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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GUILHERME SILVA PIRES MARIANA DE PELLEGRIN DE AGOSTIN AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE JIU-JÍTSU Tubarão 2009

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GUILHERME SILVA PIRES

MARIANA DE PELLEGRIN DE AGOSTIN

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE JIU-JÍTSU

Tubarão

2009

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GUILHERME SILVA PIRES

MARIANA DE PELLEGRIN DE AGOSTIN

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE JIU-JÍTSU

Trabalho de conclusão de curso apresentada ao Curso de Fisioterapia Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título em bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Prof.M. Sc Ralph Fernando Rosas

Tubarão

2009

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GUILHERME SILVA PIRES

MARIANA DE PELLEGRIN DE AGOSTIN

AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE EM ATLETAS DE JIU-JÍTSU

Este trabalho de conclusão de curso foi adequado à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 16 de novembro de 2009.

___________________________________________________ Prof. e orientador Ralph Fernando Rosas, M.Sc

Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________________________ Prof. Fabiana Durante de Medeiros, M.Sc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________________________

Dr. Marcelo Augusto Gioscia Fortunato, Esp.

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DEDICATÓRIA

Eu Guilherme, dedico esse trabalho

aos meus pais, que sem dúvida

nenhuma, são os grandes

responsáveis por essa vitória, a

minha irmã, que sempre me

incentivou, a minha namorada, que

me apoiou em todos os momentos,

e a toda minha família, que sempre

me depositou muita confiança.

Eu Mariana, dedico esse trabalho

aos meus pais, que em todos os

momentos, estiveram ao meu lado e

a todo instante, tinham a certeza

que eu conseguiria realizar o meu

objetivo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, por todos os momentos maravilhosos que

tenho em minha vida, pela força concedida nesta jornada e por esta conquista realizada,

e por tudo que ainda ele irá me ajudar em minha vida.

Aos meus pais Licínio (Noca) e Katia, pelo amor, carinho, dedicação,

compreensão, oportunidades, paciência, enfim, meus pais sem dúvida nenhuma são

merecedores e grandes responsáveis por essa vitória, amo vocês.

Agradeço a minha irmã Mariana, por todos os momentos de apoio, carinho

na construção desse sonho, e confiança depositada em mim, e ao meu cunhado Geovani,

por me dar muito incentivo, e credibilidade.

Agradeço a minha namorada Vanessa, por ter me dado apoio, em todas as

horas, em todos os momentos, inclusive nos momentos de loucura e extrema raiva,

esteve sempre ao meu lado, me passando tranquilidade e torcendo por mim, e

acreditando que eu seria vitorioso, muito obrigado amor.

Agradeço a todos os meus familiares, que torceram, rezaram, e sempre

tiveram orgulho de mim, a vocês agradeço do fundo do coração, todo esse carinho, e em

especial a minha avó Maria do Carmo Silva, e ao meu avô Pedro Pereira Silva (in

memorian), que com certeza foi uma das pessoas que mais torceu e sempre desejou que

esse dia chegasse, obrigado meu avô, te amo pra sempre, “Na continuidade da vida o

exemplo de um grande Homem”.

Ao meu orientador e ao meu grande amigo, Ralph Fernando Rosas, que

colaborou da melhor maneira possível para a realização deste trabalho, sempre disposto

a esclarecer todas as dúvidas, sempre muito atencioso, mesmo com uma certa grosseria,

violência e ignorância, a ti meu amigo te agradeço por tudo, sem dúvida nenhuma, um

amigo que jamais esquecerei.

Agradeço ao meu amigão Argus (in memorian) meu cachorro, que tanto

soube me escutar, me dar carinho durante todos esses anos, as minhas cachorras Nikita e

Kyara, ao meu cachorro Renzo, e aos meus piriquitos Tobias e Valentina, obrigado a

todos vocês.

Agradeço a todos os meus amigos que sempre torceram por mim, me deram

apoio e me depositaram muita confiança sempre, de coração, obrigado a todos vocês.

Agradeço a minha amiga Mariana, que fez a pesquisa comigo, sempre muito

dedicada, esforçada, companheira, e que sempre soube ser uma pessoa na qual tive

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confiança, a ti Mariana, te desejo todo o sucesso do mundo, que tenhas um grande

sucesso na tua caminhada, e se precisares de mim estarei disposto a te ajudar no que for

possível, uma grande amiga que fiz no decorrer de todos esses anos.

Enfim, agradeço a todos que fizeram parte da nossa amostra, que se

despuseram a participar, e assumiram esse compromisso conosco, muito obrigado a

todos.

Guilherme Silva Pires

Primeiramente a Deus, que nos momentos difíceis recorri, sempre esteve

presente comigo me ajudando e dando forças para vencer mais um objetivo em minha

vida.

A Augusto Dagostin (Gustão) e Maria do Carmo de Pellegrin de Agostin

(Nena), meus pais pelo amor, carinho, dedicação e confiança. Pela oportunidade de

estudo que me proporcionaram e educação que recebi. Amo vocês.

Aos meu avós Olga e Octávio (in memorian), que não puderam estar

presentes nesta etapa da minha vida, mais seja onde estiverem me deram forças

suficientes para vencer.

Agradeço a minhas amigas Evelin e Rayane que sempre me apoiaram, me

entenderam e estiveram ao meu lado.

A toda minha família pelo apoio nos momentos difíceis dessa jornada, que

estiveram sempre me apoiando e acreditando em meu potencial.

Agradeço minha tia Inês, meus tios Toni e Paulo, que sempre que precisei

estavam prontos para me ajudar.

Agradeço ao professor orientador Ralph Fernando Rosas, por esclarecer

dúvidas e estar sempre à disposição para realização deste trabalho.

Agradeço a banca examinadora por aceitarem o convite para participarem da

banca.

A minha amiga Josy, agradeço por me proporcionar momentos

maravilhosos ao seu lado durante toda essa jornada.

Ao meu amigo Guilherme, com quem realizei esse trabalho, sempre

esforçado, companheiro e acima de tudo amigo, desejo tudo de bom para você nessa

nova etapa, obrigado pela sua amizade.

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Enfim agradeço a todos que de uma forma ou de outra, me ajudaram para a

realização desse trabalho, a todos vocês muito obrigado.

Mariana de Pellegrin de Agostin

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“Há homens que lutam um dia e são bons.

Há outros que lutam um ano e são melhores.

Há os que lutam muitos anos e são muito bons.

Porém, há os que lutam toda a vida.

Esses são os imprescindíveis”.

(Bertold Brecht)

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RESUMO

A flexibilidade é indiscutível para qualquer atividade realizado em nosso cotidiano.

Com o aumento da flexibilidade, os exercícios podem ser realizados com maior

influência, de modo eficaz e harmonia em expressá-los, sendo que a flexibilidade é de

extrema importância pra o desempenho da luta, onde a mesma nos quadris e nas pernas

permite ao lutador baixar o centro de gravidade para uma posição defensiva. Essa

pesquisa teve como objetivo analisar a flexibilidade dos atletas de jiu-jítsu em

diferentes horários de treinamento com testes de flexibilidade (banco de Wells, teste de

Ott e de Schobber), comparar a mesma em antes e após o treino em cada período. A

amostra foi composta por 15 atletas de jiu-jítsu da Associação Cultural Recreativa

Esportiva, da Universidade do Sul de Santa Catarina, do gênero masculino, que

realizaram o treinamento diariamente e sempre nos mesmos horários, idade entre 15 e

30 anos, dominância destra, índice de massa corporal (IMC) máximo grau II. Os dados

foram analisados pelo teste estatístico de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, que mostrou

que não houve diferença estatística na flexibilidade antes e após os treinos.

Palavras–chaves: flexibilidade. esportes (jiu–jítsu). ritmos circadianos.

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ABSTRACT

Flexibility is undeniable to any activity carried out in our daily life. With increased

flexibility, exercises can be performed with greater influence, effectively and in

harmony to express them, and that flexibility is extremely important to the performance

of the fight, where the same hips and legs allows the fighter lower the center of gravity

to a defensive position. This study aimed to analyze the flexibility of the athletes in jiu-

jítsu in different training schedules with flexibility tests (stock Wells, test and Schobber,

Ott), compared to the same before and after training in each period. The sample

consisted of 15 athletes in jiu-jítsu Associação Cultural Recreação de Esportes of

Universidade of Sul of Santa Catarina, males, who were training every day and always

at the same time, aged between 15 and 30 years, hand dominance, body mass index

(BMI) than grade II. The data were analyzed using the statistical Mann-Whitney and

Kruskal-Wallis test, which showed no statistical difference.

Key – words: flexibility. sports (jiu – jítsu). circadian rhytms.

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LISTA DE QUADROS Quadro 1- Dados medidos à idade (anos), massa corporal (quilos), altura (metros) e índice de massa corporal (IMC) do Grupo Vespertino.……….......................................27 Quadro 2- Dados medidos à idade (anos), massa corporal (quilos), altura (metros) e índice de massa corporal (IMC) do Grupo Noturno.…………………….......................28 Quadro 3- Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Vespertino perante o banco de Wells, no período da coleta...........................................................................28 Quadro 4 - Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Noturno perante o banco de Wells, no período da coleta..............................................................................29 Quadro 5 - Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Vespertino, perante o teste de Ott, no período de coleta.....................................................................29 Quadro 6 - Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Noturno, perante o teste de Ott, no período de coleta....................................................................................30 Quadro 7 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Vespertino, perante o teste de Schobber, no período de coleta...........................................................30 Quadro 8 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Noturno, perante o teste de Schobber, no período de coleta.......................................................................31

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Distância dedo médio-chão..........................................................................19 Figura 2 - Medidas dos testes de Ott e Schobber.........................................................20

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................13

2 JIU- JÍTSU..................................................................................................................15

2.1 HISTÓRIA.................................................................................................................15

2.2 FLEXIBILIDADE.....................................................................................................15

2.2.1 Conceito.................................................................................................................15

2.2.2 Jiu-jítsu e flexibilidade..........................................................................................16

2.2.2.1 Efeitos da flexibilidade no esporte...................................................................16

2.2.2.2 Fatores que afetam a flexibilidade...................................................................17

2.3 AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE.....................................................................18

2.3.1 Teste de banco de Wells.......................................................................................19

2.3.2 Teste de Ott............................................................................................................19

2.3.3 Teste de Schobber..................................................................................................20

2.4 BENÍFICIOS DA FLEXIBILIDADE.......................................................................20

3.1 CRONOBIOLOGIA..................................................................................................21

3.2 CONCEITO...............................................................................................................21

3.3.1 Cronotipo...............................................................................................................22

3.3.3.1 Influência da hora do dia na flexibilidade.......................................................22

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ........................................................................24

3.1 TIPO DE PESQUISA................................................................................................24

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto à abordagem...............................................................24

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto ao nível........................................................................24

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento.........................................................24

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA...................................................................................25

3.3 INTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS.................................25

3.4 PROCESSO DE COLETA DE DADOS...................................................................26

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS........................................................26

3.6 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA (CEP) ..........................................................26

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.................................................................27

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................33

REFERÊNCIAS.............................................................................................................34

APÊNDICE ....................................................................................................................38

APÊNDICE A - Ficha de avaliação..............................................................................39

ANEXO ...........................................................................................................................40

ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido..........................................41

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1 INTRODUÇÃO

No jiu-jítsu a luta exige uma grande amplitude de movimento, onde a falta

de flexibilidade pode influenciar como fator limitante do movimento durante as lutas de

jiu-jítsu. A flexibilidade interfere diretamente na amplitude de movimento e a carência

nesta modalidade esportiva pode interferir na performance do atleta.

A flexibilidade pode ser definida como componente de aptidão física,

caracterizando-se pelos movimentos de uma articulação ou um grupo de articulações,

podendo se relacionar à capacidade de alcançar a máxima amplitude de movimento

possível, sem comprometer a integridade músculo-tendínio e articular. (1)

Existem na flexibilidade limitações. Entre elas destaca-se o formato das

superfícies articulares, ligamentos e tendões e ressalta - se o excesso de gordura ou de

massa muscular. Essas limitações atuam em alguns grupos musculares fazendo com que

o tronco seja impedindo por algum limite mecânico de aproximar - se dos membros

inferiores. (2)

Os ritmos cronobiológicos influenciam os fatores fisiológicos e as

habilidades motoras. Os fatores fisiológicos afetados incluem: força, energia e

resistência. Entre as habilidades motoras influenciadas estão a coordenação e o tempo

de reação. Os fatores físicos como concentração, movimentos, força mental e resistência

são itens muito importantes para o bom desempenho do atleta. (3)

Para avaliarmos a flexibilidade em atletas utilizamos alguns testes, como

banco de Wells, Ott e Schobber. Os referidos servem para avaliar a capacidade da

flexibilidade que cada atleta possui.

Estudos relacionados à flexibilidade destacam que é importante realizar a

avaliação dos atletas em horários e períodos diferentes, para verificação dos períodos e

horários em que os atletas têm maior nível de flexibilidade, podendo assim classificar o

seu cronotipo. (4)

Alguns estudos demonstram que à flexibilidade em atletas de jiu-jítsu em

diferentes horários são poucos estudados. Sabemos que é de extrema importância para

os atletas que praticam essa modalidade. O atleta que não possui uma boa flexibilidade,

não consegue realizar os golpes necessários pra um bom desenvolvimento durante a

luta.

Sabe-se que o resultado de qualquer programa de flexibilidade, pode tornar-

se mais previsível e menos casual quando certos princípios biológicos forem

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compreendidos e aplicados. A flexibilidade pode ser usada construtivamente para

melhorar o bem estar de uma pessoa, mas por outro lado pode ser usada em detrimento

do bem estar do indivíduo. (4)

Estudos cronobiológicos demonstram que praticamente todas as variáveis

fisiológicas apresentam uma flutuação regular e periódica em sua intensidade ao longo

de 24 horas do dia. O organismo do ser humano responde de maneiras diferentes de

acordo com a hora do dia. (3)

A pesquisa foi desenvolvida para identificação do período e horário que o

atleta de jiu-jítsu consegue maior flexibilidade para adaptação de horário, de

treinamento e aquisição de maior amplitude de movimento.

O objetivo geral do trabalho foi analisar a flexibilidade dos atletas de jiu-

jítsu em diferentes horários de treinamento e com diferentes testes. E os objetivos

específicos foram classificar a flexibilidade em atletas do jiu-jítsu ao teste de banco de

Wells; identificar a mobilidade do tronco dos atletas de jiu-jítsu ao teste de Ott e

Schobber; comparar a flexibilidade dos atletas de jiu-jítsu antes e após o treino em cada

horário.

A pesquisa classifica-se em quantitativa por utilizar instrumentos de

medidas para coleta de dados, e de levantamento, pois os próprios pesquisadores

levantaram os dados para realização do estudo.(5)

O trabalho divide-se em cinco capítulos, o primeiro capítulo, destina-se a

introdução deste estudo. No segundo capítulo apresenta-se um referencial teórico. O

terceiro capítulo o delineamento da pesquisa. O quarto capítulo demonstrar e analisar

estatisticamente os resultados obtidos na pesquisa, finalizando com as considerações

finais deste trabalho.

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2 JIU-JÍTSU

O jiu-jítsu é um dos esportes que atraem muitos jovens nos dias atuais. A

luta é exercida com muita garra e determinação entre os atletas, onde cada um procura

conquistar seu espaço entre os melhores praticantes.

2.1 HISTÓRIA

O jiu-jítsu é praticado há pelo menos dois mil anos. É considerado um dos

mais antigos exercícios físicos do mundo, se mantendo até os dias atuais. A palavra jiu-

jítsu tem sido definida de várias formas inclusive como “quebra-músculos”, a

“excelente arte secreta”, a “arte da suavidade” ou a “delicada arte”, mas é impossível

definir em uma ou duas palavras escritas o sentido real de jiu-jítsu. (6)

O jiu-jítsu não pode ser considerado como sistema de defesa pessoal. Não

perde para nenhum sistema de cultura física, e tem poucos rivais como meio de adquirir

agilidade de movimento, perfeito equilíbrio, e, sobretudo, não devendo ser desprezado

como método para desenvolver a força e a musculatura de modo apropriado. Além

disso, é magnífico esporte, superior a todos os demais pelas qualidades mentais, morais

e físicas que põe em jogo. (6)

2.2 FLEXIBILIDADE

A flexibilidade é indiscutível para qualquer atividade realizado em nosso

cotidiano. Não podemos esquecer a importância que ela também nos trás no meio das

atividades esportivas. Com o aumento da flexibilidade, os exercícios podem ser

realizados com maior influência, de modo eficaz e harmonia em expressá-los.

2.2.1 Conceito

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A palavra flexibilidade deriva-se do latim flectere ou flexibilis, que significa

“curvar-se”, ou, “habilidade de ser curvado, flexível”. Na disciplina de ciências da

saúde, talvez uma das definições mais simples de flexibilidade seja a amplitude de

movimento disponível em uma articulação ou grupo de articulações. Para outros,

podemos definir a flexibilidade como a liberdade de movimento, a capacidade de uma

articulação para mover-se com fluidez em sua potência amplitude de movimento, a

habilidade de uma pessoa para mover uma parte ou partes do corpo numa grande

amplitude de movimento intencionais na velocidade requerida. (4)

A flexibilidade pode ser considerada uma das principais variáveis da aptidão

física relacionada à saúde, podendo ser definida como a capacidade de mover uma

articulação através da amplitude de movimento completa. (7)

Definimos flexibilidade como a capacidade mecânica fisiológica que se

relaciona com o conjunto anatômico-funcional de músculos e articulações que intervêm

na amplitude dos movimentos. (8)

Um dos objetivos no desenvolvimento da flexibilidade é o conhecimento e o

domínio do corpo. Com isso podemos diferenciar a flexibilidade em diversos setores,

crianças em idade escolar, pessoas que desejam uma atividade física de manutenção,

dirigida tanto para adultos quanto para idosos, desenvolvimento esportivo, prevenção e

recuperação de lesões. (8)

2.2.2 Jiu-jítsu e flexibilidade

A flexibilidade é de extrema importância pra o desempenho da luta, onde a

mesma nos quadris e nas pernas permite ao lutador baixar o centro de gravidade para

uma posição defensiva. Conseqüentemente, a amplitude de movimento do quadril

permitirá uma melhor técnica defensiva. Esse aumento em confiança enquanto a posição

defensiva permitira que o lutador ataque livremente e não se torne preocupado pelo

medo de realizar um erro e acabar no fundo apenas para ser definhado. (4)

A cintura escapular pode muitas vezes ser usada como ponto de ataque,

quando os lutadores estão no solo. Lutadores que são tensos nos ombros podem ir com

o movimento sobre eles ou sofrer lesões. Quanto maior a flexibilidade ativa, melhor um

lutador estará apto a embrulhar o corpo, braços e pernas em volta de seu oponente. (4)

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2.2.2.1 Efeitos da flexibilidade no esporte

É no meio da população esportiva que o desenvolvimento da flexibilidade

torna-se necessária como qualidade complementar do esporte, ao mesmo tempo ajuda

na otimização dos gestos técnicos. Para isso, são praticados exercícios que melhoram e

mantêm a flexibilidade em geral. (8)

Também são desenvolvidos exercícios mais complexos, destinados para

aquelas pessoas com um maior nível de flexibilidade, normalmente praticantes de

ginástica rítmica, ginásticas esportivas, patinação artísticas, em outras palavras, esportes

nos quais a flexibilidade aparece como um fator indispensável para alcançar um bom

rendimento. (8)

A manutenção de bons níveis de flexibilidade em alguns grupos de

articulações está associada a uma boa coordenação de movimentos, prevenção de

lesões, prevenção de posturas incorretas e redução de dores musculares, região dorsal e

lombar. (9)

Alguns pesquisadores defendem que se desenvolvermos a flexibilidade

adequadamente, produzirá um sistema equilibrado, favorecendo as ações musculares,

sendo importante para movimentos muitos bem executados. Mesmo com o treinamento

de forma adequada, mantendo a integridade dos tecidos conectivos e musculares,

verifica-se um desenvolvimento na reserva de flexibilidade, permitindo ao indivíduo

executas movimentos sem tensões excessivas e diminuição da probabilidade de tensão.

(9)

2.2.2.2 Fatores que afetam a flexibilidade

A inatividade física é a principal causa da falta de flexibilidade. Está

devidamente comprovado que pessoas sedentárias tendem a serem menos flexíveis do

que não são sedentárias. Além disso, o exercício aumenta a flexibilidade. O desuso,

devido à falta de atividade física ou imobilização, produz encurtamento dos músculos e

dos tecidos conjuntivos, o que, por sua vez, restringe a mobilidade articular. (10)

Movimentar as articulações e os músculos em um padrão repetitivo ou

manter posturas corporais habituais podem restringir a amplitude de movimento devido

ao encurtamento do tecido muscular. (10)

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É importante reconhecer que quantidades excessivas de exercícios de

flexibilidade podem ocasionar hipermobilidade ou amplitude de movimento aumentada

das articulações além de valores aceitáveis. A hipermobilidade leva frouxidão ou

instabilidade e pode proporcionar aumento do risco de lesões músculo-esquelético. (10)

Indivíduos com grandes músculos hipertrofiados ou quantidades excessivas

de gordura podem apresentar resultado inferior em testes de amplitude de movimento.

Isso porque as partes mais próximas do corpo nessas pessoas entram em contato umas

com as outras mais depressa do que naquelas com tamanhos menores de membros e

troncos. Entretanto, isso não significa que indivíduos muito musculosos ou obesos têm

pouca flexibilidade. (10)

As articulações possuem flexibilidade que podem ser definidas por quatro

fatores: O formato das superfícies articulares, a tensão na cápsula articular e ligamentos,

massa de partes moles e a extensabilidade dos músculos esqueléticos que controlam o

movimento das articulações. (11)

Os valores da flexibilidade podem ser estimados dependendo da herança

genética de cada indivíduo, podendo também ser diferente em articulações bilaterais e

entre pessoas da mesma família. (12)

O aumento da flexibilidade vai da infância até o princípio da adolescência,

diminuindo ao longo da vida. Um dos fatores que pode causar essa diminuição é a falta

de exercícios e a falta de alongamentos durante a vida. (12)

2.3 AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE

Com a avaliação da flexibilidade podemos perceber se há correlações de

lesões, dor, recuperação dos esportistas. É de extrema importância sabermos esses

parâmetros para avaliarmos até que grau isso pode afetar nas atividades diárias. (13)

Os instrumentos para medir a flexibilidade podem contribuir para responder

a todas essas duvidas, como também para definir as implicações das diferenças de

flexibilidade na saúde e na doença. É necessário que os instrumentos sejam fidedignos,

válidos e acessíveis para avaliar a flexibilidade das diversas articulações. (14)

É insuficiente medir a flexibilidade, pois o que se pretende é analisar com

exatidão os resultados das medidas nas variabilidades individuais. O conhecimento dos

valores de flexibilidade por idade e sexo é importante para o entendimento dos níveis de

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flexibilidade de uma população. Além disso, os testes devem ser realizados

periodicamente, para que se avalie sua evolução. (14)

Avaliando a flexibilidade de uma pessoa e formulando um programa de

treinamento de flexibilidade devem-se considerar não somente os benefícios da

flexibilidade, mas também a possibilidade de lesão e dano de função e desempenho se

ocorrer treinamento sob condições desfavoráveis. Qualquer pessoa deve aproveitar

todas as oportunidades para desenvolver uma boa flexibilidade. (4)

Existem modalidades esportivas em que é importante valorizar a

flexibilidade das articulações que participam predominantemente na execução do gesto

técnico, no qual o maior ou menos grau dessa qualidade física determinará o rendimento

esportivo. (4)

Para avaliar a flexibilidade, devem-se selecionar alguns testes específicos,

como banco de Wells, Ott e Schobber. (14)

2.3.1 Teste de banco de Wells

O teste de banco de Wells permitirá medir a flexibilidade do tronco e pernas.

O indivíduo sentará com os joelhos estendidos, apoiando seus pés descalços

no banco de Wells e posicionará uma mão sobre a outra, mantendo os dois dedos

indicadores sobrepostos, apoiando-os sobre o banco. O indivíduo flexionará o tronco e

colocara a cabeça entre os braços, até a sua amplitude máxima de movimento, não

podendo forçar. Permanecerão estáticas por 2 segundos, três tentativas serão realizadas,

a medida mais alta será à aceita. (15)

Figura 1 – Distância dedo médio-chão. Fonte:Hoppenfeld S, Hutton R. (16)

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2.3.2 Teste de Ott

O teste de Ott determinará a flexibilidade das vértebras torácicas.

O indivíduo ficará em pé, o pesquisador localizará o processo espinhoso da

C7 e determinará um ponto a 30 cm caudais. Com uma inclinação para frente, essa

distância aumentará de 2 a 4 cm e diminuirá de 1 a 2 cm com a inclinação para trás. (15)

2.3.3 Teste de Schobber

O teste de Schobber determinará a flexibilidade das vértebras lombares.

O individuo ficará em pé, será feita uma marca na pele sobre o processo

espinhoso da S1 e outra a 10 cm craniais. Com uma inclinação para frente à distância

entre essas marcas aumentará para até 15 cm e diminuirá para 8 a 9 cm com a inclinação

para trás. (15)

Figura 2 – Medidas dos testes de Ott e Schobber. Fonte:Buckup K. (15)

2.4 BENEFÍCIOS DA FLEXIBILIDADE

A flexibilidade, como se tem comentado insistentemente até o momento,

não deve ser considerada como mais uma qualidade isolada e à margem das demais,

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uma vez que o seu desenvolvimento repercute de forma considerável e positiva sobre as

outras. Assim, tratando-se do aspecto físico e motor, salientam-se mais uma vez os

benefícios que ela traz sobre todas as outras qualidades (velocidade, força, coordenação,

equilíbrio, etc. Por outro lado, extrapolando esses benefícios de ordem esportiva, a

flexibilidade ajuda na melhora do condicionamento e, como intervém sobre a

mobilidade articular, facilita a aquisição de técnicas esportivas). (8)

Com o seu aumento podemos realizar movimentos com facilidade, redução

de distensão muscular, melhorar a qualidade de nossa postura e a habilidades em

praticar atividades físicas. (17)

Com um bom nível de flexibilidade desenvolvido aprendemos a respirar

melhor, permitindo uma entrada e saída de ar mais fácil dos pulmões. A circulação do

sangue fica mais fluente e, assim, pode distribuir o oxigênio de uma forma mais eficaz,

com o reforço do coração que melhora sua capacidade de bombear o sangue. (8)

O conhecimento do nosso corpo, assim como o seu funcionamento, permite

suportar mais facilmente os esforços cotidianos, eliminar o estresse, os problemas

emocionais e a tensão. (8)

3.1 CRONOBIOLOGIA

A escolha pelos períodos matutinos ou vespertinos, cronotipo ou ritmicidade

circadiana, explica a diferença individual e comportamentos de cada indivíduo. Um dia

consiste de 24 horas, muitas funções biológicas seguem o mesmo ritmo diário. Os

ritmos circadianos se definem por hábitos comportamentos cíclicos, sono-vigília, estado

de alerta e ritmos fisiológicos.

3.2 CONCEITO

A cronobiologia é a ciência que estuda desempenho temporal da matéria-

viva, em todos os seus níveis de organização. Inclui o estudo de ritmos biológicos e as

mudanças associadas ao desenvolvimento. (11)

O termo cronobiologia é recente, tendo surgido na época que marcou a

afirmação desta área do saber como um ramo de conhecimento científico. A

crononobiologia na qualidade de disciplina cientifica formalizada é novo, o que

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contrasta com a antiguidade das primeiras descrições, essencialmente fenomenológica,

dos ritmos biológicos. (18)

Essa ciência demonstra que organismos vivos possuem comportamentos

diferentes dependendo da hora do dia em quem são observados, também reagindo

diferente a uma mesma atividade quando aplicada em diferentes horários das 24 horas

do dia. (11)

Os ritmos biológicos exercem um papel fundamental na sobrevivência dos

seres vivos, sendo fisiologicamente incorporados, eles estão presente em todos os

organismos, ou seja, dos mais simples até os mais complexos. (11)

As oscilações rítmicas funcionais são demonstradas a todos os níveis de

organização, sendo assim das células mais simples até os mais complexos animais: no

funcionamento das células, dos tecidos e até os órgãos. As condições ambientais do

indivíduo também está sujeito a ritmicidade circadiana. (11)

3.3.1 Cronotipo

O cronotipo é “o padrão individual de distribuição de parâmetros

circadianos no nictómero, entendendo-se por nictómero toda e qualquer periodicidade

equivalente ao ciclo dia-noite”. (11)

A disponibilidade para realizar atividades em diferentes horários durante o

dia é diferente de pessoa para pessoa, estando relacionada com o cronotipo de cada uma.

O cronotipo é pessoal, onde demonstra a opção de cada indivíduo pela escolha de

períodos e horários para sua realização. A matutinidade – vespertinidade chamada de

cronotipo apresenta três divisões: os indivíduos matutinos, os vespertinos e os

indiferentes, ressaltando que podemos encontrar pessoas moderadamente matutinas e

outras moderadamente vespertinas. (11)

Em indivíduos matutinos, os horários de pico máximo de desempenho

ocorrem mais cedo que nos vespertinos. A preferência diurna está relacionada aos

seguintes cronotipos: dormir cedo e acordar cedo são preferenciais dos matutinos,

dormir tarde e acordar tarde pelos vespertinos. (19)

O cronotipo matutino e vespertino tem sido destacado como mais flexível,

ajustando-se aos horários que melhor se sentem dispostos para realização de suas

atividades diárias. (19)

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3.3.3.1 Influência da hora do dia na flexibilidade

Há pessoas que percebem que após dormir ou em diferentes horários do dia,

possuem uma rigidez maior, mais para isso é preciso determinar se realmente há uma

diminuição na amplitude de movimento. (4)

As primeiras observações da flexibilidade variam com a hora do dia

relatam Osolin, Dick e Bompa. O pico de amplitude de movimento parece ser mais alto

entre 10h e 11h e entre 16h e 17h. A amplitude de movimento mais baixa ocorre pela

manhã. O motivo pode estar relacionado com a mudança fisiologia que ocorre durante o

dia, no sistema nervo central e tônus muscular. (4)

Outros estudos foram realizados para verificar a variação da flexibilidade,

movimentos cervicais obtiveram seu pico no período noturno. Em nadadores as

melhores flexibilidades ficaram às 13h30min, a habilidade de levar a ponta dos dedos

até o solo, relatou uma rigidez máxima no período matutino, a flexibilidade máxima

ocorreu entre meio dia e meia noite. Já a rigidez máxima foi atingida de flexão lombar

ficou registrada no período de horas de sono com um aumento às 6h ao longo do dia. (4)

No teste de extensão da lombar há uma rigidez nas primeiras horas do dia,

sendo atingida uma máxima flexibilidade por volta das 14h. Russel, Weld, Pearcy,

Hogg e Usnworth “conduziram um estudo de 10 adultos jovens que foram testados a

cada 2 horas, durante um período de 24 horas. Os resultados mostraram uma importante

diminuição na flexão, extensão e inclinação lateral na coluna lombar após o sono e um

importante aumento à tarde, comparados com as medidas tomadas entre as 2h e as

07h30min”. (4)

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Este capítulo apresenta a característica da pesquisa, procedimentos e

instrumentos usados durante a coleta de dados.

A pesquisa desenvolvida foi tipo quantitativa quanto a coleta de dados e

comparativo.

Quanto à coleta de dados a pesquisa descritiva, busca descrição das

características de determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relação entre

variáveis.

O estudo comparativo aborda a comparação de dois ou mais testes.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Para descrever o tipo de pesquisa, deve se levar em conta três critérios de

classificação: quanto à abordagem, nível e procedimento.

3.1.1 Tipo de pesquisa quanto à abordagem

Segundo Leopardi (2007) quanto à abordagem da pesquisa, pode-se dizer

que é quantitativa por utilizar instrumentos de medida.(5)

3.1.2 Tipo de pesquisa quanto ao nível

Segundo Gil (2002) quanto ao nível é exploratória, têm como objetivo

principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.(20)

3.1.3 Tipo de pesquisa quanto ao procedimento

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Segundo Vieira (2002) quanto ao procedimento é de levantamento, porque

os próprios pesquisadores levantam os dados para seus estudos.(21)

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população da amostra foi constituída por 16 atletas de jiu-jítsu da Acref-

Associação Cultural Recreativa Esportiva, da Universidade do Sul de Santa Catarina -

UNISUL, campus Tubarão.

Os critérios de inclusão para participarem foram:

a) gênero masculino;

b) realizar o treinamento diariamente (só será permitida no máximo 3 faltas

durante um mês);

c) realizar o treinamento diariamente sempre nos mesmos horários (só será

permitida alguma flexibilidade nos horários quando houver no máximo 2 trocas durante

um mês);

d) idade entre 15 e 30 anos;

e) índice de massa corporal (IMC) máximo grau II (até 30kg/m²);

f) dominância destra.

Critérios de exclusão:

a) praticar outro esporte além do jiu-jítsu;

b) realizar alongamentos fora do horário do treino;

c) não conseguir realizar os procedimentos da pesquisa por qualquer

motivo;

d) possuir dor lombar;

e) apresentar lesão ortopédica em coluna lombar e/ou membros inferiores;

f) apresentar dor em coluna lombar e/ou membro inferior (de qualquer

origem ou forma);

g) fazer uso de anabolizantes;

h) ter realizado cirurgia em coluna lombar e/ou membro inferior nos últimos

2 anos.

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS

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Para realização da coleta foi utilizado o banco de Wells, fita métrica, balança

e lápis dermográfico e ficha de avaliação (Apêndice A).

3.4 PROCESSO DE COLETA DE DADOS

Com aprovação do projeto de pesquisa em questão pelo Comitê de Ética e

Pesquisa (CEP) da Unisul, campus Tubarão, foi definida a amostra dos atletas de jiu-

jitsu para ser avaliado a flexibilidade de cada atleta. A pesquisa começou com uma

visita a Acref - Associação Cultural Recreativa Esportiva, onde foi exposto aos atletas

os objetivos da pesquisa, logo após os atletas assinaram um termo de consentimento

pós-informado (Anexo A) para poderem fazer parte da pesquisa.

Os testes foram demonstrados pelos pesquisadores. Cada atleta repetiu o

procedimento demonstrado para que se pudesse perceber o domínio correto de cada um.

Após isso foram realizados três vezes cada teste, sendo que o valor utilizado para fins de

registro foi o de maior medida entre as três tentativas.

Após assinaram o termo foi realizados os testes descritos no capítulo

anterior. Os testes, foram realizados durante 5 dias úteis consecutivos de uma semana,

antes e após o treino, em ambos os treinos; no período vespertino às 1200h e no período

noturno às 1930h.

Os testes serão realizados na seguinte ordem:

a) Banco de Wells;

b) Ott;

c) Schobber.

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Os dados foram armazenados em planilhas do Microsoft Excel® e o

software utilizado foi o PAST®. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney e de

Kruskall-Wallis, com significância de 5%.

3.6 COMITE DE ÉTICA E PESQUISA (CEP)

A pesquisa teve início logo após a aprovação do projeto de pesquisa pelo

Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNISUL, com o código 09.076.4.08.III.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados colhidos no estudo. Através

de quadros serão demonstrados os mesmos relacionados a cada horário da avaliação da

flexibilidade.

Para análise de dados descrita neste capítulo foi utilizado o teste de Mann–

Whitney com nível de significância de 5% para concluir sobre eventual diferença nas

populações, com base nas amostras fornecidas, verificando se houve diferença nos

valores de flexibilidade na população, antes e após os treinos e entre o período

vespertino e noturno.

Os grupos foram identificados em Grupo Vespertino e Grupo Noturno.

Abaixo serão descritos os dados obtidos em relação à flexibilidade dos

atletas pesquisados.

No quadro 1, estão ilustrados os dados referentes à idade, peso, altura e

índice de massa corporal (IMC) de cada grupo.

Quadro 1 – Dados medidos à idade (anos), massa corporal (quilos), altura (metros) e índice de massa corporal (IMC) do Grupo Vespertino.

Atletas Idade Massa corporal Altura IMC A 21 72 1,76 23,24 B 25 75 1,69 26,25 C 23 77 1,80 23,76 D 24 90 1,85 26,29 E 25 74 1,78 23,35 F 26 82 1,83 24,48 G 24 70 1,67 25,09

A média de idade dos indivíduos do quadro 1 foi 24 anos (desvio padrão +/-

1,63) sendo a idade mínima 21 anos e a máxima de 26 anos (moda = 25anos). A massa

corporal dos indivíduos a média foi de 77,14 (desvio padrão +/- 6,84) sendo a massa

mínima de 70kg e o máximo de 90kg. A altura média foi de 1,76m (desvio padrão +/-

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0,06), sendo a altura mínima de 1,67m e a máxima de 1,85m. Todos os indivíduos

tiveram o IMC abaixo de 30.

No quadro 2, serão apresentados dados de idade, peso, altura e índice de

massa corporal (IMC) de cada grupo.

Quadro 2 – Dados medidos à idade (anos), massa corporal (quilos), altura (metros) e índice de massa corporal (IMC) do Grupo Noturno.

Atletas Idade Massa corporal Altura IMC A 30 70 1,75 22,85 B 30 83 1,80 25,61 C 22 85 1,85 24,83 D 28 80 1,77 25,53 E 30 90 1,89 25,19 F 19 86 1,80 26,54 G 30 90 1,82 27,17

A média de idade dos indivíduos do quadro 2 foi 27 anos (desvio padrão +/-

4,58) sendo a idade mínima 19 anos e a máxima de 30 anos (moda = 30 anos). A massa

corporal dos indivíduos teve média de 83,42kg (desvio padrão +/- 6,92) sendo a massa

mínima de 70kg e o máximo de 90kg (moda = 90kg). A altura média foi de 1,81m

(desvio padrão +/- 0,04), sendo a altura mínima de 1,75m e a máxima de 1,89m (moda=

1,8). Todos os indivíduos tiveram o IMC abaixo de 30.

Os dados referentes ao quadro 3 representam os dados referentes aos atletas

que treinam no horário vespertino, que foram submetidos ao teste do Banco de Wells, os

dados referidos são de antes e após os treinos, durante o período da coleta.

Quadro 3 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Vespertino perante o banco

de Wells, no período da coleta.

Atletas 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia A 29,4 25,1 28 24,7 29,3 27 30 26,3 30,2 28,4 B 2,2 3,1 0 0 1,7 0 3,1 0 0 0 C 10,1 22,4 9,8 9 10 9 10,2 8,4 10 9 D 28,3 24,1 29 28,1 28 24 30,2 26 30 26,6 E 30,2 25,3 20,3 29,2 21 18 20 17,4 20 18 F 22 17,2 20 29 21 18 20 17 20 18 G 25 29 31 27 28,3 26 30 28 38 32,2

Realizado o teste de Mann-Whitney com nível de significância de 5%, na

variação de antes e depois do treino do teste do banco de Wells verificou-se que não

houve diferença estatística significativa.

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Os dados apresentados a seguir no quadro 4, são dados referentes ao teste do

banco de Wells, aplicado nos atletas do Grupo Noturno, no período da coleta, tendo

aplicações no início e fim dos treinos.

Quadro 4 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Noturno perante o banco de Wells, no período da coleta. Atletas 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia

A 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 B 25,6 23,5 35,8 32,3 32,8 35,3 25,8 24,5 27,6 27,2 C 17,5 12,5 15,3 13,8 13,2 10,8 16,7 14,9 14,8 13,3 D 14,2 13,5 14,1 11,9 12,4 14,8 11,3 10,3 14,7 13,7 E 11,5 16,9 16,1 14,6 14,3 9,7 16,9 14,7 14,5 12,9 F 17,2 19,1 14,6 12,7 16,2 14,6 16,6 14,1 16,6 19,8 G 19,9 19,5 15,8 13,3 22,9 20,4 22,2 18,4 21,3 14,5

Realizado o teste de Mann-Whitney, na avaliação do teste do banco de

Wells, no grupo noturno não houve diferença significativa entre as medidas, ou seja, não

houve variação de antes e depois do treino também.

Os dados apresentados no quadro 5 referem – se às medidas obtidas de

acordo com o período de coleta, perante o teste de Ott, realizado pelo Grupo Vespertino.

Quadro 5 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Vespertino, perante o teste de Ott, no período de coleta. Atletas 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia

A 12 11,2 11,5 12,3 14,5 11 12,5 10,2 14,6 12 B 10 12 12,3 12 11,2 10,1 10 9 11,1 9 C 12 11 11 12 10 11 14 14 11 11 D 12 11 14 12,2 15,2 14 15 11 11,2 10 E 12 10 11 13 11,7 11 12,7 12 11 11 F 12 10 11 13 11 11 12 12 11 11,1 G 11 12 11 11 11 11,2 13 11,2 13 11

Realizado o teste de Mann-Whitney, na avaliação do teste de Ott no grupo

vespertino, não houve diferença significativa entre as medidas.

No quadro 6 serão mostrados, os dados que foram coletados do Grupo

Noturno, avaliados com o teste de Ott, no seu período de coleta.

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Quadro 6 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Noturno, perante o teste de

Ott, no período de coleta.

Atletas 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia A 11,5 10,2 6,7 5,3 11,1 11,7 10,8 11,3 12,5 11,2 B 11,3 12,7 6,3 12,2 11,3 11,2 10,9 11,6 12,3 11,8 C 11,3 12,7 9,7 12,6 10,3 10,9 10,1 11,7 11,7 11,7 D 10,8 10,3 10,3 8,2 10,7 10,2 9,9 10,3 9,8 10,9 E 12,7 12,3 10,5 11,7 10,8 11,1 10,2 10,8 10,3 10,7 F 11,7 12,2 17,3 18,5 12,6 12,7 12,7 10,3 11,7 11,2 G 11,5 10,2 18,3 17,2 12,6 10,6 12,4 12,7 11,2 11,4

Realizado o teste de Mann-Whitney, na avaliação do teste de Ott no grupo

noturno, não houve diferença significativa entre as medidas, ou seja, a flexibilidade não

variou durante o treino no período da noite.

No quadro 7, serão apresentadas as medidas, do teste de Schobber, do

Grupo Vespertino, contendo os dias do período da coleta, sendo realizado antes e após

os treinos.

Quadro 7 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Vespertino, perante o teste de Schobber, no período de coleta. Atletas 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia

A 14,1 13 12,6 13 14 13,1 12 11 12,3 11 B 10,1 12,5 12,4 12 12 10 14,2 12,1 14,1 12 C 14,2 12 14,6 12 14 13,2 14,2 12 12,1 13 D 12,3 12 11 10 16 12 16,3 11 15 14 E 15 13 13 15 12 11 13 12 14 12 F 15 13 13 15,2 12 11 13 12 14 12 G 12,2 12 13 13 13,2 11,2 13 11,2 13 11

Realizado o teste de Mann-Whitney, na avaliação do teste de Schobber no

grupo vespertino, houve diferença significativa entre as medidas dos indivíduos C e G

somente, ou seja, houve variação da flexibilidade o treino no período da tarde desses

atletas e do restante não.

No quadro 8, estão os dados coletados no período da amostra, as medidas do

teste de Schobber, do Grupo Noturno, tendo sido realizado antes e após o treino.

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Quadro 8 – Dados referentes às medidas obtidas dos atletas do Grupo Noturno, perante o teste de Schobber, no período de coleta.

Atletas 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia A 12,2 12,3 13,7 12,7 13,5 11,4 12,3 12,2 11,9 11,4 B 12,9 12,1 13,7 13,9 11,7 12,7 13,1 11,3 12,2 11,9 C 12,9 12,7 13,7 12,2 11,7 11,5 12,3 12,3 12,5 12,8 D 14,7 13,2 13,7 12,3 12,5 12,1 13,2 12,7 13,5 13,3 E 12,8 12,7 14,3 13,8 12,2 12,8 13,5 10,9 12,7 13,8 F 14,8 13,5 10,8 11,1 14,3 12,2 13,9 12,5 13,3 13,5 G 14,3 12,6 10,4 10,1 14,4 10,5 15,3 10,8 13,8 14,5

Realizado o teste de Mann-Whitney, na avaliação do teste de Schobber no

grupo noturno, não houve diferença significativa entre as medidas, ou seja, a

flexibilidade não variou durante o treino no período da noite.

Realizado o teste de Kruskal-Wallis (α = 0,05) para verificar se houve

diferença entre as médias das medidas da flexibilidade nas avaliações e reavaliações em

cada dia verificou-se que não houve diferença estatística, ou seja, com 95% de certeza

que se pode dizer que não houve variação também ao longo da semana antes dos treinos

e depois dos treinos (em nenhum dos três testes de flexibilidade).

Segundo Valdiavia (2008), entre outros fatores que afetam a flexibilidade é

a hora do dia. Os atletas que participaram da coleta treinavam no período vespertino às

12:00h, e no período noturno, às 19:30h pois realizavam outras atividades durante o

dia.(22)

Dos testes realizados obtiveram diferença antes e após o treino apenas dois

atletas do grupo vespertino no teste de Schobber. Alter (1999) descreve algumas

pesquisas que a maior flexibilidade encontra-se no período matutino, entre as 8h e

12h.(4)

Para N.Rahnama (2009), observou em seu estudo que o pior pico de

desempenho atlético foi pelo período da manhã. É sabido que indivíduos respondem

diferentes para a hora do dia, sendo assim foram realizados treinos em diferentes horas

do dia. (23)

Segundo N.Rahnana (2009) os autores Atinson e Reilly (1996), observaram

que as maiorias dos componentes de um desempenho esportivo variam de acordo com a

hora do dia e pico próxima ao início da noite. Em artigos realizados por Reilly et al

2003 realizados com atletas de futebol, informaram que dentre vários testes realizados

destacam-se o de banco de Wells, as habilidades esportivas foram melhores a noite,

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relatando que algumas habilidades foram afetadas pela hora do dia. Nesse estudo as

medidas do testes de banco de Wells, não tiveram diferença antes e após o

treino.(23,24,25)

Segundo Minate (2006) a flexibilidade articular, apresenta uma determinada

ritmicidade circadiana, embora grandes diferenças individuais em relação ao horário de

pico possam ocorrer, variando a ocorrência do seu pico máximo entre 12:00h e as 24:00

horas. Gifford (1987) observou em seu estudo uma variação circadiana da flexão e da

extensão da flexão e da extensão lombar, e também da flexão de tronco, com amplitudes

de significância dentro das 24 horas diárias. Voss e Bailey (1997) descrevem que

técnicas de alongamento não diminuem a variabilidade circadiana da

flexibilidade.(26,27,28)

Reilly et al (1996) descrevem em seus estudos dois picos, um final da

manhã e outro ao fim da tarde e início da noite. O desempenho apresentou um declínio

entre esses horários do dia, havendo uma queda do desempenho após o almoço.(25)

Nesse estudo só foi mensurado às 12:00h e 19:30 e não podemos dizer que a

flexibilidade mudaria no período citado, contudo, pode-se verificar que não importando

o horário do treino não houve variação da flexibilidade antes e após o mesmo.

Pesquisa realizada por Hill e Smith (1991), destaca por meio de um teste,

onde mediram a capacidade e potência anaeróbica em 4 horários diferentes do dia, em

que o pico de potência foi relatado sendo no maior período da noite.(29)

Esse estudo demonstrou que em todos os testes realizados, não houve

variação da flexibilidade antes e após cada treino e nem durante o decorrer da semana.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pesquisas sobre a avaliação da flexibilidade em atletas de jiu-jítsu são muito

pouco documentadas, não foi encontrado qualquer tipo de pesquisa que possuísse esse

tema. A flexibilidade é muito clara na literatura, suas atribuições abrangem as áreas,

esportiva, ortopédica, porém pesquisas associando a flexibilidade em atletas de jiu-jítsu

são escassas.

Com a análise estatística dos dados obtidos verificou-se que não houve

diferença significativa, ou seja, pode-se dizer com 95% de certeza que não houve

variação da flexibilidade ao longo dos treinos e também ao longo da semana antes e

após os treinos (em nenhum dos três testes de flexibilidade).

Verificando os resultados que se obteve nesta pesquisa que a flexibilidade

do grupo do horário de treino vespertino (12:00h), e do grupo noturno (22:00h), não

obtiveram uma resposta positiva, ou seja, não houve diferença de flexibilidade em todos

os itens analisados.

Esta pesquisa buscou comprovar a diferença na flexibilidade antes e após os

treinos de jiu-jítsu, independentemente do resultado obtido, foi de extrema satisfação e

imenso aprendizado a construção desse trabalho.

Deixa-se aqui a sugestão de se realizar estudos mais precisos sobre a

flexibilidade em atletas de jiu-jítsu, e sua variação em relação à hora do dia.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A - Ficha de avaliação

Nome:_________________________________________________________________

____.

Data de Nascimento: _____________________

Idade: ________.

Sexo: ________.

Raça: ___________________.

Profissão: __________________.

Horário de Treino: Matutino ( ) Vespertino ( )

TESTES MEDIDAS

Banco de Wells

Teste de Ott

Teste de Schobber

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ANEXO

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ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO

Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso : _______________________________________________

RG : _______________________________________________

Local e Data: _______________________________________________

Assinatura: _______________________________________________

Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2) Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.