sistemastraçamperfilconsumidor

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DJiário dQ. Comércio sábado, domingo e segunda-feira, 31 de março, 1° e 2 de abril de 2001 Sistemas traçam perfil do consumidor Por intermédio dos conceitos de CRM e OWH, lojas virtuais podem conhecer os hábitos de com2ra dos clientes e fidelizá-Ios Érica: 11Já existe no País projeto que trata da confidencialidade dos dados" Dora Carvalho formação, as empresas de co- mércio eletrônico precisam ter uma postura muito clara quanto ao uso das informa- ções fornecidas pelo inter- nau ta. "É preciso informar o consumidor sobre o que será feito dos dados cadastrais", enfatiza. O professor acredita que a difusão dos cadastros dos in- ternautas está provocando o que ele chama de "assédio de informações". "Os 'spams' (mensagens. de publicidade) são os maiores exemplos disso. Os portais devem perguntar claramente para o visitante se ele realmente deseja receber esse tipo de mensagem em seu correio eletrônico", destaca Chu Young. Proteção - A advogada Érica Aoki, especializada em direito digital, explica que, embora os projetos de lei que regulamentam o uso de banco de dados ainda estejam em trâ- mite, o consumidor e o inter- nauta que se sentirem lesados não estão desamparados. preciso também tomar cui- dados e pesquisar a política de privacidade dos sites antes de fornecer informações pes- soais", diz. Segundo ela, já está trami- tando o Projeto de Lei 84/99 do deputado Luiz Piauhylino (PSDB-PE), que trata da con- fidencialidade de dados dos internautas. do com Telles. "Já não é mais uma questão de tendência, é uma necessidade para que as empresas possam se manter no comércio eletrônico", diz. Os números do setor com- provam a preocupação das empresas em mÇlnter uma es- trutura de atendimento per- sonalizado aos clientes. A pre- visão é de que sejam investi- dos em torno de US$ 12,1 bi- lhões em sistemas de gerencia- mento das relações com o cli- ente até 2004. Polêmica - Entretanto, as novas formas de conhecer o hábito dos internautas estão gerando muita polêmica, pela invasão da privacidade. Na opinião de Chu Young, professor da Fundação Getú- lio Vargas (FGV-SP), espe- cializado em tecnologia da in- empresas "pontocom" ainda não priorizaram ações de marketing dirigidas. "É preci- so observar o aspecto social do processo de compra. Algumas pessoas vão ao supermercado, não só para comprar como também para passear e falar com outras pessoas. No caso de uma loja virtual, a saída para isso seria a abertura de um espaço em que os clientes possam manifestar como fOla experiência de consumo atra- vés da Internet", exemplifica. O Data Web House é de- senvolvido a partir de um ban- co de dados onde são cataloga- das informações como faixa etária, estado civil, preferên- cias de consumo, horário de acesso, além de tempo de per- manência na Internet ou em um determinado site, de acor- Quem nunca ouviu falar ~ Ol das siglas CRM (Customer 1 Relationship Management ou 5 Gerenciamento das Relações ~ com o Cliente) e DWH (Data 3 Web House) e costuma nave- -g o gar pela Internet, é bom co- meçar a prestar atenção nesses termos. É que eles estão cada vez mais presentes na rotina do internauta do que se pode lmagmar. Graças a esses conceitos, por exemplo, é possível ras- trear cada clique do mouse do cliente que entra numa loja vir- tual. Os responsáveis por isso são pequenos programas que aos poucos vão armazenando dados nos servidores das gran- des empresas de tecnologia e colhendo informações para traçar o perfil de compra dos consumidores on-line. Estratégias - Os conceitos de CRM e DWH (compilação de dados para iden tificação do perfil do internauta) nada mais são do que novas formas de fidelizar o consumidor. "Todo o processo de co- nhecer o hábito de consumo dos internautas serve para de- linear estratégias específicas para um determinado tipo de cliente", explica Johnny Jeffer- son Telles, consultor da Nova- base, empresa de origem por- tuguesa que está desenvolven- do a metodolOgia Data Web House. Para ele, o processo de fa- lência de muitas lojas virtuais está acontecendo porque as

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Page 1: Sistemastraçamperfilconsumidor

DJiário dQ. Comércio sábado, domingo e segunda-feira, 31 de março, 1° e 2 de abril de 2001

Sistemas traçam perfil doconsumidor

Por intermédio dos conceitos de CRM e OWH, lojas virtuais podem conhecer os

hábitos de com2ra dos clientes e fidelizá-Ios

Érica: 11Já existe no País projeto que trata da confidencialidade dos dados"

Dora Carvalho

formação, as empresas de co­mércio eletrônico precisamter uma postura muito claraquanto ao uso das informa­ções fornecidas pelo inter­nau ta. "É preciso informar oconsumidor sobre o que seráfeito dos dados cadastrais",enfatiza.

O professor acredita que adifusão dos cadastros dos in­

ternautas está provocando oque ele chama de "assédio deinformações". "Os 'spams'(mensagens. de publicidade)são os maiores exemplos disso.Os portais devem perguntarclaramente para o visitante seele realmente deseja receber

esse tipo de mensagem em seucorreio eletrônico", destaca

Chu Young.Proteção - A advogada

Érica Aoki, especializada emdireito digital, explica que,embora os projetos de lei queregulamentam o uso de banco

de dados ainda estejam em trâ­mite, o consumidor e o inter­

nauta que se sentirem lesadosnão estão desamparados. "Êpreciso também tomar cui­dados e pesquisar a política deprivacidade dos sites antes defornecer informações pes­soais", diz.

Segundo ela, já está trami­tando o Projeto de Lei 84/99do deputado Luiz Piauhylino

(PSDB-PE), que trata da con­fidencialidade de dados dos

internautas.

do com Telles. "Já não é mais

uma questão de tendência, éuma necessidade para que asempresas possam se manter nocomércio eletrônico", diz.

Os números do setor com­

provam a preocupação das

empresas em mÇlnter uma es­trutura de atendimento per­sonalizado aos clientes. A pre­visão é de que sejam investi­dos em torno de US$ 12,1 bi­

lhões em sistemas de gerencia­mento das relações com o cli­ente até 2004.

Polêmica - Entretanto, asnovas formas de conhecer ohábito dos internautas estão

gerando muita polêmica, pelainvasão da privacidade.

Na opinião de Chu Young,

professor da Fundação Getú­lio Vargas (FGV-SP), espe­cializado em tecnologia da in-

empresas "pontocom" aindanão priorizaram ações demarketing dirigidas. "É preci­so observar o aspecto social doprocesso de compra. Algumaspessoas vão ao supermercado,não só para comprar como

também para passear e falarcom outras pessoas. No casode uma loja virtual, a saídapara isso seria a abertura deum espaço em que os clientespossam manifestar como fOlaexperiência de consumo atra­vés da Internet", exemplifica.

O Data Web House é de­

senvolvido a partir de um ban­co de dados onde são cataloga­das informações como faixa

etária, estado civil, preferên­cias de consumo, horário de

acesso, além de tempo de per­manência na Internet ou emum determinado site, de acor-

Quem nunca ouviu falar ~Ol

das siglas CRM (Customer 1Relationship Management ou 5Gerenciamento das Relações ~com o Cliente) e DWH (Data 3Web House) e costuma nave- -gogar pela Internet, é bom co-meçar a prestar atenção nessestermos. É que eles estão cadavez mais presentes na rotinado internauta do que se podelmagmar.

Graças a esses conceitos,

por exemplo, é possível ras­trear cada clique do mouse docliente que entra numa loja vir­tual. Os responsáveis por issosão pequenos programas queaos poucos vão armazenando

dados nos servidores das gran­

des empresas de tecnologia ecolhendo informações paratraçar o perfil de compra dosconsumidores on-line.

Estratégias - Os conceitosde CRM e DWH (compilaçãode dados para iden tificação do

perfil do internauta) nadamais são do que novas formasde fidelizar o consumidor.

"Todo o processo de co­nhecer o hábito de consumo

dos internautas serve para de­linear estratégias específicas

para um determinado tipo decliente", explica Johnny Jeffer­son Telles, consultor da Nova­

base, empresa de origem por­

tuguesa que está desenvolven­do a metodolOgia Data WebHouse.

Para ele, o processo de fa­lência de muitas lojas virtuaisestá acontecendo porque as