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EDUCAÇÃO FÍSICA, VIDA E MOVIMENTO Coordenação: Prof. Dr. Go Tani INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO Física ESCOLAR 1. Considerações iniciais O reconhecimento de que a Educação Física brasileira mudou muito nestas últimas duas décadas tem se torn ado pr aticame nt e um cons enso e, no contexto dessas mudanças, uma ma ior   preocupação com a Educação Física Escolar (EFE) tem sido apontada como um dos aspectos mais marcantes (Tani, 1996, 1998a, 1998b). De fato, a EFE foi colocada na ordem do dia das discussões de várias formas. Por exemplo, uma quan tid ade sub sta nci al de eve nto s cie ntí ficos e peda gógicos foi pro mov ida par a dis cuti-Ia, result and o num volume cons iderável de material escrito em anai s e per di cos. Com a reestruturação dos cursos de preparação profissional, mediante a implantação do bacharelado, foi inevitável refletir sobre a licenciatura, possibilitando maiores discussões sobre a EFE. Mais recentemente, a elaboração da nova LDB implicou também novas reflexões a respeito. Todavia, o resultado mais expressivo desse período de maior atenção à EFE seja, provavelmente, a proposição de uma variedade de abordagens para o seu desenvolvimento, em forma de livros. A  proposição de abordagens como a humanista (Oliveira, 1980), a psicomotricista (Negrine, 1983), a desenvolvimentista (Tani, Manoel, Kokubun & Proença, 1988), a construtivista (Freire, 1989), a fen ome nol ógi ca (Mo rei ra, 1991 ), a sociol ógi ca (Be tti , 1991 ), a his tórico-críti ca (So ares, Taffarel, Varjal, Castellani Filho, Escobar & Bracht, 1992) e a antropológica (Daólio, 1995), somente para citar algumas das mais conhecidas, provocou intensos debates acadêmicos, além de sua disseminação por meio de cursos d e aperfeiçoamento profissional em vários pontos do país. Outros livros impor tant es foram pub li cad os ness e período que di re ta ou indi re tamente contribuíram para a discussão da EFE. Nov amente incorrendo no risco de ser traído p ela memória e cometer injustiças, as obras de Castellani Filho (1988), Faria Júnior (1981), Ferreira (1984), Loviso lo (1995), Mariz de Olive ira, Betti & Mari z de Oliveira (1988), Medina (1983), Taffarel (1985), podem ser citadas como as mais representativas que influenciaram a opinião pública. . Com todas estas publicações, debates, discussões e cursos, era de se esperar um grande salto qualitativo na prática pedagógica da Educação Física nas escolas. Todavia, vários problemas têm sido apontados (veja, por exemplo, Betti, 1991, 1992; Guerra de Resende, 1995; Mariz de Oliveira, 1991; Tani, 1991, 1996, 1998a, 1998b), mostrando que isso infelizmente não aconteceu. Diversas causas podem ser apontadas para explicar o ocorrido, mas basicamente as mudanças foram observadas no meio acadêmico e não na esfera da prática profissional onde a EFE efetivamente acontece. Com razão, o distanciamento entre o ambiente acadêmico e o profissional têm sido denunciado como sendo um dos maiores problemas enfrentados pela área (Betti, 1996; Bracht, 1993; Farinatti, 1992; Guerra de Resende, 1995; Tani, 1996; 1998a, 1998b). Há, na realidade, uma mistura de indiferença e perplexidade na esfera profissional frente às discussões no meio acadêmico. Isso se justifica, entre outros fatores, pelo fato de os debates acadêmicos, 1

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EDUCAÇÃO FÍSICA, VIDA E MOVIMENTOCoordenação: Prof. Dr. Go Tani

INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO Física ESCOLAR 

1. Considerações iniciais

O reconhecimento de que a Educação Física brasileira mudou muito nestas últimas duas décadastem se tornado praticamente um consenso e, no contexto dessas mudanças, uma maior  preocupação com a Educação Física Escolar (EFE) tem sido apontada como um dos aspectosmais marcantes (Tani, 1996, 1998a, 1998b).

De fato, a EFE foi colocada na ordem do dia das discussões de várias formas. Por exemplo, umaquantidade substancial de eventos científicos e pedagógicos foi promovida para discuti-Ia,resultando num volume considerável de material escrito em anais e periódicos. Com a

reestruturação dos cursos de preparação profissional, mediante a implantação do bacharelado, foiinevitável refletir sobre a licenciatura, possibilitando maiores discussões sobre a EFE. Maisrecentemente, a elaboração da nova LDB implicou também novas reflexões a respeito.

Todavia, o resultado mais expressivo desse período de maior atenção à EFE seja, provavelmente,a proposição de uma variedade de abordagens para o seu desenvolvimento, em forma de livros. A proposição de abordagens como a humanista (Oliveira, 1980), a psicomotricista (Negrine, 1983),a desenvolvimentista (Tani, Manoel, Kokubun & Proença, 1988), a construtivista (Freire, 1989),a fenomenológica (Moreira, 1991), a sociológica (Betti, 1991), a histórico-crítica (Soares,Taffarel, Varjal, Castellani Filho, Escobar & Bracht, 1992) e a antropológica (Daólio, 1995),somente para citar algumas das mais conhecidas, provocou intensos debates acadêmicos, além de

sua disseminação por meio de cursos de aperfeiçoamento profissional em vários pontos do país.Outros livros importantes foram publicados nesse período que direta ou indiretamentecontribuíram para a discussão da EFE. Novamente incorrendo no risco de ser traído pela memóriae cometer injustiças, as obras de Castellani Filho (1988), Faria Júnior (1981), Ferreira (1984),Lovisolo (1995), Mariz de Oliveira, Betti & Mariz de Oliveira (1988), Medina (1983), Taffarel(1985), podem ser citadas como as mais representativas queinfluenciaram a opinião pública. .

Com todas estas publicações, debates, discussões e cursos, era de se esperar um grande saltoqualitativo na prática pedagógica da Educação Física nas escolas. Todavia, vários problemas têm

sido apontados (veja, por exemplo, Betti, 1991, 1992; Guerra de Resende, 1995; Mariz deOliveira, 1991; Tani, 1991, 1996, 1998a, 1998b), mostrando que isso infelizmente não aconteceu.

Diversas causas podem ser apontadas para explicar o ocorrido, mas basicamente as mudançasforam observadas no meio acadêmico e não na esfera da prática profissional onde a EFEefetivamente acontece. Com razão, o distanciamento entre o ambiente acadêmico e o profissionaltêm sido denunciado como sendo um dos maiores problemas enfrentados pela área (Betti, 1996;Bracht, 1993; Farinatti, 1992; Guerra de Resende, 1995; Tani, 1996; 1998a, 1998b). Há, narealidade, uma mistura de indiferença e perplexidade na esfera profissional frente às discussõesno meio acadêmico. Isso se justifica, entre outros fatores, pelo fato de os debates acadêmicos,

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especialmente sobre as diferentes abordagens propostas, terem sido restritos às discussões de suas  bases conceituais, suas matrizes filosóficas, suas identificações ideológicas e suas posturas políticas, não alcançando a realidade concreta da prática pedagógica em termos de discussões dosobjetivos, conteúdos e métodos de ensino.

É importante distinguir-se a dinâmica e as características das discussões na esfera acadêmica e profissional. Na primeira há uma tendência de acentuarem-se as diferenças e, na segunda, a de se buscar pontos convergentes que sejam úteis para a orientação, organização e desenvolvimento da prática profissional (Tani, 1998a). No calor das discussões, os acadêmicos chegam até mesmo a  polemizar onde não existe nenhum espaço para tal. Para muitos, o responsável por essas polêmicas é a fogueira das vaidades, um traço comum do meio acadêmico.

Decerto, as diferentes propostas acima referidas, em sua maioria, não foram escritas para que osacadêmicos ficassem debatendo e criticando mutuamente, muito menos para que façam da críticaum instrumento para fazer a opinião pública ser favorável a esta ou aquela abordagem

(normalmente a própria). As propostas foram apresentadas para os profissionais envolvidos coma prática pedagógica no sistema de ensino. Portanto, a eles caberia a apreciação crítica do seuconteúdo à luz de seus interesses e preocupações, sem nenhuma necessidade de intermediação deacadêmicos.

Um outro fator que pode ter contribuído para a não ocorrência de mudanças substanciais na prática pedagógica é que a maioria das abordagens não se preocupou em apresentar proposta deroteiro completo. Uma abordagem de roteiro completo deve abranger desde princípios filosóficossobre o significado e objetivo da EFE, conteúdos devidamente estruturados, até metodologias deensino e avaliação. Deve mostrar a viabilidade de sua implementação e a antecipação de suas possíveis conseqüências, além de apresentar sugestões claras de operacionalização para auxiliar o

 professor, senão a solucionar, ao menos a formular melhor os seus problemas práticos. em outras palavras, uma integração entre teoria e prática (Tani, 1998b).

Diante dessa situação, o presente projeto de capa citação profissional será desenvolvido com basenuma proposta de Educação Física que pretende alcançar o cotidiano dos professores nas escolas,' discutindo objetivos, métodos e conteúdos de ensino nos diferentes anos de 'escolarização.

2. Proposta pedagógica

2.1. Fundamentos da proposta

A Educação Física está prevista, atualmente, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(LDB) como um componente curricular da Educação Básica. Portanto, ela deve estar integrada a proposta pedagógica da escola, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar.Entretanto, a Educação Física, ainda hoje, não definiu claramente a sua função dentro da escola.Definição essa que é dificultada por uma série de fatores dos quais destacamos alguns para umareflexão mais aprofundada (Tani & Manoel, 2004, para maiores detalhes).

O primeiro refere-se a confusão entre atividade_física e Educação Física. A Educação Físicaenvolve atividade física, mas nem toda atividade física é Educação Física. Caso contrário, todosnós estaríamos fazendo Educação Física o dia todo, desde o despertar até o dormir, incluindo

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todas as atividades do cotidiano, do trabalho, do lazer e da vida social. Para que a atividade físicaseja Educação Física, é preciso que algumas condições sejam preenchidas. Em primeiro lugar, ela precisa estar vinculada a uma das cinco grandes categorias de movimento, que constituem o que pode ser denominado de cultura do movimento (alguns preferem o conceito de cultura corporal,

cultura física ou cultura corporal de movimento), historicamente trabalhadas pela EducaçãoFísica: o esporte, o jogo, o exercício, a ginástica e a dança. Em segundo lugar, ela necessita estar vinculada ao alcance de objetivos claramente definidos, o que pressupõe a existência de um projeto pedagógico ou de intervenção profissional específico à sua retaguarda. Qual ou quaisseriam esses projetos? Ainda que seja um assunto que envolva muita discussão, os seguintes podem ser apontados como essenciais: a) estimular as pessoas a envolverem - se com atividadesfísicas para aumentar e enriquecer o seu repertório motor, capacitando-as para melhor interagir com o ambiente físico, social e cultural em que vivem; b) manter e promover a saúde,  proporcionando às pessoas oportunidades de adquirir conhecimentos, aptidões e atitudesrelacionados com um estilo de vida ativo; c) proporcionar o acesso à cultura do movimento paradela participar, usufruir e ainda construir e transformar ao longo da vida, ou seja, um processo de

aculturação e de promoção do bem estar e qualidade de vida.O segundo refere-se a ausência de uma reflexão mais aprofundada para diferenciar educação eeducação escolarizada e dentro desse contexto definir a função da Educação Física. Muitasdiscussões em torno da identidade da EFE acabam confundindo as finalidades da educação comos objetivos específicos da educação escolarizada. Por exemplo, é comum discussões acerca dovalor educativo do esporte ou a tentativa de sua legitimação como um fenômeno sociocultural degrande contribuição para a educação, não diferenciarem claramente se está se referindo àeducação no sentido lato ou restrito (escolarização). O mesmo acontece quando se discute aEducação Física na perspectiva da saúde, ou seja, a possível contribuição da atividade físicasistemática à manutenção e promoção da saúde. Muito freqüentemente, essa não diferenciação

tem levado a EFE aassumir funções impróprias e a estabelecer objetivos incompatíveis com a sua real \ capacidadede realização.

O terceiro refere-se a falta de distinção entre Educação Física e EFE, o que gera uma série deambigüidades acerca do conteúdo de ensino. O esporte, o jogo, a ginástica, o exercício e a dançasão categorias de movimento que se caracterizam como fenômenos socioculturais e constituemuma parte importante do acervo cultural da humanidade. O conhecimento sistematizado eacumulado historicamente acerca desses elementos da cultura do movimento é o que a EFE  procura disseminar por meio do ensino. Entenda-se como conhecimento sistematizado, oconjunto de conhecimentos acerca da estrutura, organização e significado dessas categorias. de

movimento. Em outras palavras, o objetivo da EFE não é o de simplesmente oferecer oportunidades de prática desses elementos da cultura do movimento num espaço denominado deescola. Caso contrário, não haveria nenhuma possibilidade de distinção entre EFE e EducaçãoFísica Não Escolar.

Dentro desse cenário, está plenamente justificado o chamado que a Educação Física deve fazer  para que um número cada vez maior de pessoas se envolva com a prática sistemática de atividadefísica para ter acesso à cultura do movimento, incorporando um estilo de vida ativo para a promoção do bem estar e qualidade de vida. No entanto, é importante reconhecer que essechamado tem apenas uma relação indireta com a EFE, pois, conforme já foi mencionado, ela tem

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como função básica possibilitar o acesso ao conhecimento sistematizado e acumuladohistoricamente acerca da atividade física (movimento humano, cultura do movimento) e nãooferecer simplesmente oportunidades para a sua prática.

O domínio desse conhecimento sistematizado, disseminado pela EFE, é que leva as pessoas atomar decisões conscientes e refletidas acerca do seu envolvimento com a 'prática sistemática deatividade física fora dela. Isso não quer dizer, obviamente, que a aula de Educação Física nãodeva envolver a prática de atividade física, e nem que a aula não deva contribuir para umenvolvimento regular com essa prática. A prática, na EFE, constitui-se um importante meio parase adquirir esse conhecimento sistematizado. Evidentemente, essa aquisição de conhecimentodeve ocorrer mediante uma prática que proporcione experiências positivas, ou seja, dê prazer aoaluno. Uma prática que, como conseqüência, possibilite também influenciar o desenvolvimentointegrado das capacidades físicas, mentais e sociais.

Um exemplo prático de atividade física é oportuno para aprofundar esse entendimento. Vamos

supor que numa aula de Educação Física para alunos da 7a. série do ensino fundamental, discute-se as implicações biológicas da prática da atividade física ou esporte. Uma das implicações seriao desenvolvimento da capacidade aeróbia que é um componente fundamental da aptidão física, eesta, um elemento imprescindível para a manutenção e promoção da saúde. Uma das formas dedesenvolver a capacidade aeróbia seria correr longas distâncias a uma velocidade moderada. Issocausaria, inicialmente, modificações em alguns parâmetros fisiológicos como um aumento dafreqüência cardíaca e respiratória, e a sua subseqüente estabilização em um determinado níveldependendo da condição física de cada aluno. Com a continuidade da prática haveria umaadaptação do organismo, refletindo num ganho de aptidão. Trata-se de um processo muito beminvestigado e explicado pela fisiologia do exercício.

Para que os alunos adquiram esse conhecimento acerca da capacidade aeróbia (a forma de suaaquisição, as suas dimensões e implicações que foram sistematizados e acumuladoshistoricamente pela Educação Física), o que se propõe é que os mesmos façam a verificação"experimental" desse conhecimento, vivenciando na prática, por exemplo, as modificações nos parâmetros fisiológicos a ela associadas e a sua posterior estabilização. Certamente, essa aulaseria bem diferente de uma outra, hegemonicamente presente na EFE atual, em que os alunos sãosimplesmente requisitados a correr várias voltas ao redor da quadra esportiva para tentar melhorar a sua capacidade aeróbia. O objetivo central da EFE não é fazer com que o aluno melhore acapacidade aeróbia na escola. Ele deve sim aprender a como melhorá-Ia e adquirir osconhecimentos acerca das dimensões e implicações biológicas, psicológicas, sociológicas eculturais dessa capacidade.

Um outro exemplo ajuda a aprofundar ainda mais esse entendimento. O aluno aprende na escolao conhecimento de que para ter sucesso na rebatida de uma bola é importante acompanhar visualmente a sua trajetória até um certo ponto, correspondente ao início do movimento darebatida, para que a bola seja atingida no ponto adequado de contato, e não olhar para onde pretende enviar a bola. O professor normalmente sintetiza todo esse conhecimento em uma frase:"olho na bola". Por ter aprendido esse conhecimento na escola, o aluno usa-o em todas assituações possíveis de prática, fora da escola, para melhorar a sua habilidade. Novamente, oobjetivo da Educação Física não é fazer com que o aluno melhore a habilidade motora na escola.

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É fazê-Io aprender a como melhorá-la e adquirir os conhecimentos acerca das dimensões eimplicações bio-psico-sócio-culturais dessa habilidade.

A EFE trabalha com o movimento humano. É amplamente reconhecido que o movimento tem

diferentes significados para o ser humano: biológico, psicológico, social, cultural e evolucionário.O movimento desempenhou e desempenha um papel crucial no desenvolvimento humano. Não é por acaso que as atividades físicas evoluíram em nossa cultura denotando a formação de valores aela atribuídos desde um utilitário caracterizado pelas atividades da vida diária (vestir-se,alimentar-se, deslocar-se, manipular utensílios domésticos, etc.) e ocupacionais (habilidadesmotoras exigidas no trabalho como digitar, operar um tomo, etc.), até valores de ordem pessoal eestético manifesto em atividades expressivas (gestos, danças, ritos, etc.) e esportivas(modalidades clássicas como atletismo, natação, hipismo, etc, e modalidades alternativas e deaventura como escalada, rafting, orientação, etc.).

A EFE não apenas por direito, mas de fato, detém o conhecimento e a competência para atender 

as necessidades e expectativas da sociedade em relação ao movimento humano. Assim, ela sedefine como uma disciplina curricular que tem como meta a disseminação do conhecimentosistematizado e acumulado historicamente sobre o movimento humano. Para alcançar essa meta, promove, fundamentalmente, três tipos de aprendizagem: aprendizagem do movimento, atravésdo movimento e sobre o movimento.

Tomemos como exemplo o pular corda. Na aprendizagem do movimento, o aluno aprende a pular e principalmente a como aprender a pular corda. Em outras palavras, adquire o conhecimento ena medida das possibilidades a capacidade de como controlar os seus movimentos da melhor forma possível para alcançar o objetivo. Isso envolve atividades como pensar, planejar, tomar decisões, tentar, avaliar, ousar e persistir que levam à aquisição de conhecimentos sobre os

 procedimentos, os processos e os fatores envolvidos na melhoria da qualidade do movimento. Por ter o domínio desses conhecimentos - aprendidos na educação física escolar -, a criança praticaessa atividade de forma consciente, espontânea e diferenciada em todas as situações possíveisfora da escola para enriquecer o seu repertório motor e melhorar a qualidade do movimento.

  Na aprendizagem através do movimento, o envolvimento com o pular corda possibilita aaquisição, por exemplo, de conceitos como perto, longe, alto, baixo, círculo, giro, forte, fraco,ritmo, força e velocidade, como também o desenvolvimento da sociabilidade mediante interaçãogrupal, cooperação, competição e desempenho de funções. Em outras palavras, o pular corda éusado como um meio para desenvolver outras capacidades e conhecimentos que não aquelesdiretamente vinculados à melhoria da qualidade do movimento. O pular corda constitui um meio

 para o aluno aprender sobre si mesmo, sobre o meio ambiente físico, social e cultural em quevive.

 Na realidade, a aprendizagem do movimento e a aprendizagem através do movimento estãointimamente ligadas e não podem ser mutuamente exclusivas. São como duas faces de umamesma moeda. Numa experiência de movimento é difícil separá-Ias. Quando o movimento de pular corda é praticado na perspectiva da aprendizagem do movimento, poderá também estar resultando na aquisição de conceitos como ritmo e velocidade, assim como no desenvolvimentoda capacidade de cooperação e ou competição em razão do movimento ser praticadonormalmente em situação de dupla ou de grupo (aprendizagem através do movimento). Isso quer 

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dizer que a aprendizagem do movimento resulta normalmente na aprendizagem através domovimento, sendo a condição para tal ocorrência uma decisão adequada de cunhofundamentalmente metodológico.

 No entanto, a aprendizagem através do movimento não leva necessariamente à aprendizagem domovimento, mesmo porque se o movimento é utilizado como meio para alcançar um fim, pressupõe-se que ele já esteja desenvolvido. A aprendizagem através do movimento não tem preocupação com a melhoria da qualidade do movimento. Além disso, por tratar-se de um meio para um fim, a aprendizagem através do movimento pode ser utilizada por qualquer disciplinacurricular. Por exemplo, na disciplina de português, a alfabetização pode ser desenvolvida com ouso do movimento como meio, assim como a aprendizagem de figuras geométricas e de conceitosda física nas disciplinas de matemática e ciências. A aprendizagem do movimento, por sua vez, éde responsabilidade da Educação Física. Se ela não a desenvolver, nenhuma outra disciplina seencarregará desse empreendimento tão importante e, nesse caso, a educação do aluno estaráseguramente incompleta.

 Na aprendizagem sobre o movimento, o aluno aprende sobre as dimensões e implicações bio- psico-sócio-culturais do pular corda, ou seja, conhecimentos relevantes não apenas pelo seu valor cultural e informacional, mas também utilitário e instrumental. Por exemplo, quais seriam asimplicações biológicas da prática do pular corda? Sob o ponto de vista da fisiologia do exercício,da bioquímica do exercício, da biomecânica, da cineantropometria, quais seriam os cuidados aserem observados na prática e quais seriam as implicações em termos, por exemplo, de saúde?Quais seriam as implicações e dimensões psicológicas e comportamentais da prática do pular corda? Quais seriam as suas implicações e relações, por exemplo, com a questão da busca daautonomia na aprendizagem e execução dos movimentos e com o desenvolvimento do auto-conceito, da auto-estima, do controle de estresse e assim por diante? E as dimensões e

implicações sociológicas e culturais da prática do pular corda? Sob o ponto de vista sociocultural,quais seriam os aspectos importantes para um envolvimento apropriado com essa atividade?Quais seriam os ganhos educacionais e culturais resultantes do acesso a esses conhecimentos? Osconhecimentos acerca das dimensões e implicações bio-psico-sócio-culturais do movimentohumano devem ser adquiridos de forma associada a valores que levem à prática sistemática deatividade física no futuro.

Como esses três tipos de aprendizagem estão intimamente relacionados, o grande desafio para aEFE é, tendo como premissa a interação, definir suas prioridades consideradas as especificidadesda Educação Física e as características dos alunos quanto a sua capacidade e prontidão paraaprender. No nosso entender (Tani et alii, 1988; Tani, 1991, para maiores detalhes), a

aprendizagem do movimento, com implicações para a aprendizagem através do movimento, é prioritária nas séries iniciais do ensino fundamental, da mesma forma que a aprendizagem sobre omovimento é no ensino médio. Se a aprendizagem através do movimento é priorizada, perde-se aespecificidade da EFE, pois, como já foi visto, ela pode ser trabalhada por qualquer outradisciplina curricular. A aprendizagem do movimento harmonicamente integrada à aprendizagemsobre o movimento e, portanto, com implicações também para a aprendizagem através domovimento, é prioritária nas séries finais do ensino fundamental. A aprendizagem sobre omovimento é, por sua vez, prioritária no ensino médio.

2.2. Princípios gerais

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Princípios gerais referem-se a importantes aspectos que necessitam ser considerados no processode escolarização, não necessariamente específicos da Educação Física, mas fundamentais para oseu desenvolvimento.

2.2.1. Ambiente de aprendizagem

Os alunos irão atingir o objetivo do programa de EFE se eles desenvolverem um desejo deenvolver-se com as aulas. O objetivo será melhor alcançado num ambiente em que os alunossintam-se física e emocionalmente seguros; onde sejam oferecidas uma variedade de experiênciasde aprendizagem, apropriadas em termos de desenvolvimento. Existem muitos fatores a seremconsiderados quando da criação de um ambiente de aprendizagem, entre eles: a) seleção deatividades que sejam relevantes, significativas e prazerosas; b) articulação entre instrução,resultados de aprendizagem e estratégias de avaliação; c) aprendizagem mediante participaçãoativa do aluno; d) diferenças individuais quanto a maneiras e ritmos de aprendizagem; e)

aprendizagem como um processo individual e em grupo; f) oportunidades para praticar edemonstrar crescimento e realização; g) elementos de risco e desafio fornecidos em um ambienteseguro; h) considerações sobre e para as experiências passadas; i) administração do tempo e j)especialidade do professor.

2.2.2. Aprender a ser e conviver

A escola pode ser um espaço privilegiado para a socialização da criança, pois ela tem aoportunidade de aprender as regras de convivência com as outras crianças. Desenvolver atitudes evalores ganha importância, pois no mundo moderno vê-se, cada vez mais, uma redução dosespaços de convivência e de encontro.

A aula, além de um momento de transmissão e construção do conhecimento, também éUm momento de interação social. Como toda interação entre pessoas, envolve valores e atitudes.Qualquer atitude do professor já é um aprendizado para seus alunos, já que suainfluência sobre eles é muito grande. Todo comportamento do professor - a forma como secomunica, como trata os outros, como explica - sempre será acompanhado de valores. Alémdisso, um outro aspecto muito importante refere-se à sua relação afetiva com os alunos, em que precisa estabelecer o equilíbrio entre carisma e respeito. 05 alunos precisam ser conquistados!

A EFE deve oferecer atividades que reforcem atitudes e valores positivos no aluno, na suarelação consigo mesmo e com os outros. As aulas de Educação Física têm a característica de

utilizar muitas tarefas em grupo, as quais representam espaço privilegiado para se trabalhar asatitudes e valores nas relações pessoais. Assim, por exemplo, todas as atitudes e valoresenvolvidos em um jogo podem ser experimentados e discutidos. Atitudes de competição, assimcomo valores associados à vitória e à derrota, freqüentemente geram conflitos, e não podem passar os limites do respeito. Tais situações não podem perder de vista que o objetivo principal éa aprendizagem inclusive de atitudes e de valores. É certo que levar o aluno a aprender a ser econviver com os outros, não é objetivo específico da Educação Física, mas como disciplinacurricular, ela não pode desconsiderá-Ios nem deixar de explicitá-Ios.

2.2.3. Aula ativa, vida ativa

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Vida ativa é uma maneira de viver que valoriza as atividades físicas e sua integração em rotinasdiárias e no lazer. As aulas de EFE fornecem oportunidades para os alunos participarem deatividades físicas que podem promover bem estar e um nível funcional de aptidão física. Por 

meio dessa participação, os alunos adquirem conhecimentos para fazer escolhas apropriadas eestabelecer objetivos pessoais que aumentem a qualidade de suas vidas.

O hábito de uma vida ativa é uma responsabilidade coletiva que envolve alunos, pais, professores, escola e comunidade. Em cada dia, dentro de casa, na escola, ou na comunidade,existe um tempo disponível, estruturado ou não, no qual a prática de atividade física podecontribuir para o bem estar das pessoas. Os benefícios da atividade física aumentam proporcionalmente ao tempo e regularidade de prática, assim deve-se procurar explorar aomáximo a quantidade de tempo disponível dentro do contexto escolar.

Uma abordagem que seja sensível a uma prática culturalmente significativa e apropriada em

termos de desenvolvimento, que enfatize o prazer na participação, tem mais chance de fomentar nos alunos o desejo de praticar atividade física ao longo da vida. Uma vida ativa é vital para umcrescimento e desenvolvimento apropriados, e os benefícios são amplamente reconhecidos. Osalunos não desenvolvem automaticamente os conhecimentos, as habilidades e as atitudes quelevam a um estilo de vida ativo e saudável. Tal aprendizagem deve começar na infância. Escolase professores podem ser os primeiros facilitadores no fornecimento de oportunidades para odesenvolvimento de um desejo vitalício de participar de atividades físicas. O programa de EFEque contribua para uma vida ativa deve procurar: a) criar um desejo de participar, permitindo aincorporação da atividade física no cotidiano; b) adequar a natureza, a forma, a freqüência e aintensidade da atividade às capacidades de cada pessoa, necessidades, aspirações e interesses; o)oferecer oportunidades para participação em atividades como competições interescolares e

interclasses, atividades recreativas e culturais; d) apoiar a compreensão da relevância da atividadefísica dentro da comunidade; e) oferecer uma diversidade de oportunidades para permitir escolhasef) basear a prática sobre atividades físicas que possam ser desfrutadas ao longo de toda a vida eque tenham condições atuais ou futuras de serem incorporadas na cultura do movimento dacomunidade.

MÓDULO 2:

PEDAGOGIA DO MOVIMENTO: 1ªA 4aª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

1.Finalidades Finalidades Conhecimentos

Adquirir conhecimento acerca de comomelhorar a qualidade de movimento

Dicas e informações essenciais

Ampliar o repertório de movimentos emelhorar a sua qualidade

Locomoção, manipulação, equilíbrio econtrole postural, combinação demovimentos, atividades rítmicas elinguagem do movimento.

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Adquirir conhecimentos sobre as dimensõese implicações do movimento

BiológicasComportamentais Socioculturais

Ter e permitir acesso à cultura domovimento Jogo Dança Ginástica

1.1. Adquirir conhecimento acerca de como melhorar a qualidade do movimento

A escola, segundo a UNESCO, estabelece como um de seus pilares o "aprender a aprender".Desta forma, nas aulas de Educação Física, o professor deve procurar desenvolver no aluno aautonomia no processo de melhoria na qualidade do movimento, ou seja, aquisição de habilidadesmotoras. Para tanto, o aluno deve ter acesso às informações que se referem a descrições,

 procedimentos e dicas factuais que destaquem os aspectos essenciais para sua aprendizagem. Por exemplo, no ensino do rolamento para frente, o aluno deve aprender que uns dos aspectosessenciais para o sucesso na sua execução é que o queixo deverá estar colado no peito e não ficar simplesmente repetindo o movimento para tentar adquirir habilidade. É o mesmo que acontece, por exemplo, na matemática. Quando o professor de matemática ensina a equação de segundograu, ele não se limita a propor repetição de exercícios, mas ensina o raciocínio lógico necessário para compreensão e solução do problema, possibilitando aos alunos a aquisição de capacidade para exercitarem autonomamente e assim melhorem a sua competência. Com isso, a EFE passatambém a possuir um conhecimento claramente definido para ser avaliado, independente do nívelde habilidade motora ou desempenho motor do aluno. Em suma, conhecer acerca de comomelhorar a qualidade do movimento significa ser capaz de identificar os procedimentos e dicas

essenciais necessári9s à aquisição de habilidades motoras. A aquisição desse conhecimento naescola possibilita ao aluno a sua utilização em todas as oportunidades de prática fora da escola, para melhorar a habilidade.Adquirir conhecimento acerca de como melhorar a qualidade do movimento é um aspecto daaprendizagem do movimento que se constitui um dos objetivos centrais da EFE, especialmentequando se considera a realidade do sistema de ensino quanto a dias e horas de aula semanais,número de alunos por classe, espaços e materiais didáticos disponíveis.

Quadro de exemplos

Locomoção Informações essenciais Erros comuns

Correr  Auxiliar a corrida com a movimentaçãodos Movimento descoordenado dos braços

 braçosSaltar Flexionar os joelhos no momento do salto Sincronização inadequada da extensão

Auxiliar com o impulso dos braçosdos joelhos em relação ao movimentdos braços

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Manipulação Informações essenciais Erros comuns

Arremessar Pé de apoio (oposto ao braço de

arremesso)à frente

 Não usar todo o

corpo no arremesso,especialmente o movimento doquadril

Quicar Amortecer a bola com a mão e empurrá-Ia contra o solo

Bater na bola

Chutar Pé de apoio na linha da bola Colocação inadequada do pé deapoio

Rebater Olhar a bolaPosicionar-se de lado para realizar a

rotação do tronco

Olhar onde quer rebater a bola

Receber Olhar a bolaPosição de recepção

Esperar a bola com os braçosestendidos

 Combinação Informações essenciais Erros comunsCorrer - saltar Flexionar o joelho no momento do salto Parar antes de saltar 

  Auxiliar o salto com o movimento dos braçosSaltar - Ao saltar preparar a posição de arremesso Desequilíbrio do corpo no momento darremessar arremesso

 Equilíbrio e Informações essenciais Erros comunscontroleposturalRolamento Colocar o queixo no peito Apoiar a cabeça no solo e não sobre aspara frente Deixar o corpo grupado mãos

Provocar desequilíbrio para a frente Não colocar o queixo no peitoApoio das mãos no solo Não deixar o corpo grupadoTocar o solo com as costas Não provocar desequilíbrio para frenteManter o corpo grupado até o fim domovimento

Parada de A testa e as mãos deverão formar um Apoiar a testa e as mãos na mesma linhcabeça triângulo

 

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Estratégias Informações essenciais Erros comunsde jogoQueimada Olhar a bola Não olhar a bola

Ficar distante da bola Quando esta estiver Ficar perto do campo adversário quand

com o adversário este tiver a posse de bolaNão ficar de costas para a bola Formar gruposFicar separado dos colegas quando Não passar a bolapassar a bola Ser lento ao fugir e ao arremessar a boSer rápido para arremessar e para fugir da Não tentar pegar a bolabola

Tentar pegar a bola

Desmarcação Estar em constante movimentação Ficar parado 

Deslocar-se rapidamenteSer lento no deslocamentoNão criar uma linha de passe

Procurar espaços vazios Movimentar-se numa única direçãoCriar uma linha de passe Ficar no campo visual do marcador Mudança rápida de direçãoSair do campo visual do marcador 

MarcaçãoPosicionar-se entre a bola e o jogador aser marcado

  Não se posicionar entre a bola e jogador a ser marcado

 Não perder o contato visual com a bola eo jogador a ser marcado

1.2. Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidade

Os alunos precisam provocar mudanças no seu comportamento motor, refinando-o ediversificando-o. A capacidade dos alunos de se adaptarem ao ambiente resulta na aquisição deuma gama de habilidades motoras. Didaticamente, elas podem ser divididas em pelo menos cincograndes grupos: locomotoras, manipulativas (controle de objetos), equilíbrio e controle postural,combinações básicas de habilidades (didaticamente construídas) e combinações específicas próprias da cultura do movimento. Além dessas categorias de habilidades motoras, dois outrosaspectos são cruciais para o incremento da qualidade do movimento - o ritmo e os conceitos demovimento. Eles são aspectos constitutivos da própria possibilidade de movimento.

a) As habilidades locomotoras referem-se àqueles movimentos que implicam no deslocamento detodo o corpo, como uma unidade. Estão incluídas dentro desse grupo de habilidades as diversasformas de rastejar (rolar, andar, correr, deslizar, saltar, escalar, etc.), com ou sem implementos(perna de pau, patins, etc.).

 b) As habilidades manipulativas envolvem controle do e sobre objetos, como o próprio nome diz(no caso da Educação Física, principalmente bolas), buscando atingir uma determinada meta.

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Estão incluídas dentro desse grupo de habilidades as diversas formas de arremessar e receber objetos, chutar, driblar, quicar, rebater, etc.

c) Poucos percebem a dificuldade que é nossa capacidade de nos mantermos alinhados e

equilibrados em suportes precários, frente a constantes e muitas vezes inesperadas demandas demovimentos locomotores ou manipulativos. Os exemplos mais clássicos do nosso controle postural, ou muitas vezes da falta dele, são as posturas estáticas em pé e sentada, envolvidas eminúmeras atividades funcionais fora e dentro da escola. Entretanto, essa verdadeira "plataforma postural" faz muito mais que manter o corpo em uma postura estática apropriada - ela sustentatodas as nossas ações locomotoras e manipulativas. Assim, as habilidades de controle, orientaçãoe equilíbrio postural referem-se a nossa capacidade de lidar com as forças gravitacionais eoferecer um suporte contínuo para realização de movimentos. Toda vez que nos movemos,alteramos profundamente a distribuição das forças que atuam sobre o corpo, de uma forma que,se não controlada, impediria a própria movimentação que gerou o desequilíbrio. No entanto,somos capazes não só de antecipar essas mudanças, mantendo a orientação e equilíbrio postural1

necessário para que a meta seja atingida, como também de realizar ajustes posturaiscompensatórios frente às mudanças que não puderam ser previstas antecipadamente. Estãoincluídas dentro desse grupo aquelas habilidades com uma demanda crítica sobre a capacidade demanter o equilíbrio estático ou dinâmico, assim como aquelas que demandam consciênciacorporal crítica do estado de tensão e relaxamento dos músculos ou grupos musculares (apoiosinvertidos, posturas ginásticas estáticas e etc.).

d) A combinação básica de habilidades fundamentais refere-se àquelas reorganizações primáriasdentro das próprias habilidades locomotoras (correr e saltar, por exemplo) ou entre as habilidadeslocomotoras e manipulativas. São as combinações didaticamente construídas que servem de base para inúmeras habilidades específicas da cultura do movimento.

e) Combinação de habilidades fundamentais implicadas na cultura do movimento (ginástica,dança e jogo) refere-se a combinações presentes em atividades físicas com significado cultural,ou seja, próprias da cultura do movimento. Estão incluídas dentro desse grupo, por exemplo, saltoem distância, arremessar ao gol, correr e fintar em situações de jogo de regras, etc.

f) - As atividades rítmicas possibilitam explorar aspectos fundamentais da organização temporaldo movimento como sincronização, timing e ritmo. O ritmo caracteriza-se como um fluxoconstante e dinâmico mediante o qual diversos processos corporais se manifestam. Necessariamente intrínseco ao movimento, o ritmo é a manifestação harmônica de determinadaação motora em um intervalo temporal. Assim, as atividades rítmicas têm como principal

objetivo proporcionar experiências que enriqueçam a percepção e organização temporal domovimento.12

g) Se pedirmos para alguém realizar um movimento com os braços e em seguida para que essamesma pessoa descreva o movimento que realizou, estaremos envolvendo-a em uma tarefaextremamente difícil. Movimentos, de uma forma geral, são fenômenos difíceis de seremdescritos e, portanto, de serem comunicados. Um avanço significativo para a solução desse  problema foi o sistema proposto por Rudolf Laban (1978) para descrever movimentos dedançarinos. A grande contribuição de Laban foi construir um sistema de notação de movimento,

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capaz de representá-Io na forma de linguagem verbal. Essa linguagem, além de ser umaferramenta importante para ajudar o professor de Educação Física a construir experiências deaprendizagem, é também muito útil para o aluno explorar e desenvolver a qualidade do seumovimento. A linguagem do movimento ajuda o aluno a falar sobre movimento, a construir uma

idéia motora do movimento a ser aprendido ou executado e a planejar soluções funcionais parasituações novas. Em geral, a linguagem do movimento é composta por verbos (correr, girar,saltar, esticar, etc.) e termos associados ao verbo, ou seja, advérbios (para trás, em cima, sobre,em ziguezague, etc.). A linguagem do movimento pode ser organizada em quatro eixos descritosabaixo.

o que o corpo ou suas partes estão fazendo

Partes do corpo Ações corporais Ação de partes do corpoCabeça Dobrar Suportar Tronco Esticar Conduzir 

Membros Torcer Aplicar forçaGirar Receber forca

Categorias de movimento

Locomotoras: mover-se de um espaço o para o outro;

Equilíbrio e controle postural: permanecer no mesmo espaço;Manipulação: lançar, receber e manusear objetos.

Formas corporais Para os lados DireçõesAmpla Diagonal Para frenteArredondada Para cima Para trásTorcida Para baixoQuebrada

O uso do espaço Níveis Extensões do corpoÁrea Alto Grande/pequenoEspaço pessoal Médio Perto/longeEspaço coletivo Baixo Simétrico/assimétrico

Trajetórias*RetaEm curvaZiguezague

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* tanto no ar quanto no espaço; tanto com relação ao corpo quanto a objetos lançados ourecebidos.

Características (qualidades) do movimentoForça Velocidade FluênciaForte, intenso, pesado, Rápido, explosivo, súbito Travado,controlado,musculatura tensa truncado, desajeitado

Fraco, fácil, leve, Devagar, cuidadosoflutuante, músculos lento, músculos relaxados Solto, suave, fluído, contínuosoltos

Relacionamentos com pessoas e ou objetos 

Outras partes do corpo Objetos ou equipamentos PessoasSimétricas /assimétricas Perto/ longe Contrastar, Alternar Atrás / na frente Dentro / fora Suceder, Espelhar  

Acima / abaixo Em cima / em baixo Seguir, Imitar  Sobre /sob Interceptar  

EstimuloVisualAuditivoProprioceptivo

Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidade refere-se ao compromisso com aaprendizagem de uma variedade de habilidades motoras, significativas ao contexto do aluno erelativas às suas possibilidades de desempenho. A preocupação aqui está voltada

 predominantemente para a ampliação do acervo motor do aluno que se constitui a base para odesenvolvimento de movimentos mais complexos nas fases mais adiantadas do desenvolvimento.Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidade é um aspecto da aprendizagemdo movimento que deve ser perseguido na EFE como uma importante meta educacional. Noentanto, é fundamental o entendimento de que o seu alcance depende muito das condições que osistema de ensino oferece, por exemplo, a freqüência e duração das aulas, espaços e materiais,conforme foi salientado e argumentado anteriormente. Esse é o motivo pelo qual a aquisição doconhecimento acerca de como melhorar a qualidade de movimento, e não a melhoria daqualidade do movimento propriamente dita, constituir-se uma das principais finalidades da EFEnesta proposta.

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1.3. Adquirir conhecimentos sobre as dimensões e implicações do movimento

Aprendizagem sobre o movimento refere-se a aquisição de conhecimentos acerca das dimensões

e implicações biológicas, psicológicas, sociológicas e culturais do movimento humano. Sãoconhecimentos produzidos pelas diferentes áreas de pesquisa da Educação Física cujo domínio por parte dos alunos tem um valor não apenas informacional e cultural como também utilitário einstrumental. Em outras palavras, esses conhecimentos possibilitam uma compreensão maisabrangente e aprofundada do movimento humano como um elemento fundamental para a vida einserem o aluno à cultura de movimento não apenas para dela participar e usufruir, como também para construir e transformar.

Os conhecimentos produzidos pelas diferentes áreas de pesquisa têm aumentadosubstancialmente nas últimas décadas. São conhecimentos que descrevem e explicam, por 

exemplo, as dimensões e os efeitos fisiológicos, biomecânicos, psicológicos, comportamentais esocioculturais da atividade física. Infelizmente, esses conhecimentos têm tido pequeno impactonos programas de educação física, especialmente escolar, e têm sido pouco explorados comoconteúdo de ensino nos diferentes níveis de escolarização. Provavelmente, a visão de EducaçãoFísica como uma disciplina eminentemente prática que ainda prevalece no meio escolar tem sidoum dos fatores que inibem a disseminação desses conhecimentos. Não seria exagero afirmar quea Internet constitui-se hoje um veículo provavelmente muito mais atraente e eficiente nodesempenho dessa tarefa.

Sem aprendizagem sobre o movimento, certamente a EFE estaria incompleta, pois ela constitui-se um. de seus objetivos centrais. É necessário, portanto, selecionar conhecimentos relevantes à

luz de critérios e valores educacionalmente orientados, que necessitam ser disseminados na EFEe organizá-los de forma seqüencial em correspondência ao processo de escolarização. Comoesses conhecimentos referem-se, na maioria das vezes, a relação causa-efeito ou correlação entrevariáveis, ou ainda são conceitos acadêmicos mais elaborados e abstratos, o estágio dedesenvolvimento cognitivo em que se encontram os alunos constitui-se um importante referenciala ser considerado para a definição da ordem seqüencial dos conteúdos.

1.4. Ter e permitir acesso à cultura do movimento

O ser humano se distingue de outras espécies animais porque criou um sistema de símbolos paradar significado às suas relações com os outros e com a natureza. Esse conhecimento - conjunto de

significados de suas experiências - que determina sua forma de agir, é o que denominamos decultura. Toda sociedade insere um conjunto de significados simbólicos ao corpo. A forma como ocorpo é tratado e como o gesto é utilizado na comunicação ê em outras atividades, expressa comoas relações sociais são reguladas. Portanto, é possível relacionar as atividades motoras e associedades em que se manifestam. Assim, o futebol no Brasil e o futebol americano nos EUA, dizmuito das características próprias dessas culturas.

A transmissão do patrimônio cultural historicamente acumulado é uma das funções essenciais daescola. Pensando na cultura brasileira, tal fato ganha relevância, dada a riqueza de influências quesofreu de outras culturas. Desse modo, é fundamental que nas aulas de EFE, ao mesmo tempo

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que amplia o repertório de movimentos e melhora a sua qualidade, o aluno tenha oportunidade deconhecer as diferentes manifestações da cultura do movimento (dança, jogo, ginástica).

a) Dança - desde a Antigüidade, a humanidade faz uso da dança como uma forma decomunicação e expressão. Dentre as manifestações rítmicas e expressivas relatadas destacam-seas danças sacras, danças de guerra e as danças profanas, com caráter recreativo. Além do seucaráter de comunicação e expressão, a dança deve ser encarada como um importante elemento naconstrução e no resgate da cultura popular de uma nação. Assim, as danças do folclore popular   bem como as danças contemporâneas e as atividades rítmicas e expressivas devem ser contempladas durante os ciclos escolares.

 b) Ginástica - refere-se, nesse programa, às atividades que visam o domínio do corpo e que seapresentam por meio de figuras estáticas ou dinâmicas, que envolvem força e equilíbrio,

coordenando eixos e alavancas.

c) Jogo - Atividade lúdica regulada por regras. Podem ser classificados em: a) invasão/territorial -salva bandeira, chutegol; b) rede - cambio, peteca; c) perseguição pega-pega, mãe da rua, duro-mole; d) alvo - amarelinha, queimada; e) rebatida - base 4, taco. Podem também ser classificadosem: a) jogos globalizados - jogos que fazem parte da cultura seja ela regional ou de nívelnacional, onde poderão ser jogados em diferentes lugares com possíveis variações de regras e/ounomes; b) jogos populares; c) jogos cooperativos - jogos em que a dimensão cooperativa édestacada e a dimensão competitiva minimizada.

2. Objetivos gerais

2.1. Adquirir conhecimento acerca de como melhorar a qualidade de movimento

a) Conhecer e aplicar informações essenciais (dicas) para a execução das habilidadesmotoras fundamentais.

 b) Conhecer e aplicar informações essenciais (dicas) para a execução de combinaçõesdas habilidades motoras fundamentais.

c) Conhecer e aplicar informações essenciais (dicas) para a execução de combinações dashabilidades motoras fundamentais em jogos de baixa, média e alta organização.

2.2. Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidade

a) Demonstrar capacidade de executar as habilidades motoras fundamentais, considerando o nívelesperado de desenvolvimento motor e as condições de aprendizagem. b) Conhecer e aplicar a linguagem do movimento referente ao que o corpo está fazendo e

o uso do espaço.c) Demonstrar capacidade de executar combinações básicas das habilidades motorasfundamentais, considerando o nível esperado de desenvolvimento motor e ascondições de aprendizagem.

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d) Conhecer a aplicar a linguagem do movimento referente às características domovimento e relacionamentos.e) Demonstrar capacidade de executar combinações básicas das habilidades motorasfundamentais. em jogos de baixa organização, considerando o nível esperado de

desenvolvimento motor e as condições de aprendizagem.f) Demonstrar capacidade de executar combinações básicas das habilidades motorasfundamentais em jogos de média organização, considerando o nível esperado dedesenvolvimento motor e as condições de aprendizagem.g) Demonstrar capacidade de executar combinações básicas das habilidades motorasfundamentais em jogo de alta organização, considerando o nível esperado dedesenvolvimento motor e as condições de aprendizagem.

2.3. Adquirir conhecimentos sobre as implicações e dimensões do movimento

a) Ter conhecimento das dimensões e implicações biológicas do movimento.

 b) Ter conhecimento das dimensões e implicações comportamentais do movimento. c) Ter conhecimento das dimensões e implicações socioculturais do movimento.

2.4. Ter e permitir acesso à cultura de movimento

a) Ter conhecimento de atividades próprias da cultura do movimento - jogos cooperativos,cantigas de roda e exercícios de solo - de acordo com o nível de desenvolvimento e as condiçõesde aprendizagem. b) Ter conhecimento de atividades próprias da cultura do movimento - jogos populares, dançasfolclóricas e exercícios de solo com materiais - de acordo com o nível de desenvolvimento e as

condições de aprendizagem.c) Ter conhecimento e saber organizar atividades próprias da cultura do movimento jogosmundiais, dança e exercícios com aparelhos - de' acordo com o nível de desenvolvimento e ascondições de aprendizagem.d) Ter conhecimento, saber organizar e usufruir atividades próprias da cultura do movimentocomo jogos, dança e seqüências de ginástica, de acordo com o nível de desenvolvimento e ascondições de aprendizagem.

MÓDULO 3:PEDAGOGIA DO MOVIMENTO: Sa. A Sa. SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL

1. FinalidadesFinalidades Conhecimentos

Adquirir conhecimento acerca de comomelhorar a qualidade de movimento

Dicas e informações essenciais

Ampliar o repertório de movimentos emelhorar a sua qualidade Habilidades motoras específicas Atividades

rítmicasAdquirir conhecimentos sobre as dimensões Biológicas Comportamentais Sócio-

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e implicações do movimento culturais

Ter e permitir acesso a cultura domovimento

Jogo Dança Esporte

1.1. Adquirir conhecimento acerca de como melhorar a qualidade do movimento

A escola, segundo a UNESCO, estabelece como um de seus pilares o "aprender a aprender".Desta forma, nas aulas de Educação Física, o professor deve procurar desenvolver no aluno aautonomia no processo de melhoria na qualidade do movimento, ou seja, aquisição de habilidadesmotoras. Para tanto, o aluno deve ter acesso às informações que se referem às descrições, procedimentos e dicas factuais que destaquem os aspectos essenciais para sua aprendizagem. Por exemplo, no ensino do rolamento para frente, o aluno deve aprender que uns dos aspectos

essenciais para o sucesso na sua execução é que o queixo deverá estar colado no peito e não ficar simplesmente repetindo o movimento para tentar adquirir habilidade. É o mesmo que acontece, por exemplo, na matemática. Quando o professor de matemática ensina a equação de segundograu, ele não se limita a propor repetição de exercícios, mas ensina o raciocínio lógico necessário para compreensão e solução do problema, possibilitando aos alunos a aquisição de capacidade para exercitarem autonomamente e assim melhorem a sua competência. Com isso, a EFE passatambém a possuir um conhecimento claramente definido para ser avaliado, independente do nívelde habilidade matara ou desempenho motor do aluno. Em suma, conhecer acerca de comomelhorar a qualidade do movimento significa ser capaz de identificar os procedimentos e dicasessenciais necessários à aquisição de habilidades mataras. A aquisição desse conhecimento naescola possibilita ao aluno a sua utilização em todas as oportunidades de prática fora da escola,

 para melhorar a habilidade.Adquirir conhecimento acerca de como melhorar a qualidade do movimento é um aspecto daaprendizagem do movimento que se constitui. um dos objetivos centrais da EFE, especialmentequando se considera a realidade do sistema de ensino quanto a dias e horas de aula semanais,número de alunos por classe, espaços e materiais didáticos disponíveis.Quadro de exemplos: habilidades motoras especificas utilizadas no basquetebol

Habilidades Dicas Erros ComunsDrible parado Bater na bola com os dedos. Palma da mão na bola

Ação das mãos Ação de io-io com a mão que está na bola, Bater na bolaempurrar da bola na direção do chão.Olhos Olhar a quadra para jogadores livres, para

oportunidades de passes, lançamentos, ver os Olhar para bolaadversários.

Drible de Driblar rapidamente pela quadra com a bola baixa Driblar muito altovelocidade

Executar 3 passos para a direita, ficar com a bolana mão direita, rapidamente girar para que as Carregar a bola

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Giro costas fiquem viradas para o adversário, trocar a bola de mão, ficar com a bola baixa no giro.2 polegares atrás da bolaDedos espalhados pela bola

Passe Olhos no alvo Posição das mãos e dedoEstender os braços horizontalmente, seguidos pelos polegares para baixoPalmas das mãos Terminam para fora.

Recepção Mãos abertas Posição das mãosPuxar a bola para si

Passe de peito e Passe com as duas mãos na altura do peito ou na Posição das mãos pingado Direção do chão

Dedos abertos Dedos fechadosArremesso Mãos altas, como segurando uma bandeja. Bola segurada pela palmMão Cotovelo faz um L com mão que esta com a bola da mão

arremessadora Bola rola pelos dedos, punho flexiona-se A bola e jogadaMão não Colocada ao lado da bola, dedos apenas tocam aarremessadora bolaPernas Levemente flexionadas Força insuficientemente

usada pelas pernasCotovelos para fora Mãos não ficam na

Segurando a Bola fica na altura da cintura e ao lado posição de arremesso, bola Mãos na posição de arremesso muito perto

Bola segurada muito altaou muito baixa

Defesa Uma mão em frente à bola, outra na linha do passe

Um olho no jogador e outro na linha do passe

1.2. Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidade

Os alunos precisam provocar mudanças no seu comportamento motor, refinando-o ediversificando-o. A capacidade dos alunos de se adaptarem ao ambiente implica na aquisição deuma gama de habilidades motoras específicas. Didaticamente, essas habilidades sãomanifestações corporais que queremos realmente que nossos alunos adquiram, devem ser selecionadas pelo professor e que sejam relevante para os alunos. Além das habilidades motoras,outro aspecto crucial para o incremento da qualidade do movimento é o ritmo. É um aspectoconstitutivo da própria possibilidade de movimento.

a) Habilidades motoras específicas implicadas na cultura do movimento (ginástica, dança, jogos,esporte) referem-se a combinações presentes em atividades físicas com significado cultural, ouseja, próprias da cultura do movimento. Estão incluídas dentro desse grupo as habilidadesmotoras que constituem as modalidades esportivas, por exemplo, salto em distância, drible ou passe de peito no basquetebol, rebater a peteca, chute a gol no futebol, toque e manchete novoleibol, e as habilidades motoras específicas de outras manifestações da cultura de movimentoselecionadas pelo professor.

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 b) As atividades rítmicas possibilitam explorar aspectos fundamentais da organização temporaldo movimento como sincronização, timing e ritmo. O ritmo caracteriza-se como um fluxoconstante e dinâmico mediante o qual diversos processos corporais se manifestam. Necessariamente intrínseco ao movimento, o ritmo é a manifestação harmônica de determinada

ação matara em um intervalo temporal. Assim, as atividades rítmicas têm como principal objetivo proporcionar experiências que enriqueçam a percepção e organização temporal do movimento.

Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidade refere-se ao compromisso com aaprendizagem de uma variedade de habilidades mataras específicas, significativas ao contexto doaluno e relativas às suas possibilidades de desempenho. A preocupação aqui está voltada predominantemente para a ampliação do acervo motor do aluno que se constitui a base para odesenvolvimento de movimentos mais complexos nas fases mais adiantadas do desenvolvimento.Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidade é um aspecto da aprendizagemdo movimento que deve ser perseguido na EFE como uma importante meta educacional. Noentanto, é fundamental o entendimento de que o seu alcance depende muito das condições que o

sistema de ensino oferece, por exemplo, a freqüência e duração das aulas, espaços e materiais,conforme foi salientado e argumentado anteriormente. Esse é o motivo pelo qual a aquisição doconhecimento acerca de como melhorar a qualidade de movimento, e não a melhoria daqualidade do movimento propriamente dita, constituir-se uma das principais finalidades da EFEnesta proposta.

1.3. Adquirir conhecimentos sobre as dimensões e implicações do movimento

Aprendizagem sobre o movimento refere-se a aquisição de conhecimentos acerca das dimensõese implicações biológicas, psicológicas, sociológicas e culturais do movimento humano. Sãoconhecimentos produzidos pelas diferentes áreas de pesquisa da Educação Física cujo domínio

 por parte dos alunos tem um valor não apenas informacional e cultural como também utilitário einstrumental. Em outras palavras, esses conhecimentos possibilitam uma compreensão maisabrangente e aprofundada do movimento humano como um elemento fundamental para a vida einserem o aluno à cultura de movimento não apenas para dela participar e usufruir, como também para construir e transformar.

Os conhecimentos produzidos pelas diferentes áreas de pesquisa têm aumentadosubstancialmente nas últimas décadas. São conhecimentos que descrevem e explicam, por exemplo, as dimensões e os efeitos fisiológicos, biomecânicos, psicológicos, comportamentais esocioculturais da atividade física. Infelizmente, esses conhecimentos têm tido pequeno impactonos programas de educação física, especialmente escolar, e têm sido pouco explorados como

conteúdo de ensino nos diferentes níveis de escolarização. Provavelmente, a visão de EducaçãoFísica como uma disciplina eminentemente prática que ainda prevalece no meio escolar tem sidoum dos fatores que inibem a disseminação desses conhecimentos. Não seria exagero afirmar quea Internet constitui~se hoje um veículo provavelmente muito mais atraente e eficiente nodesempenho dessa tarefa.

Sem aprendizagem sobre o movimento, certamente a EFE estaria incompleta, pois ela constitui-se um de seus objetivos centrais. É necessário, portanto, selecionar conhecimentos relevantes àluz de critérios e valores educacionalmente orientados,. que necessitam ser disseminados na EFEe organizá-Ios de forma seqüencial em correspondência ao processo de escolarização. Como

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esses conhecimentos referem-se, na maioria das vezes, a relação causa-efeito ou correlação entrevariáveis, ou ainda são conceitos acadêmicos mais elaborados e abstratos, o estágio dedesenvolvimento cognitivo em que se encontram os alunos constitui-se um importante referenciala ser considerado para a definição da ordem seqüencial dos conteúdos.

1.4. Ter e permitir acesso à cultura de movimento

O ser humano se distingue de outras espécies animais porque criou um sistema de símbolos paradar significado às suas relações com os outros e com a natureza. Esse conhecimento - conjunto designificados de suas experiências - que determina sua forma de agir é o que denominamos decultura. Toda sociedade insere um conjunto de significados simbólicos ao corpo. A forma como ocorpo é tratado e como o gesto é utilizado na comunicação e em outras atividades, expressa comoas relações sociais são reguladas. Portanto, é possível relacionar as atividades motoras e associedades em que se manifestam. Assim, o futebol no Brasil e o futebol americano nos EUA, dizmuito das características próprias dessas culturas.

A transmissão do patrimônio cultural historicamente acumulado é uma das funções essenciais daescola. Pensando na cultura brasileira, tal fato ganha relevância, dada a riqueza de influências quesofreu de outras culturas. Desse modo, é fundamental que nas aulas de EFE, ao mesmo tempo emque amplia o repertório de movimentos e melhora a sua qualidade, o aluno tenha oportunidade deconhecer as diferentes manifestações da cultura do movimento (dança, jogo, esporte).

a) Dança - desde a Antigüidade, a humanidade faz uso da dança como uma forma decomunicação e expressão. Dentre as manifestações rítmicas e expressivas relatadas destacam-seas danças sacras, danças de guerra e as danças profanas, com caráter recreativo. Além do seucaráter de comunicação e expressão, a dança deve ser encarada como um importante elemento na

construção e no resgate da cultura popular de uma nação. Assim, as danças do folclore popular   bem como as danças contemporâneas e as atividades rítmicas e expressivas devem ser contempladas durante os ciclos escolares.

 b) Jogo - Atividade lúdica regula-da por regras. Podem ser classificados em: a) jogos populares -  jogos que fazem parte da cultura, seja ela regional ou nacional, que possuem em comum acaracterística de poder ser praticado segundo as tradições locais dos jogadores, sofrendomudanças no seu espaço de jogo, regras e mesmo nome; b) jogos mundiais - podem ou não fazer  parte da nossa cultura.

c) Esporte - Caracteriza-se por ter suas regras previamente definidas em outros espaços

(federações e confederações), fora do contexto dos participantes locais. É importante ressaltar que optou-se por incluir os esportes organizados, olímpicos ou não, tendo claro o espaço e papelda cultura de movimento dentro do programa, isto é,

desenvolvimento pessoal e cultural do aluno. .

2. Objetivos gerais

2.1. Adquirir conhecimento acerca de como melhorar a qualidade de movimento- Conhecer e aplicar informações_ essenciais (dicas) para a execução das habilidades

motoras específicas.

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2.2. Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidadea) Demonstrar familiaridade com os pré-requisitos motores das habilidades específicas aserem aprendidas.

 b) Demonstrar capacidade de executar as habilidades motoras específicas em tarefasmotoras, considerando o nível esperado de desenvolvimento motor e as condições deaprendizagem.c) Demonstrar capacidade de executar as habilidades motoras específicas em jogosreduzidos, considerando o nível esperado de desenvolvimento motor e as condições deaprendizagem.d) Demonstrar capacidade de executar as habilidades motoras específicas em grandes jogos,considerando o nível esperado de desenvolvimento motor e as condições de aprendizagem.

2.3. Adquirir conhecimentos sobre as implicações e dimensões do movimentoa) Ter conhecimento das dimensões e implicações biológicas do movimento.

 b) Ter conhecimento das dimensões e implicações comportamentais do movimento.c) Ter conhecimento das dimensões e implicações socioculturais do movimento.

2.4. Ter e permitir acesso à cultura de movimentoa) Ter conhecimento de atividades próprias da cultura do movimento - jogo, dança e esporte - deacordo com o nível de desenvolvimento e as condições de aprendizagem.

Módulo 4:

PEDAGOGIA DO MOVIMENTO: ENSINO MÉDIO1. Finalidades

Finalidades Conhecimentos

Adquirir conhecimento acerca de comomelhorar e manter a qualidade de movimento

Dicas e informações essenciais

Ampliar o repertório de movimentos emelhorar a sua qualidade

Atividades específicas das categorias demovimento "Esporte", "Exercício" e"Dança"

Adquirir conhecimentos sobre as dimensões

e implicações do movimento

Biológicas Comportamentais Socioculturais

Ter e permitir acesso à cultura domovimento

Esportes: coletivos, individuais/luta e auto-testagem

Exercícios de força, resistênciacardiorespiratória,flexibilidade/alongamento e velocidade

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Danças: tradicionais (folclórica como frevo,valsa, etc) e contemporâneas (forró, dançade rua, samba, samba rock 

1.1. Adquirir conhecimentos acerca de como melhorar a qualidade do movimentoUm dos objetivos primordiais da Educação Física no ensino médio é que a prática de atividadesfísicas torne-se significativa e seja incorporada na vida diária dos alunos,especialmente após o término da escolarização básica. .

Desta forma, as diretrizes do programa para as séries finais da escolarização inclinam-se nosentido da busca de autonomia em relação à prática - conhecimentos que permitam ao aluno,escolher, modificar e adaptar diversos componentes das atividades físicas, para que a sua práticaseja otimizada. Isso implica não apenas a aquisição de conhecimentos específicos ao longo doensino fundamental, mas principalmente, de postura crítica em relação a tais conhecimentos.

Para tanto é necessário que o aluno adquira conhecimentos mais aprofundados acerca de comomelhorar a qualidade de seu movimento. Isso implica obter noções acerca dos princípios dotreinamento, ou seja, de que maneira os conhecimentos adquiridos anteriormente podem ser sistematizados e aplicados a sua prática de acordo com diferentes situações e condições como: a)suas características pessoais: motivações, preferências, potencialidades e necessidades comrelação à prática de atividades físicas; b) seus objetivos durante a prática: manutenção da saúde,lazer, estética, comunicação e expressão; c) as características da atividade: locais disponíveis paraa prática, habilidades envolvidas, materiais necessários, adaptações necessárias.

1.2. Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidade

Como se sabe, ao longo de sua existência, a humanidade tem desempenhado e desenvolvidoatividades físicas atribuindo-lhe valores, desde aqueles utilitários, caracterizados pelas. atividadesda vida diária (vestir-se, alimentar-se, deslocar-se, manipular utensílios domésticos, etc.) eocupacionais (habilidades motoras exigidas no trabalho como digitar, operar um tomo, etc.), atévalores de ordem pessoal e estético manifestos em atividades expressivas (gestos, danças, ritos,etc.) e esportivas (modalidades clássicas como atletismo, natação, hipismo, etc, e modalidadesalternativas e de aventura como escalada, rafting, orientação, etc.). Dentre tais atividades, aEducação Física tem abordado o esporte, o jogo, a ginástica, o exercício e a dança comocategorias de movimento caracterizadas como fenômenos socioculturais que constituem uma parte importante do acervo cultural da humanidade. No ensino médio, o jogo e a

ginástica ganham especificidade em virtude das características do aluno - adolescente e, portanto,essas categorias (ginástica e jogo) passam a inserir-se nas categorias "esporte", "exercício" e"dança".

Didaticamente essas categorias podem ser divididas da seguinte forma:

Esporte:Coletivo (por ex.: futsal, basquetebol, handebol e voleibol) Individual (por ex.: atletismo e/ouginástica artística) Luta (por ex.: capoeira)Auto-testagem (p.ex.: orientação)

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Exercício:ForçaResistência cardiorespiratória Flexibilidade

Velocidade

Dança:Tradicionais (folclóricas): frevoContemporâneas: forró, dança de rua, samba, samba-rock 

1.3. Adquirir conhecimentos sobre as dimensões e implicações do movimento

Conforme enfatizado anteriormente, o presente programa propõe que no ensino médio aaquisição de conhecimentos sobre as dimensões e implicações bio-psicp-sócio-culturais do

movimento seja o seu "carro chefe". Entende-se que, durante este período de escolarização, essasdimensões e implicações assumem uma importância crucial devido ao potencial aumento da  possibilidade de discutir esses conhecimentos e aplicá-los na organização da prática atual efutura, possibilitado pelo próprio desenvolvimento cognitivo dos alunos.

O estudante do ensino médio possui ferramentas cognitivas sofisticadas que permitem não apenasa compreensão de tais dimensões e implicações, como também o estabelecimento das maisvariadas relações entre elas. É fundamental que a EFE capacite o aluno a utilizar taisconhecimentos na escolha e desenvolvimento de suas próprias práticas ao longo da vida.

1.4. Ter e permitir acesso à cultura do movimentoO acesso à cultura de movimento pode ser amplamente vislumbrado, à medida que podem ser traçadas novas formas de ampliar o leque de conhecimentos acerca da diversidade cultural, tantono Brasil como em todo o mundo. Além do desenvolvimento de ferramentas de pesquisa eanálise de tais manifestações, é crucial que o aluno compreenda as relações que elas mantém coma evolução histórica, sócio-econômica, geopolítica e outras áreas do conhecimento que ao se falar de cultura, necessariamente se entrecruzam.

2. Objetivos gerais

2.1. Adquirir conhecimento acerca de como melhorar a qualidade de movimentoa) Conhecer os princípios do treinamento físico e suas formas de aplicação, considerandodiferentes variáveis.

 b) Identificar as atividades mais adequadas para sua própria prática, considerandocaracterísticas pessoais e características da atividade.

c) Construir um programa de atividade física que contemple essas duas categorias - tipode atividade e princípios de treinamento.

2.2. Ampliar o repertório de movimentos e melhorar a sua qualidadea) Demonstrar capacidade de compreender e executar, no nível esperado para estágio de

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desenvolvimento motor e fase de aprendizagem, diversas modalidades esportivas: individuais ecoletivas. b) Demonstrar capacidade de compreender e executar, no nível esperado para estágio de

desenvolvimento motor e fase de aprendizagem, diversas atividades expressivas.

c) Demonstrar capacidade de compreender e executar, no nível esperado para estágio dedesenvolvimento motor e fase de aprendizagem, diversas atividades de auto-testagem.d) Demonstrar capacidade de adaptar modalidades e outras atividades de acordo com

diferentes finalidades.

2.3. Adquirir conhecimentos sobre as implicações e dimensões do movimento a) Terconhecimento das dimensões e implicações biológicas do movimento. . b) Ter conhecimento dasdimensões e implicações comportamentais do movimento. c) Ter conhecimento das dimensões eimplicações socioculturais do movimento. d) Relacionar as dimensões e implicações nas trêsdiferentes esferas à prática deatividade física.

2.4. Ter e permitir acesso à cultura de movimentoa) Ter conhecimento das relações estabelecidas entre a prática motora e diferentes

contextos culturais. b) Ter conhecimento das relações entre as práticas motoras e diferentes contextos

históricos e políticos.c) Desenvolver ferramentas de pesquisa e análise acerca de diferentes manifestações da

 prática de atividade física.d) Analisar diferentes possibilidades de usufruir atividades próprias da cultura de

movimento.

MÓDULO 5:

DIMENSÕES E IMPLICAÇÕES BIOLÓGICAS DO MOVIMENTO HUMANO

1. Fundamentos

Uma importante função da EFE é a transmissão aos alunos de conhecimentos relacionados à prática de atividade física quanto a sua dimensão biológica. Os conhecimentos dessa dimensãotêm duas funções básicas: a primeira é fornecer autonomia aos alunos para uma prática efetiva esegura de exercícios físicos, durante e após a vida escolar; a segunda é transmitir a importância

desse aspecto da cultura do movimento para a adoção de um estilo de vida saudável.A possibilidade de praticar atividade física autonomamente facilita a adoção de um estilo de vidasaudável, no qual a aderência pode deixar de ser um processo sazonal para ser um estado durantetoda a vida. A compreensão das dimensões biológicas da atividade física implica incorporar ovalor da sua prática na adição de qualidade de vida e saúde. Dessa forma, a transmissão dasdimensões e implicações biológicas da atividade física deve acontecer desde as primeiras sériesdo ensino fundamental até o final do ensino médio.

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Porém, os temas relacionados aos aspectos biológicos são complexos de forma que e osconteúdos pertinentes a cada uma das séries do ensino devem ser ajustados ao desenvolvimentocognitivo e às experiências prévias dos alunos. Isso evidencia que não se pode padronizar osconteúdos para todas escolas e regiões. Por exemplo, alunos que vivem na zona rural devem ter 

conteúdos e estratégias de ensino diferenciados dos alunos de grandes centros urbanos.Em linhas gerais, o primeiro ciclo do ensino fundamental deve trabalhar com conceitos básicosda prática de atividade física que sejam mais concretos e centrados em cada aluno. Ou seja, oaluno deve conhecer os efeitos que a atividade física produz no seu corpo, sem se preocupar ementender conceitos que exijam uma grande capacidade de abstração.

Por exemplo, o aluno do primeiro ciclo do ensino fundamental deve ser capaz de entender comoo exercício eleva a produção de energia do organismo, aumentando a requisição de oxigênio.Essa necessidade de oxigênio aumenta tanto a freqüência respiratória quanto cardíaca. Ficar cansado após, ou durante a prática, é uma conseqüência normal e a ausência do cansaço pode

indicar problemas mais graves. Além disso, o processo de termorregulação deve ser introduzido para que os alunos tenham condições de julgar qual a vestimenta mais adequada para cadasituação de prática. Quando a vestimenta adequada não for possível por razões econômicas,conceitos de reposição hídrica e de pausas freqüentes devem ser mais enfatizados.

Outro tema importante para os alunos do primeiro e segundo ciclos do ensino fundamental é a percepção de crescimento. Avaliações biométricas são essenciais para que eles entendam queseus corpos estão aumentando em suas proporções. A associação do crescimento com a qualidadeda alimentação, explicando de maneira simplificada como os principais grupos de nutrientesauxiliam o crescimento corporal é muito importante. Os alunos desses ciclos apresentam,normalmente, dietas pouco ricas em vitaminas e sais minerais e ricas em carboidratos e gorduras

saturadas. Na verdade, esse é um tema que o professor de Educação Física pode desenvolver emconjunto com o conteúdo de ciências que a professora de sala geralmente trabalha.

Vale relembrar que as idades entre 6 e 10 anos representam um período de vida do ser humano noqual o organismo está pronto a responder e a se adaptar aos estímulos produzidos pela atividadefísica, facilitando o desenvolvimento neuromotor dos alunos. Além disso, sabe-se que a ausênciade estímulos motores pode afetar diretamente o seu desenvolvimento social e cognitivo. Por isso,um outro tema a ser abordado nos dois primeiros ciclos do ensino fundamental e a relação entreaspectos biológicos da atividade física e a aquisição de habilidades motoras básicas e suascombinações. Propõe-se que a prática de atividade física que enfatiza o desenvolvimento psicomotor deve ter prioridade, particularmente nas séries iniciais do primeiro ciclo.

Já no terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, os alunos passam por estágios dedesenvolvimento cognitivo em que a capacidade de abstração é aumentada e conteúdos teóricos podem ser progressivamente trabalhados. Os conceitos acerca das capacidades físicas básicas já podem ser apresentados. Porém, estratégias de ensino que envolvam a experiência concreta damanifestação de cada capacidade devem ser aplicadas. Por exemplo, um circuito de atividades noqual as diversas solicitações de força sejam concretamente experimentadas. Numa estação asobrecarga a ser vencida deve ser elevada e o aluno deve executar o maior número de repetições possível. Já na outra estação, uma sobrecarga leve deve ser vencida e, de novo, o maior númerode repetições possível executado. Nessa situação os conceitos de força máxima e resistência de

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força podem ser compreendidos. Além disso, a descrição das experiências individuais quanto aonúmero de repetições pode fornecer indicativos das diferenças de performance entre os alunos,desenvolvendo a idéia de força relativa.

Deve-se ter o cuidado, no entanto, do conceito de capacidades físicas não ser trabalhado de formaisolada, pois careceria de significado. A importância do desenvolvimento dessas capacidades parauma vida saudável deve ser enfatizada. A força como componente fundamental para a saúde doaparato ósteo-articular, a resistência aeróbia para a saúde do aparelho cardiovascular são bonsexemplos para enfatizar a importância do desenvolvimento da dimensão biológica da atividadefísica para a saúde e o bem-estar. Nesse quadro, um modelo de aptidão física simplificado, noqual os componentes da aptidão esportiva e da aptidão voltada à saúde sejam descritos já seriasuficiente.

 Nessa fase, dicas quanto à execução correta dos movimentos a serem aprendidos já podem ter umnível de complexidade maior e conceitos básicos de ergonomia nos exercícios já podem ser 

trabalhados. Além disso, seria extremamente interessante se o professor de Educação Físicatrabalhasse em conjunto com o professor de Ciências já que alguns conteúdos podem ser sobrepostos e trabalhados com diferentes enfoques facilitando o processo de compreensão eretenção dos mesmos. Como exemplo, pode-se citar o conhecimento do sistema muscular  _esque1ético nas aulas de Ciência e a sua aplicabilidade dentro do contexto da Educação Físicarelacionando-os com os exercícios executados, pelo menos em relação aos grandes gruposmusculares.

Um ponto fundamental para crianças na faixa etária de- 11 a 14 anos é compreender os processos biológicos decorrentes do fenômeno pubertário. O entendimento das alterações estruturais, principalmente para as meninas, é essencial para evitar vários problemas. Como exemplo pode-se

destacar como o ganho de massa gorda nessa fase da vida pode levar à problemas físicos queacompanham as pessoas para o resto de suas vidas.

  No ensino médio, com os alunos já em estágios mais avançados do seu desenvolvimentocognitivo, a complexidade do conteúdo pode ser aumentada.e uma visão mais abrangente dodesenvolvimento das capacidades físicas, das adaptações fisiológicas e morfológicas decorrentesdo desenvolvimento das mesmas e a interação desse desenvolvimento com os modelos de aptidãofísica voltados à saúde podem ser trabalhados. A idéia de doenças hipocinéticas e suasimplicações na saúde do ser humano também devem ser enfatizadas. Com a aquisição deconhecimentos de mecânica clássica, os alunos podem ser expostos a conceitos de centro degravidade, forças e torque, pois são esses que norte iam a execução dos exercícios. Os princípios

  básicos do treinamento também devem ser explanados para que os alunos entendam anecessidade de progressão e variabilidade na atividade física praticada. Na realidade, o professor tem que ter consciência de que esse é o último ciclo no qual os benefícios de um estilo de vida'saudável podem ser reforçados e enfatizados para os alunos. Nesse estágio oficinas, gincanas etrabalhos em grupo com pesquisas nas mais diversas fontes podem ser utilizados como estratégias  para aprendizagem e fixação dos conteúdos referentes às dimensões biológicas da atividadefísica.

Em suma, no primeiro ciclo do ensino fundamental (18. a 48. série), os seguintes conteúdosrelacionados às dimensões e implicações biológicas podem ser trabalhados:

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- relação entre a intensidade da atividade física e as freqüências cardíaca e respiratória. -conceitos básicos de temperatura externa e interna e a implicação de ambas na prática deatividade física.

- relação entre as dimensões biológicas da atividade física e a aquisição das habilidades motoras básicas e suas combinações.- crescimento corporal e sua relação com a nutrição

Para segundo ciclo (58. a 88. série) os seguintes conteúdos são sugeridos:

- definição das capacidades físicas básicas e a relação entre elas.- o impacto positivo das capacidades físicas na saúde e qualidade de vida - modelos simplificadosde aptidão física- conceitos básicos de ergonomia para prática de exercícios físicos

Para o ensino médio, sugere-se os seguintes conteúdos:- adaptações morfológicas e fisiológicas decorrentes de exercícios enfatizando diferentescapacidades físicas- interação entre as adaptações fisiológicas e morfológicas e os modelos de aptidão física -alterações na aptidão física no decorrer das décadas de vida- princípios do treinamento físico

2. Conceitos fundamentais, implicações e orientações:

Atividade física•

Qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em gastoenergético acima dos níveis de repouso

Exercício físico• Seqüência planejada de movimentos que é repetida sistematicamente com o

objetivo de elevar o rendimento

Saúde• É uma situação de ótimo bem estar que contribui para a qualidade de vida. É mais que

ausência de doenças, apesar de ausência de doenças ser importante para uma boa saúde.

A saúde ótima inclui um alto nível de prontidão mental, social, emocional, espiritual efísica dentro dos limites da hereditariedade e das incapacidades pessoais.

Fatores de risco• A falta de movimento durante toda a idade adulta aumenta o risco de ocorrência de

doenças hipocinéticas

Fatores de risco

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• Educar os alunos acerca da importância da atividade física, como forma de diminuir aocorrência de doenças hipocinéticas, é tarefa primordial do professor de Educação Física

Fatores primários•

Fumo• Hipertensão• Colesterol e triglicérides .• Inatividade física• Ansiedade

Fatores secundários• Obesidade• Diabetes• Antecedentes familiares• Sexo masculino• Idade avançada

Fatores de risco para hipertensão controláveis .• Resistência à insulina• Obesidade• Dieta• Inatividade física

Fatores não controláveis• Antecedentes familiares de hipertensão .

• Idade avançada• Raça

Colesterol• Substância macia e oleosa encontrada entre os lipídeos na circulação

sanguínea e nas células• 200 mg/dl fator de risco• < 200 ideal• entre 200 e 239 limite . >240alto

Infarto• É a morte de parte do músculo cardíaco devido a uma perda repentina do aporte

sangüíneo

Acidente vascular cerebral• Lesão repentina, ou rapidamente desenvolvida, do cérebro devido a causas

- vasculares/circulatórias.

Obesidade• Quando o indivíduo possui uma quantidade excessiva de gordura corporal .

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• mais de 25% nos homens (10-25%)• mais de 35% nas mulheres (18-30%)• IMC > 30 kg/m2

Riscos da obesidade• Aumenta taxa da mortalidade• Altera funções corporais normais• Aumenta risco de hipertensão, diabete, colesterol, infarto .• Efeitos psicológicos

Causas potenciais da obesidade• Predisposição genética• Trauma emocional ou fisiológico .• Desequilíbrio hormonal•

Fatores culturais e familiares• Composição da dieta• Inatividade física

Osteoporose• Condição na qual há uma diminuição da massa óssea

Como o exercício reduz o risco• Melhora a contratilidade do coração, capacidade de trabalho e circulação .• Melhora o perfil do lipídios no sangue• Controla hipertensão moderada

Como o exercício reduz o risco• Controla peso corporal e melhora composição corporal .• Alivia stress• Reduz resistência à insulina

Como o exercício reduz o risco• Ajuda a construir e manter ossos, músculos e articulações saudáveis .• Ajuda adultos idosos a tornarem-se mais fortes e capazes de mover-se .• Promove bem estar psicológico

Composição Corporal• Refere-se à composição química do corpo• massa de gordura• massa livre de gordura ou massa magra

Alteração na quantidade de gordura• Aumento relativo da gordura após a maturação

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ingestão calórica

atividade física

habilidade para mobilizar gordura

Alteração na quantidade de gordura• Diminuição na massa magra após 30 anos

massa muscular 

densidade óssea

atividade física

Efeito do treinamento físico

Gasto calórico

Taxa metabólica basal

Mobilização de gordura

Massa gorda

Massa magra• Controle do apetite

Princípios biológicos .• Sobrecarga• Reversibilidade• Individualidade biológica

• Especificidade

Princípios biológicos• Sobrecarga

A fim de se obter adaptações positivas, o organismo humano deve ser submetido a cargas detreinamento superiores ao estímulo que ele esteja acostumado

Acomodação• Diminuição da resposta de um fenômeno biológico a um estímulo contínuo

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Volume de treinamento• Quantidade total de trabalho realizado num exercício, numa unidade de treino ou num

ciclo de treino

Intensidade do treinamento• Trabalho realizado na unidade de tempo, grau de esforço ou percentual de uma

capacidade momentânea

Princípios biológicosSobrecarga

• aumento do volume• aumento da intensidade .• aumento da freqüência .• variabilidade da atividade

Princípios biológicos• Reversibilidade Um vez que você para de oferecer estímulos ao corpo o condicionamento

físico irá diminuir e retomar a condição encontrada antes do período de treinamento

Princípios biológicos• Individualidade Biológica Cada um de nós possui características individuais que

determinam o ritmo e o grau de adaptação a um programa de treinamento físico

Princípios biológicos• Especificidade As adaptações decorrentes do treinamento são específicas em relação ao

tipo de atividade e ao volume e intensidade dos exercícios

Capacidade física• Capacidade que pode ser treinada, melhorada. Há a interação entre genótipo e fenótipo

FlexibilidadeConceito

• Amplitude de movimento disponível em uma articulação ou grupo de articulações

Componentes•

Mobilidade articular. Elasticidade muscular Flexibilidade

• Valor máximo na passagem da infância para a adolescência.• Diminuição progressiva a partir da puberdade

Benefícios• Atividades diárias.• Lesões

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Flexibilidade: métodos de treinamento

Princípios básicos•

Respeitar individualidade .• Alongar o músculo além de seu comprimento normal (desconforto como limiar)• Aumentar amplitude progressivamente

Princípios básicos• Início da sessão de treinamento• Treinar freqüentemente• Aquecimento prévio• Manter a posição de alongamento por um período de 30 segundos

Força• Capacidade que o músculo tem de gerar tensão

Adaptações• Alterações morfológicas (aumento da massa muscular). Melhoria da capacidade

coordenativa (adaptação neural)

Benefícios• Menor fadiga nas atividades diárias e recreativas.• Minimizar riscos de lesões• Manutenção da composição corporal

Benefícios• Densidade mineral óssea• Diminuição do tremor senil• Independência na terceira idade .• Bem estar geral e aparência física

Segurança•  Não treine sozinho• Conheça o equipamento• Peça auxílio sempre que necessário• Utilize o equipamento de acordo com sua finalidade

Segurança• Mantenha o local de treino organizado• Com máquinas, verifique cabos, polias e pinos de segurança .•  Não treine se uma lesão pode ser agravada

Treinamento de força• Treinamento não era recomendado .

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• falta de eficiência• imaturidade óssea• Lesões• interferência no crescimento

Treinamento de força•  Não há evidência que o treinamento de força ofereça maior risco• Incidência• gravidade das lesões

Recomendações• Explicação sobre esteróides anabolizantes• Avaliação médica e ortopédica

Recomendações• Evitar levantar pesos acima da cabeça• Evitar cargas máximas• Equipamento adequado e supervisão especializada

Recomendações• Iniciar com formas simples de sobrecarga• Evitar situações competitivas

Resistência• Capacidade de resistir à fadiga em movimentos repetidos sem perda aparente da eficiência

Adaptações ao treinamento aeróbio• Artérias coronárias maiores• Aumenta tamanho do coração• Aumenta capacidade de bombeamento do coração

Adaptações ao treinamento aeróbio• Melhora a circulação nos vasos que circundam o coração• Reduz a pressão arterial em indivíduos com hipertensão moderada

Variáveis• Distância• Duração• Intervalo (recuperação)• Tipo de intervalo•  Número de repetições

ClassificaçãoGeral e local

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• Aeróbia e anaeróbia

Coordenação• Capacidade de organizar e controlar o movimento

Coordenação• Interação entre o sistema nervoso central e a musculatura esquelética . perceber e analisar 

informações• programar uma resposta motora• executar o mais fielmente possível ao programa motor 

Benefícios do treino de coordenação• Maior capacidade de adaptação a modificações do ambiente• Proteção contra lesões.• . Importância do repertório motor 

Fatores que influenciam• Idade• Capacidade de aprendizagem• Experiência motora• Capacidade de adaptação• Fadiga

Efeito da idade•

Puberdade: estagnação ou diminuição• Maturação da coordenação motora ocorre antes da maturação sexual• Ocorre junto com a melhoria na percepção e análise da informação

TermorregulaçãoTemperatura corporal

• Pode exceder 40° C durante o exercício• Pequenos aumentos na temperatura aumentam a eficiência dos sistemas energéticos

Reposição de fluídos• Repor fluídos é mais importante que repor eletrólitos .• Não se guiar pela sensação de sede• Beber pequenas quantidades com maior freqüência

Cuidados• Evitar exercícios em condições de alta umidade e temperatura• Atenção com o horário de prática• Vestimenta leve, com cores claras• Beber bastante líquido

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Aquecimento• Preparação fisiológica• Preparação psicológica

Aquecimento• Ativo versus Passivo• Geral versus Específico

Benefícios• Prepara os sistemas cardiorrespiratório e muscular • Aumento do fluxo sanguíneo• Aumento da mobilidade articular • Aumento da temperatura muscular 

Benefícios• Prontidão para a prática• Melhora na função neuromuscular • Redução no risco de lesão

Intensidade e duração• Individuais e relacionados ao nível do praticante• Condições climáticas

Princípios básicos• Exercícios de baixa intensidade e alongamentos•

Volta à calma

Hipertensão

Desempenho físico e maturação

Habilidades motoras

Força

Capacidade aeróbia/anaeróbia

Tolerância ao calor 

MÓDULO 6:DIMENSÕES E IMPLICAÇÕES COMPORTAMENTAIS DO MOVIMENTO HUMANO

o comportamento humano é composto por três domínios básicos: cognitivo (atividadesintelectuais ou operações mentais), afetivo-social (sentimentos e emoções) e motor 

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(movimentos). Em todo comportamento, ao mesmo tempo em que os três domínios interagem, há predominância de um sobre os demais. Numa jogada de xadrez e num movimento específico dehalterofilismo, todos os domínios estão presentes, mas há predominância do domínio cognitivo no primeiro exemplo e do domínio motor no segundo.

Por movimento entende-se o deslocamento do corpo e membros produzidos como umaconseqüência do padrão espacial e temporal da contração muscular, ou seja, algo observável.Ação motora é uma resposta orientada a uma meta por meio de movimentos do corpo e/oumembros. Por sua vez, habilidade é uma ação complexa e intencional que envolve mecanismos(sensorial, central e motor) que, mediante o processo de aprendizagem, tornou-se organizada ecoordenada de tal forma a alcançar objetivos predeterminados com máxima certeza.

Aprendizagem é um fenômeno não observável diretamente e, portanto, só pode ser deduzidaatravés do comportamento ou do desempenho de uma pessoa. Algumas características acercadesse desempenho são indicadores da aprendizagem ou da aquisição de uma habilidade motora.

A característica principal que identifica que a aprendizagem ocorreu é que o desempenhomelhorou ao longo de um período de tempo no qual houve prática. As mudanças nocomportamento observado correspondem à melhoria na capacidade de solucionar problemasmotores. Esta melhoria em desempenho pode ser marcada, por exemplo, por certas característicasque são relacionadas com a consistência/variabilidade da resposta motora. Além disso, taismudanças não deveriam ser passageiras, ao contrário, essa melhoria é resultado da prática e érelativamente permanente.

Como foi dito, um aspecto que acompanha o processo de aquisição de uma habilidade motora é adiminuição de variabilidade no desempenho de tentativa para tentativa. Em outras palavras, ocomportamento torna-se mais consistente. Nesse sentido, a prática da habilidade a ser aprendida é

crucial para que ocorra uma melhoria progressiva e duradoura no desempenho.Com o objetivo de compreender o comportamento observado e também como ocorre a aquisiçãode uma habilidade motora, são identificadas algumas etapas desde a chegada das informaçõesdisponíveis no ambiente, até a execução do movimento que foi planejado pelo executante. Achegada de estímulos ambientais poderia ser, por exemplo, a detecção da velocidade e direção deuma bola. Nessa situação, o praticante relaciona essas informações com experiências anterioresno sentido não apenas da recepção da bola, mas também considerando o objetivo final, ou seja, seé mais adequado reter a bola ou passar imediatamente a um companheiro de equipe, ou ainda sehá alguém que poderia interceptar o passe. Essas informações são interpretadas, classificadas eintegradas e, em função disso, toma-se a decisão a respeito de qual a ação motora mais adequada

nessa situação. A partir daí, o(s) movimento(s) é(são) organizado(s) e seqüenciado(s),desencadeando os comandos motores pertinentes, isto é, a ação motora propriamente dita éexecutada. Essa compreensão do desempenho motor tem sido caracterizada como processamentode informações. O modelo de performance humana de Marteniuk (1976) ilustra esse processo.

Modelo de performance humana (Marteniuk, 1976). ( o desenho não saiu)

Informações Ambientais

Feedback..lntrínseco

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Órgãos dos Sentidos

Mecanismo Perceptivo

Mecanismo Decisório

Os órgãos dos sentidos são responsáveis por transformar e codificar os diferentes estímulos emimpulsos nervosos e manter e modificar o estado de alerta, ativação e nível de atenção. Omecanismo perceptivo, através dos processos de discriminação, identificação e classificação dosimpulsos nervosos, fornece a descrição do meio ambiente interno e externo para o mecanismo dedecisão e armazena as informações na memória perceptiva para uso na predição de situações nofuturo. O mecanismo decisório tem a função de selecionar a resposta (plano de ação) adequada,levando-se em consideração as demandas correntes do meio ambiente e os objetivos originais daação motora. O mecanismo efetor tem o papel de selecionar e integrar os comandos motores que

eventualmente produzirão o movimento desejado, ou seja, através dos processos de organizaçãohierárquica e seqüencial, preparar a resposta de tal forma que o aparato neuro-muscular possa ser mobilizado para executar o plano de ação selecionado. Os circuitos de feedback modificam omovimento quando ele não está sendo executado conforme planejado e avaliam o resultado domovimento no meio ambiente, utilizando-se de informações produzidas pelo próprio movimento.

Durante a aquisição de habilidades motoras, os aprendizes passam por três fases: 1) inicial oucognitiva, 2) intermediária ou associativa e 3) final ou autônoma. Na fase inicial, enfatiza-se acompreensão do que está para ser feito, ou seja, do objetivo da habilidade, das informações quedevem ser de fato consideradas, e do plano de ação que deve ser elaborado mediante aorganização seqüencial dos seus componentes. É uma fase marcada por um grande número de

erros, os quais tendem a ser grosseiros. O aprendiz tem consciência que erra, mas não é capaz dediagnosticar as causas do erro e, portanto, não consegue visualizar aquilo que deve ser feito paracorrigi-Io. Diz-se que o mecanismo de detecção e correção de erro ainda está para ser desenvolvido.

 Na segunda fase de aprendizagem, a associativa, ocorre gradual redução do erro e conseqüenterefinamento da habilidade. Com prática, a ação motora torna-se organizada tanto em aspectosespaciais como temporais. Associada a ela, um elemento fundamental é o feedback, que pode ser intrínseco e o extrínseco. As informações que o aprendiz obtém do próprio sistema sensorialsobre a execução do movimento e o seu resultado no meio ambiente são denominadas defeedback intrínseco (ou inerente, interno, sensorial). O papel de fontes de informação intrínseca,

advindas do sistema sensorial (visão e propriocepção), é fundamental para que o aprendiz tomeciência da posição de seu corpo e das partes dele. Numa situação de incapacidade para detectar acausa dos erros, o indivíduo necessita receber informações adicionais de fontes externas sobre aexecução e o resultado do movimento. Por exemplo, quando um professor informa ao aluno se aexecução de uma cambalhota foi correta ou quais características da cambalhota foram executadasde forma insatisfatória. A esse tipo de informação, que é acrescentada às informações sensoriaisdo próprio indivíduo, dá-se o nome de feedback extrínseco (aumentado ou externo). Essasinformações internas e externas são utilizadas na avaliação do desempenho em cada tentativaexecutada.

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Gentile (1972) formulou um modelo que mostra como o aprendiz pode utilizar o feedback paraadquirir uma habilidade motora. Depois de executado o movimento, o aprendiz normalmente pergunta a si mesmo se a execução saiu conforme planejada e se a meta foi alcançada. Dacombinação de respostas a essas perguntas podem-se derivar quatro situações.

A primeira possibilidade é não alcançar o objetivo e sequer executar a ação motora conforme planejada (não/não). Quando isso acontece, o aprendiz pode adotar várias estratégias. Uma delasé repetir algumas vezes o plano de ação originalmente planejado. Se o resultado for repetidamente uma falha completa, possivelmente a revisão do plano ou a reavaliação dascondições do meio ambiente não serão suficientes para solucionar o problema. Nesse caso aalternativa é alterar o objetivo. Muito provavelmente, o aprendiz superestimou o objetivo emrelação à capacidade real dele. A insistência em manter o mesmo objetivo poderá resultar numasucessão de fracassos e levar à queda de motivação ou até mesmo ao abandono da aprendizagem.

Caso o objetivo não tenha sido alcançado, porém o movimento foi executado conforme planejado

(não/sim), o aprendiz percebe que algo está errado com o plano de ação. A estratégia lógica paraa resposta seguinte é a revisão do plano. Na hipótese de, após algumas revisões, as respostas"sim" para a execução e "não" para o resultado  prevalecer, uma estratégia diferente deve ser considerada. Talvez o problema esteja na .identificação e seleção das informações importantes do meio ambiente. É preciso aqui identificar  pistas importantes. Pode acontecer de o aprendiz estar atento a pistas falsas ou irrelevantes.

Esquema de avaliação do desempenho motor (Gentile, 1972)

 

o movimento foi executado conforme

planejado?

SIM NÃO

O objetivofoi alcançado? Obteve a idéia do 

SurpresaSIM

movimento

Algo errado Tudo errado

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 NÃO 

Surpresa é o resultado experimentado quando o objetivo é alcançado, porém não por meio daação motora conforme planejada (sim/não). Nesse caso, é interessante saber qual será a estratégiaa ser aplicada na próxima tentativa. Existem basicamente três alternativas: a) repetir o plano deação que, embora executado de maneira errada, resultou numa ação bem sucedida; b) executar aação conforme foi originalmente planejada; e c) executar ambas as alternativas para decidir depois qual é a correta. No entanto, convém ressaltar que não é comum se experimentar muitassurpresas durante o processo de aprendizagem.

Quando o objetivo for alcançado pela execução de uma ação conforme planejada (sim/sim), pode-se considerar que o aprendiz obteve a idéia do movimento correto e, de acordo com a lei doefeito, a possibilidade do mesmo plano de ação ser utilizado nas próximas tentativas torna-se bastante alta. Em outras palavras, a avaliação reforçará a ocorrência da mesma resposta e a preocupação central transfere-se para o refinamento da habilidade com correções nos detalhes daação motora. No exemplo do rebater um saque no tênis de mesa, o aprendiz já consegue devolver a bola para o lado do sacador.

Conforme já foi mencionado, durante a fase intermediária de aprendizagem, especialmente nassuas tentativas iniciais, embora o aprendiz possa saber que algo está sendo executado errado,

muitas vezes ele não está em condições de detectar as origens e as características do errocometido. Em outras palavras, o aprendiz não sabe que alterações fazer na próxima tentativa paramelhorar o desempenho. Nessa situação, ele necessita receber informações específicas de fontesexternas (feedback extrínseco).

A fase autônoma de aprendizagem é alcançada com continuidade da prática após alcançar-se oestágio em que se obtém a idéia do movimento correto. A execução da ação motora torna-seindependente das demandas da atenção, o que promove menor esforço cognitivo para controlar aação, de forma que o aprendiz pode se ocupar com outros aspectos do desempenho ou mesmorealizar uma outra tarefa simultaneamente.

Quanto ao ambiente de execução, as habilidades motoras podem ser predominantemente fechadasou abertas. São fechadas quando o ambiente é estável e previsível e quando é possível prever ascondições do ambiente durante a execução. Nessa situação, é recomendável fixar o padrão demovimento e fortalecer a relação entre estímulo e resposta motora. Numa habilidade aberta, alémde o ambiente ser instável e imprevisível, não é possível prever as condições do ambiente durantea execução. Recomenda-se, portanto, praticar em diferentes condições ambientais e sem a preocupação de fornecer especificações técnicas sobre detalhes.É necessário distinguir habilidades motoras de capacidades motoras. As segundas servem de base para as primeiras. Várias capacidades podem sustentar uma habilidade, assim como uma única

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capacidade pode sustentar várias habilidades. Enquanto algumas capacidades são sensíveis à prática/treinamento (força, velocidade, resistência e flexibilidade), outras não (tempo de reação,coordenação multimembros, equilíbrio e pontaria). Essas capacidades pouco treináveis carregamforte componente genético e, portanto, têm sido apontadas como um dos responsáveis pelas

diferenças individuais. Logo, cabe reconsiderar o mito de que ter habilidade motora é um dom.Esse mito surge da idéia da existência de uma capacidade motora geral, capaz de fazer com queuma pessoa tenha bom desempenho em todas as habilidades que executa. Entretanto, váriosestudos mostraram que as capacidades motoras são independentes e específicas. As capacidadesmais gerais são necessárias para a performance em estágios iniciais, ao passo que capacidadesmais específicas à habilidade estão relacionadas ao sucesso em estágios avançados. Portanto, a performance inicial não é um indicador confiável para prever o sucesso futuro, pois a importânciadas capacidades muda ao longo do processo.Isto significa que o professor não deve "menosprezar" o potencial de seus alunos. Outrascapacidades pouco treináveis são a destreza manual e dos dedos, velocidade de movimento de braço e estabilidade de braço e mão.

O desenvolvimento das habilidades motoras tem sido explicado pela integração entre maturação eexperiência. Os limites hipotéticos de realização motora são estabelecidos pelos genes, mas é oambiente que determina a extensão em que as potencialidades, dentro desses limites, sãodesenvolvidas. O desenvolvimento motor ocorre em uma seqüência variável em sua progressão,mas invariável em sua ordem. Os primeiros movimentos são os fetais executados ainda na barrigada mãe. Até mais ou menos quatro meses de idade, o bebê executa movimentos espontâneos ereflexos. A próxima fase é a de movimentos rudimentares (até aproximadamente os dois anos deidade). Até os sete anos, os movimentos executados são denominados fundamentais (habilidades básicas). Esses movimentos apresentam uma seqüência de desenvolvimento caracterizada por umaumento da eficiência biomecânica e incorporação de novos elementos à estrutura do movimento.

Trata-se de uma fase de aquisição e estabilização dos movimentos. A fase de combinação demovimentos fundamentais ocorre até mais ou menos os 12 anos e é caracterizada peladiversificação e combinação de movimentos fundamentais. A partir dessa fase, dificilmente podemos dizer que um movimento é totalmente novo; é mais prudente considerar a execução demovimentos como reorganização das habilidades básicas dentro dos padrões motorescrescentemente complexos (fase de movimentos culturalmente determinados, a partir dos 12anos).

A prática no processo de aquisição de uma habilidade motora significa testar sucessivamente, detentativa para tentativa, o planejamento de uma determinada ação motora. Embora pareça óbvio,é importante enfatizar que o aperfeiçoamento e refinamento da ação só serão possíveis através da

 prática, pois é a partir dela que há a melhoria do desempenho característica do processo deaprendizagem motora. Portanto, a prática não é encarada como uma simples repetição demovimento, mas sim a testagem de um plano de ação, cujo aperfeiçoamento dependerá dainterpretação das informações do ambiente, das experiências passadas, da capacidade desolucionar problemas, da organização e seqüenciamento da ação e da execução propriamentedita. Nesse sentido, o professor tem a função de facilitador desse processo.

A prática pode ser organizada de forma a facilitar a aquisição de habilidades motoras. A seguir são apresentadas algumas dicas originárias de conhecimentos científicos da área deAprendizagem Motora:

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· Preferir mais sessões de curta duração.· Não praticar um movimento novo em estado de fadiga extrema.. Estabelecer metas.

. Na fase inicial, evitar variações da prática.. Depois da fase inicial, variar a prática.· Não "massacrar" o aprendiz com informação a todo momento.· Manipular o ambiente e/ou a própria habilidade (outro padrão ou o mesmo padrãovariando distância, direção e força).. Detectar o erro por si próprio(a).. Auto-corrigir-se.· Observar alguém que execute bem o movimento e prestar atenção nos pontoscruciais.· Fracionar a habilidade apenas quando a integração entre as partes não é forte.. Aproveitar elementos de tarefas aprendidas anteriormente. que podem ser 

semelhantes àqueles da habilidade-alvo.Os conhecimentos acerca dos mecanismos de execução do movimento e sobre o processo peloqual esse movimento é aperfeiçoado, resultando na aquisição de habilidade motora, constituem-seimportantes informações específicas de natureza comportamental. Tais informações podem setransformar em dicas essenciais que o aluno utiliza nas oportunidades de prática, fora das aulasde Educação Física e durante toda a sua vida, para adquirir habilidades motoras e delas desfrutar  para o bem estar e qualidade de vida.

MÓDULO 7:

DIMENSÕES E IMPLICAÇÕES SOCIOCUL TURAIS DO MOVIMENTO HUMANO1. O homem e a cultura

O ser humano se difere de outras espécies de animais, pois nem todo comportamento queapresenta depende de uma estrutura genética, e nem se desenvolve automaticamente na suarelação com a natureza. Determinados comportamentos e capacidades dependem de aprendizado.Para que isso ocorra, o ser humano necessita de outros que o ensinem e o ajudem a desenvolver suas capacidades.

O homem, portanto, necessita da transmissão do conhecimento construído pelos seus

antepassados, adquiridos pelas experiências de gerações e gerações. O aprendizado só é possível porque o homem desenvolveu a linguagem, que foi resultado de sua capacidade de criar umsistema de símbolos. Os outros animais não têm a possibilidade de transmitir a experiência de umcomportamento particular. Por exemplo, um cachorro é capaz de aprender algunscomportamentos, mas é incapaz de transmiti-Ios a um outro cachorro, ou repeti-los emcircunstâncias diferentes. Por esta razão, o homem precisa viver em sociedade, caso contrário,desenvolveria só as características instintivas e animais.

O que diferencia o homem dos outros animais é a sua capacidade de pensar, de ter experiências,transformá-las numa linguagem com significado e transmiti-las para outros seres de sua espécie.

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Ele é capaz de imaginar um objeto antes mesmo de construí-lo, ou seja, situar e diferenciar asexperiências no tempo. É capaz de criar situações, emoções, classificar, agrupar, segundocritérios determinados.

Assim, o homem passou a dar significado a tudo que se refere a sua relação <?com os outros ecom a natureza. Esse conhecimento - conjunto de significados de suas experiências - quedetermina sua forma de agir é o que denominamos de cultura. O conhecimento que o homem temdo mundo é resultado dessa elaboração simbólica, que é constantemente modificado e transmitidoàs gerações seguintes. Vivendo em grupos e nas mais diversas condições geográficas, o homemfoi capaz de transformar e representar o ambiente natural, de acordo com suas necessidades e seumodo de ver o mundo. O resultado desse dinamismo é a criação de uma diversidade de culturas.

2. Sociedade, corpo e práticas corporais

Toda sociedade insere um conjunto de significados simbólicos ao corpo e às práticas corporais. A

forma como o corpo é tratado e como o gesto é utilizado na comunicação e em outras atividades,expressa como as relações sociais são reguladas em cada cultura. Assim, o corpo é objeto devários significados que expressam como uma sociedade trata aspectos como a beleza, asexualidade, a religiosidade, o masculino, o feminino, etc. Atualmente, o corpo está emevidencia, ou seja, ele se tornou um objeto de grande exposição. Essa exposição se dá na formacomo nos vestimos (ele está menos escondido) e como nos meios de comunicação ele está maisexposto e desnudado (propagandas, filmes, novelas, etc.).

Outro aspecto que tem sido muito discutido pela sociedade atual, e que, também, está vinculadoao corpo, é o conceito de qualidade de vida, que enfatiza a necessidade e a importância daatividade física (além de uma alimentação saudável, de controle de peso, de cuidados estéticos).

Isso pode ser comprovado pelos programas de ginástica na televisão, revistas especializadas em programas de ginástica, jornais e revistas (principalmente as femininas) que reservam reportagens para o tema, a proliferação das academias de ginástica, e por fim a figura do "personal trainer",um fenômeno recente nessa valorização da atividade física e da saúde. Portanto, a preocupaçãocom o corpo é o centro de todo esse processo, o que gera e determina toda uma série decomportamentos das pessoas.

Uma outra prática corporal que tem conquistado cada vez mais espaço na sociedade moderna é oesporte. Para comprovar tal fato basta notar a grande quantidade de revistas e publicaçõesesportivas, e o espaço que ocupa nos jornais, nos noticiários da televisão, além dos diversos  programas esportivos. É que o esporte virou um grande espetáculo que envolve muito

investimento e lucro. Os esportistas são constantemente requisitados para as diversas campanhas publicitárias dos mais diversos produtos.

Cada cultura tem um modo peculiar de se apropriar de um determinado esporte. Por exemplo, ofutebol tem um enorme significado cultural para o brasileiro. Ele é motivo de orgulho nacional,resultado dos cinco títulos mundiais. Não dá para falar de Brasil sem mencionar esse esporte evice-versa. Entretanto, este esporte não tem a mesma popularidade nos EUA. Lá, um dos esportesde preferência é o futebol americano. E ele possui um formato (regras, número de jogadores,tamanho do campo) diferente do restante do mundo, que pratica o Rugbi. Portanto, é possível

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relacionar os esportes e as sociedades em que se manifestam. Assim, o futebol no Brasil e ofutebol americano nos EUA, dizem muito das características próprias dessas culturas.

3. Dimensões culturais do movimento humano na aula de Educação Física

A transmissão do patrimônio cultural historicamente acumulado é uma das funções essenciais daescola. Pensando na cultura brasileira, tal fato ganha relevância, dada a riqueza de influências quesofreu de outras culturas. Assim, cada disciplina curricular, além de seu conteúdo especifico -fruto da produção da sua área de conhecimento precisa situar historicamente como talconhecimento foi construído e qual a seu significado para a vida do aluno. Desse modo, éfundamental que nas aulas de Educação Física, o aluno tenha oportunidade de conhecer as práticas corporais de sua cultura que, aqui, serão denominadas de cultura de movimento.

As atividades desenvolvidas nas aulas de Educação Física, que fazem parte da cultura de

movimento, são: o jogo, o esporte, a ginástica, a dança, o exercício e a luta. Por exemplo,o futebol além de ser um meio para desenvolver as habilidades motoras, possui umsignificado extremamente importante para a identidade cultural do brasileiro. Por que o futeboltornou-se um esporte tão popular no Brasil? O que ele tem que permite uma série de significaçõessimbólicas, religiosas, políticas e culturais? A riqueza da nossa cultura poderá ser estudada por meio de um esporte que já nasceu múltiplo na sua origem, praticado por portugueses, italianos,alemães, austríacos e brasileiros. O futebol, que foi introduzido no Brasil pelas escolas religiosas,ao se tornar popular, permitiu a ascensão social dos jogadores das classes populares(principalmente dos negros). A sociedade brasileira apropriou-se deste esporte dando-lhecaracterísticas próprias de nossa cultura. Basta ver como denominamos o nosso estilo de jogar defutebol em relação aos de outros países. Portanto, o futebol, que já é fonte de grande motivação

dos alunos, poderá leva-los a uma maior compreensão de sua cultura.Da mesma forma, a dança, a ginástica, o jogo, o exercício e a luta poderão servir de meio paraque o aluno conheça as implicações do significado cultural que a sociedade lhes dá, e assim,contribuir para a formação de sua identidade cultural. Portanto, o aluno deverá, através das aulasde Educação Física, ser capaz de compreender as implicações e as dimensões sociais e culturaisdas práticas corporais presentes na cultura do movimento:

a) Conhecer a origem cultural e a histórica de cada atividade; b) Identificar, descrever, experimentar e demonstrar suas variadas manifestações (por exemplo, os vários tipos de jogos e brincadeiras folclóricas ou os exercícios da ginástica

acrobática como a estrela, o rodante, a parada de mãos);c) Aprender as regras, os mecanismos de organização e administração de cada atividade (por exemplo, como se organiza um torneio de ginástica artística e como é o sistema de pontuação);d) Identificar, reconhecer e respeitar uma atividade enquanto memória e preservação de

uma cultura (por exemplo, a capoeira);e) Reconhecer e compreender a dança como atividade artística e expressiva (de idéias,sentimentos, emoções) e relacioná-Ia à cultura em que ela se manifesta (por exemplo,as danças regionais);

f) Reconhecer e compreender a relação que a sociedade faz entre gênero e práticascorporais;

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g) Reconhecer, compreender e discutir quais os aspectos que a sociedade valorizaesteticamente em relação ao corpo;

h) Reconhecer, relacionar e compreender o esporte como elemento da cultura em quese manifesta; i) Discutir as implicações sociais e culturais do fenômeno esportivo; j) Identificar,

reconhecer e diferenciar as várias dimensões das práticas corporais (comode lazer, de esporte, de saúde e de entretenimento) e discutir suas implicações paraseus envolvidos; .

k) Reconhecer o corpo e o gesto como portador de significados culturais e discutir asimplicações para o comportamento das pessoas; .

IDENTIFICAR / DESCREVER / EXPERIMENTAR / DEMONSTRAR RECONHECER /COMPREENDER / DISCUTIR 

O SIGNIFICADO SOCIAL E CULTURAL

ESPORTE/GINÁSTICA/ DANÇA /JOGO/EXERCÍCIO

4. Dimensões sociais do movimento humano na aula de Educação Física

A escola é um espaço privilegiado para a socialização da criança, pois ela tem a oportunidade deaprender as regras de convivência com as outras crianças. Desenvolver atitudes e valores ganhaimportância, pois no mundo moderno vê-se, cada vez mais, uma redução dos espaços públicos,ou seja, espaços de convivência e de encontro.

A aula, além de um momento de transmissão e construção do conhecimento, também é. um momento de interação social. Como toda interação entre pessoas, envolve valores e atitudes.Qualquer atitude do professor já é um aprendizado para seus alunos, já que sua influência sobreeles é muito grande. Todo comportamento do professor: a. forma como se comunica, como trataos outros, como explica, sempre será. acompanhado de valores. Outro aspecto se refere à relaçãoafetiva com os alunos, em que o professor precisa estabelecer o equilíbrio entre carisma erespeito. Os alunos precisam ser conquistados.

A Educação Física, como componente curricular da escola deve oferecer atividades que reforcematitudes e valores positivos no aluno, na sua relação consigo mesmo e com os outros. As aulas deEFE têm a característica de utilizar muitas tarefas em grupo, as quais representam espaço privilegiado para se trabalhar as atitudes e valores nas relações pessoais. Assim, por exemplo,todas as atitudes e valores envolvidos em um jogo podem ser experimentados e discutidos.Atitudes de competição, assim como valores associados à vitória e à derrota, freqüentemente

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geram conflitos, e não podem passar os limites do respeito ao outro. Tais situações não podem perder de vista que o objetivo principal é a aprendizagem, inclusive, de atitudes e de valores.É certo que levar o aluno a aprender a ser e conviver com os outros, não é objetivo específico daEducação Física, mas como disciplina curricular, ela não pode desconsiderá-Ios, nem deixar de

explicitá-Ios.4.1 Aprender a ser e a conviver nas aulas de educação física

Identificar / Descrever / Experimentar / Demonstrar 

Atitudes e Valores

Respeito / cooperação / atenção / responsabilidade / colaboração / participação / resolução deconflitos / organização / autonomia

à atividade a si mesmo / outros

Demonstrar em relação à atividade• Colaboração na organização da aula e das atividades;• Preservação dos materiais;• Participação em todas as atividades da aula;• Respeito às regras dos jogos;• Uso de uniforme adequado.

Identificar, descrever, experimentar, demonstrar ou incorporar em relação a si mesmo e/ouaos outros

• Participação em todas as atividades da aula;• Compartilhamento de idéias, espaço, tempo e materiais com os outros nas atividades

motoras;• Cooperação com os outros em pequenos e grandes grupos;• Reconhecimento de atitudes de cooperação e colaboração presentes nos jogos de equipe;• Respeito às regras estabelecidas durante o jogo; Colaboração, auxílio e incentivo os

outros no processo de aprendizagem de habilidades motoras;• Tratamento e comunicação respeitosa ao professor e aos colegas; Disposição em resolver 

os conflitos inerentes ao jogo;• Respeito aos colegas antes, durante e após o .jogo;

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• Reconhecimento de funções de liderança e de colaboração presentes nos jogos ou nasatividades em grupo;

• Respeito às próprias limitações e possibilidades, e às dos outros, na aprendizagem edesenvolvimento das habilidades motoras; Respeitar as diferenças de desempenho dos

outros, presentes nas atividades motoras;• Entender e respeitar os erros dos outros;• Disposição para discutir positivamente o significado da vitória e da derrota nos jogos;• Entender os aspectos cooperativos e competitivos presentes nos jogos ou atividades em

grupo;• Respeito ao direito de participação de todos.

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