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  • Assinado eletronicamente por VIVIANE SILVA BORGES, em 17/06/2015, com fundamento no Art. 1, 2 III, "b",da Lei 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

    PODER JUDICIRIO DA UNIOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18 REGIO

    DCIMA VARA DO TRABALHO DE GOINIA-GORua T-29, n1.403, Setor Bueno - Goinia-GO - CEP 74215-901 Fone: 3901-3493

    PROCESSO: ET 0001929-95.2012.5.18.0010EMBARGANTE: ELIZABETH FONSECA AMORIM EMBARGADO(A): ROSA MARIA BIANCHETTI

    SENTENA EM EMBARGOS DE TERCEIRO

    I. RELATRIO.

    ELISABETH FONSECA AMORIM, j qualificada, ops os presentes embargos de terceiro s fls. 2/16 pleiteando, em suma, a desconstituio da penhora

    realizada nos autos principais (ExCCJ-0000168-29.2012.5.18.0010).

    O despacho exarado em 24.09.2012 (fls. 55/56) determinou a suspenso

    dos autos executrios, na forma do art. 1052 do CPC.

    A embargada, ROSA MARIA BIANCHETTI, apresentou sua impugnao aos embargos em 11/10/2012, rechaando os pleitos da embargante

    (fls. 64/69).

    o relatrio.

    II. FUNDAMENTAO.

    Conhecimento.

    pmmG:\ASSINADOR VIVIANE BORGES\AssinadorArqs\00019299520125180010.ODT Pg. 1

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  • Assinado eletronicamente por VIVIANE SILVA BORGES, em 17/06/2015, com fundamento no Art. 1, 2 III, "b",da Lei 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

    PODER JUDICIRIO DA UNIOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18 REGIO

    Embargos prprios e tempestivos, razo pela qual so conhecidos.

    Mrito.

    A embargante narrou, na pea de ingresso, que os dois imveis

    penhorados nos autos principais (dois lotes localizados na Rua 29, Qd. 86-A, Lotes

    02 e 03, Vila Braslia, Aparecida de Goinia) so de sua propriedade.

    Disse que firmou compromisso de compra e venda referente aos

    imveis em questo com o executado, sr. ANTNIO DIAS DA SILVA, tendo este se obrigado a pagar o valor de R$ 115.000,00. Todavia, o executado deixou de

    adimplir as ltimas doze prestaes, razo pela qual a embargante informou que

    props contra ele Ao de Resciso Contratual c/c Reintegrao de Posse, a qual

    ainda se encontrava em trmite na Justia Comum (1 Vara Cvel da comarca de

    Aparecida de Goinia/GO) no momento do ajuizamento dos presentes embargos.

    Argumentou a embargante que, a despeito da haver contrato particular

    de compromisso de compra e venda, a transferncia de propriedade apenas se

    configuraria com a outorga da escritura pblica.

    Tendo em vista a existncia de lide na Justia Comum, e vislumbrando

    situao jurdica prejudicial ao julgamento dos presentes embargos de terceiro, qual

    seja, a definio da titularidade dos imveis penhorados, este Juzo determinou a

    suspenso do feito.

    Aps o prazo de 1 (um) ano, em resposta a ofcio remetido por esta

    Vara, a 1 Vara Cvel da comarca de Aparecida de Goinia/GO encaminhou cpia da

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  • Assinado eletronicamente por VIVIANE SILVA BORGES, em 17/06/2015, com fundamento no Art. 1, 2 III, "b",da Lei 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

    PODER JUDICIRIO DA UNIOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18 REGIO

    sentena bem como do acrdo proferidos nos autos da Ao de Resciso

    Contratual c/c Reintegrao de Posse, j tendo ocorrido seu trnsito em julgado.

    Depreende-se de tal deciso definitiva que, com base na teoria do

    adimplemento substancial, o contrato de promessa de compra e venda firmado entre

    as partes manteve-se inclume, restando rejeitado o pleito de reintegrao da autora

    na posse dos lotes objeto do feito.

    Ademais, uma vez que o devedor Antnio Dias da Silva j havia

    depositado em juzo a importncia referente ao valor residual dos imveis, restou

    conhecido o seu dbito para com a autora apenas no tocante ao saldo de correo

    monetria, juros de mora de 1% ao ms e multa.

    Pois bem.

    Uma vez ratificada a validade e eficcia do contrato de promessa de

    compra e venda entre a embarbante e o executado, resta delimitar-se o momento

    em que se configura a efetiva transferncia da propriedade dos imveis em tela.

    O art. 1.245 do Cdigo Civil claro ao dispor que a transferncia da

    propriedade do bem imvel entre vivos d-se mediante o registro do ttulo translativo

    no Registro de Imveis, continuando o alienante a ser proprietrio do bem enquanto

    no for efetuado o registro. Veja, por oportuno:

    Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do ttulo translativo no Registro de Imveis.

    1 Enquanto no se registrar o ttulo translativo, o alienante continua a ser havido

    como dono do imvel.

    2 Enquanto no se promover, por meio de ao prpria, a decretao de

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  • Assinado eletronicamente por VIVIANE SILVA BORGES, em 17/06/2015, com fundamento no Art. 1, 2 III, "b",da Lei 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

    PODER JUDICIRIO DA UNIOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18 REGIOinvalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser

    havido como dono do imvel.

    No mesmo sentido, transcrevo a jurisprudncia do STJ, in verbis:

    RECURSO ESPECIAL. CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUO. PENHORA. BEM IMVEL OBJETO DE CESSO DE DIREITO MEAO. AUSNCIA DE REGISTRO NA FORMA EXIGIDA PELO ART. 1.245 DO CDIGO CIVIL. PROPRIEDADE NO TRANSFERIDA. POSSIBILIDADE DA CONSTRIO.I.- Os Embargos de Declarao so corretamente rejeitados se no h omisso,

    contradio ou obscuridade no acrdo embargado, tendo a lide sido dirimida com a

    devida e suficiente fundamentao.

    II.- A transferncia da propriedade do bem imvel entre vivos d-se mediante o

    registro do ttulo translativo no Registro de Imveis, permanecendo o alienante na

    condio de proprietrio do bem enquanto no for efetuado o registro.

    III.- No caso, muito embora a cesso de direitos tenha sido celebrada em cartrio, por

    meio Escritura Pblica de Cesso de Direitos de Meao, trata-se de negcio jurdico

    de natureza obrigacional e que, portanto, s produz efeito entre as partes que o

    celebraram, no sendo oponvel erga omnes, antes de efetuado o registro do ttulo

    translativo no Registro de Imveis, de modo que, mantida a penhora, realizada contra

    aquele em cujo nome transcrito o imvel.

    IV.- Recurso Especial conhecido e provido.

    (REsp 788.258/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em

    01/12/2009, DJe 10/12/2009)

    CIVIL - PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - ALIENAO JUDICIAL DE BEM ADQUIRIDO POR MEIO DE CESSO DE DIREITOS - ARTS. 1112 E 117, DO CPC - AUSNCIA DE REGISTRO DO TTULO TRANSFERNCIA DA PROPRIEDADE NO CONSUMADA - IMPOSSIBILIDADE.1 - O novo Cdigo Civil (Lei n 10.406/2002), no que tange forma de aquisio da

    propriedade imvel, manteve a sistemtica adotada pelo diploma anterior, exigindo,

    para tanto, a transcrio do ttulo translativo em registro pblico apropriado (art.

    1.245). Ademais, conforme reza o art. 108, do mesmo diploma legal, no dispondo a

    lei em contrrio, a escritura pblica essencial validade dos negcios jurdicos

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  • Assinado eletronicamente por VIVIANE SILVA BORGES, em 17/06/2015, com fundamento no Art. 1, 2 III, "b",da Lei 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

    PODER JUDICIRIO DA UNIOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18 REGIOquem visem constituio, transferncia, modificao ou renncia de direitos reais

    sobre imveis de valor superior a trinta vezes o maior salrio mnimo vigente no

    Pas.

    2 - No caso, observo que, alm de no obedecer forma prescrita em lei, a cesso

    de direitos em questo no foi levada a registro, deixando de produzir, portanto, o

    necessrio efeito translativo da propriedade, fato este que permitiria a recorrente que

    se utilizasse do procedimento da alienao judicial, inserto na lei processual civil,

    com vistas vender o imvel em apreo. Destarte, no transmitida a propriedade,

    mas apenas cedidos os direitos em relao ao bem em contenda, impossvel a sua

    alienao judicial, nos termos dos arts. 1.112, IV, e art. 1.117, II, ambos do Cdigo de

    Processo Civil.

    3 - Recurso no conhecido.

    (REsp 254.875/SP, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, QUARTA TURMA, DJ

    30/08/2004).

    Nessa senda, apesar de a validade do compromisso de compra e

    venda ter sido ratificada judicialmente, o negcio jurdico em comento tem natureza

    obrigacional, s produzindo efeitos, portanto, entre as partes que o celebraram at a

    devida efetivao do registro do ttulo translativo no Registro de Imveis.

    Destarte, ante a ausncia de comprovao do registro at o presente

    momento, o negcio jurdico celebrado constitui bice efetivao da penhora, eis

    que ineficaz perante terceiros.

    Isto posto, julgo procedente o pleito da embargante para determinar a

    desconstituio da penhora efetivada nos autos principais.

    III. CONCLUSO.

    Pelo exposto, conheo dos embargos de terceiro para julgar

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  • Assinado eletronicamente por VIVIANE SILVA BORGES, em 17/06/2015, com fundamento no Art. 1, 2 III, "b",da Lei 11.419, de 19/12/2006, publicada no DOU de 20/12/2006.

    PODER JUDICIRIO DA UNIOTRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 18 REGIO

    PROCEDENTE o pedido formulado pela embargante ELISABETH FONSECA AMORIM em face da embargada ROSA MARIA BIANCHETTI, conforme fundamentao supra.

    Custas pelo executado, no importe de R$ 44,26, nos termos do art.

    789-A, V da CLT.

    Intimem-se.

    No havendo manifestao e comprovado o pagamento das custas,

    certifique-se a deciso nos autos principais e arquivem-se com as baixas de estilo,

    dando-se andamento no SAJ.

    No havendo a comprovao, execute-se no processo principal.

    P.R.I.

    Goinia, data da assinatura eletrnica.

    Documento assinado digitalmente na forma do art. 164, pargrafo nico do CPCVIVIANE SILVA BORGES

    Juza do Trabalho

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