hoje macau 31 ago 2012 #2685

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TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 32 HUMIDADE 60-95% • CÂMBIOS EURO 9.8 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 31 DE AGOSTO DE 2012 ANO XI Nº 2685 PUB Ter para ler FAMÍLIA DE EMPREGADO FERIDO CONTRA REOLIAN Kiang Wu dá razão a Cédric Rigaud ÚLTIMA “Depois da polémica das tarifas dos autocarros, temos de ter mais cuidado” PÁGINA 6 RISOS E ESPANTO NA ASSEMBLEIA Como Florinda adiou uma lei em segundos PÁGINA 5 ANO LECTIVO ARRANCA COXO Não se sabe quantos professores faltam PÁGINA 7 GONÇALO LOBO PINHEIRO O sonho do empresário vai cumprir-se porque o Governo autorizou a remodelação da doca. Terá marina com 30 iates, “villa” em estilo persa com 200 quartos, maior oferta de lojas, museu com dinossauros e metro ligeiro ao lado. Daqui a três anos está tudo pronto. PÁGINAS 2-3 PUB O homem certo David Chow cumpre promessa e avança com projecto de 5 mil milhões para revitalizar a Doca dos Pescadores JOGOS PARALÍMPICOS Shakespeare e ciência na abertura CENTRAIS GOVERNO NÃO AUTORIZA AUMENTO DA ÁGUA

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Edição do Hoje Macau de 31 de Agosto de 2012 • Ano X • N.º 2685

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Page 1: Hoje Macau 31 AGO 2012 #2685

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 32 HUMIDADE 60-95% • CÂMBIOS EURO 9.8 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 31 DE AGOSTO DE 2012 • ANO XI • Nº 2685

PUB

Ter para ler

FAMÍLIA DE EMPREGADO FERIDO CONTRA REOLIAN

Kiang Wu dá razãoa Cédric Rigaud

ÚLTIMA

“Depoisda polémica das tarifasdos autocarros, temos de ter mais cuidado”

PÁGINA 6

RISOS E ESPANTO NA ASSEMBLEIA

Como Florinda adiou uma lei em segundos

PÁGINA 5

ANO LECTIVO ARRANCA COXO

Não se sabe quantos professores faltam

PÁGINA 7

GONÇ

ALO

LOBO

PIN

HEIR

O

O sonho do empresário vai cumprir-se porque o Governo autorizoua remodelação da doca. Terá marina com 30 iates, “villa” em estilo persacom 200 quartos, maior oferta de lojas, museu com dinossauros e metro ligeiro ao lado. Daqui a três anos está tudo pronto. PÁGINAS 2-3

PUB

O homem certoDavid Chow cumpre promessa e avança com projectode 5 mil milhões para revitalizar a Doca dos Pescadores

JOGOS PARALÍMPICOS

Shakespearee ciênciana abertura

CENTRAIS

GOVERNO NÃO AUTORIZA AUMENTO DA ÁGUA

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A futura marina da Doca dos Pescadores terá capacidade para 30 iates

2 especial sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

A história pode parecer repetida, mas volta à baila porque ganha novos contornos. O Governo deu

finalmente o aval para os projectos de renovação da Doca dos Pescadores, após pedido feito em 2009. Depois de o Hoje Macau ter noticiado que David Chow, através da sua empresa Macau Legend Develop-ment (MLD), iria investir cinco mil milhões de dólares de Hong Kong para renovar a Doca dos Pescadores, ontem foram divulgados inúmeros pormenores do projecto.

O empresário, antigo deputado, promete um museu dos dinossauros, uma marina para 30 iates de luxo e a

Nova Doca dos Pescadores apresentada. Deve estar concluída em três anos

Em linha com o futurorenovação das ruas da doca para criar uma espécie de centro comercial ao ar livre. Há ainda a promessa de dois hotéis com ares de Viena e da Repú-blica Checa, assim como uma “villa” com 200 quartos, em estilo persa.

A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) decidiu avançar para o pro-jecto, comprando 4% das acções

da MLD, o que reduziu a injecção de capital por parte de Chow e de outros investidores.

Chow vai assim investir 33,6%, fazendo-se acompanhar por figuras como a sua própria mãe, Lam Fong Ngo, que investe 24,7%.

Li Chi Keung, empresário e director do Macau Jockey Club,

avança com 18,4%, enquanto a terceira mulher de Stanley Ho, Ina Chan Un Chan, encerra a lista com uma participação de apenas 1,4%.

DINHEIRO NÃO É PROBLEMADavid Chow mostrou-se confiante no avanço da primeira fase de um projecto que deverá estar concluído

daqui a três anos, sendo que 60% do empreendimento fica concluído em dois.

Assumindo não existirem entraves financeiros, Chow ga-rantiu também que tem o apoio de “grandes empresas da construção da China que estão a investir o seu capital”.

Aprovação do Executivo, 5 mil milhões investidos e uma ajuda da SJM. David Chow apresentou o seu plano de revitalização de uma das zonas de maior potencial em Macau

Pré-história aqui perto. O futuro museu dos dinossauros promete ser o primeiro e único de Macau

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3especialsexta-feira 31.8.2012 www.hojemacau.com.mo

Nova Doca dos Pescadores apresentada. Deve estar concluída em três anos

Em linha com o futuroEmbora tenha garantido que

nada se passa de negativo entre a MLD e o Governo, falou de forma contida do atraso das Obras Públi-cas para a aprovação dos projectos. “Nessa altura [2009] pedimos a au-torização ao Governo e recebemos agora as aprovações. Este não é um

problema meu. A nossa empresa já tinha pedido autorização nesse ano. Falem com o Governo e não comigo.”

“BOOM DAQUI A TRÊS ANOS”Para Chow, um projecto de ta-manha envergadura não é mais

do que uma resposta aos anseios governamentais. “Não sou ambi-cioso. Apenas estou a tentar cor-responder a uma política que vai ser implementada no decorrer dos anos.” Fez as contas e acredita que só daqui a três anos é que Macau vai sentir o verdadeiro crescimento económico, por isso considera que esta é a altura certa para investir. “O Governo vai investir muito em infra-estruturas”, lembrou, referindo-se à chegada do Metro Ligeiro, prevista para 2015, da ponte Zhuhai-Macau-Hong Kong ou do sistema ferroviário com Guangdong. “Também está ligado com o desenvolvimento da Ilha da Montanha. Quando todas estas infra-estruturas estiverem prontas, aí vai acontecer o boom.”

Tendo frisado também a importância dos empresários estrangeiros na RAEM, que com a sua experiência trazem

“profissionalismo” ao sector, Chow lembrou que é importante apostar nas línguas estrangeiras, assim como no português. “O desenvolvimento das línguas estrangeiras vai melhorar o de-senvolvimento geral, isso tem a ver com a educação. É importante apostar na língua portuguesa, e numa cidade internacional vai ter de se estudar mais inglês. Para desenvolver Macau não basta dinheiro e uns projectos, tudo tem de ser avaliado em conjunto. A educação, o ordenamento da cidade e a planificação ambiental vão estar melhorados daqui a três anos. Vai-se subir outro patamar, então aí Macau vai estar melhor, até porque população vai ter outras exigências.”

Clube Náuticoé outra históriaQuestionado sobre se a intenção de construir uma marina vai entrar em conflito com o Clube Náutico, David Chow recusou tal possibilidade. “Existe a marina de Lam Mau e esta será outra. São dois lugares distintos, aquele é um clube desportivo e esta é uma empresa. Deve haver concorrência para haver desenvolvimento. Não comento os conflitos do clube.”

Carl Tong (à esq.) e Ambrose So (à dir.) celebrando ontem o acordo com David Chow

Estilo persa. A nova “villa” terá capacidade para 200 quartos

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4 política sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mo

Governo é que limpa terrenos do Fai Chi KeiJaime Carion, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, afirmou ontem que o Governo tem a responsabilidade de arranjar as terras do Fai Chi Kei. Esta é uma nova contradição na polémica que envolve a empresa de Liu Chak Wan – membro do Conselho Executivo e um dos responsáveis pela Universidade Ciência e Tecnologia (MUST) e pela empresa de autocarros Transmac –, que venceu um concurso público para a aquisição de dois terrenos no Fai Chi Kei em 2008. Lau Si Io, secretário para as obras públicas e transportes, tinha garantido na Assembleia que era da responsabilidade de Liu Chak Wan limpar os dois terrenos que ainda detém na Bacia Sul do Patane – repletos de sucata –, mas ontem Jaime Carion voltou a assumir que a responsabilidade cabe ao Executivo. “Antes da aprovação da concessão, os terrenos do Fai Chi Kei já tinham sido ocupados ilegalmente pelos carros abandonados. Só soubemos isso quando vimos as imagem de satélite antes da concessão, dadas pela Direcção dos Serviços de Cartografia e Cadastro. Assim sendo, o Governo precisa de assumir a responsabilidade pela eliminação do lixo. - C.L.

246 milhões de patacas em reparaçõesDe acordo com o chefe do Departamento de Assuntos de Gestão de Edifícios, Ieong Kam Wa, até o dia 16 desde mês o fundo de Reparação Predial – estabelecido em 2007 – já gastou 246 milhões de patacas em reparações de cerca de 2.236 casos de prédios em ruínas. Entre estes, 1.826 casos foram para prédios com mais de 30 anos e menos de sete andares, cujo montante de financiamento foi de 220 milhões patacas. - C.L.

Macau Studio Citysem casinoNão e não. Jaime Carion, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, assegura que o Macau Studio City, da Melco Crown, não pode incluir elementos de jogo. Tem sido muita a especulação em torno deste local, no Cotai, com diversas fontes a dizer que o Studio City vai receber aprovação para inserir um casino e a própria Melco Crown já anunciou que ia ter entre 300 a 400 mesas de jogo e 1.200 slot-machines no Studio City. Jaime Carion assegura que isso nunca será aprovado. - C.L.

Joana [email protected]

QUE Taiwan e Hong Kong fazem parte da China, o Governo Cen-tral faz questão de vincar sempre, mas a

situação altera-se quando o assunto é o Regime de Segurança Social de Macau. Os residentes permanentes do território com mais de 65 anos ou que por razões de saúde tenham de morar fora da RAEM podem continuar a ser beneficiados pelo novo fundo injectado pelo Exe-cutivo nas Contas Individuais de Previdência, mesmo não vivendo cá. Mas, para isso, têm de cumprir um requisito: viver no interior – e apenas no interior – da China.

A lei das Contas Individuais de Previdência foi ontem apro-vada na especialidade, naquele que foi o último plenário da Assembleia Legislativa antes das férias. O novo diploma faz parte da implementação de um regime de segurança social a dois níveis e há muito que está a ser aguar-dado. O objectivo da lei ficou claro: a injecção de um total de 22 mil patacas provenientes do erário público na conta de cada residente permanente, de forma

Lei abre excepções para idosos que morem no interior da China,mas discrimina quem vem de Taiwan e Hong Kong

Previdência Central ensombrada por critérios dúbios

Uns filhos, outros enteadosa providenciar protecção social, especialmente aos idosos.

Apesar de sofrer de deficiências – como ser um regime cuja contri-buição dos patrões e trabalhadores não é obrigatória, o que pode fazer com que caia em falência -, a lei foi aprovada pela maioria dos de-putados. Mas não sem antes serem levantados alguns problemas.

OS EXCLUÍDOS É que o diploma prevê que os beneficiários sejam residentes permanentes, tenham no mínimo 22 anos e permanecido na RAEM pelo menos 183 dias. Há, contudo, excepções para que alguns possam beneficiar do dinheiro sem cumpri-rem a permanência mínima. Por exemplo, caso estudem fora, este-jam internados nalguma unidade hospitalar ou tenham mais de 65 anos e sejam residentes no interior da China, o que acontece quando os idosos não tenham capacidade para viverem sozinhos e se desloquem para junto dos filhos.

A designação “interior da China” levanta polémica, precisa-mente por não englobar as restantes regiões da RPC. “Esta excepção é exclusiva para o interior da China?”, questionou ontem Melinda Chan. “Então e os portugueses ou maca-

enses, titulares do BI que voltam a Portugal? Recusam-se a injectar a verba nas contas deles? E os que vão para Hong Kong?”

À deputada juntaram-se José Pereira Coutinho e Paul Chan Wai Chi. Este último sugeriu mesmo a alteração do diploma. “Além do interior da China, há outras partes da RPC. Não seria mais correcto mudar a terminologia?”

Também Pereira Coutinho questionou Cheong U, secretá-rio para os Assuntos Sociais e Cultura – a apresentar a proposta na AL – sobre se os cidadãos permanentes de Macau a residir em Taiwan ou Hong Kong não poderiam beneficiar das contas e até se a proposta não se poderia estender a Portugal. A resposta foi peremptória. “Não estão contem-plados porque são naturalmente residentes destes locais e gozam dos benefícios sociais de lá. Será que se justifica conceder a essas pessoas [residentes permanentes de Macau] este benefício?”

SEM RECUOS Cheong U ignorou o pedido de alteração à redacção da proposta, decidindo manter a designação do interior da China por “esta ser aceitável dada a situação geral”

Cecília [email protected]

A cerimónia de inauguração da habitação social de Mong Há, o Edifício Mong In,

foi realizada ontem de manhã. A habitação so-cial oferece 346 T2 para as famílias de baixos rendimentos e os futuros moradores podem mudar para o edifício em Setembro. Cerca de 385 estacionamentos do edifício já começaram ser utilizados este mês, de forma a aliviar as necessidades de estacionamento da zona.

Depois da cerimónia, o director dos Ser-viços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Jaime Carion, a vice-presidente do Instituto de Habitação, Kuoc Vai Han, e o deputado Ung Kuok Cheong, que também é presidente da Associação dos Empresários do Sector Imo-biliário de Macau, visitaram as condições do Edifício Mong In. A área total de construção é 30,580 m2, cada T2 tem mais de 40 m2, o prédio inclui instalações de lazer e os resul-tados agradam ao grupo. “As condições dos 33 andares deste edifício já são melhores do

Habitação social mostrada ao público supera económica. Famílias entram em Setembro

Mong Há é melhor que Seac Pai Van

dos residentes de Macau com mais de 65 anos.

Vong Hin Fai e Gabriel Tong consideram esta uma decisão “po-lítica” viável, até porque na aprova-ção da lei do regime de segurança social a redacção foi a mesma. Paul Chan Wai Chi aponta o dedo. “Então não melhoramos? Não evoluímos? ‘Interior da China’ é uma desig-nação legal? Na lei da China não consta esta terminologia, é sempre RPC. Isto descura a realidade e o estreitamento relacionamento entre os residentes e [as restantes regiões] da China.”

Nada feito para os permanen-tes de Macau cujos familiares morem na região vizinha ou na Formosa. A lei vai mesmo con-templar apenas quem decida ir para o interior do continente.

Para já, a contribuição é mesmo facultativa, ficando o Executivo encarregue de injectar dinheiro nas contas dos residentes. Ip Peng King, presidente do Fundo de Segurança Social, adianta apenas que os três anos de regime facul-tativo vão “servir para absorver experiência” para que possa ser transformado em obrigatório. “Quando todas as pessoas enten-derem que o regime deve ser assim [obrigatório] trabalharemos nesse sentido.” Até lá, o Executivo é quem entra com as patacas e será feita mais uma consulta pública para ouvir patrões e empregadores.

que a maioria da habitação privada aqui em Macau.”

A vice-presidente do Instituto de Habitação Kuoc Vai Han comentou as polémicas em torno da habitação social, mas descartou que alguns cidadãos tivessem sido obrigados a escolher

habitações que ficam numa zona que não que-riam. “Os regulamentos da nova lei da habitação económica mostram a localização das fracções e não incluem selecção de área, afim de deixar que as famílias na lista possam morar nas habitações o mais rápido possível. Entendemos a preocupação dos candidatos de Seac Pai Van, nomeadamente ser longe do seu local de trabalho e ser uma zona nova. Por isso o Governo está a planear novos meios de transporte.”

ONDE PÔR AS CADEIRAS?Durante a visita, os materiais de construção foram aprovados pelo deputado Ung Kuok Cheong. “A qualidade da habitação é muito melhor do que em Seac Pai Van”, deixou escapar.

Antes, a habitação económica em Seac Pai Van foi criticada. Fong Chi Keong acusou o Governo de não usar bem o dinheiro público para construir as habitações económicas. “O preço da habitação económica mudou de de-zenas de milhares de patacas até agora para mais de um milhão, mas na sala de estar não cabe mais do que uma mesa!”

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5políticasexta-feira 31.8.2012 www.hojemacau.com.mo

Se precisar de apoio judiciário terá de cumprir novas regras a partir de Abril. Foi ontem aprovado na especialidade o Regime Geral de Apoio Judiciário, com requisitos novos e, segundo os deputados, mais complexos

Joana [email protected]

PARA se ter direito a apoio judiciário (previsto na Lei Básica) com o regime actual, que prevalece até

Abril de 2013, basta provar estar isento do imposto do trabalho para se presumir insuficiência económica. Agora, o Executivo quis implementar um limite para o pedido de apoio. Limite esse que não está na lei, sendo previsto por regulamento administrativo. Segundo os deputados, inclui cál-culos “muito complicados para a população”.

Florinda Chan, secretária para a Administração e Justiça, esteve ontem envolta em críticas devido

CHEGOU de forma original a proposta de

Florinda Chan em adiar a entrada em vigor do Regime de Apoio Judiciário. A secre-tária para a Administração e Justiça respondia ontem a uma questão de Vong Hin Fai, quando sugeriu – de forma muito vã – a prorro-gação do prazo.

O deputado questionou o Executivo sobre se haveria tempo suficiente para os trabalhos preparatórios para a entrada em vigor do novo diploma, marcada para 1 de Janeiro do próximo ano. Florinda Chan respondeu sorridente. “Quatro meses é apertado, há muito trabalho a fazer e 1 de Abril seria melhor porque facilitaria o nosso trabalho.”

A confusão instalou-se no plenário com os depu-tados a entreolharem-se enquanto riam. Vong Hin Fai voltou à carga. “Isso é uma proposta?”

Novas normas para requerimento de apoio judiciário criticadas

Complicar para poupar erário público

Florinda Chan propõe alteração da entrada em vigor do regime de apoio judiciário

A ver se colava.... e colouse o compasso de espera entre Janeiro e Abril não iria causar problemas aos requerentes que pudessem ser abrangidos pelo novo regime. Tanto a secretária como o director para os As-suntos de Justiça consideram não haver problemas para a população uma vez que não há vazio legal, por existir já um regime, que vai apenas ser revisto por este novo.

Pela primeira vez, con-seguiu-se que os democratas discordassem num ponto. Enquanto Ng Kuok Che-ong criticava o adiamento da entrada em vigor da lei, Au Kam San, entre muitos outros, apoiava a alteração. “Por mim, tudo bem. O actu-al regime de apoio judiciário é muito melhor que o novo, logo é muito melhor que entre em vigor o mais tarde possível.”

A mudança ainda valeu cinco votos contra e duas abstenções. - J.F.

Florinda assumiu que a reacção dos membros do hemiciclo tinha sido favo-rável à sua dica, acabando por propor a mudança da data. Mas houve deputados que não ficaram contentes com a leitura da secretária. “Viu-nos a rir, mas não es-tamos satisfeitos”, criticou Ho Ion Sang. “Espero que interprete de forma correcta os nossos sorrisos, porque isto não segue o princípio de seguir a população.” Tam-bém Paul Chan Wai Chi e Ung Choi Kun se juntaram, acusando o Executivo de não ser organizado e mudar de decisão de forma repen-tina. “O Governo trabalha consoante a situação que

lhe aparece nas mãos, sem uma orientação”, atirou Paul Chan Wai Chi.

Florinda justificou que a decisão não foi repentina – apesar de só a ter tomado em plena discussão da lei –, dizendo que detectou muitas preocupações dos deputados e que o melhor era ter mais tempo para informar a popu-lação e publicar os diplomas complementares. “Alguns pedidos estão à espera da entrada em vigor desta lei, isto vai trazer um grande impacto”, alertou Cheang Chi Keong.

TUDO LEGALDe forma directa, também Leonel Alves questionou

o novo regime, até porque o que está actualmente em vigor é injus-to. “Algumas presunções legais pecam por injustiça, desta forma é mais objectivo e justo.” Com os limites definidos por regulamen-to, diz ainda, o valor consegue “acompanhar o desenvolvimento da sociedade” e evita que tenha de se alterar a lei sempre que se quiser mudar os montantes.

A entidade que decide se há direito ao apoio tem um máximo de 30 dias para apreciar o pedido de apoio, tempo que preocupou alguns deputados sobre a impossibilidade de interpor recurso em tribunal – cujo período é o mesmo. A proposta prevê, contudo, este problema, interrompendo ou suspendendo o prazo para a proposta da acção judicial até haver decisão de apoio.

Florinda Chan acrescenta ainda outras preocupações: a imposição de limites também está relacionada com o erário público, para não ser esbanjado. A justificação não cola para os democratas. “É lamentável que um Governo que apoia inces-santemente associações e excede orçamentos das obras públicas, tenha [receios] de gastar erário público numa coisa que apoia os ci-dadãos”, frisou Ng Kuok Cheong.

Os artigos relacionados com estes assuntos sofreram abstenções de Kwan Tsui Hang e Melinda Chan e votos contra dos democra-tas e de Pereira Coutinho.

às escolhas feitas para que os residentes de Macau possam ter direito a um advogado, no caso de não poderem pagar um. Desde os requisitos à data da entrada em vi-gor da lei, os factores discordantes foram muitos. Um é a eliminação da presunção de insuficiência eco-nómica, que leva quem pede este apoio ter de provar ser realmente necessitado. Nessas contas entram todos os bens imóveis menos habi-tação, rendimentos do interessado e de todos os membros do agregado familiar, exceptuando as despesas.

Só depois de muitas contas –

onde entra também o risco social -, se define se o requerente é ou não necessitado. “Considera-se haver insuficiência económica quando o montante dos bens disponíveis do requerente e dos membros do seu agregado não exceder os limites legais”, pode ler-se na proposta. Mas que limites? Nem a própria secretária para a Administração e Justiça sabe responder aos deputados, até porque esta questão não vai ficar prevista na lei. “Deixar de existir presunção de insuficiência económica e prever limites que são definidos por diploma complementar não vai afectar o di-

reito dos cidadãos?”, questionou Au Kam San. “Sem se saber os limites concretos é difícil explicar a quem me pergunte quais são os critérios para se ter apoio judiciário. Não sei responder.”

DEPOIS VÊ-SEMelinda Chan também apontou o dedo à decisão do Executivo, frisando que a ideia da lei é boa, mas peca por não ter definidos todos os critérios. No novo regime saiu, por exemplo, que vítimas de acidente de viação tenham direito ao apoio. “Quem vai conceder o apoio? Não sabemos. Quem pode beneficiar também não sabemos. Só depois de aprovada a lei é que o Governo completa os critérios.”

Florinda Chan discorda que seja um problema. “O que deve ser fixado na lei, está. Também se pode recorrer a regulamentos administrativos no processo legis-lativo, não é?”

E é isso mesmo que o Governo pretende fazer, escolhendo através de despacho do Chefe do Executivo quais os limites para se ter apoio ju-diciário e quem são os membros que compõem a comissão – que substitui o juiz, no regime antigo –, definindo quem tem direito a ser ajudado.

PREOCUPAÇÕES Para André Cheong, director dos Serviços para os Assuntos de Jus-tiça, não vai haver problemas com

GONÇ

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GONÇ

ALO

LOBO

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HEIR

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6 sociedade sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mo

www. iacm.gov.mo

Rita Marques [email protected]

AINDA não há datas para a resposta do Governo sobre o aumento da taxa

de serviço de abastecimento de água proposto pela Ma-cau Water – ou Sociedade de Abastecimento de Água de Macau (SAAM) – para en-frentar os “custos acrescidos”, provenientes sobretudo da “elevada inflação nos últimos cinco anos”, com apoio do erário público. A direcção da companhia está confiante na resposta positiva. “O nosso pedido [feito oficialmente em princípios de Maio] está de acordo com o contrato de concessão”, explica Félix Fan Xiaojun, director executivo da SAAM. “Acredito que o Go-verno vai dar uma avaliação racional e justa.”

Adianta ainda que o au-mento pedido, em discussão desde o início do ano, está também relacionado com custos do abastecimento de água, que “aumentaram em quase 40%”.

Susana Wong, directora da Capitania dos Portos, dá conta da posição do Governo. “Depois de toda a polémica

Susana Wong, directora da Capitania dos Portos, assume novas cautelas da Administração. “Depois de toda a polémica do aumento das tarifas de autocarros, temos de considerar estas propostas com mais cuidado.”

Macau Water ainda espera autorização para aumentar taxade abastecimento de água. Mas o Executivo anda assustado

Fiasco com autocarros traumatizou Governo

AVISODe acordo com o artigo 17o do“Regulamento dos Apoios a Conceder pelo IACM”, aprovado pelo

Despacho do Chefe do Executivo no 83/2004, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais passa, a partir da presente data, a receber requerimentos para a atribuição de subsídios de funcionamento ou de subsídios para planos de actividades anuais referentes ao ano 2013. As associações, eventualmente interessadas em apresentar os referidos requerimentos, devem preencher os respectivos boletins, anexar os documentos necessários e fazer a sua entrega ao IACM. O prazo-limite para a apresentação de requerimentos termina no dia 31 de Outubro deste ano.

Locais para a obtenção e entrega dos impressos de requerimento:

l Divisão de Apoio e Promoção Associativa do Gabinete do Cidadão Av. da Praia Grande, Nº 517, Edf. Comercial “Nam Tung”, 4º andar, Macau.

l Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte Rua Nova da Areia Preta, no. 52, Centro de Serviços da RAEM, Macau

l Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Central Rotunda de Carlos da Maia, Nos .5 e 7 , Complexo da Rotunda de Carlos da Maia, 3º andar

l Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas Rua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, No.75K, Taipa.

l Posto de Atendimento e Informação Central Avenida da Praia Grande No.762-804, Edf. China Plaza, 2o andar, Macau.

l Posto de Atendimento e Informação de Tói Sán Avenida de Artur Tamagnini Barbosa No.127, Edf. D. Julieta Nobre de Carvalho, bloco“B”, r/c, Macau.

l Posto de Atendimento e Informação de S. Lourenço Rua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4º andar, Macau

Os impressos podem, ainda, ser obtidos através do Website do IACM (http://www.iacm.gov.mo). Em caso de dúvida, queira contactar através do telefone No 2833 7676, Linha do Cidadão do IACM.

Macau, aos 08 de Agosto de 2012.

O Presidente do Conselho da AdministraçãoTam Vai Man

do aumento das tarifas de au-tocarros, temos de considerar estas propostas com mais cui-dado. Em breve vamos fazer um estudo com o Instituto Po-litécnico de Macau (IPM) ou com a Universidade de Macau (UMAC), para realizar uma sondagem sobre a qualidade de serviços da Macau Water.”

Já em fase final de pre-paração, segundo a respon-sável, deverá estar concluída dentro de dois a três meses. Só depois o Governo irá ponderar o aumento, que não terá de ser necessaria-mente 26,2%, até porque

no contrato nem sequer está estipulado um aumento de acordo com a inflação.

Sobre este inquérito, Félix Xiaojun, mostra-se optimista quanto à satisfação dos seus clientes. “Fizemos já uma avaliação das opiniões dos ci-dadãos sobre o nosso serviço e estão agradados.” Além disso, garante, “a SAAM faz melhor do que outros serviços públi-cos em Macau, informando o público com transparência.”

Susana Wong explica que a análise será feita com base nos argumentos de aumento da companhia,

mas também considerando o lucro da SAAM (que em 2011 foi de 56,5 milhões de patacas) e o índice de preços ao consumidor. Adianta tam-bém que as facturas de água dos consumidores não serão minimamente afectadas com este possível aumento, sendo que o comparticipação feita pelo Governo aos cidadãos é de 80 milhões de patacas.

RESERVAS SUFICIENTESDo Interior da China chega 95% da água bruta de Ma-cau, pelo que a oscilação nas reservas dos principais

reservatórios fornecedores tem impacto na distribuição e consumo de água locais. No entanto, as previsões hi-

drológicas para este Inverno e próxima Primavera são “cautelosamente optimistas”, explica a Capitania dos Portos. “A precipitação na região de Xijiang (Oeste) do Rio das Pérolas entre Abril e Julho foi abaixo da média acumulada, mas 30% superior à verificada no ano passado.”

Por outro lado, no ano passado, o Grupo de Trabalho para a Construção de uma Sociedade Economizadora de Água (GTCSEA) iniciou, em conjunto com os serviços de obras públicas, a obra de am-pliação e consolidação na bar-ragem de Ká-Hó, no sentido de aumentar a capacidade dos reservatórios locais. Segundo dados do Governo, “depois da obra de recuperação, a capacidade da Barragem de Ká-Hó poderá chegar a mais de 700 mil metros cúbicos”.

O Programa de Descontos para a Conservação da Água, adiantou o GTCSEA, sobre a diminuição do consumo de água em 10% a 30% durante os meses de Setembro e Abril próximos, vai ser posto em prática novamente este ano. Os clientes terão um descon-to entre 30 a 250 patacas na factura, sendo ressarcidos em Maio ou Junho de 2013.

Susana Wong

Page 7: Hoje Macau 31 AGO 2012 #2685

7sociedadesexta-feira 31.8.2012 www.hojemacau.com.mo

Permanece alguma confusão nas explicações oficiais, mas o tom geral é de desdramatização. Deverão pais e alunos estar tranquilos?

Rita Marques Ramos [email protected]

ESTE fim-de-sema-na será o último antes do início das aulas para 73.769

alunos, inscritos na educa-ção regular e na educação recorrente das 78 escolas de Macau. No ano lectivo que estreia o Quadro-Geral do Pessoal Docente das Esco-las Particulares, os serviços de juventude sabem que haverá 6.280 professores, uma subida significativa face ao ano anterior. Porém, desconhece-se exactamen-te quantos faltarão para leccionar as disciplinas que compõem o programa curricular.

“Não serão precisos 700 professores”, avançou Wong Kin Mou da DSEJ, tal como anteriormente tinha sido referido. Segundo ex-plicou a DSEJ, os docentes têm de perfazer um limite máximo de carga horária lectiva, diferente para cada nível de ensino. Apesar de ter descido com o novo

KUOK Sio Lai não poupou elo-gios à nova disciplina incluída

este ano nos programas curriculares da regide Hong Kong. A directora--substituta da DSEJ acredita que a disciplina de Educação Nacional será uma mais-valia nos currículos lectivos da RAEM. “É indispen-sável para melhorar qualidade dos

alunos e o civismo. Esta disciplina dá a conhecer a história do seu país, muitos países a têm”,

A disciplina tem exaltado âni-mos na população de Hong Kong, com alguns grupos a falarem mes-mo de “lavagem cerebral”. Até ao momento, não há uma escola em Macau que tenha a matéria nos

programas curriculares, sendo no entanto uma opção. A disciplina, tal como a Educação Moral e Cí-vica, tem carácter facultativo. “O Governo não obrigou as escolas a criarem as disciplinas de Educa-ção Nacional por isso podem ou não tê-la, é facultativa tal como Educação Moral.” - R.M.R.

Aumenta interesse pelo portuguêsEste ano, vai haver mais alunos inscritos em cursos de língua portuguesa, segundo revelou Kuok Sio Lai. Serão já mais de 1.400 alunos interessados nesta língua oficial, mais do que os 1.383 registados no ano lectivo passado. Isto porque, segundo a DSEJ, os jovens têm interesse de completar o seu currículo, frequentando o ensino superior em Portugal. Por agora, 85% dos cursos linguísticos têm sido feitos lá fora. Por outro lado, há menos um professor para leccionar a disciplina devido ao preenchimento da carga lectiva exigida aos restantes discentes do português. Além disso, a DSEJ vai enviar professores às escolas privadas para ensinarem o português. Este ano, a DSEJ vai pedir à Escola Portuguesa de Macau (EPM) para realizar um curso intensivo de três anos. “Cooperamos com a escola portuguesa na formação de docentes e alunos, e o Fundo de Desenvolvimento de Educação também tem apoiado as escolas para organizarem cursos de português.”

Ano escolar arranca sem se saber quantos docentes faltam. DSEJ só avança uma certeza

“Não serão precisos 700 professores”

Sub-directora dos serviços de educação defende Educação Nacional em Macau

“Indispensável para melhorar qualidade dos alunos”

referências curriculares com componentes básicas nos currículos das escolas. “Queremos implementar em algumas escolas, antes de fazer uma lei. Já temos alguns exemplos acerca dos currículos e podemos melhor elaborar a lei.”

Com um subsídio de 10 milhões de patacas, este plano a dois anos para o ensino primário, que inclui oito escolas, vai ser idêntico ao infantil. “Com o ensino infantil, já temos as exigên-cias académicas básicas. Têm de preencher certos requisitos para seguirem para o nível seguinte.”

SUBSÍDIOS AUMENTAMNo ensino infantil, primário e secundário, o montante subsidiado para a escolari-dade gratuita voltou a cres-cer, desta feita em 605 mil, 640 mil e 930 mil patacas, respectivamente. O apoio financeiro dado para as propinas dos alunos que não frequentem a escolaridade gratuita aumentou entre 14 mil e 17 mil patacas por estudante.

A comparticipação de manuais escolares man-teve-se nas 1.500 patacas para o ensino infantil, para cada aluno. No primário e no secundário aumentou em 200 patacas, para 1.900.

Este ano a aposta recai sobretudo na educação física, na capacidade lin-guística dos alunos e na educação moral e cívica, além dos cursos para edu-cação de pais.

Quadro Geral, havia muitos professores que ainda não tinham preenchidas todas as componentes lectivas agora exigidas. “700 é um número calculado mas não é concreto, se calhar cada escola ainda não tem os seus professores com um quadro de componentes lectivas preenchido.”

Em todo o caso, segundo Kuok Sio Lai, director--substituta da DSEJ, não foram recebidas queixas. “Não houve problemas na contratação de profes-sores.”

O número de professo-res em falta só se saberá depois de arrancar o novo ano escolar, reconheceu a responsável. Mas mais uma vez, salientou, quaisquer horas extra serão compen-

sadas monetariamente. Diz também que houve mais candidaturas de profes-sores devido às regalias que o novo diploma veio trazer, tornando-se assim mais chamativo para estes profissionais.

O ensino especial vai contar com 1.480 alunos, dos quais 480 são integra-dos na educação regular, havendo cada vez mais necessidade de professores, a quem a DSEJ fornece formação. O rácio de pro-fessores do ensino normal é de um para 11,9 alunos e no especial de um para 4,6 alunos.

NOVA LEI A SER COZINHADAA par do ano passado, a nova reforma curricular vai continuar a ser implemen-

tada como um projecto--piloto. Agora, contudo, além de incluir ensino infantil vai alargar-se ao primário. “O plano-piloto dos currículos foi eficiente,

acumulamos experiências, o que serviu para aprofun-dar conteúdos para o ensino infantil”, explicou Wong Kin Mou.

Pretende-se promover

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8 nacional sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mo

A chanceler alemã, Angela Merkel, chegou ontem a Pequim para dois dias de conversações com os

líderes chineses, na sua segunda visita à China em menos de um ano. Merkel e o homólogo chinês, Wen Jiabao, co-presidirão à 2ª ronda de consultas inter-governamentais sino-germânicas, um mecanismo de diálogo e cooperação instituído o ano passado.

A chanceler alemã, que viaja com vários ministros e empresários do país, vai também encontrar-se com o presidente chinês, Hu Jintao, o vice-presidente, Xi Jinping, o vice--primeiro-ministro executivo, Li Ke-qiang, e o presidente da Assembleia Nacional Popular, Wu Bangguo.

O programa inclui ainda uma deslocação a Tianjin, o maior porto do norte da China, a 120 quilómetros de Pequim.

É a segunda visita de Merkel à China desde Fevereiro e a sexta des-de que assumiu o seu actual cargo, em 2006.

A Alemanha é o maior parceiro comercial da China na União Eu-ropeia, assegurando quase metade das exportações dos 27 para aquele país e mais de um quinto (22%) das importações chinesas para a UE.

A China, entretanto, tornou-se o principal destino do investimento externo alemão, ultrapassando pela primeira vez a Europa, e a Alemanha é o país europeu onde as empresas chinesas preferem investir.

Explosão em mina causou 19 mortosUma explosão de gás numa mina de carvão no sudoeste da China causou, pelo menos 19 mortos e deixou retidas no subsolo 18 pessoas, informaram as autoridades locais. Um balanço anterior dava conta de nove mortos e 44 retidos. Um total de 154 mineiros estavam a trabalhar na mina de Panzhihua, na província chinesa de Sichuan, quando ocorreu a explosão, na quarta-feira. Mais de uma centena de mineiros foi resgatada e as operações de salvamento continuavam ontem.

O vice-Presidente chinês, Xi Jinping, manifestou esta

quarta-feira ao novo Presidente egípcio, Mohamed Morsi, a dis-posição da China de “aumentar as relações estratégicas” entre os dois países.

A visita de Morsi à China, a primeira fora do mundo árabe, iniciada na terça-feira, “injecta-rá novo ímpeto nas relações bila-terais e abrirá um novo capítulo na amizade sino-egípcia”, disse Xi Jinping, citado pela agência noticiosa oficial chinesa.

Xi Jinping, nascido em 1953, é considerado o mais provável sucessor do Presidente Hu Jin-tao, devendo substituí-lo ainda este ano na chefia do Partido Comunista Chinês.

No encontro com Morsi, Xi Jinping disse que a China atribui grande importância às relações com o Egipto, país que “olhará sempre como um parceiro chave e de confiança”. “A nossa polí-

A agência noticiosa oficial chinesa Xinhua exortou

quarta-feira o candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, a “desistir do jogo de culpar a China que tem emergido frequen-temente na sua campanha eleitoral” para a presidência dos Estados Unidos.

A “dura retórica contra a China” adoptada por Rom-ney, nomeadamente as suas referências à “manipulação cambial” da moeda chinesa, visa “fazer da China o bode expiatório responsável pelo chamado desequilíbrio co-mercial entre os dois países e pelo sombrio mercado de emprego nos Estados Unidos”.

“Como veterano homem de negócios, Romney está numa posição melhor do que muitos outros para saber que o défice comercial dos Estados Unidos face à China é causado pela diferença das respectivas estruturas económicas já que grande parte das exportações para

os Estados Unidos é de bens de mão de obra in-tensiva cuja produção foi abandonada pelas empresas norte-americanas na mira de maiores lucros.”

CONVENIÊNCIASA Xinhua contesta que a China possa ser acusada de “manipulação cambial”, alegando que, “desde 2005, o yuan valorizou-se mais de 30% em relação ao dólar norte-americano”.

“Embora seja conve-niente para os políticos norte-americanos culpa-rem a China, devem estar plenamente cientes que as suas palavras e actos estão a envenenar a atmosfera geral das relações Estados Unidos-China e podem eventualmente minar o mun-do inteiro se não forem con-troladas”, conclui a Xinhua, num comentário difundido na quarta-feira com o título “Chegou a altura de Romney abandonar o jogo de culpar a China”.

Angela Merkel já está em Pequim

Segunda ronda de consultas

Pequim quer reforçar relações estratégicas com Egipto

Investimento chinês pode quadruplicar

Pequim exorta Romney a desistir do “jogo de culpar a China”

Jogo perigoso

Voo segue rota prevista após mensagem ameaçadoraUm voo da Air China que tinha recebido uma mensagem ameaçadora na quarta-feira seguiu finalmente a rota prevista, partindo na madrugada de ontem de Pequim com destino a Nova Iorque. Segundo informações divulgadas pelo Aeroporto Internacional de Pequim, o voo CA981 regressou ao aeroporto depois de sete horas de viagem, devido a uma mensagem ameaçadora emitida pelo lado norte-americano. O departamento de segurança do aeroporto examinou a aeronave, não tendo encontrado qualquer objecto ou situação suspeitos. À 0h31 da madrugada de ontem, o voo partiu finalmente para Nova Iorque. As autoridades da segurança pública de Pequim afirmaram que vão investigar o caso.

tica de amizade com o Egipto não mudará.”

LAÇOS MAIS ESTREITOSA visita do chefe de Estado egípcio, de três dias, está a ser descrita em Pequim como “uma grande mudança na política externa do Egipto” e “uma valo-

rização” do papel internacional da China.

Um analista egípcio citado por um jornal chinês afirmou que Mohamed Morsi “quer laços mais estreitos com a China no sector económico, mas também na área política”.

Morsi viaja com uma de-legação de 80 empresários e, segundo a imprensa chinesa, os visitantes esperam que o investimento chinês no Egipto quadruplique nos próximos três anos, passando de cerca de MOP 4 mil milhões para cerca de MOP 16 mil milhões.

Primeiro Presidente civil do Egipto, eleito por sufrágio direc-to, Mohamed Morsi assumiu o cargo em Junho.

Depois da China, o chefe de Estado egípcio irá a Teerão para participar na Cimeira dos Países Não-Alinhados e a seguir irá à Assembleia-geral da ONU, em Nova Iorque.

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9regiãosexta-feira 31.8.2012 www.hojemacau.com.mo

A agência Lusa vai rea-lizar até Novembro o estudo de viabilidade da criação da Agência de

Notícias de Timor-Leste (ETNA), salientou esta quarta-feira o minis-tro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros timorense.

Em declarações aos jornalistas após a assinatura de protocolos de cooperação com Miguel Rel-vas, em representação do Estado português, Hermenegildo Pereira salientou a cooperação entre a Lusa e a ETNA – ainda em em-brião – desde 1997, e referiu que essa parceria agora reforçada foi “essencial” para revelar ao mundo o que se passava em Timor-Leste. “A cooperação não é recente já que foi acordada em 1997”, assinalou o ministro, destacando também

Coreia do Sul em alerta para chegada de novo tufãoA Coreia do Sul está sob alerta da chegada de um segundo tufão, o Tembin, depois de ter sido duramente atingida pelo Bolaven no início da semana. O Tembin está a sudoeste da ilha de Jeju, no sul do país, movimentando-se para norte a uma velocidade de 41 km/h. Vários voos foram cancelados no aeroporto de Jeju e muitas escolas fechadas. Dezenas de rotas marítimas foram suspensas nas regiões sul e sudoeste. Com ventos até 112 km/h, vai trazer chuvas torrenciais, informou ontem o serviço de meteorologia da Coreia do Sul. O tufão Bolaven – o mais forte a atingir o país nos últimos anos – fez 18 mortos e um deixou rasto de destruição nas regiões sudoeste e centro-sul. Sete membros da tripulação de dois barcos chineses estão ainda desaparecidos. Devido à iminente chegada do Tembin, as equipas de resgate tiveram que suspender a buscas.

A Coreia do Sul enviou ontem um documento

diplomático rejeitando a pro-posta do Japão para que os dois países recorram a um tribunal internacional a fim de resolve-rem a questão sobre algumas ilhas em disputa, informaram as autoridades.

A Coreia do Sul, na semana passada, recebeu uma “nota verbal” do Japão, sugerindo que ambas as partes se submetes-sem conjuntamente ao Tribunal Internacional de Justiça, com sede em Haia, para liquidar a questão. A resposta foi entregue ontem a um diplomata japonês em Seul, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Es-

trangeiros, recusando-se a dar mais detalhes sobre o assunto.

O documento esclarece a po-sição de Seul de que não existem disputas territoriais sobre as ilhas no Mar do Japão (Mar do Leste), conhecidas internacionalmente como as ilhas Liancourt, Dokdo, em coreano e Takeshima, em japonês, informou a agência de notícias Yonhap. As relações en-tre os dois países pioraram desde que o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, fez, a 10 de Agosto, uma visita de surpresa às ilhas controladas por Seul.

AZIA NIPÓNICAO Japão cancelou uma reu-nião de ministros de Finanças

prevista para este mês e disse que iria rever um acordo de “swap” cambial com Seul, numa demonstração de que a questão das ilhas pode estender-se para o campo económico. Tóquio também deu a entender que poderia congelar o seu plano de comprar títulos do governo sul-coreano.

O primeiro-ministro japo-nês, Yoshihiko Noda, afirmou na semana passada que a Co-reia do Sul fez uma “ocupação ilegal” das ilhas, depois de Seul ter enviado de volta a carta dirigida ao presidente sul-coreano, registada por correio, sem sequer ser lida. A Tailândia, o segundo maior ex-

portador de açúcar do mundo, pretende construir 14 fábricas de cana-de-açúcar até 2017, juntando-se às actuais 47 unidades produtoras, enquanto o governo se posiciona para acompanhar a procura crescente de açúcar na região asiática.

O país conseguiu aumentar a pro-dução da cana em mais de 40% nos últimos três anos, das 68,5 milhões de toneladas em 2009/10 para 98 milhões de toneladas na colheita de 2011/12, obtendo um recorde de 10,24 milhões de toneladas de açúcar. “O açúcar é visto como uma das melhores oportuni-dades de negócios na Tailândia”, disse o secretário-geral da Agência de Cana e Açúcar, Prasert Tapaneeyangkul,

durante a maior feira da indústria de açúcar do Brasil, no coração da região ocupada por terrenos de cana de açúcar.

Quase 90% das exportações tailan-desas de açúcar, que devem chegar a pouco menos de 8 milhões de toneladas em 2012, vão para outros países asiáti-cos, principalmente para a Indonésia.

Em 2015 a Malásia vai diminuir sua tarifa de importação do açúcar de 35% para 5%, disse Prasert. “Esperamos que a Malásia seja um importante mercado em crescimento para a Tailândia, assim como a China e a Índia.”

Com a construção das novas fábri-cas, a capacidade de processamento do país deve crescer de 800.000 toneladas por dia em 2011 para 1,2 milhão de toneladas em 2017.

Lusa faz estudo de viabilidade de agência de notícias de Timor-Leste

Formação para ter melhor comunicação

Seul rejeita ir a Haia abordar disputa de ilhas com Japão

Questão pode afectar economia

Tailândia planeia construir mais 14 fábricas

Procura por cana de açúcar a crescer

riu que Timor-Leste “quer mais formação para colmatar lacunas”. “Portugal tem, sem dúvida, uma experiência que Timor-Leste tem que saber usufruir”, acres-centou o ministro ao salientar que o país tem aproveitado essa experiência. “O que agora foi assinado dá continuidade e ele-va o vigor e a determinação dos nossos Governos em prosseguir com o mesmo processo e de avançar com a consolidação da capacitação individual e o nível de profissionalismo dos média.”

Hermenegildo Pereira disse ainda que o estudo de viabilidade da agência noticiosa timorense “é uma pedra crucial” para o futuro, de forma a inscrever no orçamento do país para 2013 as verbas neces-sárias para a sua criação.

que a Lusa está permanentemente em Timor-Leste desde 1999.

Além de um protocolo genérico com o Estado português, foram também rubricados os protocolos adicionais que envolvem a agência Lusa, a RTP, o Cenjor e a Univer-sidade Católica, tendo cada uma das empresas ou entidades estado representadas na cerimónia que decorreu no Palácio do Governo da capital timorense.

PEDRA CRUCIALAlém da Lusa, representada pelo seu presidente, Afonso Camões, o ministro Hermenegildo Pereira salientou também a cooperação do Cenjor no apoio à formação de jornalistas locais, a RTP que “tem ajudado na evolução” da televisão e rádio públicas e refe-

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10 sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mojogos paralímpicos

Shakespeare e ciência de mãos dadas na cerimónia de abertura

O regresso ao berço

Paralímpicos de Londres serão os mais televisivos de sempreMil milhões de pessoas em todo o mundo vão poder assistir às diversas modalidades dos Jogos Paralímpicos de Londres através das transmissões de televisão internacionais. O Comité Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos (LOCOG) revelou que foram vários os países que adquiriram os direitos de transmissão dos jogos, negócios que vão permitir uma audiência-recorde. Os Paralímpicos de Pequim, em 2008, acumularam uma audiência mundial de 3.500 milhões de telespectadores, números que devem ser ultrapassados, até porque o LOCOG afirma que são ainda vários os países que estão a negociar os direitos de transmissão televisiva. Para o presidente do Comité Paralímpico Internacional, Philip Craven, estes jogos são “os mais espectaculares e importantes da história, tornando-se verdade o que foi dito pelo presidente chinês em 2006, quando afirmou que os Jogos Paralímpicos eram tão importantes como os Olímpicos”.

Gonçalo Lobo [email protected] Londres

É o regresso dos Para-límpicos a Inglater-ra, onde nasceram em 1946 pela mão

de um neurologista alemão de origem judaica chama-do Ludwig Guttmann. Em Stoke Mandeville, Guttmann juntou numa competição ve-teranos da II Guerra Mundial e iniciou o movimento que mais tarde, em 1960, daria lugar aos primeiros Jogos Paralímpicos, em Itália.

Em Londres viveram-se momentos de magia, onde Bradley Hemmings – mentor de todo o espectáculo – le-vou os espectadores a uma viagem inesquecível pela

Uma noite inesquecível. Londres trouxe de volta os Paralímpicos ao local onde nasceram, em 1946, e juntou-lhes a ciência através da teoria do “big bang” de Stephen Hawking, cientista que simboliza a capacidade de superação de quem lida com a deficiência

ciência, pela teoria do “big bang” do cientista Stephen Hawking, que sofre de escle-rose lateral amiotrófica e é o autor do livro “Uma Breve História do Tempo”. Tempo também para lembrar Isaac Newton e Peter Higgs.

A cerimónia começou ao som de “Umbrella” da can-tora Rihana, onde Miranda, personagem inspirada na peça “A Tempestade”, de William Shakespeare, fez de anfitriã do espectáculo que deu início à 14.ª edição das Paralimpíadas.

Por essa altura, Stephen Hawking estava no estádio e, num palco colocado num dos topos, pediu aos cerca de 80 mil espectadores presen-tes – e a toda a gente – para olharem “para as estrelas

e menos para os pés”. E o sonho continuou. “Vivemos num universo governado por leis que podemos descobrir e perceber. Tenta perceber o que vês e questiona-te sobre o que faz o universo existir.”

PASSOS COELHO E A RAINHAA rainha Isabel II entrou no estádio já decorria o espectáculo. O estádio res-peitosamente recebeu Sua Majestade, que pouco tempo depois declarou aberta a competição, que irá durar até a dia 9 de Setembro.

Isabel II assistiu ainda à parada dos países que en-travam no estádio. Macau, China, Hong Kong, Taiwan, Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde ou Guiné-Bissau são alguns

dos 166 países e regiões que participam no evento.

Notada também a presen-ça de Pedro Passos Coelho que, como primeiro-ministro português, esteve atento ao desfile. Os aplausos ecoaram com abundância, em par-ticular quando a equipa da Grã-Bretanha entrou e fechou a parada – que decorreu ao som de “Heroes” de David Bowie – com chave de ouro.

MAGIA DE GANDALFMiranda voltou, mais tarde, à cena, para ouvir Hawking lembrar-lhe que “o grande inimigo do conhecimento não é a ignorância, mas sim a sim a ilusão de que se tem conhecimento”.

Com a ajuda de Ian McKellen – actor que fez

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11sexta-feira 31.8.2012 www.hojemacau.com.mo jogos paralímpicos

Shakespeare e ciência de mãos dadas na cerimónia de abertura

O regresso ao berço

de feiticeiro Gandalf, na trilogia “Senhor dos Anéis” –, Miranda viajou rumo ao conhecimento num chapéu--de-chuva virado ao contrá-rio. Ao mesmo tempo, nas bancadas do estádio, podiam ler-se frases da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Miranda teve mais uma prova de que a curiosidade pode mover montanhas. Reviveu a queda da maçã que levou o cientista Isaac Newton a estudar a gravita-ção universal e, por fim, com uma réplica gigante da está-tua amputada Alison Lapper Grávida, de Marc Quinn, no palco, a chama paralímpica chegou “do céu”, pela mão do jovem atleta Joe Town-send, numa altura em que

Miranda já tinha regressado ao século XXI.

SOU O QUE SOUA grande chama foi acesa por Margaret Maughan, a primeira britânica a conquis-tar uma medalha de ouro nos Paralímpicos. Formada por pétalas com o nome de cada um dos países participantes, a pira será distribuída, no final, por cada uma das missões participantes.

O espectáculo, que contou com mais de três mil figu-rantes, fechou com fogo de artifício e ao som da música “I Am What I Am” (“sou o que sou”), não sem antes Miranda ser lembrada, atra-vés de cartazes – em jeito de manifestação – que terá de ver o óbvio, como todos nós.

Em termos competitivos, os Jogos Paralímpicos de Londres arrancam ontem, mas Macau só participará nos dias 4 e 5 de Setembro, com Lao In I na esgrima em cadeira de rodas e Tong Hio Sam no salto em comprimento.

30 ATLETAS PORTUGUESESPortugal está representado na 14.ª edição dos Jogos Para-límpicos de Londres por 30 atletas que vão competir em cinco das 20 modalidades do programa: atletismo, boccia, equitação, natação e remo.

Nos Jogos de Pequim, em 2008, Portugal conquistou sete pódios elevando a conta para um total de 85 medalhas desde a sua primeira participa-ção nos Jogos Paralímpicos, em 1972.

• 11 dias de competição

• 20 modalidades desportivas

• 20 locais para competições

• 166 Comités Paralímpicos Nacionais

• 503 competições para medalhas

• 4.200 atletas

• 1.223 árbitros, técnicos

e outro pessoal oficial

• 2,5 milhões de bilhetes

JOGOS • 2,5 quilómetros quadrados

• 102 hectares de área verde foram criados

• 4.000 árvores plantadas

• 1.800 cadeiras de rodas

• 22 cães-guia

• 4.000 tritões, 100 sapos e 300 lagartos

recolocados

• 30 mil toneladas de lixo removido

durante a construção

PARQUE

• 3.250 voluntários para o elenco do show

• 75 crianças

• 106 ensaios antes do espectáculo final

• 27 voluntários em cadeira de rodas

• 9 participantes invisuais

• 27 com surdez

• 3 com Síndroma de Down

• 1 amputado

• 1 com autismo

• 18 mil luzes LED

• 442 cantores

• 62.046 maçãs

CERIMÓNIA DE ABERTURA

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12 publicidade sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mo

EDITALEdital n.º : 134/E/2012Processo n.º : 23/DC/2011/FAssunto :Determinação da desocupação do terreno e demolição da construção ilegalLocal :Terreno situado em frente do poste de iluminação n.º 903A21 do Caminho Antigo de Seac

Min Pun na ilha de Coloane (demarcado a tracejado na planta em anexo)Jaime Roberto Carion, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

(DSSOPT), faz saber por este meio aos ocupantes ilegais desconhecidos do terreno indicado em epígrafe, o seguinte:1. ADSSOPT,noexercíciodospoderesdefiscalizaçãoconferidospelaalíneab)don.º3doartigo8.ºdo

Decreto-Lei n.º 29/97/M, de 7 de Julho, verificou que no terreno acima indicado foi executada umaconstrução ilegal composta por suportemetálico e cobertura em chapa de zinco, sem que tenha sidoemitidapelaDSSOPTarespectivalicençadeobra,esemquetenhasidoatribuídaaosocupanteslicençadeocupaçãotemporárianostermosdosartigos69.ºa75.ºdaLein.º6/80/M,de5deJulho(LeideTerras).Por isso, foi instaurado o procedimento administrativo n.º 23/DC/2011/F, de desocupação e restituição do terreno à posse da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).

2. De acordo com a certidão da Conservatória do Registo Predial (CRP), de 03/11/2011, sobre o terreno acima indicado não se encontra registado a favor de particular (pessoa singular ou pessoa colectiva), direitodepropriedadeouqualqueroutrodireitoreal,nomeadamenteconcessão,poraforamentoouporarrendamento,peloqueomesmoconsidera-sepropriedadedoEstado,nostermosdoartigo7.ºdaLeiBásica da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).

3. Com efeito, a ocupação de propriedade do Estado por ocupantes que não disponham de contrato deconcessãooulicençadeocupaçãotemporáriaprevistanaLeideTerrasqueautorizeasuapossedeterminaque o mesmo (terreno) seja entregue, livre e desocupado, ao Governo da RAEM, órgão responsávelpela gestão, uso e desenvolvimento dos solos e recursos naturais, nos termos do artigo 7.º da Lei Básica da RAEM, cabendo ao Chefe do Executivo, por maioria de razão, praticar o respectivo acto, ordem de desocupação e restituição do terreno, ao abrigo do disposto na alínea o) do artigo 41.º e artigo 174.º da Lei de Terras.

4. Tendo sido realizada, no seguimento de notificação por edital, assinado pelo Director da DSSOPT, epublicado nos jornais em línguas chinesa e portuguesa de 14/03/2012, a audiência escrita dos interessados, prevista nos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, não foram carreados para o procedimento elementos ou argumentos de factoededireitoquepudessemconduziràalteraçãodosentidodadecisãodeordenaradesocupaçãodoaludido terreno.

5. Assim,ficamosinteressadosnotificadosdequeS.Ex.ªoChefedoExecutivo,pordespachode20/08/2012,exarado sobre a informação n.º 4131/DURDEP/2012, de 11/07/2012, constante do processo n.º 23/DC/2011/F,foiordenadoqueosocupantesilegaisdesconhecidosprocedam,noprazode30(trinta)diasacontarapartirdadatadepublicaçãodopresenteedital,àdesocupaçãodoidentificadoterreno,àdemoliçãoe ao despejo das referidas construções ilegais, removendo os objectos,materiais e equipamentos neledepositados,bemcomprocedamàentregadoterrenoaoGovernodaRAEM,semdireitodeindemnização.

6. Antes de execução da obra de demolição referida no ponto anterior, os ocupantes deverão apresentar previamente nestes Serviços a declaração de responsabilidade do construtor incumbido da obra de demoliçãoeaapólicedesegurocontraacidentesdetrabalhoedoençasprofissionais.Apósaconclusãodadesocupação, os ocupantes deverão comunicar por escrito tal facto à DSSOPT para efeitos de vistoria.

7. Nos termos do artigo 139.º doCPA, notifica-se ainda que se findo o prazo acima referido não deremcumprimento à ordem indicada no ponto 5, a DSSOPT, em conjunto com outros serviços públicos e com a colaboração do Corpo de Polícia de Segurança Pública, procederá, a partir do termo do respectivo prazo (30 dias), à execução dos trabalhos de desocupação e de demolição, a expensas dos ocupantes nos termos do n.º 2 do artigo 144.º do CPA, sem prejuízo de aplicação de multa prevista no artigo 191.º da Lei de Terras.

8. Segundo o princípio da boa fé previsto no artigo 8.º do CPA e o princípio da colaboração entre aAdministraçãoeosparticularesprevistonoartigo9.ºdoCPA,notifica-seaindaquedeacordocomossimilares casos tratados no passado, caso seja executada a desocupação coerciva do referido terreno pela Administração, a despesa de execução do trabalho de desocupação poderá atingir a cem mil patacas (MOP$100 000,00), contudo este valor pode variar-se conforme a área ocupada, a complexidade da obra, a quantidadedosmateriaisdepositadosnaáreadeocupaçãoeainflação,porissoareferidadespesaéapenaspara referência.

9. Osmateriaiseequipamentoseventualmentedeixadosnoterrenoserãodepositadosnolocalindicado,àguarda de um depositário a nomear pela Administração.

10. Findooprazode15(quinze)diasacontarapartirdadatadodepósitoecasoosbensnãotenhamsidoreclamados,consideram-seosmesmosabandonadoseperdidosafavordoGovernodaRAEM,porforçada aplicação analógica do artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro.

11. Nos termos dos artigos 145.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo, os interessados podem apresentarreclamaçãoaoChefedoExecutivonoprazode15(quinze)dias,acontarapartirdadatadepublicação do presente edital.

12. Do despacho do Chefe do Executivo referido no ponto 5, de 20/08/2012 cabe recurso contencioso ainterpor no prazo de 30 (trinta) dias, a contar a partir da data de publicação do presente edital, para o Tribunal de Segunda Instância da RAEM nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro, e da subalínea(1)daalínea8),doartigo36o da Lei n.º 9/1999, republicada no Boletim Oficial da RAEM, n.º 44,ISérie,de1deNovembrode2004.

RAEM, aos 23 de Agosto de 2012.

O Director dos Serviços Jaime Roberto Carion

Processo no: 23/DC/2011/FLocal : Terreno situado em frente do poste de iluminação n.º 903A21 do Caminho Antigo de Seac Min Pun na

ilha de Coloane (demarcado a tracejado na planta em anexo)

Planta em anexo :

AnúncioO Pedido do Projecto de Apoio Financeiro do FDCT para à 3ª vez do ano 2012

(1) Fins

O FDCT foi estabelecido por Regulamento Administrativo nº14/2004 da RAEM, publicado no B. O. N° 19 de 10 de Maio, e está sujeito a tutela do Chefe do Executivo. OFDCTvisaaconcessãodeapoiofinanceiroaoensino,investigaçãoe a realizaçãodeprojectosnoquadrodosobjectivosdapolíticadas ciências edatecnologia da RAEM.

(2) Alvos de Patrocínio

(i) Universidades, instituições de ensino superior locais, seus institutos e

centros de investigação e desenvolvimento (I&D);(ii) Laboratórios e outras entidades da RAEM vocacionados para actividades deI&Dcientíficoetecnológico;(iii) Instituiçõesprivadaslocais,semfinslucrativos;(iv) Empresários e empresas comerciais, registadas na RAEM, com actividades de I&D;(v) InvestigadoresquedesenvolvemactividadesdeI&DnaRAEM.

(3) Projecto de Apoio Financeiro

(i) Que contribuam para a generalização e o aprofundamento do conhecimento

científicoetecnológico;(ii) Que contribuam para elevar a produtividade e reforçar a competitividade das empresas;(iii) Que sejam inovadores no âmbito do desenvolvimento industrial;(iv) Que contribuam para fomentar uma cultura e um ambiente propícios à inovação e ao desenvolvimento das ciências e da tecnologia;(v) Que promovam a transferência de ciências e da tecnologia, considerados prioritários para o desenvolvimento social e económico;(vi) Pedidos de patentes.

(4) Valor de Apoio Financeiro

(1) Igualouinferiorquinhentosmilpatacas.(MOP$500.000,00)(2) Superioraquinhentosmilpatacas.(MOP$500.000,00)

(5) Data do Pedido

Alínea (1) do número anterior Todo o anoAlínea (2) do número anterior A partir do dia 3 – Set. – 2012 até5–Nov.–2012(O próximo pedido será realizado no dia 2 –Jan. – 2013 ao 4 –Mar. – 2013)

(6) Forma do Pedido

Devolvido o Boletim de Inscrição e os dados de instrução mencionados no Art° 6 do Chefe do Executivo nº 273 /2004, «Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro», publicado no B. O. N° 47 de 22 de Nov., para o FDCT. Endereço do escritória: Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n° 411-417, Edf. “Dynasty Plaza” 9° andar,Macau.Parainformações:tel.28788777;website:www.fdct.gov.mo.

(7) Condições de Autorizações

Por despacho do Chefe do Executivo nº 273 /2004, processa o «Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro».

O Presidente do C. A. do FDCTTong Chi Kin31/8/2012

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13publicidadesexta-feira 31.8.2012 www.hojemacau.com.mo

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14 vida sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mo

Cor diferente ocorre a cada dois ou três anos

Noites de lua azul

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A lua cheia deve-se ao ciclo lunar de 29,5 dias. A lua azul ocorre a

cada dois ou três anos e os céus este ano vão recebê-la. Agosto tem duas luas cheias – a primeira aconteceu a dia 2 e a próxima será depois de amanhã. Contudo, os astrónomos indicam que não existe qualquer relação

A bactéria ralstonia eu-tropha, geneticamente

modificada, consegue pro-duzir combustível, segun-do os investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que publicaram o estudo na Applied Microbiology and Biotechnology.

Os cientistas manipula-ram os genes da bactéria para obterem um tipo de álcool chamado isobutanol que pode substituir a gasolina ou misturar-se com ela, explica a revista Ciência Hoje.

Segundo Christopher Brigham, o autor principal da investigação, quando a

ralstonia eutropha deixa de crescer, utiliza toda a sua energia na fabricação de compostos complexos de carbono.

Quando a sua fonte de nutrientes essenciais – ni-trato ou fosfato – acaba, a bactéria detecta que os seus recursos são limitados e entra em modo de ar-mazenamento de carbono para utilização posterior. Armazena todo o carbono disponível em forma de um polímero, semelhante nas suas propriedades a plásticos derivados do petróleo.

Com a anulação de al-guns genes e a inserção de

um gene de outro organismo, a equipa de cientistas foi capaz de redirigir a capaci-dade natural da bactéria para produzir combustível em vez de plástico. Com ligeiras modificações na bactéria, foi possível converter quase qualquer fonte de carbono, incluindo os desperdícios agrícolas ou dejectos, em combustível útil.

Em cultivo contínuo, poderá obter-se quantidades importantes de isobutanol. Agora, os investigadores têm como objectivo a op-timização do sistema para aumentar a velocidade de produção.

Organismo geneticamente modificado para substituir gasolina

Bactéria produz combustível

entre este fenómeno e a época do ano.

O termo lua azul refere--se normalmente à segunda lua cheia que ocorre no mesmo mês. A ocorrência deve-se ao ciclo lunar de 29,5 dias, o que torna per-feitamente possível que esta fase aconteça duas vezes no mesmo mês. Fevereiro é o único mês que não pode ter

a lua azul, mesmo em anos bissextos.

Aliás, em determinados anos bissextos é possível que Fevereiro nem sequer tenha uma lua cheia. A lua azul, geralmente, acontece no final de Janeiro e a outra no início de Março, ou seja, duas no mesmo ano. Isto ocorre em média a cada 35 anos.

O ano de 1999 teve dois meses de lua azul – em Janeiro e Março. Agora, o fenómeno só voltará a ocorrer dentro de três anos, na noite de 31 de Julho para primeiro de Agosto de 2015, de acordo com os cálculos dos astrónomos russos acompanham a lua.

Por último, os especia-listas destacam que o nome dado a este fenómeno não tem nada a ver com a cor ou a sua aparência. O termo “lua azul” foi traduzido literal-mente do inglês, onde azul também significa “traidor”.

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15culturasexta-feira 31.8.2012 www.hojemacau.com.mo

O livro chama-se “O Ouro no Eixo Hong Kong – Macau (1946-1973)” e conta a história de um sector que dominou o território antes do jogo. Os autores, Vasco Marques e Aníbal Borges, contam como lhes negaram apoios financeiros e acesso a documentos

Andreia Sofia [email protected]

É um trabalho de investigação que pretendia, segun-do os autores, pôr

fim ao vazio sobre um pe-daço da história de Macau. O mais recente lançamento do Instituto Português do Oriente (IPOR) chama-se “O Ouro no Eixo Hong Kong-Macau (1946-1973)” e conta a história de um monopólio que dominou a economia de Macau antes da explosão do jogo.

NOS últimos 50 anos a música pop tornou-se mais depressi-

va. Esta é a principal conclusão de um novo estudo que defende que as canções são agora mais lentas, mais longas e mais tristes.

Depois de ter sido publicado um estudo que afirmava que a música está cada vez mais igual, o tema – concretamente o género pop - volta a despertar a atenção de investigadores. O novo estudo – “Emotional Cues in American Popular Music: Five Decades of the Top 40” – , dirigido pelo psicólogo Glenn Schellenberg e pelo sociólo-go Christian von Scheve, teve por base a análise a 1.010 canções do Top 40 da lista Billboard entre os anos de 1965 e 2009, e concluiu que na sua maioria as músicas eram tristes.

“Algumas características musi-cais são pistas para a alegria (tempo rápido e modo maior) e outras são pistas para a tristeza (tempo lento e modo menor)”, dizem os autores no estudo publicado em Agosto na revista americana Psychology Of Aesthetics, Creativity, and The Arts, explicando que encontraram mais músicas tristes.

Está a música pop cada vez mais triste?

A chiclete já não é doce

Autores depararam-se com entraves durante a investigação

Comércio do ouro agora em livro

do consumismo e do individua-lismo cultural, que “provoca uma exigência por mais opções de escolha”. Numa altura em que as letras melancólicas de por exemplo Bon Iver, que se tornou conhecido com temas como “Skinny Love” ou “Re: Stacks”, são um caso de sucesso, o estudo defende que poderá ser por uma questão de “maior sofisticação ao nível dos seus gostos”, que os consumidores optam por estas canções.

Por isso, a investigação nota que músicas como “Waterloo” dos Abba são para os consumidores “inocentes e ligeiramente infantis”. A apreciação de canções modernas dentro do mesmo estilo – como “Barbie Girl” dos Aqua – provoca vergonha.

Já no ano passado, um estudo foi publicado no mesmo sentido deste, mas tendo em conta as vá-rias letras de canções pop escritas entre 1980 e 2007. As conclusões apresentavam uma quebra nas referências a interacções sociais e a sentimentos positivos e um aumento de palavras relaciona-das com raiva e comportamentos anti-sociais.

Não convivemos muito bem com esse aspecto, uma vez que essa documentação foi consultada aqui em Macau. Disseram que ainda estava em tratamento, mas ficámos espantados porque o João Botas diz que tem acesso.”

Sendo este o segundo tra-balho da dupla, Vasco Mar-ques acredita que o projecto não acaba aqui. “Abre portas a outros investigadores. Te-mos um terceiro trabalho em vista, em que gostávamos de trabalhar a ultima fase de Macau desde a Revolução de Abril até agora.”

“Foi um negócio impor-tante no território durante cerca de 30 anos, pouca gente conhece e as investiga-ções não estão tão apuradas como pensámos que deve-riam ser”, sublinha Vasco Marques. “E foi um assunto que nos interessou. Macau era a porta do cavalo de Hong Kong, servia a região e interesses não só de Macau

como de Portugal, Inglaterra e outros países.”

Aníbal Mesquita Bor-ges, o seu companheiro de investigação, falou mais de um percurso que começou há quatro anos. “Como em qualquer investigação é preciso ir a bibliotecas. Foi isso que começámos por fazer. Em alguns locais foi fácil, outros nem tanto. Não

só por existirem dificuldades por alguma documentação estar restrita, mas também por outra não dar sequer para reservar a consulta.”

DESAFIOS MAIORESAs críticas dos autores recaem sobre dois pontos principais: não só viram recusado o pedido de apoio financeiro à Fundação Ma-

cau, feito há dois anos, como não conseguiram consultar documentos que viriam a ser analisados por outro autor. “Sabíamos que havia documentação dispo-nível sobre o período até 1999, na Universidade de Macau, sobre Macau”, diz Aníbal Borges. “Soubemos, depois de ter sido iniciada a investigação, que esse nú-cleo tinha sido transferido para Lisboa por indicação do último governador. A documentação não está trabalhada e não permite que a investigação seja feita.

Para dividirem as músicas entre tristes e alegres, os investigadores basearam-se em dois factores de-cisivos: o tempo e o modo – maior (o que significa que a canção é mais animada) ou menor (menos animada).

LONGAS E FEMININASQuanto ao tempo, analisaram as batidas por segundo, e, quando esta técnica era inconclusiva, recorreram à média do número de palmas com que as pessoas acompanhavam as canções. Por sua vez, o modo está relacionado com o intervalo entre certas notas em diferentes escalas.

Seguindo estes parâmetros, concluíram que o número de mú-sicas gravadas em modo menor quase duplicou nos últimos 50 anos. Já em relação ao tempo, perceberam que as canções mais lentas continuaram a aumentar

depois do seu pico nos anos 1990. Paralelamente, neste período registou-se uma quebra no número de canções alegres.

Glenn Schellenberg e Christian von Scheve defendem a sua teo-ria. “Analisámos como as pistas emocionais na música popular americana têm mudado ao longo do tempo, prevendo que a música se tornou progressivamente mais

associada à tristeza e emocional-mente ambígua.”

O estudo releva ainda que as canções se têm tornado também mais longas, sendo cada vez mais compostas por mulheres.

PEQUENAS VERGONHASComo possíveis causas para a música pop se ter tornado mais triste, os autores alegam o aumento

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16 desporto sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mo

Marco [email protected]

O Wushu – também conhecido como kung fu – é a modalidade que

mais longe leva o nome e as cores de Macau. A semana passada, no Vietname, não foi diferente. Os atletas do território voltaram a brilhar na edição deste ano do Cam-peonato Asiático de Wushu, com Jia Rui e companhia a conquistarem um total de dez medalhas no evento, duas das quais de ouro.

Jia Rui, primeiro atleta do território a subir ao mais elevado patamar do pódio no âmbito de uma grande competição internacional – os Jogos Asiáticos de 2010 – voltou a dar nas vistas no principal evento continental

Sérgio [email protected]

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) chegou esta

semana a acordo para atribuição dos direitos comerciais e de pro-moção do futuro Campeonato do Mundo FIA de Fórmula E – uma nova competição automóvel a ser lançada em 2013 apenas para viaturas eléctricas e que nasceu após uma sugestão da Comissão Europeia.

O concurso público colocado de pé pela FIA teve como vencedor um consórcio de investidores de Hong Kong que dá pelo nome de Formula E Holdings Ltd (FEH). Este consórcio tem à frente o empresário espanhol Enrique Bañuelos, ligado à área financeira, e como CEO o também espanhol Alejandro Agag, genro de José María Aznar, ex-primeiro ministro de Espanha, e dono da equipa da GP2 com o nome de Addax Team.

O lorde inglês Paul Drayson, dono da Drayson Racing Tech-nologies e ex-ministro da defesa do governo de Gordon Brown, e o francês Eric Barbaroux, dono da empresa de veículos eléctricos “Electric Formula”, são outras figuras de proa que apostam neste projecto, em conjunto com os in-vestidores da RAE vizinha.

O Campeonato FIA Fórmula E irá começar no segundo semestre de 2013, numa fase experimental,

Macau conquista dez medalhas no Asiático de Wushu

Abram alas para Li Yida modalidade. Porém, em Ho Chi Minh a estrela de Li Yi foi a que brilhou com maior magnitude.

A atleta do território despediu-se do evento com o pleno de medalhas: ao bronze conquistado no even-to feminino de jianshu, juntou uma medalha de ouro e outra de prata, com prestações irrepreensíveis em dois dos outros eventos que integraram o cartaz competitivo da oitava edição do campeonato.

Visto por muitos como o mais conceituado atleta

de Macau da actualidade, Jia Rui juntou duas novas medalhas a um já vasto palmarés. O atleta levou a melhor sobre o vietnamita Tran Xuan Hiep no evento masculino de nandao, supe-rando o adversário por uma curta margem de apenas três centésimos de ponto.

A prestação de Jia foi pre-miada pelos juízes com uma pontuação de 9.73. A compe-tir em casa, o desempenho do adversário foi brindado pelo júri com uma pontuação de 9.70, um valor que relegou o japonês Ichikizaki Daisuke

para o degrau menos elevado do pódio.

MENÇÕES HONROSASJia Rui não conseguiu repetir a prestação no evento de gunshu, ficando-se pela terceira posi-ção na prova. O certame foi ga-nho por Nguyen Manh Quyen, que levou a melhor sobre o sul-coreano Cho Seung-jae na corrida pelo ouro.

Em destaque, ainda que com uma reverberância de ou-tra magnitude, esteve também Lao Chon In. O atleta do terri-tório conquistou a medalha de bronze no evento masculino

de taijiquan. A prova, que foi das mais fracas disputadas no principal evento de wushu do continente asiático, consagrou por larga margem de diferença o vietnamita Nguyen Thanh Tung. Na corrida pelo segundo lugar da tribuna de honra e consequente medalha de pra-ta, Lao Chon In triunfou em relação a Weet Wee Key, um dos atletas da delegação que representou Singapura.

CHINA EM GRANDEContas feitas, a comitiva de Macau despediu-se da edi-ção de 2012 do Campeonato

Investidores de Hong Kong apostam em novas corridas

Carros eléctricos são paixão

Asiático de Wushu com duas medalhas de ouro, duas de prata e seis de bronze. Ape-sar do número de medalhas se ter quedado aquém dos troféus conquistados nas últimas edições da princi-pal competição asiática da modalidade, a delegação do território conquistou meda-lhas em cada um dos eventos em que se fez representar.

Em termos absolutos, a China confirmou o estatuto de principal potência mundial da modalidade, ao conquistar um total de 20 medalhas de ouro em Ho Chi Minh. Com 11 medalhas no alfobre – seis de ouro, três de pratas e duas de bronze – a comitiva iraniana foi a segunda mais medalhada, seguida de perto pela delegação anfitriã, com três medalhas de ouro, 11 de prata e cinco de bronze.

para arrancar de vez em 2014, devendo contar com 20 pilotos divididos por 10 equipas, existin-do já contactos com equipas que militam actualmente na Fórmula 1.

Outras marcas globais e fabrican-tes de veículos eléctricos poderão igualmente ter uma palavra a dizer no futuro deste campeonato. O mercado das viaturas “EV” é bas-

tante vasto e poderá interessar a marcas como Tesla, Toyota, BMW, Mercedes, Mitsubishi, Smart, BMW, MINI, Honda, Audi, Tata, Ford, General Motors ou Chrysler.

“Os construtores automóveis não estão habituados a competição com carros eléctricos”, afirmou Alejandro Agag. “Só esperamos que eles comecem a aparecer numa segunda fase.”

CORRER PELA ECOLOGIAO campeonato deslocar-se-á prefe-rencialmente a circuitos citadinos, pois o objectivo é despertar tam-bém uma maior consciencializa-ção para os benefícios dos carros eléctricos nas cidades, com Rio de Janeiro, Cidade do México e Mónaco citados como possíveis destinos.

Obviamente, a Ásia, mais particularmente a China, fazem parte da lista de prioridades em termos de calendário. “Países como a China estão a investir vastos recursos na promoção do uso de carros eléctricos, que poderemos contribuir para esse esforço”, conclui Agag.

Cada “Grande Prémio Eléc-trico” deverá ser constituído por apenas um dia de evento, com corridas dois-contra-dois, tipo ténis ou futebol, e paragens nas boxes, em que o piloto não troca de pneus ou bateria, mas de carro.

O último vencedor lusófono do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, o brasileiro Lucas Di Grassi, será o piloto oficial de testes dos novos fórmulas, movidos a baterias de lítio e capazes de atingir velocidades superiores a 200 km/h.

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TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:45 RTPi Directo19:00 Música Movimento (Repetição)19:30 Resistirei20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:10 Hilda Furacão23:00 TDM News23:30 Linha da Frente0:00 Telejornal - Repetição0:30 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 A Verde e a Cores15:00 Obra e a Arte 15:30 Cenas do Casamento - SIC16:00 Bom Dia Portugal17:00 Decisão Final18:00 Vingança18:30 Novas Direcções19:00 Trio D’Ataque20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo22:15 Verão Total - Almeida

30 - ESPN12:30 NASCAR Sprint Cup Series 201215:30 MLB Regular Season 2012 New York Yankees vs. Cleveland Indians18:30 (Delay) Baseball Tonight International 2012 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 2012 20:00 London 2012 Olympic Games Onc Highlights Day 12 21:00 Beach Soccer Highlights 2012 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 Engine Block 2012 23:00 London 2012 Olympic Games Onc Highlights Day 12

31 - STAR Sports13:00 SBK Superbike World Championship 2012 - Race 2 14:00 MotoGP World Championship 2012 Grand Prix Ceska Republiky 17:30 Red Bull MotoGP Rookies Cup 2012 Races19:30 Game 2012 20:00 The Verdict 20:30 Planet Speed 2012/13 21:00 Engine Block 2012 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 Beach Soccer Highlights 2012 23:00 The Verdict 23:30 FINA Aquatics World 2012

40 - FOX Movies12:30 Men In Black Ii14:00 The International16:00 Cars 217:50 Robots19:25 Shark Night21:00 Prom22:45 Monster House00:20 Perfect Catch

41 - HBO12:00 Super 813:50 Transformers16:25 The First Wives Club18:35 Grown Ups20:30 Identity22:00 Enlightened23:00 Girls00:05 Middle Men

42 - Cinemax11:55 The Road Warrior13:30 Assassination15:00 Curb Your Enthusiasm16:00 The Deadly Affair18:25 Victory20:25 Arena22:00 Sniper: Reloaded23:30 Vertical Limit

17futilidadessexta-feira 31.8.2012 www.hojemacau.com.mo

[Tele]visão

Aqui há gato

Sudoku [ ] Cruzadas

TODOS TÊM TELHADOS DE VIDROO dever de um gato, já com respeitadas bigodaças, é pôr os pontos nos is sobre os temas tratados no jornal que praticamente comanda. Sim, que eu ponho toda a gente a tratar do meu bem-estar. Isto para dizer que, dados os últimos acontecimentos noticiados pelo jornal nesta semana, não há qualquer armadilha montada à direcção e funcionários da companhia de autocarros Reolian. Não temos nada contra a dita empresa, tal como não temos nada a favor das restantes. Ou seja, não há interesses que nos movam mas, como bons jornalistas, apenas a ambição constante pela verdade e actualidade dos factos noticiados. Desde logo, valores nesta profissão de plumitivo – nome pelo qual também podemos ser designados – que devem servir de referência a partir do momento em que no ensino superior nos foi introduzido um tal de código deontológico do jornalista. Ora bem, a questão aqui é que, factualmente, mais do que qualquer outra, esta tem sido a companhia mais falada no que toca a acidentes graves. Porque, obviamente, os cometeu mas, assumo até, também porque é a que está mais debaixo de olho tanto por parte do Governo como das outras companhias, que têm todo o interesse em juntar-se e denegri-la, para desclassificar a concorrência. Por essa razão, foi mais fácil, dado os acidentes amplamente noticiados, inquirir junto das autoridades se os mesmos motoristas responsáveis por estas acções, no mínimo imprudentes, estão já a ser investigados pelo Ministério Público, por eventual crime cometido. E, assim foi, este jornal soube portanto que os quatro condutores – indicados pela própria companhia como culpados, tendo sido mesmo afastados do volante destes veículos pesados – vão provavelmente ser levados a tribunal para responder sobre crimes de que sejam acusados. Mas isto não indica que outros condutores das outras operadoras, já responsáveis por acidentes semelhantes, não possam estar também a ser alvo de uma investigação por parte da PSP e, até quiçá, por parte do MP. No entanto, este jornal baseia-se em factos e por agora estas foram as informações a que mais rapidamente teve acesso, não negando divulgar outras que possam expor as fragilidades das restantes transportadoras públicas.Quanto à integridade do responsável da companhia dos autocarros verdes, que está a ser posta em causa pela família da vítima do último acidente ocorrido nas Portas do Cerco, vamos deixar que a verdade venha ao de cima. Ou seja, o tempo dirá quem mente.

Pu Yi

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Não estendida. 2-Campo semeado de cereais. Iam abaixo. 3-Reabilitado. 4-Antes-de-Cristo (abrev.). Rio costeiro de França que desagua no mar do Norte. Bário (s.q.). Escândio (s.q.). 5-Três (Pref.). Senhora (Bras.). Dá queda. 6-Cantor ambulante entre os antigos gregos. Ribanceira. 7-Teatro para vários géneros de representações. 8-Povoação de categoria superior a aldeia. Refresco feito com bicarbonato de soda e ácido tartárico com água açucarada. 9-Adiciono. Textualmente. No tempo de. 10-Aqui. Fazem soar um instrumento musical. Sua (Arc.). 11-Realizamos o casamento.

VERTICAIS: 1-Grande bráctea que envolve e protege a espiga das plantas espadices (Bot.). Animal ruminante. 2-Grespa, encarapinhada. 3-Dessa terra. Imagem ou estátua de falsa divindade. 4-Orladura. Espanto, chamada (Interj.). Tua (Arc.). 5-Reentrâncias das costas marítimas e lacustres. Afastados da conviência social. 6-Arte clínica, medicina. 7-Termina, conclui. Caminho (abrev.) 8-Gratuita. Dignatário etíope. Multidão, queixal (Prov.). 9-Preceptor de crianças ilustres. Alto, topo (pl.). 10-Dia de descanso, entre os Judeus (pl.). 11-Emagrece extraordinarimente. Porver ade aba.

HORIZONTAIS: 1-E. DOBRADA. E. 2-SEARA. CAIAM. 3-P. ILIBADO. A. 4-AC. AA. BA. SC. 5-TRI. SIA. CAI. 6-AEDO. A. RIBA. 7-POLITEAMA. 8-VILA. R. SODA. 9-ADO. SIC. SOB. 10-CA. TOCAM. SA. 11-A. CASAMOS. R.VERTICAIS: 1-ESPATA. VACA. 2-E. CREPIDA. 3-DAI. IDOLO. C. 4-ORLA. OLA. TA. 5-BAIAS. I. SOS. 6-R. B. IATRICA. 7-ACABA. F. CAM. 8-DADA. RAS. MO. 9-AIO. CIMOS. S. 10-A. SABADOS. 11-EMACIA. ABAR

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

SALA 1RED LIGHTS [C]Um filme de: Rodrigo CortésCom: Robert De Niro, Sigourney Weaver, Cillian Murphy14.30, 16.30, 21.45

THE DARK NIGHT RISES [B]Um filme de: Christopher NolanCom: Christian Bale, Gary Oldman,Anne Hathaway19.00

SALA 2BLACK & WHITE: THE DAWNOF ASSAULT [C]FALADO EM MANDARIM, LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊSUm filme de: Tsai Yueh-hsunCom: Mark CHao, Angelababy, Huang Bo, Alex To14.15, 16.45, 19.15, 21.45

SALA 3GF*BF [C]FALADO EM MANDARIM, LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊSUm filme de: Gilles YoungCom: Guey Lun Mei, Joseph Chang, Rhydian Vaughan14.30, 16.30, 19.30, 21.30

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

RED LIGHTS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA

111 RECEITAS DE COZINHA CHINESA • A.M.S.Com este “111 Receitas de cozinha chinesa” da Europa-América, podemos agora confeccionar nós próprios os pratos orientais mais saborosos, saudáveis e fascinantes. São muitas as sugestões de sopas, pratos de peixe, vegetais, carnes, aves, arroz, massas e ainda sobremesas. Repletos de sabor e cor são certamente a sopa de rebentos de bambu, pimenta verde e gengibre, os camarões com ervilhas, a perna de carneiro com cebola e alho francês, as asas de galinha à Xangai ou a laranja mandarim.

TRÊS CANTOSEncontro histórico» entre José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto. “Três Cantos” é o espectáculo comum que os três músicos apresentaram no Campo Pequeno de Lisboa e no Coliseu do Porto.

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18 opinião sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mo

perspect ivasJorge Rodrigues Simão

Arquitectura como sistema

evolução da arquitectura pode ser interpretada a partir do conceito do desenho arquitec-tónico como sistema cultural complexo e auto-regulado. O estilo arquitectónico parece não

ser mais do que uma propriedade emergente desse sistema. Trata-se de uma construção derivada de um processo de comunicação, intercâmbio e selecção de uma larga e com-plexa rede de conhecimentos e experiências que se produz entre os arquitectos, com o ambiente ao redor como pano de fundo.

Assim, as arquitecturas do passado, o movimento moderno ou o pós-modernismo, são o resultado não tanto da actividade in-dividual de génios da arquitectura, mas do ambiente cultural de cada época, dos factores sociológicos, tecnológicos e ideológicos dominantes em cada momento histórico. A formação física dessa construção mental é demonstrada através dos tipos arquitectó-nicos dominantes, que se manifestam em edifícios semelhantes no que concerne à sua concepção e estilo arquitectónico.

O estilo é o resultado da combinação e selecção de uma carga acumulada de estilos preexistentes e, portanto, tem um carácter evolutivo, que permite ao arquitecto não co-meçar sempre do nada; daí que a sua utiliza-ção permita economizar energia no processo de desenho. O estilo é a combinação de uma ampla série de características não necessa-riamente ligadas com geometrias, volumes, texturas, decoração, uniões de elementos, localização no contexto espacial, articulação de elementos, cor e características que se encontram convenientemente equilibradas num edifício, algoritmo ou padrão.

O resultado, o desenho concreto, no en-tanto, é particular uma vez que cada projecto apresenta um contorno ambiental caracte-rístico e único. Este resultado encontra-se emoldurado num paradigma estilístico ou num grande estilo dominante, modelo que se gera colectivamente e que condiciona o que é adequado ou não fazer em arquitectura. Em cada momento, produz-se um predomínio de determinadas características do estilo. Assim, a inovação é possível a partir de novas combinações não ensaiadas anteriormente, que se impõem porque têm sucesso entre arquitectos e utilizadores.

As inovações constituem um novo patri-mónio que faz parte da construção mental colectiva, que permanecerá ou não no futuro, em função do contexto e do discurso domi-nante. Logo, a evolução da arquitectura não

“Instead of being driven by the dictates of architectural style and ideology, form is determined by the process of managing the environment and harnessing its benefits.”

Eco-Tower extraordinaireCalvin Low

FuturArc – New Architecture – 3rd quarter, 2008 I Volume 10

deve ser entendida como uma evolução num “continuum” sem sobressaltos. O sucesso de determinadas inovações pode dar lugar a mudanças mais ou menos radicais, que se reconhecem na história da arquitectura. Neste processo construtivo de combinação e selec-ção, a comunicação profissional é de carácter transcendente, onde sobressai a influência de uns arquitectos sobre outros. No quadro da teoria de sistemas produz-se uma duplicação de estilos e de tipos porque se encontram bem adaptados ao meio sociocultural.

É argumentado por vezes que a teoria mimética permite ser uma explicação ao fenómeno de combinação, selecção e comu-nicação da informação nos sistemas sociais. Outros sistemas, como os ecossistemas, apresentam fenómenos idênticos. Uma população é composta por indivíduos quase semelhantes, com diferenças genéticas que permitem a selecção e o estabelecimento de novas estratégias de sobrevivência, se as circunstâncias ambientais se alterarem. A informação genética constitui uma biblioteca com determinados conteúdos, que se mani-festam ou não, em função das circunstâncias.

Todas estas considerações confirmam o argumento de que o estilo arquitectónico e, portanto, o desenho, são uma concretização de um arquitecto colectivo e acumulativo, condicionado por um contexto histórico e cultural. Assim, a diversidade de tipos

arquitectónicos que podem observar-se nas cidades europeias, por exemplo, é uma representação da evolução dos estilos domi-nantes em cada época. Dentro de cada estilo podem-se reconhecer diversidades derivadas das amplas possibilidades de articulação das características, que conformam o estilo arquitectónico, em coerência com a tipologia dominante de cada época.

A existência de uma pressão pode ser reconhecida, entre a validade de conceitos gerais aplicáveis a diferentes sistemas, que se desenvolvem desde a teoria geral de sistemas, e a tradição própria de progresso disciplinar das ciências e das profissões. Segundo esta perspectiva, a ciência, as disci-plinas e as profissões evoluem num contexto histórico que as condiciona. Assim mesmo, muitas das vezes pretende-se entender como se altera o conhecimento, apenas a partir de postulados de natureza empírica, que realizam uma tarefa estéril.

As ideias reconhecidas na ciência e nas profissões são um resultado da autoridade de pessoas valorizadas num quadro institucional, científico ou profissional. A teoria geral da dominação introduzida por Max Weber na sociologia governa a adequação das ideias das comunidades científicas ou profissionais em cada momento histórico, de forma que estes grupos de referência constituem os re-presentantes reconhecidos dentro da profissão.

Em definitivo, a política académica dirige o desenvolvimento das disciplinas e das profis-sões, e estabiliza o conhecimento nos limites do colectivamente aceitável.

No entanto, e felizmente, dentro de uma disciplina ou profissão coexistem diferentes instituições ou grupos diferenciados, entre os quais se estabelece uma concorrência em relação com os conceitos, teorias e práticas que são válidos na disciplina ou na profissão, ideias defendidas por figuras autorizadas em cada grupo e que, por sua vez, acolhem cien-tistas e profissionais afins às suas propostas. Esta diversidade e concorrência permitem o progresso intelectual evitando o “monismo” imobilizador.

Entre os diferentes recantos ecológicos dos colégios reconhecidos e dos invisíveis, estabelece-se uma relação de concorrência que, com o tempo, produzirá uma mudança histórica, que seguirá num sentido ou outro. A partir desta perspectiva, tem interesse observar como a teoria geral de sistemas e os conheci-mentos e aplicações dos mesmos na esfera social e profissional, têm de ocupar lugar, neste campo do saber prático que é a arquitectura. A utilização de uma perspectiva sistémica não é em absoluto contraditória com a arquitectura dos grandes arquitectos do passado.

Ao invés, aplicavam, umas vezes de forma intuitiva e outras de forma sistemática, uma grande série de conhecimentos, que ia desde a política às matemáticas, passando por um pro-fundo conhecimento da sociedade, economia, ciência, direito, ética e, em geral, dos conceitos e crenças de cada momento histórico. O que se pretende com a defesa de uma perspectiva holística na profissão é a de contribuir para o entendimento da arquitectura. A teoria de sistemas é uma tentativa de ajuda da mente humana a conviver com um mundo demasiado complexo como refere Gerald Weinberg, no seu livro “An Introduction to General Syste-ms Thinking”. A boa obra arquitectónica só é possível através de uma análise suficiente das forças naturais e sociais do contexto histórico e ecológico, e a sitematização da teoria de sistemas que permite tal análise.

As posições que o evitam e fundamentam as suas decisões em tendências estético--formais estabelecidas deram lugar a resul-tados arquitectónicos muito questionáveis e a uma reflexão ética de consequências políticas, sobre quem e para que serve a obra arquitectónica. Esta debilidade é a que expõe para crítica às instituições dominantes que ao longo do século XX desenvolveram a arqui-tectura moderna e, ademais, constitui em si o mecanismo que permitirá a evolução para outras fases. No fundo a esta discussão cabe acrescentar, que as instituições científicas e profissionais exemplificam os princípios e ideais mais profundos, sobre o qual repousa o poder político.

Felizmente, o poder político e as institui-ções podem então reconhecer a existência de uma pluralidade, para evitar o monoteísmo, não só como uma forma aberta de entender o progresso do conhecimento senão também, para negá-lo, como um mecanismo que permite a permanência no poder, prevenindo situações mutantes ou de relevos drásticos no campo disciplinar ou profissional.

A diversidade de tipos arquitectónicos que podem observar-se nas cidades europeias, por exemplo, é uma representação da evolução dos estilos dominantes em cada época. Dentro de cada estilo podem-se reconhecer diversidades derivadas das amplas possibilidades de articulação das características, que conformam o estilo arquitectónico, em coerência com a tipologia dominante de cada época

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crepúsculo dos ídolosArnaldo Gonçalves

19opiniãosexta-feira 31.8.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

progresso é uma palavra bonita. A mudança é o seu catalisador e a mudança tem os seus inimigos. Esta afirmação de Robert Kenne-dy contém uma profunda carga simbólica. Revela a dificuldade

dos processos de mudança nas sociedades abertas.

Nas sociedades fechadas esses processos são impostos de cima quando os decisores políticos o entendem. O corpo da sociedade reage de forma apática, obediente ao jogo das hierarquias, ao comando dos chefes, à visão do ideólogo do regime.

É outro o desafio das sociedades democráti-cas. Detectar zonas de bloqueio, criar cenários alternativos e avançar com metodologias de mudança, ganhando para a “causa” os espíritos mais abertos que servem de “lebres”.

Portugal tem encravado na sua história milenar este dilema. Desde logo, na epopeia dos Descobrimentos, quando uma pequena elite visionária, mobilizada à volta do Infante Dom Henrique, percebeu que o reino não podia continuar enredado na sua pequenez peninsular. Tinha que se fazer ao mar pro-fundo para sair dessa contemplação espúria das suas fraquezas endémicas.

Como Camões o ficciona no nosso Canto maior, os Velhos do Restelo tudo fizeram para denegrir os Gamas, os Cabrais, os Al-buquerques, considerando essa demanda de novos caminhos para os Brasis e as Índias uma aventura irreflectida, suicida. No fim, as armadas fizeram-se ao oceano profundo e a história construiu-se da forma que conhecemos.

O momento que Portugal vive é similar. Os bloqueios existem embora sejam de diversa natureza e de outra intensidade. Centram-se num modelo de desenvolvimen-to económico organizado à volta do papel majestático do Estado, na debilidade das empresas, na recusa da inovação, na inevita-bilidade da subsidio-dependência que tolha os agentes económicos, mina a renovação geracional, agrilhoa-nos à cauda da Europa.

Os novos Velhos do Restelo aí estão circuns-critos a um Portugal salazarento sem Salazar, reconfortado pelo fado, pelas conquistas de Abril, por uma teimosia serôdia de que nada se pode mudar porque a Constituição o proíbe.

É preciso deixar tudo como está; não arriscar nada.

O debate que corre o país sobre o pro-cesso de reestruturação do sector público de teledifusão entronca neste enorme equívoco nacional de querermos parecer modernos, avançados, polivalentes e olharmos só para o passado. O debate não é novo. Participei nos anos 1980, como independente, no debate da

Os Velhos do Restelo

Este é, como disse Kennedy, o momento de afrontar os inimigos da mudança. A história apenas regista os que se aplicam nisso. Não regista os que desistem porque é mais cómodo ou mais popular

reforma das telecomunicações portuguesas propulsionado pelo meu saudoso amigo Raul Junqueiro, então Secretário das Comunica-ções do governo PS.

Os argumentos contrapostos eram exactamente os mesmos: a sacralidade da natureza pública do sector, a propriedade pública das infra-estruturas, os direitos in-tocáveis dos trabalhadores e dos sindicatos, a inutilidade da concorrência num sector “naturalmente” público. No fim, saiu um projecto de Lei de Bases das Comunicações que teve algum espaço de abertura mais por teimosia dos que como o Raul achavam que era o tempo de abrir o sector à modernidade do que por convicção dos militantes.

O projecto ficaria bloqueado na As-sembleia da República. Apenas anos mais tarde, num dos governos de Cavaco Silva, a abertura do sector à concorrência privada seria retomada, com a criação da Portugal Telecom e das grandes operadoras do serviço móvel. Já então se percebia que o sector da teledifusão era um osso duro de roer. Sur-giram entretanto duas operadoras do sector privado mas o bastião “RTP” continuava inexpugnável, para gáudio das clientelas partidárias e dos sindicatos da Intersindical.

Nestas décadas, a RTP acumulou uma dívi-da astronómica paga por transferências anuais do Orçamento de Estado e a tecno-estrutura da empresa continuou a resfolgar-se nos pri-vilégios, no alambazamento das prebendas, como se a empresa fosse saudável e prestasse um enorme serviço ao país. Um serviço para que todos deveríamos estar eternamente gratos.

Entendeu o XIX Governo de Portugal avançar, uma vez por todas, com a privatização da RTP, racionalizando gastos, potenciando a entrada de accionistas privados. O programa do governo é claro quando a isso: privatização da RTP (sic). Logo se ergueu um coro de pro-testos, de amigos da desgraça, disparando as maiores acusações, como se a televisão fosse intocável, uma espécie de legado de um Im-pério escaqueirado. Temo-los hoje no coro dos corvos do PCP, do Bloco de Esquerda, da ala obreirista do PS. Gente que não muda porque é incapaz de mudar, ou vislumbrar mais longe que a sua míope vista alcança.

São várias as hipóteses de modelização do audiovisual em Portugal. Os consultores do governo apresentaram várias alternativas. É natural que nas próximas semanas o governo e os partidos que o constituem formem um consenso a seu respeito e aprovem o modelo. Porventura por resolução do Conselho de Ministros como ocorreu há 20 anos com as telecomunicações portuguesas. Os governos têm um primeiro tempo em que as reformas

são necessárias e possíveis, legitimados que se encontram pelo voto popular. Mais para o fim as reformas tornam-se impossíveis, por-que as resistências somam-se e os interesses prejudicados agitam-se. Este é, como disse Kennedy, o momento de afrontar os inimigos da mudança. A história apenas regista os que se aplicam nisso. Não regista os que desistem porque é mais cómodo ou mais popular.

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sexta-feira 31.8.2012www.hojemacau.com.mo

car toon por Steff

BNU Aumentode capital aprovadoO Banco Nacional Ultramarino tem desde quarta-feira um capital social de dois mil milhões de patacas, cinco vezes mais do que o anterior, anunciou ontem o banco em comunicado. O Banco Nacional Ultramarino, que partilha com o Banco da China a emissão de moeda na RAEM, integra o grupo português Caixa Geral de Depósitos, responsável pelo aumento de capital da empresa.

Ferries Empresacom licença em perigoA companhia de ferries Hong Kong North West pode ver a licença das operações marítimas de passageiros cancelada, segundo Susana Wong, directora da Capitania dos Portos. “Se até ao fim de Setembro não resolver o conflito da renda dos terminais de Hong Kong, avançando com o pagamento, pode deixar de operar no canal.” Na mesma altura, deverá também entregar um plano específico sobre as operações marítimas. A empresa já tinha sido multada pela Capitania dos Portos em 70 mil patacas por ter suspendido as deslocações sem dar alternativa. - R.M.R.

Stanley Ho Lucrosem Portugal caem 92%Semanas depois do Hoje Macau ter noticiado que a Estoril Sol estaria com perdas sucessivas nos casinos que detém em Portugal, os resultados semestrais dão provas de que os negócios portugueses do jogo continuam a cair. A empresa, onde o magnata Stanley Ho preside ao Conselho de Administração, registou quebras nos lucros de 92%, uma prova de que, até Junho deste ano, a Estoril Sol só lucrou 219 mil euros, contra os 2,8 milhões conseguidos em igual período do ano passado. A empresa anunciou o despedimento de 38 trabalhadores do Casino do Estoril, em Julho, processo que vai custar 1,8 milhões de euros. Em 2010 foram despedidos 110 trabalhadores, também devido à quebra nas receitas do jogo.

Semestre PIB cresceu 7,3% em MacauO Produto Interno Bruto de Macau subiu 12,6%, em termos reais no primeiro semestre e face ao mesmo período de 2011, mas no segundo trimestre o PIB registou um crescimento de apenas 7,3%. Nos dados estatísticos do PIB para o segundo trimestre, os Serviços de Estatística sustentam também que o crescimento do PIB do primeiro trimestre foi revisto em alta de 18,4% para 18,6%. A queda do crescimento do PIB no segundo trimestre ficou a dever-se “ao abrandamento ocorrido simultaneamente nos acréscimos da exportação de serviços no âmbito do jogo, da despesa total de visitantes (excepto a do jogo) e do investimento”.

PSP confirma outro motoristada Reolian investigado por MP

Volante é arma

China Comércio lusófono aumenta 20%As trocas comerciais entre a China e os países lusófonos aumentaram 20% até Julho, atingindo 75,9 mil milhões de dólares. De acordo com os Serviços da Alfândega da China, o acréscimo em relação ao período homólogo de 2011 traduz-se num aumento de 12,9 mil milhões de dólares. Pequim comprou aos oito países lusófonos produtos no valor de 53,1 mil milhões de dólares – mais 28% do que nos primeiros sete meses de 2011. O Brasil manteve-se como o principal parceiro da China, com um volume de trocas de 49 mil milhões de dólares.

Crime Prisão preventiva por furtoInvestigações preliminares do Ministério Público (MP) levaram à prisão preventiva de um suspeito de furto. O indivíduo, de apelido Leong, com 41 anos e desempregado, já tinha antecedentes criminais por furto, tendo inclusivamente cumprido pena de prisão. Contudo, no dia 24 de Agosto, Leong entrou num restaurante na rua dos tingidores, onde terá quebrado a fechadura da porta e roubado dinheiro e produtos num total de 571 patacas. O suspeito terá de imediato confessado o crime à polícia. O delegado do MP considerou existirem “fortes indícios do crime de furto qualificado”, além de que o suspeito “não terá mostrado arrependimento”.

Água Contas pagas no “City Guide”A partir de dia 3 de Setembro, os residentes de Macau podem escolher pagar as suas contas de água nos quatro quiosques de informação “City Guide”, no Centro de Atendimento ao Cliente SAAM, no Centro de Serviços da RAEM na Areia Preta e no rés-do-chão e primeiro andar do Edifício China Plaza. Basta introduzir o número do contrato impresso na factura e ter em mãos o Macau Pass para pagamento. O serviço de consulta das facturas de água também está disponível nestes quiosques. - R.M.R.

TRETA

Rita Marques [email protected]

O motorista da Reolian envolvido no aci-dente que matou um homem de 81 anos,

a 24 de Fevereiro, pode sofrer processo criminal instaurado pelo Ministério Público (MP). A par do primeiro caso – uma idosa ferida em Março, processo já entregue ao Ministério Públi-co, como ontem avançou o Hoje Macau –, a Polícia de Segurança Pública (PSP) garante mais uma investigação criminal em curso a cargo do promotor de justiça. “Acabámos a investigação so-bre o propósito criminoso do caso a 14 de Maio”, avançou o

“Nunca pedimos declaração escrita à Reolian”A mulher de funcionário da Reolian ferido na semana passada nas Portas do Cerco disse que o Hospital Kiang Wu precisa de uma declaração escrita da Reolian, com o compromisso da empresa em como paga as despesas de médico. Porém, quando o Hoje Macau consultou o director-geral da empresa, Cédric Rigaud, este negou a existência do pedido de tal declaração. Ontem (quinta-feira), a responsável do Hospital Kiang Wu sobre o caso, que preferiu não se identificar, afirmou que a Reolian avisou o hospital que “se o custo do tratamento ultrapassasse 150 mil patacas, deveria avisar a empresa, mas o hospital nunca pediu qualquer declaração escrita”. - C.L.

porta-voz da PSP. “Foi depois entregue ao Ministério Público.”

O idoso foi atropelado en-quanto atravessava uma rua, perto da praça Jorge Álvares, na zona do Antigo Tribunal, pelas 9h30 da manhã, tendo acabado por morrer na madrugada do dia seguinte. Numa reacção ao aci-dente, o condutor do autocarro afirmou que o idoso desrespeitou os sinais de trânsito e tentou atravessar indevidamente a rua.

“Toda a informação, os factos e o porquê do relatório foram en-tregues ao Ministério Público”, referiu a mesma fonte. “Não emitimos qualquer parecer sobre se é um acidente criminal ou um acidente de tráfego, deixamos à consideração do promotor, que

tem a função de decidir com base na sua investigação criminal.”

TEMA RECENTEOutro acidente, ocorrido a 29 de Julho, que provocou igualmente a morte a um homem natural do continente, portador do cartão de residência “Blue Card”, ainda está sob a investigação das au-toridades policiais, apurou tam-bém o Hoje Macau. “Começou logo após o acidente”, explicou o mesmo porta-voz. Mas, para já, ainda não foi concluída.

O último acidente, que tem estado na ordem do dia devido à polémica sobre as despesas médicas do ferido, decorreu na passada semana e levou um fun-cionário da Reolian ao hospital com ferimentos graves, devido a atropelamento por um colega da companhia na estação subter-rânea das Portas do Cerco. “A investigação já foi iniciada mas ainda está no departamento de tráfego da PSP.”

Para já, não se prevêem prazos de conclusão destes dois últimos processos.