hoje macau 7 ago 2014 #3148

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HOJE MACAU AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB TÁXIS GOVERNO NÃO FISCALIZA DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 QUINTA-FEIRA 7 DE AGOSTO DE 2014 ANO XIII Nº 3148 hojemacau VENHA MAIS UMA EXECUTIVO DEPUTADOS PEDEM REESTRUTURAÇÃO DE SECRETARIAS O coro de vozes que pede caras novas e mudanças internas na estrutura do novo Governo ganha cada vez mais adeptos. Gabriel Tong defende uma nova lógica interna e Melinda Chan não tem dúvidas sobre a necessidade da criação de mais uma secretaria, nem que seja preciso mexer na Lei Básica. O ilustrador de Lisboa fez as malas e mudou-se para Hong Kong. ENTREVISTA Filipe Andrade, um português na Marvel ENTREVISTA PÁGINAS 2 E 3 IMPRENSA Saída de António José de Freitas põe fim a três meses de parceria PÁGINA 3 A acusação vem do presidente da maior associação do sector que teme que a implementação das medidas na nova lei sejam sol de pouca dura. PUB PÁGINA 7 CENTRAIS

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Hoje Macau N.º3148 de 7 de Agosto de 2014

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Page 1: Hoje Macau 7 AGO 2014 #3148

HOJE

MAC

AU

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

TÁXIS GOVERNONÃO FISCALIZA

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ WWW.HOJEMACAU.COM.MO MOP$10 Q U I N TA - F E I R A 7 D E A G O S T O D E 2 0 1 4 • A N O X I I I • N º 3 1 4 8

hojemacau

VENHA MAIS UMA

EXECUTIVO DEPUTADOS PEDEM REESTRUTURAÇÃO DE SECRETARIAS

O coro de vozes que pede caras novas e mudanças internasna estrutura do novo Governo ganha cada vez mais adeptos.

Gabriel Tong defende uma nova lógica interna e Melinda Channão tem dúvidas sobre a necessidade da criação de mais

uma secretaria, nem que seja preciso mexer na Lei Básica.

O ilustrador de Lisboa fez as malase mudou-se para Hong Kong.

ENTREVISTAFilipe Andrade, umportuguês na Marvel

ENTREVISTA PÁGINAS 2 E 3

IMPRENSA Saída de António José de Freitas põe fim a três mesesde parceria

PÁGINA 3

A acusação vem do presidente da maior associaçãodo sector que teme que a implementação das medidas na nova lei sejam sol de pouca dura.

PUB

PÁGINA 7 CENTRAIS

Page 2: Hoje Macau 7 AGO 2014 #3148

HOJE

MAC

AU

hoje macau quinta-feira 7.8.20142 ENTREVISTA

ANDREIA SOFIA [email protected]

FLORA [email protected]

O Governo anunciou o arranque da consulta pública sobre a nova lei dos táxis para breve. Como analisa as mudanças que pode-rão surgir com a nova legislação?A revisão da lei inclui a introdução dos agentes à paisana e a introdução de gravações por vídeo ou grava-ção dentro dos táxis. Também vai haver um aumento das multas, que podem ir das mil para as três mil pa-tacas, ou até 30 mil patacas, sendo mesmo possível cancelar a licença dos taxistas. A nossa associação dá as boas vindas à lei, mas achamos que a execução não é justa. Porque é que só se podem utilizar agentes à paisana para o sector dos táxis? Isso vai criar rótulos aos taxistas. Será que a situação é assim tão grande? Existem outras situações mais graves, como o tráfico de droga, as seitas e os hotéis ile-gais, então porque é que não se implementa essa medida nestes sectores? A lei deve ser justa para todos, e esperamos que se possa incluir essa medida (dos agentes à paisana) no Código Penal, para que se possa aplicar a todas as actividades ilegais ou crimes.

TONY KUOK, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MÚTUO AUXÍLIO DOS CONDUTORES DE TÁXI

“Governo sabe muito bem onde os taxistas fazem irregularidades”

sigam transportar todos os turistas. O que acontece é que há taxistas que querem fazer dinheiro de forma mais rápida e cometem essas irregulari-dades, mas estamos a falar de 10% a 20% dos taxistas que fazem isso. A maioria dos taxistas são bons. De entre 1080 táxis, só cerca de 100 co-meteram irregularidades. A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) conhece as horas e os locais (onde acontecem), por isso podem fazer isso (a fiscalização). Tive conhecimento de que o Chefe do Executivo falou da situação à polícia e que depois foi feito um acordo com a DSAT para combater essas irregularidades, e que cerca de 200 táxis foram multados. Isso mostra que o Governo tem capaci-dade para fazer isso, então porque é que não faz?

Acha então que a DSAT não tem feito bem o seu trabalho de fiscalização.Claro que não. O jornal Ou Mun publicou uma notícia hoje (segun-da-feira) onde explica que há mais irregularidades na zona do Senado desde que se fechou aí a praça de táxis. Penso que o Governo deveria fazer mais promoção às duas novas praças de táxis, porque quem pas-seia no largo do Senado não sabe que há duas praças na avenida da Praia Grande, o que é um problema. Como vogal do Conselho Consul-tivo do Trânsito, sempre disse que o Governo podia colocar cartazes para dar essa informação aos turis-tas. Colocando um policia junto ao edifício do IACM também podia ajudar a prevenir irregularidades. Como não há controlo, os taxistas e os turistas continuam a estar habi-tuados a apanhar táxis no Senado. O Governo sabe muito bem onde os taxistas fazem irregularidades. Por exemplo, junto ao hotel Grand Lisboa, no Venetian, na zona do Cotai e outras zonas. Como há mais turistas que vêm do interior da China, as pessoas perguntam logo qual é a tarifa. Quando têm pressa para atravessar a fronteira à noite, também regateiam o preço. Penso que o Governo deve passar

a mensagem de como e onde se podem apanhar táxis em Macau.

Como maior associação do sector, que medidas têm sido feitas para combater as situações em que os taxistas não cumprem a lei?Nós só podemos dar sugestões e informações, o Governo é que deve fazer isso. Pode fazer, tal como dis-se, a promoção dos locais onde se pode apanhar um táxi. Os taxistas queixam-se que os clientes não sabem onde ficam as praças de táxi, então porque é que o Governo não pode dar esse aviso? O Governo tem responsabilidade de executar (a fiscalização), o problema é que continua a não o fazer. Nas reuniões do conselho consultivo, peço sem-pre para o Governo fazer, mas se não consegue, o que é que podemos fazer? Somos uma associação não

governamental e já obrigámos o máximo possível o Governo a fazer isso. Já vi como num curto espaço de tempo foram multados 200 taxistas, e se foram capazes, porque é que não continuam? Mes-mo que se implementem os policias

à paisana, isso pode ser eficaz durante uns meses, mais nada. As irregularidades vão começar outra vez e é um problema de fazer ou não fazer. É bom haver uma lei mas tem de haver execução por parte das autoridades, como associação não podemos fazer nada.

Concorda que as irregularidades dos taxistas possam ser crime, como já foi proposto na última comissão da Assembleia Legis-lativa (AL)?Existem vários crimes, de ordem penal e civil. Se os taxistas enga-narem os clientes, isso é um crime penal, mas e se só receberem tarifas a mais? Se calhar não deve ser um crime penal. Uma vez disse no conselho consultivo que se podiam aumentar gradualmente as multas, à medida que fossem sendo feitas as infracções. Primeiro mil patacas, depois duas mil, depois quatro mil...os taxistas que não cumprem iam ter medo, porque só querem ganhar dinheiro e não queriam ser multados outra vez. Mas isso também tem a ver com o facto dos policias só trabalharem de vez em quando, então os taxistas arriscam-se a fugir à lei. Isso deve ser coordenado com a policia e com a lei.

Os agentes à paisana são uma proposta do Governo, mas não há consenso por parte dos depu-tados. Acredita que a medida vai mesmo avançar?Mesmo que seja implementado com a nova lei, os polícias vão fazer isso no início, mas será que a sua execução vai acontecer sempre? Se calhar os polícias fazem esse tra-balho uma ou duas vezes por mês, será suficiente? A polícia queixa-se muitas vezes que não tem pessoal suficiente. Eu próprio já falei com eles, e dizem-me que não fazem a fiscalização dos táxis porque têm muitas coisas para fazer. Sei que antes a DSAT tinha 15 fiscais, agora só tem oito, e este dizem que têm imenso trabalho e decidiram deixar isso de lado, então começou a aparecer a ideia de que os fiscais não têm vontade de trabalhar. Os polícias, se prenderem um ladrão, têm um bónus. Mas os fiscais ou polícias que multam os taxistas, não têm bónus, então como que-rem trabalhar? Macau é um sítio pequeno e só existem 100 ou 200 taxistas maus. É fácil contrariar as irregularidades, porque já se sabe quais são, onde são cometidas. É bom fazer uma lei, mas se os fiscais vão ou não implementar as regras ou não, isso é outro problema.

O Governo também pôs a hi-pótese de alterar o sistema de atribuição de licenças. Como deve ser feita a alteração?O actual sistema está errado, porque não dá benefícios para os taxistas. Agora há mais 200 táxis e já foram feitas muitas queixas, mas o sis-tema nunca mudou. Nas reuniões

O presidente da maior associação do sector dos táxis concorda com a nova lei que o Executivo quer criar, mas teme que a medida dos agentes à paisana deixe de ser executada ao fim de uns meses. Tony Kuok acusa o Governo de não fiscalizar como devia e defende que “a maioria dos taxistas são bons”

“O Governo tem responsabilidade de executar (a fiscalização), o problema é que continua a não o fazer”

Os polícias, se prenderem um ladrão, têm um bónus. Mas os fiscais ou polícias que multam os taxistas, não têm bónus, então como querem trabalhar?

Considera, então, que as irre-gularidades cometidas pelos taxistas não são graves?As irregularidades só se tornaram graves nos últimos anos, porque chegam a Macau imensos turistas e só existem 1080 táxis. Então é impossível que todos os táxis con-

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GCS

hoje macau quinta-feira 7.8.2014

A opinião de vários deputados é unânime: é necessário que haja uma reestruturação governamental, principalmente ao nível das secretarias, que não têm mãos a medir com pastas e direcções

LEONOR SÁ [email protected]

O HM foi saber, junto de dois deputados, quais as suas opiniões sobre eventuais mudanças

estruturais no Governo naquele que será o segundo mandato de Chui Sai On. Gabriel Tong acre-dita que há que dar espaço para ideias novas, enquanto Melinda Chan admite que é necessário haver uma reestruturação interna, não colocando de parte a substi-tuição de alguns dos actuais Se-cretários. Melinda Chan vai mais longe e comenta uma hipotética alteração da Lei Básica para que seja criada mais uma secretaria.

A deputada concorda com José Pereira Coutinho, no que diz respeito à necessidade de fazer a passagem de algumas pastas,

GOVERNO DEPUTADOS FALAM SOBRE REESTRUTURAÇÕES INTERNAS

Secretarias a menos

tenho dito que só os taxistas que estão a trabalhar é que deviam ter prioridade para pedir uma licença, e acho que a nova lei deve conter este ponto. O que acontece agora é que grandes grupos pedem licenças mas não são eles que conduzem os carros, arrendam a outros taxistas. Por isso é possível que existam maus taxistas e que os táxis sejam uma forma de investimento. O Governo sabe que a situação está a piorar e que todos usam isto para ganhar dinheiro, é um problema estrutural. Quem tem a licença deve conduzir o seu carro, e não se deve arrendar as licenças a outros.

Há situações em que o negócio dos táxis possa ser menos rentá-vel? Isto porque o sector queixa--se com frequência das elevadas despesas.Quando o carro é arrendado claro que os lucros são menores. No ano passado já pedimos o aumento da bandeirada à DSAT, e no dia 31 de Ju-lho deste ano perguntei no conselho consultivo porque é que ainda não foi aprovado o aumento, depois de um ano. (O pedido de aumento é de 15 para 18 patacas). Os outros mem-bros não me deram nenhuma razão. Essa é a nossa forma de sustento, e se tivermos um aumento a pressão vai ser menor. Mas o Governo não permite o aumento dos nossos lucros, e as despesas e a inflação fazem com que todos os taxistas se queixem. Penso que esse aumento iria atingir mais os turistas, porque os residentes raramente apanham táxi. Se cada taxista tiver a sua licença e o seu carro, isso pode aumentar os lucros e fazer com que os taxistas não cometam tantas irregularidades, porque terão medo das multas do Governo. Pelas nossas contas um taxista suporta uma licença de 700 mil patacas, mas o máximo é um milhão e 200 mil, então como pode-mos aguentar? Quem quer conduzir um táxi só pode arrendar a grandes grupos, a pressão é grande.

Na última reunião na AL, o Go-verno admitiu que não consegue prever quantos táxis faltam em Macau. Existe falta de estratégia?Isso deve ser uma brincadeira, porque há uma contagem. No conselho consultivo discutiu-se um estudo feito pela Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST) que diz que mais 300 táxis seria o ideal. Aí poderia haver proble-mas de engarrafamentos, mas ao menos conseguíamos apanhar um táxi. Penso que o número de táxis deveria aumentar para 1500.

A consulta pública sobre esta lei vai arrancar em breve, de que forma é que esta associação vai participar? Vai reunir com o Governo?Vamos participar. Posso dizer que a lei deve ser aprovada, e que a maioria concorda com ela. Mas, como disse, deve haver justiça e deve-se pensar noutros sectores.

3POLÍTICA

HABITAÇÃO LENTIDÃO E MAU SENSOPara a deputada Melinda Chan, a habitação e a morosidade de resolução de problemas nas direcções governamentais são os principais problemas, que espera serem solucionados durante o próximo mandato de Chui Sai On. “Considero que o futuro Governo tem que insistir mais para fazer com que os funcionários públicos trabalhem no sentido de produzir mais e mais rapidamente, em simultâneo com outros departamentos”, disse a deputada, em declarações ao HM. Melinda Chan referiu ainda o recente anúncio do Governo relativo à construção de mais casas na zona A dos novos aterros. “A política foi instaurada, mas agora é preciso saber quando é que as coisas realmente acontecem. Devia ser-nos dito quantos anos teremos que esperar pelas casas. Acho que as pessoas têm esperado demasiado tempo por tudo. Esse é o principal problema”.

como a do Turismo – actualmente sob alçada da Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura – para a Economia e Finanças. A justi-ficação, dizem ambos os deputa-dos, é que as questões relativas ao Turismo estão integradas na economia local.

EIS A QUESTÃOO aumento do número de s ecre-tarias é, no entanto, uma questão controversa, uma vez que a Lei Básica não permite mais do que as já existentes. Isto apesar de serem várias as vozes que defendem a necessidade de aliviar alguns Secretários, que têm grande volu-me de trabalho em cima da mesa. Embora a Lei Básica não permita tal mudança, Melinda Chan não coloca de parte eventuais mudan-ças na “mini-Constitutição” da RAEM, se o estado da sociedade assim o requerer. “Acho que há secretarias com demasiadas pastas em mãos. É demais e deixa de haver tempo para fazer as coisas atempadamente. Creio que a cria-ção de mais uma secretaria seria benéfico para Macau”, sublinhou a deputada.

ESTABILIDADE OU NOVAS IDEIAS?Tanto Pereira Coutinho, como Melinda Chan ou Gabriel Tong advogam também mudanças na composição governativa. Tong prefere não comentar quem deve ou não ser substituído, mas admi-tiu ao HM que “um novo candidato [a Secretário] pode sempre trazer novas ideias”. Por outro lado, admite que vários Secretários em funções há mais de uma década trazem experiência e estabilidade ao Governo.

O deputado admite que o Exe-cutivo devia sofrer uma reestrutu-ração, ainda que não adiante sob que modelo. “Acho que é preciso reestruturar, mas quanto ao núme-ro [de Secretários] acho que há um desfasamento. Há várias maneiras de fazer uma reestruturação, mas acho que devia haver uma relação entre os vários departamentos e direcções. A lógica interna é que é importante”, disse Gabriel Tong ao HM, não comentando a natureza dessa reestruturação, que acredita ser “uma tarefa do Chefe do Executivo”.

REDUZIR MANDATOSTambém Melinda Chan admite, sem avançar nomes, que há vários Secretários que se encontram nos seus cargos há mais de 10 anos e coloca a hipótese de deixarem de fazer parte do Governo para darem espaço a caras novas. “Neste momento, é muito difícil dizer exactamente quem deveria ser substituído por quem. Apenas sei que gostava de ver mudanças em algumas secretarias”. Ao HM,

Chan disse ainda que discorda da possibilidade de haver mandatos tão longos. “Considero que é preciso haver mudanças internas e alguns Secretários já estão a exercer as mesmas funções há muitos anos e discordo de man-datos tão longos. Toda a gente quer actualizações, por isso acho que deviam ser permitidas”, ex-plicou. “O turismo deveria passar para a tutela da Secretaria para a Economia e Finanças, uma vez que tem mais a ver com as ques-tões económicas. Faz sentido e é racional”, justificou a deputada.

NAS MÃOS DE CHUIA mudança de Governo está à porta e tudo aponta para a permanência de Chui Sai On no lugar de Chefe do Executivo. Os últimos meses têm sido de previsões e há quem preferia ver, no novo leque de Secretários, caras mais frescas e novas, como é o caso de Jorge Fão, membro da direcção da Associação dos Aposentados, Reformados e Pen-sionistas de Macau (APOMAC).

Numa reunião com o Chefe do Executivo, Fão disse a Chui Sai On que os Secretários e alguns dirigentes de serviços deviam ser substituídos. “(...) Devem ser ra-dicalmente mudados, porque isso contraria a política seguida pelo Governo Central. Isto, porque o Governo Central também não permite que um dirigente fique num lugar directivo ‘sine die’. As pessoas que estão no lugar já deram o que tinham a dar”, disse na passada terça-feira ao HM, referindo-se à reunião que a APOMAC teve com Chui Sai On.

Já Pereira Coutinho defende alterações na gestão das diferentes pastas, sugerindo, tal como Me-linda Chan, que o Turismo passe a ser tutelado pela Economia. Chan Meng Kam concorda com a divi-são dos trabalho, sendo mesmo a favor do aumento do número de secretarias. Há, contudo, quem seja totalmente contra qualquer mudança que obrigue alterações na Lei Básica: “Não convém abrir a porta a alterações de uma lei desta natureza. Há maneiras de resolver estes problemas que não passam por mexer na Lei Básica”, disse ao HM um insígne jurista da RAEM que pediu anonimato.

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ANDREIA SOFIA [email protected]

O movimento para a implementação de um referendo civil em Macau em nada tem

a ver com as iniciativas do grupo “Occupy Central” que têm vindo a ser feitas em Hong Kong. Quem o diz é Jason Chao, presidente da Sociedade Aberta de Macau (Open Macau Society) e do grupo Macau Consciência, duas das três entidades que está a organizar o referendo civil sobre a eleição do Chefe do Executivo.

“Não temos qualquer apoio fi-nanceiro ou ligações pessoais com o movimento ‘Occupy Central’ com os Estados Unidos. O refe-rendo é unicamente financiado pela Macau Consciência, que convidou pessoas do público a doar apoios para a organização deste referendo civil”, garantiu ao HM Jason Chao.

Jason Chao negou ainda que te-nham existido quaisquer reuniões com os líder do “Occupy Central” para a obtenção de conselhos ou sugestões para a realização do referendo em Macau.

“A nossa iniciativa é muito diferente do movimento Occupy Central. Muitos media de Hong Kong estão a escrever que os mo-vimentos sociais de Hong Kong são muito diferentes em relação a Macau e que Macau está a aprender com isso, mas não é aqui o caso. Temos vindo a aprender com o programa de opinião pública da Universidade de Hong Kong (UHK). Inclusivamente há dois UHK fez uma iniciativa sobre a eleição do Chefe do Executivo, e foi esse evento que nos ajudou a organizar este referendo civil”, adiantou.

Contactado pelo HM, Benny Tai Yiu-ting, professor da UHK e um dos líderes do movimento “Occupy Central”, confirmou “não existir nenhuma ligação com as organizações que estão a promover o referendo civil e não providenciamos nenhum tipo de apoio financeiro para o referendo civil em Macau”.

OCCUPY LAIAs declarações de Jason Chao sur-gem depois do jornal South China

Vitória da Conceiçãocontinua na Comissãoda Reserva FinanceiraO Chefe do Executivo voltou a nomear a directora dos Serviços de Finanças, Vitória da Conceição, como presidente da Comissão de Fiscalização da Reserva Financeira, juntamente com mais dois membros, Iong Weng Ian e Chan Chi Ieong. A decisão, publicada ontem em Boletim Oficial (BO), passa a ter efeito a partir de hoje, com retroactividade desde o passado dia 13 de Junho.

Lau Si Io Ai a bolha!...Depois do FMI ter alertado para a probabilidade de uma bolha do imobiliário em Macau e a AMCM ter corrido a terreiro a negar a pés o eventual descalabro, num comunicado de terça-feira do Gabinete de Comunicação Social, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, revelou que tem “alertado investidores e quem pretende adquirir casa própria, para além de ter lançado medidas preventivas, no sentido de assegurar a estabilidade financeira e segurança à nível económico”, adiantando que o Governo “vai continuar a acompanhar e monitorizar de perto a situação” onde irá lançar também “lançar medidas adequadas, em resposta ao desenvolvimento do mercado e à variação económica”.

Jason Chao, presidente da Sociedade Aberta de Macau, esclarece que não existe qualquer ligação ou financiamento da partedo movimento “Occupy Central”, responsável pela organização de manifestações e de um referendo a favor do sufrágio universal em Hong Kong. Benny Tai, académico ligado ao movimento, nega ligações a Macau e aos Estados Unidos

ORGANIZADORES DO “REFERENDO” NEGAM LIGAÇÕES AO OCCUPY CENTRAL

Same same, but different

Morning Post (SCMP) ter noti-ciado que o movimento “Occupy Central” terá recebido entre 3 a 3,5 milhões de dólares de Hong Kong de Jimmy Lai, multimilionário da região vizinha e proprietário do Grupo Next Media. O diário de língua inglesa teve acesso a emails que mostram que esta empresa terá fornecido material de propaganda e conselhos para a realização do

referendo em Hong Kong, no passado mês de Junho.

Jimmy Lai terá ainda escrito num outro email que os académicos que estão à frente do “Occupy Cen-tral” são “académicos idealistas” que “não vão chegar a lado nenhum sem ajuda”. Chu Yiu-ming, Benny Tai Yiu-ting, docente da UHK e Chan Kin-man, da Universidade Chinesa de Hong Kong, são os

académicos em questão. Benny Tai Yiu-ting negou ao HM todo o conteúdo da notícia do SCMP. “O movimento Occupy Central não tem qualquer ligação a políticos norte-americanos”, garantiu em resposta via e-mail.

THE PALLIN CONNECTIONOs emails citados pelo SCMP foram trocados com Mark Simon,

braço direito de Jimmy Lai, re-velam ainda que o bilionário tem mantido contactos estreitos com figuras da política norte-americana de direita.

Um email revela que Mark Simon terá servido como inter-mediário numa reunião entre Sarah Pallin, ex-candidata às presidenciais dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, e um grupo de pró-democratas aquando da visita de Pallin a Hong Kong, em 2009.

Simon terá ainda tido contactos com o conselheiro de John Mccain e com o cônsul dos Estados Unidos em Hong Kong. Ao SCMP, Mark Simon negou todas as acusações frisando que Jimmy Lai só viajou para Washington duas vezes, em 2001, e que Sarah Pallin nunca teve o encontro em Hong Kong.

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HOJE [email protected]

“D URANTE os três meses te-mos tido mui-tas reuniões

com o Governo”, afirmou ao HM Cecilia Ho, responsável pelo Grupo de Cidadãos pela Violência Doméstica como Crime Público, que se reúne uma vez mais hoje com mem-bros do Executivo. Encontro que conta ainda com a pre-sença da directora do Centro Social do Bom Pastor, a irmã Juliana Devoy, que só agora se pode unir às decisões.

“Por ter estado fora não consegui acompanhar, mas hoje terei a possibilidade de perceber como está a decorrer o processo”, contou a irmã. “Até agora considero que o Governo está a fazer um bom trabalho; é importante que ouçam as associações”, defendeu. Para ela, o mais importante é criar “uma lei justa” que permita a pro-tecção das vítimas. Juliana Devoy mostrou-se esperan-çosa quanto ao encontro de hoje, adiantando que espera que “seja uma reunião muito produtiva”.

“É preciso ouvir as opi-niões de todas as associa-ções”, defendeu Cecília Ho, sublinhando que “o mais importante é perceber se as decisões sobre a criminaliza-ção da violência doméstica protege de forma justa as ví-timas e pune correctamente os agressores”.

Relativamente à dis-cussão sobre o regime de Prevenção e Correcção da Violência Doméstica apon-tada por André Cheong, director dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ), para antes do início de Outu-bro, Cecília Ho previne que tal só acontecerá “se existir um acordo de todas as par-tes envolvidas”, reforçando “que a prioridade é chegar a um acordo justo e só depois levar a discussão”. “Pode acontecer durante o mês de Outubro ou no fim, não sei, dependerá das opiniões, por isso a importância destas reuniões”, explica.

Recorde-se que André Cheong reforçou que é ne-cessário aprimorar várias pontos, principalmente no que diz respeito à questão de ofensas menos graves, no sentido de apurar se devem permanecer como crimes semi-públicos ou passarem a ser encarados como pú-blicos, tal como se pretende fazer com as agressões mais graves.

C HUI Sai On admitiu ontem num encontro com a Asso-ciação dos Técnicos da Ad-

ministração Pública (ATAPOC) que os ajustamentos salariais na Função Pública, implementados este ano e com efeitos só a partir de Maio, poderão recuar até Janeiro.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ASSOCIAÇÕES REÚNEM COM GOVERNO

Todo ouvidos“Eles [as associações] é

que estão na linha da frente e é que sabem se agrava ou resolve o problema. Isso é importante. Logo que esses trabalhos estejam feitos – espero que até final do mês – vamos rapidamente apresentar o diploma à Assembleia [Legislativa], mesmo antes do começo da próxima legislatura”, esclareceu Cheong à TDM.

Quando questionado so-bre a natureza dos crimes menos graves virem a ser con-siderados, à luz da lei, como

crimes públicos, o director da DSAJ comentou apenas que é um assunto ainda em discussão. “É discutível, no que respeita às actuais ofensas. Quais devem ser convertidos em crime público e quais devem manter a natureza de crime semi-público?”, disse André Cheong.

Para o Governo, o mais importante é proteger as ví-timas e apoiá-las, ao invés de “dissuadir” os agressores e é por isso que considera que a discussão sobre a criminaliza-ção pública de agressões me-nos graves pode não satisfazer esse ponto. “Como é que se vai proteger a vítima e oferecer e dar a assistência necessária? Quer seja de natureza econó-mica, quer seja habitacional. [A vítima] tem que ter uma casa para onde se mudar, se não vai viver outra vez com o agressor”, explicou.

Para Cecília Ho o caminho até agora percorrido na discus-são tem sido “muito positivo” e por isso a activista acredita num resultado final “justo”.

FUNÇÃO PÚBLICA SALÁRIOS PODEM SER AJUSTADOS DESDE JANEIRO

Chui faz promessa em tempo de campanha

“[As associações] é que estão na linha da frentee é que sabemse agravaou resolveo problema”ANDRÉ CHEONGDirector da DSAJ

A presidente da ATAPOC pediu a Chui Sai On para “elevar, o mais breve possível, os benefícios das camadas mais desfavorecidas”

Segundo um comunicado, o candidato a Chefe do Executivo “indicou que caso a Comissão de Avaliação das Remunerações dos Trabalhadores da Função Pública proponha ajustar a remuneração, e consiga entregar a proposta ainda antes da divulgação das Linhas

de Acção Governativa, o governo tentará incluir a mesma no orça-mento do mesmo ano para que o ajustamento seja implementado no dia 1 de Janeiro”, pode ler-se no comunicado”.

No encontro, Kun Sai Hoi, presidente da ATAPOC, defen-deu ainda a implementação de um “Instituto da Administração Pública do Governo da RAEM”. Kun Sai Hoi disse ainda que “o Governo deve inovar a reforma da Administração”, não só através da criação do referido instituto mas também através do “reforço da for-mação dos funcionários públicos” e o “melhoramento do regime de nomeação” no sector. Deve ainda ser feita “uma responsabilização dos titulares dos cargos da direcção e de chefia”, bem como deve ser criado, segundo o presidente da ATAPOC, um “mecanismo de se-lecção de governantes por esquema de concorrência”.

Finalmente, a presidente da ATAPOC pediu a Chui Sai On para “elevar, o mais breve pos-sível, os benefícios das camadas

mais desfavorecidas”, promover o “aperfeiçoamento do sistema de recrutamento central e do regime de gestão” e ainda estabelecer parcerias entre o Executivo e as-sociações da Função Pública, por forma a “acelerar os processos legislativos na credenciação dos profissionais”.

O mesmo comunicado aponta que Chui Sai On terá referido que “no próximo ano o Governo vai esforçar-se para estudar a reforma do sistema e o regime dos funcioná-rios públicos, para que os relativos trabalhos possam ser iniciados o mais rápido possível”. - A.S.S.

Cecília Ho

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6 hoje macau quinta-feira 7.8.2014SOCIEDADE

ANÚNCIOHM - 2ª vez - 7.8.14Acção de Interdição n.º CV1-14-0024-CPE 1.º Juízo Cível

Requerente: MINISTÉRIO PÚBLICO.

Requerido: WONG I KAN

***

A MERITTÍSSIMA JUIZ DO 1.º Juízo CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M. FAZ SABER que: Foi distribuída ao 1.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO contra WONG I KAN, do sexo masculino, casado, natural de China, nascido a 01/06/1931, titular do B.I.R.M. n.º 7xxx2xx(9), residente em Macau na Avenida Hipódromo, n.º 460, Edifício Man On, bloco 4, 1.º andar J, para efeitos de ser declarado a sua interdição por anomalia psíquica. Para constar se lavrou este e outro de igual teor que vão ser devidamente afixados nos lugares designados por Lei. R.A.E.M., aos 23 de Julho de 2014.

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N UMA carta endereçada ao Gover-no Central, o Executivo informou que vai doar 100 milhões de pata-cas para “apoiar as operações de

salvamento em Yunnan”, segundo informou em comunicado o Gabinete do Porta-voz do Executivo.

“Perante este trágico acontecimento, o Governo da RAEM decidiu atribuir 100 milhões de patacas para apoiar os trabalhos levados a cabo em Yunnan, desejando que este gesto de solidariedade possa contribuir para o sucesso das operações de salvamento e resgate”, pode ler-se no documento.

O Executivo “irá continuar a prestar atenção às operações de salvamento e dar mais apoio nas áreas de recursos humanos e de materiais necessários para os trabalhos de salvamento”, apoiando ainda os “residentes e associações que estejam disponíveis para participar nos trabalhos de resgate e de salvamento”.

Também a Cruz Vermelha de Macau disponibilizou de imediato 300 mil yuans e uma equipa já se encontra na província de Yunnan. A instituição já recebeu 4,860 milhões de patacas em donativos, conforme noticiou a rádio de Macau.

“Isto partiu praticamente da iniciativa dos próprios residentes ou de associações de beneficência, onde se incluem a Santa Casa da Misericórdia de Macau, a Associação

Comercial de Macau e outras associações que, voluntariamente, foram recolher [di-nheiro] junto dos seus próprios associados para fazerem [depois] a entrega colectiva à Cruz Vermelha de Macau”, explicou à Rádio Macau João Ambrósio, secretário do Conse-lho Central da Cruz Vermelha de Macau. O HM apurou que a Santa Casa da Misericórdia fez um donativo de meio milhão de patacas.

Segundo o secretário, a melhor forma de ajudar é através de donativos em numerário e não da oferta de objectos ao acaso, já que é “mais conveniente” adquirir o material necessário nas zonas junto ao terramoto, do que enviá-lo a partir de Macau. “Neste caso teríamos de pedir uma licença de exportação e, na China, há muitos trâmites burocráticos, de modo que o material leva muito tempo a chegar”, justificou.

“A população de lá mostrou-se muito aflita com a situação precária das suas casas, com a segurança, e pediu ao nosso engenheiro que faça uma avaliação in loco, para saber se conseguem permanecer nas suas residências ou se terão de pernoitar nos acampamentos”, contou.

No domingo passado, um forte sismo de magnitude 6,1 foi sentido nas regiões mon-tanhosas do sudoeste da China fazendo pelo, segundo os últimos dados das autoridades 381 mortos confirmados, milhares de feridos e mais de 40 mil casas danificadas. - HM

Templo de A-Má restauradoAs obras de restauro do adro do Templo de A-Má vão ter início na segunda quinzena do presente mês, segundo avança o Instituto Cultural (IC). Com uma previsão de 60 dias de duração as obras vão incluir “a reconstrução do adro em frente ao Pavilhão Budista de Zhengjiao Chanlin, o revestimento do pavimento do adro em lousa em substituição de cimento devido à sua deterioração grave, assim como o aumento do declive do pavimento para drenagem”. Sem condicionar as visitas, o IC alerta os cidadãos e turistas para “prestar atenção e seguir as instruções dadas pelo pessoal do templo”.

Passagem aérea Concurso abertoem Ká-HóEstá oficialmente aberto um concurso público para a construção de uma passagem superior para peões na Estrada de Nossa Senhora de Ká-Hó, em Coloane. Segundo o despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO), espera-se que a obra fique concluída em 420 dias, sendo que as propostas das empresas de construção podem ser apresentadas junto da DSSOPT até ao próximo dia 29 de Agosto.

Fórmula 1 Inspecção ao circuito traz “ajustes”O director da Corrida do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 da Fia, Charlie Whiting, realizou ontem uma inspecção ao Circuito da Guia, verificando todo o “circuito, infra-estrutura que inclui o pavimento do circuito”. Segundo o comunicado da Comissão do Grande Prémio de Macau (CGPM), o também delegado de segurança apresentou as suas sugestões, e na sequência da sua opinião, será “ajustada a localização e tamanho dos portões-barreiras, no sentido de serem instalados em locais que ajudem a aliviar o trânsito efectivamente, todos os dias, depois das corridas”. A CGPM informa ainda que serão “colocadas redes de protecção para assim garantir a segurança dos peões e residentes em situação de incidente”, permitindo um reforço nas medidas de segurança.

SISMO GOVERNO DOA CEM MILHÕES

Ajuda soma e segue

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7 sociedadehoje macau quinta-feira 7.8.2014

ANDREIA SOFIA [email protected]

A O fim de três me-ses de parceria, o provedor da San-ta Casa da Mise-

ricórdia de Macau (SCM), António José de Freitas, está de saída do semanário Plataforma Macau. A notícia da venda da sua participação na sociedade, na ordem dos 51%, foi ontem noticiada pelos jornais Business Daily e Macau Daily Times.

Ao HM, António José de Freitas esclareceu que a sua saída da administração do

A S trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram 64,68 mil

milhões de dólares no primeiro semes-tre deste ano, um aumento de 6,83% face ao período homólogo de 2013. De acordo com estatísticas dos Serviços de Alfândega da China, divulgadas hoje pelo Fórum Macau, a segunda maior economia mundial comprou aos oito países lusófonos bens avaliados em 44,22 mil milhões de dólares – mais 9,10% – e vendeu produtos no valor de 20,46 mil milhões de dólares, reflexo de uma subida de 2,25% em termos anuais.

O Brasil manteve-se como o prin-cipal parceiro económico da China, com o volume global das trocas comer-ciais a ascender a 42,41 mil milhões de dólares até Junho – mais 6,05% comparativamente aos primeiros seis meses de 2013. As exportações da China para o Brasil cifraram-se em 16,21 mil milhões de dólares, menos 1,06% do que no período homólogo do

António José de Freitas vendeu a sua posição accionista no semanário Plataforma Macau por “razões familiares e pessoais”, mas pretende continuar a colaborar com o projecto. Paulo Rego passa a deter exclusivamente o jornal e não nega a entrada de futuros parceiros na administração

JORNAL PLATAFORMA MACAU ABERTO A NOVOS ACCIONISTAS

Saída de Freitas não mata projecto

semanário se deve a “razões pessoais e familiares”. “O trabalho é muito stressante e pessoalmente estava com dificuldades em acompa-nhar. De qualquer modo sou um dos co-fundadores e vou continuar a colaborar no sentido de proporcionar contactos”, disse o provedor da SCM.

Com esta saída, o jor-nalista Paulo Rego passa a deter o jornal a 100%, mas não fecha a porta à entrada de novos accionistas. “Diria que será equacionada (essa hipótese). As sociedades têm de ter interesses comuns

e partilhar objectivos, ter consenso na visão que têm sobre o projecto. Podem haver novos sócios? Podem. Isso quer dizer que tal é feito para viabilizar o jornal? Uma sociedade implica mais do que isso. Entrará neste projecto quem o entender e partilhar minimamente o que ele representa. Quando houver pessoas interessadas estou aqui para conversar sobre isso”, disse Paulo Rego ao HM.

Sobre a saída de António José de Freitas, o adminis-trador do Plataforma Macau apenas diz “entender as razões”. “Aceito-as, preferia que ele tivesse ficado, mas ele entende que deve sair. Quando se fazem socie-dades, a expectativa é que tenham uma longa vida e que perdurem. Obviamente que o que se passa aqui é uma alteração de circunstâncias. Mas as coisas acontecem e são geridas”, assume o jornalista.

FUTURO DO SEMANÁRIONÃO ESTÁ EM RISCOQuestionado sobre os efeitos da saída do administrador sobre a redacção, Paulo Rego garante que toda a

equipa do semanário “reagiu fazendo o próximo jornal. Tenho a certeza de que não há nenhum problema espe-cífico, há uma alteração de circunstâncias. Na redacção nada muda”.

“Da minha relação diária com o projecto não tenho ao meu lado o António José de Freitas para me ajudar em

tudo aquilo que ele fazia, diria que a única circunstân-cia que muda é eu estar cada vez mais focado na admi-nistração e dar menos apoio editorial ao Luís Andrade de Sá, mas era uma coisa que já vinha acontecendo”, disse ainda Paulo Rego.

Sobre o futuro financeiro do semanário, nada há a

temer com esta mudança na estrutura accionista. “O jornal terá cada vez menos dificuldades financeiras. Há financiamentos privados e públicos, e tanto num mercado como no outro o jornal está hoje melhor do que estava antes. Hoje é conhecido, é visto, há mais reuniões e propostas. Então a perspectiva de publicida-de do jornal é hoje maior. Fizemos um jornal para o viabilizar, e sob esse ponto de vista a dinâmica é crescer nesse sentido”, esclareceu Paulo Rego.

TROCAS ENTRE CHINA E LUSOFONIA AUMENTAM

O semestre dos 6,8%ano passado, enquanto as importações chinesas totalizaram, entre Janeiro e Junho, 26,19 mil milhões de dólares, valor que traduz um aumento anual de 10,98%.

Com Angola as trocas comerciais cresceram 6,23% para 19,04 mil mi-lhões de dólares. Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 2,08 mil milhões de dólares - mais 12,97% - e comprou mercadorias no valor de 16,95 mil milhões de dólares - mais 5,45% - face aos primeiros seis meses do ano passado.

Com Portugal, terceiro parceiro da China na lusofonia, o comércio bilateral cresceu 23,08% para 2,28 mil milhões de dólares – graças à forte subida das exportações chinesas (23,88%) que atingiram 1,47 mil milhões de dólares.

Já Moçambique, em quarto lugar em termos de volume das trocas comer-ciais, registou um comércio bilateral de 848 milhões de dólares, com as exportações da China a valerem 620

milhões de dólares e as importações a representarem 228 milhões de dólares no primeiro semestre.

Ao nível do comércio bilateral com a China, verificaram-se aumen-tos anuais com todos os países de expressão portuguesa entre Janeiro e Junho, destacando-se o crescimento percentual das trocas comerciais com a Guiné-Bissau (213,67%) e com Timor-Leste (43,48%), muito embora sem grande expressão nas contas do comércio chinês.

Só no mês de Junho, as trocas comerciais bilaterais entre a China e os países lusófonos totalizaram 11,33 mil milhões de dólares, traduzindo um decréscimo de 5,53% face ao mês anterior.

A queda mensal ficou a dever-se ao recuo das importações da China aos países de Língua portuguesa, que caíram 6% para 7,86 mil milhões de dólares, e à contracção das exportações, que totalizaram 3,46 mil milhões de dólares, correspondendo a uma quebra de 4,44% comparativamente a Maio. Os dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de o país manter ligações com Taiwan e não participar directamente no Fórum Macau. - LUSA

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8 hoje macau quinta-feira 7.8.2014EVENTOS

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

TRÊS METROS ACIMA DO CÉU • Federico Moccia“Três Metros Acima do Céu” é um romance apaixonante acerca da descoberta do amor por dois jovens vindos de mundos completamente distintos. Babi é uma rapariga certinha, de boas famílias, bonita e endinheirada, que está prestes a concluir os estudos num liceu fino de Roma. Step é um rapaz problemático e de carácter irascível e violento, amante do risco e da velocidade e com um comportamento muitas vezes reprovável. Uma comédia romântica sobre o fim da adolescência, “Três Metros Acima do Céu” tornou-se um estrondoso sucesso de vendas a nível mundial e transformou Federico Moccia em autor de culto entre os jovens.

AS HISTÓRIAS DE TERROR DO NAVIO NEGRO • Chris PriestleyNa Velha Estalagem, sobre um mar tempestuoso, Ethan e Cathy espe-ram a chegada do pai. Entretanto, um marinheiro aparece em busca de abrigo, e assim começa uma longa noite de histórias aterradoras... Há algo neste homem que inquieta Ethan e Cath, mas não sabem o quê. É então que o amanhecer abre os olhos das crianças para uma realidade ainda mais chocante, mais angustiante do que o que as histórias que ouviram na noite anterior.

RICARDO [email protected]

Quem é o Filipe Andrade, a pessoa por detrás das ilustrações?Um português, natural de Lisboa, com 27 anos, licenciado em Escul-tura pela Faculdade de Belas Artes de Lisboa e que tem como profissão contar histórias aos quadradinhos.

Como foi o seu percurso artístico até chegar à banda desenhada?Gostava de desenhar, tal como todas as crianças, no entanto, persisti no desenho até se tornar uma paixão. A partir dos nove anos fiz uma série de cursos e workshops (BD, azulejaria, artes plásticas, etc). Foi num desses workshops que descobri, com 12 anos, que o que mais gostava mesmo era Banda Desenhada. Daí até ser profissional passaram mais oito anos, um curso superior, alguns prémios de BD e idas a festivais no estrangeiro que acabaram por criar a ponte para a profissionalização.

Como é que apareceu o convite para colaborar com a Marvel?Em 2007 mostrei o meu trabalho a um caçador de talentos que tra-balhava para a Marvel, em Lisboa. Continuei a melhorar o meu portfólio e sempre que podia deslocava-me a festivais europeus para continuar a mostrar as minhas ilustrações ao Cb Cebulski (o tal caçador de talentos). Entretanto, em 2009, vou estudar para Hollywood e uns meses depois surge a primeira oferta - uma história curta do “Homem de Ferro”, que só viria a ser publicada em 2010.

Que importância isso teve para si?Trabalhar para a Marvel é o cumprir de um sonho que alimentei desde

O 67.º Festival Internacional de Cinema de Locarno, que abriu ontem com

o filme “Lucy”, de Luc Besson, vai contar com a estreia da nova longa-metragem de Pedro Costa e com cinema lusófono, na secção “Open Doors”.

O festival, este ano na 67.ª edi-ção, vai ter 17 filmes em estreia, a competir pelo Leopardo de Ouro, e quatro projectos cinematográficos de Moçambique e Angola, exibidos no programa “Open Doors”, em busca de parceiros internacionais.

“Cavalo Dinheiro”, concluído em 2014, regressa ao universo de Fontainhas do realizador Pedro Cos-ta, depois dos filmes “Ossos”, “No quarto de Vanda” e “Juventude em marcha”, e será exibido em Locarno nos dias 13, 14 e 15 de Agosto.

Edgar Pêra vai estar presente no festival, com “Lisbon Revisited” (2014), filme em 3D, inspirado em Fernando Pessoa, e a representação portuguesa estende-se ainda à secção Cineastas do Presente, para primeiras e segundas obras, através da Rosa Filmes, que co-produziu o docu-mentário “Songs from the North”, da sul-coreana Soon-Mi Yoo.

ENTREVISTA FILIPE ANDRADE, ILUSTRADOR

Uma história aos quadradinhosFilipe Andrade, um dos nomes mais sonantes no universoda ilustração português, encontra-se agora a residir em Hong Kong. O artista, colaborador da Marvel, revela uma paixão antiga por Macau e fala dos projectos que tem actualmente em mãos

PEDRO COSTA ESTREIA “CAVALO DINHEIRO”

Lusos em LocarnoNa secção “Open Doors 2014”,

fórum de apoio à produção, este ano dedicado à África subsariana, serão exibidos, extracompetição, filmes do brasileiro Ruy Guerra e de Ruy Duarte de Carvalho, escritor, antropólogo e cineasta angolano de origem portuguesa, que dirigiu “O Recado das Ilhas”.

Nesta secção serão apresentados 12 produções de cinema africano, em língua portuguesa e inglesa, em busca de parceiros internacionais. Entre os seleccionados estão “Aleluia”, de Zezé Gamboa (Angola), “Heart and fire”, de Sol de Carvalho, e “Kula: A Memory in Three Acts”, de Ina-delso Cossa (Moçambique), e “The Train of Salt and Sugar”, de Licínio de Azevedo, realizador brasileiro radicado em Moçambique.

Os melhores projectos de ci-nema no “Open Doors” recebem prémios monetários, dos 5.000 aos 40.000 euros, e três produtores africanos terão oportunidade de ir ao festival de Cannes, em 2015.

O realizador italiano Gianfran-co Rosi - Leão de Ouro de Veneza 2013, com “Sacro GRA” - preside o júri da competição internacional, que integra os realizadores Thomas Arslan e Yiao Dinan, e as actrizes Alice Braga e Connie Nielsen.

O Festival encerra a 16 de Agosto, com a entrega dos prémios oficiais, dominados pelos Leopar-dos de ouro e de prata.

Em 2013, o documentário “E agora? Lembra-me”, de Joaquim Pinto, recebeu o Prémio Especial do Júri. - Lusa

miúdo. É uma posição bastante apete-cível e de um grau de alcance difícil. Por isso, sinto um enorme sentido de conquista, orgulho e reconhecimento.

Dizem que é o artista português que mais tem colaborado com esta editora, e também dos mais jovens. É verdade?Acaba por ser verdade. Tive a sorte de terem existido antes outros por-tugueses, hoje meus amigos, que acabaram por abrir a porta a esse

mundo exótico que são os artistas de BD portuguesa - pouquíssimo conhecidos nos “comics” america-nos. No entanto isso só traz mais responsabilidade e será uma questão de tempo e mentalidade até termos mais portugueses a trabalhar para a editora do “Spider-man”.

Tem mais projectos em mãos?De momento estou com três pro-jectos para além do “comic” que estou a fazer para a Marvel. Estou a colaborar com uma grande empresa de jogos americana e a fazer um projecto cá em Hong Kong sobre o qual ainda não posso adiantar muito. Para a Marvel estou a acabar o último de cinco livros de “Seekers of Figment”. Uma história com a chancela Disney e que tem sido muito bem recebida quer pela crítica como pelo público.

“Trabalharpara a Marvel é o cumprir de um sonho que alimentei desde miúdo”

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9 eventoshoje macau quinta-feira 7.8.2014

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ENTREVISTA FILIPE ANDRADE, ILUSTRADOR

Uma história aos quadradinhosO que o trouxe até Hong Kong?Acabaram por ser motivos pessoais. A verdade é que o facto de a cidade ter muitas oportunidades e ser o porta estandarte da economia asiática não me ficou indiferente. Há todo um mundo de oportunidades nesta pequena ilha.

Como está a correr a sua experiência na Ásia? E quais as maiores diferen-ças que encontra em relação aos ou-tros países onde viveu e trabalhou?A grande diferença que encontro em Hong Kong é o facto de existirem na mesma cidade duas culturas, com velocidades muito distintas. Por um lado todo o aspecto “business” e “corporate” pela qual Hong Kong é conhecida e onde existem muitos ocidentais. Por outro, todo o lado

oriental, mais tradicional, das casas pequenas, mercados de rua, toda a confusão do trânsito, néones e pu-blicidade. Tudo isto acaba por ser muito rico e inspirador.

Para quando uma exposição indivi-dual na região e que interesse é que lhe desperta o território de Macau?Macau é uma paixão antiga. Na zona onde cresci (margem sul de Lisboa) existiam alguns Macaenses. Desde aí que a cidade sempre me suscitou algum

“Macau éuma paixão antiga”

fascínio. Talvez por ser longe, na Ásia. Agora Macau, está aqui ao lado e está de novo no mapa, quer pelos casinos, quer pela chegada de mais portugueses. Fazer uma exposição em Macau seria uma honra e uma oportunidade de me dar a conhecer a mim e ao meu trabalho e também conhecer todo o ambiente cultura que sei que existe por aí.

O que tem reservado para o futuro?Na verdade o futuro de um freelancer é um pouco uma incógnita. Para já estou com estes três projectos e estou a alinhavar mais três. Mas o futuro passará sempre por contar histórias, quer seja em BD, animação ou um outro media.

http://filipeandradeart.blogspot.hk/ • https://www.facebook.com/pages/Filipe-Andrade/122657404600596?ref_type=bookmark

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10 CHINA hoje macau quinta-feira 7.8.2014

A chamada “Jerusalém do Oriente” já não agrada às autoridades chinesas. A cidade de

Wenzhou, onde reside o maior número de cristãos do país, viveu nos últimos dias protestos por cau-sa dos seus símbolos - as enormes cruzes e igrejas que se levantam imponentes na localidade e que o regime está agora a derrubar.

O crescimento da comunidade cristã em Wenzhou, na província

A China manifestou ontem “forte opo-sição” ao Livro

Branco de Defesa pu-blicado terça-feira pelo Governo japonês em que surge referida, juntamente com a Rússia e Coreia do Norte, como poten-ciais ameaças que dão a Tóquio a necessidade de reforçar a sua capacidade de defesa.

“Tudo não passa de uma desculpa do Japão para mudar a sua política militar e de segurança,

Xinjiang Proibidos barbudos e mulheres com véu Uma cidade da região autónoma chinesa de Xinjiang (nordeste) proibiu homens com barba e mulheres com véus de entrarem em transportes públicos, noticiou um ‘media’ oficial, suscitando críticas de grupos de defesa dos direitos dos uigures, a etnia local. As autoridades de Karamay proibiram os homens “com grandes barbas” e pessoas com sinais do crescente islâmico nas roupas de usar autocarros municipais, noticiou o Diário de Karamay, um jornal local. Também foram banidas dos transportes públicos as mulheres que usem ‘hijab’ (véu que cobre cabelos, nuca, pescoço e ombros), ‘niqab’ (que cobre o rosto e a testa, deixando só a descoberto os olhos), ou ‘burqa’ (que cobre todo o corpo). “Aqueles que não cooperarem com as equipas de inspecção, terão de responder à polícia”, advertiu o jornal. Esta proibição estará em vigor durante uma competição desportiva local, que deve terminar a 20 deste mês, acrescentou.

Volkswagen e Mercedes na mira das autoridades As marcas de luxo Audi e Chrysler, pertencentes ao grupo Volkswagen e que se fundiram com a italiana Fiat, cometeram um “comportamento monopolista” na China, revelou ontem o regulador do país prometendo punição para as marcas. “Um porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reformas também confirmou uma investigação à Mercedes-Benz, de acordo com a transcrição revelada na internet de uma conferência de imprensa depois de uma investigação a um escritório da Mercedes na segunda-feira.

WENZHOU COMBATE AOS SÍMBOLOS CRISTÃOS

Cruzes canhoto

PEQUIM MANIFESTA “FORTE OPOSIÇÃO” AO LIVRO BRANCO DO JAPÃO

Desculpas e ilegítima defesaampliando o seu exército”, refere um comunicado do Ministério chinês da Defesa em que é também destacado que Tóquio “ig-nora factos, faz acusações sem fundamento e joga a carta da ameaça da China”.

Segundo analistas ci-tados pela agência oficial chinesa, a Xinhua, o do-cumento publicado pelo Japão expressa o desejo do país voltar a ser uma potên-cia militar ao assinalar que o arquipélago deve jogar um papel “dominante” na

cooperação militar regio-nal e internacional.

O livro branco mani-festa ainda preocupação pelas actividades milita-res da China no Mar do Sul da China e na região onde Pequim disputa com vários dos seus vizinhos a soberania de ilhas como as Diaoyu, Paracel e Spratly.

O documento foi pu-blicado um mês depois do Japão ter aprovado, perante os protestos regionais, a reinterpretação da sua Constituição pacifista, o que o livro considera “histórico” para reforçar o papel das forças de au-todefesa num panorama de crescente instabilidade regional. - Lusa

oriental de Zhejiang (das regiões mais desenvolvidas da China), onde mais de um milhão dos seus oito milhões de habitantes professa a religião, alarmou o governo chinês, que lançou uma campanha para acabar com os centros religiosos e os seus símbolos.

Desde Janeiro, segundo a organização China Aid, cerca de 163 igrejas receberam ordens de demolição da totalidade do edifí-

cio, de parte dele ou simplesmente da retirada das suas cruzes, e a maioria dessas ordens já foi aca-tada apesar da oposição dos fiéis, cujo número cresceu nos últimos anos, assim como a sua revolta.

Faltando dados oficiais, o Centro de Pesquisa Pew estimou em 58 milhões o número de

protestantes na China em 2011 e em nove milhões o de católicos um ano antes. Porém, o número pode ser muito maior, já que os cristãos no país se dividem entre aqueles que frequentam igrejas permitidas pelo governo e outros grupos clandestinos.

“A nossa comunidade cresceu muito, e daí esta campanha. É um ataque contra a nossa religião”, afirmou uma das participantes nos protestos que acabaram em dúzias de feridos, quando a polícia tentou retirar uma das cruzes que coroava uma igreja em Pingyang, em Wenzhou.

Em declarações à Efe, a mora-dora da cidade, que preferiu não revelar o seu nome, explicou que os fiéis foram proteger o templo e se encontraram com cerca de 500 policiais, que tentaram sem sucesso abrir passagem para que trabalhadores pudessem remover o símbolo.

Várias imagens de pessoas sangrando e hospitalizadas - muitas deles idosas - circularam na internet, apesar de terem sido rapidamente censuradas. Após quase duas horas de confrontos, a polícia acabou por abandonar o lugar.

“É difícil descrever Wenzhou sem se referir às suas mais de duas mil igrejas, enfeitadas por cruzes vermelhas e em muitas ocasiões iluminadas com luzes de néon”, explica o ex-jornalista local, Zhang Aizong, em uma conversa telefó-nica desde Hangzhou, a capital da província onde vive.

“É difícil descrever Wenzhou sem se referir às suas mais de duas mil igrejas, enfeitadas por cruzes vermelhas”ZHANG AIZONG Ex-jornalista local

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hoje macau quinta-feira 7.8.2014

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Marcia SchMaltz IN SIBILA

O prenúncio do Outono é sinali-zado com a comemoração da Festa do Bolo Lunar, no décimo quinto dia do oitavo mês lunar,

que corresponde ao dia 22 de Setembro do corrente ano. Desde a Antiguidade, acredita--se que é a mais bela lua cheia do ano.

A tradicional festa remonta à dinastia Zhou (1100 a.C.), quando na altura eram organizados rituais de sacrifícios ao Sol, na Primavera; à Terra, no Verão; à Lua, no Ou-tono e ao Céu, no Inverno. Cada uma dessas cerimônias era realizada somente pelo im-perador em altares erguidos especialmente para a ocasião nos quatro pontos cardeais da capital. Em Pequim, ainda se encontram conservados quatro parques com os respec-tivos altares.

Os ritos (礼li) estão fundamentados na transmutação (易yi) de todas as coisas, a par-tir da composição do yin e do yang. O sol é o princípio masculino, yang, e a lua é associa-da com o princípio feminino,  yin, governa-da pela deusa Chang’E, simbolizada por um sapo de três patas (Vide o conto Hou Yi e Chang’E, nesta edição). O satélite também está relacionado ao Outono, alegoria da mor-te de todas as coisas. O quadrante de domí-nio é o Oeste, governado pela Xi Wangmu (西王母) – Rainha Mãe do Oeste, deusa da morte que possui o elixir da imortalidade.

Conta o folclore chinês que ainda existe outra divindade relacionada à lua, o Velho da Lua,Yuelao 月老, guardião do Livro das Bodas, em que está traçado o destino de toda a gente; o Velho carrega um saco repleto de cordões vermelhos, utilizados para amarrar os tornozelos dos casais. Acredita-se que, enquanto os cordões estiverem atados, o ca-samento é predestinado e indissolúvel.

Reza outra lenda que no reino de Qi, período dos Reinos Combatentes (475-221 a.C.), existiu uma rapariga muito feia cha-mada Wu Yan que, desde pequena, era muito devota à Lua. Quando cresceu, foi admitida como concubina ao palácio imperial, mas nunca foi escolhida pelo rei. Na noite do dé-cimo quinto dia do oitavo mês lunar, quando apreciava a Lua, foi vista pelo príncipe que logo se encantou e mais tarde casaram, e ela tornou-se rainha. Desde então, muitas moças fazem oferendas à deusa da Lua, pedindo be-leza e brancura.

A FESTA DO REENCONTRO E DA UNIÃO

Apesar de antiga, a Festa do Bolo Lunar tornou-se popular somente a partir da dinas-tia Tang (618-907). Na dinastia Song (960-1279), a festa se elevava de fato a um evento com dimensão nacional. As famílias reuniam--se para apreciar junto a lua cheia, acompa-nhados pelo bolo lunar, melancia, toranja, laranja, maçã, ameixa, uva, romã etc, todos os alimentos com formas arredondadas à se-melhança da lua, que estão associados à pala-vra chinesatuanyuan (团圆) que significa ‘(re)união ou reencontro’, desejo último de todos de estarem bem e juntos.

A FESTA LUNARA confraternização se realizava no pátio

das residências, onde era colocada a imagem da deusa da Lua com dois tocheiros com velas vermelhas e um incensário em cima do altar. Na frente, uma mesa com as oferendas, como o bolo lunar e as frutas. Depois das vênias, a dona da casa repartia o bolo e a melancia de acordo com o número dos membros da famí-lia presentes e ausentes.

Na altura, o bolo lunar já era recheado com sésamo, osmanto, verduras e feijões, mas o tamanho não era como os atuais: chegava às vezes a ter sessenta centímetros de diâme-tro e dez quilos para ser repartido entre todos os membros da família, em número exato.

LUA INSPIRADORA

Desde a Antiguidade a Lua inspira e fascina os poetas chineses, especialmente a partir da di-nastia Tang. O satélite é uma alegoria do femi-nino, especialmente ao rosto e à sobrancelha, tal como uma lua minguante. Outras vezes, é associada com a saudade e a solidão. Como no clássico  Bebo sozinho ao luar《月下独酌》de Li Bai (李白) (701-762), tradução de Cecília Meireles:

Entre as flores da montanha há um jarro de vinho. Sou o único a beber: não tenho aqui nenhum amigo. Levanto a minha taça, oferecendo-a a lua: Com ela e a minha sombra, já somos três pessoas. Mas a lua não bebe e a minha sombra imita o que faço. A sombra e a lua, companheiras casuais, Divertem-se comigo, na primavera.  Quando canto, a lua vacila.  Quando danço, a minha sombra se agita ao redor.  Antes de embriagados, todos se divertem juntos.  Depois cada um vai para sua casa.  Mas eu fico ligado a essas companhias insensíveis:  Nossos encontros são na Via Láctea.

Em homenagem à data, escolhi  A velha Lua《古行月朗》de Li Bai (李白) (701-762), tradução de António da Graça Abreu:

Menino, imaginava a Lua um prato de sopa de jade branco suspenso no céu, ou um vidro mágico voando entre castelos de nuvens turquesa.

Já na dinastia Song, os poemas adquirem uma coloração mais melancólica, no sentido de denotar a vida, com os seus altos e bai-xos. Como o clássico Curso das águas《水调歌头》de Su Shi (苏轼) (1037-1101):

Brindo ao Céu, indago-o quando a lua surgiu?  Seria esta noite que ano no palácio celestial? Gostava de pegar um vento e retornar ao céu, mas temo o gélido palácio de jade lunar, É muito frio nas alturas!  Imagino flutuar ao céu junto à lua, em cima das nuvens, incomparável ao mundo terrestre! O luar ilumina do pavilhão carmim até a janela dum homem insone. A lua não deve sentir rancor, mas por que está sempre cheia nas despedidas?

A vida é marcada por alegrias, tristezas, encontros e partidas, A lua possui fases, A incompletude é desde a Antiguidade. Mas espero, mesmo que distante,  o amigo esteja bem, A apreciar a mesma lua.

SINCRETISMO RELIGIOSO

Durante a dinastia Yuan (1271-1368), época do Gengis Khan, a festa tomou uma dimensão de resistência ao império mongol: o bolo lunar era recheado com mensagens das re-voltas regionais. Por isso, a partir da dinas-tia Ming (1368-1644), a data tornou-se tão importante quanto o Ano Novo Lunar. Nos banquetes imperiais, foi somada mais uma iguaria: o caranguejo ao vapor, acompa-nhado por uma tigelinha com água e limão para lavar as mãos. Popularizou-se a encenar óperas cujo tema remetia às lendas sobre a Lua, como citado anteriormente. Na dinastia Qing (1644-1911), o processo de sincretismo entre o daoísmo e o budismo fez com que a imagem da deusa lunar, Chang’E, fosse subs-tituída pelas imagens de  budhisattva, a buda da misericórdia, e pelo coelho boticário. No entanto, compravam-se papéis com impres-sões do palácio lunar com a deusa, para serem queimados como oferenda.

Nas quermesses, eram vendidos bonecos com cabeça de coelho, trajados com arma-dura e elmo montados em leões, elefantes, grous ou pavões. Outras vezes, traziam ban-deira ou sombrinha.

Outro costume que se popularizou, es-pecialmente no sul da China, foi a confec-ção de lanternas com varinhas de bambus pelas crianças. Depois de passearem com as lanternas, essas eram penduradas em um galho, simbolizando retidão. Lembro-me de na minha infância em Taipei ter criado um peixe-lanterna que me deu bastante trabalho na sua confecção, pois era difícil conseguir vergar as varinhas e firmá-las, mas a maior alegria foi vê-la pegar fogo no final da noite. Ao recordar-me hoje, sinto pena: nunca mais fiz uma lanterna como aquela.

A PRESENÇA DO DRAGÃO

Soube que existiu uma antiga aldeia de pes-cadores da etnia  Hakka, no distrito de Tai Hang em Causebay, Hong Kong, de onde surgiu uma comemoração peculiar da Festa da Lua que ocorre até hoje. Durante três dias, é promovida a dança do dragão de fogo. Esse costume existe há mais de cem anos, quando após um tufão, a localidade foi tomada pela peste, causando muitas mortes. Na altura, um aldeão sugeriu que se realizasse a dança do dragão de fogo e soltasse panchões du-rante o Equinócio de Outono, como uma maneira de afugentar os espíritos malignos. Como funcionou, a partir de então o ritual se tornou parte do folclore da região, para pedir aos deuses tempo bom e paz familiar. Atualmente, o dragão é trançado em palha e

os dentes feitos de folha metálica, os olhos são duas lanternas à pilha e a língua, um pe-daço de madeira pintada de vermelho. O que conduz o dragão é uma toranja. O corpo do dragão é cravejado com palitos de incenso, que gera um efeito incandescente durante a noite. Soube também que antigamente cos-tumava-se jogar o dragão ao mar no fim da festa, e dizia-se que era “a volta do dragão ao mar”. Hoje é incinerado e diz-se que “o dra-gão sobe ao céu” (levado pelo fumo).

POR FIM…

Vários costumes e tradições da Festa do Bolo Lunar perduram até os dias atuais e a data é considerada como a segunda festa mais im-portante chinesa. Após percorrer uma linha de descrição histórica da Festa da Lua, per-cebe-se que o surgimento e a respectiva con-solidação estiveram calcados em princípios de congregação com a natureza e, somente mais tarde, a festa popularizou-se, adqui-rindo contornos centrados na família. A sua importância fundamenta-se numa sociedade que tem como núcleo a família, onde neste dia é enaltecido o sentimento de (re)união e confraternização de seus membros.

Contudo, nem sempre é possível estar junto à família nessa data, por isso, as gen-tes que não possam deslocar-se, não deixam de comemorar. Dirigem-se aos parques com suas toalhas, frutas e bolos para apreciar a Lua — como seus parentes devem estar igualmente a fazer no mesmo momento. Apesar da distância estão todos sob o mes-mo luar que irradia votos de bem-estar e a saudade de uns pelos outros.

Lembro-me de ter apreciado a Lua, numa espécie de piquenique com bolo lunar e fru-tas na beira do Lago Inominado na Universi-dade de Pequim. Vejo, frente aos meus olhos, minha filha pequena colocar barquinhos de papel com uma velinha no lago, enquanto eu olhava para a Lua e pensava nele no outro lado do mundo. Mais tarde, cheguei a Macau e gostei de passar a festa na praia de Hac-Sá. Estender toalhas e sentar ao redor duma pe-quena fogueira ou das lanternas, ver a minha filha dançar ao som das canções do Brasil, de Portugal e da China. Às vezes, espreita-mos para a Lua e mandamos votos de saúde e bem-estar para os entes queridos que não estão ao nosso lado.

Foi mantida neste texto a norma original brasileira.

BibliografiaEberhard, Wolfram (2000). A Dictionary of Chinese Symbols. London: Routledge.Li Bai (1990). Poemas de Li Bai. Tradução, prefácio e notas de Antônio Graça Abreu. Macau: Instituto Cultural de Macau.Li, Fuyan (1982). Outros Registos de Mistérios e Monstros 《续玄怪录》. Beijing: Zhonghua.Poemas Chineses: Li Po e Tu Fu (1996). Tradução de Cecília Meireles. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.Shan’hai Jing《山海经》[O livro da Natureza] (2007). Haikou: Editora Nan’hai.Si, Maqian (1993). Registos da História《史记》. Jinan: Editora da Universidade de Shandong.Su, Shi (1982). Poemas de Su Shi《苏轼诗集》. Beijing: Zhonghua.Zhou, Gongdan (2007). Rituais de Zhou《周礼》. In: Clássicos da filosofia chinesa. Wuhan: Editora da Universidade Politécnica de Wuhan.

China

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12 hoje macau quinta-feira 7.8.2014h

H ENRI Cartier-Bresson, con- siderado quase unanime-mente o pai do fotojorna-lismo moderno, faleceu há

10 anos. Fotografou Matisse, Picasso, Camus, Truman Capote, Susan Sontag, Sartre, Louis Aragon, Ezra Pound, Edith Piaf, Alberto Giacometti, Pauil Valéry, Simone de Beauvoir, William Faulkner e Miró.

A boa posição social da família con-

HENRI CARTIER-BRESSONPassaram este domingo dez anos sobre a morte de Henri Cartier-Bresson,

uma das figuras maiores da História da Fotografia

tribuíu para que, durante a adolescên-cia, se relacionasse com a elite cultural da época. Entre os/as mestres, encon-travam-se escritores, poetas e pintores, como Gertrude Stein, Cotene, André Lhote, Rene Crevel, Max Jacob, Salva-dor Dalí, Jean Cocteau e Max Ernest.

Juntou~se aos surrealistas. Admitiu que tinha sido marcado “não pela pin-tura surrealista, mas pelas conceções de André Breton”. Adquiriu a primeira

Leica com 30 anos. O que de início foi um interesse casual, converteu-se numa paixão: nos anos seguintes criou uma das obras mais originais na história da fotografía.

Henri Cartier-Bresson correu o mun-do, mas também andou por Portugal. Em 1955, fotografou Lisboa, Cascais, Estoril, Sintra, Óbidos, Nazaré, Coim-bra, Porto, Amarante, Lamego, Tomar, Castelo de Vide, Marvão e Estremoz,

mostrando como neste país coexistem duas realidades sociais antagónicas.

Cartier-Bresson testemunhou mui-tos acontecimentos chave do século XX: a Guerra Civil Espanhola, a ocu-pação nazi da França, a realidade da URSS, os últimos dias de Ghandi, a Revolução Chinesa e as manifestações de maio de 1968. Não era nada fácil entrevistar Cartier-Bresson, muito me-nos fotografá-lo.

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TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 31 HUM 75-98% • EURO 10.6 BAHT 0.2 YUAN 1.2

ACONTECEU HOJE 7 DE AGOSTO

Pu Yi

LÍNGUADE gATO

hoje macau quinta-feira 7.8.2014 (F)UTILIDADES 13

H O J E H Á F I L M E

João Corvo fonte da inveja

Verificamos a veracidade de um sentimento pela sua imutabilidade e de um pensamento pelo seu movimento.

C I N E M ACineteatro

SALA 1LUCY [C]Um filme de: Luc BessonCom: Scarlett Johansson, Morgan Freeman14.15, 16.00, 17.45, 21.30

BREAK UP 100 [B]Um filme de: Lawrence ChengCom: Ekin Cheng, Chrissie Chau19.30

SALA 2DORAEMON THE MOVIE: NOBITA IN THE NEWHAUNTS OF EVIL-PEKO AND THE FIVE EXPLORERS [A]FALADO EM CANTONÊSUm filme de: Yakuwa Shinnosuke14.30, 16.30, 19.30

BREAK UP 100 [B]Um filme de: Lawrence ChengCom: Ekin Cheng, Chrissie Chau21.30

SALA 3THE FAULT IN OUR STARS [B]Um filme de: Josh BooneCom: Shailene Woodley, Ansel Elgort17.30, 21.30

BREAK UP 100 [B]Um filme de: Lawrence ChengCom: Ekin Cheng, Chrissie Chau16.45

LUCY

THE BEACH (DANNY BOYLE, 2000)

‘The Beach’ é protagonizado por um jovem Leonardo DiCaprio cheio de talento para dar e vender. Sedento por aventura e um mundo para além daquilo que alguma vez havia imaginado, DiCaprio, na pele de Richard, conhece um interessante casal de jovens franceses e os três viajam para um local que julgavam inexistente: a ilha. É possível que muitos já tenham, pelo menos, passado os olhos por este drama, mas certamente desconhecem o facto deste ter sido gravado numa das praias mais emblemáticas do mundo, nas ilhas Phi Phi da Tailândia. O filme vai ganhando contornos mais obscuros à medida que se vai desenrolando e é também aqui que Tilda Swinton protagoniza a vilã da fita, rainha da ilha e ditadora da pequena comunidade que para lá fugiu à rotina de uma vida sem graça no mundo real. É um filme com uma moral sujeita à interpretação de cada um. Ainda assim, soberbo em termos de paisa-gens, intrigas e relações humanas. - Leonor Sá Machado

Nasce Mata Hari, a dançarina condenada por espionagem• Margaretha Gertruida Zelle nasceu em Leeuwarden, na Holanda, a 7 de Agosto de 1876, e ficou mundialmente célebre como Mata Hari. Foi uma dançarina exótica, acusada de espionagem e condenada à morte por fuzilamento, na I Guerra Mundial.A vida de Mata Hari desde sempre suscitou interesse de biógrafos, romancistas e realizadores de cinema, (1958), David Duchovny, actor americano (1960), Harold Perrineau Jr., actor norte-americano não pela faceta artística desta dançarina, mas pelo simbolismo que a sua personalidade representava: a ousadia feminina.Mata Hari perdeu a mãe aos 15 anos, facto que marcou profundamente a sua vida, pela perda sentimental, mas também pelas dificuldades económicas que teve de enfrentar, decorrentes dessa fatalidade.Viria a tentar uma carreira de professora, sem sucesso, e dedica-se à arte de dançarina. Adopta o pseudónimo de Mata Hari, que em malaio e língua indonésia quer dizer ‘sol’, mas que mas literalmente significa “olho da manhã”.Durante a I Guerra Mundial, Mata Hari ficou célebre por ter dormido com inúmeros oficiais, sendo certo que nenhum historiador conseguiu esclarecer se essa foi a forma que encontrou para recolher informações, na sua missão de espiã.Em 1917, foi julgada em França, suspeita da prática de espionagem, como agente dupla ao serviço de Alemanha e França. É considerada culpada e condenada à morte. A 15 de Outubro daquele ano, é executada, por fuzilamento.A sua execução gerou diversos mitos, alguns mais realistas do que outros. Os soldados do pelotão de fuzilamento tiveram de ser vendados para não serem seduzidos pelo charme de Mata Hari. Há ainda relatos de que a espiã atirou um sedutor beijo aos executores, no momento em que preparavam as armas. Hari terá aberto a túnica que vestia e morreu expondo as partes íntimas do seu corpo. Verdade?Nasceram a 7 de Agosto Mata Hari, espiã holandesa (1876), Caetano Veloso, cantor e compositor brasileiro (1942), Bruce Dickinson, vocalista dos Iron Maiden (1963), e Jimmy Wales, co-fundador da Wikipedia (1966).

Estratégia para fazer programas políticos iguaisChui Sai On começou esta semana a ouvir as associações locais sobre quais os problemas mais graves a resolver em Macau. Os encontros do ainda Chefe do Executivo com entidades ligadas à Função Pública e questões sociais servem para preparar o seu programa político para a candidatura a um cargo que quer assumir por mais cinco anos. As notícias revelam que aquilo que é pedido não difere muito do que já ouvimos nos anos anteriores: mais apoios sociais, uma melhor saúde e melhores mecanismos de atribuição de casas do Governo. O discurso é semelhante ao que já ouvimos nos encontros para preparar as Linhas de Acção Governativa (LAG), ou em qualquer ida do Chefe do Executivo ao hemiciclo.Só existe um ponto diferente: Chui Sai On quer mesmo mudar o funcionamento do Governo e colocar caras novas no próximo elenco governativo. Contudo, até aqui eu fico de pé atrás: veremos mesmo uma verdadeira mudança? São mesmo caras novas ou simplesmente vão mudar de poiso, mantendo-se as mesmas estruturas e maneiras de trabalhar? Chui Sai On terá de encontrar o cerne da questão e fazer mudanças profundas.

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14 OPINIÃO hoje macau quinta-feira 7.8.2014

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término e, que de acordo com o artigo 53.º da Lei n.º 10/2013 <<Lei de Terras>>, de 2 de Setembro, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos:- Avenida de Kwong Tung, n.ºs 71 a 111 e Rua de Viseu, n.ºs 70 a 110, na Ilha da Taipa, (Edifício Nam Kuai

Garden);- Avenida Dr. Sun Yat Sen, n.ºs 289 a 349, Rua de Tai Lin, n.ºs 357 a 407, Rua de Nam Keng, n.ºs 270 a 322 e

Avenida de Guimarães, n.ºs 504 a 520, na Ilha da Taipa, (Edifício Pou Long).2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da

Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.Aos, 8 de Julho de 2014.

A Directora dos Serviços,Vitória da Conceição

V OLTOU nos últimos dias, por causa da queda de Ri-cardo Salgado no seu “im-pério” do Banco Espírito Santo, a conversa do “fim de uma era”. Não pensem nisso. Já deveríamos ter aprendido com a crise de 2008 que as eras não aca-bam sozinhas; degeneram.

Dizer que estamos no fim de uma era é tão frequente quanto presenciá-la é raro. Isso provoca um erro de paralaxe. Um sis-tema vicioso pode continuar mesmo para lá do seu colapso moral. Uma era só acaba quando é substituída, e para isso não basta esperar pelo seu fim. É necessária uma acção consequente e deliberada.

Quando a bolsa de Nova Iorque colapsou em 1929, e um banco austríaco chamado Creditanstalt abriu falência em 1931, os vícios do sistema então vigente eram bem conhecidos e vinham do início do século. Nos EUA, entre o primeiro presidente Roosevelt (Theodore), um republicano progressista, que tentou combater os monopólios mais poderosos, e o segundo Roosevelt (Franklin Delano), um democrata progressista, que construiu um embrião de estado social naquele país, passaram trinta anos. E, na verdade, só depois da II Guerra Mundial as grandes desigualdades sociais diminuíram a sério naquele país e a classe média se expandiu.

Na Europa, a história é, como sempre, mais plural. Mas mesmo na Suécia, o mo-delo social-democrata não nasceu imediata-mente por reacção à Grande Depressão. As reformas das leis do trabalho demoraram quase 20 anos a ser completadas, durante as décadas de 1940 e 1950, e também só após a guerra se implementou o modelo completo de taxação progressiva, cooperação entre trabalhadores e patrões para definição de tabelas salariais transversais e pleno empre-

Rui TavaResin Público

As eras não acabam sozinhas

A lição a extrair é que a verdadeira construção de uma nova era não ocorre de forma “natural”, nem simplesmente porque se descobriu que o rei ia nu

go. O consenso social-democrata demorou décadas a atingir, e quando isso aconteceu, já não era só social-democrata: na Europa do pós-guerra, mesmo os democratas--cristãos participaram na consolidação de

um sistema que hoje é visto como sendo de esquerda radical.

A lição a extrair é que a verdadeira construção de uma nova era não ocorre de forma “natural”, nem simplesmente porque

se descobriu que o rei ia nu. Não é porque os antigos patrões, antigos magnatas ou antigos banqueiros sofreram humilhações públicas que a maré muda. A substituição de uma era por outra depende de uma acção continuada (e colectiva) de âmbito político. E para isso são necessárias maiorias; maio-rias sociais e maiorias políticas que saibam de onde vêm, para onde se dirigem, e que obstáculos há pelo caminho.

Os exemplos históricos também fun-cionam ao contrário. Quando Thatcher e Reagan estavam no poder, nos anos 1980, as suas acções revolucionárias eram apenas o início de uma era. Nos anos 1990, até os partidos socialistas tinham sido colonizados pela doutrina neoliberal. Hoje estamos no apogeu, e não no fim, desse movimento socialmente regressivo.

Os vícios do sistema continuarão intoca-dos até que uma acção política consistente, consequente e prolongada, protagonizada por novos actores políticos, possa final-mente encerrar esta era. Não é porque Ricardo Salgado caiu que Portugal mudou. Portugal só mudará quando os seus cidadãos conseguirem, sustentadamente, construir a aliança social e política que possa iniciar a recuperação do desenvolvimento económi-co e da justiça social no país.

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15 opiniãohoje macau quinta-feira 7.8.2014

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Cecília Lin; Flora Fong (estagiária); Leonor Sá Machado; Ricardo Borges (estagiário) Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Agnes Lam; Arnaldo Gonçalves; Correia Marques; David Chan; Fernando Eloy ; Fernando Vinhais Guedes; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau Pineda; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

H Á alguns anos conversava com um colega nascido em Macau e com muitos anos de serviço público sobre as diferenças de trabalhar para a antiga administra-ção portuguesa, e para actual. Fez na altura uma comparação curiosa, que nunca mais esqueci: “An-

tes éramos como os sete anões, cantando e rindo na ida e no regresso da mina onde escavámos os diamantes, hoje somos como Lu Xun”. Para quem não sabe, Lu Xun era um escritor, ensaísta, poeta e tradutor chinês que foi obrigado a trabalhar até ao fim dos seus dias para pagar as dívidas da família e ainda lhe sobrar o suficiente para sustentar os seus. Morreu aos 55 anos de tuberculose, pobre, e reza-se que escrevia até à exaustão, chegando a tossir sangue, mas recusando--se a parar enquanto não terminasse o seu trabalho. Uma comparação com o seu quê de exagero, pois nem tudo foi assim tão bom, nem nada é hoje tão mau quanto aparenta ser – há dias e dias.

De facto tivemos dias de vinho e rosas, já lá vão uns bons vinte ou mais anos. Ca-minhávamos para o trabalho por um longo jardim, a escutar os passarinhos e a cheirar as flores, e ninguém se importava se che-gávamos cinco, dez ou vinte minutos mais tarde, se demorávamos mais meia-hora a almoçar, ou se íamos ao café da esquina beber uma bica e passar os olhos pelo jornal de vez em quando. Estávamos lá na hora da verdade, quando era preciso, e ficava o trabalho feito – encaminhar papelada não é o mesmo que fazer um “bypass” triplo,e um carimbo de “urgente” não é um sinistrado a esvair-se em sangue. Claro que se come-tiam abusos, e havia quem não soubesse interpretar esta delicodoce combinação entre o ser e o dever, e abusasse da candura do sistema; entre os que não davam um ar da sua graça durante semanas mas tinham sempre o ponto “picado”, e os outros que se aproveitavam da ambiguidade dos prazos para receber “luvas” de quem tinha a vida para resolver mais depressa, passou-se para fora a imagem do amanuense preguiçoso, acomodado e prepotente.

Com o virar de página, com a mudança de administração, existiu uma preocupação com a imagem, a tal ponto de passar a ser o princípio, meio e fim de todas as coisas, Ficou certa a frase de um certo alto dirigente: “não importa tanto que o trabalho fique bem ou mal feito, desde que os funcionários andem na linha”. E andar “na linha” não significa necessariamente ser cumpridor e agir rigoro-samente de acordo com a lei. Para quem opta

bairro do or ienteLEOCARDO

Macau August blues

por pisar o risco, a lei está lá para o pôr na ordem, mas onde a lei não existe, atrapalha mais do que ajuda ou colide com alguns egos, há as “ordens de serviço”, que por vezes se sobrepõem sobre a lei, sem que ninguém faça muito caso disso. A vontade de acabar com os

vícios deu origem a outros vícios, mas “mou man tai”, porque agora todos chegam a horas, não há gazeta nem pandemónio, e ai daquele que se lembrar de fazer a tal pausa para beber a bica e ler o jornal no café da esquina.

Considero que se deve trabalhar para viver, e não viver para trabalhar. Entre os

“Considero que se deve trabalhar para viver, e não viver para trabalhar”

primeiros há que se distinguem pelo sentido de missão, bons profissionais, leais e que fiéis aos princípios da ética, e os outros que chegam mudos e saem calados, tentam não dar muito nas vistas, e vão estrategicamente tentando fazer passar as horas, e depois o dia, as semanas, os meses e os anos, sem que ninguém sequer se tenha apercebido deles. Dos que vivem para trabalhar há dois grupos: os devotos, que sacrificam a vida pelos prin-cípios e pelas causas, e desses consigo pensar em Salazar e poucos mais, e os infelizes. Entre estes há alguns que conhecemos bem, e somos obrigados a aturar durante aquele intervalo para o trabalho que nos separa da vida. Gente infeliz, mas sem lágrimas, de cara tapada com sorrisos de plástico, calculistas sempre à procura do louvor, da promoção, da oportunidade para mostrar a sua autoridade mesquinha que confunde com “profissiona-lismo”. São os engraxadores, os queixinhas, os “yes man” e todos os que eventualmente

acabam sós, pois nem a própria profissão onde preferem sempre competir em vez de tentarem ser felizes os quer lá para sempre.

Hoje acordo ao som do camartelo. Há sempre uma obra qualquer aqui ao pé de casa, ou lá em baixo na rua, ou no pátio ou lado, ou um pouco mais abaixo, onde o terreno que estava rodeado por um ta-pume vai finalmente dar lugar a mais um prédio, e todos os dias há prédios a nascer e a crescerem em Macau. O tal jardim por onde passava para cheirar as flores e ouvir os pássaros deram lugar ao betão, e entre a selva a pedra há gente que corre para não perder a hora, e pelo meio muitos carros, muitas motos, muita confusão, velhos e turistas que por alguma razão já saíram da cama. E é Agosto, e está um calor que não é brincadeira, e isto quando não chove. Faça sol ou faça chuva, neste mundo de “secos e molhados”, acabamos sempre molhados e a cuspir sangue, tal como o pobre Lu Xun.

SIDN

EY J.

FUR

IE, L

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hoje macau quinta-feira 7.8.2014

Hiroshima 69.º aniversário da bomba atómicaHiroshima assinalou ontem o 69.º aniversário do lançamento da bomba atómica que matou milhares de pessoas no final da II Guerra Mundial com o desarmamento nuclear e o carácter pacifista da Constituição nipónica como tema central. A cerimónia decorreu no Parque da Paz na cidade, junto ao ponto da explosão nuclear e começou com um minuto de silêncio às 08:15 locais. O início da cerimónia coincidiu com a hora a que o B-29 Enola Gay das forças norte-americanas lançou a 6 de Agosto de 1945 o “Little Boy”. Após o minuto de silêncio o presidente do município, Kazumi Matsui, pediu ao Governo liderado por Shinzo Abe e a outros líderes mundiais como o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que “trabalhem para conseguirem uma aproximação entre os países que possuem armas nucleares e o resto do mundo”, de forma a conseguir um “desarmamento total”.

O bónus mo-netário equi-valente a um mês de or-

denado e a distribuição das acções do Galaxy aos trabalhadores, anunciado esta semana pela empre-sa, só será válido caso os funcionários trabalhem até ao dia do “pagamento”, ou seja, 31 de Dezembro de 2017.

Ainda antes da ma-nifestação de terça-feira que reuniu cerca de 600 trabalhadores do Galaxy,

O Instituto Cultural (IC) assinou um segundo contrato com o atelier de

arquitectura de Carlos Marreiros para mais uma fase na concepção do projecto do Centro Comercial da praça do Tap Seac, também conhecido como a Casa de Vidro. O primeiro havia sido assinado em meados de 2012 e, segundo Carlos Marreiros garantiu ao HM, serviu para fazer um trabalho de fiscalização das condições do edifício.

Shuttle bus União exige 14 saláriosA União de Autocarros Fortuna (mais conhecidos por shuttle bus) entregaram uma carta à Transmac onde exigem melhores salários e o pagamento de dois meses adicionais, devido à inflação. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Iam Weng Hong, porta-voz do grupo, disse que a semana passada já tinha entregue uma carta à empresa AA Turismo Ltd (ligada à Transmac e que fornece o serviço de shuttle bus) com o mesmo pedido, mas não terá havido uma resposta concreta. A União vai continuar a reivindicar salários mais altos através de uma manifestação junto ao terminal marítimo, Portas do Cerco ou Rua do Campo, disse o mesmo responsável. Chan Hio Ieong, director-geral da Transmac, disse que a empresa tem vindo a melhorar os salários dos trabalhadores. O também director da AA Turismo Ltd disse que os salários dos condutores já tiveram um aumento de 5%, sendo que é possível mais ajustamentos consoante a tendência do mercado. Chan Hio Ieong garantiu que ouve sempre as opiniões dos funcionários. - F.F.

Imobiliário Chui Sai On prevê “desenvolvimento mais equilibrado” O candidato ao cargo de Chefe do Executivo teve ontem mais um encontro com associações do sector da construção civil. Apesar do Secretário Lau Si Io ter admitido esta semana a existência de uma bolha imobiliária no mercado, Chui Sai On tem previsões mais positivas. Segundo um comunicado, o ainda Chefe do Executivo disse que “estar convencido que na sequência do ajustamento económico local e da previsão do aumento da oferta o mercado irá beneficiar de um desenvolvimento mais equilibrado e estável”. Em relação à habitação pública, Chui Sai On disse que “de forma racional, a habitação social tem o papel principal e a habitação económica o papel secundário”. Em relação à zona A dos novos aterros, os representantes de diversas associações consideram que “a proposta do Governo é adequada sendo que, caso seja necessário, poderá ainda ser aumentada”. A zona A “poderá promover o reordenamento dos bairros antigos, aperfeiçoar as instalações sociais ligadas à população e o planeamento de transporte”, aponta o comunicado.

JOGO TRABALHADORES SÓ RECEBEM BÓNUS EM 2017

Até ao dia do juízo final

TAP SEAC IC ASSINA SEGUNDO CONTRATO COM CARLOS MARREIROS

O prometido é de vidro

cartoon por Stephff

69 ANOS

no âmbito da celebração do 10.º aniversário de ope-ração, a empresa anunciou que “todos os funcionários a tempo inteiro nas posi-ções de gestores seniores

e outras categorias abaixo seriam recompensados com acções da empresa equivalentes a três vezes o seu salário em Agosto de 2014”, e que iria conceder

também “um bónus em dinheiro correspondente a um salário” em Julho de 2015 e 2016. A em-presa anunciou ainda que iria distribuir acções aos trabalhadores que apenas estarão disponíveis no último dia do ano de 2017.

Tal como noticiado pelo website GGR Asia e agora confirmado por um documento interno do Galaxy a que o HM teve acesso, sabe-se que o valor das acções só será atribuído aos funcionários

que trabalharem até ao dia 31 de Dezembro de 2017. Segundo o documento, “se os funcionários se despedi-rem do cargo ocupado no dia ou antes do dia 31 de Dezembro de 2017, sig-nifica que os funcionário deixam automaticamente de receber o bónus”.

Ontem em comunica-do, a operadora de jogo anunciou que está atenta “às necessidades dos mem-bros da equipa” explicando que “todos os meses de Julho” realizam um “rea-juste salarial anual, com base num sistema existente e numa série de factores, incluindo as condições do mercado de trabalho local, o desempenho de cada ele-mento da equipa e o custo de vida”. - HM

“Se os funcionários se despedirem do cargo ocupado no dia ou antes do dia 31 de Dezembro de 2017, significa que deixam automaticamente de receber o bónus”DOCUMENTO INTERNO DO GALAXY

“Foi feito na altura um levan-tamento muito exaustivo não só em termos de arquitectura mas também em termos de estruturas, infiltrações, instalações eléctri-cas”, confirmou. “Este contrato que assinámos é para um novo projecto global tendo em vista a adequação das instalações para serem definitivamente ocupadas. A grande diferença em relação ao primeiro contrato é que este foi para um projecto de análise de diagnóstico técnico. Isso demo-

rou realmente bastante tempo e o projecto global para pôr tudo em condições”, adiantou o arquitecto.

Carlos Marreiros não sabe, con-tudo, quando é que a Casa de Vidro poderá estar aberta ao público, mas prevê que a sua conclusão possa acontecer antes de 2015 ou 2016.

“O projecto está a ser feito, temos prazos bastante curtos, mas as obras não estão dentro da minha capacidade de decisão. Depois do projecto pronto é preciso ou fazer uma consulta pública às empresas ou um concurso aberto a todos os empreiteiros para fazer as obras para a adequação do edifício”, adiantou o responsável pelo ate-lier MAA Marreiros Atelier de Arquitectura. - A.S.S.