apontamentos_absorcao

Upload: diana-pereira

Post on 14-Apr-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    1/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 1

    Introduo aos Processos de Separao - Absoro

    Apontamentos da Doutora Ldia Vasconcelos,

    Adaptados para a disciplina de Transferncia de Massa da Licenciatura em Engenharia Qumica

    DEQ ISEP, por:

    Delminda Lopes

    Isabel Brs Pereira

    Margarida Ribeiro

    Maro de 2007

    (verso provisria)

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    2/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 2

    ndice

    1.Introduo s Operaes Unitrias de Separao por Transferncia de Massa 31.1 Consideraes Gerais 31.2 Campos de Aplicao na Indstria 4

    1.2.1 Absoro 51.2.2 Extraco 61.2.3 Lixiviao 81.3 Conceitos Bsicos 91.4 Equilbrio 91.4.1 Definio do Conceito de Distribuio 91.4.2 Definio do Factor de Separao 101.5 Regra das Fases de Gibbs e Equilbrios 112. Modos de Operar em Transferncia de Massa entre Fases 122.1 Generalidades 123. Mtodos de Clculo Gerais para Transferncia de Massa entre Fases 143.1 Operao em Descontnuo 143.1.1 Caso Geral 14

    3.1.2 Caso Particular da Existncia de Fases Transportadoras Conceito de FasesTransportadoras 153.2 Operao em Contnuo, por Contacto em Andares 173.2.1 Fases em Correntes Paralelas Fluxo co-corrente 173.2.1.1 Caso Geral 173.2.1.2 Caso Particular Fases Diludas 173.2.1.3 Caso Particular Fases Transportadoras 183.2.2 Fases em Correntes Paralelas Fluxo em Contra corrente 183.2.2.1 Caso Geral 183.2.2.2 Caso Particular Fases Diludas 203.2.2.3 Caso Particular Fases Transportadoras 203.2.3 Clculo do Nmero de Andares para Fluxo em Contra Corrente 213.2.3.1 Caso em que a Linha de Equilbrio e/ou a Linha de Operao no so Linhas Rectas. 21

    3.2.3.2 Caso Particular em que a Linha de Equilbrio e a Linha de Operao so Linhas Rectas 233.2.4 Representao da Linha de Equilbrio e de Operao para Fluxos em co-corrente 263.2.5 Eficincia (Eficincia de Murphree) 273.2.6 Razo L/V 28

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    3/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 3

    1. Introduo s Operaes Unitrias de Separao por Transferncia de Massa

    1.1 Consideraes Gerais

    As operaes unitrias que vo ser abordadas na disciplina de Transferncia de Massa

    absoro, extraco slido-lquido, extraco lquido-liquido e, posteriormente, na disciplina deProcessos de Separao destilao, evaporao, cristalizao e secagem inserem-se novasto campo de separaes por transferncia de massa. Antes de iniciar o seu estudo,propriamente dito, interessa localiz-las no somente nas operaes de separao mas tambmno processo global de fabrico da indstria qumica para se poder avaliar a importncia que nelaocupam.

    Como se sabe, a Engenharia Qumica tem como objectivos: i) conceber, calcular, projectar eoptimizar os diversos equipamentos e instalaes industriais destinados a preparar as matrias-primas, ii) fazer com que elas reajam de forma a obter os produtos desejados, e iii) separareficazmente os produtos obtidos.

    Em geral, estas trs etapas, mas especialmente a ltima, implicam a transferncia de massa entre

    fases. Tradicionalmente, o estudo dos princpios que regulam a transferncia desta propriedade caracterstico de Engenharia Qumica em contraste com os que regulam a transferncia deenergia e quantidade de movimento que interessam a todos os ramos de engenharia.

    Dentro das operaes clssicas bsicas de Engenharia Qumica, as denominadas, globalmente,operaes de transferncia de massa apresentam um trao comum todas elas implicamtransferncia de massa entre fases distintas.

    Agrupando as operaes mais importantes de separao por transferncia de massa com basena natureza da superfcie interfacial:

    A - Superfcie interfacial gs - lquido

    Absoro: Separao dos componentes de uma mistura gasosa mediante solvente lquido(que deve ser no voltil).

    Desabsoro: separao dos componentes de uma mistura lquida por meio de um vaporou gs.

    Deshumidificao: separao parcial de vapor de gua contido em ar hmido por meio degua, a baixa temperatura.

    Rectificao: separao dos componentes de uma mistura lquida ou gasosa porintermdio de um vapor ou lquido.

    Evaporao: separao de uma mistura lquida, por meio de vapor, em alguns casosgerado a partir da mesma.

    B -Superfcie interfacial lquido - lquido

    Extraco: separao dos componentes de uma mistura lquida por meio de um solventeespecfico imiscvel, ou muito pouco miscvel, com aquela.

    C - Superfcie interfacial slido - gs

    Adsoro: separao dos componentes de uma mistura gasosa por intermdio de umslido adsorvente.

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    4/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 4

    Desadsoro: separao das substncias adsorvidas sobre um slido por intermdio deum vapor ou gs.

    Sublimao: separao dos componentes de uma mistura slida por passagem directa aoestado de vapor de algum deles, por meio de aquecimento, no seio de uma correntegasosa.

    Secagem: separao de um lquido que impregna um slido, por meio de um gs(geralmente gua-ar).

    Liofilizao: separao de um lquido que impregna um slido, fazendo a sua congelaoseguida de sublimao em vazio.

    D - Superfcie interfacial lquido - slido

    Lixiviao ou extraco slido lquido: separao dos componentes de uma misturaslida por intermdio de um solvente lquido.

    Cristalizao: separao de um componente de uma soluo lquida por contacto com

    uma fase slida gerada a partir daquela.

    Adsoro: separao dos componentes de uma mistura lquida por meio de um slidoadsorvente.

    Desadsoro: separao das substncias adsorvidas sobre um slido por meio de umsolvente adequado.

    Permuta inica: separao de alguns dos ies de uma soluo lquida por meio de umslido inico que troca com aquela ies do mesmo sinal.

    Em todas estas operaes a transferncia de massa sempre acompanhada dos outros dois

    fenmenos de transporte: quantidade de movimento e energia. A quantidade de movimentodetermina as caractersticas fluido - dinmicas dos diversos sistemas. A transferncia de calor d-se em simultneo com a transferncia de massa, muitas vezes implica mesmo mudana doestado fsico, podendo assumir papel predominante e reger o processo global.

    Pode-se, com base no fenmeno de transporte controlador do processo global, agrupar as vriasseparaes citadas, apenas em trs grupos.

    Fluxo de transferncia de massa controlante: absoro, extraco, lixiviao e adsoro.

    Fluxo de transferncia de massa e transmisso de calor controlantes: secagem,cristalizao, operaes de interaco ar-gua e rectificao.

    Fluxo de transferncia de calor controlante: evaporao.

    A importncia que este tipo de operaes de separao ocupa na indstria qumica muitogrande e para dar uma ideia da dimenso desta importncia, basta dizer que a percentagem decapital, investido em instalaes para elas destinadas, chega por vezes a atingir 60 a 70 % docapital global, como no caso da indstria petrolfera.

    1.2 Campos de Aplicao na Indstria

    Fixando a ateno em especial nas separaes com base nas operaes unitrias estudadas emTransferncia de Massa, vejamos alguns dos seus principais campos de aplicao na Indstria.

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    5/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 5

    1.2.1 Absoro

    Em absoro a alimentao a fase gasosa (que contm o soluto a transferir), o agente deseparao um lquido no voltil (capaz de solubilizar o soluto), so obtidos dois produtos: uma

    fase gasosa e uma fase lquida, e o princpio de separao a solubilidade preferencial.

    Tabela 1.1 Fonte de maior resistncia (fase lquida, fase gasosa ou ambas) transferncia demassa, em sistemas comuns

    Fase Lquida Ambas as Fases Fase Gasosa

    OH22O OH22SO OHH 23N

    OH22CO OH22NO acidosH 3N

    OHl 22C OHcetona 2a alcalisSO 2

    NaOH2CO AlcalisS 2H OHHCl 2

    asaminCO2 asAS minH2 acidosOH 2

    Tabela 1.2 Sistemas de absoro com reaco qumica

    Soluto, A Reagente, B Soluto, A Reagente, B

    2CO Carbonatos SH2 Etanolaminas

    2CO Hidrxidos SH2 ( )3OHFe

    2CO Etanolaminas 3SO 42SOH

    CO Complexos cupro-amoniacais 42HC KOH

    CO Cloreto duplo de cobre e amnia 42HC Trialquilfosfatos

    2SO ( )2OHCa Olefinas Complexos cupro-amoniacais

    2SO 4HCrO NO 4FeSO

    2SO KOH NO ( )2OHCa

    2Cl OH2 NO 42SOH

    2Cl 2FeCl 2NO OH2

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    6/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 6

    1.2.2 Extraco

    Tabela 1.3 Exemplos de processos comerciais de Extraco na Industria do Petrleo

    Alimentao Soluto Solvente Notas

    Fraces de petrleoCompostos de

    Enxofre oumercaptanos

    Soda CausticaRefinao de

    petrleo

    Fraces de petrleo Percursores degomas

    Furfural

    Nitrobenzeno

    Remoo depercursores de

    gomas

    DieselCompostos de

    enxofre e compostoscclicos

    Furfural Aumento do nmerode Cetano

    Ceras que contmresduos de crude Ceras e materiaisalifticos Propano

    Gasolina eQuerosene

    Aromticos Sulfolano

    Produzhidrocarbonetosaromticos deelevada pureza

    ReformadosCatalticos

    Aromticos Dimetilsulfxido(DMSO)

    Corrosodesprezvel do ao

    carbono

    Tabela 1.4 Exemplos de processos comerciais de Extraco na Indstria do AlcatroAlimentao Soluto Solvente Notas

    leo de forno decoque Aromticos

    Di-etileno glicol -gua Processo UDEX

    Destilados dealcatro bruto

    cidos de alcatroMetanol aquoso e

    hexanoExtraco

    Fraccionada

    Fraco cida dealcatro comercial

    2-4 e 2-5 xilenoNaOH aquoso e

    toluenoExtraco dedissociao

    Tabela 1.5 Exemplos de processos comerciais de Extraco na Indstria de leos e GordurasAlimentao Soluto Solvente Notas

    leos VegetaisGlicerideosinsaturados

    FurfuralProduo de leos

    secos

    leos vegetais egorduras animais

    Glicerideosinsaturados e

    vitaminaspropano Processo Solexol

    SeboGlicerideos

    insaturados e

    vitaminas

    Propano Descolorao

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    7/29

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    8/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 8

    1.2.3 Lixiviao

    Tabela 1.10 Exemplos de processos comerciais de Lixiviao

    Alimentao Soluto Solvente Notas

    Minrio de cobre Sulfato de cobreAcido Sulfrico Sulfato frrico

    Minrios Nquel Amnia ou cidos

    Pedra de fosfato cido fosfricocido Sulfrico, cido

    ntrico ou cidoclordrico

    Concentrado deterras raras Terras raras

    cido sulfricoquente

    Bauxite Aluminato de sdio Soluo custica (Processo Bayer)

    Minrio de Crmite Dicromato de sdiocido sulfrico

    quente

    ilmentite Sulfato de Titanilo cido sulfrico

    Minrio de Zinco Zinco cido sulfrico

    Tabela 1.11 Exemplos de processos comerciais de Lixiviao na Indstria Alimentar

    Alimentao Soluto Solvente Notas

    Pedaos de ma Sumo de ma gua 75 a 85 minutos deextraco

    Gros de caf Caf gua quente

    Peixe leo de peixe lcoois, hexano, etc.15 a 60 minutos de

    extraco

    Produtos naturais Odores, aromas, etc.Hexano, benzeno,ter de petrleo

    Ossos e pele Gelatina Soluo aquosa pH = 3 a 4

    Lpulo Aromas do lpulo Mosto de cerveja 1,5 a 2 horas deextraco

    Beterraba e cana deacar

    AcarSoluo aquosa

    contendo cal

    Restos de Madeira Terebintina e resinade madeira

    Nafta

    Vagens de baunilha Baunilha35% etanol 65%

    gua

    Sementesoleaginosas leos vegetais Furfural, propano,hexano.

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    9/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 9

    Todas estas operaes so semelhantes pelo facto de a mistura a separar ser posta em contactocom uma outra fase1 que tem atraco preferencial por algum ou alguns dos constituintesdaquela. Como resultado, obtm-se uma distribuio, dos constituintes entre fases, diferente daoriginal. esta ocorrncia que torna possvel a separao.

    1.3 Conceitos Bsicos

    As separaes que se acabaram de referir inserem-se nas operaes de transferncia de massaentre duas fases. Esta transferncia pressupe a existncia de foras impulsionadoras.Consequentemente, dois aspectos interessar discutir:

    Que transferncia mxima pode ser atingida; Com que velocidade se d a transferncia.

    A resposta a estas questes requerem possuir informao slida sobre o equilbrio e a cintica.

    Do ponto de vista da aplicao destes fenmenos prtica industrial de separao e purificaode produtos, recuperao de solutos e produo de produtos qumicos, o projecto doequipamento para alcanar estes objectivos envolve a soluo de problemas, muitas vezes

    bastante complexos, como: Balanos de massa e energia; Isotrmicas de equilbrio; Leis cinticas de transferncia de massa, de calor e de reaco; Definio de condies limite; Optimizao.

    As cincias de base envolvidas para realizar estes clculos sero: a cincia de materiais, atermodinmica fsica e qumica, a cintica fsica e qumica e a anlise de sistemas deoptimizao.

    Neste estudo aborda-se, principalmente, o primeiro aspecto referido: que transferncia mximapode ser atingida.

    A informao de base para responder a esta questo ser obtida a partir do estudo dos equilbriosde fases. Far-se- tambm, em alguns casos, uma breve referncia cintica.

    1.4 Equilbrios

    1.4.1 Definio do Conceito de Distribuio

    Se se considerarem as fases imiscveis, no equilbrio os solutos sero distribudos entre elas detal modo que se satisfaa a condio termodinmica de equilbrio: tratando-se de componentessem carga elctrica, as energias molares parciais ou o potencial qumico de cada componentedeve ser igual em ambas as fases:

    ( ) ( )21 ii = , com T1=T2 e P1=P2.Numa soluo ideal o potencial qumico de cada componente est relacionado com a suaconcentrao pela conhecida lei de Nernst:

    iii xRTln0 +=

    Em geral o soluto no forma uma soluo ideal com cada uma das fases imiscveis e ento ter-se-:

    ( )iiii xRT ln0 += , em que i coeficiente de actividade do componente i

    1

    lquido no voltil, em absoro; vapor ou gs no solvel na fase lquida, em desabsoro;lquido em que o soluto solvel, em extraco slido-lquido; lquido no miscvel com a misturalquida inicial, em extraco lquido-lquido; etc

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    10/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 10

    Dado que o relacionamento no equilbrio : ( ) ( )21 ii

    =

    Ento pode escrever-se: (((( )))) (((( )))) (((( )))) (((( ))))22

    0

    11

    0

    iiiiii xlnRTxlnRT ++++====++++

    ( )( )

    2

    12

    0

    1

    0

    lnii

    iiii

    x

    x

    RT

    =

    E ainda:( )( )

    ( ) ( )

    =

    RTx

    x ii

    ii

    ii 1

    0

    2

    0

    2

    1 exp

    Escolhendo estados de referncia e fixando-os, o segundo termo desta igualdade independente

    da concentrao e poder-se- escrever:(((( ))))

    (((( )))) iii

    ii Kx

    x====

    2

    1

    Em que Ki representa o coeficiente de distribuio do componente i entre as fases consideradas,para dada temperatura e presso.

    Vulgarmente utiliza-se como coeficiente de distribuio (ou razo de equilbrio para o componente

    i) a relao:(((( ))))

    (((( ))))

    (((( ))))

    (((( )))) ii

    ii

    i

    i K

    k

    x

    x========

    1

    2

    2

    1

    Note-se que Ki no constante mas depende da concentrao e de todas as variveis quepossam afectar os coeficientes de actividade do componente i nas duas fases.

    Como se v, o coeficiente de distribuio uma medida da extenso com que um soluto foitransferido de uma fase para outra em dadas condies experimentais.

    O modo mais simples de visualizar a distribuio, no equilbrio, do soluto pelas duas fases otraado de uma curva que relaciona as concentraes do soluto nessas duas fases. Na prticacorrente as concentraes podem exprimir-se em unidades diversas: (massa ou mol)/volume dafase, fraces mssicas ou fraces molares, etc. Muitas vezes usam-se concentraesnormalizadas, adimensionais, isto , relaes entre os valores reais e um valor de referncia.

    1.4.2 Definio do Factor de Separao

    O factor de separao indica a extenso da separao2 que se atingiu em determinado processo,e definido em termos das composies dos produtos nas diferentes fases intervenientes.

    Para dois componentes i e j distribudos pelas fases 1 e 2, o factor de separao, , :

    ( ) ( )( )

    ( )

    ( ) ( )( )

    ( )j

    i

    j

    i

    j

    i

    j

    j

    i

    i

    k

    k

    xx

    xx

    x

    x

    xx===

    2

    2

    1

    1

    2

    1

    2

    1

    em que: - factor de separao entre os componentes i e j(xi)1 - fraco molar do componente i na fase 1(xj)1 - fraco molar do componente j na fase 1(xi)2 - fraco molar do componente i na fase 2(xj)2 - fraco molar do componente j na fase 2

    2

    o factor de separao tambm um indicativo da selectividade (ou seja da preferncia) dosolvente pelo soluto i ou j em extraco lquido lquido. Em destilao, a extenso da separao prevista pela volatilidade relativa

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    11/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 11

    Ki - razo de equilbrio para o componente iKj - razo de equilbrio para o componente j

    Se = 1, no se obtm separao dos componentes i e j.Se > 1, o componente i concentra-se preferencialmente na fase 1, e o componente j na fase 2.Se < 1, o componente j concentra-se preferencialmente na fase 1, e o componente i na fase 2.

    Por conveno as composies das fases so escolhidas de modo a que seja maior que um.

    1.5 Regra das Fases de Gibbs e Equilbrios

    N de graus de liberdade = (n total de componentes nas fases + 2) n de fases

    Entendendo-se por: Fase poro gasosa, lquida ou slida de um sistema, limitada por superfcies, sem

    descontinuidade no seu seio.

    Componentes de um sistema de vrias fases n mnimo de compostos qumicos que

    chegam para definir todas as fases.

    Graus de liberdade n de propriedades intensivas de um sistema que podem variardurante o equilbrio do mesmo, sem que se altere o n de fases ou o de componentes.Representam, pois, o n de variveis intensivas especificadas, priori, para qualquerestado de equilbrio.

    Exemplo: no caso de se terem duas fases e trs componentes o n de graus de liberdade sertrs. Se se fixar a presso total e a temperatura restar apenas um grau de liberdade. Fixando-se,arbitrariamente, a composio em soluto de uma das fases, a composio em soluto da outra fasefica, automaticamente, determinada.

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    12/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 12

    2. Modos de Operar em Transferncia de Massa entre Fases

    2.1 Generalidades

    Em operaes em estado no estacionrio a concentrao dos componentes em qualquer pontodo sistema varia com o tempo. Em operaes em estado estacionrio a concentrao dos

    componentes em qualquer ponto do sistema no varia com o tempo, embora varie de ponto paraponto.

    No que se refere ao fluxo das fases pode-se operar em: descontnuo, em semi-contnuo ou emcontnuo.Quando se opera em contnuo, com excepo do arranque da instalao, em principio a operaoocorre em estado estacionrio.

    No que se refere ao tipo de contacto entre as fases, quando se opera com estas em fluxocontnuo podemos ter duas situaes diferentes:

    Contacto diferencial as fases passam atravs do equipamento em contacto contnuo,sem haver separao de fases e novo recontacto; neste caso, a composio das fasesvaria de uma forma diferencial de ponto para ponto;

    Contacto por etapas ou andares as fases passam atravs do equipamento emsucessivos contactos e separaes (cada conjunto contacto - separao mecnica dasfases constitui um andar ou etapa), isto , o contacto entre as fases no contnuo; nestecaso, a composio das fases varia de uma forma gradual de etapa para etapa.

    Andar, etapa ou prato ideal (perfeito ou de equilbrio) aquele em que as fases que o abandonamesto em equilbrio.

    Cascata o arranjo de uma srie de andares, de tal modo que as fases escoam de um para ooutro continuamente. Em cada andar realiza-se um contacto e separao das fases, que seguempara outro andar onde o processo se repete.

    De acordo com o sentido de fluxo das fases, pode-se operar em co-corrente, correntes cruzadas

    ou contra corrente.

    Quando se opera em fluxo contnuo, mas em contacto diferencial, classificando o modo deoperar de acordo com o sentido de fluxo das fases, ter-se-: co-corrente ou contracorrente.

    Figura 2.1 Fluxo contnuo e contacto diferencial em a) co-corrente, e b) contra corrente

    Quando se opera em fluxo contnuo, mas em contacto por andares, classifica-se o modo deoperar em co-corrente, correntes cruzadas e contracorrente.

    L0 V0

    L1 V1

    L0 V0

    L1 V1

    a) b)

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    13/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 13

    Figura 2.2 Fluxo contnuo e contacto por andares em a) co-corrente, b) correntes cruzadas e c)contra corrente

    L0 L1 L2

    V0 V1 V2

    L0 L1 L2

    V1 V2 V3

    L2L0L1

    V02 V01

    V1V2

    a)

    b)

    c)

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    14/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 14

    3. Mtodos de Clculo Gerais para Transferncia de Massa entre Fases

    Nos mtodos grficos utilizam-se diagramas x,y nos quais, alm da representao grfica dascondies de equilbrio (linha de equilbrio) se faz tambm a representao das condies de

    operao (linha de operao). Para o traado da linha de equilbrio, em geral, dispe-se de dados.O traado da linha da linha operao que mais difcil pois, em geral, no se dispe de dados es em casos especiais se consegue traar.

    O conhecimento das condies de operao, ou seja, da evoluo da repartio da substnciaem transferncia entre as duas fases em contacto (composio em soluto das duas fases) aolongo do tempo de contacto (quando se opera em regime no estacionrio) ou ao longo doequipamento (quando se opera em regime estacionrio) ser necessrio para se traar a linha deoperao.

    O relacionamento entre as composies em soluto nas duas fases consegue-se atravs de umbalano de massa, entre o instante inicial e um tempo qualquer t (no caso de regime noestacionrio) ou entre a entrada da instalao, onde se opera a transferncia, e um ponto

    qualquer intermdio (no caso de regime estacionrio).

    Com efeito, o processo mais cmodo de conhecer a quantidade de matria que transferida deuma fase para a outra realizar um balano de massa. A massa em deslocamento no incio daoperao encontrar-se-, no final, integralmente numa ou noutra das duas fases ou repartidapelas duas fases.

    3.1 Operao em Descontnuo

    3.1.1 Caso Geral

    Figura 3.1 Correntes cruzadas

    Balano material total: VLVL 00 +=+

    em que L0, V0, L e V so quantidades (em massa ou em mol) da fase mais densa (L) e menosdensa (V), respectivamente, no instante inicial (0) e no instante t.

    Balano ao soluto: VyLxyVxL 0000 +=+

    em que x0, y0, x e y so as fraces mssicas ou molares de soluto da fase mais densa (x) emenos densa (y), respectivamente, no instante inicial e no instante t.

    Resolvendo em ordem a y, obtm-se a equao: 00

    00 y

    V

    Vx

    V

    Lx

    V

    Ly ++=

    que relaciona as composies nas duas fases em qualquer instante. Esta a equao da linha de

    operao.

    LL0

    V0

    V

    x0x

    y0

    y

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    15/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 15

    3.1.2 Caso Particular da Existncia de Fases Transportadoras Conceito de FasesTransportadoras

    Considere-se que cada fase apenas uma mistura de dois constituintes: a substncia emtransferncia (soluto) e o conjunto dos outros componentes.

    Se o conjunto dos outros componentes da fase L no tem qualquer aco sobre o conjunto dosoutros componentes da fase V e se a sua insolubilidade recproca total, essas duasquantidades so designadas por fases transportadoras, podendo representar-se,respectivamente, por L e V.

    LxLL +=

    VyVV +=

    V, L massa da fase transportadoraLx, Vy massa de soluto

    ( )xLL = 1 ( )yVV = 1

    L e V permanecem constantes durante a operao, enquanto que L, V, x e y variam ao longo daoperao.Por isso, para estes ltimos usam-se ndices para distinguir os valores que vo tomando ao longoda operao:L1, L2, L3,... a que correspondem x1, x2, x3,...e V1, V2, V3,... a que correspondem y1, y2, y3,

    Tem-se ento:

    ( ) ( ) ( )nn xLxLxLL ==== 1...11 2211 ( ) ( ) ( )nn yVyVyVV ==== 1...11 2211

    Exprimindo:

    000 xLLL += ( )00 1 xLL = 0

    01 x

    LL

    =

    000 yVVV += ( )00 1 yVV = 0

    01 y

    VV

    =

    LxLL += ( )xLL = 1 x

    LL

    =1

    VyVV += ( )yVV = 1 y

    VV

    =1

    um balano substncia que se transfere (soluto) considerando a existncia de fasestransportadoras L e V ser dado por

    yy

    Vx

    x

    Ly

    y

    Vx

    x

    L

    +

    =

    +

    11110

    0

    0

    0

    yyV

    xxL

    yyV

    xxL

    +

    =

    +

    1111 0

    0

    0

    0

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    16/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 16

    Pode definir-se:

    oXx

    x=

    0

    0

    1; oY

    y

    y=

    0

    0

    1; X

    x

    x=

    1e Y

    y

    y=

    1

    Repare-se que X0, Y0, X e Y exprimem relaes mssicas (ou molares) entre massa (ou moles)de soluto e massa (ou moles) de fase transportadora respectiva.

    ( ) LxL

    xL

    xL

    x

    xXo

    =

    =

    = 00

    00

    00

    0

    0

    11

    ( ) VyV

    yV

    yV

    y

    yYo

    =

    =

    = 00

    00

    00

    0

    0

    11

    ( ) LLx

    xLLx

    xxX

    =

    =

    =

    11

    ( ) VVy

    yV

    Vy

    y

    yY

    =

    =

    =

    11

    O balano da substncia que se transfere ser ento expressa por:

    YVXLYVXL +=+ 00

    ( ) ( )00 YYVXXL =

    Se quisermos relacionar, entre si, os valores de X e Y em qualquer instante:

    +

    +

    = 00 YX

    V

    LX

    V

    LY

    a) b)

    Figura 3.2 Linhas de Operao para a)Transferncia do Gs para o Lquido e b) Transfernciado Lquido para o Gs; A instante inicial, B instante t

    Massa de fase transportadora (V)

    Massa de soluto em L0

    Massa de fase transportadora (L)

    Massa de soluto em V0

    Massa de fase transportadora (V)

    Massa de soluto em LMassa de fase transportadora (L)

    Massa de soluto em V

    Y

    X

    Y0

    Y

    X0 X

    A

    B

    A

    Y

    X

    Y

    Y0

    X X0

    A

    B

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    17/29

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    18/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 18

    3.2.1.3 Caso Particular Fases Transportadoras

    Havendo fases transportadoras, o balano ao soluto pode fazer-se directamente em relao massa (ou mol) das fases que permanecem constantes ao longo do processo L e V, usandorazes mssicas ou molares:

    xxX

    =1

    ;y

    yY

    =1

    ;X

    Xx+

    =1

    ;Y

    Yy+

    =1

    Balano ao soluto transferido entre a entrada e um ponto qualquer: YVXLYVXL +=+ 00

    Resolvendo em ordem a Y para relacionar as composies em soluto das duas fases, num ponto

    qualquer, fica:

    +

    +

    = 00 YX

    V

    LX

    V

    LY

    Como L e V so constantes, a relao entre Y e X linear. A linha de operao ser uma linharecta (representao grfica idntica da figura 3.2).

    3.2.2 Fases em Correntes Paralelas Fluxo em Contra corrente

    3.2.2.1 Caso Geral

    Figura 3.5 Coluna de pratos com contacto em contra-corrente

    L1

    L2

    Lm-1

    Lm

    Ln-1

    L0

    L0

    L1

    Lm-2

    Lm-1

    Ln-2

    Ln

    Ln-1

    Ln = Ls

    V1 = V0

    V1

    V2

    Vm-1

    Vm

    Vn-1

    Vn+1

    Vn

    Vn+1 = Vs

    Vn

    Vm+1

    Vm

    V3

    V2

    Prato 1

    Prato 2

    Prato m-1

    Prato m

    Prato n-1

    Prato n

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    19/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 19

    Representando cada contacto (etapa) por um rectngulo diagrama de blocos.

    Figura 3.6 Diagrama de blocos com contacto em contra-corrente

    L1, L2, , Ln representam a fase mais densa sada da etapa 1, 2, 3,... n e os respectivoscaudais.V1, V2,..., Vn representam a fase menos densa sada da etapa 1,2,3,...e n e os respectivoscaudais.x0, x1, x2, ..., xn representam as composies em soluto (substncia em transferncia) da fasemais densa.y1, y2, ..., yn+1 representam as composies em soluto (substncia em transferncia) da fase

    menos densa.

    Considerando que se atingiu o estado estacionrio, o balano material global pode serrepresentado pela equao seguinte: 1n1n0 VLVL ++++====++++ ++++

    O balano material substncia que se transfere (balano ao soluto) entre a entrada e a sada,

    110yVxLyVxL 1nnn1n0 ++++====++++ ++++++++

    Resolvendo em ordem a y1, obtm-se: 11

    1

    0

    1

    0

    1

    1 ++++++++++++++++==== n

    nn

    n yV

    Vx

    VL

    xVL

    y

    No sentido de estabelecer uma relao entre as composies de trabalho (condies operatrias)das duas fases num ponto qualquer, considera-se que os pratos da coluna que se est a operarso pratos perfeitos (as fases que os abandonam esto em equilbrio de composies).

    Escrevendo para cada prato o balano material ao soluto:

    Prato 111112200

    yVxLyVxL ++++====++++

    Prato 222223311

    yVxLyVxL ++++====++++

    ()

    Prato mmmmmmmmm

    yVxLyVxL ++++=

    ===+

    +++

    ++++++++ 1111

    Adicionando estas relaes membro a membro:111100

    yVxLyVxL mmmm ++++====++++ ++++++++

    Mas V1 = V0,ento: 001100 yVxLyVxL mmmm ++++====++++ ++++++++

    Resolvendo em ordem a ym+1

    1

    000

    1

    1

    ++++++++

    ++++

    ++++====

    m

    om

    m

    mm V

    xLyVx

    VL

    y

    obtm-se a equao que relaciona as condies de operao das duas fases e que representagraficamente a curva de operao.

    V1

    y1

    V2

    y2

    V3

    y3

    Vn-1

    yn-1

    Vn

    ynVn+1yn+1

    L0x0

    L1x1L2x2

    Ln-2xn-2

    Ln-1xn-1

    Lnxn

    ...1 2 n-1 n

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    20/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 20

    3.2.2.2 Caso Particular Fases Diludas

    Nestes casos, a variao dos caudais desprezvel e pode considerar-se L/V = constante.

    A equao da linha de operao ser a equao de uma recta de coeficiente angular L/V.

    a) b)

    Figura 3.7 Linhas de operao para a) transferncia do Gs para o Lquido e b) transfernciado Lquido para o Gs (Caso particular de fases diludas)

    3.2.2.3 Caso Particular Fases Transportadoras

    Nestes casos convm exprimir os caudais de cada uma das fases em termos de fasestransportadoras e as composies do soluto em relaes molares (ou mssicas).

    x

    x

    X = 1 ; y

    y

    Y = 1 ; X

    X

    x += 1 e Y

    Y

    y += 1

    LxLL += ( )xLL = 1 x

    LL

    =1

    VyVV += ( )yVV = 1 y

    VV

    =1

    Ou seja:

    n

    n xL

    L

    ====1

    ;

    0

    01 x

    LL

    = ;

    1

    11

    ++++

    ++++

    ====

    n

    n yV

    V ;1

    11 y

    VV

    ====

    Substituindo na equao:1

    0011

    1

    1

    ++++++++

    ++++

    ++++====

    nn

    n

    nn V

    xLyVx

    VL

    y

    obtm-se:

    1

    0

    0

    1

    1

    1

    1

    1

    11

    1

    1

    ++++++++

    ++++

    ++++

    ====

    n

    n

    n

    nn

    y

    V

    xx

    Ly

    yV

    x

    y

    Vx

    L

    y

    x

    y1

    x0 xn

    y

    yn+1

    y

    y1

    yn+1

    xn x0 x

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    21/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 21

    0

    0

    1

    1

    1

    1

    1111 xx

    Ly

    yV

    xx

    LVy

    y

    n

    n

    n

    n

    ++++

    ====

    ++++

    ++++

    011XLYVXLVY nn ++++====++++

    Resolvendo em ordem a Ys para relacionar as composies em soluto das duas fases em

    presena, fica:

    ++++

    ====++++ 011 XV

    LYX

    VL

    Y nn

    Poderia chegar-se mesma concluso, mais facilmente, fazendo directamente um balano aosoluto em termos de fases transportadoras:

    110YVXLYVXL nn ++++====++++ ++++

    ++++

    ====++++ 011 XV

    LYX

    VL

    Y nn

    Como L e V so constantes, a linha de operao ser uma linha recta.

    3.2.3 Clculo do Nmero de Andares para Fluxo em Contra corrente

    3.2.3.1 Caso em que a Linha de Equilbrio e/ou a Linha de Operao no so LinhasRectas.

    3.2.3.1.1 Absoro Transferncia de Soluto da Fase Gasosa para a Fase Lquida

    Figura 3.8 - Coluna de pratos com contacto em contra - corrente

    L1

    L2

    Lm-1

    Lm

    Ln-1

    L0

    L0

    L1

    Lm-2

    Lm-1

    Ln-2

    Ln

    Ln-1

    Ln = Ls

    V1 = V0

    V1

    V2

    Vm-1

    Vm

    Vn-1

    Vn+1

    Vn

    Vn+1 = Vs

    Vn

    Vm+1

    Vm

    V3

    V2

    Prato 1

    Prato 2

    Prato m-1

    Prato m

    Prato n-1

    Prato n

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    22/29

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    23/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 23

    3.2.3.2 Caso Particular em que a Linha de Equilbrio e a Linha de Operao so LinhasRectas.

    Na maior parte dos casos, ou a linha de operao, ou a de equilbrio so curvas, e a relao entreo nmero de andares, composies e caudais determinada graficamente. No caso especial deambas as referidas linhas serem rectas pode utilizar-se uma resoluo analtica.

    Considere-se o esquema de uma operao em contra corrente contnua por etapas como orepresentado na figura 3.11.

    Figura 3.11 Esquema de uma operao em contra corrente contnua por etapas

    Um balano ao soluto, entre o andar m+1 e a sada ser expresso por:

    1111 ++++ +=+ mmnnnnmm yVxLyVxL Se os caudais das duas fases forem constantes:

    11 ++ +=+ mnnm VyLxVyLx Dividindo tudo por V e re-arranjando a expresso, resulta:

    nnmn xV

    Lyx

    V

    Ly = ++ 11

    Se a relao de equilbrio for expressa por: Hxy =

    Ento: 11 ++ = mm Hxy Substituindo na equao resultante do balano:

    nn

    mn xVH

    L

    H

    yx

    VH

    Lx = ++

    11

    Se o factor de absoro se designar por A

    HV

    LA =

    O balano anterior pode ser reescrito do seguinte modo:

    AxH

    yAxx nmm =

    ++

    11

    Esta uma equao linear de 1 ordem e para resolv-la necessrio fazer um balano entrecada andar e a sada:

    Balano entre o 1 Andar e o Andar n: nn LxVyLxVy = +101

    011

    1 AxAxH

    y

    H

    yx n

    n +== +

    Balano entre o 2 Andar e o Andar n: nn LxVyLxVy = +112

    nn x

    VH

    L

    H

    yx

    VH

    Ly = +112

    V1

    y1

    V2

    y2

    Vn-1

    yn-1Vn

    ynVn+1

    yn+1L0

    x0

    L1

    x1

    Ln-2

    xn-2

    Ln-1

    xn-1

    Ln

    xn

    ...1 2 n-1 n...m+1m

    Vm+1ym+1Lm

    xm

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    24/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 24

    nn AxH

    yAxx = +112

    Substituindo x1 pelo resultado do balano ao 1 andar e andar n, resulta:

    n

    n

    n

    n

    AxH

    y

    AxAxH

    y

    Ax +

    +=

    ++ 1

    0

    1

    2

    Da mesma forma para o balano entre o andar 3 e o andar n,

    nn

    nn

    nn Ax

    H

    yAx

    H

    yAAxAx

    H

    yAx +

    +

    += +++ 110

    123

    E para o 4 andar:

    +

    +

    +

    += ++++ n

    nn

    nn

    nn

    n AxHyAx

    HyAAx

    HyAAxAx

    HyAx 11120

    134

    Ento para o andar m+1 pode escrever-se:

    011

    01 xAAx

    H

    yAx mn

    nm

    i

    im

    ++

    =

    + +

    =

    A soma de n termos (an) de uma progresso geomtrica de razo A:1

    1

    =

    A

    aAaS nn

    Ento:

    1

    11

    01

    1

    +=

    ++

    ++

    A

    AxH

    yAx

    H

    yAA

    xAxn

    nn

    nm

    mm

    A

    AxH

    y

    A

    AxH

    yA

    xAxn

    nn

    nm

    mm

    +

    =

    +++

    ++

    11

    111

    01

    1

    Pode ento determinar-se a composio de qualquer corrente (xn) desde que se conheam ascomposies das correntes de sada e da alimentao.

    3.2.3.2.1 Se A1:

    Calcular n (nmero de andares), fazendo xm+1=xn

    A

    AxH

    y

    A

    AxH

    yA

    xAx

    nn

    nnn

    n

    n

    +

    =

    ++

    11

    11

    0 Desembaraando os denominadores:

    Progresso geomtrica de razo A

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    25/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 25

    ( ) ( ) nn

    nnnn

    n AxH

    yAx

    H

    yAxAAxA +

    = ++ 11011

    ( )

    H

    yAx

    H

    yAxAAx nn

    nnnn

    1101

    ++ +

    =

    ( ) ( ) xAH

    yAxAAx nnnnn

    110 11

    ++ ++=

    Nota:

    ( ) ( ) ( ) ( )nnnnnn AxAxxxxAxAxxxAAxAA =+=+= ++ 1111 010000100000

    ( )( ) ( )

    = ++

    H

    yxAxxA nnn

    n 100

    1 11

    ( )

    11

    11

    1

    1

    10

    0

    =

    +

    +

    +n

    n

    n

    n

    A

    AA

    H

    yx

    xx

    ( ) AA

    H

    yx

    H

    yx

    n

    nn

    n

    1log

    1log1

    10

    +

    =

    +

    +

    3.2.3.2.2 Se A=1:

    Nos casos em que as linhas de equilbrio e de operao so paralelas, A=1.

    Fazendo os balanos ao soluto, entre cada andar (de n=1 at n) e a sada tem-se para qualquern:

    ++= + n

    nn x

    H

    ynxx 10

    H

    yx

    xxn

    nn

    n

    1

    0

    +

    =

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    26/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 26

    3.2.4 Representao da Linha de Equilbrio e de Operao para Fluxos em Co-corrente

    Figura 3.12 - Coluna de pratos com contacto em co-corrente

    Figura 3.13 - Representao da linha de equilbrio e linha de operao em absoroA: representa as condies de operao no topo da coluna;B: representa as condies de operao na base da coluna se o nmero de andares

    for infinito ou se considerarmos apenas um andar ideal.

    L1

    L2

    Lm-1

    Lm

    Ln-1

    L0

    L0

    L1

    Lm-2

    Lm-1

    Ln-2

    Ln

    Ln-1

    Ln = Ls

    V0

    V0

    V1

    Vm-2

    Vm-1

    Vn-2

    Vn

    Vn-1

    Vn = Vs

    Vn-1

    Vm+1

    Vm-1

    V2

    V1

    Prato 1

    Prato 2

    Prato m-1

    Prato m

    Prato n-1

    Prato n

    y0

    x0

    y

    yn

    xn

    A

    B

    linha de operaolinha de equilbrio

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    27/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 27

    Figura 3.14 - Representao da linha de equilbrio e linha de operao em strippingA: representa as condies de operao no topo da coluna;B: representa as condies de operao na base da coluna se o nmero de

    andares for infinito ou se considerarmos apenas um andar ideal.

    3.2.5 Eficincia (Eficincia de Murphree)

    Enriquecimento efectivo

    Eficincia de uma etapa (ou prato) = Enriquecimento que se obteria se a etapa fosse perfeita

    Considerando um prato m qualquer:

    Figura 3.15 Representao do andar ideal m

    Sendoym - a fraco molar do soluto no gs sada do andar m quando se considera andar ideal ou deequilbrio;ym a fraco molar do soluto no gs sada do andar m considerando andares reaisxm - a fraco molar do soluto no lquido sada do andar m quando se considera andar ideal oude equilbrio;xm a fraco molar do soluto no lquido sada do andar m considerando andares reais

    e considerando constantes os caudais molares de ambas as fases ao longo da coluna, pode-sedefinir a eficincia referida ao vapor ou ao lquido, respectivamente, pelas expresses seguintes:

    y0

    x0

    y

    yn

    xn

    A

    B

    linha de operao

    linha de equilbrio

    Lm-1Vm

    LmVm+1

    m

    ym+1

    ym xm-1

    xm

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    28/29

    TRFMA Introduo aos Processos de Separao - Absoro 28

    1

    1

    +

    +

    =

    mm

    mmv

    yy

    yyE ;

    1

    1

    =

    mm

    mmL

    xx

    xxE

    Na etapa m penetra uma fase V com composio ym+1. Se a etapa fosse perfeita a sua

    composio sada seria ym que seria igual composio de V em equilbrio com L decomposio xm.O enriquecimento mximo seria (ym-ym+1). Como a composio real ym o enriquecimento real (ym-ym+1).

    Eficincia total:

    reaisetapasden

    ideaisetapasdenEtotal

    =

    Figura 3.16 - Representao do nmero de etapas tericas a trao contnuo e etapas reais atrao interrompido. A: representa as condies de operao no topo da coluna; B: representa as

    condies de operao na base da coluna

    Para se realizar uma transferncia tal que as composies das fases L e V entrada e sada dacoluna fossem representadas pelos pontos A e B, teoricamente precisvamos de 2 pratos; narealidade, precisamos de cerca de 3 pratos em virtude de os pratos no serem ideais.

    3.2.6 Razo L/V

    Entre que valores pode variar a relao L/V?

    Exemplifiquemos para o caso concreto de uma coluna de absoro. Esta coluna alimentadacom uma corrente gasosa de caudal molar Vn+1 com uma fraco molar do soluto yn+1. Pretende-se absorver o soluto da fase gasosa com lquido puro (x0=0), de forma a que a fraco molar dosoluto na corrente gasosa sada da coluna seja igual a y1. Qual a quantidade de lquido

    y1

    x0

    y3 = yn

    A

    B

    linha de operao

    linha de equilbrio

    y4 = yn

    x3= xn

  • 7/30/2019 apontamentos_absorcao

    29/29

    absorvente necessria a esta separao, qual a composio do lquido absorvente sada dacoluna e qual o nmero de contactos necessrios?

    Conseguir-se- absorver em L uma dada quantidade de soluto (contido inicialmente em V) deduas formas: usando um grande caudal de lquido e utilizando poucos contactos, ou usando umpequeno caudal de lquido e um nmero elevado de contactos. Naturalmente que, para uma dada

    remoo, pr-fixada, xn variar com o caudal de lquido absorvente utilizado.Para o estudo grfico podemos realizar os balanos em termos de fases transportadoras e razesmolares. A equao da linha de operao pode ser representada por:

    ++++

    ====++++ 011 XV

    LYX

    VL

    Y nn

    Figura 3.17 - Representao da linha de equilbrio e linha de operao em absoroA: representa as condies de operao no topo da coluna;B1, B2, B3 e B4: representam as condies de operao na base da coluna de acordocom a relao de L/V utilizada.

    A razo ptima de L/V depende de um balano econmico.

    Se L/V muito elevado implica: Grandes caudais, logo equipamento de grandes dimenses e consumo elevado de

    energia no transporte das fases. Custos elevados na recuperao posterior do soluto, por destilao, a partir de Ln.

    Se L/V muito baixo implica:

    utilizar maior nmero de contactos e portanto em custo mais elevado da instalao.

    Na prtica, a razo ptima (L/V) cerca de 1,5 vezes a razo (L/V) min.

    Y1

    X0

    Y

    Yn+1

    Xn

    A

    B1

    linha de operao

    linha de equilbrioL/V

    Xn Xn mximo

    (Xn)mximo

    linha de operao para o limitemnimo da razo L/V

    B2 B3 B4