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1 Boletim Técnico Estudo da viabilidade técnica da produção de quiabo (Abelmoschus esculentus L.) e jiló (Solanum gilo) em Planaltina-GO. Planaltina – DF Dezembro de 2009 2

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Boletim Técnico

Estudo da viabilidade técnica da produção de quiabo (Abelmoschus esculentus L.) e jiló (Solanum gilo) em

Planaltina-GO.

Planaltina – DF Dezembro de 2009

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http://www.upis.br

Boletim Técnico

Estudo da viabilidade técnica da produção de quiabo (Abelmoschus esculentus L.) e jiló (Solanum gilo) em

Planaltina-GO.

Gustavo Cardoso Gonçalves

Orientador: Prof. M.S. Remidijo Tomazini Neto

Trabalho apresentado, como parte das exigências para a conclusão do CURSO DE AGRONOMIA.

Planaltina – DF

Dezembro de 2009

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UPIS – Faculdades Integradas Departamento de Agronomia Rodovia BR 020, km 18

DF 335, km 4,8 Planaltina (DF) Brasil.

Endereço para correspondência: SEP/Sul Eq. 712/912 Conjunto A CEP: 70390-125 Brasília (DF) Brasil Fone/Fax: (0XX61) 3488-9909 www.upis.br [email protected] Orientador: Prof. M.S. Remidijo Tomazini Neto Supervisores: Profa. M.S. Rosemary de Araújo Gomes

Prof. M.S. Adilson Jayme de Oliveira Membros da Banca: Prof. M.S. Remidijo Tomazini Neto

Profa. M.S. Rosemary de Araújo Gomes Profa. M.S. Josiana Zanotelli dos Santos

Data da defesa: 02/12/09

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ÍNDICE RESUMO ................................................................................10

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ..............................11 2. OBJETIVO.........................................................................15

3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA.......................................15 3.1 A cultura do quiabo (Abelmoschus esculentus (L.))......15

3.1.1 Escolha da variedade...............................................17 3.1.2 Clima e época de plantio.........................................20 3.1.3 Escolha e preparo do solo .......................................21 3.1.4 Adubação orgânica..................................................23 3.1.5 Adubação química...................................................24 3.1.6 Adubação de cobertura............................................27 3.1.7 Implantação da cultura: plantio e semeadura..........27 3.1.8 Sistemas de cultivo..................................................29 3.1.9 Sistemas de irrigação ..............................................30 3.1.10 Tratos culturais......................................................31 3.1.11 Anomalias fisiológicas..........................................33 3.1.12 Principais doenças.................................................34 3.1.13 Principais pragas ...................................................37 3.1.14 Colheita e comercialização ...................................40

3.2 A Cultura do jiló (Solanum gilo) ...................................44 3.2.1 Escolha da variedade...............................................45 3.2.2 Clima e época de plantio.........................................46 3.2.3 Escolha e preparo do solo .......................................47 3.2.4 Adubação orgânica..................................................48 3.2.5 Adubação química...................................................48 3.2.6 Adubação de cobertura............................................49 3.2.7 Implantação da cultura: plantio e semeadura..........50 3.2.8 Sistemas de cultivo..................................................51 3.2.9 Sistemas de irrigação ..............................................52 3.2.10 Tratos culturais......................................................52 3.2.11 Anomalias fisiológicas..........................................53 3.2.12 Principais doenças.................................................53

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3.2.13 Principais pragas ...................................................55 3.2.14 Colheita e comercialização ...................................56

4. PLANO DE NEGÓCIO.....................................................60 4.1 Identificação da empresa................................................60

4.1.1 Estrutura organizacional e descrição de atividades.61 4.1.2 Objetivos da empresa ..............................................61 4.1.3 Visão .......................................................................62

4.1.4 Missão .....................................................................62

4.1.5 Valores ....................................................................62

4. 2 Análise de mercado.......................................................62 4.2.1 Análise SWOT ........................................................64

4.3 Plano de marketing.........................................................65

4.3.1 Estratégias de Marketing.........................................65 4.3.1.1 Produto .................................................................65

4.3.1.2 Preço.....................................................................67

4.3.1.3 Ponto ....................................................................67

5. ESTUDO DE CASO...........................................................68 5.1 Localização ....................................................................68

5.2 Pré-plantio......................................................................68

5.3 Quiabo............................................................................69

5.3.1 Escolha da cultivar ..................................................69 5.3.2 Espaçamento ...........................................................69 5.3.3 Irrigação ..................................................................69

5.3.4 Análise de solo ........................................................70 5.3.4.1 Recomendação de calagem ..................................70 5.3.5 Adubações...............................................................71 5.3.5.1 Adubação de plantio.............................................71 5.3.5.2 Adubação de cobertura.........................................72 5.3.6 Plantio .....................................................................72

5.3.7 Tratos culturais........................................................74 5.3.7.1 Poda......................................................................74

5.3.7.2 Controle de pragas e doenças...............................74 5.3.7.3 Capina ..................................................................74

5.3.8 Colheita ...................................................................74

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5.3.9 Classificação ...........................................................74 5.3.10 Embalagem............................................................75 5.3.11 Transporte e comercialização................................75

5.4 Jiló..................................................................................76

5.4.1 Escolha da cultivar ..................................................76 5.4.2 Espaçamento ...........................................................76 5.4.3 Irrigação ..................................................................76

5.4.4 Análise de solo ........................................................76 5.4.4.1 Recomendação de calagem ..................................77 5.4.5 Adubações...............................................................77 5.4.5.1 Adubação de plantio.............................................77 5.4.5.2 Adubação de cobertura.........................................78 5.4.6 Plantio .....................................................................78

5.4.7 Tratos culturais........................................................79 5.4.7.1 Controle de pragas e doenças...............................79 5.4.7.2 Capina ..................................................................79

5.4.8 Colheita ...................................................................79

5.4.9 Classificação ...........................................................79 5.4.10 Embalagem............................................................80 5.4.11 Transporte e comercialização................................80

5.5 Coeficientes Técnicos ....................................................81 6. CONCLUSÃO ....................................................................83

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................84

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LISTA DE TABELAS: Tabela 1: Níveis de fertilidade para hortaliças.........................25 Tabela 2: Recomendação de adubação fosfatada e potássica de plantio para a cultura do quiabo...............................................25

Tabela 3: Teores de macronutrientes, em Kg/ha......................26 Tabela 4: Teores de micronutrientes, em g/ha. ........................26 Tabela 5: Recomendação de adubação fosfatada, potássica e nitrogenada de plantio para a cultura do jiló............................49 Tabela 6: Identificação da empresa..........................................60 Tabela 7: Análise SWOT, ambiente interno. ...........................64 Tabela 8: Análise SWOT, ambiente externo. ..........................65 Tabela 9: Resultados da análise de solo da Fazenda Brasília. .70 Tabela 10: Coeficientes técnicos da cultura do quiabo para os 10 anos. ....................................................................................81

Tabela 11: Coeficientes técnicos da cultura do jiló para os 10 anos. .........................................................................................82

LISTA DE FIGURAS: Figura 1: Flor do quiabeiro. .....................................................16

Figura 2: Fruto do quiabeiro. ...................................................17

Figura 3: Irrigação por sulco na cultura do quiabeiro. .............30 Figura 4: Sulco de irrigação. ....................................................31

Figura 5: Flor do jiló. ...............................................................44

Figura 6: Fruto do Jiló..............................................................45 Figura 7: Frutos de jiló imaturos..............................................57

Figura 8: Processo de colheita. ................................................58

Figura 9: Organograma da empresa. ..........................................1 Figura 10: Escalonamento dos cultivos lote 01. ......................73 Figura 11: Escalonamento dos cultivos lote 02. ......................73 Figura 12: Escalonamento dos cultivos lote 03. ......................73 Figura 13: Legenda. .................................................................73

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Figura 14: Caixas plásticas utilizadas para armazenagem e acondicionamento do produto. .................................................75 Figura 15: Caixas plásticas utilizadas para armazenagem e acondicionamento do produto. .................................................80

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RESUMO Estudo da viabilidade técnica da produção de quiabo (Abelmoschus esculentus L.) e jiló (Solanum gilo) em

Planaltina-GO. Gustavo Cardoso Gonçalves1

Remidijo Tomazini Neto2 Rosemary de Araújo Gomes3 Josiana Zanotelli dos Santos4

Objetiva-se com o trabalho avaliar a viabilidade técnica da implantação de 1 hectare de duas hortaliças fruto: quiabo e jiló na região de Planaltina-GO. A importância destas culturas está relacionada ao fato de as mesmas serem ingredientes importantes da culinária, sendo utilizadas na composição de variados pratos e receitas em várias regiões do Brasil e do mundo. Além disso, são produtos que atualmente vêm despontando no cenário produtivo agrícola, pois possuem consideráveis teores de nutrientes necessários ao bem-estar do organismo, como vitaminas, sais minerais e são comercializados a preços bastante acessíveis a todas as classes sociais. A condução dos cultivos será feita de modo convencional utilizando-se o método de irrigação por sulco e através da realização de práticas adequadas de manejo como capina, desbrota e adubações de cobertura. Após a realização da análise técnica do projeto, considerando o horizonte de 10 anos e analisando todas as condições estabelecidas para o mesmo como mercado, custos, manejo, tamanho da área, ficou comprovado que o empreendimento é tecnicamente viável. PALAVRAS-CHAVE: Quiabo; Jiló; Horticultura.

1 Aluno de graduação do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail: [email protected] 2 Eng. Agro. M.S., Prof. do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail: [email protected] 3 Eng. Agro. M.S., Profª do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail: [email protected] 4 Eng. Agro. M.S., Profª do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail: [email protected]

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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ´´Que teu remédio seja o teu alimento e que teu alimento seja o

teu remédio´´.

Nos tempos contemporâneos nos deparamos com um contexto onde doenças cardíacas, enfartos, derrames, obesidade, diabetes, hipertensão, entre outras levam a óbito milhares de brasileiros e pessoas de todo o mundo a cada ano. Boa parte dessas doenças tem como diagnóstico os maus hábitos alimentares da população independentemente da faixa etária, associados principalmente ao estilo de vida na maioria das vezes sedentário dessas populações. Na tentativa de reverter essa situação, proporcionar uma melhor qualidade de vida e uma maior longevidade, tem-se dado importância e incentivos cada vez maiores à elaboração de dietas balanceadas que atendam à população mundial e nacional, abrangendo todas as classes sociais.

Dentre as muitas alternativas que podemos citar na composição de uma dieta alimentar balanceada e saudável, encontra-se o consumo de hortaliças. Geralmente são produtos naturais de consumo in natura ou processados que apresentam bons teores de água, fibras, pigmentos, vitaminas (vitamina A, vitaminas do complexo B, vitamina C), cálcio, ferro, celulose, sais minerais e carboidratos (Lima, 2005).

Devido a esse aumento no interesse por esse tipo de alimentação, atualmente a dinâmica da produção e comercialização de hortaliças vem crescendo tanto a níveis regionais como a níveis nacionais e mundiais, devido a sua fundamental importância, aos benefícios que proporciona a quem as consome e ao custo que se evidencia mais acessível a todas as classes sociais.

Partindo desse ponto de vista, optou-se nesse projeto pela implantação de um cultivo convencional de hortaliças

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visando contribuir para o aumento da produção de alimentos saudáveis que trarão inúmeros benefícios à saúde da população local, além de impulsionar e consolidar a comercialização desses produtos. Inicialmente, serão cultivadas duas culturas: quiabo (Abelmoschus esculentus (L.)) e jiló (Solanum gilo).

O quiabo Abelmoschus esculentus (L.) é descrito por Minami et al. (1997) como uma planta arbustiva, anual, de porte ereto e de coloração esverdeada ou tingida de vermelho, podendo atingir de 0,5 m a 3 m de altura. Pertencente à família das malváceas (malvaceae) é considerado como uma das mais antigas culturas e apesar das controvérsias e discordâncias, relatos de vários autores apontam a África como seu local de origem, seja das regiões montanhosas da Eritréia, das partes altas do Sudão e Egito ou do Vale do Nilo e da Abissínia.

Foi trazido para o Brasil juntamente com os escravos e após sua inserção, passou a incrementar a culinária de várias regiões como ingrediente em diversos pratos típicos. Alguns são usados em rituais folclóricos ou festas religiosas, como o caruru - quiabo cozido com camarão seco – prato típico do estado da Bahia em homenagem aos Santos Meninos (São Cosme e Damião), outros somente como componentes da culinária regional, caso do Frango com Quiabo e o Refogado de Carne com Quiabo, pratos característicos da culinária mineira (Hortibrasil, 2004).

Segundo Kurozawa (2008), a produtividade no Brasil gira em torno de 20 a 40 toneladas por hectare e engloba todas as regiões. Estima-se que os maiores estados produtores atualmente sejam a Bahia, Minas Gerais e São Paulo (principalmente nas regiões de Araçatuba e Campinas, maiores produtoras do estado). A produtividade varia conforme as condições climáticas da época de plantio, ocorrência de pragas ou doenças durante o ciclo da cultura, fertilidade do solo, disponibilidade de água, entre outros fatores.

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Ainda segundo o autor, a produção mundial por sua vez, encontra-se concentrada nas regiões de clima quente do Oriente Médio, Ásia, África e América.

Dentre os países da Ásia, Minami et al. (1997) citam a Índia, o Paquistão e a Malásia como os três maiores produtores mundiais.

Mundialmente, quando se fala em tendências de gastronomia contemporânea, o quiabo deixa de ser apenas um fruto tradicionalmente popular e regional e passa a compor as mais variadas receitas e pratos famosos de renomados chefes de cozinha brasileiros e estrangeiros, como é o caso do caviar de quiabo, prato criado pela chefe de cozinha Roberta Sudbrack. Aos poucos o quiabo foi ganhando espaço, e hoje é muito difundido em receitas pela Europa, Tailândia, Japão e em algumas regiões da África (Chaves, 2009).

Hoje existem duas cultivares que são mais conhecidas no cultivo desta cultura principalmente no Brasil: Cultivar Santa Cruz 47 e Cultivar Amarelinho AG-388 (Sebrae, 2008).

Para que sejam atingidos os resultados esperados, visando o máximo aproveitamento da área cultivada, evitar a proliferação de pragas e doenças no solo, além da maior facilidade de comercialização, entre outros fatores, foi selecionada a cultura do jiló (Solanum gilo), para ser rotacionada com a cultura do quiabo (Abelmoschus esculentus (L.)).

O jiló (Solanum gilo) é uma planta anual, de origem desconhecida, pertencente à família das solanáceas (Solanaceae) (Clube do Jardim, 2008).

Segundo Hortibrasil (2001), chegou ao Brasil no século XVII, com a vinda dos escravos para o estado de Pernambuco.

A partir de então foi inserido na culinária regional e permanece até os dias de hoje, onde se tornou ingrediente indispensável nas mais variadas receitas em mistura com carnes e verduras, frito e em saladas depois cozido, servido como tira-

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gosto acompanhado de bebidas alcoólicas, sendo consumido também individualmente (Kurozawa, 2008).

O principal fator limitante ao seu consumo é o característico gosto amargo que apresenta, mas que é compensado pela sua associação a outros ingredientes no preparo de receitas e pelos nutrientes fornecidos pelo seu consumo, dentre os quais encontram-se segundo Kurozawa (2008), razoáveis quantidades de vitaminas (A, do complexo B e C), minerais (cálcio, fósforo e ferro), além de carboidratos e proteínas.

No Brasil a produção está concentrada principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Kurozawa, 2008).

De acordo com Lima (2009), o estado do Rio de Janeiro é o maior produtor nacional respondendo por 32% da produção.

Dentre as cultivares existentes as que mais se destacam no cenário produtivo são: Morro Grande e Rei do Verde (variedades com frutos redondos) e Comprido Verde-claro e Tinguá (variedades com frutos alongados) (Kurozawa, 2008).

Filgueira (2003), porém, relata que as cultivares disponíveis (todas brasileiras), são: a cultivar Comprido Grande Rio – popularmente conhecida no Rio de Janeiro – que caracteriza-se pela produção de frutos de formato alongados apresentando coloração verde-clara; a cultivar Morro Grande – tradicionalmente conhecida em São Paulo – que caracteriza-se pela produção de frutos de formato globulares apresentando coloração verde-escura; e a cultivar Tinguá que produz frutos com formato intermediário e coloração verde-clara, sendo que esta última apresenta resistência à doenças como antracnose e à murcha-bacteriana.

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2. OBJETIVO

Objetiva-se com o presente trabalho verificar a viabilidade técnica da produção e comercialização de duas culturas de hortaliças (quiabo e jiló) sob cultivo convencional rotacionadas em uma área de um hectare na região de Planaltina-GO. 3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA 3.1 A cultura do quiabo (Abelmoschus esculentus (L.))

Para que se obtenha a produtividade desejada e um bom desenvolvimento da cultura, o cultivo do quiabo exige condições de solo, clima, nutrição, tratos culturais e sistema de cultivo que estejam à altura do objetivo a ser alcançado.

De modo geral, o quiabo apresenta-se como uma cultura versátil visto que além dos frutos, outras partes da planta também são aproveitadas. É o caso das sementes que possuem altos teores de óleo excelente para consumo; da casca do caule de onde se extraem fibras que adicionadas às de outras plantas podem formar tecidos de boa qualidade, sendo também usadas no fabrico de papel; e das folhas que são forrageiras, podendo ser utilizadas para a alimentação do gado (Azevedo, S.D.).

De acordo com Isla (2006) a cultura do quiabo possui ciclo de aproximadamente 70 a 80 dias e em condições ideais de cultivo pode chegar a produzir de 15 a 20 mil quilos por hectare.

O quiabo caracteriza-se por ser uma planta que apresenta sistema radicular relativamente profundo, podendo chegar a uma profundidade de até 1,9 m (embora estudos realizados com várias cultivares tenham revelado que a maioria das raízes localiza-se a uma profundidade em torno de 20 cm),

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sendo este um dos fatores que confere à cultura uma boa resistência à seca (Filgueira, 2003).

Conforme Minami et al. (1997) as flores do quiabeiro são grandes, apresentam pétalas de coloração amarelo-clara e o centro vermelho escuro, medindo de 5-8 cm de diâmetro quando abertas (figura 1).

Figura 1: Flor do quiabeiro.

Segundo os mesmos autores a abertura das mesmas ocorre pela manhã e a polinização é feita principalmente por insetos como a formiga lava-pé, a vespa selvagem e as abelhas irapuás.

Azevedo (S.D.), porém relata que no cultivo desta olerácea predomina a autofecundação devido ao fato de as flores serem hermafroditas, sendo que, também considera a ocorrência da polinização cruzada feita por insetos.

O seu fruto, foco de interesse econômico neste projeto, é dotado de propriedades nutricionais como: baixo nível calórico; boa quantidade de vitaminas A e C; sais minerais (fósforo, ferro e cálcio) (Sua Pesquisa, 2007). Além disso,

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possui boa digestibilidade e é eficaz contra infecções dos intestinos, bexiga e rins (figura 2).

Figura 2: Fruto do quiabeiro.

Possui também efeito expectorante das vias

respiratórias, sendo eficaz no tratamento de tuberculose pulmonar e é usado como laxante do aparelho digestivo (Azevedo, S.D.).

Minami et al. (1997) relatam que os frutos do quiabeiro são mucilaginosos, do tipo cápsula e de coloração verde-clara e devem ser consumidos ainda imaturos devido ao fato de apresentarem nessa fase um menor teor fibroso. 3.1.1 Escolha da variedade

Existem atualmente no mercado nacional muitas variedades comercializadas e cultivadas sendo a maioria de origem nacional ou norte-americana, contudo as nacionais são as preferidas pelos produtores para o cultivo no Brasil por

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estarem mais bem adaptadas às nossas condições ambientais (Azevedo, S.D.).

Atualmente existem no mercado as seguintes variedades: 1- Campinas 1 (IAC-4075)

Variedade desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) que apresenta porte alto, frutos longos, roliços e verdes, limbo foliar bem recortado e ausência de pêlos urticantes nas hastes, folhas e frutos (Azevedo, S.D.).

Conforme Minami et al. (1997) as folhas apresentam limbo foliar de coloração verde-escuro e o pecíolo e as nervuras têm coloração verde. Os autores ressaltam ainda, que a variedade é resistente à murcha do quiabeiro. 2- Campinas 2 (IAC-4076)

Igualmente desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) produz plantas de porte alto, folhas recortadas e frutos verde-escuros, alongados, retos e lisos (Filgueira, 1987).

Segundo Minami et al. (1997), a variedade possui resistência ao Verticillium alboatrum (agente causal da murcha do quiabeiro) além de uma boa produtividade. 3- Santa Cruz 47

As plantas possuem porte médio, os frutos são longos, roliços, lisos e de coloração verde-brilhante e as folhas têm o limbo recortado (Azevedo, S.D.).

De acordo com Minami et al. (1997) é uma variedade produtiva e precoce sendo inclusive a mais cultivada no Rio de Janeiro e São Paulo.

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4- Amarelinho

Apresenta porte de crescimento mais alto, produz frutos de coloração verde-amarelada (Minami et al., 1997).

Segundo Filgueira (2003) os frutos oriundos desta variedade possuem melhor conservação pós-colheita em relação às demais.

5- Chifre-de-veado

Variedade caracterizada por apresentar plantas de porte médio a alto, limbo foliar bem recortado, pecíolo e nervura de coloração verde e frutos lisos, compridos e roliços de coloração verde-clara (Azevedo, S.D.).

Minami et al. (1997) relatam que a respectiva variedade apresenta, além das características descritas, resistência à murcha do quiabeiro.

6- Alecrim

Planta de alto vigor, boa produtividade e porte médio. Produz frutos de coloração verde-clara, esguios e arredondados com uma pequena curvatura na extremidade e possui ciclo de 80-90 dias (Azevedo, S.D.).

7- Green Velvet ou Veludo Verde

Desenvolvida nos Estados Unidos possui boa produtividade e resistência ao transporte, porém é muito suscetível à murcha do quiabeiro. Possui porte médio, folhas com limbo foliar bem recortado, frutos uniformes, roliços, curtos e ligeiramente grossos e curvos de coloração verde forte (Minami et al., 1997).

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8- White Velvet ou Veludo Branco

Esta variedade é caracterizada por plantas de porte médio que produzem frutos longos e finos de coloração verde bem clara e branca e limbo foliar razoavelmente recortado (Azevedo, S.D.). 3.1.2 Clima e época de plantio

Por ser uma planta de origem africana desenvolve-se melhor em regiões de climas quentes, podendo também ser cultivada em regiões de clima ameno. As regiões de clima frio não são indicadas para o seu cultivo devido ao fato de as mesmas prejudicarem seu ciclo natural de desenvolvimento, desde a germinação e emergência até a floração e a frutificação (SEBRAE, 2008).

Conforme Azevedo (S.D.) regiões que apresentam temperaturas muito baixas são inviáveis para a cultura porque o frio ocasiona o abortamento (queda) dos frutos jovens, provocando grandes reduções na produção.

Segundo Filgueira (2003), a época ideal para sua semeadura encontra-se entre as estações de temperaturas mais quentes (primavera-verão), podendo ser semeado durante o inverno nas regiões mais baixas e quentes (em casas de vegetação ou cultivo convencional) produzindo na entressafra e proporcionando bons rendimentos e índices de lucratividade através da obtenção de melhores preços.

No Distrito Federal a melhor época para o plantio, em relação à produtividade ocorre nos meses de agosto a fevereiro, sendo que em relação à obtenção de melhores preços para o produto o plantio deve ser feito no período de abril a agosto (Silva, S.D.).

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3.1.3 Escolha e preparo do solo

No que se refere à textura, a cultura do quiabeiro prefere solos argilo-arenosos que possuem um bom grau de permeabilidade devendo-se evitar solos que ficam encharcados com as chuvas como os argilosos, e solos ressecados como os arenosos (Azevedo, S.D.).

O solo deve apresentar pH entre 6,0 e 6,8 visto que o quiabeiro não tolera solos ácidos. Basicamente, se adapta bem a vários tipos de solo desde que os mesmos apresentem boa drenagem (SEBRAE, 2008).

Caso o pH esteja abaixo de 5,5 e o teor de alumínio seja superior a 0,2 cmolc/dm³ é recomendada a correção com calcário dolomítico aplicado pelo menos 3 meses antes da semeadura, ou calcinado que possui reação imediata (Silva, S.D.).

Azevedo (S.D.) relata que na escolha do local de cultivo deve ser dada preferência para os terrenos planos que são menos problemáticos e facilitam operações como implantação, manejo e os tratos culturais na lavoura, principalmente se tais operações forem mecanizadas. O autor ressalta que na ausência de um terreno plano devem ser feitas curvas de nível nos terrenos que apresentarem graus de inclinação visando evitar a erosão causada pelas águas das chuvas ou ventos fortes.

Para o devido preparo do terreno devem ser feitas as seguintes operações: 1- Limpeza

Consiste na roçada, enleiramento e retirada de restos culturais que possam estar presentes no local, sendo que os mesmos devem ser incinerados se forem da cultura do quiabo, com o objetivo de se evitar a disseminação de doenças e/ou pragas (Embrapa et al., 1982).

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2- Calagem

A aplicação de calcário deve ser feita somente quando mediante a interpretação de uma análise de solo da área, e esta revelar quantidades insuficientes deste elemento evidenciada pelos teores de cálcio e magnésio, ou seja, com o valor do pH inferior a 5,5 ou superior a 6,8. Caso seja evidenciada a necessidade de calagem, o calcário deve ser aplicado dois meses antes do plantio para que o mesmo tenha tempo de reagir no solo corrigindo o pH. Recomenda-se o uso de calcário dolomítico que possui além do cálcio boas quantidades de magnésio, excelente nutriente para as plantas (Azevedo, S.D.). 3- Aração e gradagem

Operações realizadas geralmente 2 meses antes do plantio, com a função de deixar o solo mais uniforme, eliminando os torrões e nivelando o terreno e promover a homogeneização do calcário no solo, facilitando sua incorporação. Deve-se considerar a possibilidade de se fazer mais de uma gradagem caso o terreno não fique bem destorroado após a primeira operação (Azevedo, S.D.). 4- Adubação

Esta prática consiste no uso de adubos orgânicos, químicos e minerais aplicados na área destinada ao plantio e tem por finalidade suprir principalmente as necessidades químicas do solo, o que será refletido na melhoria das propriedades físicas do mesmo, de suas condições estruturais e fazendo com que os nutrientes estejam prontamente disponíveis às plantas. Estes efeitos benéficos proporcionarão o desenvolvimento de um ambiente que irá contribuir para o melhor desenvolvimento das plantas em geral.

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5- Sulcamento

Conforme Embrapa et al. (1982) os sulcos de plantio devem ser feitos obedecendo-se uma distância de 1 m entre linhas e uma profundidade de 8-10 cm. Logo após a abertura dos sulcos procede-se à adubação de plantio e seguidamente a sua incorporação.

Segundo os mesmos autores os sulcos de irrigação têm de ser abertos nas laterais dos sulcos de plantio a uma profundidade de 10-12 cm e com declividade de 0,5 a 1 %.

Os autores destacam ainda que como alternativa de nível para a marcação dos sulcos pode-se usar o nível de barbante por ser mais prático e barato, e para a abertura dos mesmos pode-se utilizar o sulcador de tração animal. 3.1.4 Adubação orgânica

A adubação orgânica apresenta bons resultados principalmente em solos de baixa fertilidade, devendo ser feita no sulco de plantio e com antecedência à época de semeadura. Associada à aplicação do adubo orgânico recomenda-se a adição de termofosfato no sulco de plantio (Filgueira, 2003).

Segundo Silva (S.D.) outra alternativa de adubação orgânica é a aplicação (por metro de sulco) de 1 litro de esterco de galinha puro ou qualquer outra fonte de matéria orgânica em doses equivalentes.

UFG/EMGOPA (1988) recomenda aplicações de 30 m³/ha de esterco de curral ou 10 m³/ha de esterco de galinha.

Já Azevedo (S.D.) aponta as quantidades de 20 ton/ha de esterco de gado ou 6-8 ton/ha de esterco de aves a serem aplicados.

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3.1.5 Adubação química

A adubação química é realizada principalmente em função de aplicações dos macronutrientes N e P visto que a cultura do quiabo apresenta boas respostas de crescimento e desenvolvimento mediante aplicações em doses corretas (Filgueira, 2003).

Correia et al. (1999) recomendam que na adubação nitrogenada sejam aplicados 120 Kg/ha parcelados da seguinte forma: 20% aplicados no plantio e os 80 % restantes na cobertura.

Já a UFG/EMGOPA (1988) relatam que na adubação nitrogenada deve-se aplicar 60 kg/ha de N no plantio, caso não se tenha utilizado a adubação orgânica.

Conforme os mesmos autores, a adubação fosfatada e potássica deve ser feita levando-se em consideração os teores destes respectivos nutrientes obtidos com a análise de solo.

Segundo Correia et al. (1999) a adubação potássica deve ser feita parceladamente obedecendo-se uma proporção de aplicação de 40 % no plantio e os 60% restantes na cobertura.

Os valores obtidos na análise devem ser comparados com os valores da tabela 1 para a verificação da classe de fertilidade em que se encontram os elementos para posterior definição das quantidades a serem aplicadas para suprir as necessidades do solo por cada nutriente.

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Tabela 1: Níveis de fertilidade para hortaliças. Características Classe de fertilidade químicas Muito baixa/ média alta baixa

P (mg/dm³) < 10 10-30 > 30 K (mg/dm³) < 40 40-120 > 120 Ca (cmolc/dm³) < 2,0 2,0-5,0 > 5,0 Mg (cmolc/dm³) < 0,5 0,5-1,2 > 1,2 Matéria orgânica (%) < 2,0 2,0-5,0 > 5,0 Fonte: UFG/EMGOPA (1988).

A partir desta verificação da classe de fertilidade dos respectivos elementos descritos na tabela, deve-se fazer a interpretação para os nutrientes fósforo e potássio com base na tabela 2 representada a seguir. Tabela 2: Recomendação de adubação fosfatada e potássica de plantio para a cultura do quiabo. Disponibilidade Recomendação de P e K no solo P2O5 K2O --------------Kg/ha--------------- Baixa 200-300 120-200 Média 100-200 60-120 Alta 50-100 20-60 Fonte: UFG/EMGOPA (1988).

Essas respectivas quantidades são baseadas em estudos já realizados que avaliaram as reais necessidades específicas da cultura seja por macronutrientes, como os citados acima, seja por micronutrientes. Nas tabelas 3 e 4, mostradas a seguir, é possível verificar as quantidades requeridas de cada elemento relacionadas às partes da planta do quiabeiro, com base em uma

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população de 30 mil plantas, quantidade presente em um hectare. Tabela 3: Teores de macronutrientes, em Kg/ha. Parte da planta N P K Ca Mg S Caules e folhas 17 3 19 16 4 2 Flores e frutos 10 1,8 10 1,5 1,3 1 Fonte: Minami et al. (1997). Tabela 4: Teores de micronutrientes, em g/ha. Parte da planta B Cl Cu Fe Mn Mo Zn Caules e folhas 642 - 130 285 383 33 294 Flores e frutos 124 - 44 94 84 14 238 Fonte: Minami et al. (1997).

Devido à alta sensibilidade que as sementes do quiabo apresentam e visando a prevenção de danos e injúria às mesmas deve-se ter atenção especial na adubação química, especialmente dos macronutrientes N e K. Para evitar o problema, recomenda-se aplicar os adubos no fundo do sulco de plantio, recobrindo-os com uma camada de solo da superfície, sobre a qual será feita a semeadura. No caso do N recomenda-se o mínimo uso de N-mineral junto à semente e a aplicação das doses deve ser efetuada de modo que a maior parcela da adubação seja aplicada na cobertura (Filgueira, 2003).

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3.1.6 Adubação de cobertura

De acordo com Filgueira (2003) na cobertura são feitas aplicações de N: 100-160 kg/ha; K2O: 80-100 kg/ha (este somente nos casos de solos que apresentarem deficiência, aplicar de 4 a 5 doses). Ambas iniciam-se pouco depois do desbaste das plantinhas, com intervalos de 30 dias.

Correia et al. (1999) recomendam que as quantidades percentuais de cada nutriente (80% do nitrogênio e os 60% do potássio), devem ser aplicadas na cobertura obedecendo aos intervalos de 20, 40, e 60 dias da emergência das plântulas.

Segundo Silva (S.D.) deve-se aplicar na cobertura 20 g por metro de sulco do adubo 20-0-20 nos respectivos intervalos consecutivos: 30, 60, 90 e 120 dias após a emergência ou transplante.

Minami et al. (1997) recomendam para a adubação de cobertura a aplicação de 80-120 Kg/ha de N e de 40-80 Kg/ha de K2O em quantidades parceladas sendo aplicadas 20, 40 e 60 dias após a emergência das plântulas. O autor ressalta que essas quantidades podem variar em função da variedade utilizada, das análises de solo e foliar e da produtividade desejada.

3.1.7 Implantação da cultura: plantio e semeadura

O plantio é feito geralmente em semeadura direta disposta em sulcos ou em covas, onde os sulcos podem ser feitos com sulcadeiras ou manualmente e as covas com o uso de chibancas (Azevedo, S.D.).

De acordo com o autor, o plantio também pode ser feito de forma indireta, através da formação de mudas, procedimento que visa a economia de sementes, pois é baseado no plantio inicial das mesmas em uma mini-estufa ou em um canteiro isolado da área de cultivo, onde é possível ter um melhor

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controle de pragas e de plantas invasoras, otimizando o desenvolvimento das plântulas e evitando maiores perdas.

Ainda segundo o autor, antes do plantio, seja ele direto ou indireto, deve-se realizar a adubação. Os adubos devem ser colocados no fundo das covas ou sulcos e separados por uma porção de terra.

Segundo Filgueira (2003) a semeadura pode ser feita diretamente no local de plantio em sulcos ou covas, ou através de mudas formadas em túneis ou casas de vegetação. No primeiro caso deve-se primeiramente quebrar a dormência das sementes, o que pode ser feito seguindo-se um dos procedimentos apresentados a seguir:

1- Envolver as sementes em um saquinho de pano e posteriormente imergi-las em água por um período de 24 horas (na véspera do plantio).

2- Imergir as sementes em álcool etílico ou acetona nos 30-60 minutos que antecedem à semeadura.

Posteriormente faz-se o plantio manual, semeando de 3 a 5 sementes por vez a uma profundidade média de 20 a 30 mm se possível com auxílio de uma semeadora-adubadora para que se obtenha um maior rendimento e uniformidade de plantio (Filgueira, 2003).

De acordo com o mesmo autor devido à dormência que as sementes apresentam (devido à impermeabilidade do tegumento à água), a germinação pode se estender entre 15 e 20 dias.

Filgueira (2003) relata que no segundo caso as mudas podem ser formadas através de um plantio inicial em copinhos de papel de jornal (após a devida quebra da dormência) ou em saquinhos plásticos. Ambos devem medir aproximadamente 15 cm de altura e 6 cm de diâmetro, devendo-se ter o cuidado de transplantar as mudas antes que o sistema radicular das mesmas atinja a base do recipiente. O autor ressalta que deve ser dada atenção especial às mudas na hora do transplante tomando-se a

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precaução de não danificar a raiz pivotante da muda devido à intolerância ao transplante característica dessa planta.

Os espaçamentos recomendados para a cultura são: 100-120 cm entre fileiras; 20-30 cm dentro das fileiras; visto que pode-se também fazer a opção pelo plantio em grupos de duas plantas juntas, com distância entre os pares de 50 cm (Filgueira, 2003).

Conforme Minami et al. (1997) a semeadura pode ser feita em covas ou sulcos com distância de 1 m, sendo colocadas de 4-5 sementes a cada 2-3 cm de profundidade, em ambos os casos respeitando-se no caso do uso de sulcos uma distância de 30-50 cm. Segundo os mesmos autores, deve ser feito o desbaste das plântulas quando estas atingirem de 15-20 cm de comprimento, deixando-se apenas uma planta por cova, e logo em seguida deve-se proceder a amontoa junto às plantas. 3.1.8 Sistemas de cultivo

Os sistemas de cultivo utilizados no cultivo do quiabo são: o convencional, que preconiza a realização de um manejo padronizado e baseado em recomendações técnicas para a cultura, considerando operações de preparo (aração e gradagem) e correção do solo (adubação), de preparo das sementes, irrigação, tratos culturais e colheita; e o cultivo protegido, feito em casas de vegetação ou túneis onde a cultura desenvolve-se em um ambiente alterado climaticamente o que possibilita ao produtor ter um melhor controle sob o desenvolvimento da cultura, tratando com maior eficiência eventuais problemas que possam surgir como doenças e pragas ou mesmo evitando a presença dos mesmos na lavoura.

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3.1.9 Sistemas de irrigação

Filgueira (2003) relata que a cultura apresenta poucas exigências hídricas. Desse modo recomenda-se cuidado para não fornecer água em quantidades que possam prejudicar o desenvolvimento da cultura e propiciar o aparecimento de doenças fúngicas e bacterianas, bem como não fornecer água abaixo da necessidade demandada pela cultura. A irrigação somente é utilizada no outono-inverno, sendo feita geralmente no sulco (com uso de regadores ou por gotejamento) e por aspersão, elevando-se os aspersores em tripés.

Minami et al. (1997) relatam que não existem especificações quanto ao sistema de irrigação para a cultura do quiabo, porém quando os agricultores fazem uso do mesmo preferem a irrigação por sulco como pode ser visto nas figuras 3 e 4.

Figura 3: Irrigação por sulco na cultura do quiabeiro.

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Figura 4: Sulco de irrigação.

No entanto, Azevedo (S.D.) aponta o método de irrigação por aspersão como o mais utilizado para esta cultura, sendo que, quando a mesma estiver em estágio mais avançado de seu desenvolvimento os aspersores devem ser colocados sobre tripés para não danificá-la. O autor ressalta ainda que apesar de ser uma planta resistente à falta de água, o quiabeiro não suporta grandes períodos de seca, principalmente quando encontra-se na fase de germinação.

3.1.10 Tratos culturais

Por ser bastante rústica a cultura exige poucos tratos culturais. Deve ser feito o desbaste das plantinhas no caso da semeadura direta ao atingirem 15 a 20 cm de altura, deixando-se de 1 a 2 por vez; e o controle das plantas invasoras que é efetuado mediante técnicas mecânicas ou manuais, recomendando-se que se evitem capinas profundas para que não sejam causados danos às raízes (Filgueira, 2003).

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Conforme o autor, alguns produtores com o objetivo de revigorar a produção realizam a poda de renovação que se baseia no corte da haste a 15-20 cm do solo feito aos 5-6 meses após o plantio ou aos três meses após o início da colheita.

Silva (S.D.) destaca que as capinas devem ser feitas de modo a propiciarem um ambiente limpo durante todas as fases de desenvolvimento da cultura. Como auxílio para o controle das plantas daninhas pode-se fazer a aplicação de produtos químicos registrados como o Treflan e Trifluralina Nortox.

Azevedo (S.D.) enumera como tratos culturais, principalmente: 1- Poda

O método tem por objetivo fazer com que a planta retome o seu potencial produtivo principalmente por volta dos três meses de colheita, que é quando a planta costuma apresentar quedas na produção.

Consiste em realizar o corte da haste principal na altura de 20 cm do solo, tomando-se o cuidado de utilizar algum fungicida na região do corte para evitar o ataque de patógenos.

Para a obtenção de melhores resultados é recomendada a realização de uma adubação nitrogenada em cobertura 15 dias antes.

Este trato cultural foi inicialmente realizado pelos olericultores do Rio de Janeiro e vem demonstrando bons resultados sendo recomendado para qualquer região produtora desta cultura.

2- Desbaste

Técnica indispensável feita quando as plantas apresentam em torno de 20 cm de altura para que se possa obter uma maior uniformidade na lavoura já que a cultura tem como

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característica a desigualdade das sementes na germinação e emergência, sendo necessária a semeadura de mais sementes por cova ou metro linear de sulco.

Na prática o agricultor deve deixar uma ou duas plantas por cova, quantidade que vai variar em função do espaçamento adotado.

3- Pulverizações preventivas

Preconizam através de pulverizações preventivas na lavoura evitar, diminuir a incidência ou mesmo eliminar focos iniciais de muitas doenças e pragas que incidem sobre o quiabeiro, principalmente as que apresentam rápido desenvolvimento.

Comumente são realizadas duas pulverizações preventivas com uso de um defensivo agrícola associado a um inseticida, sendo que a primeira é feita quando a planta está com 60 cm de altura, e a segunda aproximadamente dois meses após o início da colheita.

4- Capina

Trato cultural fundamental para a sobrevivência do quiabeiro porque busca eliminar as ervas daninhas que competem com a cultura por espaço, absorção de nutrientes e luz.

Geralmente são realizadas duas capinas durante todo o ciclo produtivo sejam elas manuais ou mecanizadas. 3.1.11 Anomalias fisiológicas

De acordo com Filgueira (2003), as anomalias fisiológicas mais comuns observadas na cultura são as quedas de flores e frutos novos que podem ser ocasionadas pelo frio

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rigoroso, além do aspecto enegrecido que alguns frutos podem apresentar caso sofram injúrias durante a colheita. 3.1.12 Principais doenças

As doenças que comumente acometem a cultura do quiabeiro durante o seu ciclo produtivo são descritas por diversos autores em inúmeras publicações: 1- Mosaico comum

Causada por vírus existentes em outras Malváceas. Sua transmissão se dá através da mosca-branca (Bemisia tabaci), bem como por ferramentas de trabalho contaminadas. Os sintomas são manchas cloróticas nas folhas atacadas que também apresentam bolhas no limbo.

Seu controle pode ser feito através do combate do inseto transmissor, uso de ferramentas não contaminadas, ou com o plantio de variedades resistentes (Azevedo, S.D.). 2- Ascoquitose (Ascochyta abelmoschi)

Doença que provoca a queima das folhas e da região do caule causando o aparecimento de lesões irregulares de formato arredondado que com o passar do tempo, tornam-se pardo-acinzentadas desprendendo-se e deixando o limbo foliar, o pecíolo ou as hastes e frutos com furos.

A transmissão ocorre através de sementes infectadas e o controle pode ser feito com uso de sementes sadias e tratadas, com queima dos restos culturais e com rotação de culturas (Minami et al., 1997).

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3- Apodrecimento das hastes (Pseudomonas cichorii)

Segundo o mesmo autor a sintomatologia desta doença manifesta-se através do aparecimento de uma necrose escura na superfície da haste principal que progride em direção ao ápice da planta podendo atingir ainda as hastes secundárias, ocorrendo também a podridão interna com perda de consistência da medula tornando as plantas suscetíveis ao tombamento.

Não existe nenhum controle para a doença, porém recomenda-se evitar o cultivo em condições de alta umidade e a remoção das plantas afetadas para se evitar a disseminação do patógeno. 4- Cercosporiose (Cercospora eugeniae)

Doença causada por fungos do gênero Cercospora que atacam as folhas provocando o surgimento de manchas de diversas formas e cores dependendo da espécie.

O controle pode ser feito através de uma seqüência de pulverizações com produtos adequados (Azevedo, S.D.). 5- Mancha angular (Xanthomonas esculenti)

De acordo com Azevedo (S.D.) a Mancha angular é uma doença causada por bactérias do gênero Xanthomonas esculenti que afeta principalmente as folhas provocando o aparecimento de manchas angulares ou crestamento nas margens do limbo foliar.

O controle da doença é feito com o uso de produtos específicos pulverizados sobre a cultura.

Filgueira (2003) enumera como principais doenças na

cultura do quiabeiro:

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6- Murcha-verticilar (Verticillium dahliae)

Doença causada por um fungo que produz clorose nas folhas e murcha das brotações laterais, que pode evoluir para a morte da planta.

O controle pode ser feito com o uso de cultivares resistentes, sementes sadias, rotação de culturas com pastagens ou cereais e tratamento de sementes.

7- Oídio ou cinza (Erysiphe polygoni)

A doença provoca o aparecimento de manchas esbranquiçadas e pulverulentas na face inferior das folhas. Desenvolve-se principalmente em temperatura amena e baixa umidade relativa do ar.

No controle recomenda-se o uso de fungicidas sistêmicos, específicos.

8- Podridão-úmida (Pseudomonas syringae)

A doença é caracterizada pelo surgimento de podridões de coloração escura na polpa. Alta umidade relativa no ar e temperatura amena favorecem o desenvolvimento e proliferação da doença.

No controle recomenda-se o uso de cultivares resistentes e pulverizações com fungicidas cúpricos.

9- Nematóide-das-galhas (Meloidogyne spp.)

Os nematóides-de-galha ocasionam inchaços nas raízes e mau desenvolvimento das plantas.

No controle recomendam-se medidas como rotação longa com culturas não afetadas (pastagem; cana-de-açúcar);

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rotação com plantas antagônicas ao nematóide (cravo-de-defunto).

10- Crestamento-das-folhas (Xanthomonas campestris pv. malvacearum)

Doença que tem como agente causal uma bactéria que ocasiona o surgimento de manchas angulosas e queima das margens do limbo foliar (das folhas mais velhas para as mais novas). Umidade relativa do ar elevada e temperatura amena são os principais fatores que favorecem o desenvolvimento da doença.

Para o controle recomenda-se o uso de cultivares resistentes; pulverizações com fungicidas cúpricos. 3.1.13 Principais pragas

As pragas mais observadas na cultura do quiabo são descritas a seguir.

1- Pulgão

Os pulgões são pequenos insetos (2-3 mm de comprimento), sugadores, de cor verde ou preta e corpo de consistência mole, que ao sugarem a seiva dos tecidos das folhas e brotos novos causam encarquilhamento, amarelecimento e enrolamento das folhas, além de serem vetores e transmissores do vírus do mosaico (CMV-Pn) (Filho et al., 2005).

Os mesmos autores descrevem o período chuvoso como a época de maior ocorrência deste inseto, e aponta como medidas de controle a pulverização das plantas em especial nos brotos jovens com inseticidas à base de malation ou dimetoato

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(na dose de 1 ml/litro) assim que surgirem as primeiras colônias. 2- Tripes

Botton et al. (2005) caracterizam os tripes como pequenos insetos de corpo alongado, asas franjadas, e aparelho bucal picador sugador. Na sua maioria apresentam hábitos fitófagos e de sucção de seiva, podendo também atuar como inimigos naturais, polinizadores, fungíforos e ectoparasitos.

Os mesmos autores descrevem ainda que os tripes atacam principalmente as partes aéreas das plantas como folhas, flores, frutos e órgãos internos, sugando sua seiva e ocasionando o surgimento de pontos escuros nos locais das picadas, sendo que também realizam posturas no interior dos tecidos vegetais.

A planta atacada perde sua coloração, sendo que as reações produzidas variam conforme a parte atacada. As flores têm seus órgãos reprodutivos afetados e os frutos (em especial os recém-formados e em desenvolvimento) podem sofrer abortamento ou danos qualitativos, ou seja, surgimento de manchas e cicatrizes (Botton et al., 2005).

Ainda segundo os autores, pode-se fazer o controle destes insetos através de medidas culturais como a eliminação de plantas hospedeiras no interior e nas proximidades das áreas de cultivo, além do uso de armadilhas de coloração azul no interior dos canteiros e, nos casos de alta infestação recomenda-se o controle químico com o uso de inseticidas.

No Brasil, faltam estudos sistemáticos que definam as espécies que atuam na cultura.

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3- Broca-da-raiz (Eutinobothrus brasilienses)

O ataque desta praga se dá através das larvas de um besouro que penetram na planta, na altura do colo do caule e descem para a raiz onde formam galerias, comprometendo o seu sistema radicular.

O controle pode ser feito com aplicação de inseticida nos sulcos ou covas de plantio (Azevedo, S.D.).

4- Formiga lava-pés (Solenopsis saevissima)

De acordo com Minami et al. (1977) estas formigas atacam as raízes, caules e frutos novos agrupando-se em colônias na altura do colo da planta junto ao solo, podendo ocasionar prejuízos às flores e em certos casos ao ponteiro principal destruindo-o por completo. 5- Ácaros verdes e vermelhos

Conforme os mesmos autores os ácaros vermelhos formam teias para a deposição dos seus ovos e produzem manchas esbranquiçadas na face inferior da folha e bronzeadas na face superior.

Já os ácaros verdes não formam teias e seu desenvolvimento ocorre nas folhas, onde os mesmos produzem pequenas manchas amareladas.

Para o controle recomenda-se o uso de acaricidas específicos e irrigação por aspersão para lavagem das folhas.

6- Lagarta-Rosada

As lagartas dos gêneros Pectinophora e Platyedra atacam os frutos jovens alimentando-se de suas sementes. O agricultor deve estar atento à presença de plantações de algodão

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nos arredores da área de cultivo do quiabeiro visto que a lagarta-rosada é praga muito comum nesta cultura, sendo necessário tomar medidas preventivas em casos positivos (Azevedo, S.D.). 7- Saúvas

Pertencentes ao gênero Atta, as saúvas são uma das pragas que mais causam danos na agricultura.

Recomendam-se cuidados especiais nos casos em que houver a presença de cultivos de mandioca perto da cultura do quiabeiro, pois a mesma é uma das culturas preferidas das saúvas.

No caso da cultura do quiabo, as saúvas costumam atacar à noite.

O controle é feito com iscas granulosas de formicidas colocados nas trilhas formadas pelas saúvas até o ninho e com formicidas em pó, bombeados diretamente nos ninhos (sauveiros) com o auxílio de uma bomba própria para esta aplicação (Azevedo, S.D.).

3.1.14 Colheita e comercialização

O ponto de colheita é definido através da análise dos

frutos, que devem ter aspecto tenro e suas pontas podem ser quebradas com facilidade. O processo pode ser feito utilizando-se canivetes afiados, os quais serão usados para o corte dos pedúnculos que deve ser feito rente aos frutos e sem causar ferimentos ou injúrias. Para que se obtenha um bom rendimento e qualidade ao final do processo além de melhores produtividades, recomenda-se que as colheitas sejam feitas diariamente ou em dias alternados. Deve-se evitar a permanência de frutos em estádio acelerado de maturação na planta devido ao fato de os mesmos prejudicarem o

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desenvolvimento de novos frutos, reduzindo a produtividade (Filgueira, 2003).

Azevedo (S.D.) recomenda que a colheita seja realizada obedecendo-se intervalos de dois dias quando no início do procedimento e de três em três dias no final do período produtivo.

A época de colheita varia de acordo com a época de semeadura e com a cultivar utilizada. Dessa forma, cultivares nacionais plantadas nas estações primavera-verão iniciam seu período produtivo em torno de 60-75 dias após a semeadura; e as cultivares plantadas nas estações outono-inverno produzem aos 85-100 dias após o plantio. O tempo de colheita varia essencialmente em função da temperatura, onde em temperaturas favoráveis à cultura (mais elevadas _ estimulam a produção da cultura), tem-se um período de colheita entre 5-8 meses, sendo que o mesmo diminui na ocorrência de temperaturas mais amenas para 3-4 meses. A produtividade da cultura gira em torno de 20 ton/ha, porém, segundo o autor, alguns produtores já alcançaram a marca de 40 ton/ha (Filgueira, 2003).

Azevedo (S.D.) relata que como a colheita é feita manualmente (nessa e na maioria das culturas olerícolas), particularmente nessa cultura pode haver a incidência de irritação na pele e de reações alérgicas nos operários devido ao contato direto com a planta e os frutos. Para evitar o problema recomenda-se o uso de roupas especiais como macacões, por exemplo, com mangas compridas e luvas de tecido grosso. Alguns operários preferem a alternativa de realizar a colheita nas primeiras horas do dia, quando as plantas e os frutos encontram-se orvalhados na tentativa de minimizar o problema. Porém, os frutos do quiabo colhidos ainda úmidos deterioram-se facilmente e desenvolvem manchas escuras, deixando o mesmo com aspecto enegrecido, o que pode ocasionar rejeição do lote implicando em maiores perdas. Desse modo, a hora

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mais adequada do dia para a realização do processo de colheita é no final da tarde.

Minami et al. (1977) porém, recomendam que a colheita seja feita nas primeiras horas do dia, quando a planta e os frutos ainda estão cobertos pelo orvalho, visando a redução do problema de irritação na pele.

O quiabo é uma hortaliça que apresenta altas taxas respiratórias e atividade metabólica intensa. Portanto é recomendado que logo após a colheita o mesmo seja acondicionado em locais refrigerados para que ocorra um rápido resfriamento dos frutos (que deve ser feito apenas pela utilização de ar frio) visando evitar suas altas taxas de respiração e o conseqüente aumento da deterioração que se evidencia principalmente através do murchamento (Minami et al., 1977).

Segundo os mesmos autores, na busca de prolongar ao máximo o período de armazenamento foram desenvolvidas até hoje algumas técnicas que seguindo este propósito conseguiram aumentar este período para até dez dias. A primeira delas permite um armazenamento de 7-10 dias, a temperaturas de 7-10 º C e 90-95% de umidade relativa. Já a segunda proporciona um período de armazenagem estimado em até 2 semanas adotando-se 8,9 º C e 90% de temperatura e umidade relativas respectivamente.

Os autores ressaltam ainda, que o uso de filmes plásticos perfurados durante a estocagem dos frutos reduz as perdas, e que os frutos do quiabo não devem ser armazenados em temperaturas abaixo de 7 º C, pois podem ocorrer danos causados pelas baixas temperaturas, como a descoloração superficial do quiabo, o aparecimento de pequenas depressões na superfície dos frutos e sua deterioração.

Como a cultura possui altos índices de perecibilidade é fato que sua comercialização deva ocorrer poucas horas após a colheita devido ao curto período de estocagem e

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armazenamento que os frutos conseguem suportar (através de métodos convencionais onde tem-se temperatura ambiente). Porém, estudos realizados em Campinas-SP permitiram a obtenção de resultados que possibilitaram um maior período de estocagem e armazenamento dos frutos do quiabo através de um processo de resfriamento após a colheita seguido da estocagem a 8 ºC e 90% de umidade relativa do ar. Nessas condições os frutos do quiabo puderam ser conservados por um período de cinco dias, sem apresentar alterações nas suas propriedades físicas e morfológicas (ausência de injúrias ou deteriorações e de alterações na sua coloração) (Filgueira, 2003).

No que diz respeito à seleção, classificação e embalagem, Embrapa et al. (1982) recomendam que os frutos devem ser selecionados e classificados logo após a colheita, sendo que, devem ser separados por tamanho e os que não atenderem às exigências para comercialização devem ser descartados.

Ainda segundo os autores, os frutos devem ser embalados em caixas forradas com papel, de modo que os mesmos possam ser visualizados por inteiro no interior da embalagem.

De acordo com Filgueira (2003) os mercados tem preferência pelos frutos cilíndricos apresentando de 10-14 cm de comprimento e com seção circular, sendo descartados os ´´quinados´´ e de formato tortuoso. As embalagens comumente utilizadas atualmente são as plásticas, com capacidade para 20 kg. Caso o quiabo venha a se tornar um produto de exportação existe a possibilidade do uso de embalagens de papelão ondulado.

Os autores destacam, ainda, que no quesito comercialização, os melhores preços são obtidos no período da entressafra, que vai de junho a agosto.

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3.2 A Cultura do jiló (Solanum gilo)

Do mesmo modo como ocorre no cultivo do quiabo, para que se obtenham os resultados de desenvolvimento esperados para a cultura do jiló, bem como de produtividade, devem ser seguidas as recomendações padronizadas e estabelecidas para esta cultura, levando-se em consideração certas particularidades como a época e momento ideal para a semeadura, exigências termoclimáticas, nutricionais, tratos culturais, sistema de cultivo adotado, entre outros.

Kurozawa (2008) descreve o jiló sob uma análise de caracterização morfológica como uma planta herbácea, anual, com frutos de conformação alongada a arredondada, folhas inteiras de tamanho médio a grande com coloração verde-clara a verde-escura (dependendo da variedade) e flor hermafrodita (autógamas) (figura 5).

Figura 5: Flor do jiló.

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De acordo com Pesagro-Rio e Emater-Rio (1989) 100 g da parte comestível do fruto cozidas possuem em média 38 cal; 1,4 g de proteínas; 34 mg de ferro; 66 mcg de vitamina A; 0,07 mg de riboflavina; 0,07 mg de tiamina; 22 mg de cálcio; 34 mg de fósforo e 27 mg de ácido ascórbico.

Na figura 6 é possível visualizar o fruto do jiló no seu ultimo estágio de maturação.

Figura 6: Fruto do Jiló.

Segundo Filgueira (2003) em condições ideais de

cultivo o jiloeiro produz de 20 a 30 ton/ha. 3.2.1 Escolha da variedade

Dentre as cultivares existentes as que mais se destacam no cenário produtivo são: Morro Grande e Rei do Verde (variedades com frutos redondos) e Comprido Verde-claro e Tinguá (variedades com frutos alongados) (Kurozawa, 2008).

Filgueira (2003), porém, relata que as cultivares disponíveis (todas brasileiras), são: a cultivar Comprido Grande

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Rio – popularmente conhecida no Rio de Janeiro – que caracteriza-se pela produção de frutos de formato alongados apresentando coloração verde-clara; a cultivar Morro Grande – tradicionalmente conhecida em São Paulo – que caracteriza-se pela produção de frutos de formato globulares apresentando coloração verde-escura; e a cultivar Tinguá que produz frutos com formato intermediário e coloração verde-clara, sendo que esta última apresenta resistência à doenças como antracnose e à murcha-bacteriana.

Já Silva (S.D.) divide as cultivares em dois grupos: tipo redondo que compreende as cultivares Verde-Escuro, Morro-Grande e Morro-Redondo; e tipo comprido que compreende as cultivares Verde-Claro, Grande-Rio e Tinguá.

Carvalho et al. (2001) agrupam as variedades de acordo com as regiões onde cada uma tem maior incidência. O mercado do Rio de Janeiro tem preferência pelas variedades que produzem frutos alongados e de coloração verde-claro, como Tinguá, Comprido Verde Claro, Comprido Grande Rio, Comprido Irajá, Português, Gigante Teresópolis e Tinguá Verde Claro. Já o mercado do estado de São Paulo, na região conhecida como cinturão-verde, prefere as variedades Morro Grande, Morro Redondo e Graúdo Morro Redondo que possuem maior aceitação no mercado da capital paulista. 3.2.2 Clima e época de plantio

Por ser uma planta de clima quente e muito exigente em temperatura a época de plantio mais indicada para o jiló encontra-se entre os meses de setembro a fevereiro, sendo que também é cultivado ao longo do ano, porém em regiões de baixas altitudes e que apresentam inverno suave, visto que a cultura é bastante sensível ao frio (Carvalho et al., 2001).

De acordo com Silva (S.D.) no Distrito Federal o jiló pode ser cultivado o ano todo, porém as épocas caracterizadas

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por apresentarem melhores preços para comercialização do produto vão de novembro a março.

Para o plantio, visando-se uma melhor uniformidade das mudas, menor incidência de plantas daninhas num primeiro momento (evitando competição entre as plantas daninhas e as mudas), melhor sanidade e aproveitamento da área de plantio entre outros fatores, recomenda-se que seja feito através da produção de mudas. As mudas podem ser plantadas em bandejas de isopor ou copinhos utilizando-se espaçamentos de 120-150 x 80-100 cm (Filgueira, 2003).

Filgueira (1987) aponta que o transplante das mudas deve ser feito quando as mesmas apresentarem 6 folhas definitivas e atingirem 15 cm de altura.

3.2.3 Escolha e preparo do solo

Em relação ao tipo de solo por ser uma cultura rústica, em relação às demais solanáceas, o jiló é menos exigente em nutrientes e mais tolerante à acidez, motivo pelo qual geralmente não se fazem aplicações de calagem para o seu cultivo (Carvalho et al., 2001; Filgueira, 2003).

Ainda segundo o autor, o jiló apresenta melhor desenvolvimento em solos de textura areno-argilosa, embora apresente bons rendimentos e capacidade de adaptação a variados tipos de solo. Por ser uma cultura intolerante ao excesso de água exige solos bem drenados e cuidados na irrigação.

Conforme Carvalho et al. (2001) a cultura se desenvolve melhor em solos areno-argilosos. Porém, tem-se conseguido bons resultados nos cultivos realizados nos mais variados tipos de solo, sendo todos bem drenados, pois a cultura não tolera o excesso de água.

De acordo com Silva (S.D.) em relação à necessidade de calagem, de acordo com a análise de solo recomenda-se

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fazer a correção do mesmo quando estiver com pH abaixo de 5,5 e o teor de alumínio for superior a 0,2 cmolc/dm³.

O preparo do solo é caracterizado por uma aração e/ou gradagem de maneira que fique bem nivelado e fofo (Silva, S.D.).

Carvalho et al. (2001) destacam como operações rotineiras de preparo do solo principalmente a aração e gradagem do terreno, aplicando-se calcário sempre que necessário. Após o preparo do solo deve-se fazer o preparo das covas e as adubações orgânica e química, baseadas na análise de solo, sendo que ambos os procedimentos devem ser feitos com antecedência ao plantio das mudas. 3.2.4 Adubação orgânica

Filgueira (1987) revela a importância da adubação orgânica para a cultura ressaltando que a mesma é muito benéfica principalmente se for feita nos 30 dias que antecedem o plantio das mudas (desde que seja farta).

Na adubação orgânica pode ser usado esterco puro de galinha (2 litros de esterco por metro de sulco) além de outras fontes de matéria orgânica (Silva, S.D.).

Carvalho et al. (2001) recomendam que a adubação orgânica seja feita utilizando-se como fontes alternativas 5-8 ton/ha de esterco de ave; 10-15 ton/ha de esterco de cama de ave ou composto orgânico; e 20-30 ton/ha de esterco de curral/ha. 3.2.5 Adubação química

Silva (S.D.) recomenda como aplicação, no caso de ausência de uma análise de solo 360 g do adubo químico 04-14-08, 2 g de bórax e 2g de sulfato de zinco.

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De acordo com UFG/EMGOPA (1988) as adubações devem ser realizadas mediante a interpretação da análise de solo associada à tabela 1.

Conforme Blank e Souza (1999) as adubações nitrogenada e potássica devem ser feitas aplicando-se 40% da quantidade total no plantio e os 60% restantes na cobertura, obedecendo a 6 intervalos consecutivos de 15 dias.

Após a interpretação dos níveis de cada elemento seguida da obtenção do diagnóstico dos teores em que se encontram, procede-se à recomendação de adubação com os valores descritos na tabela 5.

Tabela 5: Recomendação de adubação fosfatada, potássica e nitrogenada de plantio para a cultura do jiló. Disponibilidade Recomendação de P e K no solo P2O5 K2O N -----------------------Kg/ha----------------------- Baixa 200 160 100 Média 160 120 100 Boa 120 80 100 Muito boa 80 50 100 Fonte: Blank e Souza (1999). 3.2.6 Adubação de cobertura

Na adubação de cobertura recomenda-se a aplicação de 60-70 kg/ha de N em parcelas de 4-5 aplicações; 60-70 kg/ha de K2O (em casos de solos pobres) em doses iguais (Filgueira, 2003).

Silva (S.D.) recomenda que a adubação de cobertura seja feita 30 dias após o transplante das mudas e em intervalos consecutivos de 30 dias após o início da colheita, com aplicações de 15 g por planta do adubo 20-00-20. No caso de

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cultivos irrigados (irrigação por gotejamento) a adubação de cobertura deve ser efetuada através de fertirrigação com aplicações dos adubos solúveis nas respectivas quantidades: 500 g do adubo 15-05-15 (aplicado na fase inicial do desenvolvimento vegetativo da cultura a cada 3 dias, por 1000 m² de canteiro); 1 kg do adubo 5-15-15 (aplicado do início da frutificação até o final da colheita também em intervalos de 3 dias, por 1000 m² de canteiro), alternando com 1,6 kg de Nitrato de cálcio.

Carvalho et al. (2001) apontam como alternativa de adubação a aplicação de duas doses de 30 Kg de N/ha, sendo a primeira realizada após o transplantio e a segunda 30 dias após a primeira aplicação. 3.2.7 Implantação da cultura: plantio e semeadura

Filgueira (2003) relata que existem basicamente dois métodos a serem seguidos pelo produtor no plantio, ambos envolvendo processos de formação de mudas para posteriormente realizar-se o transplante:

1- Plantio em sementeiras, efetuando-se posteriormente a repicagem para copinhos de papel de jornal contendo uma mistura de solo com adubos; e transplante para o campo.

2- Formação das mudas em bandejas de isopor com 128 células, contendo substrato; procedendo-se logo em seguida ao transplante.

Visando favorecer a produtividade e a longevidade da cultura, o autor recomenda espaçamentos largos de aproximadamente 110-150 x 70-100 cm.

Filgueira (1987) descreve que o transplante das mudas deve ser feito quando a planta atingir 15 cm de altura e apresentar em torno de 6 folhas definitivas.

Carvalho et al. (2001) relatam que a produção de mudas pode ser feita:

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1- De modo tradicional, ou seja, com semeadura em canteiros e repicagem para copinhos de papel utilizando-se substrato caseiro e posterior transplantio para o local definitivo. 2- Pelo método mais atual, que permite a obtenção de mudas mais uniformes e saídas e preconiza o uso de bandejas de isopor com substrato comercial que oferece maior segurança ao produtor por ser isento de pragas e doenças além de vir com os fertilizantes necessários. 3- Aquisição das mudas por meio de produtores especializados.

Segundo o mesmo autor, o transplantio das mudas para

o local definitivo é feito quando as mudas apresentam em torno de 4-6 folhas definitivas, sendo que, produtor deve realizar uma rigorosa seleção das mudas a serem transplantadas, buscando eliminar aquelas que possivelmente possam ser portadoras de doenças ou que apresentem qualquer tipo de anomalia.

No local destinado ao plantio definitivo das mudas as covas devem ter medidas aproximadas de 25 x 25 cm, cerca de 15 cm de profundidade e ao serem transplantadas as plantas devem ficar a uma profundidade maior em relação à que se encontravam durante sua fase de formação (Carvalho et al., 2001). 3.2.8 Sistemas de cultivo

Os sistemas de cultivo utilizados no cultivo do jiló são: o convencional, que preconiza a realização de um manejo padronizado e baseado em recomendações técnicas para a cultura, considerando operações de preparo (aração e gradagem) e correção do solo (adubação), de preparo das sementes, irrigação, tratos culturais e colheita; e o cultivo protegido, feito em casas de vegetação ou túneis onde a cultura

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desenvolve-se em um ambiente alterado climaticamente o que possibilita ao produtor ter um melhor controle sob o desenvolvimento da cultura, tratando com maior eficiência eventuais problemas que possam surgir como doenças e pragas ou mesmo evitando a presença dos mesmos na lavoura. 3.2.9 Sistemas de irrigação

Como a cultura possui maior resistência à seca, principalmente em relação às outras solanáceas, Filgueira (2003) recomenda que a irrigação seja feita somente no período seco (outono-inverno), quando necessário.

Silva (S.D.) revela que a irrigação (em especial a localizada _ por gotejamento) é um fator preponderante no desenvolvimento dessa cultura. Isso porque durante a irrigação são feitas as aplicações dos adubos de cobertura, através da fertirrigação.

Carvalho et al. (2001) relatam que os sistemas de irrigação mais usuais nesta cultura são por Infiltração (sulcos) ou aspersão.

3.2.10 Tratos culturais

Por apresentar rusticidade e resistência, a cultura revela-se pouco exigente em tratos culturais. Os principais estão voltados para a irrigação que é recomendada principalmente para o período seco e para o uso de estacas (estaqueamento) utilizando-se varas de aproximadamente 80 cm de comprimento (Filgueira, 2003).

Silva (S.D.) atenta para a importância de se manter limpo o terreno cultivado durante todos os estádios de desenvolvimento da cultura. Segundo o autor não existe nenhum herbicida registrado para o controle de plantas daninhas na cultura. Como alternativa recomenda-se o uso de

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Mulching (cobertura morta com plástico preto _ método associado principalmente ao tipo de irrigação por gotejamento).

Carvalho et al. (2001) apontam como principais operações a serem realizadas: as capinas que devem ser realizadas manualmente ou com auxílio de maquinário (microtrator); e a irrigação, que se faz necessária principalmente nos períodos mais secos (outono-inverno) que podem comprometer a produtividade da área. 3.2.11 Anomalias fisiológicas

De acordo com Filgueira (2003) a ocorrência de anomalias fisiológicas é pouco comum na cultura do jiló, com exceção de cultivos submetidos a baixas temperaturas (durante o inverno, por exemplo), onde pode ocorrer a queda de flores e frutinhos. 3.2.12 Principais doenças

As principais doenças observadas na cultura são descritas a seguir. 1- Requeima (Phytophthora infestans)

O fungo penetra a planta através de aberturas naturais ou ferimentos penetra a planta colonizando os tecidos e provocando a murcha das plântulas (em sementeiras). Seu ciclo é caracterizado pela ampla gama de hospedeiros que o patógeno possui entre eles espécies da família das solanáceas como o jiló. Possui variadas estruturas de sobrevivência (no solo e em restos de culturas) como clamidósporos e oósporos. Sua disseminação ocorre principalmente pelo escoamento de água no solo, por mudas e solo (aderido a implementos agrícolas) contaminados. As condições favoráveis ao seu

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desenvolvimento estão relacionadas a fatores como: temperatura (entre 22-28 ºC), longos períodos de chuva e solos com má drenagem (Filha et al., S.D.).

Segundo os mesmos autores, seu controle pode ser feito tomando-se algumas medidas preventivas tais como: não realizar plantios em períodos quentes e úmidos; plantar em solos com boa drenagem; uso de cultivares resistentes; não fornecer água em excesso; e fazer rotação de culturas com gramíneas (por cerca de 3 anos).

2- Antracnose (Colletotrichum gloesporioides)

Conforme descreveu Filgueira (2003) a doença é causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, ocasiona danos mais agravados nos frutos caracterizados por lesões pardas e deprimidas. As condições propícias ao seu desenvolvimento são principalmente temperatura e umidade elevadas. O controle pode ser feito utilizando-se cultivares resistentes (Tinguá). 3- Mancha de estenfílio (Stemphylium solani)

Ataca as plantas na fase de muda e quando estão adultas, ocasionando o surgimento de lesões pardas e pequenas (Pesagro-Rio e Emater-Rio, 1989).

Ainda segundo o autor, seu controle pode ser feito com tratamento químico (uso de fungicidas cúpricos); realizando-se o plantio em área arejada; fazer rotação de culturas; destruir os restos culturais ao final de cada ciclo da cultura; e uso de sementes provenientes de frutos sadios.

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4- Nematóides (Meloidogyne sp.)

A sintomática da doença caracteriza-se principalmente pelo aparecimento de áreas engrossadas e encaroçadas (galhas) nas raízes, além do amarelecimento das folhas mais velhas, podendo evoluir nos casos mais severos para murcha e até a morte da planta (Pesagro-Rio e Emater-Rio, 1989).

O autor destaca ainda que para o seu controle recomendam-se práticas como a não realização do plantio em áreas onde anteriormente houve incidência da doença; a rotação de culturas; e o plantio em solo esterilizado ou livre de nematóides.

5- Murcha bacteriana (Pseudomonas solanacearum)

Ataca as plantas causando podridão das raízes e escurecimento dos vasos, podendo também aparecer em alguns casos sintomas típicos de murcha na parte aérea (Pesagro-Rio e Emater-Rio, 1989).

De acordo com os autores, o controle da doença pode ser feito através do isolamento dos focos da doença; de medidas preventivas; rotação de culturas com gramíneas; cuidados na irrigação; e com a procedência da água. 3.2.13 Principais pragas

As pragas mais observadas na cultura do jiló são descritas a seguir.

1- Lagarta rosca

Inseto de hábitos tipicamente noturnos, em sua fase jovial (lagarta) vive durante o dia próximo às plantas enterrado no solo. Causa danos às raízes e à base do caule na região do

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coleto da planta, ou pouco abaixo da superfície do solo, atacando a planta após a germinação e no período de perfilhamento, causando danos consideráveis (Carvalho et al., 2001).

2- Mosca Branca

Consiste em um inseto de coloração clara e tamanho bastante reduzido cujo ataque afeta principalmente a fisiologia da planta (Carvalho et al., 2001).

Segundo os mesmos autores, ocasiona danos diretos através da sucção da seiva da planta, além de injetar toxina nas folhas durante o ataque reduzindo a fotossíntese e provocando secreções açucaradas que favorecem o aparecimento de outras pragas como formigas, ou doenças, como os vírus e fungos.

Os autores ressaltam ainda que os sintomas são percebidos principalmente nos frutos, que após o ataque apresentam-se sem coloração, totalmente brancos e fora do padrão comercial, além de apresentarem amadurecimento irregular, prejudicando sua qualidade comercial.

Além destas, são também pragas características da

cultura o pulgão e o tripes, já descritos anteriormente.

3.2.14 Colheita e comercialização

Recomenda-se que a colheita seja iniciada com os frutos ainda imaturos (figura 7) e as sementes tenras, visto que os frutos maduros não são adequados para consumo e, portanto não possuem interesse comercial (Filgueira, 2003).

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Figura 7: Frutos de jiló imaturos.

Filgueira (1987) relata que as colheitas iniciam-se

aproximadamente 80-100 dias após a semeadura, podendo estender-se por mais de 100 dias, o que possibilita inclusive a realização de uma nova colheita na primavera seguinte, após o inverno (caso seja feita uma cobertura com nitrogênio e recomecem as irrigações).

Conforme Carvalho et al. (2001) o processo da colheita é feito manualmente (figura 8) e tem início cerca de 80-100 dias após a semeadura, podendo o mesmo estender-se a três meses ou mais, dependendo das condições fitossanitárias e do manejo ao qual está sendo submetida a cultura. Os frutos devem ser colhidos ainda verdes, com um pedaço do pedúnculo.

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Figura 8: Processo de colheita.

Os autores relatam que geralmente o rendimento oscila

entre 20-30 ton/ha, e que durante a comercialização os frutos são classificados em extra e especial.

Posteriormente à colheita os frutos são selecionados e passam por processos de limpeza, para então serem embalados em caixas plásticas com capacidade para 300-500 g. A produtividade varia em torno de 20-30 ton/ha (Filgueira, 2003).

Conforme Figueiredo et al. (2003) durante a seleção dos produtos para comercialização são priorizados alguns fatores imprescindíveis para a obtenção de um produto final de qualidade:

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1- Ausência de lesões A presença de lesões reduz o valor do produto além de

ser porta de entrada para fungos e bactérias e aumentar a perda de água ocasionando murchamento. 2- Boa aparência e aspecto

Esta característica assegura que o produto foi colhido no período correto de maturação e, portanto, apresenta todas as suas propriedades conservadas como bons valores nutricionais, sabor característico e possui um maior tempo de conservação.

3- Limpeza e higiene

Uma hortaliça limpa e higienizada representa um produto saudável e livre de contaminações.

4- Ausência de manchas

A presença de manchas reduz o valor do produto devido ao escurecimento ocasionado pelas mesmas na área afetada, além de revelar que a hortaliça apresentou um amadurecimento desigual.

Os autores relatam que um produto de qualidade deve possuir características básicas como frescor, boa higiene e limpeza, bom aspecto visual (ausência de furos e manchas) com coloração bonita.

Os principais canais de comercialização para a cultura do jiló são principalmente feiras, mercados varejistas (sacolões e supermercados) e centros atacadistas onde o preço varia conforme a região, o local e de acordo com o sistema de embalagem.

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Figueiredo et al. (2003) descrevem os canais de comercialização como importantes estruturas funcionais que consistem em uma forma de organizar os produtos e assim disponibilizá-los para atender às demandas. 4. PLANO DE NEGÓCIO

4.1 Identificação da empresa

Para que seja possível avaliar a dinâmica da empresa, com todas suas atribuições além das finalidades e objetivos que justificam sua implantação, foram listados alguns dados de identificação na tabela 6.

Tabela 6: Identificação da empresa. Identificação da empresa Agroindústria de produção e

comercialização de quiabo e jiló Fazenda Brasília - FB.

Nome Fantasia Hortaliças FB. Endereço Fazenda Brasília Quinhão 07. Cidade Planaltina-GO. CEP 73750-000. Endereço eletrônico [email protected] CNPJ 54.846.257/6795-23 Inscrição estadual 54.984.65 Atribuição do empreendimento

Produção e comercialização de quiabo e jiló no comércio varejista.

Público-Alvo Classes B e C.

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4.1.1 Estrutura organizacional e descrição de atividades.

Na figura 9 é apresentado um organograma que descreve esquematicamente a organização hierárquica da empresa.

O proprietário é responsável pela gerência da empresa,

pela tomada de decisão e controle geral da atividade. O responsável técnico e idealizador da atividade é

responsável pela supervisão de todos os trabalhos que envolvem o manejo e os tratos culturais de cada cultura.

Os funcionários são responsáveis pela realização de todos os trabalhos que envolvem o manejo e os tratos culturais de cada cultura. 4.1.2 Objetivos da empresa

Promover a consolidação do empreendimento proposto através da produção inicial de duas espécies de hortaliças (quiabo e jiló), para consumo in natura visando atender num primeiro momento o comércio varejista local. Posteriormente,

Proprietário/Gerente

Responsável Técnico

Funcionário 02 Funcionário 01

Figura 9: Organograma da empresa.

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espera-se expandir a área cultivada, o que possibilitará atender o comércio atacadista e varejista local. 4.1.3 Visão

A empresa terá seu diferencial fundamentado na qualidade dos produtos produzidos com base em uma agricultura familiar de tradição e compromisso com a satisfação do consumidor.

4.1.4 Missão

Promover uma atividade que venha a atender à demanda pelos produtos sugeridos assegurando a lucratividade, viabilidade do empreendimento e possibilitar a implantação de outras atividades relacionadas a essa área que venham a somar pontos para o crescimento da atividade produtiva como um todo.

4.1.5 Valores

Profissionalismo, compromisso com a segurança e a integridade de todos os membros da empresa, transparência no atendimento, espírito empreendedor. 4. 2 Análise de mercado

O público-alvo é caracterizado principalmente pela população local, representada em sua maior parte por famílias de baixo poder aquisitivo.

Através de análises realizadas, ficou evidente a necessidade de produção de um produto que seja acessível a todas ou pelo menos à maior parcela da população local (mais desfavorecida financeiramente).

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Com base nos dados, o produto a ser produzido deve ter origem/procedência conhecida. O processo produtivo deve apresentar um nível intermediário, ou seja, não pode ser demasiadamente avançado tecnologicamente a ponto de ocasionar o aumento substancial do preço do produto final, tão pouco pode apresentar baixa tecnificação, a ponto de comprometer a qualidade e comercialização do mesmo.

Inicialmente a demanda potencial para o produto é evidenciada pelo mercado consumidor local. A distribuição do produto ocorrerá principalmente na feira alimentícia situada no centro comercial da cidade, residências credenciadas e mercados (pequeno a grande porte) situados nas proximidades da empresa.

Os fornecedores estão localizados nas imediações próximas à empresa, são representados principalmente por agropecuárias e filiais de revendas, ambos responsáveis pelo fornecimento de sementes, adubos, defensivos, equipamentos de proteção individual e ferramentas em geral, utilizadas no processo produtivo (enxada, matraca, pá, entre outras). As condições e facilidades oferecidas por estes centros comerciais estão relacionadas principalmente a fatores como: maiores prazos de amortização das dívidas; maiores parcelamentos; descontos e isenção do pagamento de juros por eventuais atrasos nas parcelas.

Segundo informações obtidas junto à Agência Rural (CEAGRO) localizada em Planaltina-GO referentes ao ano de 2008, o grupo de concorrentes é formado principalmente por produtores da região. Comercializam hortaliças e folhagens em geral, sendo que, atualmente existem 40 (quarenta) produtores comercializando produtos de hortaliças a nível comercial (entregando sua produção no CEASA-DF e o excedente da produção na feira de alimentos da cidade), sendo 4 (quatro) produtores de jiló, 8 (oito) de quiabo, e os 28 restantes de folhagens. Em nível de comercialização local (na feira

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alimentícia), existem mais de 100 produtores, sendo 20 (vinte) de quiabo, 20 (vinte) de jiló e os 60 restantes produtores de folhagens. Os pontos fortes da concorrência baseiam-se principalmente uso intensivo de mecanização, tecnificação, pela eficiência, eficácia, responsabilidade e idoneidade na produção. 4.2.1 Análise SWOT

Abaixo na tabela 7, é apresentada uma análise inicial sobre o ambiente interno da empresa, onde são apontados os pontos fortes e fracos que podem ou não ocorrer sendo benéficos ou não para o futuro da empresa. Através desta análise espera-se identificar quais são esses pontos e assim prever medidas que possam manter a empresa em equilíbrio caso aconteça alguma adversidade.

Seguindo esse ponto de vista, na tabela 8 são apontadas as prováveis oportunidades e ameaças às quais a empresa está sujeita no decorrer do seu processo produtivo. Tabela 7: Análise SWOT, ambiente interno.

Ambiente Interno Pontos fortes Pontos fracos

Qualidade do produto. Custo de produção

Segurança no processo de produção.

Desestímulo diante de novos problemas podendo levar ao abandono da atividade

Capacitação de todos os envolvidos no processo produtivo

Uso de agrotóxicos

Experiências anteriores na área

Instabilidade financeira

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Ambiente Interno Pontos fortes Pontos fracos

Uso racional dos recursos envolvidos no processo

Localização privilegiada da propriedade

Tabela 8: Análise SWOT, ambiente externo.

Ambiente Externo

Oportunidades Ameaças Surgimento de novas unidades de comercialização

Aumento da concorrência

Em bancos: surgimento de condições especiais para financiamentos destinados aos produtores de hortaliças

Surgimento de novas pragas e doenças

Possibilidade de futuras parcerias com agroindústrias

Incerteza de preços viáveis

Incerteza de mercado para comercialização do produto

4.3 Plano de marketing 4.3.1 Estratégias de Marketing 4.3.1.1 Produto

O quiabo é um vegetal de coloração verde de importância relevante na alimentação. Apresenta boas características nutricionais como: baixo nível calórico; boa quantidade de vitaminas A e C; sais minerais (fósforo, ferro e cálcio), entre outros (Sua Pesquisa, 2007).

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Seu preparo pode ser feito de maneiras diversas, sendo mais consumido na forma refogada, em sopas e ensopados. Devido à sua boa digestibilidade, é eficaz contra infecções dos intestinos, bexiga e rins. Segundo Alfons Balbach (1971), possui propriedades medicinais: atua como ´´laxante mecânico´´, sendo indicado para casos de pneumonia e bronquite.

O jiló é uma hortaliça anual que possui gosto amargo característico sendo muito recomendado para regimes alimentares devido ao seu baixo valor calórico. Possui quantidades consideráveis de sais minerais (cálcio, fósforo e ferro); além das vitaminas A, C, e do complexo B. Consiste numa boa fonte de carboidratos e proteínas, possuindo importantes aplicações na medicina: tratamento de distúrbios hepáticos e dispepsia biliar; na prevenção da pelagra; redução do colesterol (Jornal Livre, 2008).

Possui também propriedades antidiarréticas e é muito utilizado na sua forma cozida para tratamento de resfriados, gripes e estados febris.

A embalagem de ambos os produtos é composta por uma bandeja de isopor; rótulo com a logomarca da empresa, informações padronizadas de cada produto, envolta em papel filme.

As quantidades dos produtos em cada embalagem vão variar conforme a demanda. Inicialmente serão oferecidas quantidades de 300g de cada produto por embalagem.

Os produtos apresentam bons diferenciais em relação à concorrência como: boa seleção para acondicionamento nas embalagens; compromisso com a distribuição de um produto sempre fresco e em condições ideais de consumo (entregas em domicílio, na feira local e em supermercados varejistas), além de preços promocionais.

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4.3.1.2 Preço

A metodologia usada na formação dos preços de ambos os produtos é feita de modo tradicional, onde é aplicado um percentual (markup) sobre o custo dos produtos. Este método visa cobrir os custos de produção e possibilitar uma margem de lucro satisfatória para a empresa, sendo que, são também descontados no cálculo os encargos que incidem sobre o preço de venda (impostos, comissões, etc.) (IEF, 2009).

A dinâmica do preço do quiabo é influenciada principalmente pela época de safra que ocorre nos os meses de janeiro a maio. Nesse período o preço do produto é reduzido devido a uma maior oferta do mesmo. Conseqüentemente na época da entressafra, período que vai de junho a dezembro, os preços são maiores em função de uma menor oferta do produto.

Na cultura do jiló, semelhante ao que ocorre com a cultura do quiabo, o preço também é influenciado pela época de produção. A época de produção do jiló tem seu auge no mês de maio, onde devido à grande oferta do produto os preços são baixos. Em geral, os preços também apresentam oscilações perceptivelmente baixas nos meses de janeiro a junho.

Através de pesquisas de preço realizadas em 13/11/08, verificou-se que no município de Planaltina-GO os preços para os respectivos produtos nas respectivas quantidades com embalagens padronizadas, variam em torno de R$ 1,44 a R$ 1,50 por kg de cada produto. 4.3.1.3 Ponto

Os locais de venda e distribuição dos produtos encontram-se localizados nas imediações próximas à propriedade, fator que favorece a empresa no que se refere à garantia no fornecimento de produtos sempre frescos e prontos para o consumo.

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O transporte da produção é feito através de automóveis da cooperativa onde os produtos são entregues e posteriormente repassados aos pontos de venda e comercialização. 5. ESTUDO DE CASO 5.1 Localização

O presente estudo foi realizado na Fazenda Brasília Quinhão 07, localizada no município de Planaltina-GO, com as coordenadas aproximadas: latitude 15°25'1.53"S, longitude 47°38'11.71"O.

Atualmente a fazenda apresenta uma área total de 145,2 hectares, sendo destinados: 29,04 hectares à área de reserva legal como prevê a legislação (20% do terreno); 2 hectares ao cultivo de hortaliças diversas; e o restante dividide-se entre as atividades de plantio de soja e pecuária leiteira desenvolvidas na propriedade.

A área de 1 hectare destinada ao cultivo das duas culturas será dividida em 6 talhões com 1617 m² cada um totalizando uma área de cultivo de 9702 m² com 4 corredores laterias de 0,5 x 100 m cada e um corredor central de 2 x 49 m. 5.2 Pré-plantio

Inicialmente será feito o preparo da área destinada ao plantio realizando-se operações de limpeza, aração, gradagem e lavração no terreno, adotando-se a profundidade de trabalho de 20 cm, além da abertura de sulcos de adubação e para a semeadura, e da fixação das estacas e arames para o tutoramento no cultivo do jiló.

Posteriormente serão feitas adubações orgânicas e químicas (calagem) de correção e em seguida de plantio, ambas nos sulcos de adubação e baseadas na análise de solo da

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área. De modo semelhante às operações anteriores estes procedimentos também serão realizados considerando-se a camada agricultável (20 cm). 5.3 Quiabo 5.3.1 Escolha da cultivar

A cultivar utilizada será a Santa Cruz 47, por ser uma planta vigorosa e desprovida de fibras apresentando, também, resistência contra a murcha-verticilar e a podridão-úmida dos frutos. 5.3.2 Espaçamento

O espaçamento usado será de 1,00 x 0,50 m (linhas x plantas), totalizando 98 plantas por linha sendo 33 linhas, contabilizando uma população de 3234 plantas em um talhão de 1617 m² e de 9702 plantas na área total de 4851 m².

5.3.3 Irrigação

O método de irrigação utilizado neste projeto será por sulco.

A água utilizada neste projeto de irrigação é proveniente de uma nascente, cujo curso natural da água segue próximo a área de cultivo até chegar ao córrego situado nos fundos da propriedade.

Como a nascente está situada acima da área de cultivo será feita apenas a abertura dos sulcos de irrigação para a condução da água até as culturas, dado ao fato de que a declividade que o terreno apresenta dispensa o uso de aparelhos propulsores como a motobomba.

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Considerando-se o fato de ambas as culturas apresentarem sensibilidade a umidade excessiva e constante, a abertura dos sulcos de irrigação será realizada não só pela finalidade de conduzir a água até os cultivos, mas também com a função de drenar esta água, auxiliando na manutenção da umidade da área através da condução da mesma até um córrego situado nos fundos da propriedade evitando que fique acumulada. 5.3.4 Análise de solo

A análise de solo apresentada na tabela 9 é representativa da área destinada ao cultivo da cultura na propriedade onde foram coletadas amostras da camada arável que é de 0-20 cm. Tabela 9: Resultados da análise de solo da Fazenda Brasília. Amostra pH CaCl2 M.O. Argila V Classe textural

% g/Kg %0 – 20 cm 4,7 2,2 470 40,51 ArgilosaAmostra P(Mel) K S Ca Mg Al H+Al

------------mg/dm3-----------

0-20 cm 9,60 64 - 2,1 0,60 0,10 4,20------------------cmolc/dm3-----------------

De acordo com a interpretação da análise do solo e as

tabelas 1 e 2 de interpretação de resultados para a cultura do quiabeiro observa-se a necessidade de adubação, uma vez que os teores de fósforo encontram-se baixos e os de potássio em nível médio. 5.3.4.1 Recomendação de calagem

Conforme a análise de solo (tabela 9) e de acordo com as recomendações para o cultivo de hortaliças serão necessários

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2,44 ton/ha de calcário dolomítico com PRNT 85%, de modo a elevar a saturação por bases a 70%.

Considerando-se a área de cultivo do quiabeiro que é de 4851 m² serão necessárias 1,18 ton de calcário. 5.3.5 Adubações

Seguindo a programática prevista para o ciclo da cultura serão realizadas adubações orgânicas e químicas sendo divididas entre o pré-plantio, aproximadamente dois meses após a aplicação do calcário para correção do solo, o plantio e a cobertura.

Será dada maior ênfase aos macronutrientes N e P, pois de acordo com estudos já realizados a cultura do quiabeiro apresenta boas respostas de crescimento e desenvolvimento principalmente mediante o fornecimento destes dois elementos, desde que seja feito em quantidades adequadas. 5.3.5.1 Adubação de plantio

Inicialmente será realizada a adubação orgânica respeitando-se um período de 30 dias da época de plantio utilizando-se 3,40 ton de esterco de aves para a área de cultivo que é de 4851 m², sendo aplicados 70g por metro linear de sulco.

Posteriormente será feita a adubação química visando suprir as necessidades dos macronutrientes N, P e K.

Na adubação nitrogenada serão aplicados 58,21 Kg de N sendo 20 % no plantio, ou seja 25,87 Kg ou 0,0053 g por metro linear de sulco e os 80% restantes, 103,48 Kg na cobertura, utilizando-se como fonte a uréia (que possui 45% de N).

No caso do potássio (K) e do fósforo (P) conforme os resultados obtidos nas tabelas de interpretação e de análise do

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solo (tabelas 1, 6 e 9), os elementos apresentam teores médios e baixos respectivamente, que serão corrigidos utilizando-se as fontes: cloreto de potássio (KCl) que possui 60% de K2O e superfosfato triplo (SFT) que possui 45% de P2O5, respectivamente.

De acordo com os cálculos de recomendação na adubação potássica de plantio serão aplicados 29,1 Kg de KCl, ou seja, 0,0059 g por metro linear de sulco, quantidade que reperesenta 40% do total a ser aplicado. Na adubação fosfatada serão aplicados no plantio 269,48 Kg de SFT sendo 0,0555 g por metro linear de sulco.

5.3.5.2 Adubação de cobertura

A adubação de cobertura será feita visando atender às necessidades da cultura. Para tal, serão feitas 3 aplicações em intervalos consecutivos de 20, 40 e 60 dias após a emergência das plântulas, sendo cada uma com 34,49 Kg de uréia, ou seja, 0,0071 g por metro linear de sulco, totalizando 103,47 Kg (80% restantes) e 14,55 Kg de cloreto de potássio sendo aplicados por metro linear de sulco 0,0029 g, totalizando 43,65 Kg (60% restantes). 5.3.6 Plantio

O plantio será feito de modo convencional (à campo) após um período de 15 a 30 dias da ultima adubação realizada, com mudas adquiridas de uma empresa idônea. As mudas serão produzidas em bandejas de isopor de 128 células totalizando a aquisição de 81 bandejas.

Nas figuras 10,11 e 12 é possível verificar a dinâmica do sistema de escalonamento dos cultivos na área destinada ao plantio das culturas considerando os 6 talhões, onde cada lote representa uma faixa de 2 talhões.

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Ano JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ012345678910

LOTE 01

Figura 10: Escalonamento dos cultivos lote 01.

Ano JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ012345678910

LOTE 02

Figura 11: Escalonamento dos cultivos lote 02.

Ano JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ012345678910

LOTE 03

Figura 12: Escalonamento dos cultivos lote 03.

Colheita Jiló e QuiaboColheita Quiabo e Jiló

Tempo ocioso

Plantio Jiló e Quiabo

Construções civis

Plantio Quiabo e Jiló

Legenda

Figura 13: Legenda.

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5.3.7 Tratos culturais 5.3.7.1 Poda

Será realizada uma poda de renovação no terceiro mês após o início da colheita. 5.3.7.2 Controle de pragas e doenças

O controle de pragas e doenças será feito mediante a realização de pulverizações preventivas na lavoura desde o início do desenvolvimento das plantas até o segundo mês após o início da colheita, com o uso de inseticidas e fungicidas registrados. 5.3.7.3 Capina

Serão realizadas duas capinas manuais no decorrer do ciclo produtivo da cultura.

5.3.8 Colheita

A colheita será feita manualmente por volta de 70 dias após o transplante das mudas. 5.3.9 Classificação

Os frutos do quiabeiro serão pré-selecionados na propriedade de acordo com as exigências da cooperativa responsável pela comercialização dos mesmos, para depois serem classificados na peking-house da associação de acordo com os padrões de qualidade vigentes.

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5.3.10 Embalagem

As embalagens utilizadas serão as caixas de plástico, cada uma com capacidade para 14-18 Kg do produto (figura 14).

Figura 14: Caixas plásticas utilizadas para armazenagem e acondicionamento do produto. 5.3.11 Transporte e comercialização

O produto será entregue a cooperativa Cootaquara-DF que será responsável pelo transporte do mesmo da propriedade até as suas instalações.

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5.4 Jiló 5.4.1 Escolha da cultivar

A cultivar escolhida para o cultivo é a Tinguá, que possui resistência à antracnose nos frutos e à murcha bacteriana. 5.4.2 Espaçamento

O espaçamento adotado 1,00 x 0,70 m (linhas x plantas), totalizando 70 plantas por linha sendo 33 linhas, contabilizando uma população de 2310 plantas em um talhão de 1617 m² e de 6930 plantas na área total de 4851 m². 5.4.3 Irrigação

O método de irrigação utilizado neste projeto será por sulco conforme a metodologia proposta para a cultura do quiabo.

5.4.4 Análise de solo

A análise de solo está representada na tabela 9 e foi realizada na área destinada ao cultivo da cultura na propriedade onde foram coletadas amostras da camada arável que é de 0-20 cm. Através da sua interpretação, espera-se realizar as adubações de correção, plantio e cobertura necessárias para atender às exigências da cultura durante o seu ciclo de desenvolvimento.

De acordo com a comparação realizada entre a respectiva análise de solo e as tabelas 1 e 5 de interpretação de resultados para a cultura do jiló ficou evidente a presença de baixos teores para o macronutriente P e teores médios para o

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macronutriente K, além da necessidade de se elevar a saturação por bases para 70%, valor recomendado para o cultivo de hortaliças em geral. 5.4.4.1 Recomendação de calagem

De acordo com a análise de solo e de acordo com as recomendações para o cultivo de hortaliças serão necessários 1,18 ton de calcário (PRNT 85%) para a área destinada ao cultivo, de modo a elevar a saturação por bases para 70%. 5.4.5 Adubações

Seguindo a programática prevista para o ciclo da cultura

serão realizadas adubações orgânicas e químicas sendo divididas entre o pré-plantio, aproximadamente dois meses após a aplicação do calcário para correção do solo, o plantio e a cobertura. 5.4.5.1 Adubação de plantio

Inicialmente será realizada a adubação orgânica respeitando-se um período de 30 dias da época de plantio utilizando-se 3,40 ton de esterco de aves para a área de cultivo que é de 4851 m², sendo aplicados 70g por metro linear de sulco.

Posteriormente será feita a adubação química visando suprir as necessidades dos macronutrientes N, P e K.

Na adubação nitrogenada serão aplicados 58,21 Kg de N sendo 40 % no plantio, ou seja 43,12 Kg, ou seja, 0,0088 g por metro linear de sulco e os 60% restantes, 64,68 Kg na cobertura, utilizando-se como fonte a uréia (que possui 45% de N).

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No caso do potássio (K) e do fósforo (P) conforme os resultados obtidos nas tabelas de interpretação e de análise do solo (tabelas 1, 6 e 9), os elementos apresentam teores médios e baixos respectivamente, que serão corrigidos utilizando-se as fontes: cloreto de potássio (KCl) que possui 60% de K2O e superfosfato triplo (SFT) que possui 45% de P2O5, respectivamente.

De acordo com os cálculos de recomendação na adubação potássica de plantio serão aplicados 38,80 kg de KCl, sendo 0,0079 g por metro linear de sulco, quantidade que reperesenta 40% do total a ser aplicado. Na adubação fosfatada serão aplicados no plantio 215,6 Kg de SFT ou 0,0444 g por metro linear de sulco.

5.4.5.2 Adubação de cobertura

A adubação de cobertura será feita visando atender às necessidades da cultura.

De acordo com as recomendações de parcelamento da adubação e os cálculos realizados serão feitas 6 aplicações em intervalos consecutivos de 15 dias, sendo cada uma com 10,78 Kg de uréia sendo 0,0022 g por metro linear de sulco, totalizando 64,68 Kg (60% restantes) e 9,7 Kg de cloreto de potássio sendo 0,0019 g por metro linear de sulco, totalizando 58,20 Kg (60% restantes). 5.4.6 Plantio

O plantio será feito de modo convencional (à campo) após um período de 15 a 30 dias da ultima adubação realizada, com mudas adquiridas de uma empresa idônea. As mudas serão produzidas em bandejas de isopor de 128 células totalizando a aquisição de 57 bandejas.

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Ressalta-se que o escalonamento dos cultivos é o mesmo representado nas figuras 10,11 e 12. 5.4.7 Tratos culturais 5.4.7.1 Controle de pragas e doenças

O controle de pragas e doenças será feito mediante a realização de pulverizações preventivas na lavoura desde o início do desenvolvimento das plantas até o segundo mês após o início da colheita, com o uso de defensivos e inseticidas registrados. 5.4.7.2 Capina

Serão realizadas capinas manuais no decorrer do ciclo produtivo da cultura de acordo com a incidência de ervas daninhas e/ou presença de restos culturais. 5.4.8 Colheita

A colheita será feita manualmente por volta de 70 dias após o transplantio das mudas.

5.4.9 Classificação

Os frutos do quiabeiro serão pré-selecionados na propriedade de acordo com as exigências da cooperativa responsável pela comercialização dos mesmos, para depois serem classificados na peking-house da associação de acordo com os padrões de qualidade vigentes.

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5.4.10 Embalagem

As embalagens utilizadas serão as caixas de plástico, cada uma com capacidade para 16-18 Kg do produto (figura 15).

Figura 15: Caixas plásticas utilizadas para armazenagem e acondicionamento do produto. 5.4.11 Transporte e comercialização

O produto será entregue a cooperativa Cootaquara-DF que será responsável pelo transporte do mesmo da propriedade até as suas instalações.

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5.5 Coeficientes Técnicos

Com o objetivo de se estimar o investimento a ser realizado neste projeto empresarial estão representados nas tabelas 10 e 11 os coeficientes técnicos para as duas culturas constando a maioria dos gastos demandados por estas durante o ciclo produtivo.

Tabela 10: Coeficientes técnicos da cultura do quiabo para os 10 anos.

Item Quantidade UnidadeA-Preparo da áreaGradagem Trator Exitus New Holland 75 TL 6,40 LGradagem Trator Exitus New Holland 75 TL (tempo) 0,76 HMAração Trator Exitus New Holland 75 TL 19,21 LAração Trator Exitus New Holland 75 TL (tempo) 2,29 HMCalcário 1,18 TonCalagem (Aplicação manual) 0,86 D/HAbertura dos canais de irrigação 4,18 D/HMarcação das linhas de plantio 0,61 D/HMarcação do canteiro 4,42 D/HSub total 558,02B-PlantioSementes de Quiabo 81,00 BandejaTransplantio 0,86 D/HAdubação manual de plantio (aplicação) 0,86 D/HAdubação (nitrogenada) 2,00 scAdubação (fosfatada) 6,00 scAdubação (potássica) 1,00 scAdubação 16,17 m³Sub total 1814,63C-Tratos culturaisPoda 1,08 D/HLimpeza dos canais de irrigação 2,11 D/HCapina manual 4,42 D/HAdubação de Cobertura (Nitrogenada) 5,00 scAdubação de Cobertura (Potássica) 1,00 scAdubação manual de cobertura (aplicação) 0,86 D/HInseticida 1 1,00 LInseticida 2 2,00 LFungicida 1 1,00 KgFungicida 2 2,00 LEspalhante Adesivo 1,00 LPulverização (aplicação pulv. Costal manual) 0,99 D/HSub total 281,46

Coeficientes Técnicos Quiabo

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Tabela 11: Coeficientes técnicos da cultura do jiló para os 10 anos.

Item Quantidade UnidadeA-Preparo da áreaGradagem Trator Exitus New Holland 75 TL 6,40 LGradagem Trator Exitus New Holland 75 TL (tempo) 0,76 HMAração Trator Exitus New Holland 75 TL 19,21 LAração Trator Exitus New Holland 75 TL (tempo) 2,29 HMCalcário 1,18 TonCalagem (Aplicação manual) 0,86 D/HAbertura dos canais de irrigação 4,18 D/HMarcação das linhas de plantio 0,61 D/HMarcação do canteiro 4,42 D/HSub total 558,02B-PlantioSementes de Jiló 57,00 BandejaTransplantio 0,86 D/HAdubação (nitrogenada) 2,00 scAdubação (fosfatada) 5,00 scAdubação (potássica) 1,00 scAdubação 16,17 m³Adubação manual de plantio (aplicação) 0,86 D/HSub total 1634,83C-Tratos culturaisDesbrota 3,94 D/HLimpeza dos canais de irrigação 2,11 D/HTutoramento 2,79 D/H

Coeficientes Técnicos Jiló

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6. CONCLUSÃO

Após a realização da análise técnica do projeto, conclui-se que o empreendimento é tecnicamente viável.

- Para que se obtenha o pleno desenvolvimento das culturas sem que haja a ocorrência de danos às plantas bem como o aumento da incidência de doenças fúngicas, bacterianas e de solo ocasionadas pelo excesso de umidade característico do método de irrigação utilizado, é necessário realizar a drenagem da água, que neste caso será feita pelos sulcos de irrigação.

- O emprego de técnicas de manejo corretas durante a condução dos cultivos é imprescindível para a boa manutenção das culturas.

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7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, C.O. Manuais Práticos Vida, um guia de auto-suficiência – É fácil cultivar quiabo. São Paulo: Editora Três, S.D. 32 p. BLANK, A.F.; SOUZA, R.J.de. Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em minas gerais: 5º aproximação. Viçosa-MG: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. 359 p. BOTTON, M. et al. Sistema de Produção de Morango para Mesa na Região da Serra Gaúcha e Encosta Superior do Nordeste. Rio Grande do Sul: Embrapa Uva e Vinho, v.6, p.11. 2005. CARVALHO, A.C.P.P. de. et al. A cultura do jiló: perspectivas, tecnologias e viabilidade. Niterói: PESAGRO-RIO, 2001. 24 p. CEAGRO: Agência Rural de Planaltina-GO (2008). CHAVES, F. Gastronomia e cultura_quiabo. Jornal Pampulha, 2009. Disponível em: <http://www.otempo.com.br/jornalpampulha/noticias/?IdEdicao=110&IdCanal=13&IdSubCanal=13> Acesso em: 24/02/09. CLUBE DO JARDIM. Cultura do jiló. Disponível em: <http://www.clubedojardim.com.br/05/06/jilo/> Acesso em: 15/10/08.

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Upis – Faculdades Integradas Departamento de Agronomia.