar nos armazéns e silos - Inade quada limpeza e higienizaçã o dos s ilos Grãos germinados (brotados) São grãos ou pedaços de grãos que apresenta m germinação visível em maior ou menor grau. CAUSAS: - Alta umidade relativa do ar - Lenta seca gem das espigas a campo, atraso na colheita - Alto teor de umidade nos grãos e chuvas na colheita - Seme adura tardia

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21/7/2010

1

55ª Reunião Técnica Anual do Milho38ª Reunião Técnica Anual do Sorgo19 a 21 de Julho de 2010 (Vacaria, RS)

Qualidade de grãosde milho

Prof. Christian Bredemeier

Composição do grão de milho

Endosperma

Proteína9%

Óleo4%

Açucares1,7% Minerais

1%

Amido61%

Água15%

Embrião

Defeitos que afetam a

grãos de milho

Grãos ardidos

São grãos ou pedaços degrãos alterados em suacoloração característica oufermentados em mais de25% de sua área total.

CAUSAS:

- Alta umidade dos grãos

- Altas temperaturas nasecagem- Atraso na colheita- Semeadura tardia(Dez, Jan)

Grãos carunchados

São grãos ou pedaços degrãos perfurados ouinfestados por insetosvivos ou mortos.

CAUSAS:

- Desinfestação ineficientedos locais dearmazenamento- Alta temperatura do ar nosarmazéns e silos- Inadequada limpeza ehigienização dos silos

Grãos germinados (brotados)

São grãos ou pedaços degrãos que apresentamgerminação visível emmaior ou menor grau.

CAUSAS:

- Alta umidade relativado ar- Lenta secagem dasespigas a campo, atraso nacolheita- Alto teor de umidade nosgrãos e chuvas na colheita- Semeadura tardia

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Grãos quebrados

Pedaços de grãos sadiosque ficam retidos napeneira de crivos circularesde 5 mm de diâmetro.

CAUSAS:

- Má regulagem dacolhedora- Baixa umidade dos grãosno momento de colheita- Presença de insetos nointerior dos grãos

Grãos mofados

Grãos inteiros ou quebra-dos que apresentam, no

todo ou em uma parte,fungos (bolor) visíveis aolho nu.

CAUSAS:

- Más condições dearmazenamento- Alta umidade do ar e dosgrãos, temperaturaselevadas- Ocorrência de moléstias einsetos na lavoura e grãos- Atraso na colheita

Grãos chochos

Grãos com pequeno acúmulode reservas. Apresentamaspecto enrugado, comdensidade menor que a dogrão normal.

CAUSAS:

- Deficiência hídrica ounutricional- Frio ou calor excessivo nafase de formação de grãos- Presença de moléstias einsetos na planta- Manejo deficiente

Insetos vivos

De forma geral, empresasprodutoras de rações nãorecebem milho contendoinsetos vivos.

Potencializam o

Caruncho

a aquede fungos

 

Besouro castanho Besouro

Insetos vivos

Caruncho (Sitophilus zeamais) 

Insetos vivos

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Presença de micotoxinas

Substâncias químicasproduzidas por fungos

sobre os grãosTóxicas ao homem eAnimais

Grãos de milho atacados por Penicillium spp.

Grão sadio

Situação ideal: ausência !!!

Micotoxinas

Tipo de micotoxina → tipo de fungo

condições ambientais

Aflatoxinas: Aspergillus flavus Ocratoxinas: Aspergillus spp.Zearalenona: Fusarium graminearum Deoxinivalenol (DON): Fusarium graminearum Fumonisinas: Fusarium moniliforme 

Micotoxinas

Aflatoxinas: Aspergillus flavus 

- Ação carcinogênica e mutagênica - Hepatotoxicidade - Sistema imunológico - Perda de peso - Redução na produção de ovos ...

Micotoxinas

 

Fonte: Prof. Carlos Mallmann (UFSM)

Fonte: Prof. Carlos Mallmann (UFSM) Aflatoxinas emSuínos

Fonte: Prof. Carlos Mallmann (UFSM)

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LESÕES HEPÁTICAS E CONCENTRAÇÕES DE FUMONISINAS NA RAÇÃO DAS AVES Pulmão - SuínosFonte: Prof. Carlos Mallmann(UFSM)

Aflatoxinas emPerus

Fonte: Prof. Carlos Mallmann (UFSM)

Aflatoxinas: Aspergillus flavus 

Micotoxinas

Zearalenona, DON: Fusarium graminearum 

- Hiperestrogenismo - Atrofia do aparelho reprodutor - Imunosupressão - Infertilidade 

Zearalenona, DON: Fusarium graminearum 

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Micotoxinas

Fumonisinas: Fusarium moniliforme 

- Efeitos nefro e neurotóxicos - Hepatotoxicidade 

Fumonisinas: Fusarium moniliforme 

Diplodiol, diplodiatoxina: Stenocarpella maydis Micotoxinas

Fatores que determinam contaminação:

• Excesso de umidade na colheita earmazenamento

• Temperaturas extremas• ,• Práticas de colheita inadequadas

• Infestação de insetos

Níveis máximos de aflatoxinas

- Portaria MAARA no 183 (21/03/1996) - MAALimite de 20 μg/kg (20 ppb) para aflatoxinas

(AFB1+AFB2+AFG1+AFG2) em alimentos.

- Resolução RDC no 274, da ANVISA15/10/2002 Ministério da Saúde 

 

Limite de 20 μg/kg (20 ppb) para aflatoxinas

(AFB1+AFB2+AFG1+AFG2) em milho em

grão (inteiro, partido, amassado, moído,

farinhas e sêmolas)

Limite de 0,5 μg/L no leite fluído e o limite

de 5,0 μg/L no leite em pó para a aflatoxina

M1.

Micotoxinas

Padrões de tolerância para micotoxinasem grãos de milho

MicotoxinaTolerância

máxima1

 

Aflatoxinas 20Zearalenona 100 a 500Deoxinivalenol (DON) 100 a 1000Ocratoxina A 50Fumonisinas 1000 a 5000

ppb = partes por bilhão

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Micotoxinas

Micotoxina

Total de amostras Amostras contaminadas

Média Média

Incidência média de micotoxinas em amostras de milho oriundas do RS- Série histórica 1986-2006 -

Fonte: Prof. Carlos A. Mallmann (UFSM)

n(ppb)

n(ppb)

Aflatoxinas 30.314 13,9 13.027 42,9 32,42

Zearalenona 27.847 36,6 2.546 9,1 400,4

Fumonisinas2

2.593 376,0 1.013 39,0 1.031,7

Ocratoxina A 8.901 0,6 265 3,0 19,9

DON3

4.128 220,9 1.536 37,2 593,8

Fungos

- Alteração na coloração (descoloração)

- Alteração no odor e palatabilidade dos grãos

- Redução na quantidade de amido

-  

Características dos grãos

Grãos inteiros e sadios, bemformados, não germinados, nãoardidos e livres de micotoxinas. Padrões de qualidade

(uso em rações)

Padrões de qualidade

Ministério da Agricultura: Portaria no 845 (1976)Portaria no 11 (1996)

Classificação:•  • CLASSES (coloração)• TIPOS (qualidade)

Padrões de qualidade

a) GRUPOS (de acordo com a dureza dos grãos)

Duro, mole, semiduro

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Grão mole (farináceo)

Grão dentado

Grão duro

 

Características dos grãos

Monogástricos

- Dureza: de forma geral, não há preferência- Coloração: exigência variável entre empresas

β

 

-caroteno

Padrões de qualidade

b) CLASSES (de acordo com a coloração dos grãos)

Coloração de suas camadas externas, como opericarpo e a camada de aleurona.

Padrões de qualidade

c) TIPOS (de acordo com a qualidade dos grãos)

Tolerâncias máximasAvariados 

(% em peso) 

TiposUmidade 

%

Matériasestranhas e

  Total%

Ardidos ebrotados 

 

impurezas (%) 

(% máxima)

1 14,5 1,5 11 32 14,5 2,0 18 63 14,5 3,0 27 10

Avariados: grãos chochos, imaturos, atacados por insetos, fermentados

 

Tolerâncias máximasAvariados 

(% em peso) 

TiposUmidade 

(%)

Matériasestranhas eimpurezas 

(%) 

Total(%)

Ardidos ebrotados 

(% máxima)

1 14,5 1,5 11 3, ,

3 14,5 3,0 27 10

Umidade: 14%Impurezas: máximo de 1% (elevada: cargas não aceitas)Aflatoxinas: máximo de 20 ppb. O ideal é sua ausênciaGrãos quebrados: máximo de 9% a sem limite, conforme a empresaGrãos carunchados: máximo de 1 a 4%, conforme a empresaPeso específico: ao redor de 720 kg/m3

Grãos ardidos + mofados + germinados: máximo de 6%

Manejo para melhoriada qualidade de grãos

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Manejo para melhoria da qualidade de grãos

a) Rotação/sucessão cultural

- Fusarium moniliforme, F. graminearum 

- Objetivo: redução da fonte de inóculo

 

Micotoxinas: Zearalenona, DON (Fusarium graminearum ) Micotoxinas: Fumonisinas (Fusarium moniliforme )

Manejo para melhoria da qualidade de grãos

b) Época de semeadura

- Semeadura do “cedo” (Ago, Set)Secagem mais rápida dos grãos a campoMenor germinação na espiga

 

- Semeadura da “safrinha” (Jan, Fev)Formação e secagem dos grãos:

↓ oT e ↑ Umidade do ar, chuvas na colheitaGerminação na espiga, fungos, insetosAumento do acamamento/quebra de plantasMaior incidência de pragas (lagartas)

Aflatoxinas: Aspergillus flavus 

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Manejo para melhoria da qualidade de grãos

c) Adubação – Fertilidade do solo

- Deficiência de N:↑ AflatoxinasAfeta composição nutricional

 

 

Manejo para melhoria da qualidade de grãos

EEA/UFRGS (Prof. Paulo Regis F. da Silva)

Sem N 120 kg N ha-1

Manejo para melhoria da qualidade de grãos Manejo para melhoria da qualidade de grãos

d) Escolha do genótipo

- Diferenças entre genótipos em relação aodesenvolvimento de fungos e produção de micotoxinas

Alta concentração de ácidos graxos (Ac. linoléico)e da enzima lipoxigenase

 

- Grãos duros (?) e bom empalhamento da espiga- Transgenia (Milho Bt )

Grão mole (farináceo)

Grão dentado

Grão duro

 

Manejo para melhoria da qualidade de grãos

e) Água – Umidade do solo

- Estresse hídrico:↑ Lagarta da espiga (Helicoverpa zeae )Maior produção de micotoxinas

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Manejo para melhoria da qualidade de grãos Manejo para melhoria da qualidade de grãos

Deficiência hídricano florescimento

Com irrigação

Manejo para melhoria da qualidade de grãos

f) Controle de pragas

- Lagarta da espiga (Helicoverpa zeae )- Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda )

 

Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda )

Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda ) Lagarta do cartucho

(Spodoptera frugiperda )

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Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda ) Lagarta da espiga (Helicoverpa zea )

Lagarta da espiga (Helicoverpa zea ) Lagarta da espiga (Helicoverpa zea )

Lagarta da espiga (Helicoverpa zea ) Lagarta da espiga (Helicoverpa zea )

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Lagarta da espiga (Helicoverpa zea ) Lagarta da espiga (Helicoverpa zea )

Lagarta da espiga (Helicoverpa zea ) Lagarta da espiga(Helicoverpa zea )

Manejo para melhoria da qualidade de grãos

f) Controle de pragas

• Aumento no número de grãos danificados• Formação de “galerias” na espiga• Maior quebra de grãos•  

 

micotoxinas

Manejo para melhoria da qualidade de grãos

g) Controle de moléstias

- Redução no número, peso e qualidade dos grãos- Composição química alterada e baixa qualidade

nutritiva-

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Manejo para melhoria da qualidade de grãos

g) Controle de moléstias

Manejo para melhoria da qualidade de grãos

h) Manejo da colheita

- Momento (época) da colheita

1) Colheita ideal: 16-20% umidade 

2) Secagem na lavoura até 12-14%:Qualidade dependerá das condições do

ambiente neste período3) Após secagem, atraso na colheita:

Exposição dos grãos a insetos e fungosVariações de temperatura e umidadeGerminação de grãos na espigaAcamamento e quebra de plantas

Gorgulho dos cereais (Sitophilus zeamais ) Manejo para melhoria da qualidade de grãos

h) Manejo da colheita

- Colheita mecanizada

Evitar grãos quebrados e com fissuras 

Exposição dos grãos a esporos de fungos

Manejo para melhoria da qualidade de grãos

i) Manejo do armazenamento

- Ponto crítico na cadeia produtiva- Prevenção da ocorrência de fungos e insetos:

Secagem imediata, se necessárioSecagem inadequada: grãos ardidosEvitar altas temperaturas: trincamento dos grãosEvitar danos físicos nos grãosControle de insetosControle das condições de armazenamentoRemoção de impurezas e grãos quebradosLimpeza/higienização de silos e armazénsMIPGrãos

Gorgulho dos cereais (Sitophilus zeamais )

Danos físicos aos grãosAumento da umidade etemperatura

Meio favorável àdisseminação de fungos

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Traça dos cereais (Ephestia kuehniella e Ephestia elutella )

E. elutella (larvas)

E. elutella (adulto)

Manejo para melhoria da qualidade de grãos

 

Alta umidade e temperatura elevada na massa de grãosTempo de espera para secagem

Qualidade de grãos de milho

Conceito de obtenção de “qualidade” de grãos:

PlanejamentoEscolha do genótipoCondução da lavoura

ColheitaTransporteArmazenamentoIndustrialização

Considerações finais

• Cada forma de uso do milho exige

características próprias dos grãos para

maximizar o seu aproveitamento

• Valorização do produto está intimamente

associada à sua qualidade

• Estabelecimento de parâmetros de qualidade

Obrigado pela atenção

Christian Bredemeier

55ª Reunião Técnica Anual do Milho38ª Reunião Técnica Anual do Sorgo

19 a 21 de Julho de 2010 (Vacaria, RS)

Departamento de Plantas de LavouraUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

[email protected]