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    O SISTEMA NACIONAL DEUNIDADES DE CONSERVAO

    DA NATUREZA

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    Repblica Federativa do BrasilPresidenta: Dilma RoussefVice-Presidente: Michel Temer

    Ministrio do Meio AmbienteMinistra: Izabella Mnica Vieira Teixeira

    Secretaria ExecutivaSecretrio: Francisco Gaetani

    Secretaria de Biodiversidade e FlorestasSecretrio: Braulio Ferreira de Souza Dias

    Departamento de reas ProtegidasDiretora: Ana Paula Leite PratesGerentes de Projeto: Larissa Godoy e Trajano Augustus Quinhes

    Responsveis Tcnicos:

    Gerncia de Implementao do SNUC: Andr Afonso Ribeiro, Andr Luis Lima, Andr Luiz Fernandes Lobo, Esther Carone

    Blumenfeld, Fbio Matsumoto Ricarte, Fernando Antnio Rodrigues Lima, Gisele Batista Ferreira, Gustavo Henrique Gonalves,Helen da Costa Gurgel, Josiane Rodrigues, Marco Antnio Souza Salgado, Nadinni Oliveira de Matos Sousa, Nayara S, PedroHenrique dos Santos Silva e Srgio Henrique Collao de Carvalho.

    Programa ARPA: Carla Navarro, Denner Herbert, Fabrizio Domingos, Gisele Ferreira, Hellen Maria Vaz Roriz, Marco Bueno,

    Reinaldo Pinto Jnior e Rosiane de Jesus Pinto

    Projeto Corredores Ecolgicos: Adriano Silva de Paiva, Diogo Silva da Fonseca, rico Grassi Cadermatori, Joo Batista de

    Oliveira Ivo, Jorge Lus Pereira, Romana Picano Figueiredo e Thayssa Izetti Luna.

    Colaboradores: Fabiana Regina Pirondi dos Santos, Iara Vasco (ICMBio), Luis Henrique Mota F. Neves (ICMBio), Paula MoraesPereira e Roberta Magalhes Holmes.

    Reviso: Ana Flora CaminhaCriao e diagramao: ngela Ester Magalhes Duarte

    Fonte de dados utilizados na publicao: www.mma.gov.br/cadastro_uc. Unidades de conservao com cadastro nalizado no

    Cadastro Nacional de Unidades de Conservao/MMA at 10/05/2011.

    Parque Nacional dos Lenis Maranhenses (MA)Foto: Andr Afonso Ribeiro

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    O Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza SNUC um dos modelos de conservao mais sofsticados do mundo.

    Sua concepo vai alm da manuteno da biodiversidade,pois possibilita vrios usos do solo e dos recursos naturais.

    Assim, o SNUC se torna uma erramenta para potencializar atividadesque contribuem para a gerao de emprego e renda, para o

    aumento da qualidade de vida das pessoas e o desenvolvimentodo pas, sem prejuzo para a conservao ambiental.

    O SNUC deve ser entendido como uma maneira especial de orde-namento territorial e no como um entrave ao desenvolvimento

    econmico e social. Nosso desafo despertar o interesse da socie-dade brasileira pelo patrimnio natural e cultural protegido pelo

    SNUC, aproximando as unidades de conservao das pessoas, demaneira que o investimento em unidades de conservao tambmsignifque retorno na orma de benecios para todos os brasileiros.

    O SISTEMA NACIONAL DEUNIDADES DE CONSERVAO

    DA NATUREZA

    Unidade de

    conservao

    vida,

    diversidade,

    riqueza,

    patrimnio

    nacional

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    As Unidades deConservao

    BrasileirasUnidades de conservao so espaos com caractersticas naturais rele-vantes, que tm a uno de assegurar a representatividade de amostras

    signicativas e ecologicamente viveis das diferentes populaes, habitatse ecossistemas do territrio nacional e das guas jurisdicionais, preservando o

    patrimnio biolgico existente. As UC asseguram o uso sustentvel dos recursosnaturais e ainda propiciam s comunidades envolvidas o desenvolvimento de

    atividades econmicas sustentveis em seu interior ou entorno.

    O Sistema Nacional de Unidades de Conservao composto pelo conjunto de unidades de conservao federais, estaduais,municipais e particulares, distribudas em doze categorias de manejo. Cada uma dessas categorias se diferencia quanto formade proteo e usos permitidos. H unidades de proteo integral, que precisam de maiores cuidados por sua ragilidade eparticularidades ambientais, e h unidades de uso sustentvel, cujos recursos naturais podem ser utilizados de forma diretae sustentvel e, ao mesmo tempo, serem conservados. Assim, as unidades de conservao ormam uma rede, na qual cadacategoria contribui de uma orma especca para a conservao dos recursos naturais.

    A padronizao das categorias de UC e o envolvimento das trs esferas de governo na gesto e implementao do Sistemapossibilitam que as diversas aes voltadas conservao ambiental convirjam para um objetivo comum.

    As unidades de conservao tm protegido o patrimnioambiental do Brasil desde 1934, com a criao da FlorestaNacional de Lorena (SP). Desde ento, a rea abrangidapor UC tem aumentado, especialmente nos ltimos

    anos, resultando em quase 1,5 milhes de km, ou 16,6%do territrio continental brasileiro e 1,5% do territrio

    marinho, destinados para a conservao da biodiversi-dade, preservao de paisagens naturais com notvel

    beleza cnica, uso sustentvel dos recursos naturais evalorizao da diversidade cultural brasileira.

    Toda essa rea est protegida por um total de 310 uni-dades federais, 503 estaduais, 81 municipais e 973 RPPN,dados consolidados at 10 de maio de 2011.

    Esses nmeros tornam-se ainda mais expressivos quandocomparados com outros pases. Enquanto o Brasil temaproximadamente 17% de seu territrio continental pro-tegido por UC, no mundo apenas 12,8% dos territriosencontram-se sob proteo legal1. Considerando os

    nmeros absolutos, o Brasil ocupa o 4 lugar em quan-tidade de rea continental destinada a unidades de

    conservao, 1.411.834 km, cando atrs somente dosEstados Unidos (2.607.132 km), Rssia (1.543.466 km) eChina (1.452.693 km).

    rea de Proteo Ambiental das Reentrncias Maranhenses, Stio Ramsar (MA)Foto: Jos Renato Silva Foicinha

    Unidades de Conservao como orma de proteo do

    Patrimnio Ambiental Brasileiro

    CONVENO DE RAMSAR

    Onze unidades de conservao brasileiras foram designadas

    reas midas de Importncia Internacional, os denomina-

    dos Stios Ramsar. Os Stios Ramsar favorecem a adoo das

    medidas necessrias implementao dos compromissos

    assumidos pelo Brasil perante a Conveno sobre Zonas

    midas, mais conhecida como Conveno de Ramsar.

    STIOS DO PATRIMNIO MUNDIAL NATURAL

    Algumas unidades de conservao brasileiras so recon-

    hecidas pela UNESCO como stios do Patrimnio Mundial

    Natural por possurem importncia to extraordinria ao

    ponto de serem consideradas como patrimnio da huma-

    nidade para as presentes e futuras geraes.

    1 WPDA . World Database on Protected Areas. 2010. Disponvelem:

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    Proteo

    Inte

    gral

    Uso

    Susten

    tvel

    Estao Ecolgica: rea destinada preservao da natureza e realizao de pesquisas cientcas.

    Reserva Biolgica: rea destinada preservao da diversidade biolgica, onde podem ser efetuadas medidas de recuperao de

    ecossistemas alterados e de preservao e recuperao do equilbrio natural, da diversidade biolgica e dos processos ecolgicos naturais.Parque: rea destinada proteo dos ecossistemas naturais de grande relevncia ecolgica e beleza cnica, onde podem ser realizadas

    atividades de recreao, educao e interpretao ambiental, e desenvolvidas pesquisas cientcas.

    Monumento Natural: rea que tem como objetivo bsico a preservao de lugares singulares, raros e de grande beleza cnica. Permite

    a existncia de propriedades privadas em seu interior.

    Refgio de Vida Silvestre: ambiente natural onde se asseguram condies para a existncia ou reproduo de espcies ou comunidades

    da ora local e da auna residente ou migratria. Permite a existncia de propriedades privadas em seu interior.

    As categorias mais representativas do SNUCAs categorias mais representativas no SNUC so os Parques e as reas de Proteo Ambiental, ambas protegem 53% de todarea abrangida por unidades de conservao no Brasil.

    Os Parques so muito conhecidos devido importncia que tm para a recreao, turismo ecolgico e educao ambiental.O primeiro Parque criado foi o Parque Nacional de Itatiaia em 1937. Desde ento, foram criados outros 273 parques (federais,estaduais e municipais), totalizando 345.093km. Por sua ampla distribuio no territrio brasileiro e por permitirem a visitaopblica, so as unidades de conservao que propiciam a maior variedade de experincias e a maior interao entre o

    visitante e a natureza.

    As APA abrangem 426.273km do territrio brasileiro, continental e marinho. uma importante categoria, pois possibilitao ordenamento da ocupao humana e a sustentabilidade dos recursos naturais, especialmente em reas em processo deexpanso urbana. Para garantir que seus objetivos sejam alcanados, a gesto participativa e a eetiva implementao doplano de manejo e de seu zoneamento so undamentais. Na esera estadual tambm a mais representativa, com 45,6%da rea total das unidades de conservao estaduais.

    Categorias de Unidades de Conservao

    Devido pequena proporo de UC municipais, sua rea total e nmero no esto representados no grco.Nmero total UC de municipais = 81, rea total = 5.526km.

    0

    200.000

    400.000

    600.000

    800.000

    1.000.000

    1.200.000

    1.400.000

    1.600.000

    2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

    rea(Km)

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    900

    NmerodeUC

    O Histrico do SNUCParque Nacional da Lagoa do Peixe (RS)Foto: Maria Carolina Hazin

    N UC Federal

    N UC Estadual

    rea UC Federal

    rea UC Estadual

    rea UC Total

    5

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    O Brasil deniu em 2006 as metas nacionais para conservao de pelo menos 30% da

    Amaznia e 10% dos outros biomas em unidades de conservao. Foram uma resposta Meta 1 do Plano Estratgico da Conveno sobre Diversidade Biolgica das Naes Unidas CDBe tm sido utilizadas como objeto norteador da poltica de proteo da biodiversidade no Brasil.

    Em 2010, durante a COP10 da CDB, oram estabelecidas novas Metas Globais de Biodiversidade para2011-2020. Para as reas protegidas, a nova meta ainda mais desaadora:

    A Proteo dos BiomasBrasileiros:

    Um Cenrio Geral

    Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (MT)Foto: Zig Koch

    Meta 11.

    At 2020, que pelo menos 17% das reas terrestres e de guas continentais,e pelo menos 10% das reas costeirase marinhas, especialmente reas de particular importncia para a biodiversidade e para os servios ecossistmicos,

    sejam conservadas por meio de um sistema de reas protegidas efetivamente e equitativamente manejadas, com

    representatividade ecolgica e conectividade, integradas com a ampla paisagem terrestre e marinha.

    2 O percentual apresentado foi calculado com base na rea das unidades de conservao federais, estaduaise municipais com cadastro nalizado no CNUC.

    3A rea marinha considerada a soma da rea do mar territorial e da zona econmica exclusiva.

    O quanto das Metas Nacionais oi atingido?

    Estao Ecolgica Raso da Catarina (BA)Foto: Adriano Gambarini

    30%30%

    25%

    7% 8% 9%3% 5% 2%

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    25%

    30%

    Amaznia Caatinga Cerrado MataAtlntica

    Pampa Pantanal reaMarinha

    % atingido % restante para a Meta

    10%10% 10%10% 10%10% 10%10% 10%10% 10%10%

    3

    Para que o pas cumpra os compromissos assumidos nacional e internacionalmente, foi institudo em 2006 o PlanoEstratgico Nacional de reas Protegidas PNAP (Decreto n 5.758/2006). Elaborado a partir da contribuio de especia-listas, gestores de unidades de conservao e lideranas da sociedade civil e de movimentos sociais, o PNAP visa atenderos objetivos trazidos pelo Programa de Trabalho sobre reas Protegidas da CDB, aprovado em 2004 durante a COP7.

    Sua estratgia consiste no estabelecimento de um sistema abrangente de reas protegidas ecologicamente representativo,eetivamente manejado e integrado a reas terrestres e marinhas mais amplas at 2015. Para isso, o PNAP busca integrar asunidades de conservao a terras indgenas e terras quilombolas, alm de reservas legais e reas de preservao permanente,identicadas como elementos integradores da paisagem. Busca ainda evidenciar o papel das reas protegidas para a melhoriada qualidade de vida da populao local e combate pobreza.

    Parque Nacional da Serra da Canastra (MG)Foto: Rui Faquini

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    Ainda que falte muito para garantir a representatividadedos nossos biomas, o Brasil tem se empenhado para atin-gir as metas de conservao. Somente entre 2003 e 2008,o Brasil oi responsvel pela criao de 74% de todas asreas destinadas conservao da natureza no

    mundo4, obtendo cada vez mais destaqueno cenrio internacional.

    Diversas estratgias esto sendo

    traadas pelo Governo Brasileiropara atingir as metas nacionais,

    tais como:

    - Criao de 10 milhes dehectares de unidades de conser-vao nos prximos quatro anos,

    ampliando a proteo dos demais;

    - Reviso do Mapa de reas Prioritriaspara a Conservao, Uso Sustentvel eRepartio de Benefcios da Biodiversidade

    Brasileira em 2012;

    - Integrao da gesto do SNUC com outras reas prote-gidas relevantes para a manuteno da biodiversidade,tais como terras indgenas, territrios quilombolas,

    Estratgias para ampliar a proteo dos Biomas

    Parque Nacional do Superagui (SP)Foto: Enrico Marone

    Somado ao desao de ampliar a proteo dos biomas est a consolidao das unidades de conservao existentes,especialmente aquelas criadas nos ltimos anos. Somente com as unidades de conservao cumprindo efetivamente

    o seu papel que realmente se garantir a manuteno da rica biodiversidade que o Brasil abriga e a sociedade

    poder desfrutar dos benefcios econmicos e sociais que esses espaos podem proporcionar.

    Para isso, o Brasil tem como estratgias prioritrias:

    - Conscientizar a sociedade sobre os benefcios das UC;- Ampliar a par ticipao social na criao, implantao e gesto das UC;

    - Estimular a interao das pessoas com as UC, por exemplo, por meio da visitao e consumo de produtos da

    sociobiodiversidade;

    - Valorizar a funo sociocultural das UC, por meio do apoio s comunidades envolvidas direta ou indiretamentepor UC;

    - Integrar as unidades de conservao a outras reas protegidas;- Monitorar a biodiversidade e ameaas s UC;

    - Garantir a sustentabilidade nanceira do SNUC; e

    - Otimizar o uso de recursos nanceiros e humanos destinados conservao, por exemplo, por meio da formaoe reconhecimento de mosaicos de reas protegidas.

    reas de preservao permanente, reservas legais, e

    manuteno da conectividade dessas reas por meiode instrumentos de gesto do territrio; e

    - Implementao de projetos de apoio

    nanceiro, como o GEF-SNUC e IniciativaLieWeb.

    Especicamente no que se refere rea Marinha, cujo percentualde proteo em unidades de

    conservao ainda muitobaixo, o Governo Brasileiro

    t r a a e s t r a t g i a s p a r aampliar sua proteo, o que

    tambm contribuir para

    aumentar o potencial da pro-duo pesqueira, pois garantir

    o recrutamento e a manuteno

    dos estoques pesqueiros (veja quadrona pgina 9).

    Uma das estratgias a implementao de projetos

    de apoio nanceiro implantao de sistema de reasprotegidas no bioma, como o GEF-Marinho, e o des-

    envolvimento de aes de conservao e fomento pesquisa por meio de parcerias.

    4JENKINS, C. N. & JOPPA, L. 2009. Expansion o the Global Terrestrial Protected Area System Biological Conservation, 142: 2166-2174.

    Os Novos Desafos para o SNUC

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    A Sociedade contribuindopara o crescimento do SNUC

    A apropriao das unidades de conservao pelasociedade constitui importante elemento para a sus-

    tentabilidade dessas reas, pois o apoio pblicolegitima a importncia da existncia

    desses espaos e exerce efeito diretona adoo de diferentes condutas

    e polticas em relao ao meioambiente.

    A visitao em unidades de

    conservao uma forma deaproximar a sociedade e des-

    pertar o seu interesse sobre aconservao da natureza, pois

    uma oportunidade para a recreaoe o aprendizado em contato com a

    natureza. Esse tipo de turismo capazde dinamizar as economias locais e incre-

    O SNUC valorizando o Patrimnio

    Ambiental e Cultural de Povos eComunidades Tradicionais

    A reproduof s i c a e c u l -

    t u r a l d e p o v o sindgenas e comu-

    nidades tradicionais estassociada diretamente aos recursos naturais. O modode vida desses grupos sociais se caracteriza por uma

    estreita relao de dependncia com a natureza.

    Historicamente, a luta pelo direito e proteo de terri-trios tradicionalmente ocupados por esses grupos

    avanou nas ltimas dcadas. Sua evoluo percebidapelo grande nmero de demarcao de terras indgenase criao de reservas extrativistas, em todo territrionacional5. Nesse contexto, o fortalecimento dos direitoshumanos e a incluso social de povos e comunidades tra-

    dicionais nas polticas pblicas recentes, que objetivamou contribuem para a conservao e o uso sustentvelda biodiversidade, tambm merecem destaque6.

    A diversidade sociocultural e o conhecimento tradicionaldessas populaes foram reconhecidos pela Convenosobre a Diversidade Biolgica e incorporados PolticaNacional da Biodiversidade. Posteriormente, o Plano

    Estratgico Nacional de reas Protegidas consagrou aimportncia das terras indgenas e dos territrios qui-

    lombolas nos esoros de reduo da taxa de perda debiodiversidade e de alvio da pobreza.

    Essas reas desempenham atualmente um papel de com-plementaridade estratgica s unidades de conservaoe propiciam a conectividade entre fragmentos orestaise diversas categorias do SNUC nos biomas brasileiros.Integradas em mosaicos e corredores ecolgicos, elas

    reforam o potencial de conservao e de uso susten-tvel dos componentes da biodiversidade em territriosmais amplos.

    O potencial do SNUC para reforar a salvaguarda dopatrimnio ambiental e cultural de povos e comunida-

    des tradicionais, bem como para apoiar e fomentar odesenvolvimento sustentvel desses grupos vasto. Odesao est apenas comeando.

    Parque Nacional da Serra dos rgos (RJ)Foto: Ernesto V. Castro

    mentar os recursos financeiros para a manuteno

    de unidades de conservao. O grande desafio, no

    entanto, desenvolver um turismo responsvel eintegrado diversidade sociocultural, aos con-

    hecimentos tradicionais e conservao dabiodiversidade.

    Os espaos existentes para participaoda sociedade na gesto e implantaodas unidades de conservao, como

    os conselhos gestores, tambm pos-sibilitam que as pessoas se sintam

    integrantes e responsveis por essepatrimnio pblico. Alm disso, cons-

    tituem um frum de discusso onde hpossibilidade de convergncia de interesses

    e integrao entre objetivos de proteo dabiodiversidade e o desenvolvimento local e regional.

    Reserva Extrativista Extremo Norte Tocantins (TO)Foto: Pal Zuppani

    5 CF de 1988, Art. 225, 231, 232 e 68 e Lei 9985/2000.6 Conveno 169 da OIT (1989), Decreto n 5.051/2004; CDB, Decreto Legislativo n 2/94 (Prembulo; Artigos 8 e 18; Poltica Nacional da Biodiversidade, Decreto n4339/02; reas prioritrias para a conservao, utilizao sustentvel e repartio de benefcios da biodiversidade, Decreto n 5092/04 e Portaria MMA n 09/07; PNAP,Decreto N 5.758/06; Poltica Nacional de Desenvolvimento Sustentvel dos Povos e Comunidades Tradicionais, Decreto N 6.040/07.

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    A proteo de reas aquticas traz inmeros benefcios sociedade. Isso porque funcionam como um instru-

    mento de gesto pesqueira, devendo ser criadas e

    geridas visando no s a conservao da biodiversidade,mas tambm a recuperao dos estoques pesqueiros.Alm de serem provedoras de alimento, tambm so

    undamentais para regular o clima, reciclar nutrientes eproteger a costa contra a eroso, entre outros.

    O principal meio de proteger as reas aquticas por

    meio da criao e implementao de unidades deconservao. Para a proteo da rea marinha, as reasde excluso de pesca complementam a proteo pro-porcionada pelas unidades de conservao de proteointegral, visando a gesto de espaos marinhos em que

    os estoques pesqueiros estejam sob risco. As reas deexcluso de pesca podem ser estabelecidas dentro deunidades de uso sustentvel ou mesmo ora delas.

    A implementao de reas protegidas pode dobrar a

    quantidade de recursos pesqueiros, aumentar o tamanho

    Acompanhar a elaborao, implementao e reviso

    do Plano de Manejo da unidade de conservao, quando

    couber, garantindo o seu carter participativo; Buscar a integrao da unidade de conservao com

    as demais unidades e espaos territoriais especialmente

    protegidos e com o seu entorno;

    Envidar esforos para compatibilizar os interesses dosdiversos segmentos sociais relacionados unidade; Avaliar o oramento da unidade e o relatrio nanceiroanual elaborado pelo rgo executor em relao aos obje-tivos da unidade de conservao; Opinar, no caso de conselho consultivo, ou raticar, no casode conselho deliberativo, a contratao e os dispositivos

    do termo de parceria com OSCIP, na hiptese de gesto

    compartilhada da unidade; Acompanhar a gesto por OSCIP e recomendar a rescisodo termo de parceria, quando constatada irregularidade; Manifestar-se sobre obra ou atividade potencialmente cau-sadora de impacto na unidade de conservao, em sua zonade amortecimento, mosaicos ou corredores ecolgicos; e

    Propor diretrizes e aes para compatibilizar, integrare otimizar a relao com a populao do entorno ou do

    interior da unidade, conforme o caso.

    reas Aquticas Protegidas gerando beneciospara toda a sociedade

    dos peixes e a diversidade de espcies em determinadarea, j que servem como berrios e fonte de expor-tao de indivduos maduros para as reas do entorno.

    O resultado disso se d na forma de benefcios, por

    exemplo, para as comunidades locais: as pescarias dolado de fora aumentam a produtividade, e do lado de

    dentro, as pessoas aproveitam o potencial do turismode observao que essas reas proporcionam ao seremprotegidas.

    Para que diferentes usurios de recursos pesqueiros

    possam conhecer os benefcios trazidos pelas reas

    protegidas, foi lanado pelo MMA em 2010 um vdeoapresentando trs experincias exitosas de gesto pes-

    queira, reas Aquticas Protegidas como Instrumentode Gesto Pesqueira.

    Parque Nacional do Cabo Orange (AP)Foto: Kelly Bonch

    readeProteoAmbiantalMa

    rinhodosRecifesdeCorais(RN)Foto:SandraMagalhes

    9

    Conselhos gestores:garantem a participao e controle

    social na gesto e implementao dasunidades de conservao. Os conselhos podem

    ser consultivos ou deliberativos.

    Planos de manejo:promovem a integrao daunidade de conservao vida econmica e social

    das comunidades vizinhas, pois um documento queno se limita a discutir somente o interior da rea, mas

    tambm o seu entorno. elaborado essencialmentepara estabelecer o zoneamento e as normas quedevem presidir o uso da unidade de conservao e

    o manejo de seus recursos naturais. A sociedade

    participa da sua elaborao, revisoe implementao, por meio

    do conselho gestor.

    Competnciasdos conselhos gestores

    Reserva Extrativista doCorumbau (BA)Foto: Enrico Marone

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    As Florestas Protegidas

    7 Lei Federal 11.284, de 2 de maro de 2006.

    A s f l o r e s t a s

    cobrem 31% dasuperf c ie da

    Terra. Somenteno Brasil so

    cerca de 516m i l h e s d e

    hectares de flo-restas naturais e

    plantadas ou 60,7%

    do territrio nacional.Essa enorme rea deflorestas nos rende uma

    posio de destaque no cenrio internacional,pois o Brasil representa a segunda maior rea

    de orestas do mundo, atrs apenas da Rssia.

    Com a contribuio das orestas, o Brasil possuia ora mais rica do mundo e a maior biodiver-

    sidade do planeta, mais de 20% do nmero totalde espcies sobre a Terra. E no s isso. As orestassignicam garantia de gua em quantidade e quali-

    dade, estocagem de carbono, fornecimento de produtosmadeireiros e no-madeireiros, diversidade cultural e

    beleza cnica.A principal forma de preservar as orestas brasileiras por meio de unidades de conservao. Essesespaos possibilitam que a riqueza e

    diversidade biolgica abrigadas

    pelas orestas sejam protegidas eutilizadas de orma sustentvel.

    As florestas podem prestar

    valiosos servios sociais para a

    comunidade local, por exem-plo, quando esto protegidaspor Reservas Extrativistas eReservas de Desenvolvimento

    Sustentvel.

    Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais e outrasunidades de conservao de uso sustentvel tambm

    podem exercer importante papel econmico no aprovei-tamento das riquezas das orestas brasileiras. A produode produtos madeireiros e no-madeireiros em unidades

    de conservao pode ser feita de forma sustentvel

    por meio da concessoorestal7, instrumentoque autoriza pessoajurdica a exploraode produtos e ser-

    vios f lorestais de

    forma sustentvel emediante pagamento.

    Mais de sete mil metros

    cbicos de madeiraj foram transportados, de forma

    sustentvel, da Floresta Nacionaldo Jamari (RO) por meio decontratos de concesso

    orestal. Outras duas uni-

    dades de conservaoj esto sob concesso,

    a Floresta Nacional deSarac-Taquera (PA) e

    a Floresta Nacional doAman (PA), totalizando 356

    mil hectares de oresta8.

    Para chamar a ateno da populao para o papel dasorestas na gerao de benefcios econmicos, sociais eambientais, principalmente para os povos dependentesdas orestas, a Organizao das Naes Unidas declarouo ano de 2011 como o Ano Internacional das Florestas

    que, no Brasil, tem o Ministrio do MeioAmbiente como ponto focal (www.

    anodaoresta.com.br).

    O tema Proteja as Florestas. Elasprotegem voc comemora o

    papel central das pessoas nomanejo sustentvel, conservao

    e desenvolvimento sustentvel das orestas.

    O logotipo que simboliza o Ano Internacionaldas Florestas traz elementos que mostram que as

    orestas oerecem abrigo para as pessoas e habitatpara a biodiversidade, so fonte de alimentos, rem-

    dios e gua potvel, e desempenham um papel vital namanuteno do clima e no equilbrio do meio ambiente.Todos esses elementos reoram a mensagemde que as orestas so essenciais paraa sobrevivncia e bem estar das

    pessoas em todo mundo.Foto:Preto

    8 Dados do Servio Florestal Brasileiro, disponvel em: www.mma.gov.br/sb

    Parque Nacional do Tumucumaque (AP)

    Foto: Zig Koch

    Reserva de DesenvolvimentoSustentvel Uacari (AM)

    Foto: Preto

    Parqu

    eNacionaldeAnavilhanas(AM)

    Foto:B

    runoKamada

    Fruto do umbuzeiroFoto: ONG Deixe Viver

    10

    Reserva de D esenvolvimento Sustentvel Uacari (AM)Foto: Preto

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    A Floresta Amaznica a maior floresta tropical domundo. Alm de abrigar uma em cada dez espcies

    que ocorrem no mundo, fundamental para o equilbrioambiental do planeta. O Brasil abriga 60% da rea totalda Floresta, que ocupa 49% de seu territrio.

    Desde 2003, a Floresta Amaznica vem sendo protegidapelo Programa reas Protegidas da Amaznia Arpa, omaior programa de conservao de orestas tropicaisdo planeta. Sero aproximadamente 60 milhes de

    hectares de orestas conservados por meio da criaoe consolidao de unidades de conservao, garantindoque uma parcela relevante e ecologicamente repre-sentativa da biodiversidade da Amaznia brasileira sejaconservada com seus ecossistemas e paisagens, inclusiveem interao com as comunidades locais.

    At o momento foram apoiadas 64 unidades de con-

    servao, que totalizam 32 milhes de hectares, reaequivalente ao Estado do Mato Grosso. As unidades

    foram beneciadas com bens, obras e contratao deservios necessrios para a realizao de atividades deintegrao com as comunidades de entorno, formaode conselhos, planos de manejo, levantamentos fun-

    dirios, scalizao e outras aes necessrias ao seu

    bom uncionamento.

    O Arpa um programa do Governo Federal coordenadopelo Ministrio do Meio Ambiente, gerenciado peloFUNBIO e nanciado com recursos do GEF - por meio doBanco Mundial -, do governo da Alemanha, da Rede WWFe do Fundo Amaznia, por meio do BNDES. executado

    de forma descentralizada, com parceria dos rgos ges-tores federal e estadual, favorecendo a disseminaodos conceitos de conservao da biodiversidade e deplanejamento e gesto de unidades de conservao.

    9 Soares-lho et. al. Reduo das emisses de carbono do desmatamento no Brasil: o papel do Programa reas Protegidas da Amaznia (Arpa).Disponvel em: http://www.programaarpa.org.br/images/stories/ARPA/DOCUMENTOS/reduo%20das%20emisses.pd10 WWF-Brasil. 2010. Arpa um novo caminho para a conservao da Amaznia. Disponvel em: http: //www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/?26364/Resultados-da-primeira-ase-do-programa-Arpa-Areas-Protegidas-da-Amazonia.

    A criao de UC e o reconhecimento de terras indge-nas tm sido um dos principais fatores responsveispela queda do desmatamento na Amaznia brasileira ereduo de emisses de carbono para a atmosfera. At2050 espera-se que as reas protegidas existentes no

    Bioma induzam uma reduo de emisses de carbonona ordem de 4,3 1,2 bilhes de toneladas9.

    Pode-se dizer que a reduo do desmatamento no

    bioma e a mitigao das mudanas climticas pelo Brasildevem grande parte de seus resultados ao Arpa, tendoem vista que mais de 30% da rea protegida na Amaznia apoiada pelo Programa. Calcula-se que somente as

    UC apoiadas pelo Arpa seriam responsveis por evitar aemisso de 1,4 0,47 bilhes de toneladas de carbono,o que equivale a 16% das emisses anuais provenientesde todas as fontes globais de emisso ou a 70% da metade reduo de emisses prevista para o primeiro perodo

    de compromisso do Protocolo de Quioto.

    As UC apoiadas pelo Programa so ainda mais ecientesna conservao das orestas do que aquelas no apoia-das. O percentual mdio de desmatamento nessas UC 41% inerior ao percentual mdio desmatado nas UCno beneciadas10.

    Acesse www.programaarpa.org.br

    O Projeto Corredores Ecolgicos (PCE) tambm um grande responsvel pela manutenoe recuperao de nossas orestas, atuando nos biomas Amaznia e Mata Atlntica, por

    meio do Corredor Central da Amaznia (CCA) e Corredor Central da Mata Atlntica (CCMA).

    O PCE comeou em 2002 adotando tcnicas da biologia da conservao e estratgias de planejamento e gesto socioambientalde forma compartilhada e participativa. Para o Projeto, as unidades de conservao representam o arcabouo estrutural quepossibilita o uxo gnico da biodiversidade local, incorporando ao planejamento da paisagem outros elementos como asterras indgenas, as reservas legais e as reas de preservao permanente.

    Os dois corredores prioritrios, CCA e CCMA, consideram as realidades distintas entre os ecossistemas da Amaznia e da MataAtlntica, assim a implementao de cada um deles aborda estratgias especcas. No CCA busca-se manter a integridadeda oresta e investir em atividades alternativas de gerao de renda com o uso sustentvel da biodiversidade. J no CCMAse procura assegurar a proteo dos remanescentes orestais signicativos e incrementar, gradativamente, a ligao entre

    pores ncleo da paisagem por meio do controle, proteo e recuperao da cobertura orestal.

    o maior Programa de Conservaode Florestas Tropicais do mundo,

    protegendo a maior Floresta Tropical do mundo.

    11

    Arpa aumenta a eccia das UC emdeter o desmatamento e as emisses de

    gases de efeito estufa

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    Classe de uso

    Principais tipos de uso

    (Lei n 9.985/2000)Categoria de

    Manejo

    Representatividade

    da categoria (%)

    % noterritrionacional

    Classe 1 Pesquisa cientca e edu-cao ambiental

    Desenvolvimento de pesquisacientca e de educao ambiental

    REBIO, ESEC 11,7 1,95

    Classe 2 Pesquisa cientca, edu-

    cao ambiental e visitaoTurismo em contato com a natureza PARQUE, RPPN 24,7 4,09

    Classe 3 Produo Florestal, pes-

    quisa cientca e visitao

    Produo orestal FN, FE 19,3 3,21

    Classe 4 Extrativismo, pesquisacientca e visitao

    Extrativismo por populaestradicionais

    RESEX 9,0 1,50

    Classe 5 Agricultura de baixo

    impacto, pesquisa cient f ica ,

    visitao, produo florestal eextrativismo

    reas pblicas e privadas onde a

    produo agrcola e pecuria

    compatibilizada com os objetivos

    da UC

    RDS, RVS, MN 8,1 1,34

    Classe 6 Agropecuria, atividade

    industrial,ncleo populacionalurbano e rural

    Terras pblicas e particulares com

    possibilidade de usos variadosvisando a um ordenamento terri-

    torial sustentvel

    APA, ARIE 27,2 4,50

    Um Novo Olharpara as UC

    Estao Ecolgica guas Emendadas (DF)Foto: Fernando Costa Pinheiro

    11 Atualizado de Gurgel et al. 2009. Unidades de conservao e o also dilema entre conservao e desenvolvimento. Boletim Regional, Urbanoe Ambiental IPEA, 3: 109-119. Disponvel em:

    APA = rea de Proteo Ambiental; ARIE = rea de Relevante Interesse Ecolgico; EE = Estao Ecolgica; FE = Floresta Estadual;FN = Floresta Nacional; MN = Monumento Natural; RDS = Reserva de Desenvolvimento Sustentvel; RESEX = Reserva Extrativista;

    RPPN = Reserva Particular do Patrimnio Natural; RVS = Regio de Vida Silvestre

    Estudos tm demonstrado cada vez mais que uni-

    dades de conservao tambm contribuem para odesenvolvimento econmico e reduo da pobreza

    do pas. Ao contrrio do que se pensa, no so espaosintocveis, onde nenhuma atividade humana pode serdesenvolvida.

    Em 88,3% da rea total protegida por UC so permiti-

    dos usos econmicos diversos passveis de gerar efeitospositivos imediatos economia regional. A rea restanteapresenta restries do ponto de vista de uso econ-

    mico imediato, mas em contrapartida pode favorecer odesenvolvimento local (veja quadro abaixo11).

    Desse modo, 88,3% da rea protegida por UC passvelde utilizao econmica em atividades de turismo, pro-duo orestal, extrativismo e at mesmo agricultura,agropecuria e atividades industriais de baixo impactoambiental.

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    - Somente as Florestas Nacionais e Estaduais da Amaznia tm o potencial de ampliar em mais de 100% a produo anualno pas de madeira nativa segundo o modelo de concesso orestal, o que geraria entre R$ 1,2 bilho e R$ 2,2 bilhes;

    - A visitao nos 67 Parques Nacionais tem potencial para gerar entre R$ 1,6 bilho e R$ 1,8bilho por ano;

    - A visitao nos 144 Parques Estaduais tem o potencial para atrair cerca de 1,4

    milhes de pessoas, o que poder gerar entre R$ 90 milhes e R$ 103,3 milhes.

    - A criao e manuteno das unidades de conservao evitaram a emisso depelo menos 2,8 bilhes de toneladas de carbono, que se estima que equivalema cerca de R$ 96 bilhes;

    - 80% da hidreletricidade gerada no pas tm

    como fonte de gua pelo menos um rioa jusante de unidade de conservao;

    - 35% da gua captada para consumo humano depende de unidades de

    conservao:- 9% da gua para consumo humano diretamente captada em UC e 26% captada em ontes a jusante de UC; e

    - A receita real de ICMS Ecolgico repassada aos municpios pela simples existncia

    de unidades de conservao em seus territrios oi deR$ 402,7 milhes em 2009.

    Por que investir em

    Unidades de Conservao?Pode-se dizer que o baixo investimento nas UC brasileirasse traduz na falta de conhecimento sobre o retorno

    nanceiro que esses espaos podem gerar ao serem

    efetivamente implementados. O dinamismo econmicogerado pela conservao de reas naturais ainda poucoconhecido, divulgado e discutido com a sociedade.

    Viabilizar o funcionamento do Sistema Nacional de

    Unidades de Conservao fundamental no apenaspara garantir a conservao e o uso sustentvel das

    riquezas naturais, mas tambm para promover o des-

    envolvimento social e econmico do pas em mdio elongo prazos.

    Com o objetivo de preencher essa lacuna, o Ministrio

    do Meio Ambiente, em parceria com o Centro paraMonitoramento da Conservao Mundial do Programadas Naes Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-WCMC),desenvolveu estudo sobre a Contribuio das Unidadesde Conservao para a Economia Nacional.

    O e st u do m o st r a ainuncia das unidadesde conservao nocontexto econmico eaponta a importnciadesses espaos como

    geradores de oportuni-dades de negcios locais

    e regionais e provedores deservios ambientais para a socie-dade. No trabalho so apresentados osresultados de anlises sobre o impacto e o potencial

    econmico de cinco bens e serv ios prestados pelas

    unidades: produtos orestais, uso pblico, carbono, guae repartio de receitas tributrias.

    As anlises revelam que as unidades de conservao

    ornecem direta ou indiretamente bens e servios que

    satisazem vrias necessidades da sociedade brasileira,inclusive produtivas. Alm disso, o conjunto de serviosambientais avaliados gera contribuies econmicas

    com valores superiores queles que tm sido destinadospelas administraes pblicas manuteno do SNUC.

    A Contribuio Econmica das Unidades de Conservao

    Parque Nacional das Araucrias (SC)Foto: Wigold B. Shfer

    Monumento Natural Cnion So Francisco (AL, BA,SE)Foto: Jos Henrique C. Barbosa

    Parque Nacional da Serra da Bodoqu ena (MS)Foto: Zig Koch

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    Os mosaicos vm se destacando no ordenamento e na gesto do territrio,

    pois compatibilizam a manuteno da biodiversidade, a valorizao dasociobiodiversidade e as prticas de desenvolvimento sustentvel no

    contexto regional. Representam uma partilha de responsabilidades epossibilitam a participao de todos os entes da ederao, da sociedade

    e de outros atores de atuao local.

    Principais vantagens dos mosaicos:

    - gesto integrada e participativa das unidades de conservao e outras

    reas protegidas;- integrao de unidades de conservao a paisagens terrestres e marinhas

    mais amplas;- integrao de aes de scalizao,

    combate a incndios e outros desastres ambientais;- otimizao de recursos nanceiros e humanos das unidades de conservao.

    MOSAICOS: compartilhandoresponsabilidades,

    integrando paisagens

    O processo de reconhecimento de um mosaico bem simples.

    indispensvel que os rgos gestores das unidades de conservao

    interessadas em compor o mosaico manifestem interesse ao MMA,

    o qual responsvel por conduzir todo o processo. Outras reas

    protegidas podem compor um mosaico, mas para isso devem ter

    limites defnidos e apresentar claramente inteno de conservar

    a natureza.

    Para saber mais sobre os procedimentos para reconhecimento de

    mosaicos consulte a Portaria MMA n 482, de 14 de dezembro de2010, ou acesse o site www.mma.gov.br/snuc.

    Como os Mosaicos soreconhecidos?

    Parque Nacional do Tumucumaque (AP)Foto: Zig Koch

    RESERVAS DA BIOSFERA

    As reservas da biosfera so ummodelo internacional de gesto

    integrada, participativa e sustentveldo territrio, reconhecido pela UNESCO.

    Possuem uma maneira especial de ordena-mento do territrio, sendo as unidades de

    conservao de proteo integral as

    reas centrais desse zoneamento,chamadas reas-ncleo.

    Reserva Extrativista Marinha Arraial do Cabo (RJ)Foto: Enrico Marone

    14

    Corredores ecolgicos so reas que possibilitam a

    conexo entre diferentes unidades de conservao e outras

    reas importantes para a conservao, favorecendo o uxode espcies.

    As atividades desenvolvidas nas reas que compem os

    corredores ecolgicos devem ser feitas de forma que no

    interram signicativamente a conexo da paisagem.

    Os corredores ecolgicos podem ser partes integrantes demosaicos de reas protegidas.

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    Fotos da 1 capa: Athila Bertoncini, Carlos Belz e Danielle Blanc.Fotos da 4 capa: Avay Miranda Jnior, Bruno Cabral, Gustavo Oliveira, Marcelo Neiva de Amorim,Maria Carolina Hazin e Wigold B. Sher.

    As publicaes citadas nesta revista esto disponveis nos seguintes endereos:Plano Estratgico Nacional de reas Protegidas PNAPhttp://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=publicacao.publicacoesPorSecretaria&idEstrutura=146

    reas Aquticas Protegidas como Instrumento de Gesto Pesqueirahttp://cdn.www.cbd.int/iyb/doc/celebrations/Iyb-brazil-moe-pa-success-en.pd e no

    Youtube www.youtube.com

    Contribuio das Unidades de Conservao para a Economia Nacionalo estudo est disponvel na pgina www.mma.gov.br/areasprotegidas

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    CONHEA MAIS SOBRE OPATRIMNIO AMBIENTAL BRASILEIRO:

    CNUC - O Portal do Conhecimento sobre as

    Unidades de Conservao BrasileirasO que voc conhece sobre as unidades de conservao brasileiras? O Cadastro Nacionalde Unidades de Conservao CNUC a principal erramenta que agrupa inormaessobre as unidades de conservao brasileiras. O portal disponibiliza sociedadeinormaes bsicas sobre cada UC cadastrada, tais como rea, cate-goria de manejo, objetivos, rgo gestor, conselho gestor, planode manejo, alm de inormaes georreerenciadas da loca-lizao da UC. Demais inormaes como inraestruturadisponvel na UC, visitao pblica e situao undiriatambm podem ser encontradas no CNUC.

    O portal oerece ainda 14 mapas que mostram adistribuio das UC no territrio nacional e relat-rios detalhados. Ambos so interativos e podemser modicados pelos usurios conorme as suasnecessidades.

    O CNUC mantido pelo MMA com a colaboraodo rgo gestor das unidades de conservaoederais, o Instituto Chico Mendes de Conservaoda Biodiversidade, e de outros 119 rgos gestoresestaduais e municipais. A responsabilidade pela

    inscrio, insero e atualizao dos dados de cada UC dos rgos gestores e cabe ao MMA conerir e disponibili-zar para a sociedade inormaes daquelas UC que esto emacordo com as diretrizes do SNUC.

    Acesse o portal do conhecimento sobre as unidades de conservao:www.mma.gov.br/cadastro_uc

    As UC com cadastro nalizado podem receber recursos de compensao ambiental federal e apoio de programas e projetosdesenvolvidos pelo MMA como, por exemplo, o Programa reas Protegidas da Amaznia ARPA e o Projeto Corredores

    Ecolgicos PCE. Alm disso, os rgos gestores, ao preencherem o Cadastro, contribuem para a realizao de anlises ebalanos ociais mais precisos, otimizando assim a implementao de polticas pblicas para o aprimoramento do SNUC.E o principal: a sociedade passa a conhecer mais as unidades de conservao brasileiras.

    RGO GESTOR, PORQUE CADASTRAR SUA UC?