análise_da_estrutura_e_simbologia_mensagem_fernando_pessoa
DESCRIPTION
Ana Sofia, Ana Tavares e Heral MukeshTRANSCRIPT
![Page 1: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/1.jpg)
Estrutura e Simbologia“Mensagem”, de Fernando
Pessoa
Escola Secundária da Portela
Realizado por:
Ana Tavares, nº1
Ana Barroqueiro, nº2
Heral Mukesh, nº13
Português 12ºC
![Page 2: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/2.jpg)
www.company.com
Estrutura da Obra• A Mensagem, de Fernando Pessoa é uma obra composta por
quarenta e quatro composições que constituem o livro e estão
repartidas por três partes:
1. Brasão
2. Mar Português
3. O Encoberto
![Page 3: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/3.jpg)
www.company.com
Estrutura da Obra• Cada uma destas partes está subdividida noutras:
o 1.ª parte: “BRASÃO” está dividida em cinco partes
o 2.ª parte: “MAR PORTUGUÊS” está dividida numa parte com doze
poemas
o 3.ª parte: “O ENCOBERTO” está dividida em três partes
![Page 4: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/4.jpg)
www.company.com
Estrutura da Obra• Esta divisão tem um simbolismo e tem como base o facto das
profecias se realizarem três vezes, ainda que de modo diferente e
em tempos distintos. Corresponde à evolução do Império Português
que tal como o ciclo da vida, passa por três fases:
o Brasão – nascimento/fundadores;
o Mar Português – vida/realização;
o O Encoberto – morte/ressurreição.
![Page 5: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/5.jpg)
www.company.com
Simbologia• Na primeira parte “BRASÃO”, as cinco partes que a constituem são:
1. Os Campos (2)2. Os Castelos (7)3. As Quinas (5)
4. A Coroa (1)5. O Timbre (3)
![Page 6: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/6.jpg)
www.company.com
Simbologia• Os Campos - (2) I. “O dos Castelos”II. “O das Quinas”
• Os Castelos - (7)I. “Ulisses”II. “Viriato”III. “O Conde D.Henrique”IV. “D. Tareja”V. “D. Afonso Henriques”VI. “D. Dinis”VII. “D. João, o Primeiro”VIII. “D. Filipa de Lencastre”
![Page 7: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/7.jpg)
www.company.com
Simbologia• As Quinas – (5)I. “D. Duarte, Rei de Portugal”II. “D. Fernando, Infante de Portugal”III. “D. Pedro, Regente de Portugal”IV. “D. João, Infante de Portugal”V. “D. Sebastião, Rei de Portugal”
• A Coroa - (1) I. “Nun’ Álvares Pereira”
• O Timbre - (3) I. “ A Cabeça do Grifo: O Infante D. Henrique”II. “Uma Asa do Grifo: D. João, o Segundo”III. “A outra Asa do Grifo: Afonso de Albuquerque”
![Page 8: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/8.jpg)
www.company.com
Simbologia• Na segunda parte, “MAR PORTUGUÊS” os doze poemas que a
constituem são:
I. “O Infante”II. “Horizonte”III. “Padrão”IV. “O Mostrengo”V. “Epitáfio de Bartolomeu Dias”VI. “Os Colombos”VII. “Ocidente”VIII. “Fernão de Magalhães”IX. “Ascensão de Vasco da Gama”X. “Mar Português”XI. “A Última Nau”XII. “Prece”
![Page 9: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/9.jpg)
www.company.com
Simbologia• Na terceira parte, “O ENCOBERTO”, as três partes que a constituem
são:
I. Os Símbolos (5)
II. Os Avisos (3)
III. Os Tempos (5)
![Page 10: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/10.jpg)
www.company.com
Simbologia• Os Símbolos - (5) I. “D. Sebastião”II. “O Quinto Império”III. “O Desejado”IV. “As Ilhas Afortunadas”V. “O Encoberto”
• Os Avisos - (3) I. “O Bandarra”II. “António Vieira”III. “Screvo meu livro à beira-mágoa”
• Os Tempos - (5) I. “Noite”II. “Tormenta”III. “Calma”IV. “Antemanhã”V. “Nevoeiro”
![Page 11: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/11.jpg)
www.company.com
PRIMEIRA PARTE - BRASÃO
• A Mensagem abre com uma frase em latim: “Benedictus Dominus
Deus noster qui dedit nobis Signum” (“Bendito seja Deus Nosso
Senhor que nos deu o Sinal”) e encerra com outra: “Valete, Fratres”
(“Saúde, Irmãos”).
• Na frase de abertura o poeta refere-se a uma dádiva de Deus e na
frase do fecho faz votos para que os destinatários dessa dádiva
saibam convertê-la em meio de salvação.
![Page 12: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/12.jpg)
www.company.com
PRIMEIRA PARTE - BRASÃO
• A dádiva em questão, o “signum” (signo, ou sinal, ou conjunto de
sinais), será a Mensagem, que significa evangelho, ou seja, boa
nova, palavra do Senhor. Esta obra não será mais que um evangelho
segundo Fernando Pessoa, dirigido ao Povo Português, também
inspirado por Deus: “Benedictus Dominus Deus noster qui dedit
nobis Signum”.
![Page 13: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/13.jpg)
www.company.com
PRIMEIRA PARTE - BRASÃO
• Esta primeira parte da Mensagem intitula-se Brasão e tem por
epígrafe “Bellum sine bello” (Guerra sem guerra). E, tal como
acontece nas Segunda e Terceira Partes, também esta epígrafe terá
de ser a chave que abre a porta do Brasão, se bem que encerre,
desde logo, um paradoxo: guerra sem guerra.
• Isto significa que, ao contrário das batalhas cruentas que no tempo
histórico de Portugal se tratavam, a guerra que o poeta propõe aos
destinatários da sua mensagem é diferente daquela que está
retratada no campo dos castelos do escudo de Portugal. A guerra
que os Portugueses terão de travar no futuro Quinto Império não
será cruenta. Será um combate de carácter espiritual, a que vários
poemas da obra se referem, com especial destaque para o primeiro
e o último.
![Page 14: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/14.jpg)
www.company.com
PRIMEIRA PARTE - BRASÃO
• Contudo, nesta primeira parte é onde desfilam os heróis lendários
ou históricos, desde Ulisses a D. Sebastião, ora invocados pelo
poeta, ora definindo-se a si próprios, como em inscrições lapidares,
epigramáticas.
![Page 15: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/15.jpg)
www.company.com
SEGUNDA PARTE – MAR PORTUGUÊS
• Também esta parte tem uma epígrafe em latim: “Possessio Maris”
(“Posse do Mar”), que tem um sentido explícito e directo, na
medida em que traduz perfeitamente o seu conteúdo: a posse do
mar, por parte de Portugal.
• São doze os poemas que constituem a segunda parte da Mensagem.
Numa obra tão densamente simbólica é de chamar a atenção para a
importância do número doze (há também alguns poemas com doze
versos), porque nos remete para os doze trabalhos de Hércules e as
doze batalhas do rei Artur. Como eles, os portugueses terão de
enfrentar mil perigos, vencer mil obstáculos, antes de poderem
alcançar o prémio que os espera: a posse dos mares.
![Page 16: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/16.jpg)
www.company.com
SEGUNDA PARTE – MAR PORTUGUÊS
• Esta Segunda Parte sintetizada poderá ficar: O Infante (D. Henrique)
concebe a ideia de um império marítimo português (“O Infante”);
partem as suas naus em busca de novas terras (“Horizonte”); Diogo
Cão toma oficialmente posse, em nome de Portugal, das terras
descobertas (“Padrão”); o Mostrengo quer pôr termo a essa
aventura (“O Mostrengo”), mas é simbolicamente vencido por
Bartolomeu Dias, ousadia que virá a pagar com a vida (“Epitáfio de
Bartolomeu Dias”); as outras nações europeias lançam-se também
na aventura marítima, mas os seus feitos não passam de uma
sombra dos feitos de Portugal (“Os Colombos”);
![Page 17: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/17.jpg)
www.company.com
SEGUNDA PARTE – MAR PORTUGUÊS
• prosseguem as caravelas do Infante e encontram as terras do
Ocidente, especificamente o Brasil (“Ocidente”); descobertos todos
os novos continentes e ilhas sem fim, procedem os nautas a uma
viagem de circum-navegação, proeza que as forças adversas do
universo irão punir (“Fernão de Magalhães”); obreiros de gestos
heróicos, os marinheiros são convertidos em semi-deuses e
ascendem ao Olimpo, como acontecia na Antiguidade (“Ascensão de
Vasco da Gama”); sujeito às leis inexoráveis do tempo, que tudo
consome, o império marítimo português (“Mar Português”) também
morre; com a partida de D. Sebastião, o último navegante do Mar
Português, para Alcácer-Quibir – “a noite veio” (“A Última Nau”);
![Page 18: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/18.jpg)
www.company.com
SEGUNDA PARTE – MAR PORTUGUÊS
• mas, ansiosos por se perpetuarem no tempo e no espaço e cientes
de que é esse o seu destino manifesto, os portugueses imploram a
Deus que lhes conceda a graça de um Império que não morra
(“Prece”).
![Page 19: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/19.jpg)
www.company.com
TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO
• Como já vimos, “Bellum sine bello” é a epígrafe da Primeira Parte e
“Possessio Maris” é a epígrafe da Segunda. “Pax in excelsis” (“Paz
nas alturas”) é a epígrafe desta Terceira Parte. O que quer dizer que,
na Primeira Parte, Portugal realiza-se na terra, na Segunda realiza-se
no mar e na Terceira realiza-se no Céu, podendo-se, portanto,
afirmar que, na economia da Mensagem, estão presentes os quatro
elementos: a terra, na Primeira Parte; a água na Segunda; e o ar e o
fogo na Terceira.
![Page 20: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/20.jpg)
www.company.com
TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO
• Nesta Terceira Parte anuncia-se, então, a “paz nas alturas”, o que
significa que o Quinto Império, a criar sob a égide de Portugal, será
essencialmente um império do espírito, realizado sob o signo da
Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: o Espírito Santo. Poder-se-á
dizer que a História de Portugal compreende três idades: a da
fundação do reino e da sua preparação para a expansão
ultramarina, que foi a primeira dinastia; a da expansão ultramarina,
com as suas descobertas, conquistas e evangelização, que foi a
segunda dinastia; e a da santificação e glorificação do mundo, que
será a dinastia que há-de vir.
![Page 21: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/21.jpg)
www.company.com
TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO
• No contexto da Mensagem não há quatro dinastias na História de
Portugal. No final da segunda, Portugal morre e é metonimicamente
sepultado com D. Sebastião e é como se não existissem as dinastias
filipina e brigantina. A terceira dinastia será a que há-de vir a seguir
à ressurreição e ao regresso de D. Sebastião.
![Page 22: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/22.jpg)
www.company.com
TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO
• No domínio dos “Símbolos”, a primeira coisa a notar é que D.
Sebastião aparece três vezes, sob três nomes diferentes, com
atribuições distintas, em analogia com a unidade e trindade de
Deus: D. Sebastião, o Desejado e o Encoberto são um só ser em três
pessoas, do mesmo modo que Deus é um só em três pessoas: Pai,
Filho e Espírito Santo.
• Finalmente, importa insistir na importância do simbolismo nesta
última parte e na obra como um todo, a ponto de uma das suas
secções se intitular “Os Símbolos” e de ser visível o relevo dado aos
números cinco (número de poemas das primeira e terceira partes) e
três (desdobramento de D. Sebastião).
![Page 23: Análise_da_estrutura_e_simbologia_Mensagem_Fernando_Pessoa](https://reader035.vdocuments.pub/reader035/viewer/2022070318/5571f77349795991698b6a4c/html5/thumbnails/23.jpg)
www.company.com
TERCEIRA PARTE- O ENCOBERTO
IIMAR PORTUGUÊSA Construção do
Império Marítimo (Vida)
O QUINTO IMPÉRIO(Ressurreição)
IBRASÃO
A FundaçãoIII
O ENCOBERTOO Fim do Império (Morte)
AscensãoQueda Nevoeiro
Esta estrutura tripartida poderá visualizar-se do modo seguinte: