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Tutela do Patrimônio Genético (Tutorship of the Genetic Patrimony)
Luís Paulo Sirvinskas
Procurador de Justiça, mestre e doutor pela PUC-SP
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“Haverá um dia em que o homem conhecerá o íntimo dos
animais. Nesse dia, então, todo crime cometido contra um animal será considerado um crime contra a humanidade” (Leonardo da Vinci).
“A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem” (Arthur Schopenhauer)
“Primeiro foi necessário civilizar o homem em relação ao próprio homem. Agora é necessário civilizar o homem em relação à natureza e aos animais” (Victor Hugo)
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1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, que se dará publicidade;
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade.
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LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL: Flora – Lei 12.651, de 25-05-2012 (Código Florestal), Lei 9.985, de 18-7-2000 (Unidades
de Conservação), Lei 11.428, de 22-12-2006 (Bioma Mata Atlântica), Lei 11.284, de 2-3-2006 (Floresta Pública).
Fauna – Lei 5.197, de 3-1-1967 (Lei de proteção à fauna – antiga lei de caça), Leis
11.958, de 26-6-2009, e 11.959, de 29-6-2009, disciplinam à pesca, Decreto-Lei n. 221, de 28-2-1967 (proteção e estímulo a pesca) e Lei 7.643, de 18-12-1987 (pesca de cetáceos).
Biodiversidade –Decreto 4.339, de 22-8-2002, dispõe sobre a Política Nacional da Biodiversidade e Protocolo de Nagoya sobre Biodiversidade, de 29-10-2010.
Patrimônio genético – Lei 11.105, de 24-3-2005 (estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam OGM e seus derivados, cria o CNBS, reestrutura a CTNBio e dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança – PNB).
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2. CONCEITOS RELEVANTES: Patrimônio genético – é o conjunto de seres vivos que habitam o planeta
Terra.
OGM – é o material genético (ADN/ARN) que tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética (art. 3º, V, da Lei 11.105/05).
Engenharia genética – é a ciência que estuda o patrimônio genético e a biodiversidade existente no meio ambiente, consubstanciada no exercício da atividade de produção e manipulação de moléculas de ADN/ARN (material genético que contém informações dos caracteres hereditários transmissíveis à descendência (art. 3º, II, da Lei 11.105/05). Tais moléculas são manipuladas fora das células vivas mediante a modificação de segmentos de ADN/ARN natural ou sintético e que possam se multiplicar em uma célula viva... (art. 3º, III, Lei 11-105/05).
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Projeto Genoma – teve por finalidade catalogar todos os genes da espécie
humana para armazenar em um banco de dados e começar as pesquisas de cada um dos genes que constitui o cromossomo.
Biotecnologia – é a técnica empregada por cientistas, biólogos e engenheiros na realização de pesquisas em organismos vivos existentes no meio ambiente para melhoria das plantas e dos animais, tornando-os mais resistentes aos herbicidas, no primeiro caso, e mais produtivos, no segundo, beneficiando os setores da pecuária, agricultura, indústrias químicas e farmacêuticas etc.
Biossegurança – é o conjunto de normas legais e regulamentares que estabelecem critérios e técnicas para a manipulação genética, no sentido de evitar danos ao meio ambiente e à saúde humana (CNBS, CTNBio e CIBio).
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Bioética – é a ciência que procura examinar a conduta desses
cientistas, pesquisadores, engenheiros e biólogos nas suas atividades relacionadas à manipulação genética. É o estudo da moralidade da conduta dos responsáveis por essas pesquisas dentro das ciências, e objetiva analisar a licitude de seus atos.
Biodireito – é a ciência jurídica que estuda as normas aplicáveis à bioética e à biogenética, tendo a vida como objeto principal, não podendo a verdade científica sobrepor-se à ética e ao direito, nem sequer acobertar, a pretexto do progresso científico, crimes contra a dignidade humana, nem estabelecer os destinos da humanidade.
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3. BENEFÍCIOS E RISCOS CAUSADOS PELA ENGENHARIA GENÉTICA
ALGUNS BENEFÍCIOS
produção de carne mais nutritiva e com menos gordura;
aumento da produtividade na lavoura;
criação de animais geneticamente modificados para serem utilizados em transplantes sem que haja rejeição;
terapia gênica, consistente na retirada de genes humanos defeituosos para serem reparados e recolocados nos organismos do paciente;
detecção de enfermidades hereditárias no embrião .
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ALGUNS RISCOS:
Quais as reais consequências, a longo prazo, das transformações
biotecnológicas? Quais os efeitos que, no futuro, poderão advir das mutações genéticas
artificiais, praticadas em laboratório, em animais e plantas? Quais os riscos que o meio ambiente poderá sofrer com a introdução dessa
civilização transgênica ou com a criação de organismos geneticamente modificados?
DIANTE DISSO:
Toda liberação ou descarte de OGM ao meio ambiente deve ser precedida de prévio estudo de impacto ambiental, adotando-se o princípio da prevenção (da precaução ou da cautela – art. 1º da Lei 11.105/05).
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4. LEI N. 11.105/2005 (lei de natureza mista) O art. 1º estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, cultivo, produção, manipulação, transporte, transferência, importação, exportação, OGM e seus derivados armazenamento, pesquisa, comercialização, consumo, liberação e descarte
Objetivo ou diretriz - estimular o avanço científico na área de biossegurança e
biotecnologia, proteção à vida e a saúde humana, animal e vegetal
Princípio da precaução – meio ambiente
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5. EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES DE ENGENHARIA GENÉTICA As atividades e os projetos que envolvam OGM e seus derivados, relacionados ao
ensino com manipulação de organismos vivos, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico e à produção industrial, ficam restritos ao âmbito de entidades de direito público ou privado, que serão responsáveis pela obediência aos preceitos da Lei 11.105/2005 e de sua regulamentação, bem como pelas eventuais consequências ou efeitos advindos de seu descumprimento (art. 2º).
Somente pessoa jurídica de direito público ou privado. As atividades e projetos são vedados a pessoas físicas enquanto agentes autônomos independentes, mesmo que mantenham vínculo empregatício ou qualquer outro com pessoas jurídicas (art. 2º, § 2º, da Lei 11.105/2005).
Todas as organizações públicas e privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais, financiadoras ou patrocinadoras de atividades ou projetos deverão exigir o Certificado de Qualidade em Biossegurança (CQB), nos termos do art. 14, XI, da Lei 11.105/2005, sob pena de se tornarem corresponsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento da Lei 11.105/2005 ou de sua regulamentação (art. 2º, § 4º, da Lei 11.105/2005).
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6. FISCALIZAÇÃO E ENGENHARIA GENÉTICA
A fiscalização das entidades que realizam atividades e projetos relacionados com OGM é dos órgãos e entidades competentes do Ministério da Saúde, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Pesca e Aquicultura , entre outras atribuições, no campo de suas competências, observadas a decisão técnica da CTNBio, as deliberações do CNBS e os mecanismos estabelecidos na Lei 11.105/2005 e na sua regulamentação (art. 16, caput, da Lei 11.105/2005).
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7. REGISTRO DOS PRODUTOS QUE UTILIZAM OGM E
AUTORIZAÇÃO PARA DESCARTE
Os produtos e atividades que utilizam OGM e seus derivados destinados ao uso animal, na agricultura, pecuária, agroindústria e áreas afins, dependerão de registro ou autorização.
O registro, ou a autorização, será emitido, após manifestação favorável da CTNBio, ou do CNBS, em caso de avocação ou recurso, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, órgãos competentes do Ministério da Saúde, do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Pesca e Aquicultura (art. 16, § 1º, I a IV, da Lei 11.105/2005).
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8. ATIVIDADES NÃO INCLUÍDAS NA LEI 11.105/05
Não está incluído na categoria de OGM o resultante de técnicas que impliquem a introdução direta, num organismo, de material hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de ADN/ARN recombinante ou OGM, inclusive fecundação in vitro, conjugação, transdução, transformação, indução poliploide e qualquer outro processo natural (art. 3º, § 1º, da Lei 11.105/2005).
Também não se inclui na categoria de derivado de OGM a substância pura, quimicamente definida, obtida por meio de processos biológicos e que não contenha OGM, proteína heteróloga ou ADN recombinante (art. 3º, § 2º, da Lei 11.105/2005).
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9. RESTRIÇÕES DAS ATIVIDADES RELACIONADAS COM OGM
Ler art. 6º, I a VI e parágrafo único, da Lei 11.105/2005. Clonagem é o processo genético para a criação de um clone. Clone, por sua
vez, é o conjunto de pessoas, animais ou plantas originadas da multiplicação assexuada.
A lei veda a clonagem humana (art. 6º, IV, da Lei 11.105/2005). Fica, assim, vedado o clone humano.
Note-se, contudo, que as restrições das atividades citadas regem-se, essencialmente, pelo princípio da ética, entre outros princípios apontados. Esse princípio, como já vimos, está relacionado com a bioética, a ciência que estuda a moralidade da conduta humana, in casu, dos responsáveis pela manipulação genética dos organismos vivos.
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10. MONITORAMENTO DAS ATIVIDADES RELACIONADAS COM OGM
Como vimos, caberá aos órgãos públicos do Ministério da Saúde, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Pesca e Aquicultura realizar o monitoramento de todas as atividades de pesquisa de OGM e seus derivados.
Monitoramento é o procedimento de análise permanente das atividades e projetos, incluindo as pesquisas científicas, relacionadas a organismos geneticamente modificados (art. 16, I, da Lei 11.105/2005).
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11. CONSELHO NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA – CNBS
O Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) é o órgão superior ao CTNBio e ao CIBio,
podendo, em grau de recurso ou por avocação do processo, tomar decisões definitivas. Trata-se de órgão criado para dar assessoria à Presidência da República no que tange à implementação da Política Nacional de Biossegurança (PNB). Sua competência não fica restrita somente à apreciação dos recursos, mas também poderá analisar os pedidos de liberação das atividades e produtos OGM e seus derivados para fins comerciais, tendo-se por base o princípio da precaução (art. 1º da Lei 11.105/2005).
Constituído por 11 ministérios: Casa Civil, Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Agrário, Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Justiça, Saúde, Meio Ambiente, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Relações Exteriores, Defesa e Pesca e Aquicultura.
Instalação: seis membros. Atribuições (art. 8º) Órgão eminentemente político (decisão política)
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12. COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA – CTNBio
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) está vinculada ao Conselho Nacional
de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia. Trata-se de instância colegiada multidisciplinar, com a finalidade de prestar apoio técnico-consultivo e de assessoramento ao governo federal na formulação, atualização e implementação da Política Nacional de Biossegurança (PNB) relativa a OGM. (art. 13 da Lei 11.105/2005).
Subcomissões setoriais permanentes e extraordinárias. Permanente: saúde humana, animal, vegetal e ambiental.
Constituição: 27 membros (notório saber em cada área).
Mandato: 2 anos reconduzidos por mais dois períodos consecutivos.
Instalação: 14 membros Atribuições (art. 14). Órgão técnico (decisão técnica)
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13. COMISSÃO INTERNA DE BIOSSEGURANÇA – CIBio
A Comissão Interna de Biossegurança (CIBio) tem por incumbência adotar as medidas necessárias de segurança no interior de cada instituição ou entidades que manipulem OGM e avaliar os eventuais riscos dessas atividades para a comunidade e para o meio ambiente.
A entidade deverá indicar um técnico responsável para cada projeto específico (art. 17 da Lei 11.105/05).
Atribuições: manter informados os trabalhadores e demais membros da coletividade sobre os riscos da atividade (art. 18 da Lei 11.105/05)
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14. DIREITO À INFORMAÇÃO
O público tem o direito de receber as informações necessárias dos riscos a que está submetido em caso de liberação ou descarte de OGM ao meio ambiente, podendo, inclusive, externar seu inconformismo sobre a concessão da autorização, se for o caso, mediante audiências públicas, garantindo-se participação da sociedade civil, na forma do regulamento (art. 15 da Lei 11.105/2005).
Se a liberação ou o descarte de OGM e seus derivados causar potencial degradação ambiental, a CTNBio deverá exigir o estudo prévio de impacto ambiental (EPIA) e o seu respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA) para avaliar os riscos e adotar as medidas adequadas para minimizar ou evitar eventuais danos causados ao meio ambiente.
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15. DESCUMPRIMENTO DESTAS NORMAS GERAM AS SEGUINTES
PUNIÇÕES:
A) administrativa (arts. 21 a 23 da Lei 11.105/05)
B) penais (arts. 24 a 29 da Lei 11.105/05) e
C) civis (art. 20 da Lei 11.105/05)
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16. CASUÍSTICAS
Estado de São Paulo veda sacrifício desnecessário de animais sadios (Lei estadual
12.916, 16-4-2008). Procedimentos cirúrgicos em animais de produção e silvestres e cirurgias estéticas
mutilantes em pequenos animais (Res. 877, de 15-2-2008, CFMV). Código Paulista de Proteção dos Animais (Lei 11.977, de 25-8-2005). Maus-tratos de animais utilizados em circos (jurisprudência) Outras modalidades (farra do boi, tourada, rodeio, vaquejada, rinha, carreira de
“boi cangado”). Abatedouro e outros exemplos Sacrifício de animais em rituais, cultos e liturgias de religiões afro-brasileiras Vivissecção, experimentação e pesquisas com animais vivos Tráfico de animais silvestres Outra causa de extinção da fauna - Mudança climática e MP e a fauna
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Esta palestra está fundamentada nos seguintes
livros do autor:
Manual de direito ambiental, 11ª ed., Saraiva, 2013; e
Legislação de direito ambiental, 8ª, ed., Rideel, 2013.
Obrigado.
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