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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A INCLUSÃO E EXCLUSÃO DO PROFESSOR NA
ESPECIALIZAÇÃO À DISTÂNCIA:
A EDUCAÇÃO À DISTÃNCIA NO ENSINO SUPERIOR
ANA CRISTINA PINHEIRO DE CARVALHO
ORIENTADOR:
Celso Sanches
PORTO VELHO
MAIO/ 2008.
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A INCLUSÃO E EXCLUSÃO DO PROFESSOR NA
ESPECIALIZAÇÃO À DISTÂNCIA:
A EDUCAÇÃO À DISTÃNCIA NO ENSINO SUPERIOR
ANA CRISTINA PINHEIRO DE CARVALHO
PORTO VELHO
MAIO / 2008.
Trabalho monográf ico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especial ista em Docência do Ensino Superior.
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RESUMO
Neste estudo de pesquisa farei uma apresentação sobre
ensino a distância (EAD) baseado na Internet. Inicialmente
enfatizarei o contexto histórico do EAD, geral e brasileiro, com
definições e características referentes a essa modalidade de
ensino, a f im de conceituar o tema proposto. Mostrarei as
estratégias pedagógicas desta modalidade de ensino. Como
também, o conceito de instrução baseada na Web, os aspectos
associados ao EAD baseado na Web, as vantagens e
desvantagens de se util izar a Web como um ambiente de
aprendizagem.
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METODOLODIA
O Projeto “A Educação à Distância no Ensino
Superior: A Inclusão e Exclusão do Professor na
Especialização à Distância”. Será um trabalho realizado por meio
de estratégias com a pesquisa, observação e resultados. Tendo
seu marco inicial à organização do projeto, em seguida a leitura
bibl iográf ica, a pesquisa de campo através de entrevistas com
questionário e a conclusão de todo o estudo-observação.
Este projeto tem como objeto mostrar a inclusão e
exclusão do professor na especial ização à distância e as polít icas
de inclusão digital que favoreçam o acesso do professor a
capacitação
O estudo aconteceu entre agosto de 2007 a dezembro
de 2007. Com diversos prof issionais da educação das mais
diversas áreas de especialização participantes de cursos à
distância na cidade de Porto Velho e outros municípios do .estado
de Rondônia.
Através de entrevistas e questionário (Anexo A), com
professores que atuam nos Municípios de Guajará Mirim, Nova
Califórnia, São Carlos, Jaci-Paraná e Surpresa. Pude acompanhar
pessoalmente a trajetória e o esforço desses professores com
metas de especializações a distância com objetivos de superarem
a longintude de seus locais de trabalho e também de residências.
Esse trabalho foi desenvolvido por meio de viagens
terrestre e f luvial. Guajará Mirim, Nova Califórnia, Jaci-Paraná são
cidades de acesso terrestre, por cinco horas de viagem; São
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Carlos e Surpresa de acesso f luvial por período viagem de três
dias subindo o r io e dois descendo o rio.
A interação com esses prof issionais proporcionou
grande aprendizado como também trocas de experiências com o
trabalho de prof issionais que pouco mantivera contato com a
educação cibernética, mas com uma larga experiência de prática
prof issional espetacular.
Após o trabalho de campo, partir para produção escrita
do projeto, baseado nas fontes bibliográf icas citadas no texto. O
Primeiro Capítulo traz uma retrospectiva da Educação à Distância.
O Segundo Capítulo Estratégias Pedagógicas da Educação Virtual;
o Terceiro Capítulo a Internet e a Educação; o Quarto Capítulo a
Formação dos Educadores a Distância, Exclusão, Inclusão e as
soluções para que esses prof issionais tenham acesso a uma
qualif icação de qualidade.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I – HISTORIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 09
1.1 Educação a Distância uma breve História; 09
1.2 Educação a Distância no Brasi l; 13
1.3 Def inições de Educação à distância e Ensino à Distância. 16
CAPITULO II - ESTRATÉGIAS DE MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA
VIRTUAL DE APRENDIZAGEM; 19
2.1 Aprendizagem Signif icat iva; 19
2.2 Estratégias de Ensino e Aprendizagem; 21
2.2.1 Ambientes vir tuais de Aprendizagens;. 23
2.2.2 Módulo de Apresentação; 25
2.2.3 Módulo de Domínio; 28
2.2.4 Módulo de Convivência; 31
2.2.5 Módulo de Controle. 37
CAPITULO II I - A INTERNET E A EDUCAÇÃO 38
3.1 Internet e a Educação a Distância; 38
3.2 Educação à Distância como instrumento para a inclusão
digital; 41
3.3 A Exclusão no Ensino à Distância: Uma real idade verídica; 44
3.4 A Polít ica de Educação à Distância e Prof issional ização:
Desaf ios; 46
CONSIDERAÇÕES FINAIS 48
BIBLIOGRAFIAS 49
ANEXOS 51
7
INTRODUÇÃO
A Educação a Distância (EAD) é uma modalidade de
ensino-aprendizagem que se caracteriza pelo distanciamento f ísico
do professor e do aluno, sem o contato pessoal como mecanismo
facil itador de sua interação.
O desenvolvimento industrial traz a tecnologia, exige
mudanças comportamentais, o que conseqüentemente traz a
necessidade de adaptação no mundo cibernético. Nem todos
conseguem adequar-se a essa nova situação. As angustias dos
prof issionais da educação de não saber l idar com mundo
cibernético são imensos. Os alunos mesmo das camadas mais
pobres sabem manusear uma máquina melhor do que o professor,
que na grande maioria tem até medo de chegar perto da máquina.
A falta de inst ituições para capacitações principalmente
nas regiões distantes das grandes metrópoles gera uma grande
ansiedade nos prof issionais da educação, por aulas melhores,
alunos motivados e prof issionais capacitados na linguagem
cibernética dessa nova geração.
A inserção da tecnologia na educação promove um
ambiente de aprendizagem inclusiva. E a formação inadequada
com a falta de recursos f inanceiros exclui o aluno da educação à
distância no ensino superior.
A inclusão digital pode ser encarada como um aspecto
relacionado à educação e, de forma mais ampla, à cidadania. A
exclusão digital é um fenômeno multidimensional. A exclusão
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digital afeta desde o acesso ao mercado de trabalho até o acesso
à educação de maior qualidade.
Diante a realidade da necessidade de especializações,
prof issionais buscam todas as formas de permanecerem no
mercado de trabalho. Deparando-se com uma era de comunicação
rápida, com resultados instantâneos e, de outro lado o recurso
f inanceiro, com salários de sobrevivência não conseguem
acompanhar a era virtual e sofrem com a exclusão de não poder
usufruir de uma qualif icação de qualidade com uma inst ituição de
qualidade, pois as mensalidades não comportam dentro dos
salários.
Buscarei através desse projeto, mostrar como acontece
a inclusão e exclusão de prof issionais docentes da educação que
vive esta real idade nos cursos de especial izações à distância. E as
formas de soluções para qualif icação de qualidade e de acesso a
esses prof issionais.
Este projeto tem como objeto a inclusão e exclusão do
professor na especial ização à distância e as polít icas de inclusão
digital que favoreçam o acesso do professor a capacitar-se. Será
real izado com observação de alunos de curso de especialização à
distância em diversas universidades.
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CAPÍTULO I – HISTORIA DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.1 Educação a Distância uma breve História .
Alguns autores enfatizam o marco inicial da Educação a
Distância na comunicação entre os primeiros cristãos para difundir
a palavra de Deus nas epístolas escritas pelo apóstolo Paulo,
cult ivando um gênero de cartas instrutivas. Porém, foi na Grécia,
através das cartas-veículo e devido à rede de comunicação que se
estendera desde Atenas a todo o mundo antigo, que a
epistolograf ia alcançou o patamar mais elevado, originando a
segunda raiz do ensino por correspondência.
Para alguns estudiosos a escrita foi primeira tecnologia
que possibi l itou o EAD. Com a escrita, tornou-se possível
apresentar, na forma de registro, o que antes era apenas falado.
De caráter didático, as atividades epistolares de Paulo,
apresentadas no Novo Testamento, seriam um exemplo do uso
dessa tecnologia, bem como as letras de Platão a Diógenes de
Siracusa.
Os documentos escritos do século V a.C. até o século
XV, eram caros e raros, pois eram copiados manualmente pelos
escribas. A part ir de 1450, com o desenvolvimento da imprensa
(inventada pelo alemão Johannes Gutenberg, em 1438), a
chamada explosão tipográf ica, juntamente com a instalação dos
correios, passa a constituir a infra-estrutura que faltava para o
desenvolvimento da Educação à Distância
Uma das primeiras manifestações de EAD após a
invenção de Gutenberg no séc. XVIII. Quando em 1728, a Gazeta
de Boston, em sua edição de 20 de março, ofereceu em um
10
anúncio, materiais para ensino por correspondência (Loureiro,
2004:p 15). Em 1833, o número 30 do periódico sueco Lunds
Weckoblad comunicou a mudança de endereço, durante o mês de
agosto, para as remessas postais dos que estudam "Composição"
por correspondência.
Instituições part iculares dos Estados Unidos e da
Europa passaram no século XIX, a oferecer cursos por
correspondência destinados ao ensino de temas de pouco valor
acadêmico (Litwin, 2001: p,57). Em 1843, Issac Pitman fundou, na
Suécia, a Phonographic Correspondence Society, que se
encarregava de corrigir as f ichas com os exercícios de taquigraf ia
anteriormente apresentados. Em 1856, Charles Toussaint e Gustav
Langhscheidt fundaram, na Alemanha, o primeiro instituto de
l ínguas por correspondência, o Inst itut Toussaint e Langhscheidt
(Nevado, 2001:p38).
Algumas universidades na segunda metade do século
XIX instituíram cursos à distância. Em 1883, passou a funcionar,
em Ithaca, no Estado de Nova Iorque, Estados Unidos, a
Universidade por Correspondência. Em 1892, na Universidade de
Chicago, por iniciativa do reitor W. Raineu Harper, foi criado o
Departamento de Ensino por Correspondência. Em 1930, por
exemplo, foram identif icadas 39 universidades norte-americanas
que ofereciam cursos à distância (Litwin, Idem).
As iniciat ivas citadas acima, baseavam-se em ”uma
metodologia cujo princípio era apresentar, por escrito, o ensino
catedrát ico tradicional que se mostrou inef iciente no que se refere
aos objetivos de aprendizagem propostos “ (Nevado, Idem),. A f im
de atender às deficiências geradas por essa metodologia, foram
introduzidas, atividades complementares que permit issem, além de
um acompanhamento melhor e uma orientação nos estudos
individuais, uma maior interação entre os estudantes e as
inst ituições.
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Nesse sentido o rádio, a televisão e, mais
recentemente, o computador vieram como meios de comunicação
para mediação pedagógica na EAD. Em 1927 a BBC apresentou,
ainda como caráter complementar aos estudos realizados nas
escolas, o ensino por meio da Rádio Escola.
Desde 1889 o Canadá vinha fazendo experiências em
EAD uti l izando a tecnologia do rádio. Estimulados pelo
desenvolvimento industrial e pela urbanização, viu-se nesse
cenário a possibil idade de incluir, na Rádio Canadá, algumas
transmissões com f im educativo. No período da II Guerra Mundial,
foi criado na França o Centro Nacional de Ensino por
Correspondência, o qual também se util izava das transmissões de
rádio para apoio ao ensino.
Vista como uma modalidade de ensino a uma clientela
marginalizada da sociedade oferecendo cursos de pouca
valorização social. Com o f im da II Guerra Mundial, a EAD passou
por várias modif icações. Na década de 60, desencadeia-se o
surgimento de universidades à distância, como: a UNISA, na África
do Sul, a Universidade de Wisconsin e as Extramural University
(EUA), a Universidade Aberta (Open University) da Grã Bretanha, a
OF the Air (Japão) e a Bayerish Rundfunk (Alemanha Federal). No
bloco social ista, houve um desenvolvimento da EAD na Polônia,
Hungria e, sobretudo, na União Soviética, como, por exemplo, a
Universidade Pública de Moscou, Leningrado e Kharkov. Na
América Latina têm-se inst ituições como a Universidade Aberta da
Venezuela ou a Universidade Estatal a Distância da Costa Rica,
que surgiram posteriormente, adotando o modelo inglês de
produção e implementação.
Nos anos 70 a Open University apresenta ao mundo
uma proposta, uti l izando meios impressos, televisão e cursos
intensivos em períodos de recesso de outras instituições
convencionais, conseguindo produzir cursos acadêmicos de
12
qualidade. O modelo de EAD proposto pela Open University
passou a ser seguido por inst ituições como a Universidade
Nacional de Educação a Distância de Espanha (1973), a Sllama
Igbal Open University do Paquistão (1975), a Téle-université
(1972), a Athabasca University no Canadá (1975), a Fernuniverstät
da Alemanha (1975), a Everyman’s University de Israel (1976), a
Universidade Nacional de Educación Abierta da Venezuela (1977),
a Université l ibre d’Iran (1978) e a Universidad de Educação a
Distancia da Costa Rica (1978).
O desenvolvimento da EAD nos anos 80 se deu por
meio da realização de projetos colaborativos entre institutos. A
American Open University, por exemplo, reunia setecentas
universidades e colégios universitários no desenvolvimento de
projetos. Outros exemplos seriam a Fjernundervisning, na Noruega
(1982) e a Columbia-britânica (Knowledge Network). Observando-
se uma tendência à constituição de redes. Sauvé (apud NEVADO,
Ibid) distingue três t ipos de redes: as redes prof issionais, as redes
de difusão e as redes de pesquisa e trocas documentais.
Característica bem enfatizada dessa década é a
organização em consórcios para a produção e difusão de
programas a distância. A rede National Technological University,
fundada em 1984, constitui-se num consórcio que abriga 21
universidades, entre elas Stanford, MIT e empresas como IBM,
Control Data etc, oferecendo cursos de aperfeiçoamento e
graduação dentro de um modelo de ensino denominado extended
classroom.
Com o desenvolvimento das redes, tem-se a criação de
centros de EAD, que ocorre, principalmente, nos países asiáticos.
Entre as inst ituições, pode-se citar a Universitas Terbuka
(Indonésia-1984) e a Universidade Aberta Nacional Indira Ghandi
(Índia-1985).
13
Os anos 90 na EAD. Traz progresso da tecnologia e da
comunicação. Tais elementos têm permit ido a introdução de novos
instrumentos para o desenvolvimento dessa modalidade de ensino.
Recursos como a Telemática, a Teleconferência e a
Videoconferência têm permitido uma maior interação entre alunos
e professores e entre alunos e alunos, seja de forma síncrona ou
assíncrona.
Com o uso do computador na EAD tornou-se possível
enviar textos com facil idade a localidades remotas, bem como
buscá-los com a mesma facil idade. O correio eletrônico permitiu
que as pessoas se comunicassem assincronamente de forma
extremamente ágil. O surgimento dos chamados "chats" ou "bate-
papos" permit iu a comunicação síncrona entre várias pessoas.. A
Web permitiu não só que fosse agil izado o processo de acesso a
documentos textuais, mas também a gráf icos, fotograf ias, sons e
vídeo de forma não-l ineares e interativas usando tecnologia de
hipertexto.
1.2 Educação a Distância no Brasil;
Há muitas divergências quanto a origem do EAD no
Brasil. Alguns assumem como marco histórico, a implantação, em
1904, das "Escolas Internacionais", que representava organizações
norte-americanas. Contudo, o Jornal do Brasi l, cujas atividades
foram iniciadas em 1891, registra na primeira edição da seção de
classif icados, um anúncio oferecendo um curso prof issionalizante
de datilógrafo por correspondência, colocando mais dúvidas
quanto ao verdadeiro momento inicial da EAD no país.
A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em 1923, fundada
por Edgard Roquete Pinto e um grupo de amigos. Operada pelo
Departamento de Correios e Telégrafos, em março desse mesmo
ano, iniciou-se a transmissão de programas de Literatura,
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Radiotelegraf ia e Telefonia, Línguas e Literatura Infantil, entre
outros, inaugurando, no Brasi l, a radiodifusão com f ins educativos.
No ano de 1936, a emissora foi doada ao Ministério de Educação.
Algumas experiências signif icativas nas décadas de 30
e 40. Entre elas, pode-se destacar a fundação do Rádio-Monitor
(1939) e do Insti tuto Universal Brasileiro (1941) existente até hoje.
Os anos 70, marca algumas experiências na EAD que
se concret izaram em ações sistematizadas do Governo Federal,
como: o contrato entre o MEC e a CNBB, a expansão do sistema
de escolas radiofônicas aos estados nordestinos, que fez surgir o
Movimento de Educação de Base (MEB), sistema de ensino a
distância não-formal. Em 1965, criou-se a Fundação Centro
Brasileiro de Televisão Educativa. Fil iado à Organização dos
Estados Americanos (OEA), o Brasil integrou-se a um movimento
interamericano de expansão das at ividades educativas, por meio
de rádio, TV e outros recursos audiovisuais.
Entre os anos de 1966 e 1974 foram instaladas no
Brasil oito emissoras de televisão educativa: TV Universitária de
Pernambuco, TV Educativa do Rio de Janeiro, TV Cultura de São
Paulo, TV Educativa do Amazonas, TV Educativa do Maranhão, TV
Universitária do Rio Grande do Norte, TV Educativa do Espírito
Santo e TV Educativa do Rio Grande do Sul.
Em 1967, foi criado, em caráter experimental, o projeto
piloto SACI (Sistema Avançado de Comunicações
Interdiscipl inares) que uti l izava satéli te para f ins educacionais no
Brasil. Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE), esse projeto foi interrompido entre 1977 e 1978
por questões de custo.
No f im da década de 70 foi lançado pela Rede Globo de
Televisão, com apoio da Fundação Roberto Marinho, o Telecurso
2º Grau. Nesse projeto, o trabalho era real izado por meio da
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distribuição de aposti las e aulas televisivas. Na década de 80, foi
lançado o Telecurso 1º grau e no início da década de 90, o
Telecurso 2000. Alguns projetos em 1996 desenvolvidos pelo
Ministério de Educação e do Desporto: Salto para o Futuro (1992),
a TV Escola (1996) e o Programa de Informática na Educação
(1996), passam a ser incorporados pela recém criada Secretaria de
Educação a Distância (SEED/MEC).
Podemos enfatizar o programa TV Escola. Destinado ao
aperfeiçoamento e à capacitação de professores do ensino
fundamental. A programação atinge a todo o território nacional,
sendo gravada em f ita de videocassete para posterior uti l ização
pelos professores e alunos.
A história da EaD no Brasil pode ser vista por quatro
fases. Primeira fase a da correspondência, com os correios tendo
atuação preponderante. É desse tempo que se destaca o Instituto
Universal Brasileiro, sediado em São Paulo, com cursos
predominantemente prof issionalizantes, tais como: corte e costura,
inglês, técnico em TV e rádio, etc. A segunda fase da EaD é a do
rádio, quando aparece o Projeto Minerva cujo objetivo era o de
levar o ant igo Projeto Madureza (ensino fundamental e médio) aos
estudantes que haviam perdido o tempo escolar ou queriam iniciar
seus estudos, sobre o patrocínio da Rádio MEC e durou
aproximadamente duas décadas. A terceira fase é iniciada com o
uso da televisão brasileira: Projeto Telecurso 2º Grau, com
patrocínio da Fundação Roberto Marinho e do MEC. E, nos f ins dos
anos oitenta, a mesma Fundação, em conjunto com a Federação
das Indústrias de São Paulo (FIESP), o Telecurso 2000, com os
cursos de ensino médio, ensino fundamental e um
prof issionalizante na área de mecânica geral. A quarta e últ ima
fase da EaD no país veio com o advento da Internet entre nós, no
f inal do século passado e nos anos iniciais do milênio.
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Nas instituições de ensino público ou privado as datas
divergem, mas o importante é que se têm no país Inst i tuições que
já dominam a tecnologia e a pedagogia da EaD, muitas delas com
cursos l ivres, de graduação e pós-graduação, casos da
Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal de Santa
Catarina, Universidade Federal do Mato Grosso, Universidade
Estadual do Rio de Janeiro, só para citar algumas.
1.3 Definição de Educação à Distância e Ensino à Distância
Educação a distância é o processo de ensino-
aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e
alunos estão separados espacial e temporalmente.
Educação a distância (Ferstudium) é
uma forma sistemat icamente
organizada de auto-estudo onde o
aluno se instrui a part ir do material de
estudo que Ihe é apresentado, o
acompanhamento e a supervisão do
sucesso do estudante são levados a
cabo por um grupo de professores.
Isto é possível através da apl icação
de meios de comunicação capazes de
vencer longas distâncias. (Dohmem:
1967):
É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não
estão normalmente juntos, f isicamente, mas podem estar
conectados, interl igados por tecnologias, principalmente as
telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser uti l izados o
17
correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax
e tecnologias semelhantes.
Na expressão "ensino a distância" à ênfase é dada ao
papel do professor (como alguém que ensina a distância).
Preferimos a palavra "educação" que é mais abrangente, embora
nenhuma das expressões seja perfeitamente adequada.
Educação/ensino a distância
(Fernunterr icht) é um método racional
de part i lhar conhecimento, habi l idades
e at itudes, através da aplicação da
div isão do trabalho e de pr incípios
organizacionais, tanto quanto pelo uso
extensivo de meios de comunicação,
especialmente para o propósito de
reproduzir mater iais técnicos de alta
qualidade, os quais tornam possível
instruir um grande número de
estudantes ao mesmo tempo,
enquanto esses materiais durarem. É
uma forma industr ial izada de ensinar
e aprender. (Peters, 1973: p17)
A uti l ização dos mais diversos recursos tecnológicos e
comunicacionais na educação têm permitido que essa modalidade
de ensino seja cada vez mais difundida no mundo e se expanda em
alta velocidade. Isso proporciona uma globalização dos
conhecimentos e a construção de uma intel igência coletiva entre
as pessoas.
Diversos ambientes virtuais de ensino podem ser
encontrados no cenário educacional nacional, visam sobretudo,
consolidar uma nova forma de ensino no país
18
Isso permite que pessoas impossibil itadas de
freqüentar uma sala de aula presencial, possam ser formadas com
qualidade semelhante à dos cursos presenciais e a partir de
lugares distintos. Keegan (1991, 38) enfatiza os elementos que
considera centrais dos conceitos acima enunciados:
• “Separação fís ica entre
professor e aluno;
• Inf luência da organização
educacional (planejamento,
sistemat ização, plano, projeto,
organização dir ig ida etc);
• Uti l ização de meios técnicos de
comunicação;
• Previsão de uma comunicação
de mão dupla, onde o estudante
se benefic ia de um diálogo;
• Possibi l idade de encontros
ocasionais com propósitos
didát icos e de social ização;
• Part ic ipação de uma forma
industr ial izada de educação.”
19
CAPITULO II - ESTRATÉGIAS DE MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA
VIRTUAL DE APRENDIZAGEM;
2.1 Aprendizagem Significativa;
A teoria construt ivista-interacionista tem como objetivo,
um ensino-aprendizagem signif icativo no qual organizadores
prévios funcionam como facil itadores para aquisição de novos
conceitos, proporcionando também conhecer melhor o aluno para
levar em conta o que ele já sabe e ensiná-lo a partir disto.
A Teoria de Aprendizagem de David P. Ausubel,
inserida inicialmente na abordagem construtivista (na interação
construt iva de ensino- aprendizagem) está centrada na aquisição
de conhecimentos. Mundo-homem-educação-aprendizagem.
Segundo Ausubel (1968, p.215), “a aprendizagem signif icat iva ocorre
quando a informação nova é l igada a conceitos já existentes”.
Para Ausubel (1968, p.84), a estrutura cognit iva “é o
conjunto de idéias e suas propr iedades organizacionais”. A
quantidade, a clareza e a organização do conhecimento presente
no aprendiz é a principal variável a ser considerada por
professores e educadores durante o processo ensino-
aprendizagem.
E, nesta perspectiva explora o conceito de
“aprendizagem signif icativa”. Para que esta ocorra, diz Ausubel
(1968, p.87), “é preciso que haja um relacionamento caracterizado
pela substantividade e pela não arbitrariedade entre o conteúdo a
ser aprendido e aquilo que o aluno já sabe”. Substantit ividade
signif ica que a relação entre o material a ser aprendido e a
estrutura cognit iva não é alterada se outros símbolos diferentes,
mas equivalentes, forem usados. A segunda qualidade, a não
20
arbitrariedade, é que o relacionamento, entre o novo item a ser
aprendido e os itens relevantes da estrutura cognit iva, não seja
arbitrário ou por acaso. Além destas duas característ icas, duas
outras condições devem ser satisfeitas para que ocorra a
aprendizagem signif icativa.
O aluno deve manifestar uma
predisposição posit iva para com a
aprendizagem signif icat iva, isto é,
uma disposição para relacionar, não
arbitrár ia, mas substantivamente, o
material novo, com sua estrutura
cognit iva, e também o material a ser
aprendido deve ser potencialmente
signif icat ivo para aquele aluno em
part icular (Ausubel, 1968, p.92).
Esse processo de associação de informações inter-
relacionadas denomina-se Aprendizagem Signif icativa. Segundo
Marco Antônio Moreira "a aprendizagem signif icat iva é um processo
por meio do qual uma nova informação relaciona-se, de maneira
substant iva (não-l iteral) e não-arbitrár ia, a um aspecto relevante da
estrutura de conhecimento do indivíduo". Em outras palavras, os
novos conhecimentos que se adquirem relacionam-se com o
conhecimento prévio que o aluno possui.
Embora a educação mediada por recursos tecnológicos
não seja a solução para os problemas educacionais do país, a
“aprendizagem independente” ou mediatizada assume um grande
valor na sociedade atual, sendo inclusive recomendada a um
grande número de alunos e prof issionais.
A educação a distância com suporte em ambientes
digitais numa perspectiva de interação e construção colaborat iva
21
de conhecimento favorece o desenvolvimento de competências e
habil idades relacionadas com a escrita para expressar o próprio
pensamento, leitura e interpretação de textos, hipertextos e leitura
de idéias registradas pelo outro part icipante.
Participar de um curso a distância em ambientes
virtuais e colaborativos de aprendizagem signif ica mergulhar em
um mundo virtual cuja comunicação se dá essencialmente pela
leitura e interpretação de materiais didáticos textuais e
hipertextuais, pela leitura da escrita do pensamento do outro, pela
expressão do próprio pensamento através da escrita. Signif ica
conviver com a diversidade e a singularidade, trocar idéias e
experiências, real izar simulações, testar hipóteses, resolver
problemas e criar novas situações, engajando-se na construção
coletiva de uma ecologia da informação, na qual valores,
motivações, hábitos e prát icas são comparti lhados.
2.2 Estratégias de Ensino e Aprendizagem;
Os ambientes virtuais de ensino da EaD conduzem o
aluno a possibi l idade de aprender via colaboração. Tanto o
professor pode se comunicar com o aluno, como os alunos podem
se comunicar entre si e ainda se relacionar com o meio (Web).
Esse comportamento é de suma importância. Pois a educação
passa por uma mudança de paradigma, assumindo uma nova
postura, onde, mais importante do que transmit ir informação é o
ato de construir conhecimento, através da interação.
Os ambientes exigem, através da revisão de
metodologias de ensino, uma nova postura dos partic ipantes,
baseada no novo paradigma educacional. Não se trata de uma
transição simples, porém, percebe-se, através de pesquisas em
andamento em diversas insti tuições, que a integração com novas
22
metodologias e novas avaliações, possibil ita inovar e evoluir o
processo educacional.
O uso adequado e coordenado dos módulos sincrônicos
(a exemplo do chat) e assincrônicos (a exemplo dos fóruns) como
formas complementares de aprendizagem, o tutor pode gerar um
ambiente altamente favorável para a aprendizagem colaborat iva
acontecer. Segundo Maia (2000: p38), “os ambientes virtuais de
estudo proporcionam condições reais de ensino e aprendizagem
baseados numa interação mútua entre os atores desse processo”.
Os Recursos de acesso rápido proporcionados pelas
tecnologias de rede de computadores, funciona como elementos
enriquecedores do processo pedagógico, seja permitindo o acesso
ao ambiente de estudo no horário e local mais conveniente ao
aluno e ao professor, seja pela possibi l idade de participação de
indivíduos que não fazem parte do grupo regularmente matriculado
no curso ou discipl ina oferecidos. Dentre as vantagens
pedagógicas destacam-se:
→ O desenvolvimento do espírito crít ico;
→ A prática do raciocínio;
→ Maneiras mais r icas de assimilar o conhecimento;
→ Facil idade na colaboração e interação entre
atores do processo de ensino e aprendizagem;
→ Estreitamento das relações entre as pessoas.
Percebe-se, ainda, que não é a Internet, enquanto
ambiente de mídias a suportar várias l inguagens (mult imídia ou
hipertexto), a grande ferramenta pedagógica capaz de modif icar
substancialmente as condições de ensino e aprendizagem no
mundo digital; mas sim o potencial de sociabi l idade permitido pelo
desenvolvimento de softwares que, rodando em sistemas de
23
informação abertos, facil i tam a interação entre sujeitos que passa
a construir juntos, um grande hipertexto colet ivo no ciberspaço.
2.2.1 Ambientes virtuais de Aprendizagens
Os Ambientes Virtuais de Ensino, são desenvolvidos
através de combinações de tecnologias e processos diversos,
destinados a produzir certos resultados. Esses ambientes são
voltados a várias aplicações, pois agregam ferramentas que
tornam possível a participação das pessoas em cursos à distância.
Permitem, por exemplo: que o professor acompanhe as atividades
propostas aos alunos, em uma aula; o acesso ao conteúdo de
determinados cursos; a interação, a comunicação e a troca de
informações e trabalhos entre os agentes do processo de ensino e
aprendizagem, como estudantes, professores e a instituição; a
analise do caminho percorrido, pelo aluno, durante o curso,
através de relatórios e registros de atividades; além de pesquisas
sobre diversos assuntos relacionados ao conteúdo que se está
estudando.
Os ambientes virtuais seguem uma mesma
característica (consensual) quanto a sua arquitetura e apesar de
apresentarem nomenclaturas diferentes para determinadas seções,
podem ser divididos em quatro módulos básicos, que são os de:
apresentação, controle, domínio e convivência.
24
– Módulos e áreas que um ambiente virtual de ensino deve
possuir.
25
2.2.2 Módulo de Apresentação
Este módulo contém áreas de informações quanto ao
funcionamento do sistema. Voltado aos interessados em conhecer
os serviços prestados pelo ambiente e estudantes novatos, que
não tem muita familiaridade com o mesmo. As áreas desse módulo
devem conter informações sobre:
→ A instituição responsável pelo ambiente : nessa
área a inst ituição deve ser apresentada ao visitante
ou ao aluno. São necessárias Informações sobre o
que é a insti tuição, como ela foi pensada e fundada,
aonde é sua sede e qual sua experiência na área
educacional. Por meio dessa área o usuário passará
a conhecer a insti tuição responsável pelo curso, da
qual ele fará parte.
→ O objetivo: nessa área deve ser apresentada uma
síntese geral do que se pretende alcançar com o
ambiente e quais os resultados que serão uti l izados
pelo o aluno.
→ Os Cursos : essa área deve apresentar os cursos
oferecidos pela instituição. Deve-se informar se os
mesmos são de extensão, graduação, pós-
graduação, dentre outros t ipos.
→ A estrutura : essa área deve apresentar de que
forma o ambiente está dividido. Deve conter o mapa
de navegação com todas as suas seções. Essas
informações proporcionarão, ao usuário, um
esclarecimento quanto ao seu exato posicionamento
dentro do ambiente, fazendo com que o mesmo não
f ique perdido e permitindo que ele saiba quais áreas
já foram visitadas, e como pode chegar a outras de
seu interesse.
26
→ Metodologia de trabalho: essa área deve informar
os usuários sobre como o aluno será conduzido no
dia-a-dia, dentro do ambiente virtual de ensino,
quais at ividades de aprendizagem estão previstas
nas discipl inas oferecidas e como professores e
alunos podem util izar os recursos, serviços e áreas
de trabalho exclusivas.
→ As equipes de desenvolvimento: essa área deve
apresentar as equipes que trabalham em cada um
dos setores e a forma como interagem, entre si. A
maioria dos ambientes educacionais são
construídos, através da integração entre diversos
núcleos de pesquisa e desenvolvimento. Esses
núcleos estudam: as formas pedagógicas mais
adequadas para elaborar o conteúdo, as maneiras
corretas de atender os usuários, as formas mais
adequadas de apresentar o conteúdo na Web , os
meios corretos para fazer com que o material chegue
a mão do usuário, as tecnologias que podem e
devem ser ut i l izadas na construção e
desenvolvimento do ambiente, além de toda parte de
concepção, design e estrutura do mesmo.
→ Formas de contato: essa área deverá apresentar as
maneiras pelos quais os visitantes e novos alunos
podem contatar as pessoas responsáveis pelo
ambiente e assim esclarecer dúvidas e
questionamentos. Dessa maneira o usuário tem um
canal aberto com os administradores do sistema.
→ Opiniões de alunos: essa área deve conter
depoimentos de alunos que estudam no ambiente
virtual de ensino, relatando suas experiências ao
participarem dos cursos. Isso permite que os novos
27
usuários part i lhem a vivência dos demais colegas, e
assim percebam aonde é necessário ter mais
cautela, dedicação, “humor”, etc.
→ Parcerias : essa área deve conter informações sobre
as parcerias entre a inst ituição de ensino
responsável pelo ambiente e outros centros
educacionais ou empresas do setor público e
privado. Essas informações podem dar mais
credibil idade ao ambiente, pois mostrará ao usuário
que vários centros educacionais e inst ituições
renomadas (quando for o caso), colaboram com a
construção do mesmo.
→ Diversos : essa área pode ser uti l izada para
disponibil izar informações diversas e entreter o
usuário através de várias at ividades.
→ Aula de apresentação: essa área deve apresentar,
ao usuário, o modelo de uma aula, na forma como
ela é disponibi l izada aos alunos matriculados, com
todos os recursos interat ivos e dinâmicos, isso para
que os visitantes possam ter uma experiência on-
line .
→ Cadastro: essa área deve conter um formulário onde
as pessoas, interessadas em estudar no ambiente,
podem cadastrar uma determinada quantidade de
informações para assim obter um login e uma senha.
28
2.2.3 Módulo de Domínio
Nesse Módulo devem conter áreas que armazenam o
material a ser estudado no ambiente, ou seja, o conteúdo
propriamente dito, bem como informações importantes a alunos,
professores e todos os usuários do sistema. O acesso a esse
módulo deve ser restr ito a pessoas cadastradas e matriculadas em
um dos vários cursos oferecidos pela instituição. As áreas desse
módulo devem disponibil izar, a todos os interessados, materiais
digitalizados que serão uti l izados no dia-a-dia. O conteúdo deve
estar armazenado e organizado, de forma que professores e
estudantes possam, intuit ivamente, fazer download e upload40 de
publicações em seções previamente destinadas a esta f inalidade.
Devem existir ainda, seções que apresentam ligações ( l inks)
direcionando os alunos a conteúdos e publicações que tratam de
assuntos semelhantes ao que se está estudando. Fazem parte
desse módulo:
→ Bibliotecas Virtuais : áreas que armazenam
diversas publicações e conteúdos em uma base de
dados, obtidos através de pesquisas e estudos,
permitindo aos usuários, baixar (download) e
consultar arquivos variados, visando assim atender o
interesse coletivo, através do comparti lhamento de
informações. Essa área proporciona, ao usuário do
sistema, um aprofundamento em seus
conhecimentos, na medida em que disponibil izará
uma base de dados capaz de proporcionar a
pesquisa e o estudo sobre diversos temas.
→ Midiateca : área onde estão armazenados arquivos
de áudio, vídeo, imagens e gráf icos relat ivos aos
assuntos tratados nos cursos.
29
→ A Internet como meio integrador de várias mídias
permite que haja uma inf inidade de possibil idades,
que serão mais bem difundidas e uti l izadas a partir
do momento em que a largura de banda for
aumentando sua capacidade de tráfego de
informações. Essa área permite o enriquecimento
dos conteúdos apresentados, proporcionando maior
dinamismo e interatividade.
→ Seções Individuais : essa seção deve ser pensada
como um diretório pessoal, onde cada aluno possui
uma pasta, com acesso l ivre somente a ele. Deve
funcionar como um depósito ut i l izado para alocar as
anotações dos alunos nos momentos de pesquisa e
de aula, bem como trabalhos a serem entregues, em
arquivos diversos, como: DOC; .PDF, .GIF, .EXE,
JPG, .MPG, .SWF, dentre outros. Sendo assim, nos
dias de aula, o estudante pode capturar o conteúdo,
previamente disponibi l izado por ele ou pelo
professor dentro dessa seção e ainda fazer
anotações e contribuições diversas.
→ Links : Os l inks são ligações que conduzem o
estudante a áreas como bibl iotecas, base de dados
distribuída, outros ambientes, etc; que possibi l itam o
aprofundamento em determinados assuntos
propostos pelo professor. Esses l inks podem estar
restritos a uma determinada área dentro do
ambiente, fazerem parte dos textos, na forma de
hiperlinks ou estarem estrategicamente colocados
após uma aula, conteúdo ou imagem. São muito
uti l izados, pois conduzem os estudantes a seções
previamente analisadas pelos desenvolvedores de
conteúdo.
30
→ Mecanismos de busca : essa deve ser uma
ferramenta do módulo de domínio, responsável pela
localização, através de palavras-chave, de
informações dentro do ambiente de aprendizagem, e
ainda, pelo direcionamento do usuário para outras
áreas, como sites relacionados, pesquisas,
publicações, estudos, que estejam dentro ou fora do
ambiente de ensino, caso haja necessidade.
→ Estatística : essa é uma área que deve manter
professores e monitores informados quanto a
uti l ização do sistema, por parte do aluno,
possibil itando um acompanhamento sobre
quantidade e qualidade dos acessos. É um espaço
que serve aos professores e monitores como
mecanismo de apoio, avaliação, controle e
motivação dos participantes, pois proporciona a
visualização das estatíst icas do curso.
→ On-line : essa área deve apresentar o nome das
pessoas que estão ou presentes no ambiente, bem
como uma mensagem que pode ser escrita e enviada
a todos os que participam do curso, através de um
espaço devidamente preparado. Essa ferramenta é
muito úti l, pois reconhece as pessoas que estão
conectadas simultaneamente, permitindo a interação
e a comunicação em tempo real.
31
2.2.4 Módulo de Convivência
Esse módulo deve conter áreas que permitam a
interação e a convivência, a distância, entre estudantes e
professores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Percebe-se que a combinação de recursos possibil ita a estratégia
de apoio didático que potencial izam a aprendizagem virtual.
Apresentando duas classes básicas, para as diversas
possibil idades de convivência em um ambiente virtual de estudo:
modo de convivência Síncrono e Assíncrono.
O Modo Síncrono é uma virtual ização da estrutura de
comunicação presencial, deve conter áreas que possibi l item a
convivência e a participação dos estudantes e professores em
eventos marcados com horários específ icos. Permite a real ização
de uma interação on-l ine , e o suprimento da necessidade,
eventual, de uma comunicação com respostas instantâneas entre
os usuários de um ambiente virtual. Essas áreas são
representadas por:
→ Chats : são também chamadas de sala de reuniões,
de aula ou de bate-papo, e permitem a realização
de sessões regulares de “conversação” entre
professores e alunos, conduzindo-os a uma
interação mais próxima, através da Web ,
semelhante às que acontecem durante as aulas
presenciais.
O chat pode ser descrito como uma área que integra,
mediante senha de acesso, vários computadores simultaneamente,
permitindo que seus usuários se comuniquem uns com os outros.
→ Vídeo conferência : vídeo conferência é uma forma
de comunicação feita através de câmeras e
microfones que captam imagens e sons dentro de
um determinado ambiente. Sendo assim é possível
32
que pessoas, em lugares dist intos, se comuniquem
e troquem informações ao vivo. Essa é uma forma
de comunicação altamente interat iva, que substitui
encontros presenciais, devido à sensação que se
tem, perante a visualização e audição de imagens
e sons das pessoas com quem se está
conversando.
→ Áudio conferência : áudio conferência é uma forma
de comunicação feita através de microfones, onde
os participantes de uma determinada reunião, aula
ou debate podem se comunicar, verbalmente, e
discut ir posicionamentos e idéias. Na Web , essa
forma de comunicação é mais uti l izada do que a
vídeo conferência, pois não exige uma largura de
banda tão grande, no entanto é um mecanismo que
também é pouco difundido.
O Modo Assíncrono deve conter áreas que possibi l item
a comunicação entre professores e alunos através de ferramentas
que concretizam os debates propostos e a troca de trabalhos na
Web . Essas ferramentas transportam as formas de comunicação no
espaço e no tempo. O Modo Assíncrono é representado, aqui pelas
seguintes áreas:
→ Fóruns : são áreas destinadas a troca de opiniões e
informações entre usuários da Web . Em ambientes
educacionais, os fóruns permitem que possam
discutir diversos temas propostos ao longo do
curso, abordar temas da atualidade e assuntos
relacionados aos conteúdos difundidos nas aulas.
Essa é uma área que os usuários acessam para
comentar determinados assuntos, previamente
publicados por uma pessoa responsável, e assim
promovam a construção do conhecimento através
33
da comunicação e participação de todos os
usuários.
→ Listas de discussão: essa é uma ferramenta, que
deve funcionar como uma central transmissora e
receptora de mensagens, que possibil ita aos
usuários (alunos e professores), a comunicação,
via correio eletrônico. Ao receber uma mensagem,
a l ista de discussão distr ibui uma cópia para todas
as pessoas, nela cadastradas, sendo assim todos
se mantêm informados e podem se comunicar e
opinar sobre diversos temas.
A principal diferença entre a l ista e o fórum é que a
lista transmite os comentários a todas as pessoas cadastradas,
toda vez que alguém responde a uma mensagem recebida. Já o
fórum é um espaço onde uma determinada pessoa (responsável)
apresenta um tema e os usuários do sistema tecem comentários a
respeito desse tema.
→ Correio Eletrônico: essa é uma ferramenta, dentro
do módulo de convivência, que tem como principal
objetivo proporcionar a comunicação, através do
envio e da recepção de mensagens, entre os
participantes do sistema. Sua uti l ização é de
grande valia, pois permite que os participantes
(professores e alunos) realizem troca de
informações entre si de maneira personalizada,
possibil itando uma expansão das possibi l idades de
comunicação individual e coletiva, além de
promover a construção do conhecimento, através
da integração à distância, como nunca visto
anteriormente. Ao util izar o correio, o participante
terá as opções de ler, criar, responder,
encaminhar, e excluir diversas mensagens. Além
34
de poder comentá-las e assim contribuir para a
melhoria de um determinado estudo ou pesquisa.
→ Secretaria : essa área é destinada à transmissão
de informações administrativas, por parte da
inst ituição. Sua relevância é percebida à medida
que o aluno pode contatar a secretaria do curso e
solicitar informações diversas a seu respeito.
→ Monitoria : o monitor é uma peça importante dentro
de um ambiente virtual, pois é o responsável pela
organização e transmissão das informações entre
professores e alunos, bem como pelo suporte e
orientação, técnico/administrativa aos usuários do
sistema. A presença constante do monitor auxi l ia
muito o dia-a-dia do aluno, fazendo com que ele
não se sinta sozinho diante da educação à
distância. A monitoria, também, acompanha e dá
suporte, aos professores, quanto a organização e
preparação dos conteúdos e materiais a serem
publicados, além de integrá-los e ajudá-los na
util ização dos recursos disponíveis dentro do
ambiente. É responsável por apresentar, aos
usuários, todas as capacidades e possibil idades
existentes no sistema.
→ Mural : essa área funciona como espécie de mural
de classif icados ou de recados, com temas que
interessam a todos os usuários do sistema. Pode
ser estrategicamente construída na entrada das
áreas reservadas que dão acesso ao módulo de
convivência. Sendo assim, a monitoria e os
professores podem disponibi l izar informações
gerais do curso.
35
O mural é considerado um espaço of icial de
comunicação por onde devem ser transmit idos comunicados de
caráter acadêmico. Esse espaço é uti l izado pelo monitor para
aproximar-se da turma e exibir as novidades.
→ Ajuda : essa área deve conter informações
detalhadas sobre a uti l ização do sistema. Os textos
devem ser redigidos de forma simples e i lustrativa,
funcionando como um minitutorial que auxil iará o
usuário na famil iarização com o ambiente. Quanto
ao conteúdo, devem ser apresentadas informações
técnicas, que esclareçam as pessoas sobre as
interfaces e as formas de aprendizagem. Essa área
deve apresentar um espaço destinado a busca de
informações, onde o usuário pode inserir uma
determinada palavra e sol icitar assuntos que se
relacionem com ela.
→ Perfil dos usuários : essa área deve apresentar
uma lista com todos os usuários habil itados no
curso e permit ir a visualização dos dados
cadastrais de cada um deles. Essa seção é
importante, pois como uma coleção de páginas
pessoais dos part icipantes, disponibi l iza a todos,
informações para que assim possam se conhecer e
saber com quem se está interagindo.
→ Área de colaboração: essas área é semelhante à
uma bibl ioteca de disciplinas, porém destinada
apenas a publicações dos alunos de uma mesma
turma, possibil itando o comparti lhamento de
informações, documentos e estudos entre eles,
além do acompanhamento, por parte do professor,
à produção individual de cada um. Nessa área é
36
necessária uma ferramenta que auxil ie os usuários
do sistema na publicação do material.
→ Agenda : nessa área devem conter informações
sobre as datas e os cronogramas das atividades do
curso, bem como dos encontros síncronos. Isso
para que os alunos possam desenvolver a
programação prevista e saibam exatamente os
momentos em que devem estar reunidos para uma
aula ou bate-papo com o professor, palestrante ou
convidado.
→ Tutoria: essa área permite que haja uma interação
entre o aluno e o professor sobre o conteúdo do
curso e assuntos pedagógicos. Permite que sejam
realizadas orientações sobre as atividades e temas
complementares em forma de perguntas, l ista de
perguntas e respostas mais freqüentes.
→ Ambiente de Aprendizagem (Aulas): essa área é
semelhante a um ambiente de aprendizagem, deve
permitir que o aluno acesse o conteúdo, depositado
no módulo de domínio, necessário à real ização do
processo de ensino e aprendizagem. Nessa área
faz-se necessário a existência de uma ferramenta
que permita aos usuários obter informações sobre
o curso, a discipl inas, o professor, o conteúdo,
dentre outras informações que são necessárias.
37
2.2.5 Módulo de Controle
Nesse módulo devem existir ferramentas que
controlarão as permissões de acesso dos usuários. No módulo de
controle deve exist ir:
→ Acesso discente : área que permite, ao estudante
mediante cadastro e senha, o acesso a todas as
ferramentas que promovem o processo de ensino e
aprendizagem e que foram anteriormente citadas.
→ Acesso docente : essa área permite que o
professor acesse determinadas seções de autoria a
f im de disponibi l izar conteúdos aos estudantes.
→ Acesso Administrativo: essa área permite que o
administrador acesse todas as seções do ambiente
a f im de fazer edições e atualizações no mesmo.
38
CAPITULO III - A INTERNET E A EDUCAÇÃO
3.1 Internet e Hipertexto
A Internet nasceu em 1969, nos Estados Unidos, como
uma rede do departamento de defesa americano e tinha o objetivo
de interligar centros mil itares no período da guerra fria. Desde o
início foi idealizada como um ambiente sem ponto central de
comando e com alta capacidade de comunicação. Após alguns
anos de existência passou a integrar vários centros de pesquisa e
universidades. No início da década de 90, deixou de ser uma
inst ituição de natureza puramente acadêmica e passou a ser
explorada comercialmente por empresas privadas. Segundo (Lima,
2000: p.98)
“o navegador que popularizou o
acesso à Internet foi cr iado em 1993.
Tudo começou no f inal da década de
80, quando o inovador conceito de
World Wide Web (WWW) estava sendo
desenvolvido nos laboratór ios CERN1,
na Suíça. Pouco depois, o National
Center for Supercomput ing
Appl icat ions (NCSA), da Universidade
de I l l inois (EUA), que já reunia
diversos pesquisadores nas áreas de
física, engenhar ia de mater iais e
astrofísica do mundo, começou a
perseguir o desenvolvimento de um
software que tornasse mais amigável
a navegação pelo ciberespaço. Após
intensos estudos, o centro lançou o
NCSA Mosaic2, que popular izou o
39
acesso à Internet, el iminando uma
série de barreiras até então existentes
entre o usuário e a rede mundial de
computadores”.
A Web é um serviço que surgiu inicialmente para
proporcionar aos cient istas um método fácil de comparti lhar
informações que estavam espalhadas em servidores do mundo
inteiro. “Esse serviço integra a grande maioria das informações
disponíveis na Internet, possibi l i tando que estas sejam acessadas de
forma simples e consistente em diferentes plataformas” [Machado,
1999: p.58]. A forma padrão das informações é o hipertexto, que
permite a interligação entre diferentes documentos, possibi l itando
que as informações sejam apresentadas em um formato não linear.
O hipertexto é codif icado em linguagens do t ipo HTML (HiperText
Markup Language), que permite total compatibil idade e, assim,
assegura que todos os computadores na Web sejam capazes de se
entender.
Portanto as informações na Web são disponibi l izadas
como páginas de hipertexto desenvolvidas em linguagem HTML,
que podem conter textos, imagens, áudio, vídeos e animações.
Assim, por sua capacidade de oferecer diversas mídias em
conjunto, a Internet pode superar os meios convencionais de
educação a distância em diversos aspectos. Através da Internet
pode-se:
→ Trocar informações de forma rápida;
→ Acessar especial istas em inúmeras áreas;
→ Manter-se atualizado sobre inúmeros tópicos de
interesse;
→ Formar equipes para trabalho cooperativo,
independentemente de distâncias geográf icas;
40
→ Acessar várias formas de arquivos e repositórios
de informações.
A EAD explora certas técnicas de ensino a distância,
incluindo as hipermídias, as redes de comunicação interativas e
todas as tecnologias intelectuais da cibercultura. Mas o essencial
se encontra em um novo est ilo de pedagogia, que favorece ao
mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem
coletiva em rede. Neste contexto, o professor é incentivado a
tornar-se um animador da intel igência coletiva de seus grupos de
alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos. “A
aprendizagem é fundamentalmente uma exper iência social, de interação
pela l inguagem e pela ação” (Vygotsky 1984: p. 45).
A interação propicia um ensino aprendizagem, de
discurso e de prática de tal maneira a produzir signif icados,
compreensão e ação crít ica, exercer a aprendizagem de
cooperação e de autonomia, assegurar a central idade do indivíduo
na construção do conhecimento e possibi l itar resultados de ordem
cognitiva, afetiva e de ação.
Ao se tratar da concepção de ambientes interat ivos de
aprendizagem destaca-se a natureza construt ivista da
aprendizagem: os indivíduos são sujeitos ativos na construção dos
seus próprios conhecimentos. É de Vygotsky(Idem) um dos
conceitos mais importantes e mais úteis: a zona de
desenvolvimento proximal que é definida como:
"A distância entre o nível de
desenvolvimento real, que se costuma
determinar através da solução
independente de problemas, e o nível
de desenvolvimento potencial,
41
determinado através da solução de
problemas sob a orientação de um
adulto ou em colaboração com
companheiros mais capazes"
Os seres humanos são seres sociais e que gostam de
interagir uns com os outros. Cursos on-l ine contemplam esta
necessidade básica de qualquer pessoa desenvolver atividades
baseadas em metodologias que propiciem a interat ividade criando
um ambiente onde a aprendizagem pode ser uma experiência
enriquecedora para todos os envolvidos. Neste ambiente,
professores e alunos terão condições de crescer ao comparti lhar
conhecimentos, experiências e ao descobrirem todas a
possibil idades que a EaD oferece.
3.2 Educação à Distância como instrumento para a inclusão
digital;
A inclusão digital tem sido muito discut ida no setor
educacional, motivando várias ações, projetos e programas
educativos governamentais. Como também a exclusão digital
causada pela distribuição desigual do acesso às redes de
comunicação interativa.
Para a sua implantação deve-se levar em conta a
evolução tecnológica inserida na sociedade, tendo como alicerce
os pilares das Tecnologias da Informação e Comunicação, que
abrem uma gama de possibil idades para ensinar e aprender
através de sua incorporação ao sistema educacional.
Isto implica em novos modos de produção de materiais
pedagógicos, novos sistemas midiáticos, principalmente novas
metodologias de trabalho educativo à distância, considerando
42
demandas do mercado prof issional, aspectos socioculturais,
individualidade do estudante e capacitação dos formadores
(tutores).
Os custos relacionados com essas polít icas, que vão
além do acesso à informação, educação e aos serviços
governamentais, são elevados. Envolvem investimentos em infra-
estrutura, equipamentos e aplicativos (hardware e software) e,
sobretudo, em treinamento e manutenção. Mesmo quando os
equipamentos são doados e uti l iza-se software l ivre, os custos
correntes são os elementos chaves na permanência e sucesso da
iniciat iva.
O primeiro registro de experiências signif icativas de
educação à distância, no Brasi l, remonta à fundação do Instituto
Rádio Monitor, em 1939, e aos cursos por correspondência, de
qualidade discutível, oferecidos até os anos 70 pelo Instituto
Universal Brasi leiro.
Mas apenas no f inal da década de 50 surgiram as
primeiras ações voltadas para o combate ao analfabetismo, usando
o ensino à distância com o Movimento de Educação de Base,
através das "escolas radiofônicas", principalmente nas regiões
Norte e Nordeste do Brasil, as mais pobres e menos dotadas de
infra-estrutura educacional.
Com o advento do Golpe Mil itar, em 1964, as
experiências de combate ao analfabetismo vinculado aos
interesses das camadas excluídas foram substituídas por
programas of iciais, inclusive de radiodifusão.
Do regime militar até o início dos anos 90, graças ao
monopólio da certif icação de estudos pelo Poder Público, coube à
educação à distância agir, basicamente, na modalidade de
formação escolar básica, em regime de suplência.
43
Em nível superior, as experiências brasileiras de
educação à distância são pouco signif icativas e se restr ingem,
fundamentalmente, a poucos cursos de graduação, de extensão
acadêmica e de pós-graduação, em especial, a "lato sensu".
Em dezembro de 1995, o Governo Federal criou a
Secretaria de Educação à Distância, que tem atuado em duas
grandes frentes: o programa denominado «TV Escola» e o
Programa Nacional de Informatização -- «PROINFO».
O «TV Escola» está voltado, duplamente, para o
aperfeiçoamento de educadores e para o enriquecimento das
atividades pedagógicas, sob a forma de vídeos educativos
destinados às escolas públicas de ensino fundamental.
O PROINFO, por sua vez, visa a informatizar as
escolas da rede pública nacional, caracterizando-se pela
introdução da ferramenta do computador no espaço escola.
As experiências brasi leiras,
governamentais, não-governamentais
e privadas, são muitas e
representaram, nas últ imas décadas, a
mobi l ização de grandes cont ingentes
de técnicos e recursos f inanceiros
nada desprezíveis. Contudo, seus
resultados não foram ainda suf ic ientes
para gerar um processo de
irreversibi l idade na aceitação
governamental e social da modal idade
de educação a distância no
Brasil.(Nunes, I . op.cit . , p. 2)
44
Deve-se ressaltar que a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (Lei 9394/96), pela primeira vez na história da educação
brasi leira, prevê a adoção da educação à distância para todos os
níveis e modalidades de ensino e para educação de jovens e
adultos. Recomenda, ainda, a adoção de programas de educação à
distância para a qualif icação dos docentes que estão atuando na
educação básica, sem formação superior.
3.3 A Exclusão no Ensino à Distância: Uma realidade
verídica;
Infelizmente os cursos de capacitações a distância não
são acessíveis a todos os prof issionais A educação a distância
estabelece um crescimento acelerado e começa a avançar nos
cursos de nível Superior, tendo o governo como um dos defensores
desta modalidade no Brasil.
O estudo do projeto foi realizado com diversos
prof issionais docentes da cidade de Porto Velho e outros
municípios do estado de Rondônia. Através de entrevistas e
questionário (Anexo A), com professores que atuam nos Municípios
de Guajará Mirim, Nova Califórnia, São Carlos, Jaci-Paraná e
Surpresa (Anexo B). Pude acompanhar pessoalmente a trajetória e
o esforço desses professores com metas de especializações a
distância com objetivos de superarem a longintude de seus locais
de trabalho e também de residências.
Com acesso terrestre, as cidades de Guajará Mirim,
Nova Califórnia, Jaci-Paraná (Anexo: B) tem um tempo aproximado
cinco de duas a cinco horas de viagem, enquanto; São Carlos e
Surpresa de acesso f luvial tem um período viagem de três dias
subindo o rio e dois descendo o r io em barco de grande porte, às
vezes até 15 dias no período baixo do rio.(Anexo: C).
45
Durante as viagens constatei através de entrevistas
com questionário (Anexo A) que a formação inadequada era a
principal causa que impedia que ocorresse a inclusão social digital
e escolar, pelo menos não de maneira satisfatória. Pois, a grande
maioria das instituições responsáveis pela formação dos
educadores não contempla em seus currículos disciplinas que
favoreça o trabalho com a diversidade e o uso das TIC na
Educação. Por isso, os educadores estão despreparados para
atuarem na construção de novos ambientes de aprendizagem para
atenderem a demanda social com compromisso ét ico, procurando
desfazer as desigualdades e todo t ipo de exclusão.
A realidade que se tem hoje nos mostra que é quase
inexistente a preocupação em oferecer cursos que tratem a
questão da inclusão, que possibil item ao professor ref letir sobre
sua prática, levando-o a uma mudança de postura que viabi l ize a
inclusão. Segundo Schlünzen (2000: p.38), na maioria das
capacitações com o uso das tecnologias, o agente formador leva
fórmulas ou atividades prontas para o educador, ou seja, restr inge-
se a “treiná-lo”. Os estabelecimentos de formação à distância têm
uma estrutura de custos diferente dos estabelecimentos educativos
tradicionais.
Praticamente todos os prof issionais entrevistados não
sabem manusear um computador. E as localidades aonde residem
e trabalham. Não possui uma infra-estrutura informatizada. Em
lugares como Surpresa e São Carlos o Programa de Energia
Elétr ica ainda está chegando. As capacitações oferecidas pelo
governo a esses professores são absoletas e inef icientes. Como os
computadores também. A compra de equipamentos para a
informatização nas escolas existe. Esses aparelhos f icam
encaixotados durante cinco anos, quando vão para uso estão
absoletos. As capacitações inclusiva oferecida pelo governo é a de
pegar um professor cobaia para treinamento de 5 dias e, esse
46
prof issional ser multiplicador da formação cibernética dos outros
prof issionais. Geralmente esse cobaia chega na comunidade
perdido e pressionado a uma responsabil idade de formação que
não lhe cabe, mas a toda uma equipe de prof issionais capacitados
são pagos por Projetos do MEC para qualif icações a longa
distância. E no f inal a propaganda enganosa do governo e
prefeitura são qualif icações cibernéticas de milhares de
professores.
Por outro lado, a capacitação por conta do professor
tem um custo elevado à real idade de seus salários. A compra do
computador e seus acessórios, o custo do provedor para acesso a
internet, custo alto da mensalidade dos cursos a distância, o custo
alto de vida destas comunidades excluem o professor da
participação das capacitações a distância.
Através da entrevista com questionário de pesquisa foi
constado que dos 16 professores entrevistados, 13 não sabem,
como não conhecem e não sabem com funciona a EaD. A
dif iculdade está no manuseio com o computador e a falta de
conhecimento de como funciona a máquina. Já que seus trabalhos
ainda são feitos em máquinas datilográf icas comuns e elétr icas.
Três desses professores já ouviram falar da EaD, sabem manusear
pouco um computador. Como vantagens ambos destacam a rapidez
da comunicação e os benefícios que trazem para comunidades de
longas distâncias.
3.4 A Política de Educação à Distância e Profissionalização:
Desafios;
A legislação educacional estabelece à União aos atos
de credenciamento para EAD. Apesar desse princípio ser
absolutamente inconstitucional, eis que a Carta Magna brasileira
def ine competência dos Sistemas de Ensino (federal, do DF,
47
estados e municípios), o MEC vem sendo o único órgão que
expede portarias concedendo o direito de funcionamento dos
programas superiores. 0s cursos de educação básica têm seus
direitos concedidos pelos governos estaduais, tendo em vista uma
delegação de competência constante de um decreto federal.
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
incorporou a EAD no contexto legislativo, e permitindo mudanças
comportamentais por parte do Conselho Nacional de Educação.
Entre a edição da LDB e o início de 2006, várias normas foram
baixadas pelo Ministério da Educação, objet ivando regulamentar a
EAD em nível superior, e pelos Sistemas Estaduais de Educação,
na educação básica.
Paralelamente, o Executivo Federal criou a Secretaria
de Educação a Distância, trazendo-a para o âmbito do Ministério
da Educação e consolidando os trabalhos esparsos desenvolvidos
por vários setores do governo. Isso fez com que se demonstrasse,
no cenário das polít icas públicas, que exist ia um reconhecimento à
irreversibi l idade da EAD no Brasi l.
O término de uma fase de expectat ivas sobre a EAD
brasi leira se deu exatamente nove anos após a edição da Lei de
Diretr izes e Bases, com a publicação de um novo decreto,
permitindo a criação de programas de pós-graduação Stricto-Sensu
a distância.
Complementando essa demonstração de vontade, o
MEC art iculou a criação do projeto Universidade Aberta do Brasi l
que não chega a ser propriamente uma universidade aberta como
existem em vários países e pretendiam os projetos de lei que
tramitaram no Congresso Nacional desde 1972 e foram abortados
por um malfadado Parecer do f inado Conselho Federal de
Educação.
48
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na pesquisa real izada f icou evidenciado que grande
parte dos cursos de formação continuada a distância está
reproduzindo as abordagens tradicionais de ensino presencial,
transmit indo informações e esperando que a mesma seja
transformada em conhecimento pelo aprendiz, esquecendo-se de
criar condições para que esta construção aconteça.
De acordo com Valente, isso está fazendo com que o
aluno sinta-se frustrado, sentindo-se sozinho – provavelmente
algumas das causas que podem explicar a alta taxa de evasão dos
cursos EAD. (2003, p. 139).
Desta forma, para diminuir este t ipo de exclusão, o
governo deveria oferecer cursos a distância de qualidade e
acessíveis a todas as pessoas, criando estratégias para que
possamos favorecer um ambiente de aprendizagem a distância no
qual todos os envolvidos se percebam como construtores de seus
próprios conhecimentos, tornado-se eternos aprendizes.
É importante sal ientar o papel do formador no sentido
atuar como mediador do conhecimento, usando todos os recursos
disponíveis no ambiente de aprendizagem para que seja possível
atuar na Zona de Desenvolvimento Proximal e realizar
intervenções nos trabalhos pedagógicos em desenvolvimento.
Atuando desta maneira, acreditamos ser possível
estimular e acompanhar o desenvolvimento de projetos
interdiscipl inares que favoreçam o trabalho colaborativo entre os
alunos, favorecendo a inclusão.
49
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Camargo, São Paulo: Martins Fontes, 1991.
(http://www.proinfo.mec.gov.brconsultado em 2001)
51
ANEXO A
QUESTINÁRIO DE PESQUISA
Questionário elaborado para obtenção de dados
aplicáveis à pesquisa util izada na construção do Projeto A Inclusão
e Exclusão do Professor na Especial ização a Distância: A
Educação a Distância no Ensino Superior.
Caro entrevistado, respondendo às perguntas abaixo,
você estará colaborando com a nossa pesquisa, fornecendo dados
que complementarão nossos estudos.
Local da Entrevista:________________________________
Nome do Entrevistado:_____________________________
Nome do Entrevistador:_____________________________
Data da entrevista: _____/_____/______
1) Você conhece a EaD?
2) Sabe como funciona a EaD através da Web?
3) Quais as vantagens que você vê na EaD?
4) Quais as dif iculdades que você tem para part icipar da EaD?
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ANEXO B
ANEXO C