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Coluna do A Política de valorização do Salário Mínimo e seus efeitos 7 Q Q MARÇO DE 2010 Engenheiro JORNAL DO Em 2004, as Centrais Sindicais, por meio de movimento unitário, lançaram a campanha de valorização do salário mínimo. Para alcançar o objetivo pretendido foram realizadas grandes manifestações conjuntas a Brasília a fim de fortalecer, junto ao poder Executivo e Legislativo, a importância social e econômica da proposta. Como resultado das negociações desenvolvidas, em 2007, definiu-se pela adoção de uma política permanente de valorização do salário mínimo até 2023, que vem sendo seguida pelo Executivo Federal, apesar de não ter sido transformada em lei pelo Congresso, ainda, estabelecendo como critério o repasse da inflação acumulada no período transcorrido entre o último reajuste e a nova correção, acrescido da variação do PIB de 2 anos antes. Além disso, estabeleceu a antecipação da data de vigência - a cada ano - até sua fixação em janeiro, o que ocorreu neste ano. Como resultado de todo esse pro- cesso, o salário mínimo experimentou uma elevação que o levou do valor de R$ 260,00, em 2004, para R$510,00, em janeiro deste ano. Quando resgatamos a série histó- rica de variação do salário mínimo (tabela acima) no decorrer do período de 1998 a janeiro de 2010, nota-se que o reajuste aplicado ao salário mínimo foi de 325%, para uma inflação acumu- lada (INPC/IBGE) de 121,5%, cor- respondendo a um aumento real de 91,88%. No mesmo período, a econo- mia brasileira cresceu 44,93% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Tomando como referência o ano de implantação desta política de valori- zação do salário mínimo, 2004, e esten- dendo até os dias atuais, a elevação do valor do salário mínimo foi de 96,1%, valor este superior a taxa de inflação que, no mesmo período, acumulou 40,6%, resultando assim em um ganho real de 39,4%. Ao mesmo tempo, a economia brasileira teve um desem- penho, medido pelo PIB, de 27,9%. Em relação aos impactos propor- cionados pela elevação do salário mínimo na economia brasileira, consi- derando-se que aproximadamente 46,1 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo, sua ele- mai/97 R$ 120,00 - - - - mai/98 R$ 130,00 8,33% 4,05% 4,12% 3,4% mai/99 R$ 136,00 4,62% 0,71% 3,88% 0,2% abr/00 R$ 151,00 11,03% 5,39% 5,35% 0,8% abr/01 R$ 180,00 19,21% 12,17% 6,27% 4,3% abr/02 R$ 200,00 11,11% 1,27% 9,72% 1,3% abr/03 R$ 240,00 20,00% 1,23% 18,54% 2,7% mai/04 R$ 260,00 8,33% 1,19% 7,06% 1,1% mai/05 R$ 300,00 15,38% 8,23% 6,61% 5,7% abr/06 R$ 350,00 16,67% 13,04% 3,21% 3,2% abr/07 R$ 380,00 8,57% 5,10% 3,30% 4,0% mar/08 R$ 415,00 9,21% 4,04% 4,97% 6,1% fev/09 R$ 465,00 12,05% 5,28% 6,43% 5,1% jan/10 R$ 510,00 9,68% 6,02% 3,45% - TOTAL (1998-2010) 325,00% 91,88% 121,50% 44,93% Variação do Salário Mínimo, do INPC-IBGE e do PIB no Brasil – 1998 a 2010 Mês de reajuste Reajuste nominal Em R$ Reajuste real INPC-IBGE PIB (*) Salário Mínimo vação para R$ 510,00 deverá gerar um incremento de renda da ordem de R$ 26,6 bilhões e de R$ 7,7 bilhões na ar- recadação tributária sobre o consumo. Outra constatação da importância do aumento do SM está na comparação com a cesta básica calculada pelo DIEESE. Com um custo de R$228,19 em dezembro de 2009, estima-se que o salário mínimo terá, então, um poder de compra equivalente a 2,23 cestas básicas, a maior relação na série das médias anuais desde 1979. O país experimenta, hoje, passado a recente crise mundial, uma aceleração da atividade econômica estimulado principalmente pela demanda interna, aumento da taxa de emprego no mer- cado formal de trabalho, manutenção da inflação sobre controle, combinado com o aumento acelerado do poder de compra dos trabalhadores. Assim, toda essa constatação da importância do crescimento do salário mínimo que estamos experimentando nestes últimos anos, além de se inscrever num pro- cesso de recuperação da economia bra- sileira no contexto da crise internacional, põe por terra o velho mito de que “aumento de salários provoca inflação”. Fontes: IBGE e DIEESE (*) PIB do ano imediatamente anterior ao reajuste do salário mínimo. GARANTIA PARA O ENGENHEIRO E A SOCIEDADE Engenheiro, ao preencher a sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) no campo referente ao Código de Entidade de Classe, anote o número 27. Desta forma você estará repassando 10% de sua ART para o Sindicato dos Engenheiros e estará contribuindo para que o Senge fortaleça a luta em defesa dos engenheiros e da engenharia nacional. Acesse a página eletrônica do sindicato (www.sengerj.org.br) e conheça um pouco mais a sua entidade representativa. ART ART SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL Engenheiro, exija seu direito! LEI 4950-A/66

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Eng enh eir o, ex ija seu dir eit o! 7 LEI 4950-A/66 MARÇO DE 2010 Engenheiro GARANTIA PARA O ENGENHEIRO E A SOCIEDADE Variação do Salário Mínimo, do INPC-IBGE e do PIB no Brasil – 1998 a 2010 Fontes: IBGE e DIEESE (*) PIB do ano imediatamente anterior ao reajuste do salário mínimo. Salário Mínimo JORNAL DO

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Coluna do

A Política de valorização do Salário Mínimo e seus efeitos

7MARÇO DE 2010 EngenheiroJORNAL DO

Em 2004, as Centrais Sindicais, pormeio de movimento unitário, lançarama campanha de valorização do saláriomínimo. Para alcançar o objetivopretendido foram realizadas grandesmanifestações conjuntas a Brasília a fimde fortalecer, junto ao poder Executivoe Legislativo, a importância social eeconômica da proposta.

Como resultado das negociaçõesdesenvolvidas, em 2007, definiu-se pelaadoção de uma política permanente devalorização do salário mínimo até 2023,que vem sendo seguida pelo ExecutivoFederal, apesar de não ter sidotransformada em lei pelo Congresso,ainda, estabelecendo como critério orepasse da inflação acumulada noperíodo transcorrido entre o últimoreajuste e a nova correção, acrescidoda variação do PIB de 2 anos antes.Além disso, estabeleceu a antecipaçãoda data de vigência - a cada ano - atésua fixação em janeiro, o que ocorreuneste ano.

Como resultado de todo esse pro-cesso, o salário mínimo experimentouuma elevação que o levou do valor deR$ 260,00, em 2004, para R$510,00, emjaneiro deste ano.

Quando resgatamos a série histó-rica de variação do salário mínimo(tabela acima) no decorrer do períodode 1998 a janeiro de 2010, nota-se queo reajuste aplicado ao salário mínimofoi de 325%, para uma inflação acumu-lada (INPC/IBGE) de 121,5%, cor-respondendo a um aumento real de91,88%. No mesmo período, a econo-mia brasileira cresceu 44,93% do seuProduto Interno Bruto (PIB).

Tomando como referência o ano deimplantação desta política de valori-

zação do salário mínimo, 2004, e esten-dendo até os dias atuais, a elevação dovalor do salário mínimo foi de 96,1%,valor este superior a taxa de inflaçãoque, no mesmo período, acumulou40,6%, resultando assim em um ganhoreal de 39,4%. Ao mesmo tempo, aeconomia brasileira teve um desem-penho, medido pelo PIB, de 27,9%.

Em relação aos impactos propor-cionados pela elevação do saláriomínimo na economia brasileira, consi-derando-se que aproximadamente 46,1milhões de pessoas têm rendimentoreferenciado no salário mínimo, sua ele-

mai/97 R$ 120,00 - - - -mai/98 R$ 130,00 8,33% 4,05% 4,12% 3,4%mai/99 R$ 136,00 4,62% 0,71% 3,88% 0,2%abr/00 R$ 151,00 11,03% 5,39% 5,35% 0,8%abr/01 R$ 180,00 19,21% 12,17% 6,27% 4,3%abr/02 R$ 200,00 11,11% 1,27% 9,72% 1,3%abr/03 R$ 240,00 20,00% 1,23% 18,54% 2,7%mai/04 R$ 260,00 8,33% 1,19% 7,06% 1,1%mai/05 R$ 300,00 15,38% 8,23% 6,61% 5,7%abr/06 R$ 350,00 16,67% 13,04% 3,21% 3,2%abr/07 R$ 380,00 8,57% 5,10% 3,30% 4,0%mar/08 R$ 415,00 9,21% 4,04% 4,97% 6,1%fev/09 R$ 465,00 12,05% 5,28% 6,43% 5,1%jan/10 R$ 510,00 9,68% 6,02% 3,45% -TOTAL (1998-2010) 325,00% 91,88% 121,50% 44,93%

Variação do Salário Mínimo, do INPC-IBGE e do PIB no Brasil – 1998 a 2010

Mês dereajuste Reajuste

nominalEm R$ Reajuste real INPC-IBGE PIB (*)Salário Mínimo

vação para R$ 510,00 deverá gerar umincremento de renda da ordem de R$26,6 bilhões e de R$ 7,7 bilhões na ar-recadação tributária sobre o consumo.

Outra constatação da importânciado aumento do SM está na comparaçãocom a cesta básica calculada peloDIEESE. Com um custo de R$228,19em dezembro de 2009, estima-se queo salário mínimo terá, então, um poderde compra equivalente a 2,23 cestasbásicas, a maior relação na série dasmédias anuais desde 1979.

O país experimenta, hoje, passadoa recente crise mundial, uma aceleração

da atividade econômica estimuladoprincipalmente pela demanda interna,aumento da taxa de emprego no mer-cado formal de trabalho, manutençãoda inflação sobre controle, combinadocom o aumento acelerado do poder decompra dos trabalhadores. Assim, todaessa constatação da importância docrescimento do salário mínimo queestamos experimentando nestes últimosanos, além de se inscrever num pro-cesso de recuperação da economia bra-sileira no contexto da crise internacional,põe por terra o velho mito de que“aumento de salários provoca inflação”.

Fontes: IBGE e DIEESE(*) PIB do ano imediatamente anterior ao reajuste do salário mínimo.

GARANTIA PARAO ENGENHEIROE A SOCIEDADE

Engenheiro, ao preencher a sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)no campo referente ao Código de Entidade de Classe, anote o número 27. Destaforma você estará repassando 10% de sua ART para o Sindicato dosEngenheiros e estará contribuindo para que o Senge fortaleça a luta em defesados engenheiros e da engenharia nacional. Acesse a página eletrônica do sindicato(www.sengerj.org.br) e conheça um pouco mais a sua entidade representativa.

ARTARTSALÁRIOMÍNIMO

PROFISSIONALEngenheiro,

exijaseu direito!

LEI 4950-A/66