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A perspetiva de um(a) Paixão pelo Ensino e Aprendizagem Relatório de Estágio Profissional Relatório de Estágio Profissional apresentado com vista à obtenção do 2º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário ao abrigo do decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e do decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro. Orientador: Professora Doutora Paula Queirós Telmo Nunes Paixão Porto, julho de 2018

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A perspetiva de um(a) Paixão pelo Ensino e

Aprendizagem

Relatório de Estágio Profissional

Relatório de Estágio Profissional

apresentado com vista à obtenção do 2º

ciclo de Estudos conducente ao grau de

Mestre em Ensino de Educação Física

nos Ensinos Básico e Secundário ao

abrigo do decreto-lei nº 74/2006 de 24 de

março e do decreto-lei nº 43/2007 de 22

de fevereiro.

Orientador: Professora Doutora Paula Queirós

Telmo Nunes Paixão

Porto, julho de 2018

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II

Ficha de Catalogação

Paixão, T. (2018). A perspetiva de um(a) Paixão pelo Ensino e

Aprendizagem: Relatório de Estágio Profissional. Porto: T. Paixão. Relatório de

Estágio profissional para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação

Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto

da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: RELATÓRIO DE ESTÁGIO, ESTÁGIO

PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, PRÁTICA PEDAGÓGICA,

PROFESSOR REFLEXIVO.

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III

AGRADECIMENTOS

À Professora Doutora Paula Queirós, pela prontidão no acolhimento,

disponibilidade e orientação constante, bem como a motivação para a conclusão

da minha formação enquanto professor.

Aos colegas do núcleo de estágio Ricardo Santos e João Valente pela

partilha e amizade demonstrados ao longo do ano.

À Professora Cooperante, Professora Mestre Dárida Castro, por tudo o

que foi para mim. Um exemplo de profissionalismo, vigor, garra, saber, entrega

e preocupação. Uma verdadeira amiga.

À Escola Básica e Secundária do Cerco por me ter recebido, como se de

um professor me tratasse.

À minha família por terem acreditado em mim durante todos estes anos e

à minha mãe por me receber em casa sempre com um sorriso.

Ao meu irmão, por acreditar sempre em mim, pela profunda e sincera

amizade que nutrimos e por estar sempre comigo de mãos dadas em todos os

momentos da minha vida.

À minha namorada, Cláudia Machado, pela simplicidade, cumplicidade,

carinho e apoio demostrado desde que nos conhecemos. Sem ti nunca

conseguiria alcançar esta (e outras) etapa da minha vida.

Aos meus amigos, que ao longo da minha vida fui conquistando, a todos

aqueles que fizeram parte da minha viagem ao longo do estágio.

Aos meus alunos, por me ensinarem, por me ajudarem a crescer e a ser

o que sou hoje.

A todos, um sincero obrigado por fazerem parte da minha vida!

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V

Índice

AGRADECIMENTOS ............................................................................. III

ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................... VII

ÍNDICE DE ANEXOS.............................................................................. IX

RESUMO ................................................................................................ XI

ABSTRACT .......................................................................................... XIII

ÍNDICE DE ABREVIATURAS .............................................................. XV

1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 1

1.1. ESTRUTURA E PROCESSO DA REALIZAÇÃO DO RELATÓRIO DE

ESTÁGIO……………. ........................................................................................ 4

2. ENQUADRAMENTO PESSOAL ...................................................... 7

2.1. REFLEXÃO AUTOBIOGRÁFICA......................................................... 9

2.2. EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO AO ESTÁGIO PROFISSIONAL .............. 11

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA - CARACTERIZAÇÃO DO

CONTEXTO DE ESTÁGIO PROFISSIONAL ................................................... 13

3.1. ENQUADRAMENTO GERAL, LEGAL, INSTITUCIONAL E OPERACIONAL . 15

3.2. CARATERIZAÇÃO DO MEIO ENVOLVENTE ....................................... 16

3.3. CARATERIZAÇÃO DA TURMA ........................................................ 17

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL, EXPERIÊNCIAS E

SIGNIFICADOS ............................................................................................... 21

4.1. ÁREA 1 – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DO ENSINO E DA

APRENDIZAGEM............................................................................................... 23

4.1.1. Um novo Início – Aculturação .............................................. 26

4.1.2. Da análise (crítica) dos Programas ao Planeamento ........... 29

4.1.2.1. Planeamento como guião do processo .............................. 34

4.1.2.2. Planeamento Anual ............................................................ 36

4.1.2.3. Planeamento das Unidades Didáticas através do Modelo de

Estrutura do Conhecimento ....................................................................... 39

4.1.2.4. O meio de concretização – Plano(s) de Aula ..................... 43

4.1.3. Realiza(ação) – Atuação, intervenção e reflexão ................ 47

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VI

4.1.3.1. Modelos de Ensino ou Instrucionais ................................... 47

4.1.3.2. Condição Física – A bateria de testes Fitnessgram VS

Treino Funcional ....................................................................................... 52

4.1.4. Avaliação ............................................................................. 56

4.2. ÁREA 2 - PARTICIPAÇÃO NA ESCOLA E RELAÇÕES COM A

COMUNIDADE… ............................................................................................... 60

4.2.1. Torneio de Futsal ................................................................. 61

4.2.2. Torneio de Voleibol – “Duplas Românticas” ......................... 62

4.2.3. Torneio de Basquetebol 3x3 ................................................ 63

4.2.4. Reuniões.............................................................................. 64

4.3. ÁREA 3 - DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL ................................ 65

4.3.1. O Professor Reflexivo – a viagem desde a formação inicial 67

5. CONCLUSÃO ................................................................................ 73

6. BIBLIOGRAFIA .............................................................................. 77

7. ANEXOS ...................................................................................... XIX

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VII

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Bateria de testes do Fitnessgram ................................................... 54

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IX

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo 1 - Planeamento Anual ...................................................................... XVII

Anexo 2 – Plano anual para o 3º ciclo ......................................................... XVIII

Anexo 3 – Roulement de Espaços ................................................................ XIX

Anexo 4 – Ficha de Perfil do aluno ................................................................. XX

Anexo 5 – Calendário Anual ......................................................................... XXII

Anexo 6 – Protocolo de Treino Funcional e Condição Física ...................... XXIII

Anexo 7 – Ficha de avaliação da aptidão física através do Treino Funcional

............................................................................................................... XXX

Anexo 8 – Cartaz do Torneio de Futsal – 2º Ciclo ...................................... XXXII

Anexo 9 – Regulamento e Quadro competitivo do Torneio de Futsal ........ XXXII

Anexo 10 – Cartaz do torneio de Voleibol “Duplas Românticas” .............. XXXVII

Anexo 11 – Ficha de Inscrição para o torneio de Voleibol ....................... XXXVIII

Anexo 12 – Regulamento Duplas Românticas .......................................... XXXIX

Anexo 13 – Calendário do Torneio de Voleibol .............................................. XLI

Anexo 14 – Ficha de jogo do Torneio de Voleibol ......................................... XLII

Anexo 15 – Croqui do Torneio de Voleibol ................................................... XLIII

Anexo 16 – Diploma para o 1º lugar do torneio de Voleibol ........................ XLIV

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XI

RESUMO

A elaboração deste documento tem como propósito realizar uma análise

reflexiva das experiências proporcionadas durante o ano 2013/2014 de estágio

profissional.

A minha prática de ensino supervisionada decorreu no Agrupamento de

Escolas do Cerco, concretamente na Escola Básica e Secundária do Cerco

situada na cidade do Porto, com uma turma pertencente ao 8º ano de

escolaridade. O núcleo de estágio era constituído por mim, o Ricardo Santos e

o João Valente (Professores estagiários da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto) por uma professora cooperante, Dárida Castro

(Professora Cooperante da Escola) e por um professor Orientador, Professor

Doutor José Virgílio (Professor-Orientador da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto). Contudo o relatório de estágio não foi elaborado no ano

de 2013/2014 tendo posteriormente assumido a orientação do mesmo a

Professora Doutora Paula Queirós.

O presente documento visa fazer uma reflexão sobre toda a prática

profissional desenvolvida durante este ano letivo e encontra-se estruturado em

cinco capítulos.

O primeiro capítulo refere-se à introdução do relatório de estágio no qual

procuro sintetizar o conteúdo a explanar. O capítulo dois, enquadramento

pessoal, visa elaborar uma reflexão acerca do meu percurso enquanto pessoa

ligada ao desporto e às minhas expetativas em relação ao Estágio Profissional.

O capítulo três diz respeito ao enquadramento da prática pedagógica em que

realizei uma caracterização do contexto do estágio profissional. No capítulo

quatro, está referida a prática profissional e as experiências vivenciadas

transversais às três áreas de desempenho (“Área 1 – Organização e Gestão do

Ensino e da Aprendizagem; Área 2 – Participação na Escola e Relações com a

comunidade e Área 3 – Desenvolvimento Profissional”) do estudante estagiário.

O capítulo cinco sintetiza o percurso enquanto professor estagiário.

PALAVRAS-CHAVE: RELATÓRIO DE ESTÁGIO, ESTÁGIO

PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, PRÁTICA PEDAGÓGICA,

PROFESSOR REFLEXIVO.

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XIII

ABSTRACT

The purpose of this document is to carry out a reflexive analysis of the

professional internship experiences provided during the year 2013/2014.

My practice of supervised teaching took place in the Cerco School Group,

specifically in Cerco Elementary and Secondary School, located in the city of

Porto, with a group belonging to the 8th year of schooling. The core of the

internship was Ricardo Santos and João Valente (Professors, University of

Porto), a cooperating teacher, Dárida Castro (Cooperating Teacher of the

School) and an Advisor, Professor Paula Queirós (Phd at Faculty of Sport of the

University of Porto). However, the report wasn´t elaborated in the year

2013/2014, and later Professor Paula Queirós assumed the orientation.

This document aims to reflect on all the professional practice developed

during that school year. It is structured in five chapters. The first chapter refers to

the introduction where I try to synthesize the content of the report. Chapter two,

personal framework, intent to reflect on my career as a person linked to the sport

and my expectations regarding the Professional Internship. Chapter three

concerns the framework of pedagogical practice, I performed a characterization

of the environment of the professional stage. In chapter four, this refers to all

professional practice and experiences lived across the three areas of

performance (“Area 1 - Organization and Management of Teaching and Learning;

Area 2 - Participation in School and Relations with the community and Area 3 -

Professional Development”) of the trainee student. Chapter five summarizes the

course as a trainee teacher.

KEYWORDS: INTERNSHIP REPORT, PROFESSIONAL INTERNSHIP,

PHYSICAL EDUCATION, PEDAGOGICAL PRACTICE, REFLECTIVE

TEACHER.

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XV

ÍNDICE DE ABREVIATURAS

ACSM – American College of Sports Medicine

E-A – Ensino-Aprendizagem

EBSC - Escola Básica e Secundária Do Cerco

EF - Educação Física

EP - Estágio Profissional

FADEUP - Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

MD – Modelo Desenvolvimental

MEC – Modelo de Estrutura do Conhecimento

MED – Modelo de Educação Desportiva

MID – Modelo de Instrução Direta

PC - Professora Cooperante

PNEF – Programa(s) Nacional(ais) de Educação Física

RE – Relatório de Estágio

TF – Treino Funcional

UD - Unidade Didática

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1. INTRODUÇÃO

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1. Introdução

O presente relatório de estágio foi realizado no âmbito do Estágio

Profissional (EP) no ano letivo de 2013/2014, do 2ºano de Mestrado em Ensino

da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Faculdade de Desporto

da Universidade do Porto (FADEUP), sendo este parte integrante do processo

de formação do Professor de Educação Física (EF).

De acordo com o regulamento da unidade curricular do presente ciclo de

estudos é “um projeto de formação do estudante com a integração do

conhecimento proposicional e prático necessário ao professor, numa

interpretação atual da relação teoria prática e contextualizando o conhecimento

no espaço escolar. O projeto de formação tem como objetivo a formação do

professor, promotor de um ensino de qualidade.” (Matos, 2017, p. 3)

Este ano de estágio, na Escola Básica e Secundária do Cerco (EBSC), no

Porto, constituiu-se como sendo uma viagem longa, mas também muito rica.

Com este documento pretendo retratar a minha evolução enquanto

profissional de EF, educador e pessoa: como profissional de EF, através das

práticas vivenciadas e dificuldades superadas nos vários domínios que

compõem o processo ensino-aprendizagem (E-A); como educador, na medida

em que é essencial imprimirmos nos alunos os valores que são amparados pela

nossa sociedade, contribuindo assim, de forma determinante, para a formação

dos mesmos enquanto pessoas; e por fim, como pessoa, pois certamente

aprendi com todas estas experiências, dificuldades vencidas e relações

estabelecidas.

O EP oferece a inclusão no exercício da vida profissional de forma gradual

e orientada, através da prática de ensino supervisionada em contexto autêntico.

Tem também como objetivo principal fortalecer as aptidões profissionais que

promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, apto a

responder aos desafios e exigências da profissão. Estas competências

profissionais, no regulamento dispõem-se nas seguintes áreas de desempenho:

Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem;

Participação na Escola e Relação com a comunidade;

Desenvolvimento profissional.

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Assim o EP assumiu-se como um período essencial na minha formação,

oferecendo um vasto leque de experiências e práticas, de modo a formar um

profissional de Ensino de EF e Desporto habilitado e apto. Um professor

competente é capaz de propagandear um ensino de competência onde a

reflexão sobre todo o procedimento E-A é insubstituível. Segundo Brubacher et

al. (1994), a autorreflexão é essencial para o professor se libertar de conceitos

absolutos, crenças e rotinas de forma a poder atualizar, aperfeiçoar e

desenvolver como professor. O autor limita três unicidades do ensino reflexivo

que modificam o objetivo de formação válido: “a prática reflexiva ajuda os

professores a libertarem-se de comportamentos impulsivos e rotineiros; a prática

reflexiva permite que os professores ajam de um modo deliberado e intencional;

a prática reflexiva distingue os professores enquanto seres humanos instruídos,

pois é um marco da ação inteligente.” (Brubacher et al., 1994, p. 25)

Assim, a reflexão constituiu-se como um recurso essencial no meu

progresso profissional, no qual tentei pôr em prática o processo de

investigação/ação/reflexão em toda a minha intervenção.

1.1. Estrutura e processo da realização do Relatório de Estágio

A estrutura do relatório de estágio (RE) seguiu as indicações normais para

o efeito. O primeiro capítulo é o da introdução no qual procuro sintetizar e

contextualizar o EP de forma abrangente e explicar o desenvolvimento do

documento.

De forma a tornar o RE um documento único e singular o segundo capítulo

refere-se à dimensão pessoal e o quanto esta influenciou o meu percurso até ao

ponto de início do EP, mas também as expectativas com que me encontrava

nesse momento. A descrição do percurso traçado reflete as vivências mais

significativas no meu trajeto académico e desportivo, mas também da minha

formação pessoal na conceção de crenças subjacentes ao meu entendimento

da profissão de professor.

O terceiro capítulo visa realizar todo o enquadramento da prática

profissional, destaco neste ponto as normas legais, operacionais e institucionais

em vigor para a sua realização; a caracterização, minuciosa, do meio envolvente

da prática pedagógica, EBSC, e a caracterização da turma e dos seus alunos.

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A realização da prática profissional compõe o capítulo 4, o mais extenso

do RE, uma vez que trata de relatar as experiências vivenciadas durante a

prática pedagógica, que durou um ano letivo. Devido a natureza diversa das

experiências este capítulo (e o próprio EP) encontra-se subdividido em 3 áreas

de desempenho da função de professor:

Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem no qual se

engloba a conceção (“projetar a atividade de ensino no quadro de uma conceção

pedagógica referenciada às condições gerais e locais da educação, às

condições imediatas da relação educativa, à especificidade da Educação Física

no currículo do aluno e às características dos alunos”), (Matos, 2017, p. 3), o

planeamento (“planificar o ensino nos três níveis, anual, unidade temática e

aula”), (Matos, 2017, p. 4), a realização (“conduzir com eficácia a realização da

aula, atuando de acordo com as tarefas didáticas e tendo em conta as diferentes

dimensões da intervenção pedagógica”, (Matos, 2017, p. 4) e a avaliação

(“utilizar as diferentes modalidades de avaliação como elemento regulador e

promotor da qualidade do ensino e da aprendizagem e da avaliação do aluno.”)

(Matos, 2017, p. 5)

Área 2 - Participação na Escola e Relações com a Comunidade do ensino

apresenta as reflexões das tarefas não letivas realizadas por mim no âmbito da

realização do EP. Nesta área procurei embrenhar-me na exploração da ligação

entre a escola, o meio e o meu desenvolvimento profissional enquanto docente.

Área 3 - Desenvolvimento Profissional, realço a importância da realização

de algumas atividades que me permitiram construir uma identidade e

conhecimento profissional através do processo de professor estagiário ao longo

de um ano letivo.

O último capítulo representa a conclusão do meu percurso de formação

académica e ao mesmo tempo o final do EP e do RE. Este pretende resumir esta

experiência intensa e gratificante.

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2. ENQUADRAMENTO PESSOAL

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2. Enquadramento Pessoal

2.1. Reflexão autobiográfica

O meu nome é Telmo Nunes Paixão, nasci no dia 15 de dezembro de

1988 em Coimbra. A minha infância e adolescência foram vividas na cidade de

Pombal, onde frequentei a Escola Primária de Pombal, a Escola EB 2º 3º

Marquês de Pombal e posteriormente a Escola Secundária de Pombal. Todos

estes locais eram muito próximos da minha residência. Devido a essa

proximidade eu passava muito do meu tempo livre (incluindo sábados e

domingos) nesses espaços, que nessa altura estavam recheados de jovens, (de

faixas etárias distintas) a jogar os mais variados jogos. Posso afirmar que muito

do que sou hoje ou que faz parte da minha formação de base foi transmitido na

rua. Durante este período (jovem adolescente e adolescente) sempre estive

muito ligado ao desporto da cidade envolvendo-me em diversas atividades.

De salientar as duas práticas em que despendi maior tempo durante esse

período, a Ginástica Acrobática e o Futebol. O Futebol foi sem dúvida a

modalidade que pratiquei durante mais tempo, e que mais me marcou ao nível

do desporto. Iniciei-me no Futebol com apenas 7 anos, passando por todos os

escalões de formação do S.C. Pombal, representando ainda, a seleção distrital

de Leiria por uma ocasião. Fui por diversas vezes capitão de equipa e destacava-

me pelo espírito competitivo, rigor, compreensão, sensibilidade e capacidade de

liderança. Já no âmbito escolar sempre fui muito participativo em todas as

atividades, (Desporto Escolar, Eleições AE, Torneios de Futebol, Ping-Pong,

angariação de fundos para viagens). Na passagem do 3º ciclo para o ensino

secundário não tive qualquer dúvida no caminho a seguir para a minha vida

académica e profissional. Ainda assim, recordo-me perfeitamente de refletir em

todos os prós e contras da minha decisão, no entanto, sem em nada a ter

alterado. Ingressei no ensino secundário no curso científico natural ramo de

desporto dando continuidade ao caminho traçado por mim, para alcançar um

saber maior sobre este fenómeno.

No 12º ano escolar e quando ainda estava no escalão de Juniores no

Futebol, foi-me proposto ser treinador adjunto de um escalão de formação, Sub.

11, do clube que representava. Ainda que muito precoce e talvez muito deficitário

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foi o primeiro contato com a profissionalização na área do desporto. Ao mesmo

tempo que era aluno e jogador era também elemento ativo num processo onde

era eu quem ensinava. Apesar de ter sido o meu primeiro contato como professor

já sentia algumas preocupações, sobretudo na área do treino, para as quais

procurava dar resposta. Lembro-me por exemplo, de fazer rascunhos de

exercícios que realizava nos meus treinos enquanto jogador e apontar os

principais objetivos dos mesmos. Também ia ver os treinos da equipa sénior e

tirava apontamentos dos exercícios e do que eles promoviam e potencializavam

em termos de jogo. Assim sendo, desde cedo sentia a necessidade de ter cada

vez mais conhecimentos, para poder dar respostas, fundamentalmente às

questões relacionadas com o treino. Ainda que fomente especial interesse nesta

área ela é circunscrita por muitas outras onde se insere o Ensino e por isso hoje

me encontro onde estou. Na linha deste pensamento Nias (cit. por Nóvoa, 1992,

p. 13) refere “O professor é a pessoa. E uma parte importante da pessoa é o

professor. Urge por isso (re)encontrar espaços de interação entre as dimensões

pessoais e profissionais, permitindo aos professores apropriar-se dos seus

processos de formação e dar-lhes um sentido no quadro das suas histórias de

vida”.

Após terminar o ensino secundário, ingressei no ensino superior, Instituto

Superior de Ciências da Saúde do Norte - CESPU no curso de Desporto. Após

concluir o 1º ano do curso de desporto nesta instituição pedi transferência para

a Faculdade de Desporto e Educação Física, atualmente FADEUP, realizando a

licenciatura em Ciências do Desporto – ramo de Natação e Futebol. No ano em

que fiz a opção de futebol (4ºano) estagiei no Sport Comércio e Salgueiros na

modalidade de futebol como treinador adjunto da equipa de Sub 11. Após esse

ano, recebi o convite para ingressar num projeto recente, desenvolvido pelo

F.C.Porto, relativo a formação de jovens jogadores de futebol “ Dragon Force”.

Após o término da licenciatura, fiquei algo indeciso com o caminho a

tomar, até que decidi ingressar no mestrado em ensino. Apesar de um futuro

incerto, escolhi não desistir do sonho de ensinar, e procurar ajudar a educação,

com a ambição de um ensino mais competente, procurando retribuir ao desporto

toda a boa influência que teve na minha formação.

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2.2. Expectativas em relação ao Estágio Profissional

Recorrendo ao documento de normas orientadoras do estágio profissional

do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em ensino da educação Física

nos ensinos básicos e secundário da FADEUP, o estágio “visa a integração no

exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, através da

prática de ensino supervisionada em contexto real, desenvolvendo as

competências profissionais que promovam nos futuros docentes um

desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências

da profissão”. (Matos, 2017, p. 3)

Pessoalmente encarei o EP como uma fonte de experiências e

desenvolvimento das minhas aprendizagens, como uma ponte e/ou a ligação da

passagem de aluno para professor, como uma mudança de atitude e aquisição

de uma nova postura. Pretendia adquirir competências pedagógicas e didáticas

aplicando os conhecimentos científicos obtidos durante os anos de faculdade.

Tal como Batista et al. (2013, p. 35), referem “além da aquisição de

conhecimentos e competências, faça apologia da reflexão crítica”, também

pretendia descobrir-me enquanto professor, tomando consciência das minhas

potencialidades e dificuldades, tornando-me um ser metódico e reflexivo, em

busca da excelência que me levasse a um ensino de qualidade.

Aprender a ser professor, atingir a tal passagem de aluno a professor, é

um processo muito mais complexo do que a simples posse de conhecimento, ou

a sua transmissão. É algo contextualizado, que necessita de vivências, de

experiências efetivas, de desafios e de obstáculos que promovam a reflexão

conducente à descoberta de estratégias, para a sua superação. Segundo Nóvoa

(1992), a formação não se constrói por acumulação (de cursos, de

conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade

crítica sobre as práticas e de (re)construção permanente de uma identidade

pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar um estatuto ao saber

da experiência. Tudo isto, só foi possível em contexto prático, na zona da ação,

ou seja, na escola. As dúvidas só surgiram neste contexto, os problemas reais

só aí se pronunciaram, e só aí, pude obter os conhecimentos inerentes à

condição de ser professor. Foi nesta base lógica que inseri e retrato o EP, uma

ferramenta única de desenvolvimento do meu “EU” enquanto professor, o início

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da minha formação para e ao longo da vida, uma interligação entre a teoria e

prática, condição esta fundamental para a criação do professor. Foi neste espaço

que procurei crescer, aprender e iniciar o caminho para a excelência enquanto

profissional da educação.

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3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA - caracterização do

contexto de Estágio Profissional

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3. Enquadramento da prática Profissional – caracterização do

contexto de Estágio Profissional

3.1. Enquadramento geral, legal, institucional e operacional

O EP está inserido no plano de estudos do segundo ano do 2º Ciclo de

Estudos de Ensino da EF nos Ensinos Básico e Secundário da FADEUP. Os

princípios decorrentes da estrutura e funcionamento do EP consideram as

orientações legais dos Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro e o Decreto-Lei

n.º79/2014 de 14 de maio.

“A pluralidade e a natureza das funções docentes remetem para a noção

de polivalência e alternância que permita um vaivém epistémico entre a teoria e

a prática. Esta compreensão servirá de linha orientadora para a elaboração do

Relatório de Estágio em que a investigação/reflexão/ação se assume como um

caminho adequado.” (Matos, 2017, p. 3)

“O estágio profissional entende-se como um projeto de formação do

estudante com a integração do conhecimento proposicional e prático necessário

ao professor, numa interpretação atual da relação teoria prática e

contextualizando o conhecimento no espaço escolar.” (Matos, 2017, p. 3) Este

tem como principal objetivo “a formação do professor, promotor de um ensino de

qualidade. Um professor reflexivo que analisa, reflete e sabe justificar o que faz

em consonância com os critérios do profissionalismo docente e o conjunto das

funções docentes entre as quais sobressaem funções letivas, de organização e

gestão, investigativas e de cooperação.” (Matos, 2017, p. 3)

Da mesma forma, e com um papel de destaque para este percurso,

reforço a importância da troca de experiências, conhecimentos e opiniões

críticas que o núcleo de estágio promoveu, principalmente na relação entre mim

e a professora cooperante (PC). Este contacto foi uma fonte de aprendizagem,

de crescimento, reflexão e solidariedade, que de uma forma direta, contribuiu

para o meu desenvolvimento em termos pessoais e profissionais.

Vários são os conceitos e definições que abarcam a escola, que dão

direito a uma imensidão de reflexões acerca do que é a instituição escola. Para

Nóvoa (1992, p. 3) “as escolas normais legitimam um saber produzido no exterior

da profissão docente, que veicula uma concepção dos professores centrada na

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difusão e na transmissão de conhecimentos; mas são também um lugar de

reflexão sobre as práticas, o que permite vislumbrar uma perspectiva dos

professores como profissionais produtores de saber e de saber-fazer.”

3.2. Caraterização do meio envolvente

Segundo Nóvoa (1995, p. 20), “a escola é encarada como uma instituição

dotada de uma autonomia relativa, como um território intermédio de decisão no

domínio educativo, que não se limita a reproduzir as normas e os valores do

macro-sistema, mas que também não pode ser exclusivamente investida como

um micro-universo dependente do jogo dos atores sociais em presença”.

Segundo esta ideia, a escola enquanto instituição deve seguir uma cultura

escolar, algo que a abarca numa perspetiva macro, em consonância com uma

cultural organizacional escolar, que é específica à realidade de cada escola.

Neste sentido, é regida por valores e cultura própria, apoiada em grande parte

no meio envolvente, na sociedade que a constitui, dentro das normas e

parâmetros gerais.

A escola é um local onde o ato de educar é salientado, com o objetivo de

dotar os sujeitos de valores e conhecimentos, de os preparar para a vida social

e de os tornar cidadãos.

O Agrupamento de Escolas do Cerco está situado na zona oriental da

cidade do Porto, freguesia de Campanhã. Esta freguesia constitui-se como uma

das mais populosas da cidade, 32.659 habitantes segundo os Censos 2011

(Instituto Nacional de Estatística, 2012, p. 111), constituída por 14 bairros sociais,

sendo uma das maiores em termos geográficos. Nesta freguesia, e ao contrário

do resto do território nacional, não se verifica a tendência para o envelhecimento

da população. De uma forma geral, a população residente nos bairros municipais

de Campanhã é mais jovem do que a média da freguesia e do concelho e

coabitam um grande número de indivíduos de comunidade cigana.

Relativamente à escolaridade, podemos constatar baixos níveis de escolaridade

da população.

Num contexto de crise económica generalizada, os problemas sociais têm

vindo a destacar-se, bem como as vulnerabilidades e riscos associados. Grande

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parte da população vive em condições económicas e socias desfavorecidas. Um

grande número de agregados familiares vive em situação insegura, com

empregos precários, com práticas de trabalho atípicas, com um rendimento

abaixo do salário mínimo nacional, dependendo de subsídios (Agrupamento de

Escolas do Cerco, 2011).

O agrupamento de Escolas do Cerco foi constituído no ano letivo 2006-

2007 e, atualmente, integra oito estabelecimentos de educação e ensino: o

Jardim de Infância de Falcão 2, as escolas básicas com educação pré-escolar

de Falcão, da Corujeira, de Nossa Senhora de Campanhã, de S. Roque da

Lameira, do Cerco e do Lagarteiro e a Escola Básica e Secundária do Cerco

(escola-sede), constituindo um dos maiores agrupamentos de escolas da cidade

do Porto, com mais de 2000 alunos, crianças, jovens e adultos. O Agrupamento

integra o Programa dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária de

terceira geração.

Em termos físicos a escola foi renovada apresentando ótimas condições,

nomeadamente para a disciplina de EF, com dois pavilhões gimnodesportivos,

um ginásio, espaços exteriores, com campos de basquetebol, pista de atletismo,

caixa de areia, campos de futsal/andebol, o que à partida permitiu a utilização

das melhores condições possíveis para a concretização das aulas.

3.3. Caraterização da turma

Este ponto tem como principal objetivo analisar os alunos, visto que estes

são os principais intervenientes do processo de E-A.

Através desta análise foi possível ajustar concretamente o processo de E-

A às caraterísticas e às necessidades dos alunos.

Devido à complexidade do processo é necessário estruturá-lo para que

seja possível os alunos compreenderem e aprenderem as variadas tarefas, tanto

ao nível da cultura desportiva, aptidão física, conceitos psicossociais e

habilidades motoras das distintas modalidades. Deste modo o professor ao

planear as suas aulas, encontra-se dependente de três fatores fundamentais,

sendo estes: o programa curricular, neste caso relativo ao 3ºCiclo, 8º ano; ao

envolvimento, ou seja, às infraestruturas e materiais existentes destinados às

aulas; por fim os agentes intervenientes, isto é, os alunos.

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Um outro fator ou fatores a ter em conta, dizem respeito aos

comportamentos e dificuldades que os alunos apresentam nas aulas. Sendo

também necessário, para tentar compreender esses fatores, perceber qual o

ambiente familiar do aluno, o meio socioeconómico onde se encontra, as suas

doenças e qual o seu dia-a-dia. Com todos estes fatores, é possível o professor

intervir mais eficazmente no processo ensino/aprendizagem de forma

individualizada, tentando ajudar, dentro das suas limitações, a superar as

dificuldades de cada aluno.

Desta forma foi fundamental recolher os diversos dados sobre os alunos,

relativos ao agregado familiar, habitação, saúde e alimentação, vida escolar,

ocupação dos tempos livres e vivências, através da ficha de caraterização dos

alunos, preenchida por estes no início do ano letivo, e também através de

conversas informais antes, durante e após as aulas.

Assim em seguida, serão apresentados alguns dados recolhidos sobre os

alunos pertencentes à turma.

A turma era constituída por 19 elementos onde 10 alunos eram do sexo

feminino e 9 do sexo masculino. Em relação ao ano de nascimento, a maioria

dos alunos, 16, nasceu no ano de 2000 e três alunos no ano de 1999.

Foi possível verificar que a constituição do agregado familiar da maioria

dos alunos consistia nos progenitores. Somente 26% dos alunos é que vivia em

situação monoparental.

Quanto a problemas de saúde foi possível aferir que a maioria dos alunos

não apresentava qualquer tipo de problema. No entanto, quatro alunos referiram

ter os seguintes problemas de saúde: Tiróide; Anca e desvios no joelho; Rins;

Miopia e Estigmatismo; Problemas cognitivos e motores;

A forma como os alunos se deslocavam para a escola era na grande

maioria através do carro ou a pé. De acordo com as informações reiteradas o

tempo despendido na viagem de casa para a escola pode ser dividido em dois

grandes grupos, os que demoravam cerca de 5 minutos e os que demoravam

entre 10 a 20 minutos no trajeto. É importante referenciar ainda que, o local de

residência dos alunos é uma informação bastante útil para o professor, não só

para ter em conta os fatores da pontualidade e assiduidade, como determinados

comportamentos e atitudes que se encontram relacionados com o ambiente

contextual onde o aluno se encontra inserido.

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Foi possível constatar que a disciplina de EF é a que aparece destaca nas

escolhas dos alunos, relativamente à disciplina que mais gostam. Relativamente

à disciplina que os alunos menos gostam, Matemática é a que aparece

destacada nas escolhas. De salientar que existiam três alunos que já tinham

reprovado.

Entre as modalidades desportivas consideradas pelos alunos como sendo

as mais difíceis, foi possível verificar que a Ginástica, o Futebol e o Atletismo

foram as que os alunos mais citaram. Enquanto as modalidades de Voleibol,

Andebol, Patins e Basquetebol foram as que os alunos consideraram mais

fáceis. Estas duas evidencias não tiveram interferência na lecionação das aulas,

uma vez que as estratégias, métodos e estilo de ensino usado levou à

adequação dos diferentes níveis e despertou interesse dos alunos.

A ocupação de tempos livres dos alunos era feita maioritariamente pelo

desporto e o uso do computador sendo o convívio com os amigos e andar de

mota as menos frequentes.

Relativamente à prática de atividade física extracurricular, foi possível

aferir que mais de metade dos alunos não praticava atividade física. As

atividades físicas extracurriculares que os alunos mais praticavam eram a Dança

e a Natação, enquanto o Futebol, o Basquetebol e o Hóquei são as menos

praticadas.

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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL,

EXPERIÊNCIAS E SIGNIFICADOS

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4. Realização da prática profissional, experiências e significados

Ao longo deste capítulo pretendo fazer referência às experiências do EP,

indicando as minhas principais dificuldades e retratando os resultados de

algumas decisões tomadas, assim como, o contributo que tiveram quer para a

minha evolução, quer para a evolução daqueles a quem me dediquei durante 10

meses. Os relatos das vivências práticas serão sustentados nas três áreas de

desempenho subscritas nas normas orientadoras do estágio profissional: Área

1) Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; Área 2) Participação na

Escola e Relações com a Comunidade; Área 3) Desenvolvimento Profissional.

4.1. Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

De acordo com as normas do EP esta área de desempenho engloba a

conceção, o planeamento, a realização e a avaliação do ensino. O objetivo seria

construir uma estratégia de intervenção, orientada por objetivos pedagógicos,

que respeitasse o conhecimento válido do ensino da EF e conduzisse com

eficácia pedagógica o processo de educação e formação do aluno nas aulas de

EF.

No âmbito da concretização deste objetivo iniciei a pesquisa e análise de

todos os documentos que pudessem suportar o próximo passo a dar -

planeamento.

Desta forma analisei os programas de EF, o projeto educativo, o plano

anual de atividades e o regulamento interno da escola. Estes assuntos serão

descritos mais à frente neste capítulo. Conjuntamente com esta análise

estabeleci os primeiros contactos com o núcleo de estágio. Este grupo de

trabalho foi extremamente importante para o meu processo de desenvolvimento

enquanto futuro professor. A comunidade prática (entenda-se núcleo de estágio)

partilhava de preocupações sobre o ensino e até de outros temas subjacentes o

que nos levou a enumeras e significativas reflexões em conjunto alcançando o

objetivo nela inscrita. Tal como Bento (2003) refere, o papel do professor de EF,

enquanto agente ativo do processo, pressupunha a transmissão de princípios e

valores inerentes ao jogo, bem como, o seu seguimento ao longo da vida dos

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praticantes, a transmissão desses valores suscitava sempre longas conversas

com perspetivas diversas dentro da comunidade prática.

A PC serviu de guião para tudo o que idealizava no processo de E-A,

destacando como maior virtude para o meu desenvolvimento ao longo deste ano

de estágio a sua enorme capacidade de ouvir. Sendo esta muito sensível ao meu

perfil e tentando apenas direcionar as descobertas do meu EU enquanto

profissional. Este simples gesto foi de facto um dos maiores impulsionadores da

minha aprendizagem enquanto professor pois desta forma deu-me liberdade de

explorar a minha intervenção pedagógica, mas ao mesmo tempo de refletir sobre

a mesma.

Sempre fui um investigador “caseiro” sobre todas as problemáticas que

envolvem sobretudo o ensino e a aprendizagem. É sobretudo sobre estes dois

temas que eu dispenso mais tempo da minha vida desde que me tornei professor

e treinador de futebol. Como são dois temas muito abrangentes eles já me

levaram para outras áreas e subáreas científicas como a neurociências,

genética, biologia, psicologia, criatividade, liberdade, autonomia, etc. Devido à

minha natureza curiosa, mantinha enumeras conversas/reflexões com a PC

sobre os textos que retirava diariamente de revistas, jornais, sites etc., e esta

dava-me a sua perspetiva, mantendo um diálogo didático-refletivo sobre os

diversos temas.

A apresentação do contexto escolar, espaços físicos, orientações e

valores da escolar tornou o momento inicial mais fácil de assimilar para poder

proceder ao melhor enquadramento ao nível do planeamento. Sendo que o

desempenho do professor está sempre condicionado pela escola, segundo

Silverman e Ennis (1996) a forma como os professores entendem e percecionam

as condições da escola, influenciam o ensino.

Após a análise elaborada e realizadas as primeiras diligências ao contexto

escolar tomei as minhas primeiras decisões relativamente ao planeamento a

nível micro, meso e macro tentando desta forma dar estrutura aquilo que iria ser

a minha atuação no plano prático. O planeamento, de uma forma geral, tem

implícito a intencionalidade da ação humana ao invés do agir de forma aleatória

Luckesi (cit. por Bossle, 2002) refere que o planeamento do ensino é, assim,

uma construção orientada da ação docente, com o objetivo de constituir e

direcionar a prática para que esta se torne coerente com os objetivos definidos.

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Ainda assim, Bento (2003) descreve que este tem que ser um processo realizado

de forma consciente, uma vez que, uma planificação de ensino realizada de

forma superficial envolve decisões espontâneas que normalmente se revelam

falsas e comprometem o alcançar dos objetivos de ensino. Na elaboração do

planeamento, a todos os níveis, procurei focar o primado na aprendizagem e não

tanto no ensino ainda que os dois andem de braço dado. É necessário perceber

como cada aluno, na sua individualidade, aprende, mas também estar

permanentemente a refletir as estratégias de intervenção pedagógicas definidas

e a repercussão das mesmas nos indivíduos.

No âmbito da contextualização do planeamento anual adotado, foi pré-

definido:

1º Período – Treino Funcional; Voleibol; Ginástica Acrobática; Atletismo

– Corrida continua e Badminton.

2º Período – Treino Funcional; Andebol; Ginástica de Aparelhos – Trave;

Atletismo – Corrida de Estafetas e de Barreiras e Dança aeróbia;

3º Período – Treino Funcional; Basquetebol; Ginástica de aparelhos –

Plinto e Atletismo – Salto em altura e Lançamento do peso;

”Todo o projeto de planeamento deve encontrar o seu ponto de partida na

conceção e conteúdos dos programas (…).” (Bento, 2003, p. 7), no entanto, a

partir desse momento a projeção do ensino e planeamento, foi adaptada tendo

por base o contexto real da turma substanciado assim nas dificuldades inerentes

dos alunos.

Na fase da realização do ensino procurei colocar em ação a panóplia de

informação anteriormente gerida e concebida na fase de conceção e do

planeamento, ou seja, passar da teoria para a prática todo o rol de informação.

A realização é a parte maior de todo o meu processo de formação enquanto

professor competente. É neste espaço que se dá a intervenção pedagógica do

que anteriormente fora pensado, estruturado e planeado servindo em primeiro

lugar para a aprendizagem dos nossos alunos e posteriormente serve para a

reflexão de todo o processo, um processo de ação – reflexão – investigação e

nova ação. Mais à frente procurarei referenciar todos os assuntos relacionados

com a realização interligando com as outras fases andando neste vai e vem de

informação para um melhor entendimento do que foram as minhas vivências

neste período (entenda-se estágio profissional). A fase da avaliação, tal como as

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outras fases, não acontece desfasada do resto e por isso vai ser refletiva e

integrada nesse mesmo processo de explicação que procurarei realizar.

4.1.1. Um novo Início – Aculturação

Gostaria de gastar algum tempo com este conceito pois muitas vezes já

escrevi e refleti sobre ele, numa primeira fase, enquanto treinador e também

agora enquanto professor. Este conceito surge-me sempre como preocupação

no início de um processo de E-A pelo que gostaria que fosse tratado mais

especificamente neste ponto.

Remetendo este conceito para a escola e para a fase inicial do processo

de formação enquanto docente e também para a nova interação entre mim e os

alunos e mesmo entre os alunos, o conceito de aculturação, tornou-se um ponto

importante nem que seja pelo simples facto de tomar consciência da existência

do mesmo. Este tomar de consciência levou-me a processar a adaptação com

naturalidade e com o devido enquadramento temporal que este necessita para

se impor, levando a uma adaptação por parte de todos os intervenientes gerando

uma cultura nova e própria de um determinado grupo (entenda-se a minha

comunidade escolar e mais especificamente a minha turma).

Tal como Berry et al. (1997) define a aculturação compreende o fenómeno

que resulta quando um grupo de indivíduos de diferentes culturas se juntam num

primeiro contacto que tem, resultando de alterações da cultura original de um só

grupo ou de todos. Para Birman (1994) a aculturação é o processo pelo qual a

cultura coletiva de um grupo é modificada pelo contacto de outra cultura. Sendo

que Birman (1994) salienta que a aculturação psicológica, por outro lado, refere-

se às mudanças no comportamento dos membros individuais do grupo que

podem diferir na relação, na extensão e no tipo da sua aculturação.

Assim, o processo de aculturação vem da antropologia e pode ter

inúmeros significados de acordo com a literatura de referência, no entanto

saliento aqueles que contribuíram mais para o meu entendimento deste conceito.

Relativamente ao espaço escolar gostaria de referir que este é um espaço

dinâmico onde se confrontam permanentemente culturas diferentes (Torres,

2008). O processo da minha aculturação pressupôs a adaptação de um sujeito,

EU, a uma nova realidade, contexto escolar, num período substancialmente

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significativo, ano de estágio, para se criar uma determinada cultura. Desta forma

a aculturação foi o processo de interação social que se concretizou pela

convivência de duas ou mais culturas diferentes (entenda-se a minha, a da

escola, e a dos outros intervenientes), existindo alterações, tendo como

resultado uma cultura própria. Esta, aculturação, esteve na sua construção

elementos de matrizes culturais historicamente enraizados em mim, bem como

as influências da cultura da comunidade local e escolar.

Para além da minha aculturação ao espaço escolar existiu em simultâneo

um processo de aculturação por parte dos meus alunos a mim. Como iremos ver

a posteriori pelos meus relatos vivenciados, os alunos também passam por um

processo inicial de adaptação à forma como eu conduzo, atuo, valorizo e crio

dinâmicas interpessoais na aula.

Desta forma gostaria de evidenciar que a minha cultura é responsável pela

forma como eu vejo e entendo o mundo em que vivo e em parte do que sou. No

entanto esta circunstância não é estática ou imutável, muito pelo contrário, a

minha cultura está em constante processo de moldagem. Toda a gente detém

aspetos ligados à cultura que partilha com o meio social e que nos desenvolve.

Deixo aqui alguns comentários escritos por mim nos primeiros momentos

da minha fase de formação (entenda-se estágio profissional) que refletem as

minhas preocupações relativamente à aculturação à realidade escolar.

“(…) no primeiro momento com a professor cooperante neste novo

contexto (…) A professora cooperante mostrou-me as instalações,

principalmente as desportivas (…) e apresentou-me os pontos

fulcrais do funcionamento da escola, dos seus serviços, dos seus

recursos e da sua cultura.” (Reflexão da 1º reunião com a

professora Cooperante a setembro 2013)

“A reunião seguiu a presente ordem de trabalhos: (1) informações

gerais; (2) divulgação de informações relevantes sobre cada aluno

e sobre a turma em geral; (3) regulamento interno – definição de

regras de conduta. Recebi o calendário escolar 2013/2014 e o plano

curricular.” (Reflexão da 1º reunião do conselho de turma setembro

2013)

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À imagem das minhas reflexões na fase inicial do processo de E-A a

adaptação dos alunos (entenda-se aculturação) à minha pessoa enquanto

professor.

“(…) à semelhança do que fiz na aula de apresentação, transmiti-

lhes a necessidade de se implicarem nas aulas ativamente, de

serem responsáveis e autónomos pelas ações que desenvolvem e

de incutir-lhes os aspetos mais fortes e positivos da minha

personalidade. (…) Talvez me considerem exigente, pelo repetido

reforço que lhes transmito. (…) Mas vou continuar igual a mim

próprio, com os meus traços idiossincráticos e na procura pela

formulação do melhor guião para cada aula, dando-lhes a

proximidade e o distanciamento, sempre que se justifique uma e

outra”. (Reflexão da aula 20 setembro 2013)

Torres (2008, p. 64) afirma que a escola é “(…) um espaço tão intenso de

produção cultural, de interacção social e de trocas simbólicas como a

organização escolar, um espaço onde o trabalho humano recobre todo o seu

sentido antropológico.”

Desta forma, e como as reflexões de aula demonstraram, dei bastante

importância ao facto de a escola ser um meio de reprodução de cultura e que

este fenómeno (aculturação) existe e é mais esbatido numa fase inicial do

processo de E-A. Foi nos instantes iniciais que procurei e também mais me

preocupei em passar, desde logo, a forma como iria atuar sobre os parâmetros

intrínsecos à aula de educação física. Torres (2008, p. 65) afirma que “(…) o

tempo relativamente longo proporcionado pela convivência e pela interacção dos

actores no contexto escolar, com as implicações que estes processos acarretam

na socialização e na construção e reconstrução de redes de significados

individuais e colectivos, assim como na aprendizagem dos artefactos simbólicos

que sedimentam a identidade organizacional.”

Basicamente a forma como via, colocava e atuava durante a aula, tinha

subjacente a presença do processo de aculturação que existia nesse momento,

ou seja, este processo foi consciente da minha parte e refletido em vários

momentos na fase inicial. Em qualquer processo de E-A é necessário ter em

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conta este processo, torná-lo consciente e traze-lo para a reflexão pois a

interação inicial leva a uma adaptação espaço temporal por parte dos

intervenientes.

4.1.2. Da análise (crítica) dos Programas ao Planeamento

A análise dos Programas Nacionais de Educação Física (PNEF), o seu

enquadramento e a sua adequação foram a base fundamental para a construção

do planeamento a todos os níveis (macro, meso e micro) da minha turma. O

enquadramento da área curricular de EF prevê dois aspetos fundamentais: as

orientações curriculares emitidas a nível nacional e referenciadas nos programas

e as decisões da própria escola, e ao nível do departamento quanto à sua

interpretação e implementação, considerando os princípios da flexibilização dos

currículos. Após a deliberação assumida pelo departamento relativamente ao

currículo da EF para o ano letivo, bem como, os conteúdos programáticos foi

conveniente, para mim, refletir o significado e a importância que se afigura para

o professor não como um sujeito reprodutor de currículos, mas sim como um

sujeito autónomo e produtor de currículos, no âmbito do entendimento e

conceção de um instrumento de trabalho e investigação, que assim pudesse

desenvolver métodos e estratégias consistentes, criativas e adaptadas. Bento

(2003, p. 7) refere que “todo o projeto de planeamento deve encontrar o seu

ponto de partida na concepção e conteúdos dos programas ou normas

programáticas de ensino”, mas também que é “determinante para a eficácia de

meios os de ensino programado é, em último caso, o professor; é ele que decide

sobre o seu emprego e também quem exerce, durante a sua utilização, o papel

dirigente no processo de ensino.”

Os PNEF referem como benefício mais marcante da EF a promoção de

estilos de vidas saudáveis associada a uma responsabilização dos alunos. Os

objetivos gerais também contemplam o desenvolvimento dos aspetos táticos e

técnicos das modalidades desportivas, uma vez que um dos objetivos

fundamentais da EF é a aprendizagem da prática desportiva, no que concerne

às suas diversas componentes. Considero que os objetivos não foram postos de

parte pelos programas, sendo que por outro lado, se encontram bem definidos e

clarificados, para que os professores possam interpretá-los e operacionalizá-los

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na prática que se realiza na escola. Assim, o desenvolvimento das habilidades

motoras, associadas a cada modalidade desportiva, em particular, está

assegurado, pelos objetivos descritos nos programas. No entanto, a

exequibilidade do ensino das habilidades e modalidades vai estar muito

dependente daquilo que a escola pode oferecer. Assim, considero que embora

a EF seja uma disciplina de largos horizontes o seu objetivo maior, nos

programas de EF, está relacionado com as questões de saúde, uma vez que

todas as finalidades remetem para a melhoria da aptidão física. O programa

pretende que os alunos, ao terminarem o seu percurso na escola, ganhem

competências para praticarem desporto e serem ativos, de forma autónoma. No

entanto, a ideia de que a EF tem apenas como objetivo a promoção de saúde é

um embuste, isto porque os horizontes da EF vão muito para além da promoção

de estilos de vida saudável. A EF visa efeitos educativos globais e o

desenvolvimento específico em determinadas matérias que de uma forma geral,

procura valorizar e promover: uma aprendizagem relacionada com a aquisição

de competências das modalidades desportivas e expressivas; autonomia e

responsabilização dos alunos pela sua aprendizagem efetiva; os valores sociais

e éticos inerentes ao desporto e à vida em sociedade. Sobre este assunto

Proença (2008, p. 106) refere “respeitando o conhecimento existente sobre o

significado e influência da prática de atividades físicas e desportivas no

desenvolvimento da criança e do jovem, encheram de júbilo quantos da

educação tem uma visão holística e nas atividades corporais encontram um

alimento insubstituível na formação de seres equilibrados e saudáveis.”

De acordo com o PNEF, com o que foi definido pelo grupo de EF e

também com base no roulemant dos espaços elaborei o planeamento anual das

modalidades que seriam abordadas.

Apesar de escrutinar os PNEF nas várias unidades curriculares do 2º Ciclo

de Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

(Desenvolvimento Curricular, Didáticas, Investigação) decorrentes da formação

na faculdade, foi necessário voltar a consultar e analisar os programas,

especialmente o do 3º ciclo, pois nessa fase de formação foi criada uma base de

análise reflexiva, sobretudo em teoria, faltando desta forma uma maior

confrontação com a realização prática em ambiente escolar e de forma plena

(entenda-se um ano de estágio profissional). Em desenvolvimento curricular foi

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definido que o currículo consistia nas ações realizadas no ambiente educacional,

fossem elas administrativas ou pedagógicas, que definiam a identidade e

subjetividade da produção histórica, cultural e social na construção dos modos

de ensino, formação e instrução da sociedade.

Na fase de planeamento foi fundamental entender os pressupostos

básicos do PNEF: finalidades, objetivos, quadro de extensão da Educação

Física, níveis de especificação e organização curricular, bem como as metas de

aprendizagem e as normas de referência para a definição do sucesso em EF.

No que diz respeito à aplicação dos programas curriculares e tendo em conta a

principal finalidade da disciplina de EF, harmonizar um patamar de sucesso no

quadro da Educação Física, seria ideal avaliar as matérias que integram o

currículo de cada um dos alunos, o que se tornou pouco viável no sentido de

compatibilizar as experiências de todos os alunos da turma. Bento (2003, p. 24)

refere que “os programas têm sido concebidos preferencialmente como planos

de objetivos e de matéria, com uma planificação didático-metodológica difusa”.

Já (Proença, 2008) salienta que as propostas dos PNEF quanto aos seus

objetivos e conteúdos são apenas uma referência existindo uma margem do que

pode e deve ser contemplada para o ajustamento, adaptação na concretização

do mesmo. O mesmo autor, (Proença, 2008, p. 106) sugere até que a

“reconhecida debilidade de funcionamento da disciplina com o conhecimento

mais actualizado em Ciências da Educação, tendo por objetivo transformar o

acto de ensinar em projeto sempre imperfeito e inacabado e o professor um autor

e actor desse Projeto”. O PNEF do 3º ciclo enuncia que “os conteúdos de cada

uma das matérias encontram-se especificados em três níveis: Introdução, onde

se incluíram as habilidades, técnicas e conhecimentos que representam a

aptidão específica ou preparação de base («fundamentos»); Elementar, nível

onde se discriminam os conteúdos constituintes do domínio (mestria) da matéria

nos seus elementos principais e já com carácter mais formal, relativamente à

modalidade da Cultura Física a que se referem; Avançado, que estabelece os

conteúdos e formas de participação nas atividades típicas da matéria,

correspondentes ao nível superior, que poderá ser atingido no quadro da

disciplina de Educação.” (Bom et al., 2001) Tendo em conta estes níveis de

matérias e as modalidades que iriam ser abordadas na minha turma, foi

identificado um nível abaixo do enunciado pelo PNEF para todas as modalidades

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com exceção da Dança. Procurando concretizar esta ideia e salvaguardando

algumas das adaptações que foram realizadas darei alguns exemplos do que o

PNEF refere que se deve levar a cabo e o que realmente penso e foi realizado

relativamente à adequação de formas de jogo e conteúdos a abordar nas

diferentes modalidades. No caso da modalidade de Voleibol o PNEF do 3º ciclo

no oitavo ano expressa que os alunos se devem enquadrar pelo nível de matéria

Elementar e que devem, em situação de jogo 4x4, realizar uma série de

conteúdos que na realidade ainda não conseguiam executar, sobretudo por

ainda não realizarem com relativa fluidez as técnicas de base para jogarem essa

forma de jogo. Desta forma os conteúdos foram ajustados de forma a respeitar

o nível de desempenho de todos os alunos concretizando-se, entre outras,

sobretudo nas situações de jogo 1x1 e 2x2. Outro exemplo dos níveis de

matérias desajustados, dos próprios conteúdos e das suas progressões

expostas, para o Andebol o PNEF salienta o nível da matéria para o oitavo ano

de Elementar e como forma de concretização, entre outras, a forma de jogo de

5x5 ou de 7x7 sendo também esta desajustada para os alunos em questão e

possivelmente para a maioria em Portugal. De forma a potencializar a

aprendizagem dos alunos e à imagem do que fiz para as formas de jogo,

adaptação do currículo à realidade existente na minha turma, procurei

adequação dos diversos conteúdos às situações de aprendizagem dos alunos.

Proença (2008, p. 113) refere que “mais importante do que manter a discussão

no plano das horas que o aluno passa na escola, o que nos parece

verdadeiramente relevante é questionar o tipo de acções e de actividade que ele

realiza durante esse tempo.” Mais à frente Proença (2008, p. 113) afirma “o

tempo escolarmente preenchido parece revelar-se demasiado, mas tal deve ser

acompanhado de uma correta clarificação das áreas e actividade em que é

utilizado“. Posso concluir que tanto os níveis da matéria bem como os conteúdos

e a sua extensão das diversas modalidades presentes nos PNEF estão

desadequados para a maioria dos alunos sendo necessário fazer a sua ajustada

adequação. Ainda assim devemo-nos servir deles como base para a planificação

a todos os níveis e também como objetivo alcançar em termos de meta de

aprendizagem dos alunos e do próprio processo.

Consideradas as variáveis de contexto e de programa, consolidou-se um

conjunto de fatores que me permitiu iniciar a elaboração do plano anual e o plano

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de conteúdos. Bento (2003, p. 20) refere que “a prática da planificação baseia-

se, pois, sempre numa profunda análise do programa de ensino, numa disciplina

e num nível relativamente elevado de compreensão teórica dos processos de

ensino e aprendizagem em causa.”

Essas bases do plano anual e do plano de conteúdos, tiveram de ser

decididas de forma concetual e metodológica, nos diferentes temas a abordar, a

distribuição e ordenamento de aulas e matérias (calendarização), tendo desde

logo calculado por exemplo as aulas previstas, os conteúdos de cada tema a

serem lecionados, bem como a sequência cronológica das diferentes unidades

didáticas e sua avaliação.

Esta elaboração ponderou estes fatores, tendo em conta o atingir os

principais objetivos e necessidades relativamente à turma e aos alunos. Na

prática, estes foram documentos (PNEF, planeamento anual do 3º ciclo e

conteúdos programáticos do oitavo ano) que revelaram maior importância. Não

só pela sua simples consulta e interpretação, como também pela sua orientação

temporal e flexibilidade demonstrada. Sendo documentos orientadores gerais,

coube a mim, enquanto professor responsável, adaptar à minha turma. As

adaptações foram: ao nível das aulas previstas para cada unidade didática tendo

em conta a concretização dos objetivos; alteração da unidade didática de Dança

aeróbica para a Dança criativa; avaliação da condição física através de uma

bateria de testes do treino funcional em detrimento do habitual fitnessgram;

Estas adaptações tiveram como propósito final a melhoria nas

aprendizagens dos diferentes conteúdos e em último caso do êxito dos alunos

em situação de jogo ou competição. Relativamente à alteração da avaliação da

condição física esteve subjacente um protocolo em curso da FADEUP e algumas

escolas em estudar, analisar e testar uma bateria de testes alternativa ao

Fitnesgram e que correspondesse aos objetivos dos PNEF para este conteúdo.

Em forma de conclusão Bento (2003, p. 20) refere “programação do

ensino (a nível central) e planificação do ensino (pelo professor) constituem um

processo unitário, racional e complexo da concretização progressiva de

indicações generalizadas - processo que, considerando as condições locais e

uma análise objetiva, desagua na realização do ensino e desencadeia uma

retroacção devida a reflexões posteriores e análises do produto e processo

educativos.”

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4.1.2.1. Planeamento como guião do processo

No âmbito escolar o planeamento é uma ferramenta utilizada pelo

professor que serve de guia na condução do processo de E-A sempre com o

objetivo de melhorar a qualidade do ensino. Como ferramenta, o planeamento,

é um esboço de um programa de atividades que pressupõem uma metodologia

e estratégias de ensino, bem como, determina os objetivos pretendidos para o

ensino, para as atividades e para os alunos. Para Bento (2003, p. 8) “o

planeamento significa uma reflexão pormenorizada acerca da direcção e

controlo do processo de ensino uma determinada disciplina.” Mais adiante Bento

(2003, p. 15) refere que planificar a educação e formação “significa, planear as

componentes do processo de ensino e aprendizagem nos diferentes níveis da

sua realização; significa apreender, o mais concretamente possível, as

estruturas e linhas básicas e essenciais das tarefas e processos pedagógicos”.

Para Cunha (2008), é crucial planear, uma vez que, é um processo que prepara

a entidade que o realiza para o decorrer das acções futuras e Mesquita (1997,

p. 37) afirma que o planeamento “consiste em delinear aquilo que tem de ser

realizado, como deve ser feito e quem é que o deve efetuar”.

Desta forma posso salientar três grandes níveis de planeamento: anual

(Macro), unidade didática (Meso) e aula (Micro). Bento (2003, p. 59) refere que

“a lógica da realização progressiva do ensino, da sua perspectiva sistemática e

de continuidade, do seu carácter processual e do seu decurso temporal, aponta

a necessidade de diferentes momentos e níveis das tarefas de planeamento e

preparação do ensino pelo professor: plano anual, plano periódico, plano de ciclo

ou unidade temática, ou unidade de matéria, ou unidade didática, e plano ou

projecto da aula.” Segundo o mesmo autor, (Bento, 2003), planear o processo

de E-A nas diversas fases da sua realização envolve a obtenção das disposições

fundamentais das tarefas e processos pedagógicos, ou seja, é na planificação

que os professores criam o guião teórico (objetivos, conteúdos e estratégias)

para a organização do processo pedagógico.

O planeamento, a todos os níveis, procura a criação de uma estratégia de

ação, orientada pedagogicamente e que conduz à eficácia pedagógica o

processo de E-A.

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No processo de elaboração de uma planificação eficaz procurei responder

a estas questões: o que vou fazer? E como vou fazer? Para cumprir com estas

tarefas passei, obrigatoriamente, por identificar e definir os objetivos que

pretendia alcançar tendo em conta todos os documentos orientadores para a

elaboração em concreto: recursos espácio-temporais, conteúdos de ensino,

metodologia e estratégias de ensino, avaliação e competência dos alunos. Para

Bento (2003, p. 16), o planeamento é considerado “a esfera de decisão na qual

o professor pré-determina quais os efeitos alcançar no ensino e para quê são

despendidos tempo e energias”.

A lógica de realização do planeamento surgiu de um âmbito mais geral,

macro, para um mais restrito, micro, estando todos em convergência uns com os

outros como de uma pirâmide se tratasse. Bento (2003, p. 18) refere que “o grau

de concretização do modelo de actuação didáctico-metodológico, de reprodução

e preparação da situação de ensino tem uma especificidade própria (e diferente)

ao nível do plano anual, plano de período, do plano da unidade didáctica, e ao

nível do plano de cada aula.”

A partir do momento que nos envolvemos no planeamento adquirimos a

capacidade de olhar e refletir sobre o processo de ensino bem como tomamos

consciência da forma como pretendemos atuar, ou seja, tentamos idealizar a

prática pedagógica com base na teoria. Esta reflexão promove o

desenvolvimento pessoal e profissional das ferramentas (entenda-se

competência) didáticas, metodológicas que sustentam e asseguram a

intervenção.

O planeamento permite ao professor perspetivar as aprendizagens dos

alunos, mas apenas isso, ou seja, são um suporte muito importante para o

professor pois sustenta a sua atuação de acordo com uma logica pré-

estabelecida, mas que na prática pode-se nunca vir a verificar. Bento (2003, p.

16) refere que “o ensino real tem naturalmente mais facetas do que aquelas que

podem ser contempladas no seu plano e preparação. No processo real do ensino

existe o inesperado, sendo frequentemente necessário uma rápida reacção

situativa” pois os alunos tendem a adulterar as atividades ou simplesmente a não

alcançar os objetivos predefinidos para a sua aprendizagem no tempo

estabelecido. Assim cabe ao professor averiguar (entenda-se avaliar), no ensino

real, se os pressupostos do planeamento estão a ser atingidos ou se em algum

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momento merecem uma adequação que sujeitem os alunos atingir os objetivos

propostos.

O planeamento é um talento que o professor deve ter ou deverá adquirir.

Não por esta tarefa se revelar complexa na sua realização, envolvendo

diferentes variáveis como, as caraterísticas dos alunos, as diretrizes curriculares,

as caraterísticas da comunidade educativa e as especificidades materiais,

sociais, culturais e desportivas, mas também por ser única e específica a um

grupo de alunos (turma) e de um professor autêntico.

Para mim o planeamento deve ser considerado como o motor de arranque

do processo E-A.

4.1.2.2. Planeamento Anual

O planeamento anual foi uma das tarefas primárias no início do EP. Este

é “um plano de perspetiva global que procura situar e concretizar o programa de

ensino no local e nas pessoas envolvidas”. (Bento, 2003, p. 59)

A realização do planeamento anual surgiu da necessidade de organizar

os conteúdos destinados a ensinar durante o ano letivo.

“Esta semana iniciou-se com a (re)formulação do planeamento

anual para a minha turma e o envio da mesma à professora. A

distribuição detalhada das modalidades para o ano letivo seguiu as

indicações facultadas pelo grupo de EF da escola salientando as

alterações ao apresentado pelo grupo de EF em virtude sobretudo

dos espaços (roulement) e da adequação do número total de aulas

face às previstas.” (Reflexão 16 de setembro de 2013)

Na base de construção do meu planeamento anual (anexo 1) esteve a

análise crítica dos PNEF (anteriormente exposta neste relatório), bem como os

planos do grupo de EF da escola EBSC (anexo 2) (plano anual para o 3º ciclo,

conteúdos programáticos do 8º ano e roulement de espaços – anexo 3). Foi

ainda contemplado para a elaboração deste planeamento a caracterização da

turma (fichas de perfil dos alunos – anexo 4) e da escola. O processo mental que

posteriormente passei para o papel e que tentou seguir uma lógica que pretendia

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relacionar a lecionação de modalidades individuais com as modalidades

coletivas, no sentido de aumentar a diversidade de contextos propostos para os

alunos, requerendo assim diferentes objetivos e competências, procurando

também motivar os alunos para todas as atividades. As modalidades e a sua

distribuição pelos períodos bem como o número de aulas para cada uma delas

foi elaborada a priori pelo grupo de EF da escola tendo eu o apenas poder de

decisão quanto à distribuição temporal dentro de cada período bem como o

ajustamento relativo ao número de aulas previsto para cada modalidade. Para

conseguir planear a carga horária para cada modalidade foi necessário procurar

o número de aulas previstas para cada período do ano letivo tentando respeitar

o tempo efetivo de aprendizagem das diferentes modalidades sem esquecer a

numeração/lecionação da aula de apresentação e/ou as aulas dedicadas à

condição física através do programa do treino funcional.

“Ainda houve tempo, após a aula, para discutirmos as sessões

seguintes com a professora e principalmente a distribuição das

matérias de acordo com os espaços no roulement e com o número

previsto para cada. Questão que me preocupa e na qual estou a

revelar alguma dificuldade em desenvolver no meu planeamento,

principalmente em enquadrar corretamente os tempos letivos para

cada modalidade.” (Reflexão 18 de Setembro 2013)

Assim sendo, o planeamento anual estava previamente definido pelo

grupo de EF contemplando já os conteúdos programáticos e o roulement dos

espaços havendo assim pouco poder de decisão para os professores

estagiários. No entanto esta situação decorre da avaliação elaborada pelo grupo

de EF da EBSC do(s) ano(s) transato(s). Desta forma não é uma crítica, mas sim

um elogio quanto à organização e planeamento sequencial das matérias e dos

contextos situacionais de aprendizagem da escola para os anos seguintes.

Sobre isto Bento (2003, p. 68) refere “A fim de poder avaliar corretamente as

condições concretas para o trabalho durante o ano letivo é conveniente passar

em revista os resultados do ano anterior, extraindo daí as ilações convenientes.”

Apesar do pouco espaço de manobra na elaboração do planeamento

anual realizei os ajustamentos necessários e refletidos que considerei

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necessários para que o objetivo maior se concretizasse, aprendizagem efetiva

dos alunos nas diferentes competências exigidas. As alterações ao pré-definido

pelo grupo de EF deveram-se ao aumento do número de aulas atribuído a cada

modalidade e a sua distribuição ao longo do período. Às modalidades coletivas

que requerem maior apreensão de conteúdos complexos aumentei o número de

aulas previstas para efetivar o tempo de aprendizagem. Exemplo: No caso das

unidades didáticas de Voleibol, Andebol e Basquetebol o grupo de EF da EBSC

sugeria a realização de oito aulas para o Voleibol, dez aulas para Andebol e

Basquetebol. Face às aulas totais previstas para os períodos e para o ano letivo

alterei o sugerido pelo grupo de EF para catorze aulas para as unidades didáticas

de Voleibol e Andebol, mantendo as dez aulas para o Basquetebol. Esta decisão

não se deveu exclusivamente ao número de aulas previstas serem mais do que

as sugeridas pelo grupo de EF, mas também porque entendo que estas

modalidades, coletivas, requerem mais conteúdos, mais conteúdos complexos

devido à interação em equipa e que por isso também requerem mais tempo para

se efetivar a aprendizagem. Aprendizagem essa, que queria que fosse eficaz e

eficiente de forma a que os alunos vivenciassem situações de aprendizagem

autênticas, ajustadas às suas necessidades e que fornecessem exatamente uma

apreensão e desenvolvimento dos conteúdos.

“A minha planificação anual foi transmitida à professora, onde lhe

expus todas as minhas projeções e inquietações,

fundamentalmente provenientes das dificuldades que senti em

relacionar toda a informação dos documentos que o suportam.

Apresentei-lhe, em alternativa ao plano anual do grupo de EF,

realizar as UD de Voleibol e Andebol com um maior número de

aulas previstas e de realizar a UD de Badminton no 1º período e a

UD Dança no 2º período. Relativamente à UD de Dança alterei de

Dança Aeróbia para Dança Criativa uma vez que estou mais à

vontade nesta última.” (Reflexão 20 de Setembro 2014)

A aprendizagem dos alunos só se efetiva tendo por base um planeamento

refletido e construído em função das necessidades da escola e dos alunos

(entenda-se contexto). Bento (2003, p. 66) refere que “para um ensino eficiente

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são necessárias reflexões estratégicas, balizadoras da acção durante todo um

ano escolar.”

No anexo 1 (planeamento anual) é possível verificar a distribuição

elaborada com as necessidades exigidas do contexto bem como as minhas

preocupações pedagógicas em relacionar todo o conjunto de atividades a

realizar ao longo do ano.

As modalidades de Atletismo e de Ginástica são lecionadas em todos os

períodos do ano letivo por unidades didáticas relativamente pequenas e

separadas por disciplinas. No caso do planeamento para o 8º ano da EBSC o

Atletismo aparece dividido por corrida de resistência, 1º período, corrida de

estafetas e de obstáculos no 2º período e no 3º período pelo salto em altura e

lançamento do peso. No caso da Ginástica, esta está dividida pelas disciplinas

de Ginástica Acrobática no 1º período, no 2º período realiza-se a Ginástica de

Aparelhos – Trave e no 3º período por Ginástica de Aparelhos – Plinto. Esta

forma de planeamento levou-me a refletir a importância destas duas

modalidades para o grupo de EF e que são também explanadas pelos PNEF

bem como a forma de a operacionalizar em função dos alunos na busca da sua

motivação e objetivos de aprendizagem contextualizada. É importante referir que

a EBSC é conceituada na modalidade de Ginástica e que existe uma forte cultura

local para diversas disciplinas da modalidade.

Como acrescento ao planeamento anual elaborei um calendário (anexo

5) onde constavam todas as aulas e a sua numeração. Estes dois documentos

revelaram-se de fácil manuseamento e de guia para o meu processo ao longo

do ano letivo.

A elaboração do planeamento anual é uma tarefa complexa. O que numa

primeira fase parecia ser uma tarefa relativamente fácil de realizar, tornou-se

difícil e rigorosa quando interligada com todos os fatores envolventes.

4.1.2.3. Planeamento das Unidades Didáticas através do Modelo de

Estrutura do Conhecimento

Para Bento (2003, p. 75) as unidades didáticas (UD) “constituem unidades

fundamentais e integrais do processo pedagógico e apresentam aos professores

e alunos etapas claras e bem distintas de ensino e aprendizagem.”

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As realizações das UD seguiram duas lógicas de concretização. Por um

lado, a elaboração das unidades didáticas através do Modelo de Estrutura

Conhecimento (MEC) e por outro o quadro referencial do MEC de Vickers (1990).

Relativamente ao planeamento das UD através do MEC, este teve como objetivo

estruturar o ensino de uma determinada atividade de forma a assegurar a

inteireza do ensino. O quadro de referência da unidade didática tinha como

objetivo sintetizar toda a informação proveniente do MEC sendo esta de fácil

visualização e que servia de guião prático para as unidades mais pequenas

(entenda-se aulas). Sobre este tema Bento (2003, p. 75) refere “as unidades de

matéria e de ensino são planificadas pelo professor no processo global da

organização do seu ensino, servindo de base para a preparação das diferentes

aulas.”

Apesar do planeamento amplo das UD através do MEC apresentar uma

perspetiva mais global, estruturada e que comporta toda a informação

necessária para a unidade, serve de estudo para a concretização do quadro

referencial do MEC tanto no plano conceptual como prático. O quadro referencial

só é possível, só faz sentido, com a elaboração do MEC na sua plenitude pois é

este que acumula as características intrínsecas à atividade, aos alunos e

ambiente específico, a determinação da extensão e sequência dos conteúdos, a

definição dos objetivos, a configuração da avaliação, ao desenho das atividades

de aprendizagem/progressões e a aplicação prática de todos os conhecimentos.

Assim o planeamento das UDs foi realizado através do Modelo de

Estrutura do Conhecimento de Vickers (1990). Como modelos de ensino utilizei

o Modelo de Educação Desportiva (MED) para a realização de algumas UD

ainda que partindo sempre do suporte da UD do MEC. No caso da UD de

Voleibol, esta foi realizada através do MED ainda que suportada pelo MEC.

A elaboração dos MECs é um elemento indispensável para a intervenção

do professor de EF, pois representa o estudo e análise reflexiva necessária para

compreender e adquirir as competências para a lecionação das modalidades e

atividades com fins pedagógicos e didático metodológicos. Bento (2003, p. 78)

justifica que “o planeamento da unidade temática não deve dirigir-se

preferencialmente para a matéria ‘em si mesma’ - a abordar nela – mas sim para

o desenvolvimento da personalidade (habilidades, capacidades, conhecimentos,

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atitudes) dos alunos, pelo que deve, sobretudo, explicitar as funções principais

assumidas naquele sentido por cada aula.”

Segundo (Vickers, 1990) o MEC é um modelo desenvolvido

especificamente para ensinar modalidades desportivas e atividades físicas. O

modelo pretende comprimir a informação, permitindo assim um fácil

manuseamento de um conjunto de conhecimentos. A partir deste modelo a

matéria é estruturada, servindo assim como uma espécie de guião do ensino das

modalidades ou atividades físicas. O modelo estrutura-se em oito módulos nos

quais a estrutura do conhecimento (conhecimento declarativo), a análise das

condições de aprendizagem/envolvimento e a análise dos alunos pertenciam à

fase de análise; a determinação da extensão e sequência dos conteúdos, a

definição dos objetivos, a configuração da avaliação e o desenho das atividades

de aprendizagem/progressões pertenciam à fase de decisão; a aplicação prática

de todos os conhecimentos pertencia à fase da aplicação (conhecimento

processual).

Numa primeira fase senti imensas dificuldades, a todos os níveis

(organização, formato e conteúdo), na construção dos MECs.

“(…) as dúvidas que tive aliadas às dificuldades em articular os

conteúdos e à exigência em querer fazer bem feito levaram-me a

que a deixasse por fazer, partindo então para a realização do plano

de aula (…) era altura de construir as unidades didáticas, de forma

a que os planos de aula e as situações de aprendizagem que os

integram estejam em congruência com o que se realiza, e para que

tenha uma referência sobre a qual projetar as aulas, evitando,

dessa forma, que as esteja a preparar no vazio ou sem critério.”

(Reflexão de 20 de setembro de 2013)

À medida que a prática pedagógica foi decorrendo fui refletindo sobretudo

acerca do que era essencial e o que era acessório começando a selecionar a

informação/conteúdos dos MEC´s. A colocação exacerbada de informação nos

primeiros MECs foi bem visível ainda que essa informação fosse, nalguns casos,

irrelevante, e de difícil manuseamento. Ao longo do meu processo de prática

pedagógica supervisionada a elaboração do planeamento das UD, fui passando

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a ser mais objetivo e incisivo nos conteúdos favorecendo ainda a minha reflexão

sobre o planeamento e ação. A elaboração do MEC seguiu a estruturação lógica

dos conteúdos a lecionar nas respetivas modalidades.

“As principais dificuldades sentidas residiram na seleção dos

conteúdos, que foram cuidadosamente estudados e escolhidos em

função das carências dos alunos emergentes na avaliação

diagnóstica, e na sua distribuição pelas catorze aulas.” (Reflexão 18

de outubro de 2013)

Na minha perspetiva e na perspetiva de um professor a elaboração deste

planeamento nesta fase perfaz dela uma ferramenta essencial e obrigatória para

o professor de EF. Só desta forma o professor mune-se de estratégicas

pedagógicas e didático metodológicas sobre a sua atuação e cria uma lógica

global do conhecimento que está a transmitir e assim consegue atingir os

objetivos para os quais se propõem, aprendizagem efetiva dos alunos. Bento

(2003, p. 76) refere que “em torno da unidade temática decorre a maior parte da

actividade de planeamento e de docência do professor”. Arends (2008, p. 118)

refere que “a planificação da unidade associa uma variedade de finalidades,

conteúdos e actividades que o professor tem em mente (…) muitas vezes reflecte

a compreensão do professor acerca do conteúdo e dos processos da educação.”

A construção dos MECs foi realizada com base no número de aulas para

cada modalidade, no planeamento anual, nos recursos materiais e nas

avaliações iniciais dos alunos. Os MECs foram importantes porque serviram para

organizar o conhecimento obtido através do desporto, do envolvimento e dos

alunos, selecionar os objetivos apropriados, selecionar as melhores situações de

aprendizagem para atingir os objetivos estabelecidos e decidir o tipo de

avaliação que deveria ser utilizada. Segundo (Vickers, 1990) este modelo

estabelece a perspetiva com base no conhecimento, como forma de condensar

a informação e aumentar a possibilidade de interação de um conjunto de

conhecimentos. A partir das habilidades motoras, das estratégias e estilos de

ensino e outros conceitos, a matéria é estruturada hierarquicamente, permitindo

ao professor auxiliar-se dela como um guião para o processo E-A.

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Após as primeiras aulas e a reflexão elaborada das mesmas senti a

necessidade de ajustar alguns conteúdos a exercitar bem como o nível com que

estava planeado. Este ajustamento surgiu da necessidade das situações de

aprendizagem se ajustarem ao nível de execução real dos alunos e ao tempo de

aprendizagem efetiva dos conteúdos abordados.

Após a elaboração da UD é necessário passar para o último nível do

planeamento a aplicação, plano de aula. A extensão do planeamento do ensino

inicia-se num âmbito mais geral, planeamento anual e decorre até a sua

concretização na aula, plano micro, através do seu plano de aula.

4.1.2.4. O meio de concretização – Plano(s) de Aula

O(s) planeamento(s) da(s) aula(s) ocorre no último nível de planeamento

do ensino (Bento, 2003) tendo por objetivo primordial expor os conteúdos

anteriormente definidos nas UD e no planeamento anual de forma lógica,

coerente, eficiente e eficaz para que os alunos possam aprender. Bento (2003,

p. 102) refere que “cada aula fornece um contributo totalmente específico,

apenas a ela pertencente, para a solução das tarefas de uma unidade temática,

do programa anual, e o do programa de toda a escolaridade.” Os planos de aula

foram uma preocupação diária para mim ao longo do ano de estágio sendo uma

tarefa complexa de realizar pois são nestes que constam a projeção de

concretização do ensino. Numa fase inicial foi necessário refletir e compreender

qual a forma, organização e conteúdo que iria expor nos planos de aula. Com

acesso às unidades curriculares dos anos anteriores: Didática Geral e Didáticas

específicas das diferentes modalidades organizei o meu plano de aula com os

aspetos relevantes para mim, ainda que necessitassem de confirmação por parte

dos meus colegas do núcleo de estágio bem como da PC, de forma a

uniformizarmos o documento e que se tornasse de facto uma ferramenta de fácil

leitura e utilização para a sua função: explanar todos os níveis de planeamento

bem como a concretização da aula relativamente aos conteúdos, situações de

aprendizagem e critérios de êxito contextualizados no tempo e no espaço em

função dos objetivos da aula e da própria função didática. Bento (2003, p. 101)

refere que “a aula é não somente a unidade organizativa essencial, mas

sobretudo a unidade pedagógica do processo de ensino. E isto porque tanto o

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conteúdo e a direcção do processo de educação e formação, como também os

princípios básicos, métodos e meios deste processo, devem encontrar na aula e

por meio dela a sua correcta concretização.”

“Quanto aos planos de aula, a acrescer a tudo o que já havíamos

falado, a professora enunciou que o cabeçalho deve merecer

atenção particular e que não pode querer-se tudo para a mesma

aula (…). A professora reforçou a ideia do rigor que devemos

procurar incluir na construção do nosso plano de aula, refletindo

cuidadamente sobre cada parâmetro do documento, e no que nelas

deve constar, em função das situações de aprendizagens

selecionadas e dos nossos objetivos para a aula e para cada

exercício.” (Reflexão de 25 de setembro de 2013)

Para além dos aspetos que constavam do plano de aula já referenciados

é importante salientar que ainda faziam parte da estrutura do plano de aula a

divisão da aula em parte inicial, fundamental e final ainda que considere que a

aula é de uma inteireza inquebrável, ou seja, apesar desta divisão ser exposta

no plano de aula ela não ocorria desta forma (faseada) na prática, tentando

sempre que tanto a parte inicial como a final contribuíssem para o objetivo da

aula e para os conteúdos a serem abordados nas diferentes aulas das UD. Tal

e qual como as UD não devem ser lecionadas de forma estanque ou unitárias,

mas sim que contribuam para uma série de objetivos com uma extensão mais

global do ensino, a própria aula também seguia esta linha de pensamento, não

separar ou desagregar os conteúdos tentando realizar os conteúdos de forma

articulada e contribuindo sempre para o desenvolvimento de competências mais

específicas, mas também mais gerais. O que quero dizer com isto é que apesar

da estrutura do plano de aula salientar três momentos da aula, esta nunca foi

vista por esta perspetiva ainda que as situações de aprendizagem fossem

adequadas para os diferentes momentos das aulas. Bento (2003, p. 107) afirma

que “a formação dos alunos deve ser realizada em todo o tempo da aula, desde

o primeiro até ao último minuto. Não é correcta a tendência, constatada no dia a

dia, de realizar tarefas de formação apenas na parte principal da aula.”

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Devido à minha experiência como treinador, o plano de aula não foi uma

tarefa difícil de realizar pois conseguia fazer a ligação do que fazia parte do plano

e do que realmente poderia e iria acontecer em termos de prática real. O plano

deve ser entendido como o guia da aula ainda que o paralelismo existente entre

o que é teórico e o que vai ser a prática deve ser contemplado logo na elaboração

do plano de aula, (perdas de tempo nas transições, gestão de conflitos,

explicações mais ou menos prolongadas tendo em conta a organização da

própria aula, etc.) Segundo Bento (2003, p. 101) “a aula é realmente o verdadeiro

ponto de convergência do pensamento e da ação do professor.” referindo ainda

que “antes de entrar na aula o professor tem já um projeto de forma como ela

deve decorrer, uma imagem estruturada, naturalmente, por decisões

fundamentais.” (Bento, 2003, p. 102)

“Portanto, algumas improvisações à gestão da aula, a qual tomou

um caminho ligeiramente diferente do que tinha sido idealizado a

priori. Isto também porque não queria prolongar em demasia a parte

inicial da aula, uma vez que iria necessitar de quarenta e cinco para

a avaliação diagnóstica (…).” (Reflexão de 10 de janeiro de 2014)

Com isto não quer dizer que não dei ou não dou importância ao plano de

aula, bem pelo contrário, o plano de aula é para mim a segurança de tudo aquilo

que vou concretizar antecipando até onde eventualmente os alunos possam

estar com comportamentos mais desviantes e de que forma ou de que formas

posso rapidamente combater atuando com comportamentos pedagógicos de

forma a tornar o ensino eficiente e eficaz. Relativamente a este assunto Bento

(2003, p. 106) refere que “a forma de preparação e a utilização de um

determinado esquema não são determinantes, mas sim a profundidade da

reflexão antecipada acerca do decurso da aula, acerca das actividades (dos

alunos) a desencadear, direcionar, a controlar e regular.”

“Nas reflexões realizadas às minhas aulas irei, a partir de agora,

desenvolver a minha crítica sobre seis pontos, que resolvi

selecionar e que considero serem importantes: (1) construção e

desenvolvimento do plano de aula; (2) adequação das

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atividades/exercícios da aula para o cumprimento dos objetivos; (3)

desempenho nas tarefas de gestão e instrução; (4) grau de

envolvimento e qualidade de desempenho dos alunos nas

atividades/exercícios de aprendizagem; (5) avaliação das

dificuldades dos alunos e correções mais relevantes; (6) apreciação

geral da aula.” (Reflexão de 04 de outubro de 2013)

A aula cumpre uma matriz planeada, no entanto não pode acabar aqui.

Situações novas surgem no decorrer das aulas, o que exige do professor

atenção, para rapidamente através de uma atitude reativa e uma capacidade de

adaptação ser capaz de adequar o planeamento aos acontecimentos

momentâneos. Bento (2003, p. 115) afirma que “a garantia da sequência lógica

da linha fundamental constitui uma tarefa já do planeamento e da preparação do

ensino.”

Os meus planos de aula não foram todos como eu planeava e ocorriam

da melhor forma. Num processo duradouro como o ano letivo e para mais na

minha condição de professor estagiário existiram momentos em que foi

necessário parar situações de aprendizagem, alterar, corrigir, (re)organizar de

outra forma, ajustar o nível, repreender e muitos outros métodos e estratégias

para que o ensino contribuísse de forma clara para a aprendizagem dos alunos.

À medida que o ano de estágio foi decorrendo este tipo de estratégias iam sendo

implementadas e posteriormente refletidas no sentido da melhor adequação

perante aquele contexto (entenda-se turma específica considerando alunos na

sua individualidade). Bento (2003, p. 115) salienta “aquilo que o planeamento e

preparação não conseguirem quanto à sequência e associação lógica dos

diversos factos e aspectos, apenas em casos muito restritos poderá ser corrigido

e compensado na realização do ensino”. Estas estratégias não estavam

clarificadas no plano de aula, no entanto perante a constante reflexão foram

ganhando forma.

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4.1.3. Realiza(ação) – Atuação, intervenção e reflexão

4.1.3.1. Modelos de Ensino ou Instrucionais

A perspetiva que tenho acerca do ensino e da aprendizagem prende-se

com este ponto, modelos de instrução. Apesar de reconhecer ser extremamente

importante tudo o que antecede o ato de ensinar e a reflexão que o mesmo

obriga, considero o ato de ensinar o momento chave de todo o processo E-A. É

através do ato de ensinar que se evidencia o processo de planeamento

(conceptual) e que posteriormente se reflete de forma a desenvolver novas

aprendizagens relativamente ao comportamento pedagógico ou apenas para

manter as estratégias, métodos e estilos de ensino.

A minha definição de ensino engloba a formação íntegra do aluno

subjacente numa visão holística de todas as dimensões da pessoa enquanto ser

humano. Para mim o objetivo da escola, do ensino e especificamente das aulas

de EF é que estas sirvam de promoção e desenvolvimento de um ser humano

individual, crítico e autónomo através de experiências proporcionadas pelas

aulas (entenda-se exercício físico) contribuindo significativamente para a sua

integração na sociedade. Relativamente a este assunto Rosado e Mesquita

(2015, p. 40) referem que “o núcleo central da ideia do que seja o ensino e que

tem que ver primordialmente com ajudar alguém a aprender algo tido como

valioso para a sua formação, para o seu desenvolvimento pessoal, para ampliar

as suas possibilidades de compreensão e de intervenção no mundo.”

Vickers (1990) sustenta que a organização do processo de instrução

decorre da relação que se estabelece entre o objetivo, o conteúdo, os

procedimentos metodológicos e as formas de organização, estando esta relação

intimamente dependente das condições situacionais em que se aplica.

Para concretizar o ensino sustentei a minha atuação pedagógica em

função de modelos instrucionais atribuindo desta forma significado pedagógico

ao processo de E-A.

De acordo com Rosado e Mesquita (2015, pp. 45-46) existem “modelos

mais centrados na direção do professor e modelos que concedem mais espaço

à descoberta e à iniciativa dos alunos (…) de modo a criar as condições

favoráveis para a vinculação duradoura à prática desportiva” Rink (cit. por

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Rosado & Mesquita, 2015, p. 46) “destaca que não há nenhum modelo que seja

adequado a todos os envolvimentos de aprendizagem.”

Os modelos de instrução utilizados por mim no processo de E-A foram

diversos e multi aplicados, ou seja, de acordo com as dificuldades inerentes nas

diferentes modalidades, as próprias características das modalidades, as

características dos alunos e a constante ação-reflexão das aulas e da minha

atuação, levaram-me a assumir vários modelos de instrução. Procurarei explicar

as decisões tomadas por mim neste âmbito referenciando os modelos utilizados.

O Modelo de Instrução Direta (MID) caracteriza-se por centralizar a

tomada de quase todas as decisões sobre o processo de E-A. O professor

domina a monitorização e o controlo das atividades dos alunos e que este

modelo evidencia a eficácia no ensino de habilidades em contextos de baixa

interferência contextual (Rosado & Mesquita, 2015). Privilegiei mais este modelo

(em detrimento de outros) em modalidades de cariz mais prescritivo, com menor

complexidade de movimentos e de interpretação mais linear como os casos das

UD de Atletismo, Ginástica, Dança e Badminton.

De salientar que a utilização de um modelo nunca se realizou de forma

única, mas sim em interligação com outros. O exemplo da UD de Dança pode

servir de explicação do Modelo de Instrução Direta (MID) utilizado por mim

durante o meu EP. A coreografia de dança que eu apresentei à turma, e que

serviria também para apresentação à comunidade escolar na comemoração do

25 de Abril, foi a mesma que eu realizei enquanto estudante na unidade curricular

de Dança na FADEUP. O número de aulas da UD de Dança foi de apenas seis

aulas o que levou a um planeamento direcionado quase por inteiro para a

aquisição dos movimentos (entenda-se passos) a realizar na coreografia. Este é

um exemplo bem claro da utilização do MID pois na maior parte das aulas e do

tempo das mesmas foi despendido a apresentar os passos a realizar pelos

alunos e a estes a reproduzirem-nos. Apesar de ter elaborado alguns exercícios

de expressão livre e de descoberta do corpo através da sonoridade para além

da realização da coreografia o que predominou nesta UD foi o MID.

No caso da UD Ginástica a predominância também foi o MID ainda que

tenha usado outros modelos como a descoberta guiada e a aprendizagem

cooperativa por pares. Nesta UD quando realizei a disciplina de solo, elaborei

um planeamento que fosse de encontro à participação dos alunos nas suas

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aprendizagens através da construção de uma pequena coreografia que

contemplasse os conteúdos exigidos no PNEF.

A utilização do Modelo Desenvolvimental (MD) de Rink (1996) foi

transversal no meu estilo de ensino, pois esta abordagem de ensino permite o

tratamento e manipulação didático dos conteúdos de forma a nivelar as situações

de aprendizagem a que os alunos são propostos. Rosado e Mesquita (2015, p.

51) sugerem “que a prática, por si só, não proporciona aprendizagens

consistentes e duradoiras” refutando assim os pressupostos básicos do MID de

Rink (2001).

Para Rosado e Mesquita (2015, p. 51) “o MD decorre da assunção de que

a matéria de ensino exige um tratamento didáctico, materializado na

manipulação da complexidade das situações de aprendizagem.” Desta forma o

MD requer um maior cuidado no planeamento pois é necessário adequar as

atividades da aula ao nível de desempenho dos alunos procurando olhar para as

dificuldades evidenciadas por cada um, olhando assim para a individualidade e

as suas circunstâncias. Outra vantagem que me levou a utilizar este modelo é o

facto de ele tratar o conteúdo de forma progressiva pois é possível colocar os

alunos a exercitar progressivamente determinados conteúdos no sentido do

desenvolvimento do mesmo. O aumento de complexidade com sentido lógico e

pedagógico do conteúdo leva a um maior conforto, motivação e sucesso nas

tarefas propostas aos alunos e consequentemente maior aprendizagem. Sobre

isto Farmose e Riera (cit. Por Rosado & Mesquita, 2015, p. 52) referem que “para

favorecer a aprendizagem, é indispensável que o praticante seja confrontado

com um problema a resolver, mas que a solução, e acima de tudo as condições

para a sua efetivação, estejam ao seu alcance”. Assim, existe a necessidade de

os conteúdos serem hierarquizados em função das capacidades de

desempenhos dos alunos de forma a promover a progressão.

“Os alunos apresentam grandes dificuldades nesta modalidade.

Optei por iniciar com exercícios simples e básicos, para realizarem

uma aprendizagem gradual e progressiva, com o intuito de haver

uma boa evolução nesta modalidade.” (Reflexão da aula nº 6 do dia

27 de setembro de 2013)

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A necessidade de configurar uma sequência de desenvolvimento dos

conteúdos e de estruturação das tarefas de aprendizagem é sustentada, no MD,

através de três conceitos, Progressão, Refinamento e Aplicação. A progressão

é a passagem de um nível de desempenho para outro tendo por base a

organização dos conteúdos do simples para o complexo, ou seja, da base para

o topo. O conceito de refinamento diz respeito à definição dos critérios de

realização e do seu uso estratégico. Relativamente ao conceito de aplicação este

é a realização dos exercícios em formato de competição e de auto-avaliação

previamente escolhidos.

Na UD de Voleibol usei o MED como forma de nivelar os desempenhos

heterogéneos encontrados na avaliação diagnóstica. Com recurso a este modelo

foi possível realizar uma série de pressupostos importantes para que existisse

aprendizagem nos moldes anteriormente referidos. De acordo com Rosado e

Mesquita (2015, p. 59) o MED permite a “implementação de ambientes de prática

propiciadores de experiências desportivas autênticas.” Os mesmos autores

definem o MED “como uma forma de educação lúdica e critica as abordagens

descontextualizadas, procurando estabelecer um ambiente propiciador de uma

experiência desportiva autêntica, conseguida pela criação de um contexto

desportivo significativo para os alunos”. A utilização deste modelo revelou-se um

sucesso porque assenta nos pressupostos exigidos na abordagem aos

conteúdos da modalidade, mas, e sobretudo, por se basear num sistema de

cooperação, competição e literacia desportiva. Desta forma os alunos

envolveram-se por completo nas tarefas exigidas logo na estruturação da época

bem como foram sujeitos ativos no(s) seu(s) próprios processos de E-A.

“Antes e depois da aula, estive à conversa com a professora

cooperante onde a mesma elogiou a aula realizada por mim. De

salientar que esta aula foi a primeira realizada através do Modelo

de Educação Desportiva (MED). Ainda assim, tenho plena

consciência que existem muitos aspetos a melhorar.” (Reflexão da

aula nº 11 e 12 do dia 04 de outubro de 2013)

Com a implementação do MED nas minhas aulas, na modalidade

de voleibol, proporcionei às equipas a oportunidade de estruturarem

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e organizarem os seus próprios exercícios conforme a manipulação

que exerci em função dos conteúdos que pretendo para o

desenvolvimento de competências e da UD. A intervenção

pedagógica nesta aula foi muito direcionada para a tutoria dos

capitães e das equipas. (Reflexão da aula nº24 e 25 do dia 01 de

novembro de 2013)

Conforme salientei, utilizei vários modelos instrucionais simultaneamente

com os anteriores referidos de forma a procurar um ensino de qualidade

diversificado e que promova efetivamente uma aprendizagem duradoira.

A aprendizagem cooperativa encontra-se neste leque de decisões por

mim realizada como fomentadora de relações inter-pessoais e sociais. Este

modelo teve um enfoque maior na UD de Ginástica e na UD de Voleibol. Desta

forma também pude contactar com este modelo de forma mais evidente e assim

fazer parte do meu leque de modelos a utilizar na instrução. Segundo Arends

(2008, p. 372) “a aprendizagem cooperativa deve fazer parte do repertório de

todos os professores principiantes.” Arends (2008, p. 344) refere ainda que o

“modelo de aprendizagem cooperativa requer a cooperação e interdependência

entre alunos nas suas estruturas de tarefas, de objetivos e de recompensa.” De

acordo com o planeamento da UD Ginástica, disciplina de solo, os alunos foram

sujeitos a realização de tarefas em grupos de trabalho de forma a cumprirem

com os conteúdos (entenda-se objetivos) propostos para esta UD. Esta forma de

planear e operacionalizar a aula e a UD teve como objetivo extrair dos alunos a

necessidade de estruturar, organizar e cooperarem de forma a atingirem um

objetivo comum. Sobre isto Arends (2008, p. 345) refere que “os alunos em

situações de aprendizagem cooperativa são encorajados e/ou obrigados a

trabalhar em conjunto numa tarefa comum e têm de coordenar os seus esforços

para concluírem a tarefa.” Para além da montagem da coreografia, a minha

intervenção nestas aulas passou por uma tutoria constante com os grupos de

trabalho, no sentido da descoberta das capacidades e competências individuais

de cada um dentro dos seus grupos, facilitando a interpretação da diversidade e

individualidade dos mesmos.

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“Como são uma turma com um bom relacionamento entre os

alunos, preocupei-me sobretudo em colocar os alunos em grupos

heterogéneos de forma a promover e desenvolver a diversidade e

a cooperação entre eles. Optei por esta forma, prioridade em

detrimento dos níveis de desempenho por considerar que existe

uma maior aproximação de valores menos expressados nas aulas

e na sociedade. Assim as figuras e os elementos de ligação

propostos estão-se a revelar muito idênticos, mas é percetível que

a maior dificuldade e ao mesmo tempo a maior riqueza tem sido o

desenvolvimento das relações interpessoais no sentido da atingir o

fim esperado – coreografia de grupo.” (Reflexão da aula nº 33 e 34

do dia 29 de novembro de 2013)

Independentemente dos modelos assumidos, o professor deve procurar a

multiplicidade e dinâmicas dos mesmo de forma a que os alunos aprendam.

Apesar de não considerar o EP como um local de experiências para o

professor estagiário, aproveitei o facto de ser a primeira vez que lecionava para

colocar em prática muitas das aprendizagens que tinha realizado até aqui. De

acordo com as necessidades da turma e dos alunos em específico, utilizei

diferentes modelos e métodos para atingir os objetivos do ensino - a

aprendizagem dos alunos. A(s) de decisão(oes) por cada opção tomada foram

sempre equacionadas num plano de reflexão profunda onde se revelassem mais

ajustadas ao contexto (entenda-se alunos e turma) mas também devido ao

conhecimento que possuía de cada uma delas.

4.1.3.2. Condição Física – A bateria de testes Fitnessgram VS Treino

Funcional

A EF é a única disciplina do plano curricular dos alunos que promove a

aprendizagem do corpo. Ela debruça-se exclusivamente na exploração da

corporalidade sendo por isso extremamente importante constar nos planos

curriculares bem como lhe dar a preponderância e tempo necessários para a sua

concretização. Segundo Bento (1991, p. 102) a “Educação Física é uma

disciplina predominantemente orientada para a formação da competência

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desportivo-motora e para o desenvolvimento da capacidade de rendimento

corporal”. Sem ser propriamente o assunto mais relevante nesta reflexão,

legitimação da EF, esta serve de mote para uma das maiores preocupações à

escala mundial nos dias de hoje, estilos e hábitos de vida saudáveis.

Desta forma a EF tem na sua génese uma preocupação e também

responsabilidade sobre a aquisição de uma condição física ideal e

consequentemente estilos de vida saudáveis comportados através da atividade

física. Importa definir o que é aptidão física e o que é atividade física sem antes

contextualizar onde se situa a condição física no quadro dos PNEF.

A condição física está bem patente nos PNEF sobretudo na perspetiva da

melhoria da qualidade de vida, saúde e bem-estar onde estava prevista a

aplicação da bateria de testes de Fitnessgram para aferir os níveis de aptidão

física dos alunos durante o seu percurso escolar. Um dos objetivos gerais dos

PNEF é melhorar os níveis de aptidão física tal como referem os PNEF nas

seguintes ideias: “Melhorar a aptidão física, elevando as capacidades físicas de

modo harmonioso e adequado às necessidades de desenvolvimento do aluno.;

promover a aprendizagem de conhecimentos relativos aos processos de

elevação e manutenção das capacidades físicas.; promover o gosto pela prática

regular das actividades físicas e assegurar a compreensão da sua importância

como factor de saúde e componente da cultura, na dimensão individual e social.;

consolidar e aprofundar os conhecimentos e competências práticas relativos aos

processos de elevação e manutenção das capacidades motoras e alargar os

limites dos rendimentos, energético - funcional e sensório - motor, em trabalho

muscular diversificado, nas correspondentes variações de duração, intensidade

e complexidade.” (Bom et al., 2001, p. 6)

A aula de Educação Física desempenha assim um papel imprescindível

no desenvolvimento das capacidades motoras. Um dos obstáculos para que tal

aconteça poderá ser o facto de as aulas não serem suficientes.

A bateria de testes de fitnessgram foi criada nos Estados Unidos da

América com o propósito de avaliar a capacidade cardiorrespiratória, a força e

resistência muscular, a flexibilidade e a composição corporal (Corbin & Pangrazi,

2001) de acordo com os seguintes itens:

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Tabela 1 - Bateria de testes do Fitnessgram (Research, Versão

Portuguesa, 2002)

Componentes da aptidão física Testes propostos

Aptidão aeróbica Milha

Vai e Vém Marcha

Composição Corporal Pregas de adiposidade

IMC

Força abdominal e resistência Abdominais

Força e flexibilidade tronco Extensão braços; flexão braços em

suspensão modificada; flexão braços em suspensão; flexão braço em suspensão

Flexibilidade Senta e Alcança

Flexibilidade ombros

À data da realização do EP a bateria de testes do fitnessgram era a

utilizada em Portugal no meio educativo como forma de avaliação da aptidão

física. Tendo sido posteriormente, 2016, substituída pela bateria de testes

Fitescola. Sardinha et al. (1999) referia que a bateria de testes do fitnessgram

era a que melhor se adequa aos princípios de avaliação da aptidão física.

Para cada um dos testes apresentados pelo fitnessgram, é considerado a

idade e o género, existe um intervalo de valores de referência designado de Zona

Saudável de Aptidão Física (ZSAF) referenciada também nos PNEF.

De acordo com o documento de orientação da União Europeia para a

atividade física, esta é definida como “qualquer movimento associado à

contracção muscular que faz aumentar o dispêndio de energia acima dos níveis

de repouso”. (Instituto do Desporto de Portugal, 2009, p. 7) A aptidão física é

entendida como a capacidade de realizar atividades do dia a dia de forma

satisfatória ou a capacidade geral que um indivíduo tem de responder a uma

multiplicidade de exigências e situações. De acordo com Rikli e Jones (1999, p.

133) a aptidão física é a “capacidade fisiológica e/ou física para executar as

actividades da vida diária de forma segura e autónoma, sem revelar fadiga.” A

American College of Sports (2001) (ACSM) define aptidão física como o “estado

caracterizado pela capacidade de realizar actividades diárias com vigor,

demostrando características e capacidades associadas ao baixo risco de

desenvolvimento prematuro de doenças hipocinéticas.”

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A American College of Sports (2001) refere “a condição física como a

capacidade para realizar atividade física de nível moderado a elevado, sem

causar fadiga, e a faculdade de manter essa capacidade ao longo da vida.” Para

(Costa, 1997) a condição física é a capacidade de um individuo realizar

trabalho/esforço através dos seus meios físicos, respondendo a uma diversidade

de exigências.

A EBSC aderiu a um projeto que a FADEUP estava a promover com o

objetivo de avaliar a aptidão física dos alunos nas escolas através do Treino

Funcional (TF) como alternativa à bateria de testes do fitnessgram.

O TF é um tipo de treino em circuito que estimula o aumento da condição

física geral em alta intensidade. O TF baseia-se em movimentos naturais do ser

humano, daí o funcional, como correr, saltar, agachar, empurrar, atirar, agarrar,

fortalecendo os músculos de forma global de acordo com a sua função e com as

tarefas diárias. Diferencia-se da musculação sobretudo pelo tipo de movimentos

não mecânicos, pelas melhorias do sistema cardiovascular e também por ser

muito eficaz na redução da massa gorda corporal.

Para o efeito foi criado um circuito de avaliação padronizado (anexo 6)

pela FADEUP composto por seis estações e utilizando uma metodologia própria.

Este protocolo foi usado na minha turma e pelos meus colegas do núcleo de

estágio. As avaliações foram realizadas uma vez em cada período sendo

registado o tempo total, executado cinco vezes o circuito onde o aluno realiza

dez repetições em cada estação como se pode verificar no anexo 7.

A alteração de paradigma relativamente à condição física e aptidão física

nas escolas é algo que tem de ser realizado pois ela é entendida pelos alunos

como uma atividade pouco apelativa, atraente e que gera pouca emotividade e

consequentemente memórias menos positivas. Segundo Bento (2004) na

atualidade, subsiste uma tendência perigosa que assinala níveis alarmantes de

ausência de atividade física e aptidão física nos jovens. A elaboração deste

protocolo mostrou existirem mais estratégias para a atividade física, que

contribui para o aumentar da aptidão física, seja realizada com maior entusiasmo

e desperte nos alunos mais interesse e consequentemente maior autonomia

relativamente a hábitos e estilos de vida saudáveis. A condição física deve ser

exercitada ao longo de todo o ano letivo em conjunto com uma metodologia que

permita a implementação das suas componentes em conjunto com a(s)

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modalidade(s) a exercitar. Não devemos utilizar a condição física como modo de

punição correndo o risco de ser encarada exclusivamente para esse fim e

contribuindo para uma associação negativa relativamente a esta. Esta é uma

prática recorrente dos professores de EF bem como dos treinadores. Devemos

encontrar novas estratégias de repreensão para atingir os objetivos propostos

ex: utilizar a exercitação da condição física como uma estratégia de gestão do

tempo de aula.

Neste ponto, vou debruçar-me sobre o circuito do treino funcional.

As estações que selecionei implicavam trinca segundos de intensa

atividade mais trinca segundos de pausa/transição de estação, com

exercícios destinados a desenvolver a coordenação geral, a

velocidade e a força. Na fase inicial demonstrei com rigor e clareza

os movimentos a executar com os critérios de êxito e deixei que

eles explorassem o circuito pelo menos uma vez em cada estação.

(Reflexão da aula nrº 7 do dia 02 de outubro de 2013)

4.1.4. Avaliação

“A análise e a avaliação ligam-se, em estreita retroacção, à planificação e

realização. Nenhuma destas três actividades é dispensável, se o professor

pretender assumir correctamente as suas funções” (Bento, 2003, p. 175)

A avaliação está muito para além da atribuição de notas (rótulos) e é um

processo que transborda complexidade, exigência e muita reflexão. A avaliação

não é centrada exclusivamente no aluno e nas suas aprendizagens, mas

também na avaliação ou análise que se realiza das tarefas do professor

nomeadamente dos modelos, das estratégias de ensino e da forma como o

processo se está a desenvolver. Assim a avaliação é bididirecional, ou seja, é

realizada aos alunos pelo professor em vários momentos e formas, mas também

realizada ao processo de ensino pelo próprio professor. Só através desta forma

de olhar a avaliação é que o professor é capaz de extrair todos os níveis da sua

atuação e poder alterar ou não as suas práticas pedagógicas para almejar um

ensino de qualidade. Bento (2003, p. 173) refere que “sem um trabalho de

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reflexão suficientemente aprofundado não é possível a avaliação dos alunos e

da actividade pedagógica do professor.”

De acordo com as aulas da unidade curricular de Didática Geral do

primeiro ano, existem muitas definições de avaliação. Tyler (1949) é considerado

o pai da avaliação educacional e referia-se a esta como a comparação constante

entre os resultados dos alunos e os objetivos previamente definidos.

Para Pacheco (2001, p. 129) “avaliar é a expressão de um juízo de valor

que pressupõe uma tomada de decisões através de procedimentos técnicos

formais ou informais, correspondendo a um acto perceptivo e cognitivo que se

explica pelo modelo de processamento de informação”. Rink (1993) refere que a

avaliação é o processo de recolha de informação para fazer um julgamento sobre

o produto e o processo de ensino. Para Siedentop (1991) a avaliação é

frequentemente a comparação com outros com o propósito de atribuir notas. A

avaliação deveria significar a recolha de informação válida e fidedigna para a

melhoria da performance. Já para Luckesi (cit. por Luckesi, 2002, p. 33) “a

avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da

realidade, tendo em vista uma tomada de decisão.”

Assim encaro a avaliação como o processo para determinar a extensão

com que os objetivos educacionais se realizam.

As funções da avaliação de forma a cumprir com a finalidade pedagógica

do processo de E-A permitem ao professor organizar, orientar, modificar ou

reorganizar, traçando desta forma o percurso mais adaptado para os alunos.

Procurei concretizar os objetivos da avaliação através de uma reflexão profunda

das aulas e das situações ocorridas na mesma. Mais especificamente identifiquei

as dificuldades e potencialidades dos alunos; selecionei as melhores situações

de aprendizagem procurando o maior benefício na aquisição e aperfeiçoamento

do léxico corporal e analisei as situações de comportamento, gestão de aula e

organização da mesma.

Ao longo do ano o sistema de avaliação padrão usado foi referenciado ao

critério. Nas UD das modalidades onde prevalecem as habilidades motoras mais

complexas como é o caso dos desportos coletivos foram utilizados critérios

assentes na tomada de decisão dos alunos e na performance (carácter

quantitativo). Nas UD das modalidades onde predominam habilidades motoras

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mais repetitivas e por isso menos complexas, utilizei critérios baseados nos

gestos técnicos e de competência (carácter qualitativo).

Rink (1993) refere a existência de três momentos de avaliação:

diagnóstica, formativa e a sumativa que se podem realizar de forma formal ou

informal. Juntamente com estes momentos de avaliação, a contínua

acompanhou sempre o meu processo de avaliação.

A avaliação diagnóstica destina-se a avaliar os conhecimentos e aptidões

dos alunos numa atividade, de forma a projetar as aprendizagens colocando-os

num determinado nível. O meu processo de melhoramento neste parâmetro,

avaliação diagnóstica, já tinha sofrido um grande avanço no primeiro ano nas

unidades curriculares das Didáticas Especificas em contexto escolar. Nessa

altura era necessário realizar uma boa recolha de informação para

posteriormente orientar a atuação das aprendizagens das modalidades sem que

tivéssemos um conhecimento aprofundado dos alunos pois não contactávamos

com eles diariamente e ao longo de um ano. Assim procurei sintetizar ao máximo

a informação a recolher neste momento sabendo que o tempo para a realização

é apenas de uma ou duas aulas. As grelhas de avaliação diagnóstica eram de

fácil preenchimento e com parâmetros de avaliação muito objetivos para que

conseguisse avaliar todos os alunos. O principal propósito da avaliação

diagnóstica era colocar os alunos num determinado patamar de conhecimento,

competências e aptidões de forma a projetar o processo de ensino para a

modalidade em questão. No caso dos desportos coletivos utilizei sempre o jogo

reduzido e em formas possivelmente adaptadas à idade e ao nível requerido

para criar um ambiente competitivo, motivador e ao mesmo tempo que servissem

a função que eu pretendia. Durante as aulas destinadas à avaliação diagnóstica

procurava os alunos com um nível de sucesso maior e menor para assim projetar

as novas aprendizagens. Conforme as avaliações diagnósticas ocorressem,

montava, ajustando os conteúdos a introduzir, exercitar e consolidar, as UD e os

planos de aula de acordo com essa mesma avaliação. Ex.: No caso do Voleibol

tendo em conta o desnível encontrado entre os alunos com maiores aptidões e

os alunos com maiores dificuldades criei a UD através do MED de forma a

procurar a interação diferenciada de níveis.

A avaliação formativa acompanha todo o processo de E-A e por isso é

muitas vezes confundida com avaliação contínua. A avaliação formativa poderá

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ser realizada de forma formal ou informal e procura sobretudo regular o processo

de E-A, seja pela aprendizagem melhor ou pior dos alunos, seja pela melhor ou

pior condições do processo. Rink (1993, p. 158) refere que “a avaliação formativa

é a avaliação que tenta medir o progresso para o objetivo”.

A avaliação sumativa é realizada no final de uma UD, de um período ou

de um ciclo de ensino e carateriza-se por ser formal. O seu principal objetivo é

avaliar as aprendizagens ocorridas e a evolução dos alunos nos conteúdos

propostos na UD. Através da avaliação sumativa é possível atribuir uma

classificação aos alunos e compreender melhor a atuação do professor. De

acordo com Rink (1993) a avaliação sumativa é realizada no final da aula ou da

UD e avalia o grau com que os objetivos foram atingidos.

Um dos pontos da avaliação educativa centra-se no reconhecimento das

diferenças existentes entre os alunos. Essas referem-se às capacidades que os

alunos manifestam no início do processo e aos níveis que atingem por

consequência do mesmo. Por outro lado, os alunos apresentam diversos

estádios de desenvolvimento ao nível da maturação o que também provoca

diferentes desempenhos na aula de EF. Para além das diferenças entre os

alunos as condições da prática e as metodologias, estilos e estratégias de cada

professor, são bastante diferentes, o que promove a disparidade de

oportunidades e de desenvolvimento.

Ainda assim o percurso escolar dos alunos é igual relativamente ao tempo

de prática, padrões de referência, objetivos a atingir (PNEF) existindo pouca

sensibilidade para os aspetos anteriormente referidos e olhado por uma

perspetiva de educação de massas em detrimento de uma educação

substanciada no individuo.

Avaliar é um processo complexo, que exige conhecimento,

responsabilidade, rigor e ética. Apesar de no início do ano letivo, serem

decretadas as diretrizes orientadoras para a avaliação da disciplina de EF, ou

seja, é expetável que todos se regessem pelos mesmos critérios, normas e

métodos de avaliação nos diferentes domínios a avaliar, mas devido à

individualidade e particularidade de cada professor resulta em classificações

diferenciadas.

Na concretização da avaliação não devemos circunscrever meramente às

questões supracitadas e redutoras que levem a uma avaliação linear sem

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contemplar a existência e compreensão de outras dimensões para além destas.

Luckesi (2002, p. 28) refere que “a avaliação não se dá nem se dará num vazio

conceitual, mas sim dimensionada por um modelo teórico de mundo e de

educação, traduzido em prática pedagógica.”

“Para a atribuição da avaliação final, é necessário que se pese, a

avaliação inicial, a progressão na aprendizagem e a avaliação final.

Salientei à professora que dou maior importância ao processo de

desenvolvimento do que propriamente as capacidades iniciais de

cada um. Se atendermos apenas ao resultado da avaliação final

podemos cometer vários erros e injustiças. Vamos imaginar que

naquele dia o aluno não realiza como já tem evidenciado noutras

aulas; vamos imaginar um aluno que executa a maioria dos

comportamentos desejados de forma exemplar, mas que no final da

avaliação contínua exatamente no mesmo registo, e outro que tinha

um desempenho muito baixo relativamente ao esperado, mas que

termina, na avaliação final com uma evolução muito significativa.

Penso que se deve considerar a progressão na aprendizagem como

fundamental na atribuição das notas,” (Reflexão da reunião com a

professora cooperante a 17 de dezembro de 2013)

Concluo afirmando que a avaliação é um processo dinâmico e contínuo

de informação sobre as transformações dos comportamentos dos alunos, que

permitem projetar e acompanhar todo o processo E-A, fazendo da planificação,

realização e avaliação um processo integro.

4.2. Área 2 - Participação na Escola e relações com a comunidade

Na área 2, participação na escola e relações com a comunidade e de

acordo com as Normas Orientadoras do EP do Ciclo de Estudos conducente ao

grau de Mestre em Ensino de EF nos Ensinos Básicos e Secundário da

FADEUP, (Matos, 2017, p. 6) refere que “esta área engloba todas as atividades

não letivas realizadas pelo estudante estagiário, tendo em vista a sua integração

na comunidade escolar e que, simultaneamente, contribuam para um

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conhecimento do meio regional e local tendo em vista um melhor conhecimento

das condições locais da relação educativa e a exploração da ligação entre a

escola e o meio” que tem como principal objetivo “contribuir para a promoção do

sucesso educativo, no reforço do papel do professor de Educação Física na

escola e na comunidade local, bem como da disciplina de Educação Física,

através de uma intervenção contextualizada, cooperativa, responsável e

inovadora.” (Matos, 2017, p. 6)

De forma a concretizar os objetivos a que o EP se propõe, o núcleo de

estágio participou na elaboração de diversas atividades ao longo do ano letivo:

Torneio de Voleibol – “Duplas Românticas”; Torneio de Futsal e Torneio de

Basquetebol.

Para além destes eventos onde constou a participação do núcleo de

estágio, estive presente em todas as reuniões do conselho de turma e grupo de

EF no qual também irei explorar posteriormente.

4.2.1. Torneio de Futsal

O(s) Torneio(s) de Futsal foram realizados em três momentos diferentes

conforme os ciclos de ensino. No primeiro período realizou-se o torneio

destinado ao 2º ciclo do ensino básico, no segundo período o torneio do 3º ciclo

e no último período, terceiro, foi reservado para o ensino secundário. Pelo facto

do torneio se realizar fora do âmbito letivo, foi necessário haver disponibilidade

de horário e de espaço, o que me levou a separar o torneio em três momentos

ao longo do ano letivo.

A organização desta atividade ficou a cargo do núcleo de estagiários que

à imagem do que anteriormente já tinha sido elaborado por antigos colegas

(entenda-se professores estagiários de anos anteriores), tinha revelado uma

adesão e entusiasmo enorme à volta desta competição.

Para além da dimensão global que o torneio comportava a dimensão

cultural e social que o grupo organizador pretendia atingir legitimava-se pelos

valores maiores do desporto. O desporto é um fenómeno social e cultural pelo

que o futebol está muito implantado na nossa cultura e por isso a adesão e

entusiasmo, mesmo pelos alunos que não participaram ou pelos que

participavam, mas ao mesmo tempo estavam a ver os jogos dos colegas e/ou

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adversários, tomou conta destes o que se revelou muito positivo e que nos

encheu de satisfação pelo objetivo a cumprir – participação na escola.

Pessoalmente envolvi-me bastante neste projeto, pois sou treinador de

futebol e queria (re)criar um evento de escala semelhante a uma verdadeira

competição com o sentido de vivenciar uma clara experiência positiva. Para o

efeito criamos um cartaz bastante apelativo com o sentido de exponenciar, o

entusiasmo dos alunos para a participação no torneio (anexo 8).

Após a fase de divulgação e feitura das equipas, elaboramos o

regulamento e o quadro competitivo, a Taça, (anexo 9) e voltamos a espalhar

pela escola esta informação deixando os alunos cada vez mais entusiasmados

e expetantes relativamente ao torneio. Basicamente montámos uma proposta de

marketing à volta deste torneio para que levasse os alunos a uma experiência

em ambiente autêntica de um evento desportivo. Desta forma os alunos que não

participavam no torneio foram envolvidos pelo ambiente criado e

corresponderam em massa nos dias e horas dos jogos, (re)criando o ambiente

autêntico de um evento desportivo. Existiram claques de apoio a equipas e a

jogadores em particular demonstrando o envolvimento e papel de toda a

comunidade educativa neste evento.

Para a operacionalização da proposta contamos com a colaboração da

turma do 12º ano da opção de Desporto, que nos ajudou nas datas do torneio

nas tarefas de árbitro, mesa e acompanhamento das equipas.

Toda a organização e operacionalização do(s) torneio(s) ficou a cargo do

núcleo de estágio que revelou aqui uma enorme autonomia e responsabilidade

na concretização desta atividade que ocorreu de forma muito positiva e que

contribuiu para fidelização da comunidade escolar.

4.2.2. Torneio de Voleibol – “Duplas Românticas”

O torneio de voleibol – “duplas românticas” fazia parte do plano anual de

atividades proposto pelo grupo de EF da EBSC e era uma prática recorrente há

vários anos. O torneio era destinado aos três ciclos de ensino e realizou-se no

dia catorze de fevereiro, dia dos namorados, assente nos valores do desporto

para todos, de união e paixão. As regras que permitiram a concretização do

anteriormente referido, foram as equipas serem constituídas por um elemento do

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sexo masculino e um elemento do sexo feminino com a configuração de jogo

2x2.

O torneio foi organizado pelo núcleo de estagiários de professores de EF

da FADEUP com a cooperação da turma de desporto do curso profissional e

técnico de Apoio à Gestão Desportiva do 12º ano (à imagem de outras atividades

promovidas na EBSC). De salientar que a interação neste tipo de organizações

por parte desta turma foi tão rica para eles quanto para nós pois por um lado

tínhamos mais apoio ao nível dos recursos humanos bem como maiores

responsabilidades para liderar uma organização maior e que também pretendia

alcançar outros objetivos e outro patamar ao nível organizativo.

Coube-nos a elaboração de todo o material informativo e regulador para

que a atividade fosse concebida: cartaz informativo (anexo 10); ficha de inscrição

(anexo 11) e regulamento (anexo 12); após esta primeira fase passamos para a

realização do evento no próprio dia concebendo o calendário de jogos (anexo

13); ficha de jogo (anexo 14); plano organizativo do dia (anexo 15) e

diploma classificativo (anexo 16).

O tradicional torneio de “Duplas Românticas” teve uma aceitação e

adesão muito grande por parte dos alunos, uma vez que não existem atividades

curriculares neste dia e de salientar a possibilidade de toda a comunidade

educativa participar no torneio (professores, auxiliares educativos, alunos,

funcionários, etc) apenas cumprindo a regra de um elemento masculino e um do

género feminino. O ambiente criado no pavilhão foi de salutar sendo um

momento extremamente importante para a comunidade escolar (desporto como

unificador e agregador).

4.2.3. Torneio de Basquetebol 3x3

A organização deste torneio ficou a cargo do grupo de EF tendo apenas

participado como colaborador neste evento. Desta forma foi importante para o

meu desenvolvimento pessoal assegurar outras funções que não as

anteriormente descritas. Assim nesta atividade tive a oportunidade de estar por

dentro da organização, mas não ser um elemento líder o que me deixou mais

tranquilo para realizar as minhas tarefas como árbitro. Desta forma foi possível

estar mais focado e obter uma abrangência de experiências mais ampla,

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contribuindo assim para uma participação, reflexão e visão distinta das vivências

anteriores.

Os eventos desportivos tiveram sempre um impacto muito grande na

comunidade escolar salientando-se a envolvência e ambiente extremamente

positivos nestes dias.

4.2.4. Reuniões

A minha disponibilidade e participação nas reuniões foi completa por

entender que esta experiência é extremamente importante em diversos

domínios. As reuniões iniciais a que foi assistindo serviram de ponto de partida

para eu conhecer os meus colegas professores, o entendimento que tinham do

processo escolar, as dinâmicas intra professores, as próprias dinâmicas da

escola e por último, mas não menos importante, as informações partilhadas

acerca dos alunos.

Desde o início do meu processo de desenvolvimento enquanto professor

procurei estar presente e participar destes momentos.

As primeiras reuniões foram exclusivamente com a PC que me procurou

contextualizar os espaços, dinâmicas e procedimentos a adotar desde do início.

A partir daí iniciaram-se as reuniões de núcleo de estágio onde conheci os meus

colegas e que procurarmos encontrar o caminho da cooperação, partilha e

responsabilidades comuns a que nos sujeitávamos. Logo de seguida estive

presente na primeira reunião oficial, departamento de EF da EBSC dos grupos

260 e 620 pelo que ouvi as propostas de conteúdos dos ciclos de ensino,

roulement de espaços e planeamento anual de atividades a aprovar pelo grupo.

Neste momento conheci os meus colegas professores de EF da EBSC o que se

revelou importante tendo em conta a relação que necessitamos para partilhar os

mesmos espaços e preparar as atividades a cumprir no plano anual de

atividades. Após este momento inicial de reuniões sucedeu-se uma interrupção

das reuniões do grupo de EF até ao final do primeiro período, que tiveram lugar

as reuniões de turma (entenda-se concelho de turma) para aferir as

classificações finais dos alunos da minha turma.

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“Chegado ao fim o 1º período, estive presente na reunião do

conselho de turma para atribuição das classificações. Estive

sempre ao lado da professora cooperante e a reunião foi muito

tranquila não existindo nada de especial a referir. Apesar do

contexto das reuniões ser algo estranho para mim senti-me um

professor igual aos outros onde pude intervir e argumentar alguns

dos assuntos discutidos.” (Reflexão da reunião do conselho de

turma do 1º período a 19 de dezembro de 2013)

Durante todo o EP procurei potencializar os momentos em que me

encontrava na sala dos professores e que poderia partilhar informações acerca

do ambiente escolar, o que se tornou numa atitude muito importante para mim

ao nível do desenvolvimento pessoal e profissional.

4.3. Área 3 - Desenvolvimento profissional

A área 3, desenvolvimento profissional, é reservada ao meu

desenvolvimento pessoal enquanto aluno/professor estagiário. Matos (2017, p.

7) refere que ”esta área engloba atividades e vivências importantes na

construção da competência profissional, numa perspetiva do seu

desenvolvimento ao longo da vida profissional, promovendo o sentido de

pertença e identidade profissionais, a colaboração e a abertura à inovação” e

que tem como objetivos “perceber a necessidade do desenvolvimento

profissional partindo da reflexão acerca das condições e do exercício da

atividade, da experiência, da investigação e de outros recursos de

desenvolvimento profissional. Investigar a sua atividade em toda a sua

abrangência (criar hábitos de investigação/reflexão/ação).”

A intenção primordial com este ponto e com esta área prende-se com a

elaboração de um projeto de investigação-ação. No entanto, e devido à

interrupção do meu plano de estudos no ano de 2013/2014, o projeto de

investigação-ação também não ficou concluído e por essa razão não o irei

apresentar neste relatório.

Apesar de não fazer parte da estrutura desta área irei elaborar uma

reflexão sobre o professor reflexivo e o seu percurso desde a formação inicial.

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No decorrer deste texto pretendo contextualizar melhor o que foram as atividades

que me permitiram o meu desenvolvimento profissional.

Ao nível do desenvolvimento profissional sinto que o EP foi sem dúvida o

trampolim que me tornou o professor capaz que hoje consigo ser. Como o

desenvolvimento profissional acompanha o desenvolvimento pessoal e vice-

versa hoje sinto-me, também, muito melhor pessoa devendo isto ao EP.

A elaboração do projeto de formação individual foi um dos primeiros

passos que realizei a nível da reflexão individual mais profunda acerca de mim

e o que me levou, desde logo, a considerar a reflexão como ferramenta essencial

de todo este processo.

O portefólio digital com a inclusão do diário de bordo no mesmo foi outra

ferramenta utilizada e realizada por mim ao longo do ano de estágio que me

permitiu manter todo o material exigido atualizado e disponível, mas sobretudo

de refletir constantemente acerca do processo de E-A e do meu processo de

desenvolvimento enquanto futuro professor.

Por último a realização do relatório de estágio foi para mim uma tarefa

árdua e difícil uma vez que tive uma interrupção desde o meu EP até a realização

do mesmo. Esta dificuldade deveu-se a alguns problemas pessoais que me

levaram a não ter a possibilidade de o realizar o RE a tempo de poder maximizar

a extração de todas as experiências e vivências (momentos, reflexões e atos).

Ainda assim, o processo de realização deste documento, RE, foi para mim um

momento de enorme reflexão e entendimento do que tinha realizado ao nível da

prática, ainda que este seja apenas um momento em que reúno toda a

informação e tento transmitir em forma de escrita (o que para mim também foi/é

difícil).

O planeamento e reflexão revelaram-se ser os instrumentos fulcrais da

realização do EP e também onde notei maior desenvolvimento quer a nível

pessoal, quer a nível profissional. Estas ferramentas caminharam (entenda-se

desenvolveram-se) comigo desde uma fase inicial e transportarei para a minha

futura prática de docente e também a nível pessoal. A elaboração do relatório de

estágio assentou sobretudo nestas duas capacidades e na própria evolução

delas em mim. Torna-se evidente e indispensável que o planeamento e a

reflexão se tornem o cerce de todo o processo educativo sendo imprescindível

planear e refletir cuidadosamente.

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A possibilidade que o EP oferece, inserção na comunidade escolar,

através de um conjunto de pessoas e perspetivas fez com que eu tivesse de me

adaptar a esse contexto e me moldasse em função de ser um professor

competente.

4.3.1. O Professor Reflexivo – a viagem desde a formação inicial

Pretendo nesta reflexão fazer uma pequena viagem à formação inicial e

ao modo como esta influenciou a minha prática (neste âmbito entenda-se

profissão) docente enquanto professor reflexivo.

Na fase inicial da minha formação profissional, licenciatura, a abordagem

do ensino foi ampla, sendo transversal a várias áreas do desporto. Desta forma

a especificidade da profissão docente foi pouco explorada ainda que entenda

que foi extremamente necessária para abrir o campo de conhecimentos e

competências que posteriormente coloquei em prática na profissão. As unidades

curriculares (UC) do curso de Ciências do Desporto da FADEUP eram, na sua

constituição, formadas por duas vertentes, teóricas e práticas contribuindo desta

forma para uma formação direcionada para um saber fazer e um saber sobre

saber fazer. Nesta fase foi importante suportar, dotar os futuros profissionais da

área (entenda-se Desporto) de conhecimentos, saberes, sobre várias áreas

científicas, que interessavam desenvolver para sustentar as práticas

profissionais desportivas futuras, ou seja entender melhor todo o fenómeno

desportivo e tudo aquilo que o rodeia, mas também saber realizá-lo.

Após esta formação profissional surge a formação inicial para a

docência através do curso de 2º ciclo de ensino no ensino da EF para os ensinos

básicos e secundários. De acordo com Costa (1996) a formação inicial é o tempo

pelo qual o professor obtém os conhecimentos e as competências necessárias

para a profissão.

Este ciclo de ensino, denominado de formação inicial, é muitas vezes

considerado demasiado teórico e afastado da profissão. Apesar de existir uma a

proximidade com a prática pedagógica nas escolas e da tentativa de ser uma

experiência autêntica de ensino supervisionada ela é diminuta no tempo e no

espaço e também abstrata pois não se considera o contexto exclusivo de cada

escola, turma e alunos. Alarcão (1996) defende que “a formação do futuro

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profissional inclua uma forte componente de reflexão a partir de situações

práticas reais.” Apesar de considerar necessária e importante este tipo de

formação (inicial) a literatura mais recente sugere alternativas interessantes que

possivelmente atingiriam outros patamares de excelência no que à formação de

professores diz respeito. Neste sentido, Nóvoa (2009, p. 45) defende que a

proposta para a formação dos professores deveria procurar “valorizar a

componente práxica, a cultura profissional, as dimensões pessoais, as lógicas

colectivas e a presença pública dos professores.” e que “a formação de

professores continuou a ser dominada mais por referências externas do que por

referências internas ao trabalho docente. Impõe-se inverter esta longa tradição,

e instituir as práticas profissionais como lugar de reflexão e de formação.” Ainda

sobre este assunto Costa (1996, p. 8) refere “a ideia que uma verdadeira

formação de professores não pode reduzir-se a uma formação teórica à qual

habitualmente se acrescenta um momento de prática pedagógica. A formação

de professores, numa perspetiva de profissionalização, deve ser entendida como

um processo contínuo e sistemático de aprendizagem através de uma análise e

reflexão da atividade educativa realizada.” Sendo ainda acrescentado por Krug

(2005, p. 40) que “ser bom professor não é um estado de ser. É um permanente

vir a ser”.

Neste novo paradigma torna-se essencial a importância do professor

reflexivo pois só este é capaz de (re)aprender conceções acerca da escola, EF,

Ensino, alunos, estratégias, estilos, metodologias, etc… que o tornarão

realmente capaz de intervir pedagogicamente num contexto prático. Segundo

Costa (1996) a aprendizagem do professor não termina com a obtenção do grau

de mestrado em ensino, mas é sim uma permanente procura da excelência.

Excelência essa que deriva de um processo formativo complexo, exigente,

inacabado e inalcançável que reflete um processo de reflexão – ação – reflexão

como base de construção de uma prática de qualidade profissional. Este autor

refere ainda cinco orientações que enfatizam a conceção de um bom professor

e um bom ensino. Ao nível da orientação académica, Costa (1996, p. 13) salienta

que o “bom professor é aquele que manifesta um profundo conhecimento da

matéria que ensina.” Ao nível da orientação prática Shon (cit. por Costa, 1996,

p. 13) refere que “ensinar é um processo de investigação e experimentação,

aprendendo os professores a ensinar através da reflexão na acção e da reflexão

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69

sobre a acção”. Sobre a orientação tecnológica, Costa (1996, p. 14) refere que

os “um bom ensino é uma consequência da qualidade das decisões didátias pré-

interactivas e interacticas dos professores, bem como adequação das acções

aos objectivos de aprendizagem.” Na orientação pessoal Costa (1996, p. 14)

refere que “o desenvolvimento pessoal e a maturidade psicológica são

entendidas como constituindo a chave da competência para ensinar. (…) a

formação é pensada como uma via de tornar-se pessoa, um modo de

crescimento psicológico.” A orientação crítica/social descreve “a formação de

professores como fazendo parte de uma estratégia global visando construir uma

sociedade mais justa e democrática. (…) o professor é visto como alguém que

deve assumir dois papeis simultaneamente: educador e activista político.”

(Costa, 1996, p. 14)

No 2º ciclo de ensino da FADEUP foi enfatizada a necessidade de refletir

todos os atos pedagógicos e não pedagógicos que influenciavam as minhas

práticas diárias como docente. Penso que isto se deveu à enorme curiosidade

que tinha e tenho sobre o ensino e a aprendizagem. De certa forma o mote para

aprender é a curiosidade, no entanto a aprendizagem para além da curiosidade

surgiu da necessidade de refletir sobre as ações, ou seja, só com a necessidade

de refletir sobre a prática é que emergiram novas aprendizagens sobre o ensino

e a aprendizagem e também sobre as pré-conceções anteriormente cimentadas.

Esta nova forma de pensamento surgiu por ser uma prática recorrente e

emergente no 2º ciclo de ensino no curso de mestrado da FADEUP. Saliento

esta ideia citando Nóvoa (2009, p. 35) que refere “a procura de um conhecimento

pertinente, que não é uma mera aplicação prática de uma qualquer teoria, mas

que exige sempre um esforço de reelaboração. Estamos no âmago do trabalho

do professor. Nos últimos vinte anos, vulgarizou-se o conceito de transposição

didáctica, trabalhado por Yves Chevallard (1985), para explicar a acção docente.

Posteriormente, Philippe Perrenoud (1998) avançou o conceito de transposição

pragmática para sublinhar a importância da mobilização prática dos saberes em

situações inesperadas e imprevisíveis. Pessoalmente, prefiro falar em

transformação deliberativa, na medida em que o trabalho docente não se traduz

numa mera transposição, pois supõe uma transformação dos saberes, e obriga

a uma deliberação, isto é, a uma resposta a dilemas pessoais, sociais e

culturais.” Como defende Nóvoa (1992) esta forma trata-se de largar a ideia de

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70

que a profissão docente se define, primariamente, pela capacidade de transmitir

um determinado conhecimento.

O EP foi o cenário ideal para desenvolver um pensamento

permanentemente reflexivo uma vez que advinha de momentos pontuais no

primeiro ano do 2º ciclo de ensino e porque essencialmente sujeita o PE a

consciencializar-se desta prática de forma a entender melhor as suas práticas

pedagógicas e a melhorá-las tornando-me assim paulatinamente melhor

profissional.

Ao longo do ano de estágio, final da minha formação inicial, e em

consequência do espírito reflexivo que nos é exigido e com o qual nos

deparámos logo que iniciámos esta etapa, senti necessidade de entender o

significado do conceito de competência pedagógica, assim como perceber quais

as particularidades que o professor necessita para conseguir poder atingir um

patamar de excelência.

Dito isto parece que esta prática se deve exclusivamente ao momento da

formação inicial e que após esta se atinge a formação em plenitude da profissão

o que não é verdade. A constante análise das experiências vivenciadas, reflexão

da ação “constitui uma atitude docente indispensável e subjacente às práticas

educativas, capaz de provocar alterações fundamentais das metodologias e

estratégias conducentes a um ensino de qualidade.” (Alarcão, 1996, pp. 57-58)

A extrema necessidade de usar a reflexão como ferramenta para planear,

atuar e voltar a planear é uma orientação académica do modelo de ensino da

FADEUP e que se torna fundamental nos modelos de ensino para a formação

de professores. Dewey (cit. por Alarcão, 1996, p. 45) “denomina por pensamento

reflexivo a melhor maneira de pensar e elucida-o como sendo a espécie de

pensamento que consiste em examinar mentalmente o assunto e dar-lhe

consideração séria e consecutiva”.

A análise crítica e reflexiva das práticas pedagógicas, provoca no

professor estados constantes de procura por novas estratégias, métodos,

modelos e formas de estar e atuar cada vez mais adequadas ao contexto que se

impõem em cada momento. Este processo de reflexão-ação-reflexão compõe e

decompõe o processo de E-A dando-lhe o sentido procurado tentando ao

máximo provocar a aprendizagem dos alunos. Este processo contribui assim

para a melhoria das aprendizagens dos alunos, mas também da aprendizagem

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71

do professor enquanto profissional cada vez mais desenvolvido e com maiores

conhecimentos.

Bento (1995) refere que “não existem receitas que possam ser guardadas

como soluções para futuras situações”, ou seja, cada caso é uma situação única,

exclusiva e irrepetível, tendo o professor que adequar a sua intervenção

pedagógia através da capacidade reflexiva fundamental para melhorar as suas

competências e a aprendizagem dos alunos. De acordo com Siedentop e Eldar,

(cit. por Costa, 1996, p. 21) “conhecer a matéria que se ensina não é uma

condição suficiente para alcançar a eficácia pedagógica ou para se ser um

especialista do ensino; para isso é necessário possuir um sólido conhecimento

da matéria e dominar um vasto reportório de habilidades de ensino.” No atual

panorama da educação o professor tem de ser alguém com capacidade de

desempenhar cada vez mais situações diversificadas canalizando um conjunto

vasto de conhecimentos que só através de uma prática pedagógica refletida são

capazes de dar resposta. A intervenção direcionada permite ao docente atingir

patamares de excelência de aprendizagem dos alunos mas também do

professor, conseguindo este atuar em contextos cada vez mais diferenciados e

complexos num estrito relacionamento com o contexto real. Alarcão (1996, p. 13)

refere “um saber-fazer sólido, teórico e pratico, inteligente e criativo que permite

ao profissional agir em contextos instáveis, indeterminados e complexos,

caracterizados por zonas de indefinição que cada situação fazem uma novidade

a exigir uma reflexão e uma atenção dialogante com a própria realidade que lhe

fala.” A reflexão deve ocorrer em todo o processo de E-A desde o seu

planeamento até após o ato educativo e ser um ciclo permanente. Alarcão (1996,

pp. 16-17) salienta dois tipos de reflexão. Reflexão na ação “se reflectimos no

decurso da própria ação” e reflexão sobre a reflexão na acção “processo que

leva o profissional a progredir no seu desenvolvimento e a construir a sua forma

pessoal de conhecer (…) ajuda a determinar as nossas acções futuras, a

compreender futuros problemas ou a descobrir novas soluções.” A mesma

autora (Alarcão, 1996, p. 175) refere ainda que “ser-se reflexivo é ter a

capacidade de utilizar o pensamento como atribuidor de sentido”.

Chaves (2002, p. 85) identifica a “reflexão crítica sobre a praxis, como

processo de emergência de conhecimento e de autoconhecimento, suporte das

acções subsequentes na espiral do desenvolvimento dos sujeitos mutuamente

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72

implicados.” Costa (1996, p. 27), por sua vez salienta que “a investigação-ação,

a análise do ensino, a auto-análise, as histórias de vida, o estudo de casos, a

técnica dos incidentes críticos, formação recíproca, etc., são estratégias e

procedimentos que os professores devem conhecer e saber como utilizar para

adquirirem os conhecimentos, habilidades e confiança para continuarem o seu

desenvolvimento.” Já Vieira (1993, p. 23) refere que “o pressuposto de que o

bom profissional é um ser reflexivo: à visão tecnicista do profissional, na qual se

ignora o caracter problemático e indefinido das situações profissionais,

sobrepõe-se a sua imagem como sujeito eminentemente reflexivo, que deve

possuir não só a capacidade de resolver problemas, mas também a capacidade

de equacionar problemas no seu contexto de ocorrência e de tomar decisões

face a resoluções alternativas.”

O professor tem uma perspetiva privilegiada através da observação da

sua própria prática quando adquire a ferramenta constante de reflexão do

processo de E-A compreendendo cada vez melhor a sua atuação e melhorando

a aprendizagem dos seus alunos. É através do confronto com a realidade, que

os professores são capacitados de desenvolver competências

consequentemente, se sentirem capazes de encarar as situações novas com o

que se vão deparar ao longo da sua vida profissional (Schön, 1987).

Desta forma posso afirmar que, é através da reflexão sobre o processo de

ensino, que nós, enquanto professores, podemos e devemos alterar ou adequar

as práticas de ensino para alcançar os objetivos que projetamos. A reflexão é

uma competência fundamental dos professores para que o processo de E-A seja

de excelência e para promover o desenvolvimento profissional que advém da

consciencialização dos seus atos, (re)construção de novos saberes e formulação

das suas práticas.

O ano de EP foi o culminar da minha formação profissional sendo também

o espaço que me deu oportunidade para, em situação real, aplicar todos os

conhecimentos anteriormente adquiridos. O sentido de responsabilidade

acompanhou-me desde o início, assumindo o EP como um marco extremamente

importante para o meu processo de formação profissional. O objetivo para o qual

o EP se compromete foi cumprido em plenitude consagrado na vivência e

reflexão como elementos fundamentais do processo formativo e que

potencializaram o meu desenvolvimento profissional.

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5. CONCLUSÃO

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75

5. Conclusão

A realização deste relatório leva-me a afirmar que a formação de um

professor nunca está terminada e por isso este ponto não é a conclusão de uma

formação, mas apenas a conclusão do estágio profissional e do percurso

académico pois a formação pessoal e profissional é constante e realizada todos

os dias, estando ou não a exercer a profissão que tanto anseio (pois como

sabemos é difícil entrar no mercado de trabalho do ensino).

A satisfação sentida no final deste percurso deve-se sobretudo ao término

de uma das etapas mais bonita da minha vida e a iniciação de outra. A

oportunidade e experiência de desempenhar as funções de professor na EBSC

durante um ano letivo foi uma sensação única e indescritível pois foi o concretizar

de uma paixão (Ensino e Aprendizagem) e de um sonho.

Apesar de alguma experiência de treinador o contributo das

aprendizagens deste percurso e principalmente deste ano (estágio) são únicas

e memoráveis para sempre. Os alunos, a PC, os meus colegas do núcleo de

Estágio, a Escola, as aulas… tudo isto vai-me acompanhar para sempre e

recordarei com enorme entusiasmo e alegria.

Com a realização estágio profissional mais as tarefas profissionais fora do

âmbito do EP que realizava levaram-me a um desgaste físico e mental, mas

também a uma satisfação maior por conseguir conciliar as várias tarefas às quais

me tinha proposto com rigor, responsabilidade, disponibilidade e exigência.

Considerando os objetivos do EP e os meus próprios objetivos com o EP

sinto-me orgulhoso por ter alcançado o sucesso na função de professor pois

senti que fui uma pessoa importante para os meus alunos sobretudo por terem

aprendido através das minhas práticas pedagógicas.

Com esta experiência fiquei ciente de que o caminho para o meu

desenvolvimento profissional como docente passa pela constante procura de

novo conhecimento no sentido de melhorar as minhas práticas pedagógicas e

por consequência melhorar o ensino e as aprendizagens dos alunos. A

sociedade atual exige que o professor seja cada vez mais diversificado nos seus

conhecimentos, competências e consequentemente na sua atuação no plano

pedagógico e social.

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76

As aprendizagens realizadas até aqui foram e serão determinantes para

o percurso traçado a posteriori.

Tenho de acabar agradecendo a todos os que contribuíram para a minha

formação pessoal e profissional, mas sobretudo aos meus pais que sempre

foram o meu guião para aquilo que sou hoje.

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77

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7. ANEXOS

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XVII

7. Anexos

Anexo 1 - Planeamento Anual

AGRUPAMENTO ESCOLAS DO CERCO

ESCOLA BÁSICA 2,3/S DO CERCO - PORTO

PLANO ANUAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA 2013 a 2014 - 8º

ANO LECTIVO 2013/2014

Período/Mês Semana Aulas Modalidades Aulas 45´

Modalidades Aulas 90´

Pe

río

do

Set.

16 a 20 3 Apresentação 1

Atletismo 6 23 a 27 3 Treino Funcional 2

30 a 04 3

Out.

07 a 11 3

Badminton 4

Voleibol 12

14 a 18 3

21 a 25 3

28 a 01 3

Nov.

04 a 08 3 Ginástica - Acrobática

3 11 a 15 3

18 a 22 3 Ginástica - Acrobática

6 25 a 29 3 Atletismo 2

Dez. 02 a 06 3

09 a 13 3 1 Badminton 2

39 13 26

Pe

río

do

Janeiro

06 a 10 3

Ginástica - Trave 4 Atletismo 6 13 a 17 3

20 a 24 3

27 a 31 3

Andebol 14

Fevere

iro

03 a 07 3 Treino Funcional 1

10 a 14 3

Dança Criativa 3 17 a 21 3

24 a 28 3

Març

o

03 a 07 3 Voleibol 1

10 a 14 3 Ginástica - Trave 2

17 a 21 3 Atletismo 2

24 a 28 3 Dança Criativa 1 Ginástica - Trave 2

31 a 04 3 Voleibol 1 Dança Criativa 2

29 13 26

Pe

río

do

Abril 22 a 24 3

Ginástica - Plinto 3 Atletismo 4

Maio

28 a 02 3

05 a 09 3 Ginástica - Plinto 2

12 a 16 3 Treino Funcional 1 Basquetebol 4

19 a 23 3 Atletismo 2

26 a 30 3 Atletismo 2

Junh

o 02 a 06 3

Basquetebol 2 Basquetebol 4 09 a 13 3

22 8 12

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XVIII

Anexo 2 – Plano anual para o 3º ciclo

PLANIFICAÇÃO ANUAL 2013/14 Educação Física (Ensino Básico – 3º ciclo)

Categoria 7 º Ano 8º Ano 9º Ano

1º Período 2º Período 3º Período 1º Período 2º Período 3º Período 1º Período 2º Período 3º Período

Desportos Colectivos

Basquetebol 10

Futebol 8

Voleibol 8

Voleibol 8

Andebol 10

Basquetebol 10

Futebol 8

Andebol 10

Voleibol 8

Ginástica Solo

8

Aparelhos: Trave

Minitram-polim

8

Acrobática 8

Acrobática 8

Aparelhos: Trave

6

Aparelhos: Plinto

4

Solo 8

Aparelhos: Plinto

Minitram-polim

8

Acrobática 6

Atletismo Corrida

Continua 8

Corrida Velocidade

5

Salto em Compri-mento Lança-

mento da bola

6

Corrida Continua

7

Corrida estafetas Corrida

barreiras 8

Salto em Altura

Lançamento do Peso

8

Corrida Continua

7

Corrida Velocidade

Salto em comprimento

6

Salto em Altura

Lançamento 6

Dança Dança Tradicional (Regadinho)

5 Dança Aeróbica

5 Dança Social (Chá-chá-chá)

5

Testes Fitnessgram Treino Funcional

Treino Funcional 6

Treino Funcional 6

Treino Funcional 6

Raquetes Badminton

5 Badminton

Desportos Alternativos

Orientação 3

Escalada / BTT

5

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XIX

Anexo 3 – Roulement de Espaços

Período SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA

A 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G

B 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1

C 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2

D G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3 G 1 2 3

8.25 - 9.10 7º A 7º E 9º A

V2T6

8º F

9º PIEF

CP 1 EAC

6º H

9º A 7º F 11º B

CP 2 Tur

9.10 - 9.55 8º H

10.10 - 10.55 10º C

CP 1 RRB

V3T9 MD

12º A

NEE

V3T8 ARL

5º J 8º B 9º E

7º D 9º B 9º E

8º A 8º C 9º PIEF

10.55 - 11.40 NEE

11.55 - 12.40 5º I 7º F CP 2 Ele

8º D

9º C T2 1 EM

V3T8 6º D 8º A

10º A T2 2 EM

5º J 7º B

V3T9 7º E 12º A

10º A

CP 3 AGD 12.40 - 13.25 9º B NEE 8º D

13.40 - 14.25

14.25 - 15.10 8º B NEE 7º D 8º C V3T8 7º A 9º F

15.10 - 16.10 7º B V3T8 10º B

V3T8 ARL

7º G 9º F 11º B 10º B

10º C

9º C 7º G

V3T9

8º H

16.10 - 16.55 7º C V3T8 DE Vol.

1º Período 2º Período 3º Período António Alves Jorge Dias Óscar Pinto

de a de a de a Carlos Soares Jorge Martins Paulo Ferreira

A 23-set 11-out 6-jan 24-jan 22-abr 2-mai Cátia Rodrigues Luís Ferreira Sérgio Silva

B 14-out 1-nov 27-jan 14-fev 5-mai 16-mai Dárida Castro Luís Rodrigues Sofia Canossa

C 4-nov 22-nov 17-fev 14-mar 19-mai 30-mai Helena Pimentel Mário Vieira Vladimiro Campos

D 25-nov 17-dez 17-mar 4-abr 2-jun 13-jun João Santos Nuno Silva G1

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XX

Anexo 4 – Ficha de Perfil do aluno

1. Dados Pessoais

Nome do aluno: _________________________________________________________________

Data de Nascimento: _____/_____/______ Altura:_________ Peso:___________

Ano: ___ __ Turma: ___ __ Nº: ______

Morada: _______________________________________________________________________

Código Postal: _____-____ Localidade: ___________________ Freguesia:__________________________ Concelho:____________________________________

E-mail: ________________________________________________________________________

Nome do Pai: ___________________________________________________________________

Idade: ____ Profissão:___________________ Habilitações Literárias: _______________________

Nome da Mãe: __________________________________________________________________

Idade: ____ Profissão:___________________ Habilitações Literárias: _______________________

2. Encarregado de Educação

Grau de Parentesco: _____________________________________________________________

(Preencher caso o Encarregado de Educação não seja mãe/pai)

Nome Completo: ________________________________________________________________

Idade: ____ Profissão:___________________ Habilitações Literárias: _______________________

Morada: _______________________________________________________________________

Código Postal: _____-____ Localidade: ___________________ Freguesia:__________________________ Concelho:_____________________________

3. Agregado Familiar

Nº do agregado Familiar:_____ Com quem vives?______________________________________

______________________________________________________________________________

Nº de irmãos: ___ Idades: _____/_____/_____/_____/_____/_____/ _____/____

Situação conjugal dos Pais: Casados Divorciados Outros ________________________________

4. Informações sobre ti…

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XXI

4.1. Caracterização escolar:

Qual a última escola que frequentaste? _____________________________________________

Já reprovaste? __________ Se sim, em que ano (s)? ___________________________________

Nota de Educação Física do ano anterior: ____________________________________________

Gostas de Educação Física? _______________________________________________________

Quias as modalidades desportivas a que tens mais dificuldades? _________________________

______________________________________________________________________________

Qual a disciplina que gostas mais? __________________________________________________

Qual a disciplina que gostas menos? ________________________________________________

Que profissão desejavas ter no futuro? ______________________________________________

4.2. Deslocações:

Qual o meio de transporte que utilizas para chegar à escola? ____________________________

Quanto tempo demoras a chegar à escola? ___________________________________________

4.3. Saúde e Alimentação:

Tens alguma doença? ____________________________________________________________

Se sim, qual(ais)?________________________________________________________________

Condicionam a tua participação nas aulas de Educação Física? ___________________________

De que forma? _________________________________________________________________

Tomas medicamentos regularmente? _______________________________________________

Qual(ais)? _____________________________________________________________________

Quantas refeições fazes por dia? ________ Onde costumas almoçar ? _____________________

A que horas te costumas deitar? ___________ Quantas horas dormes por dia?______________

4.4. Prática Desportiva:

Praticas algum desporto? _______________ Federado?________________________________

Federado?____________________ Em que clube? ____________________________________

Se sim, qual(ais)?_________________________Quantas vezes por semana? _______________

Há quanto tempo? ______________________________________________________________

4.5. Tempo Livre:

O que mais gostas de fazer? ______________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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XXII

Anexo 5 – Calendário Anual

S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D

Setembro

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1

1 2 e 3 4 5 e 6

Outubro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

7 8 e 9 10 11 e 12 13 14 e 15 16 17 e 18 19

Novembro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

20 e 21 22 23 e 24 25 26 e 27 28 29 e 30 31 32 e 33

Dezembro 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 1

34 35 e 36 37 38 e 39 Férias de Natal

Janeiro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

40 41 e 42 43 44 e 45 46 47 e 48 49 50 e 51

Fevereiro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

52 53 e 54 55 56 e 57 58 59 e 60

61 62 e 63

Março 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 1 2

64 e 65 66 67 e 68

69 70 e 71 72 73 e 74

Abril

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

75 76 e 77 Férias da Pascoa 78 F 79

Maio 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

80 e 81

82 83 e 84 85 86 e 87

88 89 e 90 91 92 e 93

Junho 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1

94 95 e 96 97 98 e 99 Férias de Verão

Legenda:

aulas de 1 tempo (45´) Interrupções letivas

aulas de 2 tempo (90´) Nr da aula

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XXIII

Anexo 6 – Protocolo de Treino Funcional e Condição Física

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XXIV

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XXV

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XXVI

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XXVII

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XXVIII

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XXIX

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XXX

Anexo 7 – Ficha de avaliação da aptidão física através do Treino Funcional

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XXXI

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XXXII

Anexo 8 – Cartaz do Torneio de Futsal – 2º Ciclo

Anexo 9 – Regulamento e Quadro competitivo do Torneio de Futsal

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XXXIII

OBJECTIVOS:

• Aumentar o tempo de prática dos

jovens;

• Vivenciar momentos

competitivos de carácter

formal.

• Promover a autonomia - elemento

crucial da maturação dos

jovens. Eles serão

responsáveis por:

- formar e inscrever a equipa;

- eleger o capitão;

- verificar o calendário dos

jogos que será afixado no

placard;

- conduzir o jogo, estabelecer

regras e gerir conflitos;

REGRAS:participar);

• Podem inscrever-se jogadores que

realizam as aulas de EF.;

• Cada equipa elege o seu capitão

e o nome da equipa;

• As equipas serão formadas por 8

Elementos sendo obrigatório que

2 deles sejas femininos;

• Só podem participar alunos que

não acumulem mais que uma Falta

Disciplinar (2 já não pode

• Os jogos decorrem no formato

gr+4x4+gr e têm a duração de 15

minutos sem intervalo;

• As equipas têm de comparecer no

espaço, G1, 10 minutos antes da

hora do jogo;

• Não há treinador. Os jogadores

conduzem o jogo e efectuam as

substituições;

• Os jogos são supervisionados

por um Professor responsável

que só intervirá caso se

justifique.

• Os capitães de equipa são

responsáveis por informar o

supervisor do resultado no

final do jogo;

• Se uma equipa estiver em campo

com mais jogadores que o

permitido, o capitão é avisado

pelo supervisor, se persistir

durante algum tempo, o jogo

pára, para que o(s) Jogador(es)

que estão a mais saiam do

terreno de jogo e a equipa

infractora é penalizada em 2

golos.

• Os jogos decorrerão nos dias e

horas definidos pelo calendário

da competição;

• Em caso de empate, seguem-se 3

grandes penalidades e depois

continua o de desempate através

das grandes penalidades em

sistema de morte súbita;

• Na falta de comparência é

averbada à equipa ausente uma

derrota de 3-0;

• Se uma das equipas ou ambas

não apresentarem os 5 jogadores

(mínimo) os capitães podem

acordar em jogar na mesma, caso

contrário, vence por 3-0 a

equipa que possui maior número

de jogadores.

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XXXIV

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XXXV

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XXXVI

Torneio

“Taça CerCo”

2º Ciclo – 2013/2014

campeões

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XXXVII

Anexo 10 – Cartaz do torneio de Voleibol “Duplas Românticas”

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XXXVIII

DIA 14 DE FEVEREIRO DE 2014 - VOLEIBOL

Ficha de Inscrição – 5ºe 6ºAno

2º Ciclo NOME DA DUPLA –

Nº NOME DO ALUNO Turma/Ano Ano de Nascimento

1

2

NOME DA DUPLA – Dragões Azuis

Nº NOME DO ALUNO Turma/Ano Ano de Nascimento

1

2

NOME DA DUPLA – Dragões Azuis

Nº NOME DO ALUNO Turma/Ano Ano de Nascimento

1

2

NOME DA DUPLA –

Nº NOME DO ALUNO Turma/Ano Ano de Nascimento

1

2

NOME DA DUPLA –

Nº NOME DO ALUNO Turma/Ano Ano de Nascimento

1

2

(Entregar até ao dia 7 de Fevereiro)

Anexo 11 – Ficha de Inscrição para o torneio de Voleibol

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XXXIX

Anexo 12 – Regulamento Duplas Românticas

Duplas Românticas

14 de Fevereiro de 2014

Regulamento

1. Organização

✓ Este torneio é organizado pelo núcleo de estágio de professores de E.F. da FADEUP e da turma 12ºD (Curso Profissional Técnico de Apoio à Gestão Desportiva) da Escola Básica e Secundária do Cerco.

2. Inscrições

✓ Cada turma poderá inscrever mais de que uma equipa desde que possua 2

elementos, sendo sempre necessário possuir um elemento do género feminino

e outro do género masculino;

✓ Nenhuma equipa pode iniciar o jogo apenas com um elemento ou com dois

elementos do mesmo género.

✓ Neste torneio podem participar todos os intervenientes da comunidade

educativa, Professores, auxiliares educativos e alunos.

3. Tolerância

✓ O torneio tem início às 09h30m do dia 14 de Fevereiro e cada equipa tem no máximo 5 minutos de tolerância após a hora marcada para o início do seu jogo.

4. Equipamento

✓ Será atribuído uma cor de coletes por equipa em cada jogo, (Escura ou Clara);

5. Quadro competitivo

✓ O calendário de jogos será em formato de jogos a eliminar até determinar os quartos de final, meias final, final e posterior vencedor.

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XL

8. Castigos

✓ O Jogador ou equipa que tenha atitudes incorretas/violentas será penalizado

com exclusão da equipa do torneio.

9. Regras

✓ Os jogos serão disputados à melhor de 3 sets. Cada set é jogado até aos 15 pontos. As restantes regras do jogo serão aplicadas igualmente segundo o regulamento oficial da modalidade (referente às duplas). O tamanho do campo é de 16 por 8 m. Sendo disputado por dois jogadores de cada lado.

Regras diferentes daquelas do voleibol de indoor

O voleibol de praia é bastante similar ao voleibol de indoor: uma equipa

pontua quando consegue colocar a bola no chão do campo adversário ou quando a

equipa adversária comete uma falta (manipulação incorreta da bola, etc.).

As maiores diferenças entre o voleibol e o voleibol de praia são as seguintes:

• Número de jogadores por equipa: dois jogadores. Não há substituições. • As regras para a manipulação do objecto são diferentes: toques duplos são

julgados com mais rigidez, entretanto, a tolerância com os transportes é maior. • O bloco conta como toque da equipa. Portanto, caso a bola toque no

bloqueador, a equipa só poderá tocar na bola mais duas vezes. Todavia, o jogador que tocou a bola no bloqueio pode fazer o toque seguinte.

• Não existem erros de posicionamento: os jogadores podem trocar de posição à vontade.

• Durante os dois primeiros sets, as equipes trocam de lados do campo e no set de desempate, elas trocam a cada sete pontos disputados.

• Cada equipa tem direito a apenas a um pedido de tempo de trinta segundos. • A invasão por baixo da rede não é considerada falta, desde que não atrapalhe

a jogada do rival.

Em situações omissas a este regulamento serão decididas pela organização do

torneio sem possibilidade de apelo.

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XLI

CALENDÁRIO COMPETITIVO – Secundário Love Me Do

Anti Vlad.

6

6

MA´S

Inês 10ºe Luís

3

Reformados

ReP 10

4

1

2

Quartos-FINAIS Oitavos-Finais

I Love It

Os Santos

5

3

MEIAS-FINAIS FINAL

H&S

Dupla

1

2

3

2

Os Patinhos

Amores

2

Os por acaso ♥

Anexo 13 – Calendário do Torneio de Voleibol

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XLII

Anexo 14 – Ficha de jogo do Torneio de Voleibol

Ficha de jogo – Duplas Românticas

Ficha de jogo – Duplas Românticas

Equipa A: vs Equipa B:

Marcador - 1º Set

Equipa A Equipa B Resultado 1º set

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14 A

15 15 B

Marcador - 2º Set

Equipa A Equipa B Resultado 2º set

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14 A

15 15 16 17 18 19 20 21 B

Marcador - 3º Set

Equipa A Equipa B Resultado 3º set

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14 A

15 15 B

Resultado final: Eq. A:

Eq. B:

Equipa A: vs Equipa B:

Marcador - 1º Set

Equipa A Equipa B Resultado 1º set

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14 A

15 15 B

Marcador - 2º Set

Equipa A Equipa B Resultado 2º set

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14 A

15 15 16 17 18 19 20 21 B

Marcador - 3º Set

Equipa A Equipa B Resultado 3º set

1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14 A

15 15 B

Resultado final: Eq. A:

Eq. B:

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XLIII

Anexo 15 – Croqui do Torneio de Voleibol

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XLIV

Anexo 16 – Diploma para o 1º lugar do torneio de Voleibol