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10 1 INTRODUÇÃO Este TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) apresenta o estudo da empresa Norpec Produtos Agropecuários com enfoque específico ao planejamento e aplicação da função financeira da empresa. No capítulo um são apresentadas as considerações gerais, bem como a situação que descreve a problemática do trabalho e a justificativa de aplicá-lo. No capítulo dois está contido o embasamento teórico do estudo, chamado de revisão conceitual, onde será utilizado o estudo de vários autores da área referida. No capítulo três o leitor poderá conhecer melhor a empresa estagiada, através de uma breve caracterização da empresa, que fornece o histórico e uma descrição básica das atividades da mesma. No capítulo quatro encontram-se os procedimentos metodológicos que descrevem toda a metodologia do trabalho, bem como as técnicas de pesquisa e de análise dos dados colhidos. No capítulo cinco deste estudo está a análise dos dados obtidos durante a execução do estágio na empresa referida, bem como a interpretação das informações, diagnosticando a situação da empresa diante da abordagem proposta. No capítulo seis estão as considerações gerais ao TCC, ordenadamente dispostas pela conclusão, recomendações e limitações do estudo. Há ainda um apêndice com o roteiro de entrevista aplicado na empresa em questão, que direcionou a busca das informações, junto ao foco deste estudo: a função financeira. 1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS A globalização trouxe para o mercado a necessidade de modernização das empresas. Investir em tecnologia tornou-se uma questão de sobrevivência para setores comerciais de todo o mundo. O que muitas empresas não compreendem é que essa necessidade de modernização vai bastante além de adquirir computadores e informatizar os processos operacionais. Essa característica abrange também o investimento em capital humano e sua eficaz aplicação dentro da organização. Para isso se faz necessário um bom planejamento e controle investigativo dos processos organizacionais.

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Page 1: Plano Finaceiro

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1 INTRODUÇÃO

Este TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) apresenta o estudo da empresa Norpec

Produtos Agropecuários com enfoque específico ao planejamento e aplicação da função

financeira da empresa.

No capítulo um são apresentadas as considerações gerais, bem como a situação que

descreve a problemática do trabalho e a justificativa de aplicá-lo.

No capítulo dois está contido o embasamento teórico do estudo, chamado de revisão

conceitual, onde será utilizado o estudo de vários autores da área referida.

No capítulo três o leitor poderá conhecer melhor a empresa estagiada, através de

uma breve caracterização da empresa, que fornece o histórico e uma descrição básica das

atividades da mesma.

No capítulo quatro encontram-se os procedimentos metodológicos que descrevem

toda a metodologia do trabalho, bem como as técnicas de pesquisa e de análise dos dados

colhidos.

No capítulo cinco deste estudo está a análise dos dados obtidos durante a execução

do estágio na empresa referida, bem como a interpretação das informações, diagnosticando a

situação da empresa diante da abordagem proposta.

No capítulo seis estão as considerações gerais ao TCC, ordenadamente dispostas pela

conclusão, recomendações e limitações do estudo.

Há ainda um apêndice com o roteiro de entrevista aplicado na empresa em questão,

que direcionou a busca das informações, junto ao foco deste estudo: a função financeira.

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

A globalização trouxe para o mercado a necessidade de modernização das empresas.

Investir em tecnologia tornou-se uma questão de sobrevivência para setores comerciais de

todo o mundo. O que muitas empresas não compreendem é que essa necessidade de

modernização vai bastante além de adquirir computadores e informatizar os processos

operacionais. Essa característica abrange também o investimento em capital humano e sua

eficaz aplicação dentro da organização. Para isso se faz necessário um bom planejamento e

controle investigativo dos processos organizacionais.

Page 2: Plano Finaceiro

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O mercado atual não concorre apenas em suas mercadorias e preços, mas com o

ambiente total envolvido nas negociações. O espaço físico da empresa, antigamente não fazia

diferença para o comprador: ele procurava o produto, pagava e saia da loja. Hoje pelo

contrário, a empresa tem a responsabilidade de mostrar a ele um equilibrado clima

organizacional sob o ônus de conquistar ou não este cliente que busca além de consumir,

satisfazer um anseio pessoal em sentir-se agradável no ambiente de negócio.

Esse positivismo, no entanto, só poderá ser transmitido ao cliente se a empresa em

questão estiver com todos os seus processos em ordem. Todos os departamentos precisam

estar fluindo bem em suas funções assim como, interagindo construtivamente entre si.

Conhecer-se é necessário para empresas comerciais.

É bastante satisfatória a posição das empresas que já realizaram um estudo de

viabilidade. Muitas delas, antes de sua abertura, ao efetuar esta análise detectaram a

inviabilidade do investimento e nem chegaram a concretizar-se. Outras já ativas, por sua vez,

ao identificar números negativos, buscaram meios de reinserção no ramo e conseguiram

levantar-se antes que atingissem estados críticos. É por este motivo que o acompanhamento

das atividades de qualquer empresa se faz indispensável, podendo periodicamente,

reorganizar a empresa e seus conflitos diversos.

1.2 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA

A empresa Norpec Produtos Agropecuários apresenta uma característica comum em

pequenas empresas, principalmente as de controle familiar: a centralização de poder.

A maioria das empresas de pequeno porte da região não costuma separar física e

humanamente os setores e funções. A característica de manter um espaço físico reduzido

diminui investimentos, mas pode como conseqüência, acumular funções entre os envolvidos

no processo gerando uma sobrecarga de tarefas e, automaticamente, prejudicando a

produtividade.

Na empresa em questão a tomada de decisões é auxiliada, porém aprovada por uma

única pessoa que é responsável por gerenciar todas as funções da empresa. Essa centralização

de poder leva a empresa ao convívio conjunto de problemas empresariais e pessoais,

principalmente quando se refere à função financeira. As finanças muitas vezes são

confundidas e geram falhas na administração de recursos.

A partir da situação identificada na empresa, levantou-se o seguinte questionamento:

Page 3: Plano Finaceiro

12

Como se encontra a aplicabilidade das ferramentas de controle administrativo

financeiro da empresa Norpec Produtos Agropecuários?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar os instrumentos de controle gerenciais financeiros da empresa Norpec

Produtos Agropecuários, situada em Gurupi-TO.

1.3.2 Objetivos Específicos

Estudar os instrumentos utilizados segundo os autores da área financeira;

Mapear os instrumentos de controle gerencial financeiro na empresa;

Comparar o mapeamento dos instrumentos utilizados pela empresa com as teorias

aplicadas a cada um deles.

1.4 JUSTIFICATIVA

A necessidade empresarial de organizar suas finanças tem sido uma das

características mais importantes dentro da organização. É através do departamento financeiro

que a empresa tomará suas principais decisões, tanto de compras, como de investimentos ou

aplicações. Faz-se então, indispensável o acompanhamento da aplicabilidade dos instrumentos

de controle gerenciais financeiros utilizados na organização.

Todos os departamentos na organização dependem de dispêndios financeiros. Não

existe a possibilidade, por exemplo, de colocar em prática um projeto de marketing sem que o

departamento financeiro tenha levantado às possibilidades de investimento disponíveis.

Como é característica em empresas de controle administrativo centralizado e de

caráter familiar, a empresa estagiada, conforme descrito no tópico que se refere à situação

problemática deste TCC apresentou a necessidade de voltar suas atenções ás funções

financeiras. O fato é que as finanças da empresa funcionavam paralelamente aos negócios

Page 4: Plano Finaceiro

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pessoais da direção. Para Gitmam (2002) se o responsável pela administração financeira

respeitar algumas pequenas peculiaridades e tomar as providências cabíveis ao controle

financeiro, ele poderá maximizar os lucros e rendimentos da empresa.

Identificou-se então, a necessidade de total análise dos instrumentos de controle

financeiro feitos pela empresa. A proposta deste estudo concentrou-se em verificar a

aplicabilidade desses instrumentos, bem como mapear as falhas que vem levando a empresa a

essa situação.

Apesar de a empresa não apresentar situação de caos financeiro, a necessidade de

reorganização deste departamento ficou bastante clara, já que a ausência de planejamento

financeiro é a característica que mais tem levado empresas, iniciantes ou não, à situação de

falência.

Esse estudo então, além de buscar beneficiar a empresa, esteve também enriquecendo

o nível de conhecimento do estagiário familiarizando-o à área estudada ao mesmo tempo em

que atende as exigências da grade curricular da instituição de ensino.

Page 5: Plano Finaceiro

14

2 REVISÃO CONCEITUAL

A seguir serão apresentadas diversas vertentes de pensamento sobre o assunto

referido ao TCC, partindo do estudo de autores, que tendem a analisar desde a importância do

planejamento até o estudo individual de cada instrumento financeiro relevante para a empresa

estagiada.

2.1 EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

Uma das maneiras de registrar uma empresa é por meio do regime societário

individual, que para Coelho (2005) ocorre quando uma pessoa física passa a ser reconhecida

como pessoa jurídica ou sociedade empresária individual. Essa pessoa passa a ter seu nome

vinculado a qualquer atividade da empresa, bem como responde legalmente por ela em

qualquer situação legal passando a identificá-la por uma denominação chamada de Razão

Social. O autor ainda explica que para ser empresário individual:

A pessoa deve estar em pleno gozo de sua capacidade civil. Não tem capacidade para exercer empresa, portanto, menores de 18 anos não emancipados, ébrios habituais, viciados em tóxicos, deficientes mentais, excepcionais e os pródigos, e, nos termos da legislação própria, os índios (COELHO, 2005, p.21).

Outro fator contábil legal relevante a esse estudo é sua classificação fiscal. Essa

classificação empresarial pode ser alterada periodicamente dependendo dos valores de

faturamento em questão. Um dos enquadramentos empresariais é o reconhecimento legal

como Empresa de Pequeno Porte ou apenas Pequena Empresa. Essa classificação é

confirmada pelo decreto 5.028 de 31 de março de 2004, disponível no site do Planalto-

Presidência da República (2008), em seu II inciso, ao legislar que recebe a denominação de:

Empresa de pequeno porte, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que, não enquadrada como microempresa, tiver receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta e três mil, setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos) e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00 (dois milhões, cento e trinta e três mil, duzentos e vinte e dois reais).

Toda empresa, de qualquer ramo de atividade, segue à mesma legislação,

obedecendo assim distintamente todas as atribuições legais e sociais cabíveis á classificação a

ela correspondente.

Page 6: Plano Finaceiro

15

2.2 A FUNÇÃO FINANCEIRA NA EMPRESA

Conhecer as finanças da empresa e saber como utilizar corretamente suas

ferramentas pode ser uma das principais fontes de informação para auxiliar na tomada de

decisões. Longenecker, Moore e Petty (2004) afirmam que dizer que os gestores e

empresários devem ter conhecimento sobre o processo contábil, não significa dizer que eles

precisam tornar-se peritos em contabilidade, mas que precisam saber como lidar com as

ferramentas financeiras, inclusive os demonstrativos financeiros, para poder identificar quais

métodos contábeis poderão funcionar com mais coerência na empresa em questão.

Segundo Sanvicente (1997, p.16) a função financeira tem como finalidade

“assessorar a empresa como um todo proporcionando-lhe os recursos monetários exigidos.”

Analisando mais profundamente essa função temos que observar a seguinte maneira de definir

a função financeira na empresa:

As finanças podem ser definidas como a arte e a ciência de gerenciamento de fundos. Virtualmente, todos os indivíduos e organizações ganham ou captam e gastam ou investem dinheiro. As finanças lidam com o processo, as instituições, os mercados e os instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre indivíduos, negócios e governos. (GITMAN, 2001, p.34).

Uma maior especificidade é utilizada ao afirmar que “para a Administração

Financeira, o objetivo econômico das empresas é a maximização de seu valor de mercado a

longo prazo, pois desta forma estará sendo aumentada a riqueza de seus funcionários”(HOJI,

2003, p.21).

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Braga (1995, p.23) complementa dizendo

que:

As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e despesas incorridas e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos compromissos assumidos, o pagamento de dividendos e a inversão da parcela remanescente dos lucros.

Braga (1995, p.34) ainda coloca que “em empresas de médios e pequenos portes, as

atividades relacionadas com a função financeira geralmente ficam sob responsabilidade de um

dos sócios”. Ainda acrescenta que “não é raro essa pessoa acumular funções e relegar a

função financeira a um segundo plano”. Em pequenas empresas como a em questão, torna-se

bem menos complexas as aplicações das ferramentas de controle administrativo financeiro,

justificadas através de uma menor parcela de movimentações financeiras e um menor número

de indivíduos envolvidos no processo. Mas apesar disto, a maioria delas acaba confundindo

essa característica com simplicidade, e terminam por misturar as finanças empresariais com as

Page 7: Plano Finaceiro

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pessoais e essa é uma das falhas mais graves que podem levar essas empresas a falência. Isso

se justifica no que dizem Longenecker, Moore e Petty (2004, p.136) quando afirmam que “a

curto prazo, o que é melhor para a família pode não ser o melhor para a empresa”.

Para melhor esclarecer a função financeira na empresa, deve-se ressaltar a

necessidade de uma pessoa responsável pelo controle das finanças na empresa.

2.2.1 O papel do Gestor Financeiro

Segundo Hoji (2003) as funções básicas do gestor financeiro são: análise,

planejamento, controle financeiro, tomada de decisões de investimentos e tomada de decisões

de financiamento. Em termos gerais é relevante dizer que:

Qualquer que seja o titulo específico do seu cargo - diretor financeiro, tesoureiro, controlador, vice-presidente de finanças, gerente financeiro, etc. - é o indivíduo ou grupo de indivíduos preocupados com (1) a obtenção de recursos monetários para que a empresa desenvolva as suas atividades correntes e expanda a sua escala de operações, se assim for desejável, e (2) a análise da maneira (eficiência) com a qual os recursos obtidos são utilizados pelos diversos setores e nas várias áreas de atuação da empresa. (SANVICENTE, 1997, p.17)

Com outras palavras Brealey e Myers (1998, p.7) complementam ao dizer que “o

diretor financeiro é geralmente a pessoa mais responsável pela obtenção de financiamentos,

gestão de tesouraria, relação com bancos e outras instituições financeiras”.

Vislumbrando mais diretamente a ação direta do gestor financeiro, Gitman (2001,

p.41) afirma que “apesar de essa atividade se apoiar fortemente em demonstrações financeiras

baseadas em regime de competência, o objetivo que está por traz da mesma é avaliar os fluxos

de caixa e desenvolver planos”.

Partindo dos pontos de vista apresentados, pode-se se então afirmar que seja

indispensável à existência de um administrador financeiro na empresa, independente do porte

da mesma, já que é este setor da empresa que dará suporte ao funcionamento de todos os

outros dentro da organização.

2.3 PLANEJAMENTO

Toda ação antes de ser colocada em prática deve ser baseada em informações.

Precisa ser pensada, analisada, planejada e programada. Os caminhos a ser seguidos deverão

Page 8: Plano Finaceiro

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estar bem definidos. A necessidade de empresas bem estruturadas se explica nas palavras de

Chiavenato e Sapiro (2003, p.22) ao dizerem que “a habilidade para dominar o processo

informacional - que significa a possibilidade de acessar e usar efetivamente a informação – se

constitui numa grande mutação nas práticas das pessoas, em geral, e das empresas, em

particular”.

Existem nas organizações três níveis, com diferentes funções e características

distintas: a) estratégico - que abrange a diretoria e conselho de administração; b)

administrativo ou tático – representado pelos recursos humanos e finanças; e c) operacional –

setores de compras, vendas, produção, etc. (FISCHMAN e ALMEIDA, 1991).

Rebouças (2007) explica que existem três tipos diferentes de planejamento. Eles são

atribuíveis aos departamentos específicos e são chamados de planejamento estratégico,

planejamento tático ou planejamento operacional. A seguir irá se falar mais detalhadamente

sobre o planejamento estratégico e, em seguida o financeiro, já que é nele que se concentra o

enfoque maior deste TCC.

2.3.1 Planejamento Estratégico

De acordo com Rebouças (2002), o planejar estrategicamente é uma função do nível

estratégico da empresa, porém utilizando todas as informações possíveis de toda a

organização, não deixando a idéia de que as funções entre esses níveis são de maior ou menor

importância. Rebouças (2007) ainda diz que o planejamento deve ser conceituado como um

processo, formulado para buscar atingir os anseios de uma situação futura, com maior

eficiência, efetividade e eficácia, concentrando esforços e recursos pela empresa.

Plano estratégico é para Longenecker, Moore e Petty (2004) o mesmo que Plano

Gerencial. Chiavenato e Sapiro (2003, p.380) após citar inicialmente os recursos técnicos,

afirma que:

O segundo recurso mais importante da organização é a sua situação financeira. Isso ditará, em grande parte, o escopo para a ação e a capacidade de por suas estratégias em operação. Uma organização com uma situação financeira sólida consegue mais facilmente capital externo para financiar seus projetos. Ao escolher a estratégia é importante determinar o volume de recursos financeiros que podem ser alocados aos programas.

O processo de planejamento estratégico deve obedecer aos seguintes elementos

enumerados por Chiavenato e Sapiro (2003) da seguinte maneira:

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18

a- Declaração de missão;

b- Visão de negócios;

c- Diagnóstico Estratégico Externo;

d- Diagnóstico Estratégico Interno;

e- Identificação dos fatores-chave de sucesso;

f- Sistema de planejamento estratégico;

g- Definição dos objetivos;

h- Análise dos stakeholders;

i- Formalização do Plano; e

j- Auditoria e desempenho de resultados.

Dando ênfase no elemento de Diagnóstico Estratégico Hansoff e McDonnell (1993,

p.55) afirmam que esta fase “é um enfoque sistemático á determinação das mudanças a serem

feitas na estratégia e nas potencialidades internas da empresa para garantir êxito em seu

ambiente futuro”.

Para Rebouças (2007, p.17) planejamento estratégico é o “processo administrativo

que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida

pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com os fatores externos- não

controláveis - e atuando de forma inovadora e diferenciada”.

O planejamento estratégico deverá conter objetivo e metas organizacionais.

Objetivos servem para especificar o que esperamos alcançar na organização com a aplicação

do planejamento. O ideal é quantificar esses objetivos e acompanhar o processo

cuidadosamente, observando a mensuração ou não das idéias propostas por eles. Elaborar

metas significa desmembrar os objetivos e deve conter os resultados a serem alcançados por

períodos ou processos (FISCHMAN e ALMEIDA, 1991).

O intuito deste trabalho é tratar da parte do planejamento destinada ao controle de

recursos financeiros, então a seguir serão mais bem detalhadas essas ações e ferramentas,

pois, conforme afirma Braga (1995, p.23) “todas as atividades empresariais envolvem

recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros”.

2.3.2 Planejamento Financeiro

O planejamento financeiro é uma das mais relevantes ferramentas que devem auxiliar

os gestores na tomada de decisão e nos planejamentos de estratégias de marketing e demais

Page 10: Plano Finaceiro

19

programações. Brealey e Myers (1998) utilizam a expressão planeamento financeiro para

definir a utilização dos desempenhos globais da empresa e da averiguação de seu estado

financeiro atual.

Porém outra vertente de pensamento é colocada por Gitman (2001, p.434) quando ele

coloca que:

O processo de planejamento financeiro começa com planos financeiros a longo prazo, ou estratégicos,q eu por sua vez guiam a formulação de planos e orçamentos a curto prazo ou operacionais. Geralmente, os planos e orçamentos a curto prazo implementam os objetivos estratégicos da empresa a longo prazo.

Há então a necessidade de detalhar as diferenças entre planos financeiros a longo

prazo e planos financeiros a curto prazo. A dicotomia entre eles coloca-se da seguinte forma:

Planos financeiros a longo prazo (estratégicos) planejam ações financeiras e o impacto antecipado dessas ações em períodos que vão de 2 a 10 anos. O uso de planos estratégicos de 5 anos, que são revisados à medida que novas informações significativas se tornam disponíveis, é comum.[...] Planos financeiros de curto prazo (operacionais) especificam as ações financeiras a curto prazo e o impacto antecipado dessas ações. Na maioria das vezes, esse planos cobrem um período de 1 a 2 anos. Entradas-chave incluem a previsão de vendas e várias formas de dados operacionais e financeiros (GITMAN, 2001, p.434).

Uma das ferramentas do planejamento financeiro organizacional é o orçamento,

sobre o qual Hoji (2003, p.362) trata dizendo que “além de ser um instrumento de

planejamento, o orçamento é, também, um importante instrumento de controle. Mesmo que

seja muito bem elaborado, um orçamento não terá utilidade de não for possível exercer

adequado controle sobre os resultados projetados”.

2.4 OS INSTRUMENTOS DE CONTROLE GERENCIAL FINANCEIRO

É através de dados financeiros que a empresa é capaz de determinar o volume de

capital necessário, bem como desenvolver os processos de análise, planejamento e controle

financeiro que consistem em coordenar, monitorar e avaliar todas as atividades da empresa

(HOJI, 2003).

A respeito da análise destes instrumentos Gitman (2001, p.132) diz que existem

alguns critérios que precisam ser observados. Entre eles uma das dicas de maior relevância é a

de que “ao comparar demonstrações financeiras, elas tem de ser do mesmo período. Caso

contrário, os efeitos de sazonalidade podem produzir conclusões e decisões errôneas”. Nesta

mesma linha o autor ainda acrescenta que “um único índice não fornece informação suficiente

para que se possa julgar o desempenho global da empresa” (GITMAN, 2001, p.132)

Page 11: Plano Finaceiro

20

A correta utilização dos instrumentos de controle financeiro pode auxiliar a empresa

em previsões de capital e essas previsões incluem balanços, demonstrações de receita,

demonstrações de fluxo de caixa entre outras (LONGENECKER; MOORE; PETTY, 2004).

2.4.1 As disponibilidades

O capital ativo circulante de uma empresa é chamado de disponibilidade financeira.

Segundo Sanvicente (1997, p.140):

Os recursos contidos nestas contas são aqueles que permitem à empresa efetuar pagamentos imediatos. De um lado, “Caixa” representa o dinheiro “vivo”, em notas de papel-moeda e moedas metálicas, enquanto o item “Bancos” refere-se aos saldos mantidos em contas bancárias movimentáveis à vista contra a emissão de cheque.

Diretamente enfocando a relevância das disponibilidades, Zdanowicz (2004, p.188)

diz que “a administração do disponível é o aspecto chave do objetivo liquidez para a

administração financeira”.

De acordo com Braga (1995, p.124) “as projeções de fluxos de entradas e saídas de

numerário constituem um instrumento imprescindível na administração das disponibilidades.

É fundamental conhecer antecipadamente qual será o montante de recursos que irá sobrar ou

faltar amanhã”.

Para iniciar o estudo destas disponibilidades considera-se Longenecker, Moore e

Petty (2004, p.177) ao dizer que:

Apesar de todas as demonstrações financeiras serem importantes, devemos dar atenção especial à compreensão dos fluxos de caixa, porque um negócio pode ser lucrativo, mas falhar totalmente ma geração de fluxos de caixa positivos. Pela demonstração do fluxo de caixa, veremos as fontes de caixa. [...] Ele mostra ainda quanto dinheiro será dedicado a investimentos tais como estoques e equipamento.

A seguir são estudadas as principais ferramentas do controle gerencial financeiro,

destacando a importância de cada uma delas e suas funcionalidades para a administração

financeira. Conseqüentemente está exposta a importância de utilizar ferramentas bem

elaboradas e segui-las corretamente, evitando ignorá-las no processo diário de funcionamento

na empresa.

Page 12: Plano Finaceiro

21

2.4.1.1 Caixa

É extremamente importante que se tenha um excelente controle do caixa na empresa.

Segundo Gitman (2001, p.493) “caixa é a moeda corrente pronta para qual todos os ativos

líquidos podem ser reduzidos”. A importância de estudar suas características está expressa no

que diz Zdanowicz (2004, p.188), ao afirmar que “todo administrador financeiro deve ter a

preocupação com a determinação do nível desejado de caixa, captando quando este for

insuficiente ou aplicando os excedentes”. O mesmo autor confunde um pouco a definição de

caixa com o conceito de disponibilidades ao dizer que “a segurança que a empresa tem em

honrar seus compromissos está na disponibilidade de caixa da mesma”.

Marion (2002, p.241) complementa a explicação da conta caixa afirmando que ele,

além do papel moeda “pode incluir também, ‘cheques em mãos’, não depositados ainda,

porém recebíveis imediatamente”.

As disponibilidades da empresa têm como objetivo básico a obtenção da maior

liquidez possível, não favorecendo a inatividade de excessos (SANVICENTE, 1997).

A funcionalidade do Caixa é que ele representa os bens da empresa, traduzidos em

números que normalmente estão em forma de dinheiro ou cheque. O funcionamento do caixa

no fluxo de movimentação diária é feito debitando as entradas de dinheiro ou cheques, e

creditando pelas saídas dos mesmos (RIBEIRO, 2003). Parece contraditório dizer que

entradas em caixa funcionam como débitos, mas precisamos olhar pelo ponto de vista de que

todas as entradas geram obrigações que irão debitar de alguma maneira.

2.4.1.2 Bancos

De acordo com Zdanowicz (2004, p.191), “os bancos são grandes aliados da empresa

não só pelo crédito que oferecem, mas principalmente, pela série de serviços que são

colocados à sua disposição, com destaque especial para os sistemas de cobrança das contas a

receber (recebíveis)”.

Paralelamente á conta caixa, os bancos têm a função de representar “os valores de

bens numerários da empresa depositados em conta corrente bancária” (RIBEIRO, 2003, p.45).

Para Marion (1998) os bancos pertencem à conta de ativos no Balanço Patrimonial e

assim como o caixa, classifica-se como dinheiro disponível na empresa.

Page 13: Plano Finaceiro

22

Segundo Braga (1995, p. 133), “operando com um banco comercial, a empresa conta

também com o suporte das demais instituições integrantes do conglomerado financeiro, tais

como: banco de investimento, financeira, arrendamento mercantil, seguradora, corretora,

distribuidora etc”.

Na mesma linha de raciocínio do autor acima:

A principal atividade da empresa está relacionada com as instituições financeiras. A grande maioria dos pagamentos e recebimentos envolve as contas bancárias. Não só os pagamentos e recebimentos caracterizam-se como operações bancárias, mas também: depósitos, operações de cobrança e descontos de duplicatas e títulos, empréstimos obtidos nas instituições financeiras, aplicações financeiras de liquidez imediata ou a curto, médio e longo prazo (JUNIOR; BEGALI, 2002, p.71).

É de suma importância ressaltar que a empresa deve analisar bem as propostas de

todas as instituições bancárias disponíveis, verificando quais lhe oferecem maior número de

benefícios e menores tarifas de manutenção, atentando ainda para taxas de juros e de

renovações de contrato. Toda empresa comercial precisa, indispensavelmente de uma

instituição financeira que lhe dê amparo nos trâmites financeiros.

2.4.1.3 Contas a receber

A concessão de crédito ao cliente é uma maneira de atraí-lo. O fato é que ele compra

onde as condições sejam mais atrativas e as condições de pagamento, muitas vezes atraem

muito mais que a qualidade ou marca do produto. Segundo Gitmam (2001, p.530) “a política

de cobrança da empresa são seus procedimentos para cobrar duplicatas a receber quando elas

vencem”. Complementando, Braga (1995) afirma que o favorecimento de crédito auxilia no

giro do estoque e proporciona o escoamento da produção e suas conseqüências positivas.

Porém o conceito de Contas a Receber pode ser exposto através de várias linhas de

raciocínio. Segundo Silva (2006), essa conta também pode ser chamada de Duplicatas a

Receber e representa os valores que a empresa tem direito a receber proveniente de vendas a

prazo. Explanando esse pensamento tem-se que “vender a prazo implica conceder crédito aos

clientes. A empresa entrega mercadorias ou presta serviços em certo momento e o cliente

assume o compromisso de pagar o valor correspondente em uma data futura” (BRAGA, 1995,

p.113).

Ainda é de extrema relevância observar que:

Page 14: Plano Finaceiro

23

A Receita a Receber é uma situação simétrica à Despesa a Pagar, ou seja, corresponde a uma receita auferida que não foi recebida nem ainda emitida a fatura correspondente, ou seja, existe a certeza de uma receita. Tal certeza decorre de um compromisso formal, assumido com algum cliente, realizado total ou parcialmente, de modo que tal cliente deve ter um certo montante à empresa (PIZZOLATO, 2000, p.73).

Enfocando diretamente a origem das contas a receber, Zdanowicz (2004, p. 198)

afirma que “os valores a receber referem-se às contas correntes, créditos parcelados, contratos

de vendas a prazo e de vendas condicionadas. Assim, as vendas a prazo dão origem aos

valores a receber pela empresa”.

O controle dos recebíveis pode ser um instrumento de segurança na tomada de

decisões pela empresa. Conhecer detalhadamente os valores a receber e suas previsões de

entrada são informações muito importantes para decisões de investimento e previsões de

compras e aquisições. É também necessário, para programar as obrigações financeiras da

empresa que se tenha disponível a operação de antecipações de recebíveis, que são oferecidos

por instituições de crédito.

2.4.1.4 Contas a pagar

As Contas a Pagar ou obrigações financeiras da empresa são os compromissos que a

empresa assume em caráter de contraprestação com terceiros.

Uma das principais obrigações de empresas comerciais é os fornecedores. As

políticas de compra podem definir as limitações da empresa com relação á crédito com seus

clientes. Porém é de extrema necessidade que as empresas mantenham um bom

relacionamento e credibilidade com seus fornecedores. Silva (2006, p.134) afirma que:

A conta de fornecedores representa as compras a prazo efetuadas pela empresa. Tais compras compreendem as mercadorias, as matérias-primas, os componentes utilizados na produção e outros materiais de consumo. Os fornecedores podem ser nacionais ou estrangeiros. [...] Pode ainda ocorrer de empresas coligadas ou controladas também aparecerem como fornecedoras.

Além dos fornecedores ainda estão nas contas a pagar os valores referentes a

pagamentos de financiamentos que normalmente são exigíveis a longo prazo por encerrar suas

obrigações em exercícios seguintes ao período de referência. São obtidos em bancos

comerciais e incorrem seus encargos, taxas e juros a pagar (JUNIOR; BEGALLI, 2002). É

preciso analisar sempre o custo do capital que para Hoji (2003, p.194) “é calculado com base

Page 15: Plano Finaceiro

24

em diversas fontes de financiamento de caráter permanente e de longo prazo, que compõe a

estrutura de capital de uma empresa”.

Também são consideradas compromissos a pagar: os salários e contribuições

especiais. Esses compromissos fazem parte da movimentação mensal da empresa e são

prioridades para a empresa.

Ainda há a necessidade de cumprir os compromissos fiscais, ou obrigações

tributárias da empresa que, de acordo com o CTN - Código Tributário Nacional (2007) podem

ser classificadas como principais ou acessórias. Obrigações principais são as obrigações de

pagar: tudo o que diz respeito a dispêndio pecuniário de tributos. As demais obrigações de

fazer ou não fazer, incluindo escrituração fiscal e documentações são consideradas obrigações

acessórias.

2.4.2 Fluxo de Caixa

O conceito de fluxo de caixa pode ser vislumbrado por meio de várias abordagens.

Frezzati (2006) expõe vários destes pontos de vista capazes de explicar a relevância desse

instrumento na organização. O autor explica também as duas tendências para a compreensão

dessa ferramenta, a saber:

Abordagem tática. É aquela que se referencia ao fluxo de caixa como instrumento de utilidade restrita e acompanhamento. Ele aparece como cumpridor de determinações mais amplas e complexas. [...] Tal abordagem é adequada e necessária, embora não seja a única nem a mais importante. Abordagem estratégica. É aquela que afeta o nível de negócios da empresa não só a curto prazo, mas também, e principalmente, a longo prazo. Tem efeito sobre questões ligadas às decisões realmente estratégicas da empresa. (FREZATTI, 2006, p.25)

Alguns autores utilizam uma maneira mais direta de conceituar e explicar a

ferramenta Fluxo de Caixa. É o caso de Zdanowicz (2004, p.23) ao expor o seguinte

raciocínio:

Fluxo de caixa é o instrumento que relaciona o futuro conjunto de ingressos e de desembolsos de recursos financeiros pela empresa em determinado período. Pode ser também conceituado como instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar os somatórios de ingressos e desembolsos financeiros da empresa, em determinado momento, prognosticando assim se haverá excedentes ou escassez de caixa, em função do nível desejado pela empresa.

Iudícibus e Marion (2004, p. 143) explicam que a Demonstração do Fluxo de Caixa

“propicia ao gerente financeiro a elaboração de melhor planejamento financeiro. Por meio do

Page 16: Plano Finaceiro

25

planejamento financeiro, o gerente saberá o momento certo em que contrairá empréstimos

para cobrir a falta (insuficiência) de fundos, bem como quando aplicar no mercado

financeiro”.

A importância do fluxo de caixa é constituída pelo norteamento dos rumos

financeiros na empresa. Ele também é ferramenta facilitadora do planejamento, tendo como

objetivo maior dispor a organização de recursos financeiros suficientes a honrar os

compromissos assumidos e prover a maximização da lucratividade (NETO; SILVA, 1997).

2.4.3 Demonstrações Contábeis

Para compreendermos a finalidade das demonstrações contábeis financeiras é

necessário citar Silva (2006, p. 68) ao dizer que “um dos principais objetivos da análise

financeira é o fornecimento de subsídios para a tomada racional de decisão de concessão de

credito e de investimento, a partir de informações de boa qualidade”. Daí a importância de

analisar e estudar os principais demonstrativos contábeis.

Segundo Gitman (2001) existem quatro demonstrações obrigatórias ao controle

contábil de qualquer empresa. Alem das demonstrações de Fluxo de Caixa – já estudado

anteriormente- temos ainda o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado do

Exercício e a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados.

A conceituação destas será feita a seguir, direcionadas a análise dos demonstrativos

financeiros de maior relevância à empresa em questão.

2.4.3.1 Balanço Patrimonial

Para compreender melhor a formação e as origens do patrimônio da empresa é

preciso ver a empresa como uma instituição que administra recursos com a finalidade de gerar

novos recursos (JUNIOR; BEGALLI, 2002). Na mesma linha de raciocínio Souza (2002,

p.180) complementa explanando que o Balanço Patrimonial “representa, em de forma

figurada, o retrato da empresa em determinado momento”.

Para a elaboração deste demonstrativo obrigatório Padoveze (2004, p.72) aborda que:

Page 17: Plano Finaceiro

26

Temos que salientar que o balanço patrimonial é elaborado segundo os princípios contábeis geralmente aceitos, mas nada impede que, gerencial e internamente, se construam balanços com critérios de avaliação alternativos. Alguns teóricos sustentam que alguns critérios de avaliação são inaceitáveis nos dias de hoje e que com isso a informação do balanço fica prejudicada. Um exemplo disto seria a avaliação dos estoques a preços médios, quando, na opinião desses críticos, a avaliação deveria ser a preços de venda, ou então, pelo menos, a preços de reposição.

O lado passivo ainda é composto pelo Patrimônio Liquido, que “representa, no

Balanço Patrimonial, a parte da empresa que pertence a seus proprietários” (SILVA, 2006,

p.139). Ainda pode-se afirmar que “a conta mais importante do Patrimônio Liquido ou

Situação Liquida é a conta Capital Social, eventualmente subdividida em montante realizado e

montante a realizar” (PIZZOLATO, 2000, p.16).

Basicamente o Balanço Patrimonial pode ser representado pelo quadro a seguir:

ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

Caixa Contas a Pagar Fornecedores

Títulos Negociáveis Despesas a Pagar

Contas a Receber Empréstimos Bancários

(-) Provisão para Devedores Duvidosos Impostos a Recolher

Estoques

Despesas Apropr. Exercício Seguinte PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO RESULTADO DE EXERCICIOS FUTUROS

ATIVO PERMANENTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Investimentos Capital Social

Imobilizado Reservas de Capital

(-) Depreciação Acumulada Reservas de Lucros

Diferido Reservas de Reavaliação

(-) Amortização Acumulada Lucros ou Prejuízos Acumulados

(-) Ações da Tesouraria

Total do Ativo Total Passivo e Patrimônio Líquido

Quadro 01- O Balanço Patrimonial Fonte: Pizzolato (2000, p. 13)

Segundo Sanvicente (1997) o Balanço Patrimonial pode ser simplificado pela

seguinte equação: A=PE + PL

Onde: A = Ativo total (soma de bens e direitos)

PE = Passivo exigível (obrigações e dívidas para com credores, ou terceiros)

PL = Patrimônio líquido (capital pertencente aos proprietários da empresas ou

capital próprio)

Page 18: Plano Finaceiro

27

As contas do Balanço Patrimonial devem estar dispostas agrupadas, de modo a

facilitar sua interpretação e análise, demonstrando a situação financeira através do confronto

entre as contas representativas ativas (bens e direitos) e passivas (obrigações) da organização.

O ativo circulante está subdividido em quatro grupos: disponibilidades, ativo realizável a

longo prazo, estoques e despesas antecipadas. O passivo é composto por empréstimos e

financiamentos, fornecedores, compromissos fiscais, demais obrigações e provisões (HOJI,

2003).

Conforme apresentado acima se pode observar a importância deste demonstrativo,

que serve de base para a análise da situação financeira e tomada de decisões.

2.4.3.2 DRE - Demonstração de Resultado do Exercício

A Demonstração de Resultado do Exercício – DRE segundo Gitman (2001, p.102)

“fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais da empresa durante um período

específico. O mais comum é a demonstração do resultado do exercício cobrindo um período

de um ano que termina em uma data específica, normalmente 31 de dezembro do ano

calendário”.

Outro conceito que pode ajudar a compreender a DRE é o de Souza (2002, p.177) ao

afirmar que:

A demonstração de Resultado do Exercício é elaborada considerando-se o regime de competência dos exercícios para as receitas e despesas. Segundo esse regime, consideramos todas as receitas a vista e a prazo e todas as despesas incorridas pela empresa independentemente da forma de pagamento.

Fazer essa demonstração é necessário porque “a empresa deve informar a terceiros

interessados e seu balanço como foi obtido o resultado do exercício, lucro ou prejuízo,

transferido para a conta de lucros ou prejuízos acumulados” (JUNIOR; BEGALI, 2002,

P.140).

É então correto dizer que todas as demonstrações contábeis se envolvem entre si,

umas levantando informações necessárias às outras e, conseqüentemente, demonstrando

paralelamente a situação econômico-financeira de qualquer empresa.

Page 19: Plano Finaceiro

28

2.3.3.2.1 Uma Demonstração Relevante - Análise Horizontal e Vertical

Existem analises financeiras que residem na possibilidade de confrontação dos

resultados com outros indicadores. Elas se dividem em Análise Horizontal e Vertical

(SANVICENTE, 1997).

Análise é uma metodologia de interpretação de dados estatísticos. A análise de

evolução ou horizontal tem como objetivo a avaliação do aumento ou diminuição dos valores

que expressam os elementos ou bens de patrimônios/resultado, num determinado exercício

(NEVES; VICECONTI, 2005). Para Sanvicente (1997, p. 172) ela “envolve o cálculo de

porcentagem de variação de cada item considerado, entre um ano (ou período) e outro,

quando se trata de Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultado”.

O conceito atribuído a Análise Horizontal por Silva (2006, p. 232) tem o propósito

de “permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõe as

demonstrações contábeis”. Para o mesmo autor, na análise horizontal utiliza-se o primeiro

exercício como base e estabelece-se a evolução dos demais exercícios comparados com o ano

base.

A análise que recebe o nome de Análise Vertical:

É importante para avaliar a estrutura de composição de itens e sua evolução no tempo. [...] Essa análise em períodos sucessivos pode fornecer uma base para a projeção de uma demonstração de resultados. Porém essa projeção apresenta algumas limitações, principalmente porque não leva em conta as mudanças no processo tecnológico e/ou nos custos dos insumos e/ou nos preços de venda. Qualquer projeção baseada em dados históricos requer muito cuidado (JUNIOR; BEGALI, 2002).

Então essas análises são de grande importância para estudo financeiro

organizacional. É possível comparar as duas análises para que se compreenda melhor a

funcionalidade de cada uma delas:

Na análise vertical tomamos como base um item em relação a um determinado referencial e seguimos o sinal positivo ou negativo do item sem maior dificuldade. Por outro lado, pela análise horizontal, quando um determinado item muda de sinal num exercício em relação ao exercício inicial, requer grande cuidado em sua interpretação (SILVA, 2006, p.236).

Então, considera-se por fim, que todas as ferramentas de controle administrativo

financeiro são de grande relevância nas organizações, destacando que é através delas, que as

decisões são embasadas em qualquer setor empresarial. Daí a necessidade de elaborar

ferramentas aplicáveis ao processo diário da empresa e utilizá-las corretamente.

Page 20: Plano Finaceiro

29

2.4.3.3 DLPA- Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, segundo Ribeiro (2003, p.287)

“evidencia o lucro apurado no exercício e sua destinação, bem como os eventos que

modificaram o saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, como, por exemplo, correção

monetária, ajustes e reversões de reservas”. Para Gitman (2001, p.104) “a demonstração de

lucros e prejuízos acumulados reconcilia o lucro liquido auferido durante um dado ano, assim

como quaisquer dividendos pagos em dinheiro, com variação ocorrida nos lucros entre o

início e o final de tal ano”. Os itens que compõe a DLPA, para Souza (2002) são os seguintes:

a) O lucro ou prejuízo líquido do exercício em questão:

b) Os ajustes de exercícios passados;

c) As transferências para formação de reservas;

d) As devoluções ou reversões de reserva;

e) Os dividendos distribuídos;

f) A parcela de lucros incorporada ao capital; e

g) O saldo final da conta no período.

Para exemplificar a base de formação da DLPA, Souza (2002) propõe uma estrutura

básica das atribuições devidas ao demonstrativo. Essa estrutura está disposta na figura a

seguir:

DEMONSTRAÇÕES DE LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS

DATA: 31 DE DEZEMBRO DE 200X

Saldo de 31 de dezembro de 200X

Ajustes de Exercícios Anteriores

Parcela de Lucros Incorporados no Capital

Reversões de Reservas

De Contingências

De Lucros a Realizar

Lucro Líquido do Exercício

Transferência para Reservas

Reserva Legal

Reserva Estatuária

Reserva de Lucros a Realizar

Reserva de Lucros para Expansão

Dividendos a Distribuir

Saldo em 31 de dezembro de 200X

Figura 01: Demonstrações de Lucros e Prejuízos Acumulados Fonte: Souza (2002, p.186)

Page 21: Plano Finaceiro

30

Entre os demais demonstrativos, a DLPA é anualmente confeccionada na empresa

em questão, servindo de documento contábil e de controle financeiro.

Page 22: Plano Finaceiro

31

3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A Norpec Produtos Agropecuários tem essa denominação como nome de fantasia. A

razão social é Aurilene Nunes Peixoto de Faria, sendo no caso o mesmo nome da proprietária.

É caracterizada como empresa de pequeno porte, segundo seu valor de faturamento anual.

A empresa estagiada desenvolve atividade comercial, atuando como distribuidora de

medicamentos e vacinas veterinárias, atendendo todo o estado do Tocantins e centro-sul do

estado do Maranhão. Sua atividade está relacionada a vendas por atacado e a empresa atende

principalmente lojas e clínicas veterinárias, assim como grandes propriedades agropecuárias

na comercialização de produtos destinados a fins de reprodução animal.

Atuando no mercado desde 1997, a Norpec Produtos Agropecuários nasceu a partir

da necessidade de instalar no Tocantins uma empresa que pudesse representar o Laboratório

Hertape, um laboratório mineiro que desde 1940 desenvolve vacinas e medicamentos

destinados à espécie bovina, eqüina, aves e também a saúde de animais domésticos como cães

e gatos. Analisando detalhadamente o processo que o Laboratório enfrentava, encaminhando

seus produtos para os clientes do Tocantins a partir de uma filial localizada em Goiânia,

encontrou-se um real atraso no processo de entrega dos produtos relacionados à distância,

além de gerar, conseqüentemente, um custo maior no que se trata de logística de produtos. Foi

pensando nisso, que o atual presidente/diretor do Laboratório propôs a existência de uma

distribuidora, para atuação no estado do Tocantins. Para isso, precisava contar com alguém

que já conhecesse o mercado local e, principalmente, os produtos que seriam oferecidos, pois

assim, eliminaria custos de treinamento e evitaria o atraso na efetivação do processo. A

proposta foi feita ao atual vendedor externo da região que, imediatamente procurou levantar

recursos capazes de efetivar a proposta. Assim surgiu a Norpec Produtos Agropecuários,

atendendo lojistas do ramo veterinário em todo o estado do Tocantins.

Como toda empresa em sua fase se iniciação, a Norpec começou com uma pequena

sede, localizada já em Gurupi no Parque Nova Fronteira, e era extremamente familiar durante

o primeiro ano de atuação. A partir do aumento do fluxo de mercadorias e ampliação do

número de clientes atendidos, viu-se a necessidade de buscar recursos humanos para auxiliar

no processo da empresa, e assim foram contratados dois funcionários.

Em setembro de 2000, a Norpec transferiu sua sede para um endereço mais

centralizado em Gurupi, local onde é situada até hoje. Com um layout mais bem definido, a

empresa pode melhorar o desenvolvimento do seu processo. Dessa forma, passaram a

representar também mais alguns laboratórios no mesmo ramo, ampliando assim seu mix de

Page 23: Plano Finaceiro

32

produtos. Em 2002 aumentou seu número de funcionários, de dois para quatro, colocando

assim dois vendedores externos, atendendo os clientes com mais freqüência, na tentativa de

fidealizá-los aos produtos oferecidos.

O transporte de mercadorias é terceirizado, o que permite o envio rápido dos

produtos e conseqüentemente, gera satisfação do cliente. Em 2005, assumiu a distribuição

também no estado do Maranhão, contratando inicialmente um vendedor para a área, mas que

depois de seis meses, foi desligado da empresa, que passou a fazer vendas para a região,

através de tele marketing, exclusivamente. Hoje a Norpec representa dez

laboratórios/indústrias do ramo agropecuário e atinge uma fatia significante do mercado na

sua área de atuação.

A empresa estagiada não faz um planejamento estratégico efetivamente formalizado,

porém, costuma-se desenvolver metas e objetivos a alcançar, mas sem um determinado prazo

para cumpri-los. Dessa forma, a empresa planeja em conjunto com todos os colaboradores a

partir da identificação da necessidade desse planejamento. O envolvimento dos colaboradores

com o planejamento da empresa vai desde a definição das metas até a busca pela sua

realização.

Os objetivos traçados pela empresa têm uma visão sempre futurista e por mais que

não estejam formalizados, eles são buscados através do desenvolvimento de ações logísticas,

benefícios ao cliente, acompanhamento da satisfação dos consumidores sobre determinados

produtos-chave através da empresa varejista, etc.

A Norpec Produtos Agropecuários exerce uma cultura de trabalho em equipe,

havendo colaboração entre os funcionários, transmissão de valores relacionados a boa

convivência em grupo e ausência de subordinação entre os funcionários, embora haja

hierarquia de cargos e funções. O clima de cordialidade e confiança é uma exigência que a

empresa impõe a seus colaboradores.

Essas ações são importantes porque estreitam os laços de relacionamento entre a

empresa e os clientes, gerando confiança entre as partes. A empresa busca sempre traçar

metas que a levem ao alcance dos objetivos. Normalmente essas metas são de ordem

quantitativa, embora algumas delas aconteçam com embasamento qualitativo no enfoque das

ações.

Entre os pontos fortes identificados na empresa estagiada, estão:

Existência de um fluente fluxo de comunicação entre os colaboradores, processo esse

que é facilitado devido a aproximação física no ambiente entre os mesmos;

Facilidade em observar deficiências ligadas à concorrência, pois a empresa

Page 24: Plano Finaceiro

33

desenvolve um espírito de companheirismo com seus clientes, que servem de fonte

de informação:

Grande oportunidade de mercado, já que conta com distribuição exclusiva de alguns

produtos importantes no ramo pecuário; e.

Rápida solução de pequenas disfunções mercadológicas, devido a grande

credibilidade com os fornecedores, o que permite que exista uma certeza de apoio em

determinadas situações do mercado externo.

Entre os pontos considerados fracos ou ameaças identificadas na empresa, pode-se

destacar os seguintes:

Não possibilidade de abertura para expansão territorial de mercado, já que tem um

público geograficamente bem definido; e.

Impossibilidade de variações no mix de um mesmo produto, pois tem acordo de

exclusividade com o principal laboratório que representa.

O organograma da instituição é o seguinte:

Figura 02: Organograma Fonte: Dados Primários (2007)

Os aspectos acima estão relacionados a influências internas e externas na

organização. Sabe-se da importância dessas análises, principalmente externas, na empresa já

DIREÇÃO

TELEVENDAS

VENDAS

ACESSORIA

CONTROLE DE ESTOQUE

VENDAS EXTERNAS

FATURAMENTO, COBRANÇA, FINANCEIRO.

EXPEDIÇÃO

Page 25: Plano Finaceiro

34

que no mercado de hoje, a concorrência, os fornecedores, o governo e os clientes são

definitivos no desenvolvimento e manutenção de qualquer empresa no mercado.

O departamento financeiro de uma empresa é onde são contabilizados os resultados do

funcionamento e também onde se justifica a permanência ou não desta empresa no mercado.

O controle financeiro da empresa estagiada acontece não diferentemente da realidade

da maioria das pequenas empresas, através da pessoa responsável, com a participação direta

da diretoria e assessoria.

A empresa costuma sempre acompanhar e prevenir despesas futuras, para que não seja

inserida em nenhuma situação de caos relacionado a finanças, tendo como preocupação

maior, o pagamento de fornecedores. Sempre que é identificada a necessidade de captar

recursos para estabilizar as finanças da empresa, recorre-se a instituições financeiras, para

levantar fundos para a empresa.

Os recebimentos devidos à empresa acontecem sempre através de boletos de cobrança

e cheques. Nesse processo de cobrança, a empresa utiliza um sistema bancário que facilita a

emissão desses boletos e também agiliza a transmissão de informações ao banco, via internet.

Por ser uma empresa de vendas em atacado, a empresa não tem fluxo de caixa diário, pois não

existem recebimentos em mãos na sede da empresa.

A empresa também se utiliza dos programas oferecidos pelos bancos, para efetuar a

movimentação bancária diária como pagamentos a fornecedores, impostos e despesas, assim

como para efetuar transferências bancárias e acompanhar a movimentação da conta. Esse

sistema também serve para que a empresa possa agilizar seu processo de informações

referentes a recebimentos, pois o mesmo sistema é responsável pela transmissão diária dessas

informações. O contato direto com os bancos acontece pessoalmente e através de ligações

telefônicas, onde se facilita o esclarecimento de dúvidas e envio de informações.

Os demonstrativos financeiros da empresa são sempre elaborados pela contabilidade

que é terceirizada. Funciona como um processo de transmissão direta de informações da

empresa, através de relatórios e documentos contábeis mensais, para o contador responsável,

onde ele controla, analisa e gera as informações de demonstrativos, impostos a recolher, etc. É

normal que a empresa reúna as informações de exercícios anteriores para avaliar o seu

desempenho financeiro.

A empresa não costuma fazer investimentos em aplicações financeiras. Normalmente

quando existe algum excesso de capital, a empresa procura investir no próprio ou capital de

giro da empresa, que corresponde os valores disponíveis de giro diário da empresa,

preparando estoques e adquirindo bens para a empresa. Por ter uma política de

Page 26: Plano Finaceiro

35

acompanhamento financeiro bem elaborado, o acompanhamento de despesas e gastos é

freqüente, e automaticamente o controle de capital de giro também é muito bem efetivado.

A empresa mantém seus objetivos financeiros diretamente ligados as suas estratégias e

metas, já que para uma empresa de pequeno porte, a maior parte das estratégias e metas

definidas depende do financeiro e do seu planejamento orçamentário para que sejam

efetivadas.

Page 27: Plano Finaceiro

36

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo tem a função de apresentar e descrever as técnicas utilizadas para

confecção deste projeto, assim como fornecer referencial teórico que justifique sua utilização.

4.1 DELINEAMENTOS DA PESQUISA

A pesquisa abrangeu a área financeira da empresa, com enfoque na aplicabilidade de

suas ferramentas de controle gerencial financeiro. Este trabalho fez utilização do método de

pesquisa indutivo que, segundo Cervo e Bervian (2002, p. 32), “a conclusão está para as

premissas, como o todo está para as partes. De verdades particulares concluímos verdades

gerais” Através deste método, as informações foram recolhidas por meio de questionamentos

diretos com representantes da organização e, através destas informações, a colocação indutiva

das informações colhidas.

Paralelamente ao indutivo, utilizou-se também o método dedutivo que, para Vergara

(2005, p. 13) “deduz alguma coisa a partir da formulação de hipóteses que são testadas e

busca regularidades e relacionamentos causais entre elementos. A causalidade é seu eixo de

explicação científica”. No trabalho de conclusão de curso, esses métodos foram enfocados da

seguinte maneira: o indutivo, quando o pesquisador/estagiário levantou informações da

empresa através da observação do ambiente e, dedutivo, ao momento que o trabalho foi

elaborado fundamentadamente na teoria específica. Cada tema proposto partiu da análise do

todo em contraste com a revisão conceitual estudada.

A pesquisa teve sua classificação quanto ao objetivo, de caráter exploratório que,

para Cervo e Bervian (2002, p.69) “tem por objetivo familiarizar-se com o fenômeno ou obter

nova percepção do mesmo e descobrir novas idéias”. Também seguiu pela linha descritiva

que para o mesmo autor, “trata-se do estudo e da descrição das características, propriedades

ou relações existentes na comunidade, grupo ou realidade pesquisada.”. O trabalho de

conclusão de curso foi de caráter exploratório enquanto buscou informações diretamente da

observação do processo de funcionamento e, descritivo enquanto o estagiário utilizou as

informações colhidas pela pesquisa para descrever as características da empresa estagiada.

Page 28: Plano Finaceiro

37

4.2 TÉCNICAS DE PESQUISA

A pesquisa é uma atividade voltada para solução de problemas teóricos ou práticos

com o emprego de processos científicos. A pesquisa utilizada neste trabalho obedeceu ao

modelo de pesquisa bibliográfica. Essa pesquisa procura explicar uma característica, a partir

de referências teóricas contidas em livros, periódicos, revistas e internet, ou seja, material

acessível ao publico interessando em geral, os quais têm como principal função, auxiliar o

entendimento e esclarecimento conceitual de cada característica definida no projeto e que

pode confirmar a veracidade do que está aqui descrito e, conseqüentemente, o entendimento

do leitor Ainda respeita essa característica, ao utilizar documentos da empresa para efetivar a

aplicação do TCC. Segundo Oliveira (1999, p.119) “a pesquisa bibliográfica tem por

finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre

determinado assunto ou fenômeno”.

Foi utilizada a observação sistemática onde o estagiário agiu através de instrumentos

de pesquisa, ou seja, orientadamente, neste caso por um roteiro de entrevista, aplicado ao

responsável pela área financeira da empresa. Segundo Marconi e Lakatos (1999, p.92) a

observação sistemática “realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos

preestabelecidos. [...] Na observação sistemática o observador sabe o que procura e o que

carece de importância em determinada situação”.

A observação também obedeceu ao caráter participante e individual. A atuação

participante é para Marconi e Lakatos (1999 apud MANN, 1970, p.96), a “tentativa de colocar

o observador e o observado do mesmo lado tornando-se o observador um membro do grupo

de modo a vivenciar o que eles vivenciam e trabalhar dentro do sistema de referência deles”.

O estagiário está inserido no quadro de funcionários da empresa. A observação foi feita neste

trabalho de forma individual e seu resultado gerou um diagnóstico da empresa, que foi

descrito através do resultado do mapeamento dos instrumentos de controle financeiro da

empresa em questão.

Page 29: Plano Finaceiro

38

4.3 ANÁLISES DE DADOS

Utilizando-se da abordagem qualitativa dos dados, procurou-se observar nesta prática

de estágio as características da empresa não expressadas por números e valores, mas por

descrições reais e sua eficácia diante do processo organizacional. Para Roesch (1999), em

organizações pequenas, são mais adequadas as abordagens qualitativas, pois nestas, não há

possibilidade de fazer interferências causais válidas. O autor afirma que uma amostra pequena

e alto grau de interação entre os indivíduos envolvidos produzem mais dificuldade de análise

de números para o experimento.

A ação de analisar qualitativamente permitiu ao estagiário expandir sua visão sobre o

assunto em questão, pois o mesmo pode observar a situação por todos os ângulos, absorvendo

para o trabalho tudo de relevante que pelo mesmo foi identificado.

Page 30: Plano Finaceiro

39

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

O processo que teve início na elaboração do projeto, seguido de sua aplicação tem

seus resultados descritos e analisados neste capítulo do TCC, que é responsável por fornecer o

diagnóstico detalhado de casa instrumento de controle feito pela empresa e presente no

processo de funcionamento da mesma.

5.1 DADOS COLETADOS

O processo de coleta de dados é de suma importância para a execução de um projeto.

Dados errados ou mal observados geram informações distorcidas e conseqüentemente levam a

um diagnóstico inútil para ambas as partes envolvidas. A seguir estão descritas as

informações adquiridas junto a Norpec Produtos Agropecuários, sob supervisão dos

responsáveis pela empresa, na tentativa de diminuir o risco de erros ou equívocos na

realização dos objetivos propostos por esse TCC.

5.1.1 Instrumentos utilizados pela empresa

Conforme instrumento de pesquisa aplicado na empresa (Apêndice 1) os controles

feitos pela empresa são os seguintes:

Caixa;

Contas a Receber;

Contas a Pagar;

Bancos; e

Fluxo de Caixa.

Essa informação foi colhida logo na primeira questão da entrevista, que questionou

diretamente o assunto.

Na segunda questão ao representante da empresa foi questionado sobre a maneira

que esses documentos são feitos e, segundo ele, com exceção do controle de contas a receber

que são lançadas automaticamente pelo programa utilizado no faturamento e controle de

Page 31: Plano Finaceiro

40

estoques os demais controles utilizam planilhas de elaboração própria para lançar seus dados

manualmente em computador.

A questão 3, da entrevista tratou de como é feito o controle de caixa, um dos

instrumentos indispensáveis presentes no controle financeiro de uma empresa comercial. A

empresa realiza este controle de maneira simples e, esse instrumento não costuma conter

valores altos, pelo fato de a empresa pertencer ao ramo de atacadista e neste caso, ter a

maioria de suas movimentações financeiras realizadas através da conta bancos, por meio de

duplicatas e cheques.

No entanto o uso desta ferramenta acontece nas pequenas movimentações diárias e é

feita manualmente, em computador. É um modelo criado pela própria empresa e seus dados,

semanalmente são lançados no controle de fluxo de caixa, do qual trataremos posteriormente.

Observe o modelo:

Dia __/__/____ Saldo Inicial R$ Saldo Final R$

Histórico Entrada Saída Espécie (Dinheiro ou Cheque) Saldo

R$ R$ R$

Quadro 2: Planilha de Caixa Fonte: Norpec Produtos Agropecuários (2008).

Para sua elaboração são preenchidos primeiramente a data e o saldo inicial. No

decorrer do dia, as movimentações de entrada e saída vão sendo lançadas, descrevendo o

histórico da transação, o valor e a espécie (cheque ou dinheiro) e, automaticamente é gerado

um saldo de caixa. No fim do dia os dados são conferidos, salvos e armazenados em outro

documento chamado de Resumo Diário de Caixa. A finalidade deste resumo é apenas de

facilitar a soma de valores pertinentes a fechamento deste instrumento.

Ao ser perguntado na questão 4 sobre os controle de contas a receber e contas a

pagar, identificou-se que há uma diferença na elaboração destes instrumentos: enquanto o de

contas a pagar é feito manualmente em uma planilha de computador, o controle de contas a

receber não é elaborado de uma única maneira. A parte dos recebimentos da empresa feita

através de duplicatas utiliza um programa informatizado fornecido pelo banco, que auxiliam a

geração dos boletos e acompanhamento das movimentações. A outra parte dos recebimentos a

que ficam em carteira, ou previstos para entrada via depósito são lançados manualmente em

computador em uma planilha com as seguintes características:

Page 32: Plano Finaceiro

41

Data Venda Cliente Número Documento Valor Vencimento

Quadro 3: Planilha de Contas a Receber Fonte: Norpec Produtos Agropecuários (2008).

Neste controle entram a data da venda, o nome do cliente (representado sempre pela

razão social), o número do documento ou nota fiscal, o valor e o vencimento. Caso o cliente

não faça o pagamento em dia, automaticamente ele será destacado na planilha para que o

responsável saiba que este determinado cliente está em atraso e assim proceda com os devidos

procedimentos de cobrança.

As Contas a Pagar, ainda perguntadas na entrevista, na questão de número 4, são

manualmente lançadas em um computador. Neste lançamento constam ordenadamente o

número do documento, o número da parcela, a data de emissão, o nome do fornecedor ou

outra obrigação, o valor do devido pagamento, o vencimento e a forma de pagamento (boleto,

cheque ou depósito). À medida que vão sendo quitados esses débitos, os valores são

diminuídos, conforme pode ser observado nas últimas duas colunas da planilha abaixo.

Documento Parcela Emissão Histórico Valor Vencimento Tipo

Pagamento

Valor

pago

Data

Pagamento

Quadro 4: Planilha de Contas a Pagar Fonte: Norpec Produtos Agropecuários (2008).

A questão de número 5 questionou o entrevistado sobre a conta Bancos. Para as

movimentações financeiras na empresa é indispensável o uso deste instrumento. É através das

instituições financeiras que a empresa faz grande parte de seus recebimentos e pagamentos.

O controle de Bancos é feito em uma planilha de elaboração própria onde são

lançados os débitos previstos na conta corrente, cada uma para cada instituição bancária. Os

demais controles são verificados e lançados diretamente pelo extrato de conta corrente

fornecido pelo banco. É através dos bancos que a empresa faz seus pagamentos de

fornecedores e outros débitos, bem como recebe títulos bancários referentes à venda de

mercadorias à prazo. O modelo a seguir demonstra como os lançamentos de débitos e créditos

são agendados.

Page 33: Plano Finaceiro

42

Data lançamento Documento Valor Crédito Débito Saldo

Quadro 5: Planilha de Bancos Fonte: Norpec Produtos Agropecuários (2008).

Outra planilha é utilizada e preenchida manualmente: é um documento de controle de

cheques pré-datados a crédito, que para o entrevistado, pertence ainda ao controle bancário.

Cada recebimento feito em cheque gera o lançamento das informações do documento que são

feitas em uma planilha disposta da seguinte maneira:

Banco Nº Agência Nº Conta Nº Cheque Cedente Valor Bom Para Histórico

Quadro 6: Lançamento de Cheques Fonte: Norpec Produtos Agropecuários (2008).

Nesta planilha é lançado o nome do banco, a agência de emissão, o número da conta,

o nome do cedente, o valor do cheque, a data prevista para compensação e ainda, caso o

cheque seja recebido de terceiros, o nome do cliente responsável pelo mesmo.

Há sempre um vínculo entre as contas a receber, o caixa e o banco: a questão é que o

valor lançado em contas a receber sempre entra no caixa ou no banco quando chegada a data

prevista para recebimento. Dessa forma, a empresa pode fazer uma previsão de caixa ou de

bancos, dependendo da forma de cobrança utilizada, planejando assim seus compromissos

para determinado período. Os dados gerados são lançados no controle de fluxo de caixa,

instrumento questionado ao entrevistado na questão 6 da entrevista.

Segundo as informações colhidas na resposta a sexta questão, o Fluxo de Caixa é um

controle que a empresa faz para projetar suas finanças. Neste instrumento são lançados todos

os créditos e débitos, fazendo o confronto desses valores, capaz de fornecer valores estimados

de lucro ou prejuízo mensal acumulado. As informações partem de todas as planilhas citadas

anteriormente (Caixa, Bancos, Contas a Receber e Contas a Pagar). A planilha de fluxo de

caixa é responsável pelo cruzamento desses dados. Essa planilha é como as outras, de

elaboração própria da empresa, não sendo enviada para a contabilidade, já que sua função é

exclusivamente cabível ao planejamento financeiro da empresa. O modelo abaixo representa

como é feito o preenchimento desses dados. Vale esclarecer que essa ferramenta representa o

resumo mensal das finanças da empresa, porém os lançamentos a débito são modificados

sempre que uma nova entrada é feita.

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43

FLUXO DE CAIXA PREVISTO MÊS: ______/_____.

Data (Pagamentos) Caixa Cobrança Carteira Cheques pré-datados Saldo

Quadro 7: Planilha de Fluxo de Caixa Fonte: Norpec Produtos Agropecuários (2008).

A planilha de fluxo de caixa tem o número de linhas correspondente à quantidade de

dias úteis do mês. Na primeira coluna é lançado o dia referido, na segunda a soma dos

compromissos do dia (fornecedores, salários, impostos, e outros), na terceira coluna a

previsão de caixa, em seqüência os recebimentos feitos através das duplicatas, depois os

pagamentos em carteira ou depósito em conta, os cheques pré-datados a crédito, e por fim o

saldo do dia, que será capaz de demonstrar se naquela data a empresa terá condições de

cumprir com suas obrigações apenas com os recebimentos, bem como orientar a aquisição de

empréstimos ou antecipação de recebíveis. O saldo mensal é fornecido no final da planilha.

Na questão 7, a pergunta se referiu a adequação dos controles utilizados. Foi

perguntado se eles atendem as necessidades da empresa. Para o entrevistado, a resposta é

positiva enquanto é um a empresa de pequeno porte e de controle gerencial simplificado.

Complementou sua explicação na resposta a questão 8, ao ser questionado se

acreditava ter falhas em seus controles, ao dizer que pelo entendimento contido sobre o

assunto, julga correto a aplicação das finanças na empresa.

Após mapear as resposta da entrevista, esclarecendo como cada instrumento de

controle financeiro é feito, foi proposto que se fizesse uma análise da aplicação destes

instrumentos. Esse estudo está contido no tópico a seguir.

5.1.2 Estudo comparativo dos instrumentos

Para apresentar o resultado proposto neste estudo optou-se por uma maneira mais

clara de analisar a confecção dos demonstrativos de controle financeiro feitos pela empresa

em questão. A seguir estão os quadros comparativos, que apresentam como o controle é

realizado, bem como o que a teoria prevê para eles e, por fim, as observações cabíveis ao

diagnóstico deste estudo.

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44

Quadro Comparativo I Instrumento: Caixa Aplicação: São feitos os lançamentos das entradas de pequenos valores recebidos em espécie e o histórico das saídas pra qualquer finalidade, seja ela pessoal ou empresarial.

Teoria: Na página 21, afirma-se que o funcionamento do caixa empresarial no fluxo de movimentação diária é feito debitando as entradas de dinheiro ou cheques, e creditando pelas saídas dos mesmos (RIBEIRO, 2003).

Observações Importantes: Não há um valor definido de pró-labore e nem uma data certa para essa retirada do caixa da empresa. As retiradas pessoais são feitas sempre que necessário for, e esses valores não são somados para controle. Quadro 8 : Quadro Comparativo I – Instrumento Caixa Fonte: Dados Primários (2008).

No quadro Comparativo I, está descrito o instrumento Caixa. Sua análise

aparece assim como a do instrumento Bancos no Quadro II a seguir, destacando a

imparcialidade dos dados gerados pela movimentação de valores não devidos nestes

controles.

Quadro Comparativo II Instrumento: Bancos Aplicação: Todos os lançamentos a crédito e débito são acompanhados paralelamente ao extrato bancário fornecido pela instituição bancária, de maneira que todos os cheques recebidos ou emitidos pela empresa entram nesse controle. A empresa também tem cartões de crédito, que são utilizados para negociações pessoais dos sócios, já que a empresa não compra de fornecedores próximos, não fazendo utilização dos cartões para pagamentos da empresa.

Teoria: Na página 22, explica-se que a principal atividade da empresa está relacionada com as instituições bancárias. Boa parte dos pagamentos e recebimentos envolve as contas bancárias. JUNIOR; BEGALI (2002) no tópico que se refere á bancos, diz que não apenas os pagamentos e recebimentos se classificam como operações bancárias, mas que depósitos, operações de cobrança e descontos de duplicatas e títulos, bem como empréstimos obtidos, aplicações financeiras de liquidez a curto, médio ou longo prazo também são de competência dos bancos.

Observações Importantes: A utilização das contas bancárias como meio de movimentação de valores para fins não empresariais fazem com que esse controle sirva apenas como registro destas movimentações. Ainda sobre os cartões de crédito empresariais, pode-se dizer que a utilização deste meio de pagamento foge á finalidade principal do mesmo, servindo apenas como crédito do sócio e não da empresa. Quadro 9: Quadro Comparativo II – Instrumento Bancos Fonte: Dados Primários (2008).

Foi estudada a aplicação do instrumento de controle das contas a receber, cuja

aplicação foi descrita a seguir, no terceiro quadro comparativo.

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45

Quadro Comparativo III Instrumento: Contas a Receber Aplicação: Controla todos os valores que entrarão nas contas de caixa, depósitos bancários e cheques recebidos.

Teoria: Segundo o exposto nas páginas 22 e 23 deste estudo, as contas a receber incluem todos os direitos financeiros da empresa referente á vendas e outras movimentações da organização. Para a opinião de diversos autores utilizados neste tópico, esse controle serve para projeção de recebíveis e programação de obrigações da empresa.

Observações Importantes: As influências diretas das finanças pessoais dos proprietários novamente afetam a confiabilidade deste controle. Quadro 10: Quadro Comparativo III – Instrumento Contas a Receber Fonte: Dados Primários (2008).

O próximo comparativo, diz respeito ás obrigações da empresa para com seus fornecedores, governo, colaboradores, e demais custos. É o controle das contas a pagar. Veja:

Quadro Comparativo IV Instrumento: Contas a pagar Aplicação: Compreende todos os compromissos financeiros referentes a duplicatas a pagar, cheques de emissão da empresa, cartões de crédito, e outros.

Teoria: Segundo o exposto na página 23, por Júnior e Begalli (2002), as contas a pagar incluem todos os compromissos da empresa e através deste controle a empresa pode prognosticar a alocação de recursos. Inclui o lançamento de fornecedores, salários, impostos, custos fixos e demais despesas organizacionais.

Observações Importantes: Os compromissos lançados incluem os da empresa e do sócio que lança juntamente ao controle da empresa, o acompanhamento dos compromissos pessoais, o que demonstra a ineficiência deste controle. Quadro 11: Quadro Comparativo IV – Instrumento Contas a Pagar Fonte: Dados Primários (2008).

No quinto e último quadro comparativo, está a descrição da aplicação do instrumento

Fluxo de Caixa realizado na empresa. Observe:

Page 37: Plano Finaceiro

46

Quadro Comparativo V Instrumento: Fluxo de Caixa Aplicação: Os dados de todos os demais controles são lançados no inicio do mês, atualizando-se os compromissos financeiros da empresa, confrontando-os com os recebimentos, com a finalidade de prever o lucro ou prejuízo do mês.

Teoria: Representado no exposto por Zdanowicz (2004) na página 24, o fluxo de caixa é o instrumento que relaciona o futuro conjunto de entradas e de saídas de recursos financeiros pela empresa em certo período de tempo. Para o autor pode ser também conceituado como ferramenta utilizada pelo gestor financeiro com o objetivo de demonstrar os somatórios de ingressos e desembolsos financeiros da empresa, em determinado momento, prevendo assim se haverá lucros ou prejuízos na empresa, em função do nível desejado.

Observações Importantes: O preenchimento desta planilha deveria ser cruzado com outra planilha idêntica, mas que, porém, atualizasse diariamente os valores de crédito também, para gerar um comparativo entre o previsto e o realizado. Além disso, esse controle se faz desnecessário ao momento que, como os demais instrumentos têm lançadas as movimentações não exclusivamente de competência da empresa. Quadro 12 : Quadro Comparativo V – Instrumento Fluxo de Caixa Fonte: Dados Primários (2008).

Desta forma, através dos quadros expostos, pode-se ter uma idéia de como é

importante se fazer o controle financeiro corretamente na empresa. Independentemente do seu

tamanho, as ferramentas financeiras tem as mesmas funções, e se forem bem aplicadas podem

e muito auxiliar o gestor nos processos constantes de tomada de decisão em diversas áreas.

Page 38: Plano Finaceiro

47

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste último capítulo estão descritas as conclusões ao estudo feito na empresa

Norpec Produtos Agropecuários, com enfoque em sua função financeira, onde foi estudado o

desenvolvimento de cada ferramenta de controle gerencial ligado a esse departamento, bem

como sua aplicação no processo de tomada de decisão. Ainda aqui descrevem-se as

recomendações e limitações do TCC que poderão ser utilizados como fonte de informação

para futuros estudos na mesma área.

6.1 CONCLUSÃO

O estudo realizado cumpriu todos os objetivos propostos, explanando a empresa

Norpec Produtos Agropecuários e identificando suas peculiaridades na área financeira.

Foi feito um trabalho baseado no conhecimento de diversos autores que abrangem a

área financeira, discorrendo sobre planejamento, finanças, a função das finanças

organizacionais bem como o papel do gestor financeiro e ainda, o estudo de cada ferramenta

de controle financeiro da empresa, e seus demonstrativos contábeis.

Como resultado foi elaborado um mapeamento de cada instrumento de controle

financeiro utilizado pela empresa, expondo detalhadamente como são feitos e de que maneira

são aplicados.

A seguir preocupou-se em elaborar quadros comparativos, onde a aplicação destes

instrumentos pudessem ter suas características cruzadas com o que prevê a teoria sobre o

assunto e, de acordo com esse estudo foi então comprovado que a principal divergência

identificada pela análise, está no fato de não distinguir as finanças da empresa das finanças

dos sócios, utilizando praticamente todos os meios de controle para movimentações de fins

pessoais.

A reestruturação dos controles financeiros da Norpec se faz necessária. A empresa

não tem se quer a definição efetiva de um pró-labore para os sócios e nem data correta para

essa retirada. Com o mesmo grau de gravidade, os cartões de crédito empresariais, são

utilizados para fins pessoais, bem como as contas bancárias para movimentações constantes

de valores interessados aos sócios ao invés da empresa.

Além disso, com menor relevância, pode-se ver que seria mais fácil a elaboração

destes instrumentos, caso a empresa já dispusesse de um programa informatizado para

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48

confecção dos mesmos. Mas isso só poderia ser implementado, a partir do momento em que a

empresa desligasse completamente as finanças dos sócios do cotidiano diário da empresa.

Essa realidade é comum, porém errônea em diversas empresas de pequeno porte da

região, que julgam seu processo como simples, atribuído a dimensão de sua organização. É

relevante dizer que cabe a cada empresa modernizar-se e assumir seu papel interno de acordo

com que prevê a teoria para o que se trata de finanças organizacionais.

6.2 RECOMENDAÇÕES

É extremamente necessário que a empresa passe a reorganizar todas as suas

movimentações financeiras. A seguir estão algumas recomendações que devem ser levadas

em consideração pela empresa estudada e outras que se encontrarem na mesma situação.

Definir um pró-labore para o(s) sócio(s), bem como uma data conveniente para

sua retirada e, em hipótese alguma, desobedecer a esse valor e data;

Ativar contas de pessoa física para efetuar movimentações financeiras pessoais;

Desligar qualquer informação referente á finanças pessoais dos controles

financeiros da empresa;

Adquirir um sistema informatizado para a elaboração dos instrumentos, capaz de

cruzar dados entre eles, gerando um controle de fluxo de caixa eficiente;

No caso de não dispor deste programa informatizado, se faz indispensável a

elaboração de uma planilha de fluxo de caixa onde estejam os valores realmente

realizados, com a intenção de cruzar com a planilha já confeccionada de fluxo de

caixa previsto.

Para futuros trabalhos nesta área de abrangência, recomenda-se que nenhum mínimo

detalhe na organização seja desprezado. Qualquer informação perdida poderá influenciar

diretamente no resultado e diagnóstico da empresa em questão. É importante também o estudo

de autores diversos da área, considerando que quanto maior o número de idéias e

informações, mais enriquecedor será o resultado do trabalho. Por fim, atribui-se a efetivação

deste tipo de estudo à busca incensaste de informações e presença na empresa estagiada, na

garantia de que a comprovação das informações produza efeito positivo sobre a conclusão do

estudo proposto.

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49

6.3 LIMITAÇÕES

A aplicação deste estudo não enfrentou relevantes resistências. Limitou-se em

abranger a análise de uma única empresa, no caso, a Norpec Produtos Agropecuários que, no

momento da pesquisa dispôs-se a colaborar com as informações e dados necessários para que

o trabalho se concluísse satisfatoriamente.

O trabalho limitou-se em verificar a função financeira da empresa, destacando a

importância deste departamento para com o eficiente funcionamento das demais atividades

organizacionais.

É importante destacar que não houve qualquer resistência durante a efetivação desde

estudo, o que facilitou a sua confecção. Deu-se como o previsto, desde a parte competente a

instituição educacional que disponibilizou praticamente todo o material bibliográfico utilizado

no desenvolvimento deste, bem como a orientação por parte da equipe docente competente, e

ainda como já foi citado anteriormente no que cabe a empresa estagiada, não se encontrou

entraves para aplicação as pesquisa.

Page 41: Plano Finaceiro

50

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Page 44: Plano Finaceiro

53

APÊNDICE A - ROTEIRO DE ENTREVISTA

1. Quais são os tipos de controles gerenciais financeiros utilizados na empresa?

2. Como são realizados esses controles (manuscrito, manualmente em computador ou em

programa informatizado)?

3. Como é feito o instrumento de movimento de caixa?

4. De que maneira é realizado o controle de contas a receber e contas a pagar?

5. A empresa utiliza o controle bancário? Como é a realização deste instrumento na empresa?

6. Como é feito o fluxo de caixa?

7. Em sua opinião, os controles financeiros utilizados são os mais adequados as necessidades

da empresa? Por quê?

8. Você identifica alguma irregularidade no controle de finanças na Norpec? Se sim, o que

você acha que deveria ser feito para sanar essa falha?

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