nota_técnica_sicro_2_-_janeiro_de_2013
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NOTA TÉCNICA Coordenação-Geral de Custos em Infraestrutura de Transportes
Assunto: Histórico dos sistemas de custos DNER/DNIT e apresentação da nova
metodologia de cálculo dos custos referenciais de insumos do Sistema de Custos
Rodoviários (Sicro 2)
I. INTRODUÇÃO
Com intuito de ampliar e qualificar seu sistema de custos e pesquisa de preços, o
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes-DNIT firmou, em junho
de 2012, o Contrato nº 327/2012 com a Fundação Getúlio Vargas-FGV, que tem
por objeto a análise, revisão, criação, manutenção de composições de preços
unitários e a respectiva implantação e operação do novo Sistema de Custos
Referenciais de Obras (SICRO), a realização de pesquisa nacional de insumos em
todas as unidades da federação, apoio técnico à CGCIT e desenvolvimento de
estudos e pesquisas na área de custos.
Após estruturação inicial dos núcleos de pesquisa e cadastro de empresas, a FGV
iniciou a coleta de preços em todas as unidades da federação, permitindo a
apresentação de resultados a partir de janeiro de 2013. Entretanto, a ampliação
do universo amostral da pesquisa, incluindo diversos novos fornecedores, resultou
em valores distorcidos e frágeis estatisticamente, quando adotada a metodologia
do menor preço preconizada no Manual de Custos Rodoviários.
Em função deste cenário, julgou-se como ação mais acertada a antecipação da
alteração da metodologia de definição dos custos referenciais de insumos, prevista
apenas para o novo Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO), já para o
vigente Sicro 2, a partir de janeiro de 2013.
A nova análise estatística dos dados sob esta nova metodologia e a greve dos
servidores do DNIT constituíram as razões para o atraso na divulgação das tabelas
e pesquisas de preços do Sicro 2 no ano de 2013.
A seguir, apresentamos breve discussão a respeito do desenvolvimento dos
sistemas de custos do DNIT, incluindo o novo SICRO, a ser implantado no início
de 2014, e da pesquisa de preços realizada pela Fundação Getúlio Vargas.
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II. HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE CUSTOS DO DNER/DNIT
a) Síntese
A obtenção de parâmetros de custos para referenciar a elaboração dos
orçamentos de projetos rodoviários e a consequente licitação de obras sempre
constituiu uma preocupação do extinto Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem - DNER. Com este objetivo, o órgão dedicou esforços e recursos no
sentido de manter uma estrutura administrativa voltada para criação e
desenvolvimento de metodologias que incorporassem a melhor técnica de cálculo
de custos disponível.
O êxito no desenvolvimento de seus sistemas referenciais de custos se deveu, em
grande parte, à receptividade dos técnicos em incorporar ao seu trabalho as mais
modernas tecnologias disponíveis. A estimativa dos custos unitários por meio de
composições de serviços, o que, na década de setenta, era absoluta novidade no
país, constitui um exemplo das inovações introduzidas pelo DNER.
Um dos principais problemas identificados nesta época referia-se às elevadas
inflações a que a moeda de nosso país esteve sujeita em um longo período de
tempo. As tarefas envolvidas no processo de estimativa de custos são
extremamente trabalhosas e consumidoras de tempo e, portanto, onerosas.
Assim, a informação resultante desse processo mostrava-se eventualmente
efêmera, pois, sua validade era tão curta que, qualquer atraso em sua produção,
poderia torná-la ultrapassada e sem qualquer valor.
Assim, a abrangência e a extensão de um sistema de custos, dentro das etapas
que presidem a elaboração dos orçamentos de obras rodoviárias, tinham que se
cingir ao imperativo da brevidade, a fim de conservar sua utilidade. Estas
circunstâncias fizeram com que o sistema, em uso hoje pelo DNIT, avançasse
apenas até a etapa de cálculo de custos unitários de serviços e a consequente
emissão de tabelas referenciais de preços, com o valor dos insumos pesquisados
em diversas regiões do país e atualizados periodicamente.
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Entretanto, é notório que os custos de obras são sensíveis à localização geográfica
e às condições naturais, sociais, econômicas e logísticas encontradas, bem como
ao próprio plano de mobilização e instalação que o construtor tenha em mente.
Este fato ganha especial importância no caso de obras federais, executadas nas
mais diversas regiões do país e, consequentemente, sujeitas a todo tipo de
diferenciação geográfica.
Também se mostra evidente que uma mesma tabela de preços não poderia ser
adequada para a preparação de orçamentos que refletissem, com precisão, os
custos a serem incorridos em todos os casos. Para tanto, seria necessário que o
sistema avançasse mais um passo e adentrasse a etapa de elaboração dos
orçamentos, gerando, para isso, custos unitários específicos para cada obra.
Com o advento da estabilização monetária, decorrente do Plano Real, e a maior
integração da economia aos mercados externos, tornou-se extremamente
oportuna uma revisão do Manual de Custos Rodoviários. Tais acontecimentos, por
si só, alteraram significativamente o comportamento de projetistas, construtores,
fornecedores e empresários, e, consequentemente, modificaram a formação dos
custos das suas respectivas atividades.
A evolução tecnológica ocorrida no setor de construção, com a incorporação de
recursos de informática, tanto na área técnico-administrativa, quanto na
modernização de equipamentos, tornou-se fator relevante na modificação do
processo de definição dos custos, resultando na necessidade de um novo sistema
de custos rodoviários, o que ocorreu no ano 2000, com a implantação do vigente
Sistema de Custos Rodoviários - Sicro 2.
Decorrida mais de uma década, os desafios da área de custos do DNIT, herdeiro
do extinto DNER, tornaram-se ainda maiores. Com a incorporação de projetos e
obras dos modais hidroviários e ferroviários, o incremento significativo de recursos
financeiros para realização de obras de infraestrutura de transportes e o contínuo
aprimoramento técnico de equipamentos e soluções de engenharia, o
desenvolvimento de um novo sistema de custos e a realização de uma pesquisa
de insumos em todas as unidades da federação tornaram-se imprescindíveis para
dotar os orçamentos das obras públicas da confiabilidade necessária.
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Dessa forma, ainda em 2006, iniciaram-se os primeiros trabalhos para o
desenvolvimento do um novo Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO),
anteriormente denominado SICTRAN e Sicro 3, por meio de convênio com o
Departamento de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro.
Encerrado o Termo de Cooperação 680/2011 em 31 de dezembro de 2011,
tornou-se premente ao DNIT a contratação de uma entidade com experiência na
área de custos e pesquisas de preços para concluir este novo sistema. Além disso,
outras pesquisas afetas à área de custos e não diretamente relacionadas ao novo
SICRO, constantemente demandadas por órgãos de controle externo, também
foram acrescidas ao objeto contratual.
b) Principais Marcos dos Sistemas de Custos do DNER/DNIT
1946 – Implantação das primeiras tabelas de preços do DNER;
1963 – Tabela Geral de Preços;
1972 – Lançamento do Manual de Composições de Custos Rodoviários;
1980 – Atualização e complementação do Manual de Composições de Custos
Rodoviários;
1992 – Organização da Gerência de Custos Rodoviários;
1992 – Lançamento do Sicro 1;
1998 – Revisão do Manual de Composições de Custos Rodoviários;
2000 – Implantação do Sicro 2;
2003 – Publicação do Manual de Custos Rodoviários;
2007 – Início do desenvolvimento do novo Sistema de Custos Referenciais de
Obras (SICRO), anteriormente denominado SINCTRAN e Sicro 3;
2014 – Implantação do novo SICRO.
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c) Novo Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO)
Desenvolvido pelo extinto DNER, o Sistema de Custos Rodoviários foi implantado
em 1972, com o objetivo de indicar parâmetros de custos de construção e balizar
as licitações públicas de obras rodoviárias. O Sicro consistia apenas na emissão
mensal de tabelas de referências de preços, com o valor dos insumos pesquisados
em diversas regiões do país; e nos cálculos de alguns custos unitários de serviços.
As transformações econômicas que ocorreram no país durante a década de 90
mudaram o cenário da construção civil. Em 1998, surgiu a necessidade de
atualização do sistema, resultando na revisão do Manual de Composições de
Custos, doravante denominado Sicro 1. O sistema de custos revisado foi
denominado Sicro 2 e implantado no ano de 2000.
Depois de mais de uma década da implantação do Sicro 2, diante das novas
necessidades do DNIT, herdeiro do DNER, se fez premente o desenvolvimento e
implantação de um novo Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO),
anteriormente denominado SICTRAN e Sicro 3.
A implantação de um novo sistema de custos de obras de infraestrutura de
transportes, com inovações metodológicas e abrangendo uma gama
representativa de composições de preços unitários dos modais rodoviário,
hidroviário e ferroviário (aproximadamente 10.000 serviços), além de custos
ambientais e de projetos, representa um salto expressivo no orçamento de obras
públicas, não apenas federais, haja vista expressa manifestação de órgãos
estaduais e municipais interessados em sua adoção.
Imprescindível também destacar que o SICRO, no caso de obras e serviços de
infraestrutura de transportes, e o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e
Índices da Construção Civil (SINAPI), mantido pela Caixa Econômica Federal e
pelo IBGE, constituem, segundo Art. 125 da Lei n 12.465, de 12 de agosto de
2011, que dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei
Orçamentária de 2012, as referências de custos de obras e serviços de engenharia
contratados e executados com recursos da União.
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Dessa forma, tendo como objetivo a implantação do novo SICRO, o DNIT firmou o
Contrato nº 327/2012, assinado em 15 de maio de 2012, com a Fundação Getúlio
Vargas (FGV) que, por intermédio de seu Instituto Brasileiro de Economia
(IBRE/FGV), realizará, por um período de 36 meses, os seguintes objetos:
a. Análise, revisão, criação e atualização de composições de custos
unitários e a respectiva implantação e operação do novo Sistema
de Custos Referenciais de Obras (SICRO);
b. Realização da pesquisa nacional de insumos em todas as unidades
da federação;
c. Apoio técnico à Coordenação-Geral de Custos de Infraestrutura de
Transportes;
d. Desenvolvimento de estudos e pesquisas na área de custos.
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III. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (FGV)
a) Apresentação
A Fundação Getúlio Vargas, criada em 1944, é uma instituição nacional, privada,
sem fins lucrativos, de caráter técnico-científico e educativo, dedicada, nos termos
do seu Estatuto Social, às atividades de ensino, pesquisa e informação no âmbito
das ciências sociais, colaborando na solução de problemas básicos do
desenvolvimento econômico e do bem-estar social do país. Por possuir tais
características, a FGV é isenta de impostos federais (Decreto-Lei nº 7.170/44), e
declarada de utilidade pública pelo governo federal (Decreto nº 82.474, de
23/10/1978, e Decreto s/nº de 27/5/1992, publicado no DOU, de 28/5/1992).
A instituição tem como missão avançar nas fronteiras do conhecimento na área
das ciências sociais e afins (pesquisa), produzindo e transmitindo ideias, dados e
informações, além de conservá-los e sistematizá-los (transmissão de
conhecimento), de modo a contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do
país, para melhoria dos padrões éticos nacionais (responsabilidade social), para
uma governança responsável e compartilhada, e para a inserção do país no
cenário internacional.
A Fundação, ao longo dessas seis décadas, consolidou-se como um centro de
excelência acadêmica, com intensa e marcante produção intelectual. Sua estrutura
atual é composta por seis escolas, um Instituto de Economia e um de
Desenvolvimento Educacional, um Centro de Pesquisa e Documentação em
História Contemporânea e uma editora.
b) Instituto Brasileiro de Economia (IBRE)
Integrando a estrutura organizacional da FGV, o IBRE foi criado em 1951, tendo
por responsabilidade a apuração e a análise dos dados econômicos e financeiros
mais utilizados no país, constituindo-se em pioneiro no cálculo do PIB brasileiro. A
instituição notabiliza-se também por outras atividades, como as de pesquisas de
preços, produzidas sistematicamente pela FGV, no âmbito público ou privado.
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As pesquisas são realizadas por intermédio de uma equipe técnica multidisciplinar,
que capta mensalmente mais de 350 mil preços e dados de natureza econômica,
com mais de 30 mil informantes distribuídos em todo o território brasileiro. A
partir desses dados, a Fundação gera informações econômicas, financeiras e
empresariais, que constituem a essência dos seus produtos e serviços. Essas
informações têm sido excepcionais na formulação de balizadores estratégicos,
para a gestão de negócios públicos e privados.
Na apuração de indicadores de inflação, a FGV/IBRE é responsável pelo Índice
Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) que, durante muitos anos,
representou a inflação oficial do Brasil, sendo hoje usado na correção de tarifas de
serviços públicos e do endividamento dos estados com a União. Devido à sua
importância no reajuste de preços de contratos – inclusive privados, como
aluguéis, leasing e planos de saúde – e no estudo da valorização patrimonial ao
longo do tempo, outros Índices Gerais de Preços (IGP) foram criados pelo instituto
e tornaram-se referência em diversos setores econômicos.
Além disso, a FGV/IBRE elabora sondagens dos principais setores da economia, a
estimação do núcleo de inflação (core inflation), e outros estudos que formam
uma radiografia completa do comportamento de curto prazo da economia
brasileira. Os serviços são prestados por um quadro técnico altamente qualificado,
que fornece subsídios imprescindíveis ao gestor de negócios públicos e privados.
Para viabilizar uma coleta eficiente pela Web, o setor de Tecnologia da Informação
(TI) da FGV se mantém informado sobre as técnicas mais modernas usadas na
construção de plataformas de trabalho em pesquisas, prestando assistência
permanente à equipe técnica.
Além de produzir e divulgar os principais indicadores financeiros do país, a
FGV/IBRE disponibiliza acesso ao seu amplo banco de dados, denominado FGV
Dados, mediante licenças de uso.
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c) Atribuições da FGV no Contrato nº 327/2012
O Contrato nº 327/2012, firmado entre o DNIT e a FGV em 15 de maio de 2012,
amparado nos estudos técnicos preliminares e no projeto básico, estabelece
diversos objetos globais e específicos a serem desenvolvidos durante sua vigência.
Os serviços a serem desenvolvidos, em consonância ao cronograma estabelecido,
foram definidos em função de sua natureza, permitindo a caracterização de
grupos principais, conforme detalhamento a seguir:
a) Implantação e operação do novo Sistema de Custos Referenciais de Obras
(SICRO):
Análise e revisão de aproximadamente 10.000 composições de preços
unitários existentes, advindas da base do Sicro 3;
Análise e revisão das composições anteriormente aprovadas pela CGCIT;
Análise e revisão de composições de sinalização protocoladas na CGCIT;
Análise e revisão das composições dos terminais hidroviários denominados
“Portinhos da Amazônia”;
Atualização das composições de preços em função dos resultados advindos
dos projetos de aferição de velocidades de deslocamento dos caminhões,
em atendimento às determinações do Acórdão 98/2011-TCU-Plenário;
Atualização das composições de mobilização e de desmobilização;
Inclusão dos adicionais de mão de obra nos encargos sociais do SICRO;
Inclusão de encarregados e equipamentos de pequeno porte nas
composições;
Criação de composições de preços unitários de conservação e manutenção
de obras de arte especiais;
Suporte técnico do atendimento online para os usuários do SICRO, por
meio de fórum de discussão a ser mantido na internet;
Elaboração de cartilhas simplificadas de utilização das principais operações
do SICRO (10 cartilhas diferentes);
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Auxílio à CGCIT na organização e apresentação de workshops sobre a
utilização do novo SICRO a serem ministrados para os técnicos e
profissionais da sede e das superintendências regionais do DNIT;
Auxílio à CGCIT na organização e apresentação de seminários sobre a
utilização do novo SICRO, a serem realizados para técnicos e profissionais
de empresas de execução de obras, de projeto, consultoria e supervisão, de
órgãos de controle, dos departamentos estaduais de estradas de rodagem,
de entes conveniados e de demais órgãos públicos interessados.
b) Desenvolvimento de estudos e pesquisas afetos ao novo Sistema de Custos
Referenciais de Obras (SICRO):
Desenvolvimento de estudos voltados à introdução no sistema SICRO de
informações sobre os custos ambientais envolvidos na execução de obras
públicas (licenças, indenizações, medidas mitigatórias do impacto na flora e
na fauna, consultoria, etc.);
Desenvolvimento de mecanismos de amortecimento para evitar a
interferência das variações abruptas de preços ao longo do tempo e
definição da faixa e do padrão de aceitação de preços;
Desenvolvimento de estudos voltados à definição de custos para elaboração
de projetos de engenharia e de execução de outros serviços de engenharia
consultiva, de modo a tornar o SICRO um sistema único de avaliação de
todos os custos incorridos na execução de obras;
Desenvolvimento de estudos para avaliação da necessidade de se manter a
distinção entre transporte local e transporte comercial, e, se for o caso,
adequar os parâmetros estabelecidos pelo Sicro para essa distinção;
Seleção de indicadores para definição de estimativas de salários médios de
mercado de até 90 (noventa) categorias de mão de obra de execução,
supervisão e consultoria empregadas em obras rodoviárias, ferroviárias e
aquaviárias, em atendimento ao Acórdão 302/2011-TCU-Plenário.
Desenvolvimento de estudos de composições de custos de acampamentos
padrão, com diferenciação da natureza e porte do empreendimento;
Desenvolvimento de estudos referentes à avaliação da influência de chuvas
excepcionais sobre a realização de serviços e obras de infraestrutura;
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c) Realização de pesquisa nacional de preços de insumos (materiais,
equipamentos e mão de obra):
Pesquisa no Rio de Janeiro – Realização da pesquisa de preços mais
completa do SICRO, podendo envolver até 3.500 insumos;
Pesquisa nos Estados e no Distrito Federal – Realização de pesquisas de
preços podendo envolver até 300 insumos líderes de famílias.
Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais,
Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Sergipe, Alagoas,
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins,
Pará, Amazonas, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá;
Crítica horizontal e vertical dos valores pesquisados;
Inclusão dos valores de referência de insumos no banco de dados.
d) Desenvolvimento de estudos e pesquisas afetas à área de custos do DNIT:
Desenvolvimento de estudos para a atualização das equações tarifárias de
transporte de material betuminoso (a quente e a frio);
Desenvolvimento de estudos voltados à definição de custos para o
transporte fluvial de insumos e equipamentos;
Desenvolvimento de estudos voltados à avaliação do ganho de escala
proporcionado pela aquisição de insumos em grande quantidade.
Em consonância à estrutura montada para o Programa DNIT, constituem
atribuições da FGV o cumprimento integral do objeto definido no contrato,
composto por atividades de revisão e criação de composições de custos unitários
para implantação do novo SICRO, de realização de pesquisa de preços de insumos
em todas as unidades da federação, de desenvolvimento de estudos especiais e
de apoio técnico à CGCIT.
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d) Estrutura Funcional do Programa DNIT/FGV
Diante da complexidade e envergadura do contrato, a FGV decidiu criar uma
estrutura funcional de forma a compreender não apenas as áreas operacionais
tradicionais, mas também uma robusta estrutura de apoio gerencial e técnico. Isso
se fez necessário para assegurar o cumprimento do contrato com a excelência,
rigor e pontualidade imprescindíveis para um projeto com tamanha
responsabilidade.
Tal complexidade acarretou, por parte da FGV, estudos detalhados de como
gerenciar o Projeto DNIT. Após as análises necessárias para possibilitar um
correto planejamento do modelo gerencial a ser adotado, o Projeto DNIT passou a
ser tratado como Programa DNIT.
Essa mudança de filosofia se deveu ao fato de que um programa é definido como
um grupo de projetos relacionados, gerenciados de modo coordenado para a
obtenção de benefícios e controles que não estariam disponíveis se eles fossem
gerenciados individualmente.
Conforme será detalhado a seguir, três áreas operacionais do Programa DNIT
foram definidas como projetos:
Especificação Técnica das Composições de Custos;
Pesquisa de Preços;
Consolidação de Custos e Valoração das Composições.
No que tange às equipes de apoio gerencial e técnico tem-se, além da própria:
Equipe dos Projetos;
Apoio à Gestão (Gerência de Projetos);
Compliance;
Coordenação de Estudos Especiais.
Essas equipes se relacionam de forma matricial, conforme organograma abaixo,
sendo também apresentada, em quadro próprio, a descrição de atribuições e
responsáveis pelas equipes.
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IV. MACROPROCESSO E METODOLOGIA DA PESQUISA DE PREÇOS
a) Estrutura dos Núcleos de Pesquisa de Preços
Para o atendimento do Programa DNIT, em sua exigência de abrangência nacional
da pesquisa, conforme critério de habilitação definido no projeto básico, a FGV
expandiu sua presença nas unidades da federação, conforme planejamento
detalhado abaixo:
15 Existentes
12 Em Implantação
Coleta local de preços
Núcleos Existentes: Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC); São Paulo
(SP), Rio de Janeiro1 (RJ), Rio de Janeiro2 (RJ), Vitória (ES), Belo Horizonte (MG),
Salvador (BA), Recife (PE), Manaus (AM), Brasília (DF), Belém (PA), Goiânia (GO)
e Aracajú (SE).
Núcleos Implantados: Maceió (AL), João Pessoa (PB), Natal (RN), Teresina (PI),
São Luiz (MA), Palmas (TO), Macapá (AP), Boa Vista (RR), Rio Branco (AC), Porto
Velho (RO), Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT).
A implantação dos núcleos de pesquisa da FGV permitirá que o novo SICRO, pela
primeira vez em sua história, tenha abrangência efetivamente nacional, ou seja,
esteja presente em todas as unidades da federação.
Implantadas
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b) Metodologia de Obtenção de Preços Referenciais
Qualquer que seja o referencial teórico, uma pesquisa implica o preenchimento de
requisitos que se podem definir por meio de três importantes tópicos: a
formulação de um problema de pesquisa, o objetivo; um conjunto de passos que
gerem informações relevantes, isto é, o procedimento; e a produção de
conhecimento a partir das informações, os resultados.
O procedimento de estruturação e execução da pesquisa de preços passará pelas
seguintes etapas:
Análise, especificação e avaliação de itens para pesquisa;
Definição da população alvo e desenho da amostra;
Elaboração do instrumento de coleta;
Coleta de dados (execução da pesquisa de preço);
Crítica e validação de dados.
1) Análise, especificação e avaliação dos itens para pesquisa
Esta etapa consistirá na análise e da especificação dos itens básicos que compõem
o produto DNIT. Cada item será analisado de forma a identificar as suas principais
características, tais como: natureza do item, categoria de uso, materiais,
dimensões, forma de comercialização, etc.
Na etapa de especificação, categorização e classificação dos itens, serão sanadas
as possíveis dúvidas para que os itens estejam bem definidos, e não haja
discrepâncias de preços resultantes de uma inadequada descrição dos mesmos.
As equipes de trabalho do IBRE irão validar a descrição de cada item e sua relação
com os insumos pertencentes a uma mesma “família”, que uma vez identificada,
será definido um líder, item mais representativo e com maior capilaridade para a
pesquisa de campo.
Será validada também a correspondência entre as unidades de medida comerciais
(de pesquisa) e as unidades técnicas utilizadas nos cálculos de composições
(fatores de conversão).
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O resultado dessa análise gerará uma listagem inicial de itens para pesquisa de
preço, que será avaliada pelas equipes do IBRE e do DNIT, a fim de que as duas
instituições estejam cientes dos parâmetros da pesquisa.
2) Definição da população alvo e desenho da amostra
Os resultados do trabalho serão baseados em pesquisa de preços em
estabelecimentos, que possam produzir, comercializar ou prestar serviços,
conforme natureza do item relacionado. A identificação das principais empresas do
mercado é importante para determinar a amostra da pesquisa, pois é desejável a
participação dos principais players.
Para identificar a população de empresas em uma atividade econômica, será
utilizado o cadastro de empresas divulgado pelo Ministério do Trabalho e
Emprego. O cadastro da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) fornece a
população total de empresas formalmente constituídas para todas as atividades
econômicas, onde todas as empresas estão classificadas de acordo com a
Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE).
Sendo assim, um dos trabalhos preliminares na estruturação de uma pesquisa de
preços é a de identificar todas as atividades econômicas, em CNAE´s, que serão
investigadas na pesquisa proposta. Os benefícios adicionais ao se ter uma
pesquisa classificada em CNAE são:
Comparabilidade internacional; pois a CNAE é derivada de uma classificação
internacional;
Comparabilidade com as pesquisas divulgadas por outros órgãos de
estatística.
O objetivo dessa etapa do projeto é montar um cadastro de empresas que
possibilite a seleção de uma amostra representativa do produto pesquisado.
Contudo, uma vez identificado o tamanho do setor e a representatividade das
empresas participantes, poderá se optar pela realização de um censo.
Para isso, informações econômicas das empresas como, por exemplo, o número
de pessoas empregadas e receita, serão utilizadas como parâmetro para
determinar a participação da empresa analisada no mercado.
![Page 17: Nota_Técnica_Sicro_2_-_Janeiro_de_2013](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013115/55cf9878550346d03397d842/html5/thumbnails/17.jpg)
17
Além do cadastro da RAIS, estudos setoriais publicados por entidades de
pesquisa, ou também por organizações patronais, bem como informações
fornecidas pelo DNIT, serão utilizados a fim de contribuir na identificação dos
principais players.
Dada a natureza dos itens que compõem o serviço DNIT, fica definido que a
seleção de empresas a serem pesquisadas para materiais e equipamentos deverá
seguir a seguinte ordem de prioridades:
Produtores
Representantes/Distribuidores
Grandes Atacadistas
Para itens de mão de obra, serão pesquisados dissídios e pisos salariais nos
sindicatos funcionais e patronais relacionados, além da base de dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e da Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS).
3) Elaboração do instrumento de coleta
Todas as informações a serem coletadas serão definidas por meio de questionário
próprio do IBRE, desenhado para atender os objetivos do Programa.
Serão coletados os dados cadastrais das empresas participantes da pesquisa, bem
como o estágio na cadeia de comercialização, produtora ou distribuidora do item
informado; e validadas todas as características do item pesquisado.
O processo de treinamento e capacitação da equipe de coleta de dados visa
homogeneizar conceitos e consolidar os conhecimentos sobre o objetivo da
pesquisa, metodologia, classificação de atividades, critério de aplicação de
questionários, procedimentos em casos de não coleta. O treinamento será
realizado através de uma série de exercícios práticos, voltados para a perfeita
assimilação da parte teórica.
![Page 18: Nota_Técnica_Sicro_2_-_Janeiro_de_2013](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013115/55cf9878550346d03397d842/html5/thumbnails/18.jpg)
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4) Coleta de dados
A coleta de dados ocorrerá, em grande parte, por meio de abordagem direta, isto
é, pesquisa de campo presencial. Entretanto, sempre que necessárias, outras
abordagens como internet (site), contato telefônico e os microdados do IBRE/FGV
podem corroborar com a precificação dos itens.
Visando a otimização dessa fase do programa, o IBRE decidiu dividir a coleta em
dois segmentos distintos:
Rio de Janeiro e São Paulo: os preços serão coletados mensalmente para
todo o conjunto de itens que compõem a lista de preços de referência;
Demais unidades da federação: a coleta de campo se restringirá ao
subconjunto de itens mais representativos de cada família (líder), que serão
utilizados posteriormente para o acompanhamento do nível de preço e
extrapolação dos resultados para todos os itens de uma mesma família.
Tipo de transação e região do preço pesquisado:
Os preços coletados para cada insumo deverá levar em conta as seguintes
condições de transação comercial:
Preço com pagamento à vista, que poderá contemplar possíveis descontos,
quando for o caso;
O preço deve incluir impostos (ICM e IPI) e frete;
O frete deverá ser sempre para a capital de cada unidade da federação;
O preço deverá desconsiderar promoções.
Os preços coletados deverão ser preços válidos para as regiões metropolitanas,
quando houver, ou municípios ao entorno da capital.
Data de referência:
A data de referência diz respeito ao período para o qual os dados são válidos, ou
seja, o período de coleta dos preços. Os preços serão coletados em um período 30
dias, estabelecendo-se como período de coleta o dia 21/mês (t-1) a 20/mês (t),
com período mínimo entre o fim da coleta e a entrega dos resultados de 10 dias.
![Page 19: Nota_Técnica_Sicro_2_-_Janeiro_de_2013](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013115/55cf9878550346d03397d842/html5/thumbnails/19.jpg)
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Dessa forma, depreende-se o seguinte cenário:
Data de referência: dias 20/mês (t) e 21/mês (t-1)
Data de entrega: dia 30/mês (t)
O produto final da etapa de implantação da pesquisa de preços será o cadastro e
a adesão à pesquisa das empresas que produzem/comercializam o produto
pesquisado bem como os respectivos preços para os itens pesquisados.
5) Crítica e validação de dados
A crítica e validação dos dados começam assim que recebidas as primeiras
informações, enquanto o trabalho de campo ainda está em andamento. Assim
pode-se confirmar ou corrigir informações, ou até mesmo modificar o plano de
trabalho incorporando ações corretivas.
As críticas de preços e variações serão realizadas por analistas setoriais conforme
natureza do item. Para isso, poderão utilizar como parâmetro o preço do produto
informado por outras empresas ou coletado em outra praça para o mês de
referência da pesquisa.
Os analistas também terão disponíveis estatísticas, como por exemplo, o preço
médio do produto, o coeficiente de variação, a mediana, etc. que serão
disponibilizadas pelo próprio sistema de críticas de preços.
c) Cálculo do Preço de Referência
O procedimento de estruturação e execução da pesquisa de preços passará pelas
seguintes etapas:
Análise, especificação e avaliação de itens para pesquisa;
População alvo e desenho da amostra;
Elaboração do instrumento de coleta;
Coleta de dados (execução da pesquisa de preço);
Crítica e validação de dados.
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A metodologia de cálculo do valor de referência será feita em dois estágios:
Cálculo dos preços médios, para os itens com pesquisa de campo, sendo
todos os itens para Rio de Janeiro e São Paulo, e apenas dos líderes nas
demais unidades da federação.
Extrapolação dos preços, para os itens sem pesquisa de campo, por meio
da relação entre os preços dos itens na unidade da federação de referência.
No tocante ao tratamento estatístico, os preços considerados válidos para compor
o cálculo passarão por um conjunto de críticas, sendo elas:
Crítica horizontal: críticas de variação de preços por empresa informante.
Para verificar as variações de preço atual e preço anterior, justificando
sempre a utilização de preços com variações de mais ou menos um valor
estipulado.
Onde:
é a variação do preço item i, no estabelecimento m;
é o preço do item i, no estabelecimento m, no tempo t;
é o preço do item i, no estabelecimento m, no tempo t-1.
Crítica vertical: críticas para identificação de outliers (limites do box-plot),
no conjunto de preços de cada item.
A crítica de valores atípicos no conjunto de dados que participarão do
cálculo, sempre que possível, será realizada por meio dos limites definidos
pelo box-plot.
O box-plot é uma técnica de análise descritiva que possibilita representar a
distribuição de um conjunto de dados com base em alguns de seus
parâmetros descritivos, quais sejam: a mediana (q2), o quartil inferior (q1),
o quartil superior (q3) e do intervalo interquartil (IQR = q3 - q1).
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As quantidades q1 - 1.5IQR (Cerca Inferior) e q3 + 1.5IQR (Cerca Superior)
constituem limites para além dos quais os dados passam a ser considerados
outliers, conforme demonstrado na Figura 01.
Figura 01 – Esquema de identificação de outliers, via box-plot (Fonte: NSM/SAOP - IBRE/FGV)
A estimativa do preço referencial de cada produto com pesquisa de preço, em
cada unidade da federação será obtida através de uma média aritmética simples
dos preços coletados e liberados pela crítica.
Onde:
é a estimativa do preço médio do item i, na UF j;
é o preço do item i, na UF j, no estabelecimento m;
é o número de preços pesquisados do produto i, na UF j.
Serão calculadas estatísticas de dispersão dos preços, nas quais se basearão o
padrão estatístico utilizado pelo IBRE para divulgação dos preços referenciais.
1) Análise dos preços de referência
Calculados os preços de referência em cada unidade da federação, esses passarão
por um conjunto de análises, conforme a natureza da UF envolvida:
Para Rio de Janeiro e São Paulo:
A partir de um agrupamento de itens (família), análise do preço do líder (L)
com os demais componentes da família (liderados i).
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Onde:
é a variação do fator f com líder L e liderado i no tempo t, em relação
ao tempo t-1;
é o fator definido entre o líder L e liderado i de uma
mesma família, no tempo t.
Unidades da federação:
Análise do preço do item no tempo, dentro de cada unidade da federação
(crítica horizontal), como objetivo de verificar as variações de preço médio
atual em relação ao preço médio anterior.
Onde:
é a variação do preço médio item i, na UF j;
é o preço médio do item i, na UF j, no tempo t;
é o preço médio do item i, na UF j, no tempo t-1.
Para todas as unidades da federação, exceto Rio de Janeiro e São Paulo
Análise do preço do item com o preço da unidade de referência, com
finalidade de verificar as variações de preço médio atual de uma unidade da
federação, com o preço médio da unidade de referência.
Onde:
é a variação do preço médio item i, na UF j em relação à unidade de
referência;
é o preço médio do item i, na UF j.
é o preço médio do item i, na unidade de referência;
O preço da unidade de referência será definido como sendo a média do
preço do item nos estados de Rio de Janeiro e São Paulo.
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2) Extrapolação dos preços
A partir dos preços médios calculados em cada unidade da federação, se inicia o
processo de extrapolação dos resultados. Seguindo os procedimentos abaixo:
Cálculo dos coeficientes de extrapolação (K)
Consiste em calcular a relação entre a média dos insumos líderes e os liderados
para cada item em cada família na unidade de referência:
Onde:
é o preço médio do item i, na unidade de referência, no tempo t;
é a relação entre a média do item líder (L) e o liderado (i), no tempo t.
De forma a suavizar as variações bruscas nessas relações optou-se por usar a
média móvel das últimas três observações, que definirá o fator a ser utilizado para
extrapolação.
Onde:
: fator definido com base na unidade de referência, do líder L para o
liderado i, no tempo t.
Cálculo dos valores dos itens, sem pesquisa de campo, nas unidades da federação
Os preços para os itens não pesquisados serão gerados a partir dos fatores
definidos na unidade de referência, aplicado a item líder L de uma família.
Onde:
: é o preço médio estimado do item não pesquisado i
(liderado), para uma unidade da federação, no tempo t;
: é o preço médio estimado do item pesquisado L (líder), para
uma unidade da federação, no tempo t;
: fator definido com base na unidade de referência, do líder L para o
liderado i, no tempo t.
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3) Imputação de preços
Sempre que necessário, os itens sem preço de pesquisa de campo podem ter seus
os preços imputados. O problema de dados faltantes pode ocasionar erros em
tomadas de decisões e estimativas tendenciosas de parâmetros. Este tipo de
evento não é considerado apenas como um problema de análise de dados, e por
isso um esforço extra de planejamento de pesquisa será efetuado.
A imputação de dados é uma forma de substituir os dados faltantes por valores
plausíveis que permitem ao investigador fazer análises estatísticas para dados
completos. Os procedimentos utilizados serão de acordo com a natureza do item:
Para os itens que são líderes:
Materiais e Equipamentos: média da região (em caso de crítica e/ou ausência de
preços), podendo chegar à unidade da federação:
Não tem preço na unidade da federação, mas tem na região:
Onde:
é o preço médio estimado do produto i, para uma unidade de
federação sem preço;
é o preço médio estimado do produto i, na região.
Não tem preço na unidade de federação nem na região:
Onde:
é o preço médio estimado do produto i, para uma unidade de
federação sem preço;
é o preço médio estimado do produto i, na unidade de referência.
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Para os itens que são líderes:
Mão de obra: maior piso salarial nas unidades da federação da mesma região (em
caso de ausência de preços).
Não tem preço na unidade da federação, mas tem na região:
Onde:
é o preço médio estimado do produto i, para uma UF sem preço;
é a estimativa do preço médio do item i, na UF j, integrante da região
geográfica RG.
Não tem preço na unidade da federação nem na região:
Onde:
é o preço médio estimado do produto i, para uma unidade da
federação sem preço;
é o preço médio estimado do produto i, na unidade de referência.
Preços para os itens na unidade da federação de referência:
A ausência de preços no Rio de Janeiro e em São Paulo implica na necessidade de
gerar estimativas por meio de estudos. O IBRE poderá utilizar metodologias mais
adequadas para o cálculo do preço referencial, tais como:
a) Cálculos econométricos
Os resultados são preditos por meio de estimativas econométricas. Para esse
método, são necessárias as informações sobre os itens, o detalhamento de cada
uma de suas características/variáveis. Com estas informações, gera-se o modelo
estimado com todos os pressupostos teóricos, e verifica-se a adequação com base
nas estatísticas encontradas.
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b) Estimativa por interpolação
Suponhamos conhecer uma função f em (n) pontos do intervalo [a,b], e que
pretendemos conhecê-la em qualquer outro ponto desse intervalo. Para tal, com
base nos pontos conhecidos, constrói-se uma função que “substitua” f(x) dentro
de um limite de precisão. Pode ser utilizado, como apoio, o gráfico de dispersão
conjunto de dados. Seus principais casos são:
Caso linear - é o caso mais simples da interpolação. Dados dois pontos
distintos de uma função y=f(x), (x0, f(x0)) e (x1, f(x1)), e x∈ (x0, x1),
pretendemos saber, usando a interpolação polinomial, o valor de x. Para
isto utiliza-se um polinômio de grau 1.
Lagrange – a interpolação linear pode ser vista como um caso particular
deste tipo de interpolação, pois o objetivo deste método é determinar o
valor faltante com base em um polinômio de grau “n”.
c) Estimativa por razão
Este método compreende a obtenção de resultados a partir do cálculo de preços,
por meio da relação de uma determinada variável qualitativa. Podem ser
utilizadas, quando se deseja calcular um resultado para outras regiões, outras
unidades de medida ou diferentes estágios da cadeia produtiva.
4) Divulgação dos preços referenciais:
Os resultados de preços médios referenciais, exceto quando for realizado censo
específico para o produto, serão disponibilizados quando obtiverem uma amostra
superior a três observações e um erro relativo de no máximo 10%, para o nível de
confiança de 90%.
![Page 27: Nota_Técnica_Sicro_2_-_Janeiro_de_2013](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013115/55cf9878550346d03397d842/html5/thumbnails/27.jpg)
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d) Fluxograma
e) Aferição da Confiabilidade no Processo da Pesquisa de Preços
Os mecanismos de controle da confiabilidade da pesquisa de preços envolvem
críticas, conforme detalhamento a seguir, e auditorias sistemáticas nas diversas
fases dos procedimentos envolvidos na coleta de preços até sua validação.
No tocante ao tratamento estatístico dos dados, os preços considerados válidos
para compor o cálculo passarão por um conjunto de críticas horizontais e verticais.
1) Crítica horizontal
A crítica horizontal consiste na análise da variação individual de preços por
empresa informante ao longo do tempo.
Para verificar as variações de preço atual e preço anterior, justificando sempre a
utilização de preços com variações de mais ou menos um valor estipulado.
Onde:
é a variação do preço item i, no estabelecimento m;
é o preço do item i, no estabelecimento m, no tempo t;
é o preço do item i, no estabelecimento m, no tempo t-1.
![Page 28: Nota_Técnica_Sicro_2_-_Janeiro_de_2013](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013115/55cf9878550346d03397d842/html5/thumbnails/28.jpg)
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2) Crítica vertical
A crítica vertical consiste na identificação de outliers (limites do box-plot), no
conjunto de preços de cada item.
A crítica de valores atípicos no conjunto de dados que participarão do cálculo,
sempre que possível, será realizada por meio dos limites definidos pelo box-plot.
O box-plot é uma técnica de análise descritiva que possibilita representar a
distribuição de um conjunto de dados com base em alguns de seus parâmetros
descritivos, quais sejam: a mediana (q2), o quartil inferior (q1), o quartil superior
(q3) e do intervalo interquartil (IQR = q3 - q1).
A estimativa do preço referencial de cada produto com pesquisa de preço, em
cada unidade da federação será obtida através de uma média aritmética simples
dos preços coletados e liberados pela crítica.
Onde:
é a estimativa do preço médio do item i, na UF j;
é o preço do item i, na UF j, no estabelecimento m;
é o número de preços pesquisados do produto i, na UF j.
Serão calculadas estatísticas de dispersão dos preços, nas quais se basearão o
padrão estatístico utilizado pelo IBRE para divulgação dos preços referenciais.
3) Compliance
A complexidade e a envergadura dos objetos definidos no Contrato nº 327/2012
motivaram a FGV a criar uma estrutura para assegurar seu cumprimento com a
excelência, rigor técnico e pontualidade característicos dos trabalhos
desenvolvidos, apropriando-se para este fim do conceito de “Compliance”.
![Page 29: Nota_Técnica_Sicro_2_-_Janeiro_de_2013](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013115/55cf9878550346d03397d842/html5/thumbnails/29.jpg)
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De acordo com a FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos, “compliance” vem
do verbo em inglês “to comply”, que significa “cumprir”, “executar”, “realizar o
que lhe foi imposto”, ou seja, “compliance” pode ser definido como o dever de
cumprir, de estar em conformidade e fazer cumprir regulamentos internos e
externos impostos às atividades da Instituição.
Dessa forma, a área de Compliance foi constituída de forma a auxiliar a gestão do
contrato, bem como definir práticas que permitam a adequada integração entre
todas as áreas participantes do projeto.
O Compliance deve executar suas atividades de forma rotineira e permanente,
monitorando-as para assegurar, de maneira corporativa e tempestiva, que as
diversas unidades estejam respeitando as regras aplicáveis a cada negócio, ou
seja, cumprindo as normas e processos internos para prevenção e controle dos
riscos envolvidos em cada atividade.
Dentre as principais atribuições do Compliance podem ser destacadas:
Montar o programa de Compliance do Projeto;
Definir a matriz de responsabilidades de Compliance do Projeto;
Gerar um plano de Compliance (um plano com normas, padrões, legislações
e regulamentos a serem seguidos para atender ao contrato);
Garantir a adequação do Projeto a este plano;
Conhecer as necessidades do cliente;
Conhecer os macroprocessos de execução do contrato;
Disseminar os padrões de Compliance aos colaboradores;
Alinhar, com demais áreas participantes do projeto, as diretrizes de
Compliance;
Identificar pontos críticos no planejamento e execução do contrato;
Definir indicadores de Compliance;
Criar um plano de monitoramento para estes indicadores;
Gerar um plano de comunicação (sobre o desempenho no Compliance);
Reportar os riscos identificados à Alta Administração;
Definir plano de contingência para não conformidades.
![Page 30: Nota_Técnica_Sicro_2_-_Janeiro_de_2013](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013115/55cf9878550346d03397d842/html5/thumbnails/30.jpg)
30
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das informações apresentadas, a Coordenação-Geral de Custos de
Infraestrutura de Transportes espera ter demonstrado as ações e os esforços
empreendidos para dotar o DNIT de um sistema de custos mais amplo e com
referência de preços mais ajustada às condições locais.
Nesse sentido, a disponibilização das tabelas de composições e pesquisas de
preços do Sicro 2 para o mês de janeiro de 2013 já representa um marco no
desenvolvimento dos sistemas de custos do DNER/DNIT. Além de formalizar a
pesquisa de preços de insumos da Fundação Getúlio Vargas, com sua comprovada
expertise e estrutura nacional, as tabelas de composições do Sicro 2 serão, pela
primeira vez, disponibilizadas para todas as unidades da federação.
Por fim, merece registro algumas questões referentes à pesquisa de janeiro de
2013 do Sicro 2, conforme discussão apresentada de forma itemizada a seguir:
a) Custos de referência da mão de obra
Os custos referenciais das categorias motorista, operador de equipamentos leves,
pré-marcador, montador, carpinteiro pedreiro, armador, ferreiro, pintor, soldador,
jardineiro, serralheiro, ajudante, servente e perfurador de tubulão foram definidos
em função de convenções coletivas firmadas entre os sindicatos patronais e dos
trabalhadores.
No caso específico das categorias de operários mais qualificados, tais como
operador de equipamentos pesados e especiais, blaster e encarregados (de turma,
de pavimentação e de britagem), os custos referenciais dos salários foram
ajustados em função das convenções coletivas e de parâmetros de mercado,
obtidos no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do
Trabalho e consolidados pela Fundação Getúlio Vargas em estudo especial
desenvolvido sob a égide do Contrato nº 327/2012.
Dessa forma, o Sistema de Custos Rodoviários (Sicro 2) avança no sentido de dar
pleno cumprimento às determinações do Tribunal de Contas da União quanto à
necessidade de garantir consistência aos valores de mão de obra adotados como
referência em seu sistema de custos.
![Page 31: Nota_Técnica_Sicro_2_-_Janeiro_de_2013](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013115/55cf9878550346d03397d842/html5/thumbnails/31.jpg)
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b) Custos de referência de aquisição dos materiais betuminosos
Em atendimento ao item 9.2.3 do Acórdão nº 3081/2012-TCU-Plenário, o DNIT
divulgará os preços médios ponderados dos produtos asfálticos, consolidados por
unidade da federação, disponibilizados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP)
em seu endereço eletrônico.
Importa destacar que são considerados no cálculo dos preços divulgados, os
valores à vista, sem frete, com todos os impostos inclusos, à exceção do ICMS,
praticados na totalidade das vendas dos produtos asfálticos informadas até a data
de processamento dos relatórios publicados pela ANP.
Para definição do preço de referência dos materiais betuminosos deve-se atentar
para as diretrizes preconizadas na Portaria DNIT 349/2010 (Aquisição) e na
Instrução de Serviço nº 02/2011 (Transporte).
c) Terra Armada
Em virtude da diversificação de soluções em solos reforçados e de apontamentos
de órgãos de controle quanto à consistência dos valores de referência dos serviços
de Terra Armada do Sicro 2, julgamos procedente zerar provisoriamente os
valores das referidas composições até que o estudo definitivo do novo Sistema de
Custos Referenciais de Obras (SICRO) seja concluído.
No intervalo de ausência das composições de Terra Armada, recomenda-se aos
projetistas e usuários do sistema a realização de cotação de preços, envolvendo as
diferentes soluções em solos reforçados, com objetivo de definir o custo de
referência mais ajustado e econômico para a obra em questão, em consonância às
diretrizes preconizadas nas Instruções de Serviço DNIT nº 15/2006 e 22/2010.
![Page 32: Nota_Técnica_Sicro_2_-_Janeiro_de_2013](https://reader031.vdocuments.pub/reader031/viewer/2022013115/55cf9878550346d03397d842/html5/thumbnails/32.jpg)
32
Por fim, deve-se destacar que o Sistema de Custos Rodoviários (Sicro 2), assim
como todos os demais sistemas, constitui apenas uma referência para elaboração
de orçamentos, não podendo, por sua natureza, refletir todas as particularidades e
as condições logísticas locais de fornecimento. Assim, caso durante a elaboração
dos orçamentos identifiquem-se distorções relevantes no custo de qualquer
insumo, para mais ou para menos, recomenda-se a realização de pesquisa local de
preços, em consonância ao disposto nos normativos técnicos vigentes.
Sem mais para o momento, esta CGCIT coloca-se à disposição para quaisquer
ulteriores esclarecimentos, bem como, compromete-se, em curto prazo, a
atualizar as demais tabelas e pesquisas de preços do Sicro 2.
Atenciosamente,
Brasília, 14 de outubro de 2013.
Eng.º Luiz Heleno Albuquerque Filho Analista em Infraestrutura de Transportes
Matrícula DNIT: 3354-5 Coordenador-Geral de Custos de Infraestrutura de Transportes
Fiscal do Contrato nº 327/2012