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    PROJETO DE FÁBRICA E LAYOUT DE UMA EMPRESA DE

    COMPOSTO DE PVC: ESTUDO MERCADOLÓGICO NA REGIÃOMETROPOLITANA DO CARIRI - CEARÁ.

    EDER HENRIQUE COELHO FERREIRA

    Orientador: Dr. Marcelo Silveira RabelloCoorientadora: Doutoranda Cristiane Agra Pimentel

    Campina Grande, Paraíba.Maio/2016

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

    CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

    UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

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    Universidade Federal de Campina Grande

    Centro de Ciências e Tecnologia

    Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais

    Eder Henrique Coelho Ferreira

    Projeto de Fábrica e Layout de Empresa de Composto de PVC: Estudo Mercadológicona Região Metropolitana do Cariri - Ceará.

    Orientador: Dr. Marcelo Silveira RabelloCoorientadora: Doutoranda Cristiane Agra Pimentel

    Campina Grande, Paraíba.Maio/2016

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Unidade

    Acadêmica de Engenharia de Materiais  – Centro de

    Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de

    Campina Grande, como requisito para a obtenção do

    título de Graduação em Engenharia de Materiais.

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    O TCC defendido e aprovado, em _____ de ___________ de ______, pela ComissãoExaminadora constituída pelos professores:

    ................................................................................Doutoranda Cristiane Agra Pimentel 

    ................................................................................Dra. Elisangela Silva Porto Sales

    ................................................................................Dr. Marcello Silveira Rabello

    ................................................................................Dr. Tomas Jeferson Alves de Melo

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente quero agradecer a Deus por ter transformado minha vida e por ter me

    dado oportunidade de recomeçar.

    Aos meus pais, Vera Luzi Coelho Ferreira e Francisco Erasmo Ferreira, e irmãos, Erick

    e Erasmo Junior, por terem sido os patrocinadores, incentivadores e conselheiros da

    minha educação.

    A minha maravilhosa esposa, Camilla Thais de Meneses Coelho, por estar ao meu lado

    sempre me ajudando e me acompanhando nos momentos felizes e difíceis da vida.

    Aos professores da Unidade Acadêmica de Engenharia Materiais, especialmente ao

     professor Dr. Marcelo Rabello por ter sido o grande incentivador para realização desse

    trabalho.

    A doutoranda Cristiane Agra Pimentel pela disponibilidade, junto com o professor Dr.

    Marcelo, de orientar e contribuir para o desenvolvimento desse trabalho.

    Ao Eng. Francisco Erasmo Júnior por ter me passado um pouco da sua experiência na

    indústria, sendo as suas informações repassadas de extrema importância para o

    desenvolvimento desse trabalho.

    Ao amigo Eng. Italo Nathan por ter me acompanhado na visita a Feiplastic em São

    Paulo e ter facilitado obtenção de algumas informações essenciais para esse trabalho.

    Ao amigo Constantino Clementino e ao seu pai por terem sido os facilitadores para

    compreensão do mercado da Região Metropolitana do Cariri.

    A professora Dra. Elisângela Porto por ter me concedido a oportunidade de cursar a

    disciplina de Projeto de Fábrica e Layout no departamento de engenharia produção e

     por ter contribuído para o desenvolvimento do layout da empresa projetado nesse

    trabalho.

    A professora Dra. Sídia Fonseca do departamento de administração e ao colega Yago

    Rocha pelo auxílio, durante a disciplina formação de empreendedores, no

    desenvolvimento do plano de negócio realizado nesse trabalho.

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    RESUMO

    Os microempresários de calçados da Região Metropolitana do Cariri têm elevados

     prejuízos devido à ineficiência na entrega que os fornecedores de composto de PVCoferecem. Para contornar essa situação, trabalham com níveis altos de estoque,acarretando elevados custos com inventário. Para atender essa demanda insatisfeita, essetrabalho tem o intuito de projetar um fábrica de composto de PVC na RegiãoMetropolitana do Cariri que possa atender aos microempresários com curto prazo deentrega. No entanto, ter agilidade na entrega não será o bastante para satisfazer asnecessidades do cliente, a empresa terá a missão de oferecer também um produto dequalidade e de baixo custo. A empresa a ser projetada para atingir a qualidade do

     produto e baixo custo, equivalente das grandes fornecedoras de composto de PVC, e um

    curto prazo de entrega necessita desenvolver na empresa um processo extremamenteeficiente. No projeto da fábrica foram abordados três filosofias a ser implantada naempresa a fim que permita a mesma alcançar eficiência no processo e,consequentemente, à satisfação dos microempresários. As filosofias abordadas foram:Manutenção Produtiva Total (TPM), Controle da Qualidade Total (TQC) e Just-in-Time(JIT). Além desses três sistemas foi abordado o estudo do processo de fabricação docomposto de PVC, dado a sua influência na qualidade do produto e no custo. O Layoutorganizacional da empresa foi outro aspecto desenvolvido devido seu impacto no prazode entrega e no custo de produção. A viabilidade econômica para instalar uma empresade composto de PVC foi também discutida.

    Palavras-chave: PVC, Layout, Estoque, Sistemas, Viabilidade.

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    ABSTRACT

    Microentrepreneurs shoes Metropolitan Region Cariri have high losses due to

    inefficiency in the delivery that the PVC compound suppliers offer. Microentrepreneursin the region to circumvent this situation buy high inventory levels, resulting in highmaintenance costs. To attend this unsatisfied demand, this work has intention to projectan Industry of PVC compound in the Metropolitan Region Cariri that can attend themicroentrepreneurs with fast delivery. However the microentrepreneurs does not needonly of quality of delivery, they also need quality product and low cost. For thecompany offer a product quality and low cost equivalent of the major suppliers of PVCcompound, the company need to have an extremely efficient process. For PVCcompound company, to survive in the market and attend the microentrepreneurs with

    quality in the delivery, quality in the product and low cost, this work describe somework philosophies to be implemented in the company that will achieve efficiency in the process. The philosophies discussed were: Total Productive Maintenance (TPM), TotalQuality Control (TQC) and Just-in-Time (JIT). Beyond these three systems wasdescribe the study of the manufacturing process of PVC compound, given its influenceon product quality and cost, and the organizational layout of the company was aspectalso developed, because of its impact on the delivery time and cost of production . Theeconomic feasibility of installing a PVC compound company was also discussed.

    Keywords:. PVC, Systems, Layout, Inventory, Feasibility.

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 − Gráfico de Estoque Ideal................................................................................20 Figura 2 − Micrografia da partícula de PVC...................................................................35

    Figura 3 − Plastificação do PVC......................................................................................38

    Figura 4 − Representação do Misturador Intensivo.........................................................47

    Figura 5 − Os 5 pilares de sustentação do desenvolvimento do TPM.............................58

    Figura 6 − Iceberg representando causas invisíveis gerando uma falha visível..............60

    Figura 7− Índices do OEE................................................................................................61

    Figura 8 –  As quatro etapas de competência de um operador.........................................64

    Figura 9 − Redução dos estoques para expor os problemas do processo........................74

    Figura 10 −  Estimativa do Layout do processo interno da Empresa de Composto dePVC.................................................................................................................................96

    Figura 11− Layout dos escritórios...................................................................................96

    Figura 12 − Layout das Instalações sanitárias.................................................................97

    Figura 13 − Layout dos Vestiários..................................................................................97

    Figura 14 − Layout do Refeitório....................................................................................98

    Figura 15 − Malha de relacionamento entre as instalações...........................................102

    Figura 16 − Arranjo Físico Geral...................................................................................102

    Figura 17 − Arranjo físico de prevenção a incêndios....................................................103

    Figura 18 − A simbologia para representação do Fluxograma......................................104

    Figura 19 − Fluxograma para fabricação do composto de PVC....................................105

    Figura 20 − Mapofluxograma da Fabricação de composto de PVC..............................106

    Figura 21 − Estimativa Arranjo Físico da fabricação do composto de PVC.................107

    Figura 22 − Estimativa do arranjo físico detalhado.......................................................108

    Figura 23 − Arranjo físico - Armazenamento-Almoxarifado........................................110

    Figura 24 − Layout Geral da Fábrica.............................................................................112 

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 − Localização das fornecedoras de matéria prima............................................21

    Tabela 2 −  Empresas fornecedoras de maquinário para Empresa de Composto dePVC.................................................................................................................................23 

    Tabela 3 − Capital de giro. Estoque mensal....................................................................26

    Tabela 4 − Investimento fixo...........................................................................................28 

    Tabela 5 − Investimento total..........................................................................................28

    Tabela 6−. Custo de mão de obra....................................................................................29 

    Tabela 7 − Custo com depreciação..................................................................................30

    Tabela 8 − Custos fixos operacionais mensais................................................................30

    Tabela 9 − Demonstrativo de resultados..........................................................................31

    Tabela 10 − Dimensões dos equipamentos......................................................................88

    Tabela 11 − Diagrama Equipe, operação: Abastecimento...............................................92

    Tabela 12 − Diagrama Homem-Máquina, operação: Pesador/Misturador......................93

    Tabela 13 − Diagrama Homem-Máquina, operação: Transportador...............................94

    Tabela 14 − Estimativa das áreas.....................................................................................99

    Tabela 15 −  Risco de incêndio e substância extintora dasinstalações........................................................................................................................99

    Tabela 16 − ―Carta de Para‖..........................................................................................101

    Tabela 17 − Quantificação da matéria-prima para uma semana....................................110

    Tabela 18 − Aspectos gerais do PLASTABIL ICZ-221............................................... 120

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    SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 12

    2. OBJETIVOS ................................................................................................................................ 14

    2.1. Objetivo Geral .....................................................................................................................14

    2.2. Objetivos Específicos ..........................................................................................................14

    2.3. Justificativa...........................................................................................................................14

    3. APRESENTAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI ....................................................16

    4. PLANO DE NEGÓCIO ..................................................................................................................18

    4.1. Estudo do Cliente ................................................................................................................ 18

    4.2. Estudo dos Fornecedores ................................................................................................... 21

    4.3. Estudo dos Concorrentes .............................................................................................24

    4.4. Custos de Instalação da Empresa do Composto de PVC ...................................................25

    4.4.1. Investimentos .......................................................................................................26

    4.4.2. Custos ................................................................................................................. 29

    4.4.3 Demonstrativo de resultados e Indicadores de viabilidade .................................. 30

    5. ESTUDO DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO COMPOSTO DE PVC ...................................... 335.1. Características das Resinas de PVC que Influenciam na Produção do Composto..............,33

    5.1.1 Distribuição de Tamanho da Partícula .................................................................. 33

    5.1.2 Densidade Aparente e Fluxo Seco .........................................................................34

    5.1.3 Porosidade e Absorção de Plastificantes ................................................................35

    5.1.4 Géis ou Fish-Eyes ..................................................................................................36

    5.2. Aditivos necessários para formulação do Composto de PVC..............................................37

    5.2.1. Plastificante .......................................................................................................... 37

    5.2.2 Agente de expansão .............................................................................................. 39

    5.2.3 Cargas ....................................................................................................................40

    5.2.4 Estabilizantes ...........................................................................................................42

    5.3. Estudo reológico da fabricação do composto de PVC.......................................................... 42 

    5.3.1. Gelificação e Fusão .............................................................................................. 42

    5.3.2. Influencia das condições de processamento nos processos de gelificação

    composto de PVC ..................................................................................................................44

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    5.4 Equipamentos necessários pela fabricação do composto de PVC .........................................45

    5.4.1. Misturador intensivo .............................................................................................. 465.4.2. Extrusora dupla rosca .......................................................................................... 49

    6. PLANEJAMENTO DE GESTÃO A SER EMPREGADO NA EMPRESA DE COMPOSTO DE PVC..52

    6.1. As cinco etapas de organização do local de trabalho...........................................................53

    6.1.1 Seiri .......................................................................................................................536.1.2 Seiton (arrumar) .....................................................................................................546.1.3 Seiso (limpar) .........................................................................................................556.1.4 Seiketsu (sistematizar) .......................................................................................... 566.1.5 Shitsuke (Padronizar) ............................................................................................ 56

    6.2 Manutenção Produtiva Total .................................................................................................57

    6.2.1. Preparando a empresa para introdução da TPM.....................................................58

    6.2.2. Implantação dos pilares de sustentação do TPM....................................................62

    6.2.2.1 Melhoria do equipamento.........................................................................606.2.2.2 Manutenção Autônoma ............................................................................626.2.2.3 Manutenção planejada .............................................................................646.2.2.4 Educação e treinamento...........................................................................646.2.2.5 Melhoria no projeto..................................................................................65

    6.3 Controle da Qualidade Total  – TQC........................................................................................65

    6.3.1 Sistema gerenciamento de implantação do TQC......................................................676.3.2 Padronização...........................................................................................................686.3.3 Gerenciamento pelas Diretrizes (GPD).....................................................................696.3.4 Gerenciamento da Rotina........................................................................................706.3.5 Gerenciamento do Crescimento do ser humano.....................................................71

    6.4 Just in time (JIT)....................................................................................................................73 

    6.4.1 Etapas de Não Agregação de Valor.........................................................................75

    6.4.1.1 Superprodução.........................................................................................756.4.1.2 Problema de Estoque ..............................................................................756.4.1.3 Produtos defeituosos................................................................................766.4.1.4 Movimentação desnecessária...................................................................766.4.1.5 Espera......................................................................................................776.4.1.6 Processamento desnecessário.................................................................776.4.1.7 Transporte ...............................................................................................78

    6.4.2 Fornecimento de materiais no sistema JIT.........................................................78

    6.4.3 Flexibilidade da Produção...................................................................................80

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    7. LAYOUT DA FÁBRICA DE COMPOSTO DE PVC .........................................................................84

    7.1. Fatores que afetam o Arranjo Físico ..............................................................................847.2. Estimativas das áreas do arranjo físico..........................................................................90

    7.2.1. Estimativa das áreas de circulação........................................................................957.3. Arranjo Físico Geral e Prevenção a incêndio e Explosões.............................................987.4. Arranjo Físico detalhado: Estudo do Fluxo....................................................................1047.5. Arranjo Físico detalhado do Almoxarifado......................................................................1097.6. Arranjo Físico Final.......................................................................................................111

    8. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................................115

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................... 117

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    1 INTRODUÇÃO

    O bom desempenho da economia brasileira entre 2000 e 2011, junto às politicas de

    crédito, contribuiu para o crescimento significativo das micro e pequenas empresas no Brasil.

    A quantidade expressiva dessas empresas no país, tem feito delas destaque no cenário

    econômico brasileiro devido ao seu potencial de geração de renda e de emprego (SEBRAE,

    2012).

     No entanto, os efeitos recentes na economia brasileira poderiam ter sido melhores se

    simultaneamente ao surgimento das novas micro e pequenas empresas não houvesse ocorrido

    o aumento dos índices de falência das mesmas. Grande parte das empresas surgidas não teve

    capacidade de sobreviver por longo tempo. As dificuldades e desafios encontrados por elas na

    implementação, gerenciamento e manutenção do negócio, têm contribuído para seu curto

     período de sobrevivência no mercado. A falta de planejamento e de boa gestão financeira por

     parte dos empresários tem sido os fatores cruciais para o aumento da taxa de falência

    (SANTOS et al., 2015).

    A ausência de preparo dos profissionais responsáveis pela gestão das micro e pequenas

    empresas, conduzem em geral às tomadas de decisões de forma empírica devido à falta de planejamento (SOUZA; QUALHARINI, 2007). Em um mercado cada vez mais competitivo,

    é necessário tomar decisões fundamentadas em informações concretas da realidade do

    mercado. Essas informações tanto do ambiente interno como externo à empresa, são

    essenciais para a sua sobrevivência. (PAULA; SILVA; HERMOSILLA, 2006).

    O estudo do ambiente em que a empresa está inserida permite aos gestores das micro e

     pequenas empresas conhecer as necessidades dos clientes, saber quem são os clientes

     potenciais, saber a posição em que a empresa se situa frente às concorrentes, conhecer os

    fornecedores, analisar as forças e as fraquezas da empresa, examinar as fontes de

    financiamento, etc., de tal forma que a adesão dessas informações permite ao empresário

    direcionar seus objetivos, buscando o diferencial competitivo e a satisfação do cliente

    (PAULA; SILVA; HERMOSILLA, 2006).

    Segundo Souza e Qualharini (2007), o planejamento diz respeito à capacidade de

    organizar e prever os efeitos de uma série de eventos, atuando assim de forma preventiva às

     possíveis consequências indesejáveis. Na visão de Oliveira (1998 apud Souza; Qualarini,

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    2007), o planejamento estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a

    direção a ser seguida pela organização, visando o melhor grau de interação com o ambiente,

    considerando ainda a capacitação da organização para este processo de adequação.

    Esse presente trabalho tem a finalidade de realizar o planejamento para instalação de

    uma empresa de composto de PVC na Região Metropolitana do Cariri para fornecer matéria-

     prima às microempresas de calçados da região. Os temas abordados foram: o estudo

    mercadológico da região, detalhando o cliente, os fornecedores e os concorrentes; o estudo da

    viabilidade econômica com auxílio do Software Plano de Negócio 3.0- Sebrae; o estudo do

     processo de fabricação do composto de PVC abordando as peculiaridades para produzir um

    composto de qualidade e de baixo custo; o estudo do planejamento para implantação das

    filosofias manutenção produtiva total, controle da qualidade total e Just-in-time como forma

    de tornar a empresa a ser instalada competitiva no mercado. Por último foi desenvolvido o

    layout organizacional da empresa com intuito de dar suporte às filosofias a serem implantadas

    e evitar custos desnecessários por erro de layout.

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    2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral

    • Elaborar o projeto de fábrica de uma empresa de composto de PVC na Região Metropolitana

    do Cariri, estado do Ceará, com base num planejamento técnico e econômico.

    • Oferecer aos microempresários de calçado da Região Metropolitana do Cariri um prazo mais

    curto de entrega do composto de PVC, contribuindo para sua redução de custo.

    2.2 Objetivos Específicos

    • Conciliar a engenharia de materiais e a engenharia de produção colocando a importância de

    cada uma para o projeto de fábrica de uma empresa.

    • Realizar estudos mercadológicos das empresas envolvidas na cadeia de suprimento do

    composto de PVC.

    • Estudar o mercado de calçado na Região Metropolitana do Cariri.

    2.3 Justificativa

    A graduação em engenharia de materiais permite ao estudante adquirir o

    conhecimento aprofundado das estruturas, das propriedades, das aplicações e dos

     processamentos dos materiais, além disso, capacita o aluno a criar novos materiais ou

    melhorar os materiais já existentes. No entanto, a fim de complementar a graduação nesta

    engenharia foi buscado realizar um trabalho de conclusão de curso que abordasse áreas da

    engenharia de produção, de tal forma que conciliasse o conhecimento desses dois cursos.

    Projetar uma Fábrica de Composto de PVC permitirá abordar o conhecimento adquirido na

    graduação em engenharia de materiais e complementar a formação estudando áreas da

    engenharia de produção, como: Logística, Gestão de Estoque, Gestão da Manutenção, Just-in-

    Time, Gestão da Qualidade (essa faz parte da estrutura curricular dos dois cursos), Engenharia

    de Métodos e Projeto de Fábrica e Layout. Uma disciplina do curso de Engenharia de

    Materiais que vale ser ressaltada é a disciplina de Formação de Empreendedores, a qual

     prepara e desperta o aluno para empreendedorismo. Esse trabalho foi também desenvolvidocom objetivo de aprimorar e se preparar para essa vertente que o engenheiro de materiais pode

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    atuar. Sendo assim, o desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso, permitirá

    agregar valor na minha formação, obtendo um perfil versátil na área da engenharia de

    materiais e algumas áreas da engenharia de produção.

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    3 APRESENTAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DO CARIRI

    O Ceará é o terceiro maior exportador de calçados brasileiros tendo seu foco

    especialmente na produção de sandálias e sapatos. O Ceará divide o seu polo calçadista em

    três grandes regiões: Fortaleza, Região Metropolitana do Cariri e Sobral. A região de maior

    expressividade é a Região Metropolitana do Cariri composta por Juazeiro do Norte, Crato,

    Barbalha e outras cidades menores. De acordo com dados colhidos no site da

    ABICALÇADOS, o estado conta com um polo industrial de 310 indústrias na região (Região

    Metropolitana do Cariri), dados referentes ao ano de 2009 (FIGUEIREDO; OLIVEIRA;

    SANTOS, 2011).

    A Região Metropolitana do Cariri possui várias vantagens atrativas para instalação de

    uma empresa na região, como: incentivos fiscais, infraestrutura, condições logísticas e

    disponibilidade de mão-de-obra com baixo custo. Essas vantagens explicam o motivo da

    existência do grande polo calçadista do estado do Ceará (COSTA, 2012).

    Dentre as grandes cidades da Região Metropolitana do Cariri, o Juazeiro do Norte se

    destaca pelo grande desenvolvimento econômico, exercendo o papel de capital regional. É noJuazeiro do Norte onde se concentra o maior número de empresas de calçados, em sua

    maioria, por micro e pequenas empresas, com percentuais de 75,34% e 19,18%,

    respectivamente (COSTA, 2007).

    Segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), os

    calçados produzidos com materiais plásticos como PVC, TR, EVA e PU chegam a 78,93% da

     produção total da Região Metropolitana do Cariri (COSTA, 2012).

    A Região Metropolitana do Cariri devido ao grande número de empresas que utilizam

    matéria-prima sintética para fabricação de calçados, incentivos fiscais, mão-de-obra

    qualificada e de baixo custo, infraestrutura e logística tem uma localização ótima para instalar

    uma empresa que fabrique compostos de PVC, TR, EVA e PU.

    Segundo Junior, Nunes e Ormanji (2006), o policloreto de vinila (PVC) é o plástico

    mais versátil em propriedades, o mesmo atribui essa característica a facilidade que o PVC tem

    em absorver aditivos. O tipo e a quantidade de aditivo presente no PVC são os provedores para as diferentes características desse plástico (JUNIOR; NUNES; ORMANJI, 2006). A

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    versatilidade que o PVC oferece permite fabricar vários componentes presentes nos calçados.

    Sabendo disso, a empresa a ser projetada destinará os seus recursos a produzir composto de

    PVC (PVC mais os aditivos), acreditando-se ser a matéria-prima com maior demanda na

    região.

    Apesar dos grandes atrativos que a região oferece para instalação de uma empresa de

    composto de PVC, será difícil a empresa a ser instalada ganhar espaço no mercado atual. As

    empresas que dominam o fornecimento de composto de PVC na região são grandes

    corporações consolidadas e com alto poder de investimento. A nova empresa encontrará um

    mercado onde terá que concorrer com produtos de alta qualidade e de baixo custo. A

    concorrência se dará graças as possíveis vantagens competitivas da empresa regional, como

    localização, relação intima com o consumidor e utilização de processos extremamente

    eficientes e controlados.

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    Segundo Sr. João dono da empresa João. C Ltda., as microempresas, assim como a dele,

    sofrem bastante com prazo de entrega. O mesmo declarou que quando falta composto de PVC

    no seu estoque o prazo para entrega é longo, comprometendo a produtividade da empresa.

    A maneira encontrada por Sr. João para solucionar esse problema está sendo estocar um

    grande volume de composto de PVC que garanta a sua produção mensal. Isso é possível

    quando se tem um elevado capital de giro para ser empregado nos estoques, quando não tem,

    a produtividade da empresa fica comprometida.

    Um fato curioso, declarado por Sr. João, é que os microempresários às vezes

    desempenham a função de fornecedor para os próprios microempresários. Funciona assim, a

    empresa A tem um elevado estoque em sua fábrica, a empresa B está com seu estoque zerado,então a empresa B, para adquirir a matéria-prima de imediato, compra o composto de PVC da

    empresa A, e lógico, pelo um preço bem mais elevado do que compraria do fornecedor.

    A demora da entrega provavelmente se dá devido a inviabilidade das empresas

    fornecedoras atederem de imediato a demanda pequena de 2 toneladas/ mês, como é caso da

    empresa João C. Ltda. Para empresas fornecedoras de composto como a Karina atuante em

    grandes mercados consumidores, a viabilidade para atender João só ocorre quando existe uma

    demanda maior, que acontecerá apenas se outras empresas também estiverem necessitando de

    matéria-prima.

    O elevado estoque trás vários custos e riscos para as microempresas. Para manter esse

    estoque na empresa, os empresários têm custo com capital empregado nos estoque

    imobilizado, custo com área e mão-de-obra para armazenamento e custo com energia. Os

    riscos envolvidos estão relacionados com furtos, obsolescência e incêndio (ACCIOLY;

    AYRES; SUCUPIRA, 2008).

    Visto à problemática, a empresa de composto de PVC a ser instalada direcionará seus

    esforços para oferecer aos microempresários um atendimento rápido as suas solicitações de

     pedido. A Empresa de Composto irá trabalhar para que os estoques dos microempresários

    tornem-se mínimo. A proposta a ser oferecida aos microempresários pode ser explicado pela

    interpretação do gráfico da Figura 1.

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    Figura 1 − Gráfico de estoque ideal.

    Fonte: Treinamento de Gestão de Estoque- Pimentel Consultoria

    Observa-se no gráfico da Figura 1 que a quantidade ideal é completamente consumida

    e imediatamente o estoque é retomado pela entrega pontual do fornecedor. A solicitação de

     pedido feita pelo cliente é realizada antes que seu estoque acabe e dentro do tempo necessário

     para o fornecedor receber o pedido e entregar a matéria-prima na fábrica. Esse tempo de

    recebimento do pedido até a entrega na fábrica é conhecido como lead time  (tempo para

    entrega) (ACCIOLY; AYRES; SUCUPIRA, 2008).

     Nota-se no gráfico da Figura 1 que não há estoque de segurança, pois nesse caso o

    fornecedor é confiável. O estoque de segurança é uma prática comum nas empresas, porém o

    estoque de segurança dos microempresários de calçados na Região Metropolitana do Cariri é

    muito elevado, como foi relatado por Sr. João ao declarar que estoca um volume muito alto de

    material para garantir sua produção mensal.

    Os esforços da empresa de composto de PVC serão direcionados para atender

     pontualmente o seu cliente, para conseguir ter um lead time curto e uma boa capacidade de

    reposta entre um pedido e outro. A Empresa de Composto de PVC atendendo dessa forma, os

     pedidos dos microempresários poderão passar de pedidos mensais para pedidos semanais,

    reduzindo todos aqueles custos e risco envolvido em manter os estoques na empresa.

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    4.2 Estudo dos Fornecedores

    As fornecedoras de matéria-prima para produção de composto de PVC localizam-se

    fora da Região Metropolitana do Cariri, com exceção do PVC reciclado e do óleo de soja que

    são encontrados fornecedores na própria região. A distância da Empresa de Composto de

    PVC com as fornecedoras torna-se a matéria-prima mais cara devido os custos de transporte,

    que geralmente é cobrado por quilograma de material transportado. A Tabela 1 mostra a

    localização das fornecedoras de cada matéria-prima a ser utilizada na produção do composto

    de PVC na empresa a ser instalada.

    Tabela 1 − Localização das fornecedoras de matéria prima.

    Fornecedora Matéria-prima LocalizaçãoPiramidal PVC Jaboatão dos Guararapes-

    PEEmpresa Local PVC reciclado Juazeiro do Norte –  CE Auriquímica Plastificante São Paulo –  SPAuriquímica Agente de expansão São Paulo –  SP

    Maxcarb Minerais Carga São Paulo –  SPSupermercado Atacadão Óleo de Soja Juazeiro do Norte –  CE Inbra Indústria Química Estabilizante Térmico Diadema –  SP 

    Fonte: Arquivo Pessoal.

    Pesquisas de mercado realizado na empresa Kaplast Ltda., microempresa produtora de

    sacola plástica, localizada na cidade de Juazeiro do Norte-CE, foram possíveis conhecer um

     pouco da realidade das microempresas frente as suas fornecedoras. A empresa Kaplast Ltda

    compra o polietileno (PE) puro (com a mesma composição que é fabricada pela petroquímica)

    da distribuidora Eteno ou da distribuidora Activa. O fato curioso que um dos sócios da

    Empresa declarou que a petroquímica Braskem não fornece o PE diretamente para sua

    empresa, sendo o mesmo obrigado comprar das distribuidoras. No entanto visitas realizadas

    no estande da empresa Karina na Feiplastic, líder de mercado no Brasil no fornecimento de

    composto de PVC, soube-se que o tratamento comercial entre grandes empresas são

    diferentes. O vendedor da Karina informou que a Braskem fornece diretamente para empresa

    Karina, sem ter que passar pelas distribuidoras.

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    Essa informação é bastante importante para Empresa de Composto de PVC, pois

    sendo também uma microempresa a mesma terá que comprar o PVC das distribuidoras. O

    PVC fornecido pelas distribuidoras terá um preço mais elevado, por estar inclusos no preço do

    PVC os custos de armazenamento referente à mão-de-obra, aluguel, energia, impostos, lucro

    do distribuidor, transporte, etc.

    Além das grandes empresas comprarem um volume bem maior de PVC, barateando o

     preço do quilograma do PVC, elas também conseguem o preço mais baixo por comprarem

    direto da petroquímica. Com isso, a Empresa de Composto de PVC dificilmente conseguirá

    competir em custo e qualidade do produto com as grandes empresas, restando a ela competir

    na qualidade de entrega e serviço.

    A compra do PVC diretamente da petroquímica Braskem terá efeitos significativos no

     preço e qualidade do composto de PVC oferecido pela microempresa a ser instalada. Como

    será visto no Tópico de Investimento (4.5.1) foi incluso na composição do composto a ser

     produzida pela empresa uma fração de 40 % de PVC reciclado, assim a empresa utilizará 40

    % de reciclado e 60% do PVC ―virgem‖ na formulação do composto. Utilizar reciclado na

    composição foi a forma encontrada para minimizar as vantagens que as concorrentes tem em

    comprar o PVC direto da Braskem. A formulação definida na Tabela 3 permitirá a Empresade Composto de PVC competir em preço, porém a qualidade do composto oferecido para o

    cliente será menor.

    A presença de reciclado na composição do composto de PVC afetará diretamente a

    qualidade do produto oferecido ao cliente, além disso, aumentará a variabilidade no processo

    do cliente e na própria Empresa de Composto de PVC. A variabilidade no processo retarda o

    tempo de preparo da máquina (ver tópico 6.4) entre uma operação e outra, os parâmetros das

    máquinas são ajustáveis na condição ideal para processar determinado material, se a

    composição desse material varia a máquina continuamente deve ser ajustado para novas

    condições. Isso eleva os custos referentes ao período inoperante do equipamento, a mão-de-

    obra requerida para operação de preparação, a perda de material no início da operação, etc.

    O PVC é um polímero bastante versátil podendo fabricar produtos de diferentes

     propriedades, essa característica é determinada pela possibilidade de fabricar compostos de

    diferentes composições. O PVC reciclado pode ter origens de diferentes produtos, e

    consequentemente a composição do reciclado fornecido pode variar continuamente . Além

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    disso, dependendo da história térmica (processamento) e condições de uso dos produtos as

    moléculas do polímero podem sofrer cisões nas cadeias reduzindo a sua massa molar (MM).

    A MM e a composição do PVC têm influência direta nas propriedades reológicos dos

     polímeros, logo dependendo do reciclado os parâmetros das máquinas devem ser ajustados de

    acordo com os parâmetros reológicos que o reciclado apresenta.

    Para minimizar a variabilidade nas propriedades reológicas do reciclado a Empresa de

    Composto de PVC deve realizar parceria com o fornecedor para o mesmo fornecer reciclado

    oriundo de um único produto ou de produtos que tenham propriedades e uso semelhantes. Por

    exemplo, a empresa fornecer reciclado apenas  proveniente de ―cabeças de boneca‖, desta

    forma reduziria a variabilidade na composição e na história térmica e uso do reciclado.

    As fornecedoras de maquinário para produção de composto de PVC também

    localizam-se fora da Região Metropolitana do Cariri. A Tabela 2 mostra os maquinários e

    acessórios necessários para produção do composto de PVC com suas respectivas empresas

    fornecedoras e localização.

    Tabela 2 − Empresas fornecedoras de maquinário para Empresa de Composto de PVC.Empresa Fornecedora

    eMaquinário

    Carrinho Transportador

    Empresa Local- Juazeirodo Norte-CE

    Balança

    Empresa Local- Juazeirodo Norte-CE

    Misturador intensivo

    Philpolymer-São Roque-SP

    Alimentador de piso

    Philpolymer-São Roque-SP-

    Extrusora dupla rosca

    Kabra Extrusiontechnik-Índia

    Banheira

    Philpolymer-São Roque-SP

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    Granulador

    Philpolymer-São Roque-SP

    Secador de espaguete

    Philpolymer-São Roque-SP

    Paleteira

    Alphaquip- Barueri-SP

    Ventilador

    Empresa Local- Juazeirodo Norte-CE

    Selador

    Empresa Local- Juazeirodo Norte-CE

    Fonte: Arquivo Pessoal.

    4.3 Estudo dos Concorrentes

    As grandes concorrentes da Empresa de Composto de PVC são a Karina e a Dacarto

    Benvic, ambas as líderes de mercado, detentora de quase todo o mercado de composto de

    PVC no Brasil. Na Região Metropolitana do Cariri a empresa Workplastic também domina

    uma pequena parcela no fornecimento de composto. Todas as três empresas localizam no

    estado de São Paulo.

    As empresas de calçados da Região Metropolitana do Cariri trabalham com três

     principais tipos de composto de PVC, o PVC cristal, o PVC marfim e o PVC com borracha

    nitrílica (NBR). O composto PVC cristal e PVC marfim são mais baratos e os mais utilizados

     pelas microempresas de calçados, o PVC com NBR é um produto com qualidade superior e, portanto mais caro, sendo utilizados mais pelas grandes empresas de calçados. Espera-se que

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    a grande parcela da produção da Empresa de Composto de PVC seja de PVC cristal e PVC

    marfim, por serem os compostos utilizados pelas microempresas.

    O PVC cristal é um composto transparente e o PVC marfim um composto opaco e branco. Essa característica macroscópica permite reconhecer que o PVC marfim contem

    cargas na sua composição e o PVC cristal não. Nesse caso, a carga é um aditivo incorporado

    no PVC com intuito de baratear o custo de produção do composto. Essa distinção foi

    determinante para selecionar apenas o PVC marfim como o composto a ser considerado no

    Plano de Negócio.

    Simulações realizadas no Software Plano de Negócio 3.0- Sebrae com o PVC cristal,

    foi obtido um custo de produção do composto muito acima do preço do concorrente,inviabilizando a sua produção. Já utilizando o PVC marfim, o qual tem carga em sua

    formulação, permitiu aproximar mais do preço do concorrente. Produzir um composto com o

     preço do PVC cristal trabalhado no mercado, sem utilizar um aditivo para baratear, ainda é

    umdesafio, o qual deve ser desvendado pela Empresa de Composto de PVC.

    O preço do quilograma (kg) de PVC marfim é de R$ 4,50, o PVC Cristal R$ 5,50 e o

    PVC com NBR R$ 7, 50 sem incluir o transporte que geralmente é R$0,50 por kg de

    composto transportado. Os valores anteriores são referentes ao preço do composto vendidos

     pelas três empresas concorrentes estudadas, os quais vendem o composto praticamente com o

    mesmo preço. A Empresa de Composto de PVC terá o desafio de fornecer um composto com

    o preço próximo ao trabalhado no mercado local.

    4.4 Custos de Instalação da Empresa do Composto de PVC

    A forma jurídica da Empresa de Composto de PVC será Empresa Individual de

    Responsabilidade Limitada  –  EIRELI, o qual é constituído por uma única pessoa titular da

    totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100

    (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. O titular não responderá com seus bens

     pessoais pelas dívidas da empresa (JUNTA COMERCIAL DO PARANÁ, 2016).

    O enquadramento tributário para a Empresa de Composto será no Regime Simples.

    Para se enquadrar no Regime Simples no caso da empresa de pequeno porte, deve auferir, em

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    cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e

    igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) (PORTAL

    TRIBUTÁRIO, 2016).

    A Empresa de Composto de PVC se enquadrando no Simples receberá tratamento

    tributário diferenciado e favorecido a ser dispensado no âmbito da União, dos Estados, do

    Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive

    obrigações acessórias (PORTAL TRIBUTÁRIO, 2016).

    Os resultados expostos nas tabelas a seguir foram retirados do Software Plano de

     Negócio 3.0- Sebrae.

    4.4.1 Investimentos

    A Tabela 3 abaixo, além de informar o capital de giro necessário, está informando

    também à composição que se espera para o PVC marfim, as quantidades de cada aditivo

    adquirido no mês e o custo do Kg do composto de PVC. A composição do composto,

    demonstrado na Tabela 3, foi baseado de acordo com a sugestão dada pelo vendedor da

    empresa Inbra Indústria Química Ltda., o qual sugeriu uma formulação geral para produtos

    flexíveis de PVC.

    Tabela 3 − Capital de giro. Estoque mensal.

    Matéria Prima Composiçãoem pcr

    ConsumoMensal (CM)

    Preço/kg

    PVC(60%) + PVC

    Reciclado(40%)

    100 13.124 kg PVC Reciclado

    R$ 6,84 R$ 2,00Óleo de soja 4 525 kg R$ 3,55Estab. Térmico 1 131 kg R$ 18,48

    DOP 60 7.875 kg R$ 6,10Azodicarbonamida 5,5 722 kg R$ 12,00

    Carbonato de Cálcio 20 2.625 kg R$ 0,40Total 190,5 25.002 kg Preço

    xCM

    R$ 129023,63

    Custo do kg do Composto de PVC R$ 5,06Fonte: Arquivo Pessoal.

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    Os dados obtidos no Software informa que o capital de giro necessário é de

    R$126.400,00 para adquirir de 25.002kg de matéria-prima por mês. No entanto espera-se

    trabalhar com capital de giro bem abaixo desse valor. A Empresa de Composto de PVC,

    inicialmente, deve-se negociar com os fornecedores um prazo de entrega de matéria-prima

    semanal, assim o capital de giro necessário reduzirá em ¼.

    Há dois custos envolvidos na aquisição da matéria-prima, são eles o custo de compra e

    o custo de manutenção.

    Os custos de compra são referentes pesquisas de mercado, processos operacionais de

    compra, custo com processos produtivos internos, custo com transportes incorridos no

     processo de internação das mercadorias (depreciação, combustível, pedágio, seguro de carga,imposto de serviço, etc.). Os custos de manutenção envolve capital empregado nos estoques,

    seguros, custo de área e mão-de-obra para armazenamento, energia, etc. (ACCIOLY;

    AYRES; SUCUPIRA, 2008)

     Nota-se que o custo de compra independe do tamanho do lote comprado, ele será uma

    valor fixo. Então para diminuir o custo de compra é melhor comprar um lote grande para

    reduzir a frequência de pedido, porém, quanto maior o lote maior será o custo de manutenção

    com o estoque, o qual varia com tamanho do lote. Percebe-se que a Empresa de Composto de

    PVC deve procurar um equilíbrio entre ambos os custos e buscar um lote econômico.

    (ACCIOLY; AYRES; SUCUPIRA, 2008)

    A Empresa de Composto de PVC trabalhará com o lote econômico, isto é, trabalhará

    com a quantidade de aquisição capaz de equilibrar os custos de compra e de manutenção.

    (ACCIOLY; AYRES; SUCUPIRA, 2008)

    Os custos referentes aos maquinários, equipamentos, utensílio e veiculo estão expostos

    na Tabela 4, o qual totaliza um investimento de R$ 565.670,00. O imóvel para instalação da

    fábrica foi considerado como investimento já adquirido pela fábrica, logo não foi computados

    nos investimentos fixos.

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    Tabela 4− Investimento fixo.

    Investimento Quantidade Valor unitário TotalBanheira 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00

    Alimentador dePiso 1 R$ 10.500,00 R$ 10.500,00Extrusora

    Dupla Rosca1 R$ 500.000,00 R$ 500.000,00

    Seladora 1 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00Misturadointensivo

    1 R$ 7.900,00 R$ 7.900,00

    Secador deEspaguete

    1 R$ 4.750,00 R$ 4.750,00

    Granulador 1 R$ 19.900,00 R$ 19.900,00Telefone 1 R$ 70,00 R$ 70,00

    Impressora 1 R$ 350,00 R$ 350,00Fiat Estrada

    20101 R$ 18.000,00 R$ 18.000,00

    Computador 1 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00Total de Investimento fixo R$ 565.670,00

    Fonte: Arquivo Pessoal.

    As máquinas referentes o processo produtivo que estão indicados na Tabela 4 serão

    comprados das empresas mostradas na Tabela 2.

    Considerando o prazo médio de pagamento de 7 dias e um prazo médio de compra de

    15 dias, a Empresa de Composto de PVC irá necessitar de um caixa mínimo de R$

    114.227,26. Logo o capital de giro total (caixa mínimo mais o capital para estoque) será de R$

    231.976,76. A Tabela 5 mostra o investimento total necessário para o empreendimento.

    Tabela 5 − Investimento total.

    Descrição do Investimento Valor %

    Investimentos Fixos(Tabela 4)

    R$ 565.670,00 70,31

    Capital de Giro Total (caixa mínimo + estoque)

    R$ 231.976,76 28,83

    Investimentos deLegalização

    R$ 6.902,00 0,86

    Total R$ 804.548,76  100,00Fonte: Arquivo Pessoal.

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    4.4.2 Custos

    A quantidade de mão de obra necessária para a Empresa de Composto de PVC para

    capacidade produtiva inicial será três funcionários. A Tabela 6 demonstra os custos com mão

    de obra necessária para empresa, o qual totaliza um custo R$ 3.927,37.

    Tabela 6 − Custo de mão de obra.

    Função Número

    deempregados

    Salario Mensal % de

    encargossociais

    Encargos

    Sociais

    Total

    Transportador 1 R$ 1095,50 19,50 R$ 213,62 R$1.309,12

    Abastecedor 1 R$ 1095,50 19,50 R$ 213,62 R$1.309,12

    Pesador/MisturAdor

    1 R$ 1095,50 19,50 R$ 213,62 R$1.309,12

    Total de Custos de Mão de Obra R$3.927,37 

    Fonte: Arquivo Pessoal.

    O valor do salário mensal mostrado na Tabela 6 é a soma total do salário mais 1/12

    décimo terceiro salário mais 1/12 férias. Então o salário real do funcionário é R$ 939 reais,

    sendo o restante de R$ 156,5 correspondente às férias e o décimo terceiro.

    Os custos com depreciação foi calculado pelo Software, o qual informou um custo

    com depreciação mensal de R$ 4.873,92 (Tabela 7).

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    Tabela 7 − Custo com depreciação.

    Ativos Fixos  Valor do bem  Vida útil em AnosDepreciação 

    Depreciação Mensal 

    MÁQUINAS E

    EQUIPAMENTOS

    R$ 546.050,00  10  R$ 4.550,42

    MÓVEIS EUTENSÍLIOS

    R$ 420,00  10  R$ 3,50 

    VEÍCULOS R$ 18.000,00 5 R$ 300,00

    COMPUTADORES R$ 1.200,00 5 R$ 20,00 

    Total de Custo com Depreciação Mensal R$ 4.873,92 Fonte: Arquivo Pessoal.

    A Tabela 8 considera todos os custos fixos operacionais mensais, o qual totalizou R$

    14.131,29,34. Observa-se que o pró-labore foi considerado zero, pois se pretende que o

    empresário só comece ao usufruir dos lucros para suas necessidades pessoais quando as

    despesas de instalação forem quitadas.

    Tabela 8 − Custos fixos operacionais mensais.

    Descrição CustoIPTU R$ 300,00

    Energia elétrica R$ 3.400,00Telefone + internet R$ 130,00

    Honorários do contador R$ 500,00Manutenção dos equipamentos R$ 800,00

    Pró-labore R$ 0,00Salários + encargos R$ 3.927,37Material de limpeza R$ 150,00

    Material de escritório R$ 50,00Depreciação R$ 4.873,92

    TOTAL  R$ 14.131,29 Fonte: Arquivo Pessoal.

    4.4.3 Demonstrativo de resultados e Indicadores de viabilidade

    A Empresa de Composto de PVC fornecerá o PVC marfim por R$ 6,20, um real e 20

    centavos a mais ao praticado no mercado.

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    Pensando em um crescimento da empresa com obtenção de mais clientes, foi

    considerado o crescimento da empresa em 8,33% por mês durante um ano. Esse crescimento

    foi considerado como se a Empresa em um ano duplicasse sua produção, passando a trabalhar

    não só o turno do dia, mas também como turno da noite. Junto com o crescimento foi

    considerado elevação também dos custos fixos operacionais mensais em 8,33% ao mês. A

    Tabela 9 mostra os demonstrativos de resultados da empresa.

    Tabela 9 − Demonstrativo de resultados.

    Fonte: Arquivo Pessoal.

    Observa-se na tabela um lucro de R$598,06 mensal e um lucro acumulado anual de R$

    7.176,72.

    Observa-se na Tabela 9 que pelas considerações feitas nesse estudo, a Empresa de

    Composto de PVC estaria operando muito próximo do ponto de equilíbrio. O equilíbrio é

    atingido quando a soma dos custos variáveis mais os custos fixos são iguais ao faturamento da

    empresa, isso significa dizer que a Empresa de Composto de PVC estará correndo grande

    risco de ter prejuízo com o empreendimento, pois qualquer erro na previsão os custos da

    empresa poderão sobrepor o faturamento. A Tabela 5, o investimento total de R$ 804.548,76

    será também um limitador para esse empreendimento.

     No entanto pode ser tomadas medidas para reverter esse quadro, como por exemplo,

    comprar o PVC diretamente da petroquímica e comprar as máquinas seminovas. Tomando-se

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    essas duas medidas os custos variáveis e fixos irão reduzir bastante, podendo viabilizar o

    empreendimento.

    A primeira opção é a de maior significância para tornar o empreendimento viável. Oelevado preço do PVC considerado nos cálculos não permitiu ajustar uma formulação que ao

    mesmo tempo em que pudesse dá as propriedades adequadas ao calçado, pudesse também ter

    um custo menor de fabricação. Caso o PVC fosse comprado da petroquímica muito

     provavelmente o preço seria menor, podendo fabricar um composto com custo menor e

    consequentemente obtendo um lucro maior. Com isso o faturamento da empresa aumentaria

    fazendo-se a mesma distanciar do ponto de equilibro.

    A segunda opção, o custo fixo (Tabela 4) irá diminuir, tendo um grande impacto noalto capital necessário para o empreendimento (Tabela 5). Provavelmente para obter o recurso

     para o investimento será necessário recorrer aos empréstimos bancários, o qual cobram juros

    em cima do valor emprestado. Logo se o empréstimo necessário for menor, o juro pago e o

    tempo de quitação serão menores. O retorno financeiro também será atingido mais rápido. No

    entanto comprar máquinas seminovas pode ser que a eficiência e a produtividade da máquina

    sejam menores, diminuindo o faturamento da empresa. O custo de manutenção, o custo com

     perca de produto processado com defeito e custo com diminuição de rendimento da máquina poderá aumentar, principalmente se as máquinas compradas sejam oriundas de empresas que

    não aplicam os conceitos de manutenção produtiva total.

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    5 ESTUDO DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO COMPOSTO DE PVC

    5.1 Características das Resinas de PVC que Influenciam na Produção do Composto.

    O policloreto de vinila (PVC) é o mais versátil dentre os plásticos. Devido à

    necessidade de a resina ser formulada mediante a incorporação de aditivos, o PVC pode ter

    suas características alteradas dentro de um amplo espectro de propriedades em função da

    aplicação final, variando desde o rígido ao extremamente flexível, passando por aplicações

    que vão desde tubos e perfis rígidos para uso na construção civil até brinquedos e laminados

    flexíveis para acondicionamento de sangue e plasma. A grande versatilidade do PVC deve-se,

    em parte, também à sua adequação aos mais variados processos de moldagem (JUNIOR,

     NUNES E ORMANJI, 2006).

    Aproximadamente 80% do PVC consumido no mundo são produzidos por meio da

     polimerização do monômero cloreto de vinila em suspensão. Pelos processos de

     polimerização em emulsão e micro-suspensão (10 a 15%) obtêm-se resinas que são

    empregadas basicamente em compostos líquidos. Polimerização em massa e polimerização

    em solução são outras técnicas também empregadas na obtenção do PVC, e possuem poucarepresentatividade no consumo total dessa resina. (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    O PVC que será utilizado pela Empresa de Composto de PVC será polimerizado por

    suspensão, esse tipo de polimerização produz partículas com diâmetro normalmente na faixa

    de 50 a 200 µm, partículas essas de estrutura interna bastante complexa. Essa faixa de

    tamanho de partícula é adequada do ponto de vista das dificuldades de manipulação e riscos

    ocupacionais, no sentido de evitar instabilidades na suspensão de partículas dentro da empresa

    de composto (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    5.1.1 Distribuição de Tamanho da Partícula

    O tamanho médio e a distribuição de tamanho de partículas têm efeito sobre outras

     propriedades da resina, tais como a densidade aparente, as características de fluxo do pó e as propriedades gerais de mistura e processamento (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

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    Resinas com partículas muito pequenas tendem a sofrer problemas mais sérios durante

    o processo de mistura nos misturadores intensivos, uma vez que tendem a elevar mais

    rapidamente temperaturas nas folgas entre a hélice e as paredes do misturador, temperaturas

    essas que podem tanto provocar a pré-plastificação do composto quanto sua decomposição

     parcial. O aumento do diâmetro médio é favorável ao processamento, uma vez que possibilita

    uma plastificação mais uniforme do composto (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    5.1.2 Densidade Aparente e Fluxo Seco

    A densidade aparente é, portanto, importante na especificação da quantidade de resina

    que pode ser acomodada em determinado volume, e ainda possui relação diretamente

     proporcional com a produtividade nos equipamentos de processamento. A densidade aparente

    de uma resina é influenciada por parâmetros morfológicos tais como tamanho e distribuição

    de tamanho de partícula, porosidade, formato e rugosidade superficial das partículas

    (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    O fluxo seco avalia a facilidade com a qual a resina ou o composto em pó escoam.

    Essa característica é de extrema importância prática, uma vez que o fenômeno de escoamento

    da resina ocorre em diversas etapas de seu processamento, desde enchimento e esvaziamento

    de silos, embalagens e veículos de transporte a granel, transporte pneumático através de

    tubulações, culminando com o escoamento do composto no funil de alimentação dos

    equipamentos de processamento. A capacidade de escoamento de uma resina de PVC depende

    diretamente das características de tamanho e distribuição de tamanho de partículas, forma e

    rugosidade das partículas, além da presença de cargas estáticas (JUNIOR, NUNES E

    ORMANJI, 2006).

    Uma alta densidade aparente e fácil fluxo a seco da resina contribuirá muito para uma

    alta produtiva dos equipamentos da Empresa de Composto de PVC a ser instalada,

    especificamente, das extrusoras e alimentadores de pisos (Tabela 2). Isso significa dizer que

    ambas terão um maior rendimento no transporte de massa por unidade de volume e um rápido

    escoamento do pó na ―parede‖ do maquinário, fazendo com que elas produzam mais por

    unidade de tempo.

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    5.1.3 Porosidade e Absorção de Plastificantes

    A porosidade dos PVC é uma característica incomum entre os demais polímeros

    existentes, conferindo a ele versatilidade que outros polímeros não têm. A Figura 2 mostra a

    morfologia da partícula de PVC obtida pelo processo de suspensão visualizada pelo

    Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV).

    Figura 2 − Micrografia da partícula de PVC.

    a)  Região superficial do Grão.

     b)  Grão com abertura. permitindo acesso à estrutura interna .

    Fonte: (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006)

    Observa-se na Figura 2b que o grão de PVC pelo processo de suspensão é formado por

    aglomerados de pequenas partículas no seu interior, chamadas de partículas primárias. O

    volume entre essas partículas é o responsável pela porosidade da resina, característica essa

    que torna o processo de incorporação dos aditivos ao PVC possível, por meio da ocupação

    desse volume livre. A porosidade do PVC permite desenvolver compostos com propriedades

     bastante distintas (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006). As características de absorção de

     plastificantes estão intimamente ligadas à porosidade da resina, podendo muitas vezes ser

    utilizadas como parâmetros de avaliação da mesma. Entretanto, vale destacar que

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    características distintas da porosidade apresentam influência nas propriedades de absorção de

     plastificantes, tais como o tamanho e a distribuição de tamanho de poros. Resinas de

     partículas muito finas, as quais apresentam área superficial específica elevada, podem

    aparentemente absorver mais plastificante que resinas mais grossa, porém porosas, levando a

    conclusões nem sempre adequadas. A absorção dos plastificantes e demais aditivos para o

    interior das partículas de resina é mais importante que a simples adsorção dos mesmos na

    superfície das partículas. A absorção efetiva dos plastificantes e aditivos garante que os

    mesmos estarão interagindo com as moléculas do PVC durante as diversas etapas do

     processamento (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    A Empresa de Composto de PVC em parceria com o laboratório de caracterização de

    materiais da Universidade Federal do Cariri ou com Universidade Federal de Campina

    Grande pode solicitar uma análise Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) e verificar a

    quanto à transição vítrea (Tg) do PVC está sendo afetada com uso do plastificante. Espera-se

    que a Tg diminua bastante na presença do plastificante, caso não seja, é um indício que está

    havendo predominância de apenas adsorção superficial ou que o plastificante é ineficiente

     para afastar as cadeias do PVC. Outras caracterizações como Reômetro de Torque e

    Durômetro Shore são úteis também para investigar esse problema.

    5.1.4 Géis ou Fish-Eyes  

    A ocorrência de géis em resinas de PVC depende principalmente das condições de

     polimerização, as quais podem gerar partículas com baixíssima porosidade em meio às

     partículas de resina com porosidade normal. A baixa porosidade em algumas partículas no

    PVC dificulta a plastificação da mesma causando imperfeições no produto fabricado

    (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    Importante a Empresa de Composto ter o controle da resina de PVC recebida do

    fornecedor, pois caso haja altos teores de géis na resina, a Empresa consequentemente irá

    fornecer um composto que poderá ocasionar defeitos nos produtos dos seus clientes.

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    5.2 Aditivos necessários para formulação do Composto de PVC

    O polo calçadista da Região Metropolitana do Cariri utiliza três tipos de composto

     para fabricar seus produtos, são eles: o PVC cristal, o PVC marfim e o PVC com Borracha

     Nitrílica.

    A Empresa de Composto de PVC terá com desafio desenvolver esses três tipos de

    composto com a mesma qualidade e com o preço competitivo. No entanto fabricar um

    composto semelhante ao concorrente em propriedades e em preço é necessário desenvolver

    uma composição semelhante à usada por eles.

     Nesse presente trabalho será discutido o comportamento e os requisitos de qualidade

    de alguns aditivos comuns para desenvolver a formulação dos compostos de PVC utilizados

    na fabricação de calçados.

    O ideal para o controle de qualidade (inspecionar) dos aditivos e PVC seria se a

    Empresa de Composto de PVC tivesse seu próprio laboratório de controle, no entanto, o preço

    dos equipamentos, o custo de manutenção e a necessidade mão de obra qualificada inviabiliza

    a instalação do laboratório na fábrica. Uma alternativa para empresa inspecionar a matéria-

     prima fornecida seria realizar parceria com o departamento de engenharia de materiais da

    Universidade Federal do Cariri ou da Universidade de Federal de Campina Grande para

    realizar as análises necessárias.

    5.2.1 Plastificante

    Os plastificantes são aditivos empregados em alguns materiais poliméricos, com o

    objetivo de melhorar a processabilidade e aumentar a flexibilidade. Os plastificantes atuam

    separando as cadeias poliméricas aumentando a mobilidade das macromoléculas (RABELLO,

    2011). A Figura 3.mostra atuação do plastificante separando as macromoléculas do PVC.

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    Figura 3 − Plastificação do PVC.

    Fonte: (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006)

    A molécula de PVC em função da presença do átomo de cloro, altamente

    eletronegativo, possui ligações químicas fortemente negativas nos átomos de cloro e positivas

    nos átomos de hidrogênio, ligados ao mesmo átomo de carbono. Devido à presença desses

    dipolos ao longo das cadeias, as moléculas de PVC sofrem forte atração eletrostática umas

     pelas outras, resultando em um polímero rígido. Observa-se na Figura 3 que as ligações

    eletrostáticas entre as macromoléculas do PVC são minimizadas com a presença de

     plastificante que aumentam a distâncias entre as cadeias, tornando o polímero flexível

    (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    Para controle de qualidade dos plastificantes são requisitados os seguintes critérios

    (RABELLO, 2011):

      Pureza

      Comportamento no processamento

      Permanência

      Toxidade

      Propriedades conferidas ao polímero

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      Que não interaja com outros aditivos.

    A permanência do plastificante no polímero depende da volatilidade e as

    suscetibilidades á migração e a extração por solvente, plastificantes com alto peso molecular e

     baixa afinidades com solventes apresentam menores taxas de difusão (migração) (RABELLO,

    2011). A migração do plastificante torna o polímero frágil e com alta dureza. Caso a Empresa

    de Composto forneça o composto de PVC com esse problema, os clientes irão produzir

    calçados que com o tempo de uso apresentaram alta dureza e baixa flexibilidade, causando

    desconforto para o usuário.

    . O dioctil ftalato (DOP), da família dos ftalatos, é o plastificante de maior consumo

     pela indústria de transformação do PVC. Sendo esse o plastificante a ser utilizado pela

    empresa de Composto de PVC. O óleo epoxidado é outro aditivo que pode ser incorporado no

    composto de PVC a ser fabricado, devido a sua versatilidade de atuar como plastificante

    secundário e estabilizante térmico (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    5.2.2 Agente de expansão

    O agente de expansão é o aditivo responsável em criar uma estrutura celular nos

     produtos de PVC rígidos e flexíveis. O mesmo tem a finalidade de elevar capacidade isolação

    térmica e acústica, aumentar amortecimento, reduzir a densidade do produto acabado e

    diminuir a rigidez do polímero (RABELLO, 2011).

    O agente de expansão mais utilizado em formulações de PVC, tanto em compostos

    rígidos e flexíveis quanto em plastissóis, é a azodicarbonamida, também conhecida pelaabreviatura AZDC. A azodicarbonamida sofre decomposição em temperaturas que variam de

    150 a 230ºC, liberando gases que provocam a expansão da massa polimérica formando uma

    estrutura celular. A temperatura de expansão da azodicarbonamida pode ser reduzida por

    meio da utilização de kickers ou ativadores, que são normalmente compostos derivados de

    chumbo, cádmio, zinco e magnésio (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    Para controle de qualidade dos agente de expansão são requisitados os seguintes

    critérios (RABELLO, 2011):

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      Faixa estreita de temperatura de decomposição e compatível com a temperatura de

     processamento do PVC.

      Fácil de incorporação e dispersão no PVC

      Produtos da decomposição não devem provocar risco a saúde ou afetar a estabilidade

    do polímero ou ter efeitos corrosivos ao equipamento.

      Grande rendimento de gás

    5.2.3 Cargas

    Cargas poder ser definidas como materiais sólidos, não solúveis, que são adicionados

    aos polímeros em quantidades suficientes para diminuir os custos e/ ou alterar suas

     propriedades físicas. A presença de carga no polímero aumenta a viscosidade, dificulta o

     processamento, geralmente diminuem a resistência ao impacto e a fadiga, melhora a

    estabilidade dimensional, diminuir a retração no resfriamento ou cura, eleva a dureza

    (RABELLO, 2011)

    Os principais tipos usualmente adicionados ao PVC são os carbonatos de cálcio(natural e precipitado), argilas, amianto, talco e algumas sílicas (JUNIOR, NUNES E

    ORMANJI, 2006). Na Empresa de Composto de PVC será utilizado o carbonato de cálcio

    como carga para o composto de PVC a ser produzido, devido à boa compatibilidade com o

    PVC.

    O carbonato de cálcio natural obtidos do calcáreo, especialmente aqueles de origem

    fóssil (cretáceo), possuem partículas de fácil dispersão e excelente acabamento superficial do

     produto final, porém têm coloração extremamente variável. Já os carbonatos de cálcio obtidos

    da moagem de calcitas possuem partículas de morfologia menos favorável à dispersão e ao

    acabamento superficial em relação aos cretáceos. Os carbonatos de cálcio precipitados são

    obtidos por meio de processos químicos que partem do carbonato de cálcio natural,

    relativamente impuro, obtendo um carbonato de cálcio bastante puro, branco e de coloração

     bem controlada (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    Para controle de qualidade do carbonato de cálcio são requisitados os seguintes

    critérios (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006):

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      Tamanho médio de partícula- quanto menor o tamanho de partícula do carbonato de

    cálcio, melhor é o acabamento superficial do produto final e melhores são as

     propriedades mecânicas.

      Distribuição de tamanho de partícula: a distribuição de tamanho de partículas é

    importante para o empacotamento do carbonato de cálcio no composto de PVC.

    Quanto maior o empacotamento, maior é a possibilidade de incorporação da carga sem

     prejuízo excessivo das propriedades de fluxo.

      Tamanho máximo de partícula: tamanho excessivo em relação às demais partículas

     pode prejudicar as propriedades mecânicas do composto, como a resistência ao

    impacto, ou ainda apresentar-se como defeitos superficiais indesejados

      Grau de pureza: Quanto maior o teor de sílica em um carbonato de cálcio, maior é a

    sua dureza, o que pode levar ao desgaste prematuro dos equipamentos de

     processamento como roscas, cilindros e matrizes, além do próprio desgaste das hélices

    do misturador quando da preparação do composto. Para verificar a pureza do

    carbonato de cálcio é normalmente avaliado por meio do teor de insolúveis em ácidoclorídrico. Enquanto o carbonato de cálcio reage prontamente com o ácido clorídrico,

    solubilizando-se, a sílica não faz o mesmo, podendo ser facilmente quantificada..

      Cor:  quanto maior o índice de brancura do carbonato de cálcio, melhor a cor do

    composto final, uma vez que menor será o efeito negativo da carga.

      Absorção de óleo: Quanto menor o tamanho de partícula, maior a área superficial deum material particulado qualquer, ou seja, maior a necessidade de óleo ou plastificante

     para ―molhar‖ completamente a superfície de todas as partículas. Sendo preferíveis, no

    caso do PVC flexível, partículas maiores para minimizar absorção de plastificante e

    óleo epoxidado. 

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    5.2.4 Estabilizantes

    A degradação térmica do PVC ocorre simultaneamente por três mecanismos:

    desidrocloração, auto-oxidação e cisão mecano-química. Durante a degradação do PVC, o

    átomo de cloro é desprendido da cadeia podendo se combinar com hidrogênio e formar ácido

    clorídrico (HCl). O HCl atua como catalisador da degradação do PVC tornado o processo

    auto-acelerativo (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    Para estabilizar o PVC é necessário a combinações de vários tipos de estabilizantes, os

    quais atuam por vários mecanismos diferentes (RABELLO, 2011). Segundo o fornecedor da

    empresa Inbra o estabilizante adequado para desenvolver o composto de PVC voltado para

    indústria calçadista tem o nome comercial de PLASTABIL ICZ-221. Esse estabilizante é a

    combinação dos estabilizantes a base estearatos metálicos (cálcio e zinco) e fosfito orgânico.

     Nos estabilizante a base de composto de zinco e cálcio, o zinco atua possui capturando

    íons cloretos livre, porém o cloreto de zinco formado possui forte efeito catalisador da reação

    de desidrocloração do PVC, já cálcio, por sua vez, é bastante efetivo na estabilização desse

    cloro livre, a partir de uma reação de dupla troca que regenera o composto ativo de zinco e

    estabiliza o cloro na forma de cloreto de cálcio (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    O fosfito usado em conjunto com estabilizantes de metais, como cálcio e zinco,

    melhora a transparência, a estabilidade às intempéries e à luz, assim como a estabilidade

    térmica, especialmente no PVC plastificado (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006). Óleo

    epoxidado comentado no tópico de plastificante (5.2.1) atua desativando HCL e removendo

    sítios ativos do PVC (RABELLO, 2011).

    5.3 Estudo reológico da fabricação do composto de PVC

    5.3.1 Gelificação e Fusão

    A conversão do composto de PVC, tanto rígidos quanto flexíveis, em produtos finais

    moldados através de um processo de transformação depende de um fenômeno conhecido

    como gelificação e fusão. O processo de gelificação e fusão do composto são realizados

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    através da aplicação de cisalhamento e temperatura. O mecanismo de gelificação e fusão de

    resinas de PVC seguem as seguintes fases (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006):

    a)  1º Densificação do composto: Sob efeito do calor e do cisalhamento aplicado, o PVCsofre destruição progressiva dos grãos, e dispersão das partículas primárias, porém

    ficam aderidas umas as outras devido a compactação provocada pelo equipamento de

    mistura.

     b)  2º Gelificação do composto: com a aplicação progressiva de cisalhamento sob calor

    as partículas primárias, agora completamente isoladas da estrutura dos grãos ou dos

    aglomerados particulados destruídos na fase anterior, sofrem um novo processo de

    densificação, formando um estado de gel homogêneo. Nesta situação as forças de

    interação entre as partículas são fracas, ou seja, a consolidação do composto na forma

    de um material coeso ainda não ocorreu, e o modo de fluxo predominante é o fluxo

     particulado.

    c)  3ºFusão do Composto: prosseguindo-se com a aplicação do cisalhamento sob calor as

     partículas primárias, em temperaturas tipicamente entre 180 e 210ºC (dependentes do

     peso molecular da resina), serão também destruídas, dando lugar a um verdadeiro

    estado de polímero fundido. A partir deste ponto o modo de fluxo passa a ser

     puramente molecular deformacional ou viscoso. Os limites entre as partículas

     primárias são destruídos e promove-se um elevado grau de interdifusão de

    macromoléculas, o que faz com que o composto de PVC ganhe resistência do fundido

    (viscoelasticidade) e resistência mecânica quando moldado.

    Uma medida importante a ser realizado pela Empresa de Composto de PVC é o grau

    de gelificação, pois essa medida é primordial para garantir a qualidades do composto a ser

    fornecido aos clientes. Grau de gelificação reduzido significa dizer que existe na massa

    conformada uma fração de partículas do composto de PVC que estão apenas sintetizadas, isto

    é, as ligações das partículas são apenas superficiais sem interdifusão das macromoléculas.

    Pequeno grau gelificação faz com que o material se rompa com facilidade. No caso do PVC

    rígido onde as macromoléculas têm pouca mobilidade é indesejável a completa gelificação do

    composto. Composto de PVC rígido com grau de gelificação em torno de 60 a 80%, ao ser

    solicitado a uma força de impacto as partículas primárias que estão apenas sintetizadas criam

     pequeno vazios responsáveis por dissipar a energia sofrida, dando ao PVC rígido maiortenacidade (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

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    A Empresa de composto de PVC pode utilizar de uma técnica para acompanhar a

    gelificação do composto produzido, ela consiste na imersão de uma amostra do produto final

    em um solvente adequado, como por exemplo, cloreto de metileno, o que provoca o

    inchamento do composto de PVC. Se o material apresenta nível elevado de gelificação, este

    inchamento será uniforme. Entretanto, se o nível de gelificação é reduzido, a imersão do

    composto de PVC no solvente provocará a separação das partículas primárias que estão

    somente sinterizadas, fazendo com que o material sofra ataque ou desintegração. O ataque

     pode variar entre leve a bastante severa, com destruição total da amostra no caso de

    gelificação excessivamente deficiente (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006).

    5.3.2 Influência das condições de processamento nos processos de gelificação docomposto de PVC

    O domínio das condições de processamento do composto de PVC também é de

    extrema importância para Empresa de Composto de PVC obter o grau de gelificação

    desejado. Ajuste nos parâmetros, temperatura e velocidades das roscas, na extrusora dupla

    rosca e controle no volume dosado pelo alimentador de piso têm influencia direta no poder de

    gelificação do composto de PVC. Adiante serão comentados a influencia desse parâmetro nagelificação do composto de PVC (JUNIOR, NUNES E ORMANJI, 2006):

      Temperatura de processamento: Maiores temperaturas de processamento aceleram

    o processo de gelificação e fusão do composto de PVC, uma vez que maior é a

    quantidade de energia fornecida ao composto de PVC, fazendo com que mais

    rapidamente ocorram as transições entre os estados de composto em pó, fluxo

     particulado e fusão das partículas primárias.

      Níveis de cisalhamento (Velocidades das roscas): cisalhamento mais elevados

    aceleram o processo de gelificação e fusão do composto de PVC, este fenômeno é

    facilmente compreendido quando se considera que, quanto maior a taxa de

    cisalhamento, maior é o trabalho termo-mecânico sofrido pelos aglomerados

     particulados no composto de PVC, fazendo com que mais rapidamente ocorram as

    transições entre os estados de composto em pó, fluxo granular e fusão das partículas

     primárias, tal como no caso do efeito da temperatura.

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      Volume dosado: A taxa de preenchimento da rosca em uma extrusora está

    relacionada com o volume transportado pelo alimentador de piso para o funil da

    extrusora. Quando o volume dosado pelo alimentador de piso é baixo a rosca da

    extrusora opera em condições de baixa dosagem, ou seja ―vazia‖, o menor nível de

    aglomeração das partículas de PVC faz com que a eficiência na transferência das

    tensões de cisalhamento para o composto seja menor, resultando em um processo de

    gelificação mais lento. De maneira análoga, se o volume dosado pelo alimentador de

     piso é elevado ocorrerá ocupação plena da rosca na seção de alimentação (rosca

    ―cheia‖), fazendo com que a elevada taxa de preenchimento do volume disponível

     promova um nível de transferência de tensões de cisalhamento para o composto de

    PVC bastante eficiente, resultando em um processo de gelificação acelerado.

    5.4 Equipamentos necessários para fabricação do composto de PVC

    Misturas de um tipo de polímero com outro tipo de polímero ou com cargas,

     pigmentos e aditivos, de um modo geral, requerem métodos de processamento específicos

     para cada situação. Os mesmo componentes presentes em um composto podem gerar distintas

     propriedades do produto final, dependendo da forma como foram misturados e, muitas vezes,dependem da ordem que foram colocados para misturar. Os pigmentos cargas ou fibras devem

    ser dispersos e distribuídos adequadamente (MANRICH, 2013).

    Dispersar significa desaglomerar estruturas de partículas, que se a desaglomeração

    ocorrer totalmente, cada partícula terá interação absoluta com o polímero, sendo inteiramente

    molhada por este, e durante o uso do produto final, a transferência das tensões do polímero

    através desta partícula isolada pode ser total. Caso a dispersão não seja eficiente às partículas

     podem formar uma fase na massa polimérica e terem baixa interação com estas, e, principalmente, terem baixa capacidade de transmissão de tensões através desses aglomerados

    (MANRICH, 2013).

    Durante as misturas são aplicados forças, geradas pelo cisalhamento ou outra tensão

    mecânica, sobre o fluido polimérico, e este último transfere as forças para os componentes do

    composto. A força transferida pelo fluido polimérico para os demais componentes do

    composto é o responsável em dispersar os aditivos presentes na formulação. A intensidade da

    transferência dessas forças depende por sua vez da viscosidade a qual o fluido polimérico se

    apresenta durante a mistura (MANRICH, 2013).

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    Utilizar baixa viscosidade do polímero são geradas boa distribuição e má dispersão, se

    utilizar alta viscosidade do polímero, inicialmente atinge boa dispersão e má distribuição, em

    ambos os casos depois de muito tempo de cisalhamento o estado final é atingido com uma boa

    dispersão e boa distribuição é atingido. No entanto se inicialmente utilizar alta viscosidade

     para ocorrer a dispersão, e logo a seguir utilizar baixa viscosidade para ocorrer boa

    distribuição, é atingido rapidamente o nível de boa mistura pretendido (MANRICH,2013).

    Para preparação do composto de PVC é necessário duas etapas de mistura,

     primeiramente uma pré-mistura e uma segunda mistura intensiva. Na pré-mistura consiste

    essencialmente em agitar os ingredientes juntos, pós ou líquidos. Os aditivos são misturados

    com o pó ou grânulo do polímero sem haver a fusão, nessa fase a mistura, em principio, é

    separável. Posteriormente, na mistura intensiva, a mistura deve sofrer aquecimento e intensocisalhamento para se conseguir uma íntima dispersão dos aditivos no polímero. Espera-se no

    fim da segunda mistura que todos os grânulos do composto tenham a mesma composição

    (RABELLO, 2011).

    As máquinas (injetoras) utilizadas para fabricação de calçados oferece pouca ação de

    gelificação da resina e de mistura dos aditivos no PVC, sendo necessárias etapas anteriores

    com máquinas próprias para mistura. No entanto a Empresa de Composto de PVC necessitará

    do misturador intensivo e da extrusora dupla rosca para preparar um composto adequado para produção de calçados.

    As extrusoras dupla rosca são equipamentos que permitem obter uma alta eficiência na

    mistura, pois o composto passa por diversas temperaturas e geometria de rosca, ora

    favorecendo a dispersão, ora a distribuição (MANRICH, 2013). O misturador intensivo é de

    extrema importância para obter uma pré-mistura, favorecendo uma boa distribuição dos

    ingredientes e uma boa absorção dos ingredientes na resina.

    5.4.1 Misturador intensivo

    A mistura da resina de PVC com os aditivos para preparação do composto de PVC é

    normalmente realizada em misturadores intensivos