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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA TIAGO DUARTE VIEIRA RELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E A IDADE CRONOLÓGICA EM JOVENS PRATICANTES DE FUTSAL Tubarão 2010

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

TIAGO DUARTE VIEIRA

RELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E A IDADE

CRONOLÓGICA EM JOVENS PRATICANTES DE FUTSAL

Tubarão

2010

TIAGO DUARTE VIEIRA

RELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E A IDADE

CRONOLÓGICA EM JOVENS PRATICANTES DE FUTSAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientador Prof. M.Sc. Rodrigo da Rosa Iop

Tubarão

2010

2

TIAGO DUARTE VIEIRA

RELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E A IDADE

CRONOLÓGICA EM JOVENS PRATICANTES DE FUTSAL

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 18 de novembro de 2010.

____________________________________Prof. Orientador M.Sc, Rodrigo da Rosa Iop

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________Prof. M.Sc Alexandre Figueiredo ZabotUniversidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________Prof. Esp. José Acco Junior

Universidade do Sul de Santa Catarina

3

AGRADECIMENTOS

Eu louvo e agradeço primeiramente a Deus, porque só ele é digno de toda Honra e

toda Glória, sem ele do meu lado não seria possível chegar aqui. Agradeço pela família

maravilhosa que Ele me deu, pela minha namorada e pelos meus amigos que sempre me

apoiaram e estiveram do meu lado.

Em especial agradeço a minha família, meus pais Braz e Néia, e meu irmão

Wagner, só eu sei as renúncias que foram feitas por eles para que eu pudesse vencer esta

batalha. Amo vocês...

Agradeço também ao meu grande amigo (Tio) Saulo, que me ajudou quando eu

mais precisei, e a minha namorada Taize, que sempre esteve do meu lado.

Ao Dr. Alexandre Zaboti que me proporcionou a oportunidade de estagiar por 3

anos na Unisul Esporte Clube e vivenciar na prática a rotina de uma equipe de futsal de nível

nacional, e também por ter atuado como Co-orientador deste trabalho. Obrigado Xande.

Agradeço muito e muito... a imensa colaboração do meu amigo e orientador

Rodrigo Iop, que pegou muitas vezes no meu pé (só ele sabe disso)... e me ajudou

profundamente durante todo este percurso. Obrigado mesmo professor.

Não posso esquecer-me do Jasom, da Priscila e da Raquel, amigos eternos que

sempre me ajudaram e compartilharam dos bons e dos maus momentos, sempre com muita

alegria. Vocês são 10.

Agradeço também aos professores da Unisul, que contribuíram muito para minha

formação, tanto no âmbito profissional quanto pessoal.

Agradeço a banca examinadora pela presença e disponibilidade de tempo para

avaliar meu trabalho.

Enfim, agradeço a todos que estão felizes por eu estar terminando esta fase da

minha vida, Obrigado mesmo...

4

RESUMO

Durante o período pubertário, ocorrem transformações biológicas acentuadas em termos de

crescimento e maturação, promovendo mudanças no aspecto físico, interferindo inclusive no

desempenho motor do jovem. Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo relacionar as

características biológicas (antropométricas e motoras) com a idade cronológica de jovens

praticantes de futsal. Foram selecionados 20 atletas com idade entre 10 e 17 anos, com média

de idade de 13,55±2,23, todos do sexo masculino. As variáveis antropométricas avaliadas

foram: massa corporal, estatura, peso, IMC e percentual de gordura. As variáveis motoras

foram: velocidade, força, resistência e flexibilidade. O desenvolvimento biológico avaliado

através da Escala de Pêlos Axilares. Para caracterizar as variáveis demográficas, foram

empregados procedimentos de estatística descritiva. Também foram utilizados procedimentos

da estatística paramétrica, onde o grau de associação entre as variáveis foi analisado por meio

do coeficiente de correlação de Pearson, onde o nível de rejeição da hipótese de nulidade foi

de 0,01 (probabilidade alfa de 1%). O teste de Pearson revelou correlação significativa

(p<0,01) nas variáveis antropométricas massa corporal e estatura. Já nas variáveis motoras, o

teste de Pearson acusou correlação significativa (p<0,01) nos testes Zig-Zag, abdominal em 1

minuto, impulsão horizontal e teste dos 50 metros. Na variável de desenvolvimento biológico

o teste de Pearson acusou relação significativa (p<0,01) com a idade cronológica. De acordo

com estes resultados, a forma de agrupamento por idade utilizada na prática esportiva para

treinamento e competição no período de treinamento infanto-juvenil é adequada.

Palavras chave: Desenvolvimento Biológico, Futsal, Fisioterapia.

5

ABSTRACT

During the period of puberty, biological changes occurring differences in terms of growth and

maturation, promoting changes in physical appearance, including interfering with motor

performance of the young. Accordingly, the present study was to correlate the biological

(anthropometric and motor) with chronological age youth indoor football. We selected 20

athletes aged between 10 and 17 years with a mean age of 13.55 ± 2.23, all male.

Anthropometric variables were measured: weight, height, weight, BMI and percent body fat.

The motor variables were: speed, strength, endurance and flexibility. Biological development

assessed by the Scale of axillary hair. To characterize the demographic variables were used

descriptive statistical procedures. Were also used parametric statistical procedures, where the

degree of association between variables was analyzed by the Pearson correlation coefficient,

where the level of rejection of the null hypothesis was 0.01 (alpha 1% probability). The

Pearson test showed significant (p<0,01) correlation in the anthropometric variables weight

and height. Since the motor variables, the Pearson correlation (p<0,01) tests accused Zig-Zag,

abdominal in 1 minute, long jump and 50 meters of the test. In the variable biological

development the pearson accuse signifcant relationship (p<0,01) with chronological age

According to these results, how to age grouping used in sports training and competition for

the training period the juvenile is appropriate.

Keywords: biological development, futsal, physiotherapy.

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Adipômetro..........................................................................................................33

Figura 2 - Dobra cutânea subescapular................................................................................33

Figura 3 - Dobra cutânea triciptal.........................................................................................34

Figura 4 - Teste abdominal em 1 minuto.............................................................................34

Figura 5 - Teste sentar e alcançar.........................................................................................35

Figura 6 - Teste de impulsão horizontal...............................................................................35

Figura 7 - Teste de corrida sinuosa ( Zig Zag).....................................................................36

Figura 8 - Teste de corrida 50 metros...................................................................................36

Figura 9 - Avaliação do peso em balança digital.................................................................37

Figura 10 - Avaliação da estatura com estadiômetro acoplado em uma balança.................38

7

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Média da massa corporal dos praticantes de futsal............................................44

Gráfico 2 - Média da estatura dos praticantes de futsal.......................................................44

Gráfico 3 - Média do IMC dos praticantes de futsal............................................................45

Gráfico 4 - Média da %GC dos praticantes de futsal...........................................................45

8

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Caracterização da amostra...................................................................................41

Tabela 2 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre idade cronológica e as variáveis

antropométricas....................................................................................................................42

Tabela 3 - Características Antropométricas (Média e Desvio Padrão) dos praticantes de

futsal de acordo com as posições.........................................................................................42

Tabela 4 - Características Antropométricas (Média e Desvio Padrão) dos praticantes de

futsal de acordo com as categorias.......................................................................................42

Tabela 5 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre a idade cronológica e as

variáveis motoras..................................................................................................................46

Tabela 6 - Características Motoras (Média e Desvio Padrão) dos ptaticantes

de futsal................................................................................................................................46

Tabela 7 - Estágio de pilosidade de acordo com a idade em anos.......................................48

Tabela 8 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre a idade cronológica e o

estágio de pilosidade axilar..................................................................................................48

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Fórmulas utilizadas para a determinação do percentual de gordura..................32

10

LISTA DE ABREVIATURAS

IMC - Índice de massa corporal

DC - Dobras cutâneas

MG - Massa gorda

MLG - Massa livre de gordura

%GC - Porcentagem de gordura corporal

FNP - Facilitação neuromuscular proprioceptiva

CC - Composição corporal

RM - Repetições máximas

ADESC - Associação Desportiva Sul Catarinense

TCLE - Termo de consentimento livre esclarecido

CNS - Conselho Nacional de Saúde

IH - Teste impulsão horizontal

11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................14

2 CINEANTROPOMETRIA ............................................................................................17

2.1 INSTRUMENTOS DE MEDIDAS................................................................................18

2.2 ESTATURA...................................................................................................................19

2.3 PESO E PERCENTUAL DE GORDURA.....................................................................19

2.4 FLEXIBILIDADE..........................................................................................................20

2.5 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL...............................................................................21

3 DESENVOLVIMENTO MOTOR.................................................................................22

3.1 VELOCIDADE MOTORA............................................................................................23

3.2 FORÇA MOTORA........................................................................................................24

3.3 RESISTÊNCIA MOTORA............................................................................................25

4 ESTAGIOS BIOLÓGICOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES.........................26

4.1 TREINAMENTO ESPORTIVO....................................................................................26

4.2 BENEFÍCIOS DA PRÁTICA ESPORTIVA.................................................................27

4.3 RISCO DE LESÕES NO ESPORTE.............................................................................28

5 DELINEAMENTO DA PESQUISA..............................................................................30

5.1 TIPO DE PESQUISA.....................................................................................................30

5.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA........................................................................................31

5.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS ..............................31

5.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS............................32

5.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .........................................................39

5.6 ASPECTOS ÉTICOS.....................................................................................................39

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.....................................................................40

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA........................................................................40

6.2 VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS..........................................................................41

6.3 VARÍAVEIS MOTORAS..............................................................................................46

12

6.4 DESENVOLVIMENTO BIOLÓGICO.........................................................................47

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................50

REFERÊNCIAS ................................................................................................................51

APÊNDICE ........................................................................................................................54

APÊNDICE A – Escala de pêlos axilares ....................................................................... 55

ANEXOS ............................................................................................................................57

ANEXO A – Termo de consentimento livre esclarecido TCLE ....................................58

ANEXO B – Declaração de ciência e concordância das instituições envolvidas..........61

13

1 INTRODUÇÃO

Particularmente durante o período pubertário, ocorrem transformações biológicas

acentuadas em termos de crescimento e maturação, promovendo mudanças no aspecto físico,

interferindo inclusive no desempenho motor do jovem.1 A evolução do desempenho motor e

físico na infância está fortemente associada aos processos de crescimento e maturação.2

Durante esse período, há ocorrência, entre outros, de dois fenômenos biológicos importantes:

o surto de crescimento em estatura e peso corporal e a maturação sexual do adolescente.1

Crianças e adolescentes poderão apresentar o estirão da estatura e peso corporal e

a maturação sexual em ritmos distintos. Desta forma, embora exista uma idade média de

passagem por estes eventos da puberdade, ao redor desta média pode haver uma variação

importante, capaz de fazer que adolescentes de uma mesma idade cronológica estejam em

pontos totalmente distintos dos processos de desenvolvimento e maturação biológica.1

Em algumas situações da prática esportiva, encontramos jovens de diferentes

estágios maturacionais dentro de um mesmo grupo de treinamento ou categoria

competitiva,1,3,4 situação que pode favorecer os mais adiantados no processo de

desenvolvimento biológico e pode desmotivar outros mais tardios.3

Com relação às atividades esportivas, a categorização através da idade

cronológica ainda é uma prática muito utilizada, como as categorias competitivas são

organizadas com intervalos de dois anos na faixa etária, é possível que, dentro de uma mesma

categoria, as crianças mais velhas sejam privilegiadas.2,4

Deste modo, a idade cronológica por si só não é suficiente para determinar o

estágio maturacional individual de um adolescente e suas possíveis relações com aptidão

física. Em outras palavras, se a avaliação da maturação biológica não for levada em

consideração, não será possível interpretar se um determinado desempenho está ocorrendo em

função do estágio maturacional ou da capacidade diferenciada do indivíduo para aquela

atividade.1 Esses fatores podem exercer influência nos estágios de formação esportiva.3

Complementando, na área esportiva, não será possível explicar se um determinado sujeito

pode ser considerado talentoso pelo que apresenta ou se o que é demonstrado no desempenho

é apenas fruto da sua precocidade, um traço momentâneo, por vezes inconsistente, e válido

por um período curto de tempo.1

14

A prevenção das lesões é amplamente baseada na cuidadosa identificação dos

fatores de risco envolvidos na gênese das lesões que acometem o atleta jovem. O treinamento

com crianças e adolescentes pode trazer vantagens e desvantagens.

Os benefícios de um estilo de vida ativo são cada vez mais relatados na literatura,5

trazendo como vantagens: maior prática de atividade, auxilia o crescimento, pode corrigir

defeitos físicos, é base do desenvolvimento posterior,1 melhora tanto a saúde física, reduzindo

o risco de várias doenças crônicas, como a saúde mental5 entre outros. Por outro lado, temos

as desvantagens, podendo levar a uma desadaptação social e defeitos físicos derivados da má

prática esportiva e do treinamento inadequado.1

Um ponto que necessita de atenção especial a criança seria a idade em que se deve

começar a competir,6 muitas crianças iniciam sua participação regular no desporto entre os 4 e

8 anos de idade, fazendo porque gostam do esporte, mostrando entusiasmo na participação.

Porém situação que pode mudar quando os jovens envolvem-se em quadros competitivos de

maior nível, organizados e dirigidos por adultos 4,6.

As crianças só devem iniciar no esporte quando estiverem preparadas e desejarem

competir, porém muitas vezes não são elas que o pretendem e sim os pais e treinadores,6

forçar uma criança ou um adolescente a praticar esportes contra sua vontade pode acarretar

um estilo de vida mais sedentário na idade adulta.5

Uma elevada ênfase na competição aumenta de forma notória a utilização pelos

treinadores de volumes e intensidades inapropriados no treino do jovem, 6 acarretando em

conseqüências fisiológicas adversas, a Organização Mundial da Saúde OMS, fala em atrasos

na menarca e em riscos aumentados em lesões por overuse em sistemas musculoesqueléticos

ainda imaturos.6

Outro ponto de suma importância é que a participação em competições tem

exigências psicológicas. Sabemos que a vivência pela criança de situações com níveis

moderados de pressão competitiva poderia funcionar como uma espécie de vacina contra o

estresse, aumentar a motivação e melhorar a desempenho dos jovens, mas é a pressão

psicológica, ou seja, situações de ansiedade excessiva, ter de ficar no banco de reservas, medo

de falhar e dificuldade de conciliar a atividade esportiva com a escola acabam afastando o

atleta do desporto.

No futsal, é notória a existência de uma cultura de visão imediatista que atribui

grande importância às vitórias desde idades iniciais.4 A forte ênfase na vitória de muitos

treinadores leva-os a optar pelos atletas mais capazes, discriminando os mais fracos.6

15

Hoje no Brasil, o futsal é um dos esportes mais praticados, tendo mais de 267 mil

atletas registrados e cerca de 10,5 milhões de praticantes7, visto que é um esporte que

geralmente está introduzido nas aulas de educação física já nas primeiras séries da escola.

Este número vem crescendo a cada ano,7 o que aumenta a competitividade entre os atletas,

fazendo que a parte física seja muito exigida durante a formação do atleta.

Percebendo que pode haver diferença entre indivíduos da mesma idade

cronológica, pressupomos que o treinamento para esses indivíduos necessita de

especificidade, por este motivo, nota-se a importância de uma avaliação motora e

antropométrica comparada ao mesmo tempo com o desenvolvimento biológico do atleta

jovem.

Este estudo tem como objetivo geral relacionar as características biológicas

(antropométricas e motoras) com a idade cronológica em jovens praticantes de futsal. Como

objetivos específicos foram: Determinar o perfil antropométrico dos jovens praticantes de

futsal; Relacionar as variáveis antropométricas (massa corporal, estatura, IMC, percentual de

gordura) com a idade cronológica dos jovens praticantes de futsal; Relacionar as

características motoras (velocidade, força, resistência e flexibilidade) com a idade cronológica

dos jovens praticantes de futsal; e Verificar o desenvolvimento biológico de acordo com o

estágio de pilosidade dos jovens praticantes de futsal e Relacionar o estágio de pilosidade com

a idade cronológica.

O fisioterapeuta é um profissional liberal que pode atuar em várias áreas pelo

grande conhecimento anatômico e fisiológico que este possui. Uma dessas é a área de

descoberta de “talentos esportivos”.

Partindo desses princípios, esse estudo procura ressaltar a importância de uma

avaliação completa das características de cada atleta, para poder então prevenir lesões e

prescrever o treinamento ideal para o atleta, e em segundo plano, divulgar aos fisioterapeutas

esta área de trabalho onde há poucos profissionais atuando.

No primeiro capítulo consta a introdução desta pesquisa. O segundo capítulo

aborda o referencial teórico dos assuntos trabalhados no presente estudo. No terceiro capítulo

é descrito o delineamento da pesquisa. O quarto capítulo trata da análise e discussão dos

dados obtidos na pesquisa, finalizando com as considerações finais e possíveis sugestões para

as próximas pesquisas.

16

2 CINEANTROPOMETRIA

Podemos dizer que a cineantropometria é o estudo dos aspectos de estrutura e

função do corpo (1). É uma ciência muito antiga, e assim como todas as outras, tem evoluído

muito. Hipócrates, cerca de 400 anos a.C., na Grécia antiga, já realizou os primeiros esboços

sobre a composição corporal, que tinha por elementos o sangue, bílis amarela, bílis preta e

muco. Por volta de 1905, Sigaud e MacAuliffe propuseram um sistema formado por quatro

categorias: muscular, respiratória, digestiva e cerebral 9.

Diversas áreas de trabalho marcham juntas em relação à antropometria, é o caso

da nutrição, psicologia, ergonomia e ciências que envolvem o exercício 10.

Nos dias de hoje, a antropometria refere-se à medida do tamanho e da proporção

do corpo humano, caracterizada pelo peso e estatura corporal, tamanhos dos segmentos do

corpo, espessura das dobras cutâneas e largura de ossos 11.

Contudo, a antropometria pode ser dividida em morfológica e funcional 1, 3. A

antropometria funcional engloba o crescimento físico, desenvolvimento biológico, estado

nutricional e treinamento físico, a antropometria morfológica mostra-se através das estruturas,

tamanho, forma, dimensões e composição do corpo humano 1.

A avaliação antropométrica hoje é um excelente parâmetro para a mensuração da

intensidade e o tipo de prescrição de exercícios, atualmente há excelentes equações

antropométricas que foram criadas para determinar o índice de massa corporal (IMC),

desmembrando as variáveis como percentual de gordura e massa muscular 8,10,11.

Ter um padrão para a demarcação dos pontos anatômicos se torna

fundamentalmente importante para a fidedignidade das variáveis antropométricas. Os pontos

anatômicos analisados devem ser demarcados com lápis demográfico para facilitar a

colocação correta do instrumento de medida 8.

17

2.1 INSTRUMENTOS DE MEDIDAS

Quando se trata da coleta de dados antropométricos é de suma importância que o

avaliador leve em conta os erros de medidas. A validade e fidedignidades das medidas são

afetadas por: habilidades do avaliador, tipo de instrumento, fatores do sujeito avaliado e

equação utilizada 11. Se um avaliador medir as dobras cutâneas (DC) de um indivíduo

periodicamente, por exemplo, esses dados colhidos podem apresentar variações 10. Deste

modo, nota-se a importância de atuar sobre procedimentos padronizados e com cautela na

escolha da técnica pelo avaliador.

São disponíveis para a coleta de dados vários instrumentos de avaliação, ambos

para determinar de forma quantitativa os dados coletados. Os seguintes equipamentos são

ferramentas indispensáveis para o antropometrista.

A balança, é utilizada para medir o peso corporal total, pode ser analógica ou

digital 8,10.

O estadiômetro serve para medir a estatura corporal, costuma ficar encostado da

parede para que o indivíduo possa se alinhar verticalmente 10.

As fitas de antropometria servem para medir circunferências ou perímetros, deve

ser metálica e flexível, com graduação em milímetros 11.

Os compassos de dobras cutâneas, também conhecidos como adipômetro,

plicômetro ou espessímetro contém duas hastes que devem possuir pressão constante de

10g/mm2 e servem para medir as dobras cutâneas 8,10.

Como métodos para avaliação da flexibilidade temos a goniômetria, que é

realizada através do goniômetro, e também o banco de sentar e alcançar, onde o paciente deve

estar sentado, com os joelhos em extensão, uma maneira rápida de se determinar a

flexibilidade 10.

Para avaliação da força, contamos com os dinamômetros, que são aparelhos

portáteis que indicam a força de um grupo muscular através da resistência imposta ao

movimento 8.

18

2.2 ESTATURA

A estatura é um componente fundamental em determinados esportes, percebemos

uma grande diferença entre a altura de atletas comparado a população que não pratica

esportes. Embora existam formas e tamanho corporal característico evidentes entre diferentes

esportes, a estatura é fator determinante para o sucesso 10.

Uma estatura elevada traz benefícios na natação, onde um corpo longo é ideal na

largada e obviamente na chegada, alem de fornecer um contorno aerodinâmico que diminui o

atrito do corpo com a água. Já para praticantes de tênis, a estatura elevada se faz importante

durante o saque e o voleio, onde o tenista necessita de uma boa envergadura. O basquete

sempre foi dominado por jogadores altos, o mesmo acontece no vôlei, onde a altura da rede de

2,43 metros para homens e 2,24 metros para mulheres faz com que altos jogadores necessitem

saltar uma distância relativamente mais baixa para alcançar a rede11.

A baixa estatura é extremamente vantajosa para a aceleração1, e em mudanças de

direção onde envolve agilidade10, esses atletas se saem melhores em pequenas distâncias,

como corrida de 100 metros, ou em distâncias longas maiores que 5000 metros, onde o

excesso de massa muscular é um impedimento, pois exige um considerável gasto de energia.

A baixa estatura pode ser encontrada em competições como ginástica olímpica, patinação ou

mergulho10.

2.3 PESO E PERCENTUAL DE GORDURA

O peso do corpo humano é diretamente influenciado pela quantidade de gordura

corporal. A obesidade ou qualquer aumento excessivo na quantidade de gordura corporal

armazenada é considerado doença nutricional de maior predominância na América do Norte13.

O perfil antropométrico serve de base para avaliação da gordura corporal em atletas ou até

mesmo na população em geral. A medição da gordura corporal foi taxada de suma

importância pela relação estabelecida com o desempenho esportivo, e foi de fato incorporada

durante a preparação fisiológica dos atletas10.

1 FORD, L.E. Some consequences of body size. American Journal of Physiology, 247, H495-H507.

19

A gordura tem uma série de funções construtivas, excelente reserva de energia,

isolante térmico e na proporção correta melhora a aparência do corpo. Porém, a proporção de

gordura desejada em adultos é de apenas 15% a 18% para homens e 20% a 25% para

mulheres e na infância gira em torno de 15% a 18% 13.

O uso de tabelas de peso e altura reforça o conceito errado de que o peso corporal

é mais importante que a gordura corporal. Muitas pessoas estão preocupadas em perder peso e

ficar leves, sem reconhecer que há uma grande diferença em ser leve e ser magro, enquanto a

leveza esta relacionada ao peso corporal, a magreza relaciona-se com a gordura e composição

corporal do indivíduo 11.

A porcentagem de gordura corporal (%GC) é o principal indicador de obesidade13.

A quantidade de gordura de um corpo é determinada avaliando-se a massa gorda (MG) e a

massa livre de gordura (MLG) do indivíduo11.

Por outro lado, pouca gordura corporal traz riscos à saúde, sabendo que o

organismo necessita de certa quantidade de gordura para realizar funções importantes como

formação de membranas celulares e transporte de vitaminas lipossolúveis, os índices mínimos

de gordura corporal são estimados em 5% para homens e 8 a 12% para mulheres11.

2.4 FLEXIBILIDADE

A flexibilidade pode ser definida pela extensibilidade dos tecidos periarticulares

para permitir movimento normal ou fisiológico de uma articulação ou membro9, é a

habilidade que varias articulações do corpo têm de se movimentar através de sua amplitude de

movimento 13. A flexibilidade é compreendida como estática e dinâmica. A estática significa

um alongamento lento e firme, até os limites das articulações envolvidas, já a flexibilidade

dinâmica se alcança quando se movimenta parte do corpo rapidamente até seus limites.

Muitos fatores podem alterar o grau de flexibilidade, alguns deles: idade, gênero,

estrutura corporal, raça e o próprio treinamento. Basicamente, crianças pequenas são bastante

flexíveis, durante a infância ela diminui até chegar ao estágio da puberdade, onde aumenta

novamente. Após chegar à adolescência, a flexibilidade tende a uniformizar e depois diminui,

porém a perda é minimizada nos indivíduos ativos 9.

Quanto ao gênero, as mulheres são mais flexíveis que os homens, um fator

importante é a região pélvica, que nos homens são geralmente mais pesadas e ásperas, a borda

20

não é tão arredondada, a cavidade não é tão espaçosa e os acetábulos são mais próximos.

Outro fator importante é que durante a gravidez, a mulher libera uma serie de hormônios

como a relaxina, que aumenta a lassidão e a flexibilidade muscular 9.

A flexibilidade é um importante componente da aptidão física, tornando sua

avaliação de fundamental importância. Um dos métodos mais utilizados para avaliação é o

banco de sentar e alcançar 8.

O treinamento da flexibilidade é considerado um termo chave para a prevenção de

lesões. A melhora da amplitude de movimento tem importante papel no desempenho motor13.

Esse tipo de treino é composto basicamente por séries de alongamentos, com o tempo

calculado através do objetivo, podendo ser estático, balístico, por facilitação neuromuscular

proprioceptiva (FNP), por técnicas de inibição recíproca e métodos de alongamentos

globais13.

2.5 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL

Desde o início do estudo da antropometria nota-se a importância de um índice

para o peso corporal relativo, deste modo, quando estabelecemos o índice de massa corporal

de um indivíduo, consequentemente virão os parâmetros de medidas aonde vamos atuar.

Os valores do índice de massa corporal (IMC) podem ser utilizados tanto para

diagnosticar sobrepeso ou obesidade quanto desnutrição 8. Há varias décadas foi analisada a

correlação entre estatura, espessura do tecido subcutâneo e densidade corporal, e determinou-

se que o melhor índice seria o que tivesse menor correlação com a estatura e maior correlação

com a gordura. O IMC é calculado de forma simples: IMC=PESO/ESTATURA2, e os valores

normais estão entre 20 e 25 8.

A elaboração de estudos sobre os parâmetros da composição corporal (CC) se

justifica à medida que existe a necessidade de fracionar o peso corporal em seus diversos

componentes, na tentativa de analisar com detalhes as modificações ocorridas ao longo da

vida ou de períodos de treinamento.

21

3 DESENVOLVIMENTO MOTOR

O desenvolvimento motor compreende a contínua alteração no comportamento

motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada pela interação das necessidades da tarefa, a

biologia do indivíduo e as condições do ambiente 13. Nosso corpo esta em constante

desenvolvimento e maturação, deste modo a uma série de mudanças que caracterizam o

aumento das dimensões do corpo e das estruturas do organismo 1.

O desempenho esportivo pode ser entendido como um sistema de muitos

elementos que interagem. Toda atividade esportiva depende de muitos fatores que contribuem

para o desempenho, incluindo as capacidades motoras, intelectuais e psicológicas, assim

como as habilidades táticas e técnicas. As capacidades motoras condicionais têm dependência

elevada do metabolismo energético, destacando-se a força, a resistência e a velocidade. Já as

capacidades motoras coordenativas são determinadas por componentes onde predominam os

processos de condução nervosa, organizando e controlando os movimentos 1.

O esporte apresenta dois aspectos para atingir determinado rendimento: a técnica

do movimento e a intensidade com que são realizados estes movimentos. Quando aprendemos

uma nova técnica, estamos realizando uma aprendizagem motora. A rapidez dessa

aprendizagem depende de vários fatores, tais como a complexidade do movimento e

habilidade ou talento motor 12.

A habilidade ou talento motor corresponde ao grau de coordenação dos

movimentos que surgem na vida diária dos seres humanos. Uma pessoa pode ter habilidade

com as mãos como um músico, ou habilidade esportiva, como a que possuem os atletas. Essa

habilidade esportiva pode ser geral ou especial. Basicamente, a habilidade geral trata-se da

execução de movimentos coordenados de forma rápida, como exemplo temos a agilidade, que

é importante em esportes de velocidade. A habilidade especial envolve a execução de

movimentos coordenados ao decorrer de uma atividade esportiva, como exemplo a habilidade

do chute 12.

O aprendizado de habilidade motora é um processo independente da idade que

tem uma seqüência previsível de estágios que identificam o estado cognitivo e os objetivos de

cada indivíduo durante o aprendizado 13. Em geral, o treino com crianças deve iniciar na fase

escolar, por volta dos 6 anos, para que ocorra um acúmulo de experiências motoras que

possibilitarão mais tarde um lucro bastante alto no aprendizado de técnicas mais difíceis13,8.

22

Na idade adulta, quase não é possível desenvolver a habilidade geral, deste ponto,

é importante oferecer as crianças e jovens múltiplas experiências de movimentos. É

necessário que o treinamento de habilidades motoras envolva a coordenação, que é a

integração de padrões eficientes de movimentos e sistemas motores separados com

modalidades sensoriais variadas; o equilíbrio, que envolve a manutenção da postura do corpo

inalterada, quando este é submetido a trocas de posições; a agilidade que é a habilidade de

trocar a direção do corpo rápida e precisamente; e a potência que é a qualidade de

desempenhar um esforço máximo no menor período de tempo possível 13.

3.1 VELOCIDADE MOTORA

A velocidade é uma característica neuromuscular, presente em todas as situações

nos vários esportes, estende-se pela capacidade de realizar um movimento no menos espaço

de tempo. Ela é a base de um fator herdado da característica de velocidade, um indivíduo

nasce com ou sem a velocidade 12.

Em geral, a velocidade é influenciada pelo tempo de reação (tempo decorrido

entre o sinal da largada até o primeiro movimento do corpo) e o tempo motor (tempo

decorrido entre o primeiro movimento até o término da atividade). Os homens tendem a

conter crescentes melhoras na adolescência, enquanto as mulheres tendem a regredir após 14

anos 13.

Funcionalmente falando, o sistema nervoso central regula os processos que

acionam diferentes musculaturas com os determinados procedimentos: os nervos sensitivos ou

receptores recebem os estímulos e, através dos nervos aferentes, transferem o estímulo para o

sistema nervoso central, onde se processa a ordem a ser transmitida às massas musculares

correspondentes. Essa ordem é enviada pelos nervos aferentes aos fascículos musculares

através da placa motora, havendo uma excitação do músculo, originando-se então o

movimento 12. A velocidade depende da quantidade de ATP no músculo 8.

Nos esportes encontramos as velocidades de reação, as velocidades de locomoção,

velocidades de movimentos e velocidades de sprint. O treinamento da velocidade basicamente

atua na força básica, poder de reação, técnica e coordenação dos movimentos 8,12.

23

3.2 FORÇA MOTORA

A força é uma característica de importância determinante no rendimento de vários

esportes onde o esportista por seu corpo em movimento quando parado ou pará-lo quando se

encontra em movimento 8,12.

No esporte e na atividade física, a força motora manifesta-se no aparelho

locomotor, dependendo do sistema nervoso, ósseo, cardiovascular e respiratório. Do ponto de

vista prático, força é a capacidade do sistema neuromuscular de vencer resistências.

A força divide-se em dinâmica e estática, a estática é aquela em que não existe

encurtamento real de fibras, portanto não há movimento e sim um aumento do tônus

muscular, provocando uma tensão. A dinâmica aquela que se verifica uma superação da

resistência ou peso e é dividida em contração concêntrica e excêntrica 12.

Durante o treinamento da força, se faz necessário observar algumas características

importantes, ambas de acordo com o objetivo do treinamento, como: a intensidade, o volume,

periodização, princípio da sobrecarga, períodos de descanso, especificação da velocidade,

tipos de ações musculares, grupo muscular, fonte de energia, angulação articular, manutenção

de equipamentos e a respiração 14.

A maioria dos atletas e muitos entusiastas da aptidão física realizam o treinamento

de força como parte de seus programas gerais de treinamento. A maioria dos eventos

esportivos requer força e potência em uma variedade de velocidades de movimento, se a força

e a potência não aumentarem em uma ampla variedade de atividades, as melhorias no

desempenho podem não ser otimizadas. Um dos fatores que podem afetar os ganhos de força

são os números de ações musculares (série e repetições) e a carga utilizada 14.

Existem vários tipos de treinamento de força, podem-se destacar os treinos

isométricos, refere-se à ação muscular, onde não há alteração no comprimento total do

músculo, consequentemente não há movimento articular visível. O exercício isotônico, é

definido como a ação na qual o músculo exerce tensão constante, o numero de séries e carga

mais indicado para esse exercício é de 3 séries com 6 RM. Encontra-se ainda o treinamento

isocinético, realizado em velocidade angular constante, onde a velocidade do movimento é

controlada pelo aparelho. O aumento na circunferência dos membros a partir do treinamento

está diretamente ligado à hipertrofia muscular 14.

24

3.3 RESISTÊNCIA MOTORA

A resistência é uma característica de rendimento que pertence à natureza humana (3). Suas características fundamentam em fatores orgânicos, fisiológicos e psíquicos. A

resistência é dada pelo sistema cárdio-respiratório, pelo metabolismo, pelo sistema nervoso,

sistema orgânico pela coordenação de movimentos. Defini-se pela capacidade que o corpo

possui para suportar uma atividade ou esforço prolongado 12.

A resistência muscular é a habilidade do músculo ou de um grupo muscular de

desempenhar algum tipo de trabalho repetidamente, contra uma resistência moderada. As

atividades de resistência requerem menos excesso de carga para o músculo, porém mais

repetições 13.

Para trabalhos de resistência, percebemos a diferença entre os sexos por volta dos

14 anos, independente do treinamento, a resistência aumenta até os 24 anos para os homens e

até os 17 anos para as mulheres. Antes da puberdade, a reação ante a um esforço de

resistência se manifesta através do aumento do volume circulatório, que influi diretamente no

rendimento13.

Chamamos de resistência muscular localizada quando o movimento realizado

exigir menos de 1/6 do total da musculatura, como exemplo um único membro, ou um grupo

muscular pequeno como os abdominais 12. Essa resistência pode ser aeróbica ou anaeróbica.

A finalidade maior do treinamento da resistência aeróbica é adquirir uma

adaptação orgânica máxima, em particular do sistema cárdio-respiratório. Esse trabalho é

muito importante, e quando bem elaborado e moderado pode habituar o músculo cardíaco e os

músculos em geral a trabalharem um longo tempo a um nível moderado 12.

A resistência de velocidade é a capacidade de resistência de esforços de

intensidade submáxima, com energia de caráter anaeróbico, como a resistência de sprint, que

significa suportar o cansaço em intensidade máxima 8,12 e por curtas distâncias como prova de

100 metros rasos no atletismo, ou 50 metros rasos na natação.

25

4 ESTÁGIOS BIOLÓGICOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O processo de desenvolvimento biológico humano inicia-se no momento em que

o espermatozóide atinge o óvulo. A partir deste evento intra-uterino iniciam-se os processos

de crescimento e maturação1. Contrariamente a muitas espécies de animais, a espécie humana

não atinge a maturação biológica antes dos 20 anos. Portanto, várias funções do corpo não

atingem plena funcionalidade, eficiência e eficácia antes de atingir a maturidade biológica15.

Após o período compreendido entre a concepção e a segunda década de vida, o

desenvolvimento humano não cessa, envolvendo também os processos de envelhecimento 1.

Algumas características desenvolvem-se em estágios diferentes, por esse motivo,

o treinamento pode ser diferenciado para cada fase. No período pré-púbere, que vai de 8 a 12

anos, é mais eficaz treinar a coordenação, já que a aprendizagem motora não se prejudicaria

pelas mínimas quantidades hormonais. O período púberal é indicado para o treinamento da

força explosiva, que é favorecida pelas grandes quantidades de testosterona circulantes. Após

os 16 anos, inicia-se o treinamento da força máxima, devido às elevadas quantidades de

hormônios 10.

A idade biológica fornece um registro ao indivíduo de seu progresso em direção à

maturidade, porem esse registro é apenas aproximado da idade cronológica e não exato. A

idade morfológica ou biológica, idade dental, idade óssea e idade sexual são variáveis que

interagem para indicar o estágio de desenvolvimento do jovem. A puberdade manifesta-se,

basicamente, por um surto no crescimento, desenvolvimento das gônodas dos órgãos e

características sexuais secundárias, mudanças na composição corporal e o desenvolvimento

do sistema cardiorrespiratório 16. O início do surto de crescimento pré-adolescente e da

puberdade assinala a transição da infância à maturidade reprodutiva, entrando então na fase

adulta 15,16.

4.1 TREINAMENTO ESPORTIVO

A avaliação do rendimento geralmente se efetua tendo base o componente físico

principal do rendimento, ou o componente técnico. Os esportes que utilizam registros

quantitativos do rendimento, mediantes sistemas métricos, não apresentam tantas dificuldades

26

para sua avaliação 12, isto porque os próprios resultados da competição já são a sua avaliação.

Porém, em compensação, os esportes de jogos coletivos e alguns agonistas, como a luta

greco-romana, o boxe e o judô apresentam bastante dificuldade com sua avaliação pelas suas

características especiais 12. Outros esportes como a ginástica olímpica e a natação

sincronizada só permitem uma avaliação subjetiva.

A avaliação do treinamento é feita através de testes. Esses testes determinam o

grau de preparação física, técnica e psicológica em diferentes períodos de treinamento. Os

testes ainda comparam o rendimento em relação ao ano anterior, testam a efetividade dos

métodos de treinamento aplicados e estabelecem normas de controle do treinamento 8,10,11,12.

O treinamento necessita ser iniciado precocemente, quanto mais cedo, mais o

atleta desenvolve suas habilidades. O esporte hoje em dia, está muito competitivo, só os

melhores se destacam, e muitos ficam para trás, fazendo com que cada vez o treinamento seja

mais importante. Contudo, os esportes de contato, como futebol, estão desenvolvendo e

evoluindo muito a parte física, o que comprova a importância dos treinamentos de força e

velocidade, mas por outro lado, a parte técnica também precisa ser treinada, uma vez que o

atleta só se sobressai quando engloba o condicionamento físico e as qualidades técnicas.

4.2 BENEFÍCIOS DA PRÁTICA ESPORTIVA

Muitas pesquisas com crianças e adolescentes têm demonstrado o benefício da

atividade física no estímulo ao crescimento e desenvolvimento, prevenção da obesidade,

incremento da massa óssea, aumento da sensibilidade à insulina, melhora do perfil lipídico,

diminuição da pressão arterial, desenvolve a socialização e a capacidade de trabalhar em

equipe 17, melhora tanto a saúde física, reduzindo o risco de várias doenças crônicas, como a

saúde mental 1,5,17.

Os efeitos benéficos da atividade física são evidenciados nos mais variados órgãos

e sistemas: cardiovascular, aumentando do consumo de oxigênio, manutenção de boa

freqüência cardíaca e volume de ejeção; respiratório, promovendo aumento dos parâmetros

ventilatórios funcionais, muscular, desencadeando um ganho de massa, força e resistência;

esquelético, estabelecendo um bom nível de cálcio e mineralização óssea; cartilaginoso,

aumentando a espessura da cartilagem, com maior proteção articular e endócrino 17.

27

A prática desportiva na infância aumenta a probabilidade de que o indivíduo se

torne ativo na fase adulta 5.

Um jovem desportista saudável é aquele que demonstra um bom estado de saúde e

bem estar, englobando as vertentes físicas, psicológicas e sociais 6.

Nos dias de hoje, entrando em uma questão mais social e financeira, para muitas

pessoas o esporte pode ser uma boa forma de vida. A paixão dos torcedores pelos seus clubes

de futebol e o fanatismo que é gerado pelas torcidas promove um sentimento que nasce na

maior parte das crianças, principalmente as brasileiras. Se for perguntado a muitas crianças do

Brasil o que exercer quando crescer, por muitas vezes a resposta será: quero ser jogador de

futebol.

A competição entre os times para contratar os atletas mais preparados e

conseqüentemente conquistar títulos esportivos, faz com que o investimento em atletas seja

cada vez mais importante para um clube. Os salários extremamente elevados agem como

estímulos para os iniciantes.

Esse sentimento da população, associado à emoção e ao investimento dos clubes e

também os salários elevados faz com que os atletas superem as dificuldades do início da

carreira, superando também as lesões esportivas e a competitividade com o intuito de um dia

ser reconhecido e ter um salário gratificante.

4.3 RISCO DE LESÕES NO ESPORTE

Um ponto de suma importância durante a prescrição de atividade física ou

treinamento regular, independente da faixa etária, é o acometimento do atleta ou indivíduo por

uma lesão esportiva. Além disso, a competitividade, a importância que se da a parte física e os

esportes de contato favorecem o aparecimento de lesões no atleta.

O risco de lesão aumenta de acordo com o grau de competitividade e importância

de cada atleta ou competição.

O principal risco da atividade física ou do esporte inadequado são as lesões

músculo-esqueléticas 17, na maioria das vezes fraturas, tendinites, osteocondroses, lesões

musculares e traumas de cabeça e face 11,17.

Nos estágios mais iniciais, sabe-se que várias estruturas do corpo ainda estão em

formação e necessitam de cuidados ainda mais pontuais durante o treinamento e competição.

28

As cartilagens de crescimento se fecham em épocas diversas, estando, portanto,

mais vulneráveis a lesões de acordo com a etapa do desenvolvimento. As osteocondroses

afetam o esqueleto em crescimento e a cartilagem articular. A apofisite de tração é a mais

freqüente delas, causada pela combinação do crescimento e do excesso de carga na cartilagem

de crescimento devido à tração da unidade músculo-tendão 17.

O pico de fraturas em pediatria coincide com o estirão puberal, talvez decorrente

do aumento da remodelação do osso cortical nessa fase do crescimento. Por isso, as atividades

de carga, embora possam evitar fraturas na vida adulta, em crianças estão mais associadas ao

risco de fratura 17.

De certa forma o treinamento físico com crianças é embasado e estruturado em

modelos criados para adultos e por muitas vezes não é levado em conta às proporções

corpóreas, como extremidades mais curtas e menor massa muscular, fatores que são

importantes e necessitam serem observados 1, 11,17.

29

5 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento e as demais informações dos procedimentos e instrumentos serão

apresentados neste capítulo detalhadamente, de forma a estabelecer os meios técnicos para a

investigação e coleta de dados da referente pesquisa 18.

5.1 TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa visa relacionar as características biológicas (antropométricas e

motoras) com a idade cronológica praticantes de futsal, portanto, considera-se do tipo

quantitativa, pois se trabalhou com valores numéricos, e os resultados encontrados passaram

por uma análise estatística 19.

Quanto ao nível, é uma pesquisa classificada como exploratória, pois têm como

objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais

explícito ou a constituir hipóteses, tendo como objetivo principal o aprimoramento de idéias

ou a descoberta de intuições 20.

Köche acrescenta que esse tipo de pesquisa é adequado para casos em que ainda

não apresentem um sistema de teorias e conhecimentos desenvolvidos 21.

A pesquisa quanto ao procedimento é classificada como estudo transversal

prospectivo. Pesquisa transversal são estudos em que a exposição ao fator ou causa está

presente ao efeito no mesmo momento ou intervalo de tempo analisado. Aplicam-se às

investigações dos efeitos por causas que são permanentes, ou por fatores dependentes de

características permanentes dos indivíduos, como efeito do sexo ou cor da pele sobre

determinada doença 22. Prospectivo, pois, monta-se o estudo no presente, e o mesmo é seguido

para o futuro. Apresenta as exigências inerentes à padronização e qualidade das informações

colhidas 23.

5.2 POPULAÇÂO E AMOSTRA

30

A ADESC – Associação Desportiva Sul Catarinense foi Fundada pelos dirigentes

esportivos municipais das regiões do Vale do Braço do Norte e Vale das Colinas no dia

primeiro de julho do ano de dois mil e quatro, com o objetivo de promover a integração

através do desporto educacional e dar suporte ao segmento esportivo dos municípios da região

sul, além de proporcionar aos participantes á pratica desportiva através de competições. Desde

sua fundação promovem-se vários eventos esportivos nas modalidades de Futsal e Voleibol

nos dois naipes e em todas as categorias. Além dos eventos realizados pela Adesc, a

associação presta assessoria nos eventos comunitários dos municípios integrantes, os

trabalhos vão desde arbitragem a organização geral dos campeonatos. Aproximadamente

2.500 atletas de todas as idades já participaram dos campeonatos realizados ao longo destes 5

anos de existência. Os municípios que participam dos eventos hoje são: Armazém, Braço do

Norte, Criciúma, Florianópolis, Forquilhinha, Gravatal, Grão Pará, Laguna, Lauro Muller,

Morro da Fumaça, Pedras Grandes, Rio Fortuna, São Ludgero, Jaguaruna, São Martinho,

Santa Rosa de Lima e Tubarão.

A população desta pesquisa caracteriza-se pelos atletas de futsal das 12 equipes

que integram os campeonatos de futsal da ADESC, de todas as categorias. Na amostragem foi

utilizada a amostragem estratificada aleatória. A seleção foi de um participante por posição

(goleiro, ala direito, ala esquerdo, fixo e pivô) de cada categoria (sub 11, sub 13, sub 15 e sub

17), chegando a um número final de 20 atletas.

5.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS

Para realização da pesquisa foram utilizados os seguintes materiais:

a) Termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO A);

b) Declaração de ciência e concordância das instituições envolvidas (ANEXO B);

c) Paquímetro;

d) Plicômetro;

e) Estadiômetro;

f) Balança;

31

g) Banco de Wells;

h) Cronômetro;

i) Cones;

j) Fita métrica;

k) Escala para desenvolvimento de pelos axilares (Apêndice A).

5.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS

Inicialmente foi apresentada a pesquisa para os professores, treinadores e atletas

da ADESC. Em seguida, foi feita a seleção aleatória da amostra e dado inicio aos

procedimentos de coletas de dados.

Posteriormente, os atletas receberam o termo de consentimento livre esclarecido

TCLE (Anexo A), onde contém a assinatura dos pais ou responsáveis, autorizando-os a

participarem da pesquisa.

Foram realizados dois encontros com os atletas, em períodos que foram definidos

pelos treinadores, onde não houve choque de horário com os treinamentos, entre os meses de

junho e agosto de 2010.

Primeiramente, foi mensurado o peso, a altura e as demais características

antropométricas.

Para avaliar o percentual de gordura utilizaram-se as formulas descritas por Silva1,

demonstradas abaixo no Quadro 1.

Quadro 1- Fórmulas utilizadas para a determinação do percentual de gordura

9/10 ANOS: %GORD= 1,21(TR+SB) - 0,008 (TR+SB)2- 2,25

11/12 ANOS: %GORD= 1,21(TR+SB) - 0,008 (TR+SB)2-3,4

13/14 ANOS: %GORD= 1,21(TR+SB) - 0,008 (TR+SB)2-4,4

15/17 ANOS: %GORD= 1,21(TR+SB) - 0,008 (TR+SB)2-5,5

Fonte: Silva1.

32

Para a mensuração das dobras cutâneas foi utilizado o adipômetro, através das

mensurações das dobras cutâneas três vezes, em um tempo de 1 a 3 segundos no máximo,

com intervalo entre as medições para evitar possíveis alterações do tecido adiposo 10,11.

Figura 1 – AdipômetroFonte: Norton, K; Olds, T. 2005 10

Figura 2 – Dobras cutâneas subescapularFonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

33

Figura 3 – Dobra cutânea triciptal.Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Para avaliação de habilidades motoras utilizaram-se os seguintes testes: para

resistência muscular localizada o teste abdominal em 1 minuto, que consiste em colocar o

aluno deitado e flexionar os joelhos, apoiar as mãos na região do pescoço sem imprimir força,

manter os pés presos, elevar o tronco até 45° e voltar à posição inicial durante 1 minuto 8.

Figura 4 – Teste abdominal em 1 minuto.Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

34

Para avaliação da flexibilidade utilizou-se o teste de sentar e alcançar: o avaliado

deve estar sentado, com os pés apoiados no banco e joelhos estendidos. Em seguida o tronco

deve ser flexionado a frente na tentativa de alcançar à maior quantidade de centímetros

possível 8,10,11.

Figura 5 – Teste sentar e alcançar.Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

No teste de impulsão horizontal, indicado para força e agilidade, o avaliado deve

estar com os pés paralelos no ponto de partida. Ao sinal do avaliador, deve saltar no sentido

horizontal, tentando alcançar o ponto mais distante possível. É permitida a movimentação

livre dos braços e tronco. Foram realizadas três tentativas, registrando-se a marca na parte

posterior do pé, sendo considerada a maior distancia alcançada 8.

Figura 6 – Teste de impulsão horizontalFonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

35

Para avaliação da agilidade utilizou-se o teste de corrida sinuosa (Zig Zag), onde

o avaliado correu um percurso sinuoso, demarcado por cinco cones distantes 1,50 metros

entre si, estando a primeira distante 3 metros da linha de partida. No teste, o avaliado fez o

percurso correndo entre os cones no sentido de ida e volta o mais rápido possível. O avaliador

anotou o tempo gasto para realização do teste 8,11.

Figura 7 – Teste de corrida sinuosa (Zig Zag).Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Para avaliação da velocidade utilizou-se a corrida 50 metros: o avaliado percorreu

uma distancia de 50 metros no menor tempo possível. O avaliador posicionou-se na linha de

chegada com um cronômetro 3,11.

Figura 8 – Teste de corrida 50 metros.Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

36

O peso corporal total foi medido através da balança digital, onde o avaliado ficou

em pé, sem calçados e apenas de calções 8.

Figura 9 – Avaliação do peso em balança digital.Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Para a medida da estatura utilizou-se o estadiômetro, onde o avaliado fica

alinhado verticalmente 12.

37

Figura 10 – Avaliação da estatura com estadiômetro Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Após, foi mensurado a quantidades de pelos axilares através da escala de pelos

axilares (APÊNDICE A). Ao término da coleta dos dados, foram iniciados os procedimentos

de analise e discussão dos dados.

38

5.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os dados foram organizados na planilha de cálculo Excel versão Microsoft

Windows XP 2002, e analisados no programa Statdisk 11.0.1 for the Triola of Statistic

Textbooks, 1986-2009.

Para caracterizar as variáveis demográficas, foram empregados procedimentos de

estatística descritiva: distribuição em freqüências e percentuais, cálculo de medidas de

tendência central (média) e de dispersão (desvio-padrão).

As variáveis foram submetidas a um teste de normalidade (Shapiro Wilk), onde

foi confirmada uma distribuição gaussiana dos valores das variáveis (motoras e

antropométricas).

Foram utilizados procedimentos da estatística paramétrica, onde o grau de

associação entre as variáveis foi analisado por meio do coeficiente de correlação de Pearson, o

nível de rejeição da hipótese de nulidade foi de 0,05 (probabilidade alfa de 5%).

Os resultados foram apresentados em forma de gráficos através do programa

Statdisk 11.0.1 for the Triola of Statistic Textbooks, 1986-2009.e para estatística descritiva em

forma de tabelas e gráficos através do Microsoft Excel®.

5.6 ASPECTOS ÉTICOS

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Unisul, com o intuito

de obter a aprovação. Sob aprovação e registrado com o código 10.010.4.08. III foi dado

inicio aos procedimentos de coleta dos dados. Essa pesquisa segue os princípios da Resolução

nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para pesquisas que envolvem seres

humanos. A pesquisa não envolve risco algum ao participante, e ele pode deixar de participar

a qualquer momento, foi ressaltado o direito á privacidade e o direito de permanecer anônimo.

39

6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo será realizada uma analise dos dados da pesquisa, sendo os dados

obtidos expressos em forma de tabelas, gráficos, quadros e figuras, havendo considerações

sobre os resultados obtidos e comparação com outros estudos que abordam assuntos

relevantes e compactuantes com o tema do presente estudo.

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Os participantes do estudo eram compostos 100% do sexo masculino, com média

de idade de 13,55±2,23 anos, sendo que dois praticantes apresentaram idade de 10 anos

(10%), três jovens apresentaram idade de 11 anos (15%), dois praticantes com idade de 12

anos (10%), três praticantes com idade de 13 anos (15%), um jovem com idade de 14 anos

(5%), com 15 anos quatro jovens correspondendo a 20%, quatro jovens praticantes de futsal

com idade de 16 anos, correspondendo a 20%, e apenas um atleta com idade de 17 anos, que

corresponde a 5%.

No que se refere ao nível de escolaridade, a tabela 1 acusa que quatro jovens

(20%) cursam o quarto ano do ensino básico, apenas um participante cursa a quinta série do

ensino fundamental (5%), dois atletas cursam a sexta série (10%) do ensino fundamental, três

jovens (15%) cursam a sétima série do ensino fundamental, dois (10%) cursam a oitava série

do ensino fundamental. Três jovens (15%) cursam o primeiro ano do segundo grau, quatro

jovens (20%) cursam o segundo ano do segundo grau e apenas 1 atleta (5%) cursa o terceiro

ano do segundo grau.

Quanto ao tempo de prática de futsal dois jovens (10%) praticam futsal a 1 ano,

quatro jovens (20%) praticam futsal a 2 anos, também quatro jovens (20%) praticam futsal a 3

anos, três jovens (15%) praticam futsal a 4 anos, cinco jovens (25%) tem 5 anos de prática de

futsal e dois jovens praticam futsal a 6 anos. O tempo médio de prática esportiva é de

3,55±1,57 anos, conforme descrito na Tabela 1.

40

Tabela 1 – Caracterização da amostraVariáveis N %

Sexo Masculino 20 100%

Idade 10 anos 2 10%11 anos 3 15%12 anos 2 10%13 anos 3 15%14 anos 1 5%15 anos 4 20%16 anos 4 20%17 anos 1 5%

Escolaridade 4°série do ensino básico 4 20%5° série do ensino fundamental 1 5%6° série do ensino fundamental 2 10%7° série do ensino fundamental 3 15%8° série do ensino fundamental 2 10%

1° ano do segundo grau 3 15%2° ano do segundo grau 4 20%3°ano do segundo grau 1 5%

Categoria Sub 11 5 25%Sub 13 5 25%Sub 15 5 25%Sub 17 5 25%

Tempo de Prática 1 ano 2 10%2 anos 4 20%3 anos 4 20%4 anos 3 15%5 anos 5 25%

6 anos 2 10%Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

6.2 VARIÁVEIS ANTROPOMETRICAS

No presente estudo, as variáveis %GC e IMC não apresentaram correlação

significativa (p<0,01) com a idade cronológica, ao contrario das variáveis peso e altura, que

obtiveram valores significativos, conforme descritos na Tabela 2.

41

Tabela 2 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre idade cronológica e as variáveis antropométricas

Variáveis r p%GC -0, 087 0, 715

IMC (Kg/m2) 0, 437 0, 054Massa Corporal (Kg) 0, 701 < 0,01 *

Estatura (cm) 0, 846 < 0,01 **Correlação de Pearson estatisticamente significativo Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

As Tabelas 3 e 4, descrevem a média e o desvio padrão das características

antropométricas avaliadas no presente estudo, relacionadas por posições do futsal e por

categorias (sub 11, sub 13, sub 15 e sub 17) respectivamente. Resultados que vão de encontro

ao estudo realizado por Cyrino31, onde foi avaliado as características antropométricas de 8

atletas de futsal, do sexo masculino e com idade de 16,87 ± 0,83 anos.

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Analisando a média da massa corporal em relação às posições específicas do jogo

de futsal, percebe-se que os goleiros atingiram um valor de 63,20±15,25 kg, mais alto que as

Tabela – 3 Características Antropométricas (Média e Desvio Padrão) dos praticantes de futsal, de acordo com as posições de jogo (n = 20)

VariáveisGoleiros

(n=4)Alas (direito)

(n=4)Alas (esquerdo)

(n=4)Pivôs(n=4)

Fixos(n=4)

MC(Kg) 63,20±15,25 51,92±10,97 50,42±11,37 51,85±14,54 51,27±18,02Estatura (cm) 166±9,76 160,25±13,52 156,25±10,78 159±15,18 157,25±18,85IMC (Kg/m2) 22,71±3,82 20,03±1,61 20,40±1,97 20,09±2,25 20,06±2,76

(%) GC 25,35±10,58 16,87±4,24 18,50±4,19 20,14±5,10 20,18±7,93

Tabela - 4 Características Antropométricas (Média e Desvio Padrão) dos praticantes de futsal de acordo com a categoria (n=20)

Variáveis Sub11 Sub13 Sub15 Sub17MC(Kg) 37,90±6,02 51,84±17,34 60,34±1,19 64,86±3,48

Estatura (cm) 1,42±0, 074 1,58±0, 076 1,67±0, 033 1,72±0, 026IMC (Kg/m2) 18,78±1,22 20,30±4,48 21,55±0,76 22,02±0,81

(%) GC 18,17±5,52 23,78±9,64 19,73±4,77 19,17±6,99

42

demais posições, que obtiveram uma média entre 50 e 52 kg. Comparando entre as categorias,

observa-se que houve um aumento contínuo em relação ao aumento da idade cronológica.

Um estudo realizado por Levandoski avaliou a massa corpórea de 11 atletas com

idade entre 15 e 17 anos e obteve uma média de 62,47 kg 24. Já em outro estudo obteve-se

uma média da massa corporal entre 59,28 kg, pesquisa esta realizada com 20 atletas de futsal

com idade entre 14 e 15 anos 25.

Com relação à estatura, observa-se também que os goleiros atingiram valores mais

altos em relação às outras posições, atingindo valores médios de 166 centímetros, enquanto as

demais posições aparecem com média entre 156 e 162 centímetros.

Em um estudo realizado por Tozzetto25, a media da estatura corporal esteve em

169,78 centímetros. Outra pesquisa que avaliou a estatura de 226 atletas de futebol com idade

entre 12 e 16 anos, chegou a uma média de 149,14 centímetros 26. Resultados que corroboram

com os achados de Borges27, que analisou as características antropométricas de 79

adolescentes com 13 anos de idade, e a média da estatura neste estudo foi de 156,9

centímetros.

Uma outra pesquisa com relação adiposidade corporal avaliou 28 escolares do

sexo masculino com idade entre 14 e 15 anos, verificando um nível de IMC com média de

20,74 kg/m2. 28

No presente estudo verificou-se um valor do IMC mais alto nos goleiros, em cerca

de 22,5 kg/m2, enquanto as demais posições encontram-se em valores muito próximos. Na

comparação pro categoria observa-se um aumento linear de acordo com maior idade.

Em seu estudo, Dias avaliou o perfil antropométrico de 232 atletas de 8 a 18 anos.

Neste estudo a média do IMC esteve entre 18 para a categoria sub 11, 19 para a categoria sub

13, 20 na categoria sub 15 e 21 na categoria sub 17 29.

Em relação ao percentual de gordura corporal, novamente os goleiros alcançaram

valores mais altos que as demais posições do futsal, atingiram valores médios de 25,35±10,58

% de gordura corporal, já as demais posições atingiram valores mais baixos, estando entre 16

e 22 % de gordura corporal.

O mesmo estudo de Dias29 demonstra o % de gordura em valores médios dos 232

atletas entre 16,35 %.

Uma pesquisa relacionada à composição corporal e aptidão física com 16 atletas

com idade entre 15 e 17 anos e obteve uma média de porcentagem de gordura de 14,26%30.

43

Gráfico 1 – Média da massa corporal dos praticantes de futsal,

de acordo com as posições de jogo (n=20)

Goleiro AlaE AlaD Fixo Pivo

Posição

50

52

54

56

58

60

62

64

Média da Massa Corporal (Kg)

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Gráfico 2 – Média da estatura dos praticantes de futsal,

de acordo com as posições de jogo (n=20)

Goleiro AlaE AlaD Fixo Pivo

Posição

156

158

160

162

164

166

Média da Estatura (cm)

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

44

Gráfico 3 – Média do IMC dos praticantes de futsal, de acordocom as posições de jogo (n=20)

Goleiro AlaE AlaD Fixo Pivo

Posição

20,0

20,5

21,0

21,5

22,0

22,5

23,0

Média do IMC (Kg/m2)

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Gráfico 4 – Média da %GC dos praticantes de futsal, de acordo

com as posições de jogo (n=20)

Goleiro AlaE AlaD Fixo Pivo

Posição

16,0

18,0

20,0

22,0

24,0

26,0

Média da %GC

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

45

6.3 VARIÁVEIS MOTORAS

Para Machado, ao ser investigado a relação do desempenho motor com idade

cronológica, procura-se diagnosticar as possíveis diferenças biológicas entre indivíduos de

mesma idade no desempenho das tarefas motoras. Fator este, considerado de extrema

importância, nem sempre levado em conta entre os profissionais envolvidos no ensino ou no

treinamento da criança e do adolescente, quer no ambiente da Educação Física ou naqueles

que envolvem competições esportivas juvenis 32.

Os testes realizados no presente estudo indicaram dados estatisticamente

significativos (p<0,01) nas variáveis motoras, conforme apresentado na Tabéla 5. Observa-se

que houve correlação significativa entre os testes de Zig Zag (r = -0, 800), abdominal em 1

minuto (r = 0, 696), impulsão horizontal (r = 0, 874) e corrida de 50 metros (r = 0, 600).

Resultados que vão de encontro aos dados da pesquisa realizada por Braz e Arruda, onde

foram observadas diferenças para o desempenho motor com o avançar das idades. Desta

forma, os resultados indicam que as modificações no desempenho motor ocorrem de forma

acentuada até os 17 anos33.

Tabela 5 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre a idade cronológica e as variáveis motoras

Variáveis r pZig Zag (s) -0, 800 < 0,01 *

Abdominal (rep.) 0, 696 < 0,01 *Impulsão Horizontal (cm) 0, 874 < 0,01 *

Flexibilidade (cm) -0, 170 0, 47450m (s) 0, 600 < 0,01 *

*Correlação de Pearson estatisticamente significativo (p<0,01)Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Tabala 6 - Características Motoras (Média e Desvio Padrão) dos praticantes de futsal de acordo com as categorias ( n = 20 )

Variáveis Sub 11 Sub 13 Sub 15 Sub 17Zig Zag (s) 7,19 ± 0,25 7,12 ± 0,52 6,54 ± 0,25 6,40 ± 0,13

Abdominal (rep.) 51,2 ± 1,14 50,8 ± 5,97 57,6 ± 1,14 60,8 ± 5,52IH (cm) 1,59 ± 0,06 1,71 ± 0,04 1,99 ± 0,14 2,13 ± 0,15

Flexibilidade (cm) 42,34 ± 4,14 38,52 ± 10,09 39,45 ± 3,55 38,1 ± 2,8250m (s) 11,09 ± 0,29 10,84 ± 2,81 9,41 ± 0,62 9,12 ± 0,35

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

46

A média do tempo gasto no teste de Zig Zag na categoria sub 11 foi de 7,19±0,25,

havendo um decréscimo do tempo gasto de acordo com o aumento da idade cronológica,

enquanto que na categoria sub 17 o tempo gasto foi de 6,40 segundos.

O resultado médio da categoria sub 11 no teste abdominal em 1 minuto foi de

51,2±1,14 repetições, enquanto que na categoria sub 17 a média aumentou para 60,8±5,52. Já

outro estudo 24 obteve o valor médio de 37,53 ± 5,93 repetições por minuto, enquanto outra

pesquisa 26 obteve a média entre 38.91 ± 7.68. Estes dados indicaram um menor desempenho

nos jogadores das categorias sub 11 e sub 13 quando comparados aos atletas das demais

categorias, resultados que corroboram com um estudo parecido realizado por Dias29.

A correlação positiva encontrada no teste de impulsão horizontal corrobora os

achados de Seabra26, no sexo masculino a força muscular aumenta linearmente com a idade

cronológica desde o início da infância até aproximadamente os 13/14 anos, havendo a partir

daí uma marcada aceleração no seu desenvolvimento. Para Ulbrich2, a correlação entre a

idade cronológica e as medidas de desempenho motor foi significante (p < 0,01) no salto

horizontal, indicando uma tendência dos jovens com maior massa corporal e estatura, portanto

mais velhos e mais maturos apresentarem resultados superiores nos testes de desempenho

motor.

Os resultados estimados de uma pesquisa realizada demonstraram que a

capacidade motora velocidade aumenta linearmente no decorrer das idades que compreendem

a fase de crescimento. Indo ao encontro com os resultados aqui obtidos, onde nota-se uma

diminuição no tempo de percurso do teste 50 metros em relação ao aumento da idade

cronológica idade35.

De maneira geral, para Ré3, os jovens com maior idade cronológica apresentaram

valores superiores nos testes de desempenho motor e isto pode ser confirmado pelos

resultados aqui encontrados.

Neste estudo esta tendência mostrou-se diferente apenas para a flexibilidade,

corroborando com o estudo de Braz e Arruda 33.

6.4 DESENVOLVIMENTO BIOLÓGICO

No presente estudo, observa-se que 7 jovens obtiveram o estágio de pilosidade

axilar no nível 1, todos entre as categorias Sub 11 e sub 13. Já para o nível 2 de pilosidade

47

axilar, dos 10 jovens neste nível, nenhum apresentou idade menor que 12 anos, e no nível 3 de

pilosidade axilar, dos 3 jovens que apresentaram esta nível nenhum apresentou idade menor

que 16 anos, dados descritos a seguir na Tabela 7.

Tabela 7 - Estágio de pilosidade de acordo com a idade em anos (n=20)

Idade (anos)

Pilosidade1 2 3

Freqüência10 2 0 011 3 0 012 1 1 013 1 2 014 0 1 015 0 4 016 0 2 217 0 1 1

Total 7 10 3Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Verifica-se na tabela 8 correlação significativa (r=0, 853) entre a idade

cronológica e o estágio de pilosidade.

Tabela 8 - Coeficiente de correlação de Pearson (r) entre a idade cronológica e o estágio de pilosidade axilar

Variável r pEstágio de Pilosidade 0, 853 < 0,01 *

*Correlação de Pearson estatisticamente significativo (p<0,01) Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010

Em uma pesquisa realizada através dos estágios maturacionais, pode-se observar

que os jovens mais avançados tiveram um aumento em relação aos tardios em todos os grupos

avaliados. Observaram também que em todas as faixas etárias, os indivíduos em estágios

maturacionais mais avançados apresentaram massa corporal e estatura significantemente

superiores em comparação com os mais tardios. Um aspecto a ser considerado nesse sentido é

o fato de que os jovens com maturação física precoce podem ter certa vantagem em

modalidades esportivas que privilegiem um maior tamanho corporal 25.

48

Em contrapartida, um estudo coloca em seus resultados que não foram localizadas

diferenças significantes na maioria das comparações entre grupos de diferentes estágios

maturacionais dentro de uma mesma faixa etária e indicam que os diferentes estágios

maturacionais não foram decisivos para uma melhor performance nos testes de desempenho

motor 3.

Uma pesquisa relata que não foram observadas diferenças estatisticamente

significantes dos níveis de maturação sexual dentro de cada grupo etário, para as variáveis:

corrida de 9 minutos, abdominais, salto horizontal, corrida de 30 metros e sentar e alcançar. A

única variável que apresentou diferença significante entre os estágios de maturação foi força

de membros superiores (p≤0,001)34.

Para Ré3, quanto às características antropométricas, os jovens de estágios

maturacionais mais avançados, pertencentes à mesma faixa etária, tiveram uma tendência a

apresentar uma maior massa corporal e estatura.

De acordo com pesquisas da área, crianças com maturação precoce apresentam,

em média, uma grande tendência a ter maior estatura e massa corporal em todas as faixas

etárias, com o aumento de massa muscular ocorrendo ligeiramente após o pico de velocidade

de crescimento4.

49

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com as análises realizadas, concluiu-se de modo geral, que nos jovens

atletas foram observadas diferenças significantes principalmente nos componentes da aptidão

motora (zig-zag, abdominais, impulsão horizontal, e cinqüenta metros) com a idade

cronológica.

De acordo com estes resultados, a forma de agrupamento por idade utilizada na

prática esportiva para treinamento e competição no período de treinamento infanto-juvenil é

adequada.

Na formação da atleta, há sempre a interferência do processo de crescimento e

maturação, que é individual e inerente a cada um, e vai determinar além de seu

desenvolvimento, de que maneira ele vai responder às ações do treinamento e da competição.

É primordial, portanto, o acompanhamento e avaliação regulares. Acredita-se que

muitas outras variáveis, além do crescimento e composição corporal, interagem e se

compensam, para a formação de um atleta de sucesso.

Vários estudos citados neste trabalho são unânimes em afirmar que crianças e

adolescentes poderão apresentar o estirão de crescimento em ritmos distintos, deste modo,

pode-se concluir que é de suma importância uma avaliação completa de cada atleta,

relacionando fatores antropométricos e motores associados ao desenvolvimento biológico dos

jovens, não apenas dando ênfase a idade cronológica.

Por tratar-se de uma modalidade coletiva, atletas com diferentes características

podem formar equipes de sucesso competitivo, pois além de fatores individuais, o grupo e as

táticas adotadas também serão responsáveis pelo bom rendimento.

Por fim, deixa-se uma sugestão para um futuro estudo que analise as

características motoras e antropométricas associadas ao nível de desenvolvimento biológico

entre jovens da mesma idade cronológica, com o intuito de observar as diferenças entre os

atletas.

50

REFERÊNCIAS

1 Silva, L.R.R. Desempenho esportivo: treinamento com crianças e adolescentes. São Paulo: Phorte, 2006.

2 Ulbrich A.Z. et al. Physical fitness in children and adolescents in diferents maturacion stages. Fit Perf J. 2007; 6(5):277-82.

3 Ré, A.H.N; Bojikian, L.P; Teixeira, C.P; Böhme, M.T.S. Relações entre crescimento, desempenho motor, maturação biológica e idade cronológica em jovens do sexo masculino. Rev. bras. Educ. Fís. Esp. abr./jun. 2005 São Paulo, v.19, n.2, p.153-62

4 Ré, A.H.N; Teixeira, C.P; Massa, M; Böhme, M.T.S. Interferência de características antropométricas e de aptidão física na identificação de talentos no futsal. R. bras. Ci. e Mov. 2003; 11(4): 51-56.

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7 Dacosta, Lp. Atlas of sports in Brazil : atlas of sports, of physical education, and of physical activities for health and for leisure in Brazil. Rio de Janeiro: Shape, 2005. 923 p. ISBN 8585253622

8 Pitanga, F. J.G. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2005.

9 Alter, Michael J. Ciência Da Flexibilidade. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.

10 Norton, K; Olds, T. Antropométrica: um livro sobre medidas corporais para o esporte e cursos da área da saúde. Porto Alegre: Artmed, 2005.

11 Heyward, V.H; Stolarczyk, L.M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo: Editora Manole, 2000.

12 Barbanti, V.J. Teoria e prática do treinamento esportivo. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1997.

13 Gallahue, D.L; Ozmun, J.C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005.

51

14 Fleck, S.J; Krarmer, W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

15 Bosco, C. A força muscular: aspectos fisiológicos e aplicações práticas. São Paulo: Phorte, 2007.

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18 Gil A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1988.

19 Thomas, J.R; Nelson J.K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002

20 Gil, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991

21 Köche, J.C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa.15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

22 Campana A.O; Padovani C.R; Iaria C.T; Freitas C.B.D; De Paiva S.A.R; Hossne W.S. Investigação científica na área médica. 1st ed. Sao Paulo: Manole; 2001

23 Fletcher, R.H; Fletcher S.W; Wagner E.H. Epidemiologia clínica: elementos essenciais. 3rd ed. Porto Alegre: Artmed; 2003

24 Levandoski G; Cardoso F.L; Cieslak F; Cardoso A.S. Perfil somatótipo, variables antropométricas, aptitud física y desempeño motor de atletas juveniles de futsal femenino de la ciudad de Ponta Grossa (Paraná-Brasil). Fit Perf J. 2007;6(3):162-6.

25 Tozetto A.V.B; Milistetd M; Hoffmann J.K; Ignachewski WL. Influência da maturação e tempo de treino na potência aeróbia em adolescentes praticantes de futsal. Cinergis – Vol 10, n. 1, p. 54-62 Jan/Jun, 2009

26 Seabra A; Maia J.A; Garganta R. Crescimento, maturação, aptidão física, força explosiva e habilidades motoras específicas. Estudo em jovens futebolistas e não futebolistas do sexo masculino dos 12 aos 16 anos de idade. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2001, vol. 1, nº 2 [22–35].

27 Borges, F.S; Matsudo, S.M.M; Matsudo, V.K.R. Perfil antropométrico e metabólico de rapazes pubertários da mesma idade cronológica em diferentes níveis de maturação sexual. R. bras. Ci.e Mov. 2004; 12(4): 7-12.

28 Pinho R.A; Petroski E.L. Adiposidade corporal e nível de atividade física em adolescentes. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Volume 1 – Número 1 – p. 60-68 – 1999

52

29 Dias et al. Características antropométricas e de desempenho motor de atletas de futsal em diferentes categorias. Rev. Bras.Cineantropom. Desempenho Hum. 2007;9(3):297-302

30 Levandoski G; Cieslak F; Santos T.K; Carvalho F.K; Rocha A.M.B; Ogg F. Composição corporal e aptidão física em atletas juvenis de futsal da cidade de Ponta Grossa. Fit Perf J. 2009; jan-fev: 8(1): 27-31.

31 Cyrino E.S; Altimari L.R; Okano A.H; Coelho C.F. Efeitos do treinamento de futsal sobre a composição corporal e o desempenho motor de jovens atletas. Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília v. 10 n. 1 p. P.41-46 Janeiro de 2002

32 Machado, D.R.L. Maturação esquelética e desempenho motor em crianças e adolescentes. 2004. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.

33 Braz V.T; Arruda M. Diagnóstico do desempenho motor em crianças e adolescentes praticantes de futebol. Movimento & Percepção, Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 9, n. 13, Jul./Dez. 2008- ISSN 1679-8678.

34 Bojikian, L.P; Luguetti, C.N; Böhme, M.T.S. Aptidão física de jovens atletas do sexo feminino em relação aos estágios de maturação sexual. R. bras. Ci e Mov. 2006; 14(4): 71-78.

35 Roman, E.R. Crescimento, composição corporal e desempenho motor de escolares de 7 a 10 anos de idade do município de Cascavel – PR. 2004. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2004.

53

APÊNDICE

54

APÊNDICE A – Escala de pilosidade axilar

55

IDADE AUSENCIA TOTAL DE

PÊLOS AXILARES

POUCA PRESENÇA DE

PÊLOS AXILARES

GRANDE PRESENÇA DE

PÊLOS AXILARES

1011121314151617

56

ANEXOS

57

ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

58

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA-UNISUL COMISSÃO DE ÉTICA

EM PESQUISA – CEP UNISUL TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO.

A Universidade do Sul de Santa Catarina, através do acadêmico do curso de Fisioterapia Tiago Duarte Vieira, sob a orientação do Professor Rodrigo da Rosa, está desenvolvendo uma pesquisa intitulada “RELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E A IDADE CRONOLÓGICA EM JOVENS PRATICANTES DE FUTSAL”.

Esta pesquisa será realizada com os atletas participantes da liga desportiva ADESC, no município de Tubarão SC, e tem como objetivo principal Relacionar as características biológicas (características antropométricas e motoras) com a idade cronológica de crianças e adolescentes praticantes de futsal.

Não existem riscos associados à pesquisa, uma vez que a coleta de dados consta apenas de analises das características morfológicas dos atletas e realização de testes, os quais os atletas já estão habituados a desenvolverem, como de velocidade e agilidade.

Este estudo procura ressaltar a importância de uma avaliação completa das características de cada atleta, para poder então prevenir lesões e prescrever o treinamento ideal para cada atleta.

Se o Sr.(ª) estiver de acordo que seu filho participe, garantimos que as informações fornecidas serão utilizadas somente neste trabalho.Da mesma forma, se houver alguma duvida em relação aos objetivos e procedimentos da pesquisa ou se o Sr.(ª) quiser que se filho(a) desista do mesmo, poderá a qualquer momento entrar em contato conosco pelos telefones 99469303 ou 36241960 ou pessoalmente.

Eu,_____________________________________________________________________,RG:____________________ CPF:______________________,abaixo assinado, autorizo meu filho em participar do estudo: “Relação entre as características biológicas (antropométricas e motoras) com a idade cronológica de jovens praticantes de futsal”, como responsável. Fui devidamente informado e esclarecido pelos pesquisadores Tiago Duarte Vieira e Rodrigo da Rosa Iop sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento. Local e data: _______________________________________________________________

Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:___________________________________________. Obrigado!

59

____________________________ ______________________________ Prof. Rodrigo da Rosa Iop Tiago Duarte Vieira

Pesquisador Responsável/Orientador Pesquisador Principal

60

ANEXO B – Declaração de ciência e concordância das instituições envolvidas

61

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINAAv. José Acácio Moreira, 787 - Bairro Dehon - Cx. Postal 370

88704-900 - Tubarão - SCFone: (48) 621-3000

DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA E CONCORDÂNCIA DAS INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Tubarão, 18 de novembro de 2010

Com o objetivo de atender às exigências para a obtenção de parecer do Comitê de Ética

em Pesquisa - CEP-UNISUL, os representantes legais das instituições envolvidas no projeto

de pesquisa intitulado “RELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E

A IDADE CRONOLÓGICA EM JOVENS PRATICANTES DE FUTSAL" declaram

estarem cientes e de acordo com seu desenvolvimento nos termos propostos, lembrando aos

pesquisadores que na execução do referido projeto de pesquisa, serão cumpridos os termos

da Resolução 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde.

_____________________________________________Ass. Pesquisador responsável (UNISUL)

Rodrigo da Rosa Iop

_____________________________________________Ass. do responsável pela Instituição (UNISUL)

Ralph Fernando Rosas(Coordenador de Curso)

_____________________________________________________

Ass. do responsável da outra Instituição (de outra instituição)Rafael Vanz Borges

Presidente da ADESC

Adaptado de: CEFID / UDESC

62