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    Irrigao e Drenagem

    2011

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    1. Histrico e importncia da irrigao no Brasil e no MundoA tcnica da irrigao pode ser definida como sendo a aplicao artificial de

    gua ao solo, em quantidades adequadas, visando proporcionar a umidade adequada aodesenvolvimento normal das plantas nele cultivadas, a fim de suprir a falta ou a m distribuiodas chuvas.

    As primeiras tentativas de irrigao foram bastante rudimentares, mas a

    importncia do manejo da gua tornou-se evidente na agricultura moderna. Tribos nmadespuderam estabelecer-se em determinadas regies, irrigando terras frteis e, assim, assegurandoprodutividade suficiente para a sua subsistncia.

    Dados histricos das sociedades antigas mostram a sua dependncia daagricultura irrigada, onde grandes civilizaes desenvolveram-se nas proximidades de grandesrios como o rio Nilo, no Egito, por volta de 6000 A.C, rio Tigre e Eufrates, na Mesopotmia,por volta de 4000 a.C., e Rio Amarelo, na China, por volta de 3000 a.C. Na ndia, h indciosda prtica da irrigao em 2500 a.C. nos vales dos rios Indo e Ganges Nas civilizaes antigas,a irrigao era praticada fazendo-se represamentos de gua cercados por diques. Com o avanoda tecnologia e divulgao das mesmas, a irrigao espalhou-se por vrias partes do mundo.

    A tcnica da irrigao continua a ser utilizada nessas terras, em algumas comsistemas de conduo e distribuio de gua bem antigos. No Ir, Ganats, tneis com 3000 anosconduzem gua das montanhas para as plancies. Barragens de terra construdas para irrigararroz no Japo, bem como tanques de irrigao em Sri Lanka, datam 2000 anos e se encontramem pleno uso.

    A irrigao no Mxico e Amrica do Sul foi desenvolvida pelas civilizaesMaias e Incas h mais de 2000 anos. Recentemente, foi encontrado na encosta da cordilheirados Andes a mais antiga evidncia de agricultura irrigada no continente americano mais de5400 anos de existncia, localizada no Vale Zaa a cerca de 500 km de Lima, Peru.

    No Brasil credita-se aos padres jesutas, na antiga fazenda Santa Cruz, no estadodo Rio de Janeiro, por volta de 1589, a primazia de terem sido os pioneiros na implantao desistemas de irrigao para fins agrcolas.

    A irrigao no Brasil depende de fatores climticos. No semi-rido do Nordeste, uma tcnica absolutamente necessria para a realizao de uma agricultura racional, pois osnveis de chuva so insuficientes para suprir a demanda hdrica das culturas. Nas regies Sul,Sudeste e Centro-Oeste, pode ser considerada como tcnica complementar de compensao dairregularidade das chuvas. A irrigao supre as irregularidades pluviomtricas, chegando apossibilitar at trs safras anuais. Na Amaznia, o fenmeno inverso, pois h excesso dechuvas; neste caso, deve-se retirar gua do solo, atravs de drenagem.

    No Brasil, os dados apresentados em 1998, indicam valores aproximados de 3,2milhes de h irrigados, correspondendo a 5% da rea cultivada, 16% da produo total e 35%do valor econmico da produo. Estima-se que em 2006 existam 4,6 milhes de hectaresirrigados (IBGE).

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    Estimativa da distribuio das reas irrigadas (ha) pelos diferentes mtodos deirrigao no Brasil, por regies e Estados, em 1998.

    Regies /EstadosSuperfcie edrenagem

    Aspersoconvencional

    Pivcentral

    Localizada Total

    Brasil 1.633.828 615.417 651.548 248.414 3.149.217Tendncia atual Norte 81.880 6.055 1.410 1.690 91.035

    Acre 520 140 20 680Amap 1.440 300 170 1.910Amazonas 1.000 700 120 1.820Rondnia 4.140 100 460 4.600Roraima 8.350 300 210 8.960Par 6.550 150 280 6.980Tocantins 64.020 325 1.310 430 66.085

    Nordeste 190.729 242.506 122.006 138.421 663.672Alagoas 7.094 56.500 5.940 548 70.082Bahia 37.865 75.730 82.146 84.146 279.887

    Cear 19.569 30.222 17.502 5.320 72.613Maranho 23.780 11.450 2.940 6.030 44.200Paraiba 30.016 8.306 1.980 7.300 47.602Pernambuco 31.640 42.200 9.400 8.740 91.980Piaui 10.340 6.983 740 6.130 24.193Rio Grande do Norte 2.700 1.100 13.983 17.783Sergipe 30.425 8.416 258 6.224 45.332

    Sudeste 217.865 245.768 362.618 83388 909.639Esprito Santo 17.337 53.837 13.688 6.388 91.250Minas Gerais 107.881 73.535 87.950 44.590 313.956Rio de Janeiro 14.827 14.186 6.620 400 36.033

    So Paulo 77.820 104.210 254.360 32.010 468.400

    Sul 1.095.520 82.060 500 18.720 1.196.800Paran 14.380 35.810 500 1.060 51.750Rio Grande do Sul 965.640 25.650 16.460 1.007.750Santa Catarina 115.500 20.600 1.200 137.300

    Centro Oeste 47.834 39.028 165.014 6.195 258.071Distrito Federal 175 3.742 6.420 661 10.998Goias 2.271 29.306 118.099 1.267 150.943Mato Grosso 4.108 2.780 3.795 3.967 14.650

    Mato Grosso do Sul 41.280 3.200 36.700 300 81.480

    Essa rea irrigada abastece todo o mercado de verduras e legumes dos grandescentros populacionais, colabora ativamente no fornecimento de frutas para o mercado interno epara a exportao. O mesmo ocorre com a produo de flores. Tambm significativa suaparticipao na produo de gro e sucos ctricos para exportao, pois eleva a produtividademdia de duas para seis e at dez caixas de laranja por p.

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    Observa-se que 50% da rea sob irrigao por superfcie, concentradasprincipalmente nos estado do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina comrizicultura. 20% com asperso convencional nos Estados de So Paulo e Bahia com as maisdiversas culturas, 21% com piv central utilizados em sua maioria para o cultivo de gros nosestado de So Paulo, Gois, Minas Gerais e Bahia e os 9% restante sob irrigao localizada,espalhadas pelo Pas nos polgonos irrigados principalmente no nordeste (Vale do SoFrancisco)

    A distribuio da irrigao no Brasil pode ser dividida em trs grupos:

    irrigao "obrigatria" no Nordeste; irrigao "facilitada" no Rio Grande do Sul; irrigao "profissional" nas regies Sudeste, Centro-Oeste e parte da regio Sul.

    Distribuio da rea irrigada por pas e porcentagem da rea irrigada em relao cultivada (2003)

    Posio Pas rea irrigada (milhes de ha) % da rea irrigada/cultivada1 ndia 55,8 30

    2 China 54,6 323 EUA 22,3 104 Paquisto 18,2 785 Ir 7,7 396 Mxico 6,3 217 Turquia 5,2 128 Tailndia 5,0 169 Bangladesh 4,7

    10 Rssia 4,611 Brasil 4,6 (2006) 512 Indonsia 4,5 3413 Uzbequisto 4,214 Espanha 3,8 1615 Ir 3,516 Casaquisto 3,517 Egito 3,4 10018 Romenia 3,119 Vietn 3,020 Itlia 2,7 2521 Afeganisto 2,722 Japo 2,6 6323 Australia 2,524 Ucrania 2,2

    25 Outros pases 63,9

    No mundo, a irrigao por superfcie tem a maior rea irrigada, concentrando-seprincipalmente na sia (ndia, China, Paquisto, Ir, Tailndia, Bangladesh, Ir, Vietn entreoutros) com arroz irrigado. A irrigao por asperso automatizada (piv central) nos EstadosUnidos com gros e cereais. A irrigao localizada (Europa, Israel e Estados Unidos entreoutros) com fruticultura e outras culturas de maior valor econmico.

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    Os mtodos de irrigao so divididos em trs grupos:

    - irrigao por superfcie: compreende os mtodos de irrigao nos quais a conduo da guado sistema de distribuio (canais e tubulaes) at qualquer ponto de infiltrao, dentro daparcela a ser irrigada, feita diretamente sobre a superfcie do solo. Divide-se em trssistemas: por sulco, inundao, faixa e subirrigao.

    - irrigao por asperso: o mtodo de irrigao em que a gua aspergida sobre a superfciedo terreno, assemelhando-se a uma chuva, por causa do fracionamento do jato dgua em

    gotas. Divide-se em asperso convencional, asperso em malha, piv central, montagemdireta, sistema linear e autopropelido.

    - irrigao localizada: o mtodo em que a gua aplicada diretamente sobre a regioradicular, com pequena intensidade e alta freqncia. Divide-se em microasperso egotejamento.

    A seleo do mtodo de irrigao tem a finalidade de estabelecer a viabilidade tcnica eeconmica, maximizando a eficincia e minimizando os custos de investimento e operao, eao mesmo tempo, mantendo as condies favorveis ao desenvolvimento das culturas. Entre oscritrios mais utilizados, destacam-se: topografia, caractersticas do solo, quantidade e

    qualidade da gua, clima, cultura e, consideraes econmicas.

    Vantagens da irrigao

    Entre as inmeras vantagens do emprego racional da irrigao, podem-se citar as seguintes:

    a) Suprimento em quantidades essenciais e em pocas oportunas das reais necessidadeshdricas das plantas cultivadas podendo aumentar consideravelmente o rendimento dascolheitas;

    b) Garante a explorao agrcola, independentemente do regime das chuvas;c) Permite o cultivo e/ou colheita duas ou mais vezes ao ano (milho, feijo, batata, frutas, etc)

    em determinadas regies;d) Permite um eficaz controle de ervas daninhas (arroz por inundao); e,e) Por meio da fertirrigao, facilita e diminui os custos da aplicao de corretivos e

    fertilizantes hidrossolveis;f) Aumenta emprego e renda;g) Diminui o xodo rural;h) Auxilia o desenvolvimento da regio, esto e pas.

    Desvantagem da irrigaoa) Consumo exagerado da disponibilidade dos recursos hdricos;b)

    Modificao do meio ambiente;c) Contaminao dos recursos hdricos

    d) Salinizao, principalmente em regies ridas;e) Problemas de sade pblica originrios de agentes transmissores como os mosquitos e

    caramujos;f) Limitao de recursos hdricos em muitas regies.

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    2. Relao solo-gua-cl2.1. Introduo

    O solo uma camada sude materiais inorgnicos e orgnivivos e mortos, onde a planta reseu desenvolvimento.

    O solo constitudo deproduzem reaes de interfasimportncia na vida das plantas.

    A gua quando aplicadagravidade e da ao capilar. Esscerto modo, so tambm infl

    temperaturas, composio do maA gua forma uma fase

    sistema radicular epiderme danutrientes. A gua constitui deplantas lenhosas.

    ima-planta

    Ciclo hidrolgico

    erficial da crosta terrestre, formado de uma micos, normalmente contendo uma rica variedadeira atravs do seu sistema radicular, nutriente

    ma fase slida, uma fase lquida e uma fase, slida-lquida, slida-gasosa, lquida gaso

    o solo, movimenta-se para baixo e para os ladomovimento depende principalmente da textu

    uenciados pela matria orgnica, tipos de

    terial coloidal e outroslquida contnua atravs de toda a planta, esfolhas, permitindo uma intensa atividade de0 a 90% de peso das plantas herbceas e cer

    5

    stura complexade organismos

    s e gua para o

    asosa, onde sesa, de grande

    s em funo daa do solo, e desais solveis,

    endendo-se doranslocao deca de 50% das

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    2.2. gua no soloSob o ponto de vista agrcola, o solo o produto da intemperizao e fragmentao da

    crosta terrestre por meio de processos fsicos, qumicos e biolgicos, sendo, portanto, umsistema heterogneo, trifsico, disperso e poroso.

    As propores das trs fases do solo, ou seja, slida (matriz do solo), lquida (soluodo solo) e gasosa (atmosfera do solo), variam continuamente e dependem das variveis tempo,

    vegetao e manejo, dentre outras. As condies ideais de um solo dependem do equilbrioentre a fase lquida e gasosa.

    Quando a soluo do solo comea a ocupar todo o espao poroso, temos um problemade drenagem, ocasionando falta de oxignio para o desenvolvimento das plantas. No caso dafase gasosa comear a ocupar o espao da soluo do solo, temos um problema de dficithdrico, ocasionando deficincia de gua para o desenvolvimento das plantas.

    A unidade do solo classificada como: gua gravitacional, gua capilar e guahigroscpica.

    - gua Gravitacional: Tambm chamada hidrosttica ou livre; ela no retida pelo

    solo, infiltrando para baixo, pela fora da gravidade, descendo pelos poros no capilares, indopara o lenol fretico.

    - gua Capilar: retida pelo solo, move-se em qualquer direo, atravs dos tuboscapilares, de acordo com as tenses capilares. A gua capilar o recurso principal de umidadeutilizada pela planta.

    - gua Higroscpica: a umidade retida no solo to firmemente que a planta noconsegue absorv-la.

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    2.2.1. Umidade no soloO conhecimento da umidade do solo de fundamental importncia, pois indica em que

    condies hdricas ele se encontra. Para a irrigao, a umidade do solo deve ser determinada eservir de parmetro para a quantidade de gua a ser aplicada pelo sistema.

    Nos clculo de irrigao, trabalha-se sempre a umidade do solo, em base seca, emboraalguns equipamentos forneam a umidade em base mida. Nesse caso, faz-se necessrio atransformao desse valor, antes das determinaes das lminas de irrigao. Utiliza-se para

    essa transformao a relao a seguir:

    Porcentagem de umidade em base mida (% Ubu)

    % = 100

    Porcentagem de umidade em base seca (%Ubs)

    % = 100

    % = 100 %100 %

    No caso da irrigao, alm de utilizar a umidade em base seca, aconselhvel que aumidade do solo esteja em volume para que se possa trabalhar o resultado em lmina (mm)

    Porcentagem de umidade em volume (%Uvol)

    % = 100

    Para se converter %Upeso em %Uvol, tem-se que multiplicar o seu valor pela densidade aparentedo solo

    Densidade aparente (Da)

    (/) = % % Exemplo:

    Determinando-se a umidade de um solo, foi encontrado o valor de 20% (peso).Considerando uma densidade aparente de 1,2 g/cm3. Determine qual a porcentagem de umidade

    em volume , bem como o volume de gua armazenada at a profundidade de 1 metro, em mm em/ha.% = 20% 1,2 = %1 metro = 1000 mm 24% de 1000 mm 240 mmConsidere a relao: 1 mm = 1 L/m = 10 m/ha, tem-se que esse solo apresentaarmazenamento de 2.400 m de gua/ha.

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    2.2.2. Mtodos para a determinao da umidade do soloH vrios mtodos e equipamentos disponveis no mercado, sendo o MtodoPadro da

    estufa utilizado para calibrao de todos os outros mtodos. Existem outros mtodos que so

    utilizados conforme a necessidade, por exemplo: medida de tenso (clulas eletromtricas etensimetros), medida de disperso de nutrons (sonda de nutrons) e sistemas alternativos(DUPEA e microondas), entre outros.

    a) Mtodo-Padro da estufaEsse mtodo utiliza uma estufa comum, mantida a uma temperatura de 105 e 110 C. A

    amostra pesada e colocada na estufa por 24 a 48 horas. de elevada preciso, mas, apresentao inconveniente da demora do tempo de resposta A porcentagem de umidade da amostra dadapela equao:

    % =

    12

    23 100, :

    M1 = Peso do solo mido + peso do recipiente;M2 = Peso do solo seco + peso do recipiente;M3 = peso do recipiente.

    Exemplo:Na tabela a seguir, apresentamos os resultados de pesagens de um solo pelo mtodo-padro deestufa. Calcule a %Upeso, a densidade aparente, e a %Uvolume.

    Profundidade(cm)

    M1 (g) M2 (g) M3 (g)Anel (cm)

    d (dimetro) h (altura)

    0 20 215,6 198,4 107,1 6,20 2,5220 40 225,2 200,4 106,2 6,20 2,52

    Camada de 0 20 cm de profundidade

    % = 1223 100

    % = 215,6198,4198,4107,1 100 = ,%

    (/) =

    = 198,4107,13,146,204 2,52

    = , /

    % % % 18,841,20 = ,%

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    Camada de 20 40 cm de profundidade

    % = 1223 100

    % = 225,2200,4200,4106,2 100 = ,%

    (/) =

    = 200,4106,2

    3,146,204 2,52= , /

    % % % 26,331,24 = ,%

    b) DUPEA (Determinao de Umidade por Equivalncia de gua) um equipamento artesanal muito simples e sua preciso depende dos cuidados na suaconstruo e operaoTrata-se de um equipamento que funciona por diferena de peso, em que conhecendo o

    peso de uma amostra de solo, encontra-se a gua existente nessa amostra, utilizando umtermmetro para definir o final do teste (180C) e seringa de injeo.

    DUPEAProcedimentos:1- Monta-se o aparelho;2- Pesa-se a amostra de solo (peso padro de 100 g);3-

    Adiciona-se leo vegetal at cobrir o solo (cerca de 150 ml);4- Coloca-se o termmetro (0 260C);

    5- Equilibra-se a balana;6- Coloca-se fogo abaixo do recipiente com solo at que a temperatura alcance 180C,nesse instante o fogo apagado.7- Com o auxilio de uma seringa com gua, acrescenta-se gua at que a balana atinjanovo equilbrio.8- A quantidade de gua adicionada (cm) o teor de umidade solo em peso (base mida)

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    Exemplo 1:

    Ao fazer a determinao de umidade no DUPEA, o volume gasto para equilibrar oequipamento foi de 20 cm. Determine o valor da umidade do solo em base mida e seca.20cm 20 ml %Ubu = 20%

    % =100 %100 %

    % = 100 20100 20 = %

    Exemplo 2:Utilizando o DUPEA, o volume acrescido para equilibrar o aparelho foi de 25 cm.

    Sabendo-se que esse solo est na capacidade de campo quando sua umidade de 38%,determine qual a percentagem de umidade necessria para alcanar a umidade correspondente capacidade de campo.

    25cm 25 ml %Ubu = 25%

    % = 100 %100 %

    % = 100 25100 25 = 33,3%

    38% - 33,3% = 4,7% (peso)

    c) Tensimetros um equipamento para medio direta da tenso da gua no solo e indiretamente aumidade do solo.Para transformar o resultado da tenso e umidade h a necessidade da curva de reteno

    de gua no solo que obtida em laboratrio. Essa curva diferenciada para cada tipo de solo.Aseguir exemplo de curva de reteno da gua no solo.

    constitudo por uma cpsula porosa de cermica, ligado por meio de um tubo (corpo) a umvacumetro. Figura a seguir

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    Cuidados na instalao:- Antes da instalao deve ser feita uma escorva do tensimetro (retirada do ar interno dacpsula), 24 horas com a cpsula porosa imersa em gua.;- Deve ser preenchido com gua fervida ou destilada;- Necessita de um perfeito contato ente a cpsula e o solo. Para isso, utiliza-se trato especficono processo de instalao.

    Tem o inconveniente de cobrir apenas uma faixa da gua disponvel no solo (at 0,75 atm).Solos arenosos: 70% da gua disponvelSolo argilosos: 40% da gua disponvel

    d) Outros mtodosExistem diverso mtodos para se determinar a umidade do solo, sendo a grande maioria

    de medio indireta. Dentre esses mtodos podemos citar os mtodos eletromtricos, Sonda denutrons, Tcnica do Domnio da reflectometria no tempo (TDR), Medidores de Capacitncia,micro-ondas etc.

    2.2.3. Disponibilidade da gua no soloAntes de iniciar os estudos sobre a disponibilidade de gua no solo, considere o

    diagrama a seguir, o qual mostra o destino da gua oriunda da precipitao natural ou irrigao

    CHUVA OU IRRIGAO

    GUA NA SUPERFCIE

    DO SOLO

    INFILTRAOESCOAMENTO

    SUPERFICIAL

    ARMAZENAMENTO NO

    SOLOPERCOLAO

    Sistema de vedao

    Vacumetro

    Corpo do tensimetro

    Cpsula porosa

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    A seguir definimos alguns parmetros de gua no solo

    Capacidade de Campo o limite superior da gua no solo. Quantidade mxima de gua queo solo pode reter, em condies normais, aps a gua gravitacional ter sido drenada. Suadeterminao feita em laboratrio sob tenso de 0,05 a 0,33 atm. Varia de acordo com o tipode solo, valores menores para os arenosos e maiores para os argilosos.

    Ponto de Murcha Permanente o limite inferior de armazenamento da gua no solo.

    Determinada em laboratrio sob uma tenso de 15 atm. a quantidade de gua que o soloainda conserva quando as plantas nele existentes apresentam os primeiros sintomas de murchapermanente

    2.2.4. Clculo da disponibilidade da gua no soloa) Disponibilidade Total de gua no Solo (DTA)

    considerada a parte da gua total armazenada no solo que est disponvel para as

    plantas e definida pelo intervalo entre a capacidade de campo e o ponto de murcha permanente.Conforme ilustrao.

    Diagrama da disponibilidade de gua no solo em funo dos seus parmetros fsico-hdricos

    Tens

    o

    Umida

    de

    Solo saturado

    Capacidade de campo (nafaixa de 0,05 a 0,33 atm)

    Ponto de murchapermanente (15 atm)

    gua gravitacional

    gua capilar

    (gua disponvel)

    gua higroscpica(gua no disponvel)

    CRA

    DTAou

    CTA

    Capacidade de campo (CC)

    Ponto de murcha permanente (PMP)

    Fator de disponibilidade (f)

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    b) Capacidade Total de gua no Solo (CTA)Representa a quantidade total armazenada na zona radicular (Z). O valor Z representa a

    profundidade efetiva do sistema radicular (onde concentra cerca de 80% do volume das razes).Descrita pela equao:

    = , :CTA = Capacidade Total de gua no Solo, em mm;

    Z = Profundidade efetiva do sistema radicular, em cm.Na escolha do valor de Z, alm de observarmos os valores tabelados, devemos ter

    ateno especial ao solo e verificar a profundidade do solo e se no h nenhuma camada deimpedimento.

    A seguir, faixa de valores da profundidade efetiva do sistema radicular de algumas culturas, em cm.

    Culturas Profundidade efetiva Culturas Profundidade afetivaHortalias FrutasAlface 15 30 Abacaxi 20Batata 15 20 Banana 30 - 50Cebola 20 30 Citros 60

    Milho doce 30 50 Melo e melancia 20 - 40Pepino 30 Morango 15 - 30Tomate 50 Videira 55

    Coco 60 - 100Cereais e gros Grandes culturasArroz 10 25 Algodo 30Feijo 30 40 Cana de acar 70Milho 40 Fumo 30 - 60Soja 50 Caf 50 70Trigo 35 Forrageiras 40 - 60

    c) Capacidade Real de gua no Solo (CRA)Representa uma parte da capacidade total de gua no solo (CTA), pois do ponto de vista

    agronmico, no interessa planejar a utilizao at o ponto de murcha permanente (PMP).Assim define-se um limite entre a CC e o PMP, denominado ponto f, que representa quanto dovalor ser utilizado.A equao que descreve essa capacidade :

    = , onde:f = fator de disponibilidade hdrica, sempre menor que 1.

    d) Fator de disponibilidade da gua no solo (f)Esse fator disponibilidade de gua no solo um parmetro que limita a parte da gua

    disponvel do solo que a planta pode utilizar sem causar maiores prejuzos produtividade.

    Quando se fala que o f de uma cultura 0,6 , isso significa dizer que se deve utilizar usar60% da gua disponvel no solo para a manuteno da cultura.

    Valores recomendados de fator de disponibilidade para algumas classes de culturas

    Grupo de culturasFator f

    Faixa comumVerduras e legumes 0,2 a 0,4Frutas e forrageiras 0,3 a 0,5

    Gros e algodo 0,4 a 0,6

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    e) Irrigao Real necessria (IRN)Expressa a quantidade de gua requerida para que a cultura desenvolva sem dficit

    naquele determinado solo. Ela deve ser sempre inferior ou igual capacidade real de gua nosolo (IRN CRA). Menor quando h precipitao e igual quando no h.A seguinte equao descreve esse parmetro

    (

    10

    , :IRN = irrigao real necessria, em mm;CRA = capacidade real de gua no solo.

    Os valores da eficincia de aplicao dependem do mtodo utilizado, das condiesclimticas, das condies de operao e da manuteno do sistema. A seguir tabela com faixade valores de eficincia de aplicao de acordo com o sistema.

    Sistema de irrigao Eficincia (%)Irrigao localizada 90 a 95

    Piv central 85 a 95Asperso convencional 80 a 90

    Irrigao por sulco 50 a 70

    f) Irrigao Total Necessria (ITN)Representa a quantidade de gua captada e conduzida pelo sistema para atender as

    culturas. maior que a irrigao real necessria, pois durante a captao, conduo e aplicaoexistem perdas tais como: vazamento, evaporao, arraste pelo vento, desuniformidade deaplicao, percolao, escoamento superficial, etc. Logo, devemos levar em considerao aeficincia do sistema. A seguir a equao que descreve esse parmetro.

    = , :

    ITN = Irrigao total necessria;IRN = Irrigao Real necessria;Ea = Eficincia de aplicao.

    Exemplo 1:Considere as seguintes caractersticas do solo, planta e sistema de irrigao e calcule a DTA,CTA, CRA, IRN e ITN.

    Solo:Capacidade de campo (CC): 33% (em peso);Ponto de murcha permanente (PMP): 16% (em peso);

    Densidade aparente (Da): 1,20 g/cm.

    Cultura: FeijoProfundidade efetiva do sistema radicular (Z): 40 cm;Fator de disponibilidade de gua no solo (f): 0,5.

    Irrigao: asperso convencionalEficincia de aplicao (Ea): 85%

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    15

    = 10

    = 33 1610 1,2 = , / = = 2,04 40 = , = = 81,6 0,5 = , IRN = CRA (considerando-se que no houve precipitao)

    = 40,80,85 =

    Exemplo 2:Considere as seguintes caractersticas do solo, planta e sistema de irrigao e calcule a DTA,

    CTA, CRA, IRN e ITN.Solo:Capacidade de campo (CC): 36% (em peso);Ponto de murcha permanente (PMP): 21% (em peso);Densidade aparente (Da): 1,10 g/cm.

    Cultura: milhoProfundidade efetiva do sistema radicular (Z): 50 cm;Fator de disponibilidade de gua no solo (f): 0,6.

    Irrigao: asperso convencional

    Eficincia de aplicao (Ea): 80%Precipitao: 15,0 mm

    = 10

    = 36 2110 1,1 = , /

    = = 1,65 50 = ,

    = = 82,5 0,6 = ,

    IRN = CRA - PrecipitaoIRN = 49,5 15,0 = 34,5 mm

    = 34,50,8 = ,

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    2.3. Infiltrao de gua no soloA infiltrao de gua no solo (I) o processo pelo qual a gua penetra no seu perfil,

    normalmente expressa em litros ou centmetros. Para a irrigao devemos levar emconsiderao a velocidade de infiltrao da gua no solo (VI), expressa em cm ou mm.

    A velocidade de infiltrao diminui com o tempo de aplicao da gua. Inicialmente relativamente mais alta, e vai diminuindo at adquirir um valor quase constante.

    Esse valor quase constante o que denominamos de Velocidade de Infiltrao Bsica

    (VIB). Parmetro mais importante na irrigao, pois ele quem vai dizer se o solo suporta aintensidade de aplicao imposta por determinado tipo de emissor.

    Classificao dos solos de acordo com a sua VIBTipos de solos VIB (cm/h)Solos com VIB muito alto > 3,0Solos com VIB alto 1,5 3,0Solos com VIB mdia 0,5 1,5Solos com VIB baixa < 0,5

    Para a determinao da velocidade de infiltrao, deve-se considerar o padro deinfiltrao do mtodo de irrigao utilizado, quadro a seguir.

    Tipo de irrigao Sentido predominante da infiltraoInundao e asperso VerticalSulco Vertical e lateralMicroasperso VerticalGotejamento Multidirecional

    Existem vrios mtodos de determinao da VI de um solo. Para realizar a escolha domtodo apropriado, deve-se avaliar se o padro de infiltrao o mesmo do sistema deirrigao a ser implantado. A seguir tabela de mtodo de determinao da VI de acordo com omtodo de irrigao.

    Mtodo de irrigao Mtodo de determinao da VIIrrigao por asperso e inundao Infiltrmetro de anelIrrigao por sulco Infiltrmetro de sulcoIrrigao localizada Nenhum

    a) Determinao da velocidade de infiltrao- Infiltrmetro de anel

    composto por dois anis (50 e 25 cm de dimetro e 30 cm de altura), instalados deforma concntrica e enterrados 15 cm. As medidas so realizadas no anel interno. Acrescentargua at uma altura de 5 cm permitindo uma variao mxima de 2 cm.

    Exemplo:Calcular a velocidade de infiltrao (VI) e a determinar a velocidade de infiltrao bsica(VIB), conforme dados do quadro a seguir.

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    Tempo Rgua Infiltraoacumulada (I)

    (mm)

    Velocidade deInfiltrao (VI)

    (mm/h)HoraIntervalo

    (min)Leitura(mm)

    Diferena(mm)

    9h 0 100 0 0 09h05 5 107 7 7 849h10 5 114 7 14 849h15 5 119/100 5 19 609h20 5 105 5 24 609h30 10 108 3 27 189h45 15 116/100 8 35 32

    10h00 15 106 6 41 2410h30 30 110 4 45 811h00 30 115 5 50 1011h30 30 120/100 5 55 1012h00 30 105 5 60 1012h30 30 110 5 65 10

    Obs.: 119/100 significa que foi adicionado gua da altura 119 at 100 cm. Ateno a rguaencontra-se em posio invertida.

    Diferena (mm) = Leitura atual - leitura anteriorInfiltrao aulada = leitura anterior + leitura atual

    () = () 60 = 75 60 = /

    = 530 60 = /

    Logo, analisando o quadro acima, verificamos que a VIB do solo de 10 mm/h, poisesse valor comeou a se repetir (constante)..- Infiltrmetro de sulco

    Neste mtodo procede-se de maneira similar ao anterior, represando um metro linear desulco, adicionando gua e medindo o volume (L) como no mtodo anterior. A velocidade deinfiltrao ser dada em L/h por m de sulco.

    2.4. Estao meteorolgicaAs informaes meteorolgicas so fundamentais em qualquer sistema de produo,

    possibilitando, com os seus conheci mentos, definir diversas atividades, como: clculo daevapotranspirao, lmina de irrigao, melhor horrio de irrigao e pulverizaes, quantidade

    de precipitao pluviomtrica, previso de doenas e outros.Os dados necessrios em fazendas so normalmente temperatura, umidade relativa,

    velocidade do vento, radiao solar, precipitao pluviomtrica e umidade foliar.Existem diversos modelos de estaes meteorolgicas, que podem ser automticas ou

    no. Sendo a grande tendncia pelas automticas, em funo do seu maior nmero de variveismedidas e de sua operacionalizao.

    As estaes meteorolgicas automticas so encontradas no mercado nas mais variadasformas e modelos, e seu custo varia principalmente de acordo com o nmero e tipo de sensores

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    instalados nela. Para sua utilizao na determinao da Evapotranspirao, esta necessita desensores de temperatura, umidade relativa, radiao solar, velocidade do vento e o de chuva.

    Algumas mais sofisticadas j fornecem o valor da Evapotranspirao diretamente naestao, utilizando a equao de penman-Monteith.

    As estaes meteorolgicas simplificadas podem apresentar diferentes equipamentos,sendo o mais com um a termmetro de mxima e de mnima e o pluvimetro.

    2.5. Evapotranspirao a soma dos componentes da evaporao e transpirao. Sua definio de

    fundamental importncia, pois define o consumo de gua pelas plantas e, consequentemente, almina de irrigao a ser aplicada pelo sistema.

    2.5.1. Evapotranspirao de referencia (ETo)A evapotranspirao de referencia representa a demanda hdrica de uma regio, sendo

    um termo varivel de regio para regio, ou seja, dependente nica e exclusivamente dascondies climticas presentes no local.

    A sua determinao pode ser atravs de lismetros (tanques enterrados no solo, dentrodo qual se mede a evapotranspirao, utilizado em pesquisas) ou de equaes, como a de

    Penman-Monteith que o mtodo padro para a sua determinao, porm, necessita de muitasvariveis meteorolgicas (temperatura, umidade relativa, velocidade do vento e radiao solarou horas de sol), que geralmente no esto disponveis em qualquer propriedade.

    Outras equaes como a Hargreaves, necessita de somente de dados de temperatura eradiao no topo da atmosfera (obtido em tabelas, em funo da latitude local). Como ela foidesenvolvida para regies ridas, quando utilizado em regies midas tende a superestimar aevapotranspirao.

    A Equao de Blaney-Criddle (corrigida por Doorembos e Pruitt) semelhante aanterior, porm necessita de um nmero maior de variveis climticas no clculo do coeficientede ajuste.

    No Brasil, a equao de Hargreaves alm de ser mais simples tem apresentadoresultados mais precisos que a de Blaney-Criddle nas principais reas irrigadas do Brasil.

    Para mais informaes sobre as equaes consultar literaturas especializadas como oManual de Irrigao de Salassier Bernado.

    O mtodo do tanque classe A consiste na utilizao de tanque de evaporao direta, comtodas as medidas e instalaes padronizadas.

    Para a medida da evaporao, utiliza-se um micrometro de gancho instalado sobre umpoo tanquilizador.

    A lmina evaporada, medida no tanque, multiplicada por um coeficiente do tanque(Kt), para se obter a evapotranspirao de referencia (ETo). Descrita pela equao a seguir:

    = , :ETo = evapotranspirao de referencia, em mm/di;EVTCA = evaporao do tanque classe A. em mm/dia;Kt = coeficiente de correo, adimensional.

    Mtodo utilizado atualmente, apesar de suas limitaes para irrigao de altafreqncia. So menos preciso que os mtodos baseados em temperaturas.

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    A seguir tabela do coeficiente de correo do tanque classe A, em funo dos dadosmeteorolgicos da regio e do meio em que ele est instalado

    Tanque circundado por grama Tanque circundado por solo n

    Umid. Rel. mdia %Baixa

    < 40%Mdia

    40 -70%Alta

    >70%

    Baixa

    < 40%Mdia

    40 -70%Alta

    > 70%

    Ventokm / dia

    Posiodo tanque

    (Rm)

    Posio dotanque(Rm)

    Leve< 175

    1 0,55 0,65 0,75 1 0,70 0,80 0,85

    10 0,65 0,75 0,85 10 0,60 0,70 0,80

    100 0,70 0,80 0,85 100 0,55 0,65 0,75

    1000 0,75 0,85 0,85 1000 0,50 0,60 0,70

    Moderado175 425

    1 0,50 0,60 0,65 1 0,65 0,75 0,80

    10 0,60 0,70 0,75 10 0,55 0,65 0,70100 0,65 0,75 0,80 100 0,50 0,60 0,65

    1000 0,70 0,80 0,80 1000 0,45 0,55 0,60

    Forte425 700

    1 0,45 0,50 0,60 1 0,60 0,65 0,70

    10 0,55 0,60 0,65 10 0,50 0,55 0,65

    100 0,60 0,65 0,70 100 0,45 0,50 0,60

    1000 0,65 0,70 0,75 1000 0,40 0,45 0,55

    Muito

    forte> 700

    1 0,40 0,45 0,50 1 0,50 0,60 0,65

    10 0,45 0,55 0,60 10 0,45 0,50 0,55

    100 0,50 0,60 0,65 100 0,40 0,45 0,50

    1000 0,55 0,60 0,65 1000 0,35 0,40 0,45

    Exemplo:Calcular a evapotranspirao de referencia para determinado dia, sabendo-se que a

    evaporao medida no tanque classe A foi de 5,4 mm e, que est instalado em local circundadopor grama com bordadura mnima de 100m, com umidade relativa mdia de 55% e velocidadedo vento de 250 km/dia.

    Da tabela acima encontramos o coeficiente do tanque classe A igual a 0,75. Logo, a

    ETo ser igual a: = = 5,4 0,75 = , /2.5.2. Evapotranspirao da cultura

    determinada atravs da multiplicao da evapotranspirao de referencia pelocoeficiente da cultura (Kc).

    ETc = ETo x Kc, em mm/dia

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    A evapotranspirao de referencia (ETo) representa a demanda de uma regio qualquer,sendo varivel de local para local; e o Kc , que um componente representativo da cultura,variando de acordo com o estdio de desenvolvimento fenolgico. A seguir quadros com ascaractersticas fenolgicas dos estdios de desenvolvimento, valores de Kc na fase inicial emfuno da ETo do estdio inicial e a frequncia de irrigao ou chuva e coeficiente de cultura(Kc) para algumas espcies vegetais, em funo dos estdios de desenvolvimento e dascondies climticas

    Quadro 1 - Caractersticas fenolgicas de acordo com os estgios de desenvolvimento

    Figura 2 valores de Kc na fase inicial em funo do estdio e freqncia de irrigao ou chuva

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    1,1

    1,2

    0,5 1

    1,5 2

    2,5 3

    3,5 4

    4,5 5

    5,5 6

    6,5 7

    7,5 8

    8,5 9

    9,5

    10

    Kc

    ETo, mm/dia (estdio inicial)

    2 dias

    4 dias

    7 dias

    10 dias20 dias

    Estdio dedesenvolvimento

    Caracterizao do estdio Valor de Kc

    InicialVai da germinao at a cultura cobrir10% da superfcie do terreno, ou 10 a15% do seu desenvolvimento.

    0,2 a 1,0

    Secundrio oude

    desenvolvimento

    vegetativo

    Vai do final do primeiro estdio at acultura cobrir 70 a 80% da superfcie doterreno ou atingir de 70 a 80% do seu

    desenvolvimento vegetativo.

    Varia linearmente entre osvalores do primeiro e terceiroestdios

    Intermedirio oude produo

    Vai do final do segundo estdio at oincio da maturao, tambmdenominado estdio de produo.

    0,9 a 1,25

    Final ou dematurao

    Vai do incio da maturao at acolheita ou final da maturao

    Varia linearmente entre osvalores do terceiro e 0,3 a 1,0

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    Cultura EstdioUR > 70% UR < 20%

    Durao dosestdios fenolgicos

    (dias)

    Vento m/s) Vento m/s)

    0 a 5 5 a 8 0 a 5 5 a 8

    Todas as culturas Inicial 1 Use fi ura 2 Use fi ura 2

    Todas as culturas (Intermedirio) 2 Inter ola o Inter ola o

    Alface 3 0 95 0 95 1 00 1 05 20/30/15/10

    4 0 90 0 90 0 90 1 00

    Batata 3 1 05 1 10 1 15 1 20 25/3030/204 0 70 0 70 0 75 0 75

    Beterraba 3 1 00 1 00 1 05 1 10 15/25/20/10

    4 0 90 0 90 0 95 1 00

    Cebola 3 0 95 0 95 1 05 1 10 15/25/70/40

    4 0 75 0 75 0 80 0 85

    Cenoura 3 1 00 1 05 1 10 1 15 20/30/30/20

    4 0 70 0 75 0 80 0 85

    Crucferas 3 0 90 1 00 1 05 1 10 25/35/25/10

    4 0 80 0 85 0 90 0 95

    Feijo (vagem) 3 0 95 0 95 1 00 1 05 20/30/30/104 0 80 0 85 0 90 0 90

    Pepino 3 0 90 0 90 0 95 1 00 20/30/40/15

    4 0 70 0 70 0 75 0 80

    Pimenta 3 0 95 1 00 1 05 1 10 30/35/40/20

    4 0 80 0 85 0 85 0 90

    Tomate 3 1 05 1 10 1 20 1 25 30/40/40/25

    4 0 60 0 60 0 65 0 65

    Algodo 3 1 05 1 15 1 20 1 25 30/50/55/45

    4 0 65 0 65 0 65 0 70

    Amendoim 3 0 95 1 00 1 05 1 10 25/35/45/25

    4 0 55 0 55 0 60 0 60Milho (verde) 3 1 05 1 10 1 15 1 20 20/30/20/10

    4 0 95 1 00 1 05 1 10

    Melo 3 0 95 0 95 1 00 1 05 25/35/40/20

    4 0 65 0 65 0 75 0 5

    Milho (gro) 3 1 05 1 10 1 15 1 20 30/40/50/30

    4 0 55 0 55 0 60 0 60

    Soja 3 1 00 1 05 1 10 1 15 20/35/60/25

    4 0 45 0 45 0 45 0 45

    Sorgo 3 1 00 1 05 1 10 1 15 20/30/40/30

    4 0 50 0 50 0 55 0 55Trigo 3 1 05 1 10 1 15 1 20 15/25/50/30

    4 0 25 0 25 0 20 0 20

    Abbora 3 0 90 0 90 0 95 1 00 25/35/25/15

    4 0 70 0 75 0 75 0 80

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    Exemplo 1

    Determinar o Kc para as fases 1 e 2 e construir o grfico com os valores de Kc para todoo ciclo da cultura.

    Cultura: milho (gros)ETo mdio da fase inicial: 4 mm/dia.Freqncia de irrigao ou chuva: 10 dias.

    Velocidade mdia do vento: 5,1 m/s.Umidade relativa mnima: 16%.

    ResoluoKc da fase inicial = 0,35 (obtida do quadro anterior para ETo = 4,0mm/dia e frequncia

    de chuva ou irrigao igual a 10 dias).Kc da fase 3 = 1,2 e fase 4 = 0,60 (obtidos da tabela anterior para a cultura do milho,

    Umidade relativa mnima menor que 20% e velocidade do vento maior que 5,0m/s)

    Exemplo 2

    Determinar o Kc para as fases 1 e 2 e construir o grfico com os valores de Kc para todoo ciclo da cultura.

    Cultura: sojaDurao das fases: 15, 15, 30 e 30 dias.Eto mdio da fase inicial: 4 mm/dia.Freqncia de irrigao ou chuva: 7 dias.Velocidade mdia do vento: > 5 m/s

    Umidade relativa: baixa

    Resoluo

    Kc da fase inicial = 0,5 (obtida do quadro anterior para ETo = 4,0mm/dia e frequnciade chuva ou irrigao igual a 10 dias).

    Kc da fase 3 = 1,2 e fase 4 = 0,60 (obtidos da tabela anterior para a cultura do milho,Umidade relativa mnima menor que 20% e velocidade do vento maior que 5,0m/s)

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    1,2

    1,4

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150

    Kc

    Ciclo da cultura (dias)

    Valores de Kc para o exemplo (milho)

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    Exemplo 3

    Um produtor necessita saber o consumo total de gua para o cultivo de uma lavoura demilho plantada em 15/4/2001 em Viosa, Minas Gerais. Calcule a evapotranspirao, por dia,

    por fase e total, informando qual a poca de mxima demanda evapotranspirativa da cultura nascondies descrita a seguir:

    Planta: milho, plantio 15 de abril.Durao dos estdios de desenvolvimento: 15/30/40/20.Kc das fases 1,3 e 4: 0,40, 1,25 e 0,60.Clima: valores da ETo mensal para Viosa, MG.

    ResoluoO valor do Kc da fase 2 foi encontrado pela interpolao (mdia) entre os valores de Kc

    da fase 1 e 3.

    O valor utilizado no clculo da ETc da fase 4 foi uma interpolao (mdia) do valortabelado para a fase 3 e 4, pois o valor tabelado considera o final da fase.

    ETc = ETo x Kc

    Meses Abril Maio Junho Julho

    ETo(mm/dia) 4,5 3,7 3,2 3,5

    Fase 1 2 3 3 4

    Durao fase (dias) 15 30 30 10 20

    Kc 0,40 0,83 1,25 1,25 0,93

    ETc (mm/dia) 1,80 3,07 4,00 4,38 3,26ETc (mm/fase) 27 92,13 120,00 120,00 43,75

    Etc (mm/ciclo) 347,98

    Logo, a necessidade total de gua para a cultura ser de 347,98mm.

    O pico mximo da demanda hdrica diria seria na primeira quinzena de julho.

    0

    0,20,4

    0,6

    0,8

    1

    1,2

    1,4

    0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

    Kc

    Ciclo da cultura (dias)

    Valores de Kc para o exemplo (soja)

  • 8/7/2019 _Irrigao

    25/29

    24

    2.6. Turno de regaTurno de rega (TR) o intervalo de tempo (dias) entre duas irrigaes. calculado

    relacionado a lmina liquida de irrigao (IRN) com a evapotranspirao diria da cultura(ETc).

    = O maior valor da ETc ser utilizado para determinar o turno de rega durante a

    elaborao.O perodo de irrigao (PI) o intervalo de tempo, em dias, necessrio para o sistema

    para o sistema irrigar toda a rea. Dever ser igual ou inferior ao turno de rega.

    PI TR PI = TR (1 ou 2 dias)ExemploDadas as condies de solo, planta, clima e irrigao, calcule o que se pede:Solo: Capacidade de campo (CC): 28% (em peso)Ponto de murcha permanente (PMP): 14% (em peso)Densidade aparente (Da): 1,25 g/cmPlanta: feijo, plantio 15 de maro

    Profundidade efetiva do sistema radicular (Z): 40 cmFator de disponibilidade de gua (f): 0,40Durao dos estdios de desenvolvimento: 15,15, 30 e 15 diasIrrigao: asperso, eficincia de 85%Kc das fases 1, 3 e 4; 0,55, 1,15 e 0,25 respectivamente.

    Clima: tabela a seguirMs 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12ETo (mm/dia) 6,5 6,4 5,7 4,4 3,7 3,3 3,6 4,3 4,7 5,4 5,8 6,0

    a) Calcule a lmina lquida e bruta de irrigao (IRN e ITN) = = 10

    = = 28 1410 1,25 40 0,40 =

    =

    = 280,85 = , b) Calcule o turno de rega e o perodo de irrigaoMeses Maro Abril MaioETo (mm/dia) 5,7 4,4 3,7Estdio 1 2 3 3 4Durao (dias) 15 15 15 15 15Kc 0,55 0,85 1,15 1,15 0,25ETc (mm/dia) 3,14 3,74 5,06 4,25 0,92ETc (mm/estdio) 47,1 56,1 75,9 63,75 13,8Total por estdio 47,1 56,1 139,65 13,8ETc (mm/safra) 256,65

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    26/29

    25

    = =28

    5,06 = 5,5 = P TR PI = 5 dias ( sem folga) ou 4 dias (com um dia de folga)

    c) Lmina da primeira irrigao supondo-se o solo no Ponto de murcha permanente (PMP) = 28 1410 1,25 40 =

    = 700,85 = ,

    d) Supondo-se a umidade do solo igual a 25% (em peso), calcule a lmina de irrigao = 28 2510 1,25 40 =

    = 150,85 = ,

    e) Qual o volume de gua necessrio para irrigar 20 ha, supondo-se a irrigaocalculada no item anterior

    Lembrado da relao 1mm = 1 L/m = 10 m/ha, tem-se:

    17,65 mm = 17,65 L/m = 176,5 m/ha = 176,5 m/ha x 20 ha = 3.530 m.

    2.7. Precipitao um dos componentes contabilizados no balano hdrico, devendo ser considerado nos

    projetos e manejo de irrigao, para se reduzir custos e evitar o excesso de aplicao de gua.

    Em irrigao, trabalhos com trs conceitos importantes: Precipitao total, Precipitaoefetiva e precipitao provvel.

    Precipitao total a precipitao medida no pluvimetro.

    Precipitao efetiva a parte da chuva que fica disponvel para atender demandaevapotranspiromtrica da cultura. a precipitao total menos a gua que percolada para ascamadas mais profundas e o escoamento superficial.

    Precipitao provvel a quantidade mnima de precipitao com determinada probabilidade

    de ocorrncia. Em irrigao trabalha-se com a probabilidade de 75%, ou seja, a chuva que sepode esperar que ocorra em trs de cada quatro anos.

    A seguir Grfico com o ndice pluviomtrico de Bom Jesus do Itabapoana, RJ.

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    2.8. poca de irrigao

    definida em funo desolo, clima (evapotranspirao, vde irrigao utilizado, sistema deExistem basicamente trs mtod

    Medies ou observae

    Deficincia de gua na

    momento em que a planta estequipamentos sofisticados a cust

    Pode ser realizada por m

    parte do vegetal, da abertura estoosmtica do suco celular, e tdesenvolvendo muito nos ltimo

    Sintomas de deficincia

    hdrica nas plantas, tais como:das folhas, ngulo de inseroquando esses sintomas apareceprejudicando a produo.

    um mtodo ainda poucs culturas.

    Medies no solo

    Teor de gua no solo indiretamente nas profundidadesignificativa a gua. Utiliza os eq

    Tenso de gua no solo

    tenso pela qual a gua est send

    0

    40

    80

    120

    160

    200

    240

    280

    320

    360

    Jan Fev Mar

    Precipitao(mm)

    ndice Pluvio

    rios fatores: tipo e fase da cultura, tipo e umidelocidade do vento, temperatura e unidade relatmanejo adotado e aspectos operacionais, etc.s para a determinao da poca de irrigao:

    na planta

    lanta o mtodo mais direto e preciso, pacom deficincia de gua. Porm um mt

    osos, fator que limita o uso atualmente em irrig

    eio de medio da turgescncia ou teor de u

    matal, da intensidade transpirao do vegetal, dmbm do fluxo de seiva no xilema, estes anos e utilizado em agricultura de preciso.

    e gua na planta Os sintomas caractersticonrolamento das folhas, encurvamento de entras folhas etc., so indicadores de deficinciaa planta j se encontra sob essa deficincia j

    estudado, que pode auxiliar no controle de ap

    um mtodo bastante simples. A medio s em que o sistema radicular da cultura absuipamentos vistos anteriormente. A leitura feita de forma indireta e imediato retida pelo solo, com aparelhos denominados

    Abr Mai Jun Jul Ago Set Out N

    Meses

    trico de Bom Jesus do Itabapoana - RJ

    26

    ade atual doiva), sistema

    a determinar odo que requero.

    idade em uma

    a concentraoltimo vem se

    de deficincians, coloraohdrica, pormalgum tempo,

    licao de gua

    feita direta ourve, de forma

    , medindo-se atensimetros.

    v Dez

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    27

    Medies climticasO clculo da evapotranspirao feito diariamente, considerando-se o estgio da

    cultura, o solo, e o clima; determina-se a lmina de irrigao em cada fase da cultura. muitoeficaz, pois possibilita de forma simples, o clculo da evapotranspirao da cultura, o quepermite saber quanto dever ser reposto pelo sistema de irrigao.

    Balano hdrico

    Cultura : Soja; Fenologia: 15/15/30/15; Profundidade do sistema radicular: 30 cmCapacidade de campo: 2,0% (peso); Ponto de murcha permanente: 12,0% (peso)Densidade aparente: 1,4 g/cm; Fator de disponibilidade: 0,4Data do Plantio: 15/06; Umidade atual: 20% (peso)

    Resoluo

    = 10 =2712

    10 1,4 30 = 66 = = 66 0,4 = 26,4

    ../ =

    10 =

    27 20

    10 1,4 30 = 20,4

    AFDINICIAL = 66,0 20,4 = 45,6 mmRESERVA = 66,0 26,4 = 39,6 mm

    NOME DO PRODUTOR: PROPRIEDADE:CULTURA: SOJA VARIEDADE: REA CULTIVADA:GUA DISPONVEL (CTA): 66,0 GUA FACILMENTE DIPONVEL (CRA): 26,4DATA PLANTIO: 15/06

    (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12)

    DATAPCT(mm)

    ETo(mm)

    Kc ETcIRR

    (mm)

    BALUMID(mm)

    AFDINICIAL

    (mm)

    AFDFINAL(mm)

    RES(mm)

    EXC(mm)

    OBS

    26/06 0,0 3,5 0,50 1,8 0,0 -1,8 45,6 43,8 39,627/06 0,0 3,4 0,50 1,7 0,0 -1,7 43,8 42,1

    28/06 0,0 3,3 0,50 1,7 0,0 -1,7 42,1 40,429/06 0,0 3,6 0,50 1,8 26,0 24,2 40,4 64,6 Irrigar30/06 12,0 3,9 0,50 2,0 0,0 10,0 64,6 66,0 8,601/07 0,0 2,9 0,54 1,6 0,0 -1,6 66,0 64,402/07 0,0 3,2 0,58 1,9 0,0 -1,9 64,4 62,503/07 0,0 3,4 0,63 2,1 0,0 -2,1 62,5 60,404/07 0,0 3,2 0,67 2,1 0,0 -2,1 60,4 58,305/07 0,0 3,4 0,71 2,4 0,0 -2,4 58,3 55,906/07 0,0 3,5 0,76 2,7 0,0 -2,7 55,9 53,207/07 0,0 3,6 0,80 2,9 0,0 -2,9 53,2 50,308/07 0,0 3,3 0,84 2,8 0,0 -2,8 50,3 47,509/07 0,0 3,6 0,89 3,2 0,0 -3,2 47,5 44,310/07 0,0 3,7

    0,93 3,4 0,0

    -3,4 44,3 40,911/07 36,0 4,2 0,97 4,1 0,0 31,9 40,9 66,0 6,812/07 0,0 3,2 1,02 3,3 0,0 -3,3 66,0 62,713/07 0,0 3,7 1,06 3,9 0,0 -3,9 62,7 58,814/07 0,0 3,9 1.10 4,3 0,0 -4,3 58,8 54,515/07 0,0 3,4 1,15 3,9 0,0 -3,9 54,5 50,616/07 0,0 3,5 1,15 4,0 0,0 -4,0 50,6 46,617/07 0,0 3,6 1,15 4,1 0,0 -4,1 46,6 42,518/07 0,0 3,5 1,15 4,0 26,0 22,0 42,5 64,5 Irrigar18/07 0,0 3,8 1,15 4,4 0,0 -4,4 64,5 60,1

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