anotaçõestributário

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1 UNEB – Universidade do Estado da Bahia Departamento de Ciências Humanas Curso: Direito Disciplina: Direito Tributário Prof.: ANDRÉ Alves PORTELLA [email protected] 13.10.2010 - Aula 1 1ª) Avaliação TIPO: objetiva com 20 questões. ASSUNTOS: 1- tributo (definição, espécies, natureza jurídica); 2- competência tributária (definição, espécies, classificação, limitações constitucionais ao poder de tributar (imunidades tributárias e princípios constitucionais tributários); 3- legislação tributária). DATAS: 06.12 / 2ª chamada 13.12 (prova aberta de 03 a 05 questões) 2ª) Avaliação TIPO: dissertativa de 03 a 05 questões. DATA: 16.02 / 2ª chamada 23.02. ASSUNTOS: 1) legislação tributária; 2) obrigação tributária e 3) crédito tributário. BIBLIOGRAFIA INDICADA: SACHA CALMON NAVARRO COELHO. Sistema constitucional tributário; ALIOMAR BALEEIRO. Uma introdução à ciência das finanças; ROQUE ANTONIO CARRAZZA. Curso de direito constitucional tributário; LUCIANO AMARO. Direito tributário brasileiro PAULO DE BARROS CARVALHO. Curso de direito tributário; ANDRÉ PORTELLA e CARLOS VALDER DO NASCIMENTO. Comentários ao código tributário nacional. Forense. 7ª edição. HUGO DE BRITO MACHADO. Manual de direito tributário (André acha que devemos nos aprofundar mais) * CF a partir do art. 145 até 169 * CTN - Código tributário nacional x-x-x-x-x-x-x-x-x 1) Tributo 1.1) Definição 1.2) Espécies 1.3) Natureza Jurídica 1) TRIBUTO

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UNEB – Universidade do Estado da BahiaDepartamento de Ciências HumanasCurso: Direito Disciplina: Direito TributárioProf.: ANDRÉ Alves [email protected]

13.10.2010 - Aula 1

1ª) AvaliaçãoTIPO: objetiva com 20 questões.ASSUNTOS: 1- tributo (definição, espécies, natureza jurídica); 2- competência tributária (definição, espécies, classificação, limitações constitucionais ao poder de tributar (imunidades tributárias e princípios constitucionais tributários); 3- legislação tributária).DATAS: 06.12 / 2ª chamada 13.12 (prova aberta de 03 a 05 questões) 2ª) AvaliaçãoTIPO: dissertativa de 03 a 05 questões.DATA: 16.02 / 2ª chamada 23.02.ASSUNTOS: 1) legislação tributária; 2) obrigação tributária e 3) crédito tributário.

BIBLIOGRAFIA INDICADA:SACHA CALMON NAVARRO COELHO. Sistema constitucional tributário;ALIOMAR BALEEIRO. Uma introdução à ciência das finanças;ROQUE ANTONIO CARRAZZA. Curso de direito constitucional tributário;LUCIANO AMARO. Direito tributário brasileiroPAULO DE BARROS CARVALHO. Curso de direito tributário;ANDRÉ PORTELLA e CARLOS VALDER DO NASCIMENTO. Comentários ao código tributário nacional. Forense. 7ª edição.HUGO DE BRITO MACHADO. Manual de direito tributário (André acha que devemos nos aprofundar mais)* CF a partir do art. 145 até 169* CTN - Código tributário nacional

x-x-x-x-x-x-x-x-x

1) Tributo1.1) Definição1.2) Espécies1.3) Natureza Jurídica

1) TRIBUTO1.1) Definição:Pode ser definido a partir de duas perspectivas distintas, que é para as finanças e para o jurídico.i) perspectiva financeira: receita pública derivada e própria.Estrutura financeira do estado - estrutura das finanças públicas - vai dividir em duas partes (receita pública e despesa pública).

Para a ciência das finanças temos:

* Despesa pública (conceito formal - ciência das finanças): é todo e qualquer recurso monetário (em moeda corrente do país) que se retira do patrimônio público (que se extrai dos cofres públicos). Essa definição é meramente formal, pois considera apenas o movimento do recurso financeiro.Classificação econômica das despesas públicas (Lei n° 4.620/64):

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- Despesa corrente: é aquela que possui fluxo contínuo (não tem prazo para conclusão das despesas)x.a - custeio: aquela que tem como objetivo a manutenção do funcionamento do estado (ex. pagamento de salário, obras de manutenção, material de almoxarifado, gasolina).x.b - transferência corrente: repasse realizados por um determinado ente público para outro ente público:x.b.1 - transferências voluntárias: instituída por ato normativo (outorga, acordo, convênio) é feita por um uma questão de conveniência política (não há obrigação da feitura da transferência). Ex.: o posto de saúde municipal no qual os salários dos médicos são realizados/complementados por ente estadual ou federal.x.b.2 - transferências legais/ obrigatórias / compulsórias / constitucionais: IPVA, ITR, IR, IPI, ICMS, etc. --- IPVA (Imposto sobre a Propriedade Veículo Automotor: quem arrecada é o Estado da Bahia, mas tem que repassar metade-50%- do que arrecada para o município que está vinculado);--- ITR (Imposto Territorial Rural: é de competência da União- Federal-. Sua metade ou a totalidade será destinado ao município em que se encontra localizado o território rural. Se o Município tiver um convênio com a União se responsabilizando pela sua arrecadação e fiscalização será repassado a totalidade);--- IR (Imposto de Renda: com base nele vão existir dois grupos de transferências, uma de 48% e outra do IRFF. É de competência Federal, a União que é a destinatária, mas possui os dois grupos de repasses. Os 48% serão repassados para (23,5% Fundo de participação dos municípios - FPM-, 21,5% fundo de participação dos Estados -FPE- e 3% para os fundos das regiões norte, nordeste e centro-oeste –FNO, FNE, FCO). A outra parte é o Imposto de Renda Retido na Fonte- IRRF- é uma técnica de arrecadação de imposto de renda que responsabiliza a fonte pagadora pelo recolhimento do imposto. Sempre que o Estado, Município ou Distrito Federal atuem como detentores eles serão... pelo retido;--- IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados. Também possui dois repasses. O primeiro é 48% distribuídos igual ao do Imposto de Renda. O outro repasse equivale a 10% e será destinado ao fundo de compensação das exportações- FCEX (esse fundo é federal, foi a forma encontrada pela Constituição para trazer a União para as perdas dos Estados. Ele é um artifício criado pela CF para amenizar as perdas dos Estados decorrentes da não arrecadação do ICMS nas exportações);

- Despesa de capital: é aquela que se realiza de forma pontual ou por prazo definido.

* Receita pública (conceito formal): todo recurso financeiro (em moeda corrente) que entra no patrimônio público.

ii) perspectiva jurídica (art. 3° do CTN):

Próxima aula André falará sobre o repasse / desdobramento dos 25% do ICMS

18.10.2010 - Aula 2

(Continuação Transferência corrente decorrente da arrecadação de ICMS)

ICMS é um imposto de competência dos estados membros. Entretanto, parte do que se arrecada com o ICMS deve ser transferido (25%) entre todos os municípios do estado.De que forma os 25% serão repassados para os municípios? Segundo a CF haverá uma divisão dos 25% em dois critérios de distribuição [3/4 - repassado de determinada forma; e os 1/4 de outra forma]

3/4 de acordo com critério econômico ou arrecadatório;

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1/4 será repassado aos municípios de acordo com o critério "legal".

Critério econômico (3/4) - os 25% serão repassados de forma diretamente proporcional ao ICMS arrecadado nos respectivos municípios;Ex.: arrecadação total 16 bi (100%) - 4 bilhões serão repassados entre todos os municípios - 3/4 (3 bi) serão repassados de acordo com o critério econômico.

Critério legal (1/4) - CF/88 - de acordo com a lei de cada estado. É a lei estadual que irá definir o critério de distribuição do 1/4 restante.Obs.: 1ª - CF deixou em aberto a forma como cada estado ira distribuir. Entretanto, o repasse p o município é obrigatório. A faculdade se da apenas no que diz respeito ao critério.2ª - Aqui na Bahia são dois os critérios [populacional e territorial].3ª - Isso não impede que outros critérios sejam adotados (econômicos, sociais, ambientais). Ex.: é absolutamente possível incluir índices sociais (baixo nível de mortalidade infantil, maior índice de alfabetização). Índices econômicos (renda per capita); Índices ambientais.ICMS ecológico, verde, sustentável - é determinação de um critério preservacionista ambiental na transferência desse 1/4 do ICMS.Tem dois projetos tramitando na AL a respeito do ICMS ecológico.

Próxima aula (NÃO é p entrega): trazer quais são os estados que tem já adotam o ICMS ecológico e as características gerais de cada lei.

Despesa de capital - por exclusão - é toda aquela que se realiza pontual - se exaure em determinado momento, ou se realiza por prazo certo (lei 4.320):1. Investimento público - é a despesa que objetiva a construção da infra-estrutura do estado [construções de pontes, viadutos, hospitais, estradas, obras em geral] ou a realização de programa de duração continuada [PAC - programa de erradicação de pobreza, campanhas de vacinação, campanha contra febre aftosa, minha casa mina vida - não são obras publicas, mas tem duração continuada]. O PPA - plano plurianual - vai indicar a duração dos projetos/programas.2. Inversão publica/financeira - vulgarmente no nosso cotidiano de investimento [aquisição de títulos, ações, dólar, ouro] - é a despesa publica que objetiva a proteção financeira do estado ou a geração de receita futura (quando o estado adquire ações; reservas internacionais, compra de moeda estrangeira, compra de títulos lastreados em ouro). Se der prejuízo deixa de ser considerado inversão financeira? Não.3. transferência de capital - é repasse de recurso de um ente publico para outro de maneira pontual ou por prazo determinado. Ex.: metro de salvador (obra publica da competência do município - gasto de investimento; tanto o estado da Bahia quanto a união - despesa do tipo transferência de capital)

RECEITA PUBLICA

Quais as formas que qualquer individuo pode auferir receita? decorrentes do patrimônio, trabalho ou de ambos (trabalho e capital - rendimento empresarial)

Conjunto de recursos q ingressa nos cofres públicos.

O estado pode auferir receita enquanto Estado decorrente de uma obrigação imposta por lei.

1. Originaria - é aquele que o estado aufere enquanto agente econômico - em pé de igualdade com qualquer individuo, com qualquer empresa.1.1. Patrimonial - aquela que decorre da exploração do patrimônio do estado

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1.1.1. receita imobiliária - decorre da exploração economia de bens imóveis (venda, aluguel, etc.)1.1.2. receita mobiliaria - decorre da exploração econômica de bens moveis (venda de automóvel, venda de material de escritório levado a leilão); títulos de crédito (venda de títulos pertencentes ao estado - quando o estado vende títulos de terceiros (comprados anteriormente) = transação com titulo de credito pertencente a terceiros1.2. Empresarial (trabalho e patrimônio) decorre da exploração de atividade econômica. aquela que o estado aufere das empresas estatais (seja economia mista, sejam empresas publicas) - lucros da Petrobrás, Banco do Brasil, CEF, CODEBA, EBAL, EMBRAPA, etc.1.3. Creditícia - se faltar recursos o estado vai buscar credito no mercado - gerara uma situação de divida do estado. levantamento de recursos financeiros junto ao mercado para devolução futura. Ex.: emissão de títulos da divida publica

2. Derivada - é aquela que decorre do poder de império - de caráter obrigatório, decorrente de lei. São instituídas deforma unilateral pelo estado2.1 impróprio ou indireto - o beneficiário final do pagamento obrigatório é terceiro; é aquele cujo beneficiário final é um sujeito distinto daquele que instituiu a obrigação. Ex. repasse / transferência de impostos (ICMS, ITR, IPVA)

2.2. próprio ou direto. beneficiário final do pagamento obrigatório é o próprio ente que instituiu a obrigatoriedade do pagamento.

receita derivada própria - duas possibilidades - TRIBUTO e MULTA.

Sempre que o estado impuser o pagamento em virtude de lei ele só pode estar exigindo duas coisas (tributo ou multa) não há outra possibilidade.Penhoras, confiscos, seqüestros - reserva de determinado pagamento são referentes a medida judicial.No Brasil o requerimento de moeda ou é tributo (gênero - taxa, imposto, contribuições, ...) ou multa.

Quais as diferentes entre tributo e multa? ambos são decorrentes de lei, ambos determinam o pagamento de determinada quantia. primeira diferença: o tributo ao contrario da multa não tem finalidade / característica sancionatória; o tributo tem finalidade arrecadatória (financiamento dos gastos públicos); a multa não tem finalidade financeira; o dinheiro da multa vai para financiar algo gasto para decorrentes do ilícito praticado; a multa sanciona, apena uma determinada conduta; 2. diz respeito a situação que determina a aplicação de um outro instituto - natureza do fato gerador da multa / fato gerador do tributo - o fato que da ensejo a cobrança da multa é necessariamente um ilícito; no caso do tributo não há que se fazer juízo de licitude acerca do fato gerador (art. 109 do CTN).

PRINCÍPIO DA MORALIDADE. Como o estado pode auferir lucro das multas criadas para sancionar condutas ilícitas / atividades ilícitas? No Brasil pode-se atribuir tributo a conduta ilícita? A RAZÃO DE SER reside no princípio da isonomia tributaria.

O direito tributário não autoriza o confisco.

25.10.2010 - AULA 03

TRIBUTO1. DEFINIÇÃO JURÍDICA - (art. 3° CTN) - é toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir ou expressar que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante procedimento administrativo plenamente vinculado.Perspectiva jurídica - CTN - art. 3°:

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* prestação - em direito prestação como objeto existe em dois sentidos (objetivo - o objeto que você vai entregar a alguém; e subjetivo - conduta humana de prestar algo em favor de alguém). No Brasil não existe tributo in natura (em fazer), prevalece o modo objetivo (objeto pecuniário);* pecuniária ("em moeda ou cujo valor nela se expresse") - no Brasil não existe tributo in natura - pecuniário já não é em moeda? A única explicação estaria na etimologia da palavra - o qualitativo pecuniário se refere a objeto que pode ser trocado/cambiado por outro (pois pecúnio vem de gado); Qual é o objeto que não se pode expressar em moeda? O que o legislador quis afirmar quando diz que pode ser pago em moeda ou qualquer coisa que nela possa se expressar [segundo o Prof. Portella é uma péssima técnica legislativa] - o legislador está querendo demonstrar que AS COISAS OU OBJETOS DEVEM ESTAR PREVISTOS EM LEI (basicamente título de crédito [precatório, títulos da divida, credito tributário, "estampilha" {selo que se coloca na mercadoria e comprova o pagamento - cigarros, aguardente}] ou dação em pagamento de bens imóveis que seriam as exceções previstas em lei).Se eu estou devendo tributo o que vai ocorrer é uma execução fiscal contra a empresa. Em ultima hipótese ocorrera a penhora dos bens. Nesse caso essa retirada não é para pagamento de tributo, e não seria um pagamento, mas não em forma de pecúnia? A penhora já não e pagamento de tributo (obrigação originaria), a rigor a penhora e uma medida jurisdicional para se satisfazer o credito (que já não é tributário e sim processual). Logo a penhora NÃO É EXCEÇÃO A REGRA.* compulsória - tem que ser necessariamente compulsória sob pena de descaracterização da natureza tributaria - é essa característica do tributo que vai diferenciá-lo de outro instituto do direito civil que é o "preço" (você escolhe pagar ou não, contratar ou não), o tributo você não escolhe se vai pagar ou não sob pena de sanção. O preço é dois tipos (preço ou tarifa (preço publico) em ambos os casos são prestações voluntarias. Qual a diferença entre tarifa e preço? A diferença esta no fato de que a tarifa embora seja privada (de forma voluntaria) ela esta submetida a regulamentação estatal. A tarifa esta submetida a um valor máximo / requisitos impostos pela legislação (ex. tarifa de transporte).* legalidade - instituição/majoração submete-se ao primado da legalidade. Existem exceções? Sim. Vide o art. 153, para 1° da CF/88: IPI, IOF, II1, IE2. Em que consiste a exceção? Não será necessária lei, pode ser feito por decreto, basta o Presidente assinar. São duas as exceções:a) Majoração - a exceção se refere apenas a majoração. Se for para instituir devera ser feito por lei.b) Alíquota - a majoração por meio de alíquota também esta na exceção. Se o aumento se der pela base do calculo devera ser feito via lei.* não-sancionador - (a distinção entre tributo e multa: a multa é sanção / tributo é receita publica) - * cobrança vinculada - procedimento administrativo plenamente vinculado para a cobrança - discricionário (que da margem de decisão a depender da conveniência ao agente publico) - o ato vinculado (o agente é apenas um instrumento do procedimento). Cobrança do tributo é plenamente vinculada a norma, sob pena de inconstitucionalidade da cobrança do tributo.

2. ESPÉCIES3. NATUREZA JURÍDICA

27.10.2010 - AULA 04TRIBUTOS

1) Definição2) Espécies2.1. impostos - 2.2. taxas

1 Imposto de importação.2 Imposto de exportação.

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2.3. contribuição de melhorias2.4. contribuições especiais2.5. empréstimo compulsório

Para saber diferenciar uma espécie tributária é necessário analisar duas variáveis (fato gerador e destinação) em cada uma delas.1) - fato gerador - qual o fato gerador? - não é instituto específico do Direito Tributário. O fato

gerador é a situação/ocorrência indicada pelo legislador como necessária à incidência do tributo. O fato gerador pode ser de dois tipos: vinculado e não vinculado.a) Vinculado - é aquele que exige a participação do Estado na sua realização. Ex.:

"preparo" de um recurso (cobrado em função da prestação jurisdicional prestada pelo Estado); tributo para emissão de alvará de funcionamento; tributo que é cobrado em função de uma obra pública.

b) Não vinculado - é aquele em cuja a realização não se exige a participação do Estado na sua realização. NB não quer dizer que se o Estado participar descaracterizará/ desqualificará o fato gerador. Ex.: se eu aufiro renda (fato gerador de tributo) para eu auferir renda não é necessária a participação do Estado; consumo (fato gerador) de uma mercadoria gera a incidência do ICMS; servidor público que paga IRPF - o Estado participa do fato gerador vinculado.

Para verificar a vinculação ou não tem que observar a prescindibilidade do estado ou não no fato gerador.

2) - analisar a destinação do produto da arrecadação - a destinação poderá ser vinculado ou não vinculado:a) Vinculado - é aquele tributo cuja receita / arrecadação encontra-se atrelada ao

financiamento de despesas especificas. Ex.: tributo relativo a construção de obra pública (o produto tem que ser voltado exclusivamente para a construção da praça pública); preparo de um recurso (tem que ser destinado a prestação jurisdicional

b) Não vinculado - é aquele cujo produto da arrecadação não está atrelado a despesa específica. Ele será voltado ao financiamento das despesas de um modo geral.

NB. Atualmente o entendimento do STF é que há 5 espécies de tributos. No entanto, a doutrina diverge com relação a quantidade de tributos.

Fato gerador DestinaçãoImposto art. 16 CTN3 - não-

vinculado - expressão de riqueza ("capacidade econômica") do contribuinte.

não-vinculado

Taxa art. 77 CTN - vinculado a participação do estado na situação que enseja a taxa - é a prestação de serviço/prestação publico: * especifico e * divisível

vinculado

Contribuição de melhoria vinculado vinculadoContribuições especiais não-vinculado vinculadoEmpréstimo compulsório

-------Expressão de riqueza:

3 Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

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- rendimento - talvez seja a forma mais acertada de apurar a riqueza - IR- propriedade - IPTU / IPVA / ITR- consumo - poder aquisitivo que expressa - ICMS, IPI, ISS, IOF, II, IE- transmissão - venda de propriedade que possua - ITBI/ITIV; ITCMD

Destinação do imposto: Em regra as receitas dos impostos não podem ter o produto da sua arrecadação vinculado a destinação específica (princípio constitucional - art. 167, IV - CF/88); no entanto, existem exceções a regra - que estão previstas no art. 167 - p. ex. as transferências.Existe alguma importância em existir uma vedação a vinculação do imposto, tem importância pratica? Sim. Se o cidadão esta insatisfeito com os cuidados que o estado da a sua rua ingressa com uma ação pedido para não pagar o IPTU. A ação estará fadada ao insucesso vez que não deve haver vinculação de imposto - conforme estabelecido na CF/88 - não ha exigência legal para o estado em aplicar a receita de determinado imposto a vinculação de finalidade especifica.

Fato gerador da taxa = serviço público exclusivo e divisível (art. 77 a 79 CTN). No Brasil não existe taxa senão pela prestação de serviço público em favor do contribuinte. * A disponibilização de um bem/patrimônio público ao contribuinte no Brasil não se denomina TAXA (e sim PREÇO PÚBLICO, TARIFA). * Os serviços de inspeção esta sim pode se caracterizar como taxa.

TAXA:* serviço publico especifico - é todo aquele que pode ser entregue em parcelas. Pode ser parcelado/especificado; é diferente de um serviço genérico.A prestação jurisdicional pode ser parcelada.* A taxa de iluminação pública não é especifica (não é passível de ser compartimentado/parcelado) em função disso o STF decidiu pela inconstitucionalidade da cobrança de tal taxa.* O serviço de esgoto (geral) não deveria ser cobrado via taxa - logo são inconstitucional por ser serviço público GENÉRICO; a mesma coisa em relação a taxa de lixo (além do mais é cobrada sobre o valor venal do imóvel).

Serviço divisível é aquele que pode ser entregue/prestado em favor de determinado indivíduo ou grupo de indivíduos. É passível de identificação do beneficiário.Exemplo de serviços divisíveis: prestação jurisdicional - na medida em que você pode identificar claramente os beneficiários; serviço de liberação de alvará; expedição de documentos [de forma geral].Serviço indivisível é todo aquele cuja identificação do beneficiário não se faz possível. Exemplos: serviço de saúde pública; segurança pública; saneamento básico; serviço de iluminação pública.

A terminologia utilizada pelo legislador (art. 77 CTN) diverge do senso comum. O que é indivisível no CTN para o senso comum seria divisível.

A especificidade do serviço - ser compartimentado - é uma característica do serviço em si.

O CTN classifica as taxas em dois grupos:a) pelo exercício do poder de polícia - é o conceito de direito administrativo. Poder de organização, inspeção, fiscalização de uma determinada atividade econômica. Ex.: taxa de liberação de alvará de funcionamento, construção, reforma, etc.b) comum (ou taxa / ou de serviço) - é toda aquela cujo serviço não se caracteriza como exercício do poder de polícia. Ex.: taxa para prestação de serviço jurisdicional, taxa para emissão de certidões, taxas cartorárias [de forma geral].Lei n° 1.060/50 - assistência judiciária gratuita.Qual a importância prática da divisão? A taxa de poder de polícia para ser cobrada o serviço tem

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que estar disponível ao cidadão. Por exemplo, se um restaurante solicita o alvará de funcionamento ele pagara uma taxa; se ele desistir de instalar o restaurante o proprietário poderá solicitar a devolução do valor pago, pois o serviço não foi posto a disposição do cidadão.A taxa comum pode ser cobrada pela utilização efetiva como pela mera colocação a disposição do contribuinte. Ex.: o individuo contrata um advogado que protocola a petição inicial e paga o preparo. o individuo desiste a ação antes mesmo do despacho inicial do juiz. A este individuo não se dará o direito de receber o valor pago a titulo de preparo.

A vinculação - o que será arrecadado será realocado ao próprio custeio da atividade publica.3) Natureza Jurídica

03.11.2010 - AULA 05

TRIBUTOS (continuação)* Espécies* Natureza Jurídica

CONTRIBUICAO DE MELHORIAfato gerador: composto - devemos observar dois fatos distintos e inseparáveis (construção de obra publica da qual decorra valorização imobiliária em função do contribuinte) 1° construção de obra pública; 2° valorização imobiliária.

Se a prefeitura construir uma praça publica em determinado bairro e em função da construção ha uma melhoria dos valores dos imóveis que circundam aquela área pode-se cobrar / está legitimado a instituição de um tributo a título de contribuição de melhoria.

Porque não se institui a contribuição de melhoria (até hoje no Brasil foram poucos foram instituídos. Talvez por causa da possível antipatia gerada.

Construção de obra publica - a legislação tributaria não indica o que vem a ser construção de obra publica. Não ha passividade legislativa. Entretanto, há entendimento doutrinário de forma geral diz que para ser obra publica o local não tem que ter equipamento nenhum - equipamentos novos que não existiam é que caracterizariam para a possibilidade de cobrança.VALORIZACAO IMOBILIARIA - não basta o equipamento novo este equipamento tem que ter necessariamente a comprovação da causalidade para valorização imobiliária.O CTN prevê limitações a cobrança da contribuição de melhoria (art. 81 a 834):

4 Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:I - publicação prévia dos seguintes elementos:a) memorial descritivo do projeto;b) orçamento do custo da obra;c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;d) delimitação da zona beneficiada;e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição,

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não se pode cobrar qualquer valor* geral / total - o somatório de todas as contribuições de melhoria não pode ultrapassar o valor total da obra.* especifica / individual - corresponde ao montante de valorização do imóvel. O individuo tinha uma casa de 500 e após a casa ficou avaliada em 540, o valor não poderá exceder os 540.Os demais aspectos pontuais serão definidos pela legislação que criar a contribuição de melhoria. Não há no CTN e nem na CF a definição de aspectos pontuais, apenas fato gerador e as limitações.

A destinação - aquilo que é arrecadado estará vinculado ao próprio financiamento da obra.

08.11.2010 - AULA 06

TRIBUTOS (continuação)

* Espécies* Natureza Jurídica

Colocar em forma de tabela- Contribuições especiaisFato geradorDestinação- Empréstimo compulsórioFato GeradorDestinaçao

Contribuições especiais* o fato gerador das contribuições = expressão de riqueza ou de capacidade economica do contribuinte sem a necessidade de contribuicao do estado : contribuicoes sobre rendimento, consumo, propriedade, transmissao.Ao contrario dos impostos atualmente a cf elenca as contribuicoes especiais apenas sobre redimentos (CSLL - contr social sobre lucro liquido, INSS) e consumo (COFINS [faturamento] e PIS).A destinacao das contribuicoes especiais - é importante - está atrelado ao financiamento de determinada despesas. A classificao das contribuicoes especiais se d´á pela finalidade:* sociais - são aquelas destinadas ao financiamento da seguridade social - sempre que falar em seguridade estamos nos referindo a previdencia social, assistencia social e saúde: aposentadoria, bolsas sociais (auxilio familia, etc), SUS.* profissionais - são aquelas destinadas as instituiciones representativas das categorias profissionais. Ex.: contribuição para a OAB, as contribuições pagas aos conselhos (CRM, CRC, etc); sistema "S" (SESI, SESC, SENAI, INCRA). * contribuição de intervenção do domínio econômico (CIDE`A) - teoricamente deveria ser utilizada para regularizar determinado nincho de mercado - não tem natureza arrecadatoria, e sim estimular ou desestimular determinada conduta. Ex.: CIDE combustíveis - deveria ser utilizada para melhoria das estradas e rodovias, mas esta sendo desvinulcada a exemplo para o pagamento de juros da divida publica. O STF entende que - por ser de valor considereval - pode ser utilizada para tal finalidade (é mais uma decisão política);

EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIOSe trata de um tributo tipicamente brasileiro - foi criação brasileira.É tributo que se caracteriza sobretudo pela necessidade de devolução daquilo que foi arrecadado ao final do período determinado em lei.

da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.

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Na historia do Brasil tivemos alguns exemplos de empréstimo compulsório frutados. Na época do Itamar e do Collor teve o da gasolina - as pessoas só tiveram a devolucao aqueles que guardaram as notas fiscais dos combustiveis.Atualmente nao temos emprestimo compulsorio vigente.Com realcao ao fato gerador a CF nao define. Tanto pode ser uma construcao da obra puublica ou expressao de riquesa, ele pode ser vinculado ou nao vinculado. Quem vai indicar o fato gerador e a lei que institua o empréstimo compulsório.Com relação a destinação ele é um tributo vinculado a destinação da sua receita.

Existem duas hipóteses previstas no art. 148 da CF/88Hipóteses de instituição* despesa extraordináriaa) guerrab) calamidade

* investimento público a) urgenteb) relevante

Quem faz o juízo de urgência e relevância é próximo ao da Medida Provisória. Primeiro momento legislativo e depois o judiciário.

Tem a destinação vinculado ao financiamento das hipóteses que dao ensejo a sua criação. E sera devolvido apos a hipótese que de azo a tal cobrança.

17.11.2010 - AULA 07

TRIBUTO -> Natureza Jurídica

1) Abordagem - Discussão subjacente é saber quantas são as espécies tributárias (2, 3 ou 5).

ImpostoTaxaContribuição de melhoriasEmpréstimo compulsório

Há quem afirma que seria apenas Imposto e taxa e as demais seriam subespeécies

Qual a razão de ser da discussão? São dois, um de carater formal (diz apenas a dipsosito leval - a forma como o legislador preve essas especieis tributarias no ordenamento juridico nacional)

Vide art. 145 da CF :Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:I - impostos;II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Vide art. 5º do CTN:

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Entretanto em outros momentos tanto a CF quanto o CTN trazem os outros impostos. O empréstimo compulsório148 – CF – empréstimo compulsório145, 149CTN = 5º, 16, 217

A primeira linha de interpretação (Alfredo Augusto Becker – Teoria Geral do Direito Tributário – sustenta a existência de duas espécies tributárias apenas) é que se os tributos não estão dispostos naqueles dois primeiros artigos seriam então subespécies.

A outra linha de interpretação vai dizer que não – deveria haver 5 tributos, ouve uma má opção legislativa que não as descaracteriza como linha tributária autônoma. O legislador ao invés de colocá-las num só dispositivo as colocou em dispositivos distintos.

2) Fundamentos - Existe uma implicação prática ou econômica nessa discussão doutrinária? Ora se partimos do pressuposto de que não pode haver bi-tributação (dois ou mais tributos que incidem sobre um só fato gerador) obviamente será um tema muito importante. Ex.: o consumo de combustível é fato gerador de um tributo. Se eu determinar a incidência de dois impostos sobre o consumo do combustível ficará fácil a identificação da bi-tributação. No caso do combustível temos o a incidência do ICMS e do CIDE (é uma espécie tributária distinta/autônoma do ICMS). Ora se eu considerar que não existe contribuição especial serei forçado a enquadrar a CIDE como imposto ficará claro a bi-tributação. Mas detalhe são dois tributos um estadual e outro federal.

Obs.: Quanto maior o número de espécies de tributos maior a possibilidade de criação de tributos. Quanto menor o número de espécies maior a segurança jurídica para o contribuinte.

2.1. Formal - 2.2. Material (CTN, art. 4º5) –

O fundamento material (art. 4º - CTN) decorre de uma má técnica legislativa que disparou essa confusão doutrinária jurisprudencial.a) aspectos irrelevantes – * denominação – a forma, em regra, não deve prevalecer sobre a essência. A denominação que o legislador dá a um determinado tributo NÃO vai ter relevância nenhuma. Ex.: taxa de lixo (fato Gerador é a propriedade imobiliária). Esse tributo não vai ser taxa. Segundo o art. 4º temos que analisar apenas o fato gerador que neste caso é propriedade imobiliária; taxa de água, taxa de esgoto (fato gerador = consumo de água), nesse caso não será taxa (a denominação não tem importância nenhuma). O legislador denomina de outra forma para tentar evitar a caracterização e conseqüentemente a bi-tributação.

* destinação – segundo o legislador do CTN a destinação que se dá ao produto da arrecadação é fator irrelevante para a caracterização da espécie tributária. Este fundamento é totalmente distinto do STF.* aspectos formais (meramente acidental) – todos os aspectos que não tenham relação com o fato gerador, a finalidade, não tenham relação com a estrutura de reconhecimento da espécie tributária. Ex.: prazo/vencimento para pagamento, isenção, a alíquota que se cobra.

Porque o STF admite a cobrança do ICMS e da CIDE sobre o mesmo fato gerador? Admite porque a destinação que se dá ao produto da arrecadação também é relevante. O que se distingue 5 Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo

irrelevantes para qualificá-la:I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

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o ICMS da CIDE combustível? A única distinção/fator que possibilita distinguir um do outro é a destinação do produto arrecadado. O STF sustenta tal posicionamento, pois caso contrário os impostos se confundiriam com contribuições especiais.

b) aspecto relevante:* fato gerador -

Obs.: A única coisa que devemos analisar é o fato gerador, segundo o legislador, assim conseguiremos distinguir a espécie tributária. Pegando o exemplo do combustível – ICMS / CIDE = tem o mesmo fato gerador – segundo a determinação do art. 4 do CTN seriam um mesmo tributo.

c) crítica – que se faz do art. 4º - é segundo grande parte da doutrina – deveria o legislador do CTN de indicar também como aspecto relevante para identificação da espécie tributária a chamada base de calculo do tributo. A base de cálculo é sempre entendida como uma expressão matemática do fato gerador – não pode haver uma desvinculação entre fato gerador e base de cálculo. Ofereceria uma maior segurança jurídica para o contribuinte.

22.11.2010 - AULA 08

TRIBUTO -> Competência tributária

1) Definição - é poder de legislar em matéria tributária. Dar o tratamento legal ao tributo.

2) Competência (poder de legislar) e capacidade (poder de exigir). Parâmetros de distinção entre competência e capacidade:* fonte normativa (onde está prevista a competência e a capacidade) - competência tributária necessariamente será indicada pela CF, nenhum outro instrumento legislativo poderá indicar quem é competente para instituir/alterar um tributo senão a CF. A capacidade será feita por lei ordinária, apenas excepcionalmente será feita por lei complementar.* destinatário - quem pode ser sujeito de competência e quem pode ser detentor da capacidade tributária ativa.a) competente para legislar - sujeito competente de tributo: poder legislativo (entes políticos da federação [união, estados, DF, municípios]).b) capacidade tributária ativa - entes políticos, entes parafiscais.É absolutamente possível o sujeito competente também ser sujeito capaz para cobrar o tributo. Entretanto, é possível que a capacidade seja atribuída a um sujeito e a competência seja atribuída a outro sujeito.* revogabilidade - possibilidade ou não de revogar competência.a) capacidade tributária ativa pode ser livremente revogada. OAB, p. ex., tem uma lei definindo que ela pode cobrar a anuidade, nada impede porém, que a união por meio de outra lei desautorize.b) competência - existe uma polêmica - a primeira impressão pode ou não revogar a competência tributaria? Temos que partir do pressuposto que competência está prevista na Constituição, e somente por Emenda seria possível. Porém a quem diga que nem por lei complementar, pois competência tributária estaria incluída nas cláusulas pétreas.Cláusulas pétreas (art. 60 da CF, § 4°6):

6 § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:I - a forma federativa de Estado;II - o voto direto, secreto, universal e periódico;III - a separação dos Poderes;IV - os direitos e garantias individuais.

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a) direitos e garantias individuais fundamentais.b) votoc) separação dos poderesd) federalismo7 - é com base nela que alguns entendem que nem com EC pode-se alterar a competência.Se você revogar competência você automaticamente suprime o poder daquele ente.Ex.: IVA - imposto sobre valor agregado - proposta de substituir IPI, ICMS e ISS. O problema jurídico é exatamente a competência.

Autarquia - autonomia financeira. Diferente de um Órgão. Quando a autarquia cobrar um tributo ele (tributo) é considerado parafiscal.

Obs. Competência tributária não se confunde com capacidade tributária ativa (indica o sujeito que possui a prerrogativa de cobrar o tributo).

3) Parafiscalidade - fenômeno pelo qual a competência tributária é atribuída a determinado sujeito e a capacidade tributária ativa atribuída a outro.- contribuições parafiscais: ITR, anuidade da OAB, CREA, CRC.

4) Espécies4.1) exclusiva - é aquela cujo o exercício atribui-se apenas a determinados sujeitos (p.ex. impostos, contribuições especiais e empréstimos compulsórios).4.2) comum - aquela cujo o exercício é atribuído indistintamente a todos os entes da federação (taxa, contribuições de melhorias - tanto os Municípios, Estados e o DF podem instituir).4.3) cumulativa - aquela que se junta a competência originária do ente em função da inexistência daquele que seria ente competente. É aquela que é atribuída a determinado ente diante da inexistência daquele que seria originariamente competente. Exemplo atual é o Distrito Federal com suas cidades satélites (art. 1478, CF/88).4.4) residual – aquela que se exerce para fim de imposto residual (art. 154, I9, CF/88). O imposto residual é aquele que pode ser instituído sobre fato gerador que ainda não sirva de objeto de incidência de nenhum dos impostos já previstos na CF.4.5) extraordinária – aquela atribuída à União objetivando a instituição do imposto extraordinário de guerra (art. 154, II10, CF/88)---4.6) subsidiária – vedada no Brasil (art. 8º11 CTN) – aquela que se exerce diante da omissão do ente competente. O ente público existe, porém, não criou o tributo. O que não pode ocorrer, nesse caso é um ente invadir o espaço / competência do outro ente.

5) Conflito de competência

24.11.2010 - AULA 09

Iniciaremos com a aula de pedágio

7 Sistema no qual a autonomia politica (cada ente é autônomo). O federalismo também se aplica no direito tributário.

8 Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.

9 I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

10 II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

11 O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.

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PRÓXIMA AULA: Pedágio é compulsório e portanto é tributo? Ou é tarifa? FAZER LEVANTAMENTO HISTORICO JURISPRUDENCIAL (STF e STJ) sob natureza jurídica do pedágio. (ficar atento a data do julgado, pois varia no tempo). E a obrigatoriedade/necessidade de uma via alternativa.

TRIBUTO -> Competência tributária5) Conflito de competência

Limitações ao