armascontraapirataria

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Informações Analisadas 11 A 17 DE MAIO GUIA JURíDICO É UMA PUBLICAÇÃO SEMANAL DA DINHEIRO VIVO AGÊNCIA DE INFORMAÇÕES LTDA. - VOL VIII _ N2 19 Armas contra a pirataria: das ~ medidas preventivas à polícia. 4. Decisão do STP pode ser alerta ao governo contra abuso de MPs 5. Conceito defaturamento é único argumento para levar ao Supremo inclusão de ICMS na base de cálculo do PIS 5. Incidência de contribuição previdenciária sobre 13 o deve se consolidar 7. Provimento da Corregedoria de Justiça de SP protege vítimas de duplicatas fias Ninguém está completamente seguro em relação à pirataria. Calcula-se que a in- dústria da ftaude movimente, anualmen- te, cerca de R$ 1,5 bilhão. Falsifica-se de tudo, desde válvulas de auto mação desti- nadas à indústria de aviação até bonecos para crianças. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação - ABCF -, criada com o objetivo de atuar contra a prática, está, no momento, concentrada na área dos medicamentos. Recentemente, representando grandes em- presas do setor, a entidade formulou de- núncia perante a Delegacia de Crimes Contra a Ordem Econômica de Belo Ho- rizonte-(MG), já que as indúsrrias farma- cêuticas teriam tomado conhecimento de que, na própria capital e em inúmeras lo- calidades interioranas daquele Estado, como Contagem, Mariana, Carangola, entre outras, estaria havendo indiscrimi- nada venda de remédios f-àlsos. Para o advogado Fernando Ramazzini, da ABCF, cinco problemas principais afligem as indústrias de remédios. São eles a falsi- ficação de medicamentos, a comercializa- ção de produtos vencidos com a data de validade adulterada, o comércio de remé- dios destinados a servir como "amostra grátis", o roubo de cargas e a importação subfaturada, prejudicial às indústrias na- cionais. Para combater estes problemas, a entidade trabalha em parceria com a polí- cia civil e com a vigilância sanitária. • PROPRIEDADE INDUSTRIAL A pi- rataria é uma questão relevante internacio- nalmente e, para o Brasil, especialmente após a assinatura do GA TT. As empresas devem adotar atitudes preventivas contra as falsificações, como a ctiação de pontos de identificação dos seus produtos. Outra medida, esta mais voltada à garantia de propriedade industrial, é obter registro ou licenças objetivos bem defini- dos, junto aos órgãos competentes. No campo da propriedade industrial, aliás, a discussão muitas vezes exrrapola ou não se localiza na esfera penal. A advogada Érica Aoki considera, no en- tanto, que, de modo geral, o Judiciário não está tecnicamente qualificado para sediar as discussões próprias desta área. Uma questão relevante, visto que repre- senta uma preocupação mundial, seria a da importação paralela, pela qual, por exemplo, um distribuidor de determina- do produto, em certa área, começa a ex- portar para outra localidade, aqui preju- dicando um eventual distribuidor ~xclu- sivo. Neste caso, uma boa precaução éa adoção de cláusulas, no contrato de dis- tribuição, que possam coibir esta prática. No Brasil, outra boa alternativa pode estar no Código de Defesa do Consumidor, que estes produtos, provenientes de impor- tação paralela, via de regra, não possuem garantia, fato que, pelo CDC, deve ser ex- pressamente informado ao consumidor. AINDA NESTA EDiÇÃO SECA O ministro. Sepúlveda Pertence, do. STF, respo.ndeu, em nata divulgada na semana passada, às crítims fiitas pela presidente Fernanda Henrique Cardasa segunda as quaiso. magistrado. teria fiito. declarações à imprensa so.bre a seca do. No.rdeste sem tercanhecimenta da problema. RESPONSABILIDADE Declarou o ministro que se FHC tivesseo.uvido. o.u lido a que realmente jái afirmado, teria se poupada da "imo.tivada agressão.a quem sempre o. trato.u co.m respeita '; e saberia que não. ho.uve qualquer lt:viandade de atribuir ao.go.verno.a to.tal respo.nsabilidade pelo. que chamo.u de "histórica e vergonho.sa incapacidade" das sucessivas go.vernos e da sociedade de implementar soluções definitivm para as secas dc!icas no.rdestinas. TRAGÉDIA Co.ncluindo a nata, Pertence reafirmo.u a "evidência de que a crença ingênua de auto.ridades na utilização. do. Direito. Penal ou da repr~ssão.po.licial co.ntraas explo.sões so.ciaisde causas pro.fundas só tem co.nsegui- do so.mar a injustiça ou a tragédia à jàlta de so.lução."para aspro.blemas dali advindos.

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Informações Analisadas

1 1 A 17 DE MAIO

GUIA JURíDICO É UMA PUBLICAÇÃO SEMANAL DA DINHEIRO VIVO AGÊNCIA DE INFORMAÇÕES LTDA. - VOL VIII _ N2 19

Armas contra a pirataria: das ~medidas preventivas à polícia.

4. Decisão do STP pode seralerta ao governo contra abuso de MPs

5. Conceito defaturamento é único argumento para levar ao Supremoinclusão de ICMS na base de cálculo do PIS

5. Incidência de contribuição previdenciária sobre 13o deve se consolidar

7. Provimento da CorregedoriadeJustiça de SP protege vítimas deduplicatas fias

Ninguém está completamente seguro

em relação à pirataria. Calcula-se que a in­

dústria da ftaude movimente, anualmen­

te, cerca de R$ 1,5 bilhão. Falsifica-se de

tudo, desde válvulas de auto mação desti­

nadas à indústria de aviação até bonecos

para crianças. A Associação Brasileira de

Combate à Falsificação - ABCF -, criada

com o objetivo de atuar contra a prática,

está, no momento, concentrada na área

dos medicamentos.

Recentemente, representando grandes em­

presas do setor, a entidade formulou de­

núncia perante a Delegacia de Crimes

Contra a Ordem Econômica de Belo Ho­

rizonte-(MG), já que as indúsrrias farma­

cêuticas teriam tomado conhecimento de

que, na própria capital e em inúmeras lo­

calidades interioranas daquele Estado,

como Contagem, Mariana, Carangola,

entre outras, estaria havendo indiscrimi­

nada venda de remédios f-àlsos.

Para o advogado Fernando Ramazzini, da

ABCF, cinco problemas principais afligem

as indústrias de remédios. São eles a falsi-

ficação de medicamentos, a comercializa­

ção de produtos vencidos com a data de

validade adulterada, o comércio de remé­

dios destinados a servir como "amostra

grátis", o roubo de cargas e a importação

subfaturada, prejudicial às indústrias na­

cionais. Para combater estes problemas, a

entidade trabalha em parceria com a polí­

cia civil e com a vigilância sanitária.

• PROPRIEDADE INDUSTRIAL A pi­

rataria é uma questão relevante internacio­

nalmente e, para o Brasil, especialmente

após a assinatura do GA TT. As empresas

devem adotar atitudes preventivas contra

as falsificações, como a ctiação de pontos

de identificação dos seus produtos. Outra

medida, esta mais voltada à garantia de

propriedade industrial, é obter registro ou

licenças objetivos bem defini­

dos, junto aos órgãos competentes.

No campo da propriedade industrial, aliás,

a discussão muitas vezes exrrapola ou não se

localiza na esfera penal.

A advogada Érica Aoki considera, no en­

tanto, que, de modo geral, o Judiciário

não está tecnicamente qualificado para

sediar as discussões próprias desta área.

Uma questão relevante, visto que repre­

senta uma preocupação mundial, seria a

da importação paralela, pela qual, por

exemplo, um distribuidor de determina­

do produto, em certa área, começa a ex­

portar para outra localidade, aqui preju­

dicando um eventual distribuidor ~xclu­

sivo. Neste caso, uma boa precaução é a

adoção de cláusulas, no contrato de dis­

tribuição, que possam coibir esta prática.

No Brasil, outra boa alternativa pode estar

no Código de Defesa do Consumidor, já

que estes produtos, provenientes de impor­

tação paralela, via de regra, não possuem

garantia, fato que, pelo CDC, deve ser ex­

pressamente informado ao consumidor.

AINDA NESTA EDiÇÃO

SECA

O ministro. Sepúlveda Pertence, do.STF,

respo.ndeu, em nata divulgada na semana

passada, às crítims fiitas pela presidente

Fernanda Henrique Cardasa segunda as

quaiso. magistrado. teria fiito. declarações à

imprensa so.brea seca do.No.rdeste sem

tercanhecimenta da problema.

RESPONSABILIDADE

Declarou o ministro que se FHC

tivesseo.uvido. o.u lido a que realmente jái

afirmado, teria sepoupada da "imo.tivada

agressão.a quem sempre o. trato.u co.m

respeita '; e saberia que não. ho.uve qualquer

lt:viandade de atribuir ao.go.verno.a to.tal

respo.nsabilidade pelo. que chamo.u de

"histórica e vergonho.sa incapacidade" das

sucessivas go.vernos e da sociedade de

implementar soluções definitivm para

as secas dc!icas no.rdestinas.

TRAGÉDIA

Co.ncluindo a nata, Pertence reafirmo.u a

"evidência de que a crença ingênua de

auto.ridades na utilização. do. Direito. Penal

ou da repr~ssão.po.licial co.ntra as explo.sões

so.ciaisde causas pro.fundas só tem co.nsegui­

do so.mar a injustiça ou a tragédia à jàlta de

so.lução."para aspro.blemas dali advindos.