protocolo_obstetrícia_-_hc-ufmg_versão_2014

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1 MATERNIDADE OTTO CIRNE PROTOCOLO DE CONDUTAS Idealizado por: Profa. Regina Amélia Lopes Pessoa de Aguiar Colaboradores: Equipe de Obstetrícia do HC-UFMG Este manual é destinado para orientações de condutas na Maternidade Otto Cirne do Hospital das Clínicas da UFMG, não devendo ser utilizado como única fonte de estudo. É baseado no conhecimento atual da especialidade, na disponibilidade de meios da instituição e na aplicabilidade clínica para a população usuária da instituição. A revisão de protocolos é feita regularmente e a Coordenação Médica da Unidade está sempre aberta a sugestões e/ou críticas relativas às rotinas em vigor. A condução de casos fora do protocolo de condutas deverá ser imediatamente comunicada e justificada junto à Coordenação. Última revisão: julho de 2014 Última modificação: julho de 2014

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    MATERNIDADE OTTO CIRNE

    PROTOCOLO DE CONDUTAS

    BELO HORIZONTE

    Idealizado por: Profa. Regina Amlia Lopes Pessoa de Aguiar

    Colaboradores: Equipe de Obstetrcia do HC-UFMG

    Este manual destinado para orientaes de condutas

    na Maternidade Otto Cirne do Hospital das Clnicas da

    UFMG, no devendo ser utilizado como nica fonte de

    estudo. baseado no conhecimento atual da

    especialidade, na disponibilidade de meios da

    instituio e na aplicabilidade clnica para a populao

    usuria da instituio. A reviso de protocolos feita

    regularmente e a Coordenao Mdica da Unidade est

    sempre aberta a sugestes e/ou crticas relativas s

    rotinas em vigor. A conduo de casos fora do

    protocolo de condutas dever ser imediatamente

    comunicada e justificada junto Coordenao.

    ltima reviso: julho de 2014

    ltima modificao: julho de 2014

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    NDICE

    Ttulo Pgina

    1 Informaes Gerais sobre Pronturios 3

    2 Atendimento ao Pr-Natal de Risco Habitual............................... 4

    3 Conduta no Trabalho de Parto Normal......................................... 7

    4 Cesariana....................................................................................... 9

    5 Normas e Rotinas do uso de Antibiticos..................................... 11

    6 Induo do Parto........................................................................... 17

    7 Hiperemese Gravdica................................................................... 19

    8 Infeces Congnitas.................................................................... 23

    9 Hemorragias da Primeira Metade................................................. 27

    9.1 Abortamento........................................................................ ......... 27

    9.2 Gravidez Ectpica......................................................................... 28

    9.3 Doena Trofoblstica Gestacional................................................ 30

    10 Sndromes Hipertensivas na Gravidez.......................................... 32

    10.1 Hipertenso Arterial Crnica........................................................ 32

    10.2 Pr-eclmpsia e Eclmpsia........................................................... 35

    10.3 Conduta Ps-parto nas Sndromes Hipertensivas......................... 37

    11 Parto Pr-termo............................................................................. 39

    12 Rotura Prematura de Membranas................................................. 43

    13 Diabetes e Gravidez...................................................................... 45

    14 Cardiopatias e Gravidez................................................................ 52

    15 Rotinas em Gestantes infectadas pelo HIV................................... 54

    16 Feto Morto.................................................................................... 58

    17 Hemoglobinopatias....................................................................... 61

    18 Rotinas em Gestantes ps-cirurgia baritrica.............................. 64

    19 Ultrassonografia em Obstetrcia 65

    20 Cardiotocografia 70

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    1. ORIENTAES GERAIS SOBRE PRONTURIOS

    1.1. obrigatria a abertura de pronturio para cada paciente, a obteno do Termo de Consentimento

    Livre e Esclarecido, tanto para internao, como para procedimentos especficos, e o preenchimento

    correto, devendo constar assinatura, carimbo, data e hora em todas as evolues do paciente. (Norma 002

    HC-UFMG). 1.2. O pronturio deve conter os dados clnicos necessrios para a boa conduo do caso, sendo

    preenchido, em cada avaliao, em ordem cronolgica com data, hora, assinatura e nmero de registro

    mdico no Conselho Regional de Medicina (CFM Resoluo CFM No 1.931/2009). 1.3. O pronturio estar sob a guarda do mdico ou da instituio que assiste o paciente (CFM Resoluo CFM N

    o 1.931/2009).

    1.4. O pronturio deve ser preenchido com letra legvel e sem rasuras (CFM Resoluo CFM No 1.931/2009).

    1.5. O profissional dever sempre informar ao paciente ou ao seu representante legal, o diagnstico, o

    tratamento proposto, riscos e prognsticos, salvo quando julgar que isso poder trazer danos ao paciente

    (CFM Resoluo CFM No 1.931/2009). 1.6. Os formulrios do HC devero ser usados exclusivamente para fins dos pacientes atendidos na

    instituio (Norma 002 HC-UFMG e CFM Resoluo CFM No 1.931/2009). 1.7. No Boletim Operatrio dos partos devem constar, alm da descrio do procedimento propriamente

    dito, informaes sobre o lquido amnitico (cor, quantidade, odor), nmero de vasos do cordo umbilical

    e caractersticas macroscpicas da placenta.

    1.8. O partograma documento obrigatrio do pronturio na assistncia obsttrica.

    1.9. Todas as folhas do pronturio devem conter a identificao correta da paciente (nome completo).

    1.10. Na internao da gestante deve ser anotado na folha da anamnese o local de origem do pr-natal.

    1.11 de responsabilidade do residente o preenchimento do SISMATER

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    2. ATENDIMENTO PR-NATAL DE RISCO HABITUAL

    2.1. Calendrio mnimo de consultas

    Mensal at 34 semanas Quinzenal entre 34 e 38 semanas Semanal aps 38 semanas

    2.2. Consulta

    Anamnese geral, obsttrica, ginecolgica, familiar; DUM, DPP, IG; Exame fsico: estado geral, PA assentada, mamas, ausculta cardaca, ausculta respiratria; Exame ginecolgico completo na primeira consulta Exame obsttrico: UF, Manobras Leopold, BCF, Toque vaginal.

    2.3. Exames mnimos

    Hemograma completo Grupo sanguneo e Rh Coombs Indireto Eletroforese de hemoglobina Glicemia jejum Urina rotina Urocultura VDRL (trimestral) Anti-HIV na primeira consulta e no terceiro trimestre Toxoplasmose (IgG e IgM na primeira consulta e mensal nas susceptveis) Hepatite B (HbsAg) na primeira consulta e no terceiro trimestre Anti-HTLV 1 e 2 Ultrassonografia bsica:

    1 trimestre (transvaginal ou abdominal): datao, avaliao morfolgica embrio, diagnstico de gestao mltipla. Idade gestacional sugerida 11 e 13 semanas;

    20-24 semanas: rastreamento de anomalias fetais, avaliao do crescimento fetal, localizao da placenta, avaliao do lquido amnitico (via abdominal) e medida

    do comprimento do colo uterino (via transvaginal);

    Outros: individualizar. A maioria das gestaes poder se beneficiar da avaliao do crescimento fetal entre 32 e 36 semanas.

    Obs: Embora a ultrassonografia morfolgica possa ser realizada em todas as gestaes, as

    evidncias cientficas atuais sinalizam para a ausncia de benefcio do uso rotineiro desse

    procedimento. A ultrassonografia padro de segundo trimestre deve incluir obrigatoriamente o

    rastreamento para anomalias fetais.

    2.4. Rastreamento de Diabetes

    Se glicemia em jejum maior ou igual a 126mg/dL, em duas ocasies: Diagnstico de Diabetes Pr-Gestacional.

    Se glicemia jejum entre 92 e 125mg/dL: Solicitar nova glicemia em jejum. Se o valor da glicemia em jejum for superior a 92 mg/dL: Diagnstico de Diabetes Gestacional. Se glicemia de jejum < 92mg/dL: Solicitar para todas as gestantes, entre 24 e 28 semanas de

    gestao Glicemia em jejum e 1 e 2 horas aps 75 gramas de dextrosol. Ser considerado

    DIABETES GESTACIONAL se qualquer um dos valores abaixo for excedido.

    Glicemia Valor de referncia*

    Jejum At 92mg/dL

    1 hora aps 75g de dextrosol At 180mg/dL

    2 horas aps 75g de dextrosol At 153mg/dL

    *Esses valores s so aplicveis para gestaes a partir de 24 semanas

    Obs: Caso a gestante tenha realizado a curva glicmica preconizada em protocolo clssico (jejum e

    apenas 2 horas aps 75g de dextrosol) em idade gestacional igual ou superior a 24 semanas, REPETIR a

    curva conforme descrito acima (jejum, 1 e 2 horas), se glicemia de 2 horas entre 140 e 153 mg/dL e

    glicemia de jejum abaixo de 92mg/dL.

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    FATORES DE RISCO PARA DIABETES GESTACIONAL

    Idade superior a 25 anos Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez Deposio central excessiva de gordura corporal Histria familiar de diabetes em parentes de primeiro grau Baixa estatura (< 1,50m) Crescimento fetal excessivo, polidrmnio Hipertenso ou pr-eclmpsia na gravidez atual Antecedentes obsttricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia ou de diabetes gestacional

    Obs: Os fatores de risco no devero ser utilizados para definir quais gestantes realizaro rastreamento de

    DMG, mas so teis para selecionar gestantes que devero realizar rastreamento precoce (antes de 24

    semanas) ou que tero indicao de repetio do rastreamento entre 32-34 semanas. Rastreamento antes

    de 24 semanas deve ser feito utilizando os critrios clssicos aplicados fora da gestao, ou seja, glicemia

    de jejum e 2 horas aps ingesto de 75g de dextrosol.

    2.5. Vacinao

    a. Ttano (vacina dupla do tipo adulto dT; antitetnica) Gestante no vacinada

    o 1 dose: precoce o 2 dose: 30-60 dias aps a 1 dose o 3 dose: 60-180 dias aps a 2 dose

    Gestante vacinada Se no completou o esquema de 3 doses, complet-lo como citado acima. Se completou o esquema h 5 anos ou mais fazer uma dose de reforo.

    Obs: Para profilaxia do ttano neonatal a 2a dose no caso de gestantes no vacinadas ou o reforo no

    caso das vacinadas previamente deve ser, no mnimo, 20 dias antes do parto.

    Obs: a vacina trplice acelular do tipo adulto (dTpa) pode ser utilizada na gestante, mas

    recomendada a partir de 20 semanas e tem a vantagem da vacinao contra coqueluche (Pertrusis).

    Ento, para gestantes no vacinadas uma opo 1 dose dTpa aps 20 semanas, 2 e 3 doses dT e

    para gestantes com indicao de reforo 1 dose da dTpa aps 20 semanas.

    b. Hepatite B

    3 doses para mulheres no vacinadas previamente o 1 dose: precoce o 2 dose: 30 dias aps a 1 dose o 3 dose: 6 meses aps a 1 dose

    c. Influenza

    Dose nica durante as campanhas anuais

    2.6. Sulfato ferroso

    A partir 16a semana: o Hb normal 30-40mg Fe elemento

    30 mg de ferro elemento equivale a 150mg de sulfato ferroso, 90mg de fumarato ferroso ou 250mg de gluconato ferroso

    o Gestantes com HB > 13,5g/dL no necessitam de suplementao rotineira de ferro, devendo o eritrograma ser repetido no final do segundo trimestre para reavaliar a

    introduo da suplementao de ferro

    Anemia ferropriva 120 a 240mg Fe elemento o Doses teraputicas at Hb > 10,5g/dL, aps manter 60-80mg/dia

    2.7. cido Flico

    Profilaxia: 0,4mg/dia o Doses profilticas acima de 0,4mg/dia podem mascarar anemia perniciosa e devem ser

    evitadas

    o Nas gestaes mltiplas, gestantes em uso de anticonvulsivantes e com hemoglobinopatias, iniciar precocemente 1-2 mg/dia.

    O uso de cido flico para preveno de defeitos de tubo neural s se faz adequado se iniciado antes da gravidez (dose 0,4 mg/dia), trs meses antes da concepo e deve ser mantido at, pelo

    menos, 8 semanas de gravidez.

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    2.8. Swab para pesquisa de Streptococcus -hemoltico

    Coleta: 35-37 semanas Swab nico: colher primeiramente da cavidade vaginal e aps da ampola retal (no necessria

    a colocao de espculo para a coleta vaginal)

    Se cultura positiva Antibioticoprofilaxia durante Trabalho de Parto (ver esquema Antibioticoprofilaxia)

    2.9. Corrimentos vaginais

    Realizar exame especular, teste do KOH a 10% e exame a fresco em soro fisiolgico

    2.9.1. Candidase

    Nitrato de isoconazol: creme vaginal sete dias ou vulo vaginal dose nica; Clotrimazol: creme vaginal sete dias ou vulo vaginal dose nica Miconazol: creme vaginal, por 7 dias Nistatina: creme vaginal, 5g intravaginal, 14 dias

    2.9.2. Tricomonase

    Metronidazol: 250mg, VO, 8/8h, sete dias (No utilizar no primeiro trimestre) ou 400 mg, VO, 12/12 h, sete dias.

    Clotrimazol: creme vaginal sete dias ou vulo vaginal dose nica Tratamento do parceiro com dose nica de metronidazol ou secnidazol

    2.9.3. Vaginose bacteriana

    Metronidazol: 250 mg, VO, 8/8h ou 400 mg, VO, 12/12 h, sete dias (No utilizar no primeiro trimestre)

    Clindamicina: 300 mg, VO, 12/12h, sete dias Obs: vaginose bacteriana por Mobilluncus mullieris no responde terapia com metronidazol tratar com clindamicina ou ampicilina.

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    3. CONDUO DO TRABALHO DE PARTO NORMAL

    3.1. GESTAO A TERMO

    3.1.1. Preparo da Paciente em fase ativa do TP

    Tricotomia: NO EST INDICADA DE ROTINA. Em caso de cesariana tricotomia por tonsura apenas no local da inciso de Pfannenstiel;

    Clister intestinal/Fleet enema: NO EST INDICADO DE ROTINA; Banho de chuveiro; Dieta: lquida (preferncia por lquidos aucarados). NO LIBERAR ALIMENTOS COM

    RESDUOS;

    Orientar benefcios das medidas no farmacolgicas para alvio da dor (deambulao, banho, massagem, uso da bola, e outros);

    Verificar existncia de plano de parto e conversar com parturiente e famlia sobre acompanhamento do trabalho de parto.

    3.1.2. Conduo do Trabalho de Parto

    Toque vaginal: dever ser feito pelo preceptor ou residente e acompanhado por um nico aluno, estagirio ou interno, aps informar a parturiente sobre o exame. Lavar SEMPRE as mos antes

    da realizao do toque vaginal. A frequncia dos toques vaginais deve ser orientada pela

    evoluo do trabalho de parto no partograma. Restringir os toques vaginais ao imprescindvel.

    Dinmica Uterina: durante 10 minutos, no mnimo, uma vez a cada hora. Registrar sempre no partograma.

    Ausculta Fetal: realizar, no mnimo, a cada 30 minutos durante o perodo de dilatao. Determinar a frequncia basal, durante e aps a contrao.

    OBRIGATRIO o preenchimento do partograma, com anotaes em todas as avaliaes. Amniotomia

    o NO NECESSRIA SUA REALIZAO DE ROTINA o Pode ser utilizada na conduo de trabalhos de parto com distcia o Para prova de trabalho de parto: recomendada nas nulparas, quando existem dvidas a

    respeito da proporo cfalo-plvica;

    o Toda rotura espontnea de membranas deve ser seguida, imediatamente, de toque; vaginal e ausculta cardiofetal, para verificar possibilidade de prolapso de cordo;

    o Registrar sempre as caractersticas do lquido amnitico (cor e volume); o Contraindicada na gestante HIV-positiva, em prematuros e na apresentao plvica.

    Estimular utilizao de medidas no farmacolgicas para alvio da dor: deambulao, massagem, banho, bola, entre outros. Oferecer analgesia de conduo nos casos de dor intensa, no aliviada

    pelos mtodos no farmacolgicos de controle da dor.

    Informar parturiente, acompanhante e familiares a evoluo do trabalho de parto e todos os procedimentos a serem realizados

    3.1.3. Analgesia Farmacolgica

    A principal indicao de analgesia farmacolgica o desejo materno. Caso as tcnicas no farmacolgicas j tenham sido empregadas e a paciente solicite analgesia, tal solicitao deve ser

    comunicada imediatamente equipe de anestesiologia.

    A peridural continua, caso no haja contraindicaes, dever ser a primeira escolha, mas a seleo final da tcnica de analgesia de responsabilidade do anestesiologista.

    3.1.4. Perodo Expulsivo

    Posio no litotmica, preferencialmente; No existe consenso a respeito da durao mxima do segundo perodo. imprescindvel a

    realizao da ausculta fetal, no mximo, a cada cinco minutos;

    Em caso de estado fetal no tranquilizador ou exausto materna no segundo perodo, avaliar a indicao do frcipe, vcuo-extrator ou cesariana;

    NO REALIZAR manobra de expresso de fundo uterino; Episiotomia: NO INDICADA DE ROTINA A episiotomia (mdio-lateral direita ou esquerda) deve ser indicada na presena de:

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    o Corpo perineal igual ou menor que quatro centmetros o Feto grande; o Necessidade de manobras; o Indicao de frcipe; o Momento oportuno para realizao da episiotomia: polo ceflico no plano + 2 de De

    Lee.

    Favorecer contato pele-a-pele do RN com a me e estimular aleitamento na primeira hora de vida. Se RN vigoroso mant-lo o tempo todo em contato com a me.

    Administrar 10 UI de ocitocina, via intramuscular, aps o desprendimento da cintura escapular fetal (ombros).

    3.1.4. Laqueadura do Cordo

    Em geral, o cordo deve ser laqueado quando cessados os batimentos do mesmo. Aguardar, pelo menos, 60 segundos aps o desprendimento para a realizao da ligadura do cordo. Nas

    pacientes em uso de medicamentos depressores do SNC, sob anestesia geral, na presena de

    circular de cordo, nas gestantes infectadas pelo HIV ou HBsAg positivas a laqueadura dever

    ser imediata. Em casos de fetos de me diabtica com mau controle e fetos com CIUR a

    clampagem precoce pode reduzir o risco de hiperbilirrubinemia neonatal grave.

    3.1.5. Secundamento / Reviso canal parto

    Em geral, a expulso espontnea da placenta se faz no prazo de 10 minutos aps a expulso fetal. Pode-se aguardar at, no mximo, 20 minutos os sinais de desprendimento espontneo da

    placenta. Procede-se ao exame macroscpico da placenta e cordo, com registro dos dados

    observados.

    Reviso do canal de parto: deve ser realizada em todas as pacientes (vagina, colo e cavidade uterina). Em caso de cesariana anterior fazer reviso manual do segmento uterino.

    Tratamento da placenta retida (no acreta): Se aps 20 minutos de observao no surgirem sinais de dequitao, deve-se proceder a extrao manual, seguida de curetagem com a paciente

    sob anestesia. Para o procedimento o profissional deve estar paramentado e campos e luvas

    cirrgicas devem ser trocados. Eventualmente poder ser necessria a utilizao de uma cureta

    fenestrada.

    Episiorrafia: fios categute cromado 00 ou Vicryl (kit obsttrico). Aps a epissiorrafia deve-se realizar toque retal para verificar possibilidade de transfixao da mucosa retal durante a

    sutura e palpao uterina (tnus e volume uterino).

    3.1.6. 4 Perodo do Parto

    Avaliao e registro dos seguintes parmetros, uma hora aps o parto: o Mucosas; o Presso arterial e pulso; o Tnus uterino; o Sangramento vaginal; o Episiorrafia.

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    4. CESARIANA

    4.1. Indicaes

    4.1.2. Maternas

    Absolutas o Cirurgias prvias no tero; o Cesariana de repetio (duas ou mais cesarianas prvias); o Iminncia de rotura uterina; o Sangramento vaginal vultoso com repercusso sobre o feto; o Placenta prvia total (mesmo com feto morto); o Descolamento prematuro da placenta fora do perodo expulsivo; o Desproporo feto-plvica; o Massa obstruindo canal do parto; o Fstulas vesico ou reto-vaginais corrigidas; o Histria pregressa de AVE ou hemorragia intracraniana materna; o Paraplegia durante a gestao; o Estenose, coarctao ou aneurisma de aorta; o Cncer cervical invasor

    Relativas o Uma cesariana anterior, com idade gestacional de 41 semanas e ausncia de TP; o Quando se repete a indicao anterior; o Feto macrossmico, com peso fetal estimado > 4 Kg; o Falha na induo do trabalho de parto; o Distcia de colo ou de contraes.

    4.1.2. Fetais

    Absolutas o Apresentao fetal anmala: face com mento-posterior; o Sofrimento fetal crnico com vitalidade comprometida; o Sofrimento fetal agudo antes do perodo expulsivo; o Prolapso de cordo (quando no se consegue reduo do cordo e/ou verso interna); o Vasa prvia; o Situao transversa; o M formao fetal que determine distcia, por exemplo: hidrocefalia (quando

    contraindicado esvaziamento anteparto), meningocele gigante, hidropisia, teratoma

    sacrococcgeo grande;

    o Herpes genital materno com leses ativas, membranas ntegras, ou tempo de rotura de membranas menor que 4 horas;

    o Gestante infectada pelo HIV com carga viral desconhecida ou superior a 1.000 cpias/ml aps 34 semanas de gestante.

    Relativas o Apresentao fetal plvica em primigestas (quando houver dvidas quanto a proporo

    feto-plvica);

    o Morte fetal habitual idioptica; o Feto em apresentao plvica (idade gestacional entre 27 e 34 semanas); o Anomalias fetais compatveis com a vida, por exemplo, arritmias fetais, defeitos de

    fechamento de tubo neural, onfaloceles grandes.

    4.1.3. Outras Indicaes

    Rotura espontnea de membranas com feto pr-termo e colo imaturo (Ver protocolo especfico); Cesariana em feto morto

    o Desproporo feto-plvica absoluta; o Tumores plvicos impedindo a passagem do feto; o Placenta prvia central; o Deslocamento prematuro da placenta com sangramento volumoso; o Estenose cervical em que as tentativas de dilatao do mesmo so infrutferas ou

    perigosas;

    o Iminncia de rotura uterina; o Contraindicao para a induo do parto; o Cncer invasivo do colo;

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    o Falha na induo; o Infeces intracavitrias que necessitem de histerectomia.

    4.2. Tcnica Operatria

    Tricotomia, por tonsura, da regio supra-pbica o mais prximo possvel do incio da cirurgia. Anestesia: regional (peridural, raquidiana), preferencialmente. Entretanto, cabe ao

    anestesiologista e ao obstetra de comum acordo decidirem o tipo de anestesia mais adequado a

    cada caso.

    Antibioticoprofilaxia: Cefazolina ou Cefalotina (vide protocolo de antimicrobianos) Sonda Vesical - utilizar sondas de alvio ou de demora n 8 ou 10. Em caso de sonda de demora

    retirar aps o trmino da soroterapia.

    Antissepsia com PVP-I degermante e a seguir tpico: o Tcnica de limpeza do abdome: local da inciso abdome para a regio umbilical

    face lateral das coxas face medial das coxas monte de vnus e vulva. o No caso de uso de Clorexidina (CHLOROHEX): limpeza da pele com Clorexidina,

    seguido de limpeza de lcool iodado.

    Colocao de campos cirrgicos estreis. Inciso da pele: Pfannenstiel (preferencial) ou infra-umbilical. Abertura de parede abdominal por planos Histerotomia:

    o Segmentar ou Transversa: histerotomia no segmento inferior do tero. Fechamento em uma camada de sutura contnua.

    o Clssica: A inciso uterina feita no sentido vertical, na linha mdia do corpo uterino. O fechamento da inciso exige duas ou mais camadas de sutura separada ou contnua.

    Histerorrafia: fio Vycril, Dexon ou categute cromado zero Fechamento de peritnio visceral: opcional. Fio categute simples 2-0 Limpeza e reviso da cavidade abdominal Fechamento de peritnio parietal: opcional. Fio categute simples 2-0 Aproximao de msculos retos abdominais: fio Vycril ou Dexon 2-0 Sutura da aponeurose: fio Vycril, Dexon ou categute cromado zero Aproximao do tecido subcutneo: fio Monocryl 3-0 ou categute simples 2-0 Fechamento de pele: fio Mononylon 4-0 (pontos separados ou sutura intradrmica)

    4.3 Observaes

    Descrever no boletim operatrio o ato cirrgico detalhadamente, incluindo aspecto de lquido amnitico, placenta e condies do RN ao nascimento.

    Em casos de suspeita ou presena de infeco da cavidade uterina poder ser feita uma proteo da cavidade peritoneal, suturando o folheto do peritnio parietal ao visceral. Os tempos

    seguintes da operao seguem a tcnica tradicional. Aps fechar a cavidade uterina desfazem-se

    as suturas dos folhetos separadamente.

    DRENOS: Se indicados faz-se a drenagem contralateral inciso cirrgica e no pela mesma.

    4.4. Ps- parto

    Dieta: liberar, preferencialmente lquida/pastosa, aps 4-6hs do ato cirrgico. Em cesarianas sem intercorrncias a dieta pode ser liberada aps o ato cirrgico.

    Curativos: Enfaixar o abdome. Analgsico:

    o Diclofenaco Sdico: 50 mg, via retal, de 8/8 horas se necessrio. Pode no ser necessria a prescrio de anti-inflamatrio no esteroide nas primeiras 24 horas ps-

    parto nos casos que foi feito morfina na bloqueio. No utilizar nas gestantes hipertensas

    em uso de hipotensores e em gestantes com plaquetopenia;

    o Hioscina: uma drgea, VO, 6/6 horas; o Evitar o uso de analgsicos com ao antitrmica.

    Soroterapia: Em geral, prescrever 1.500ml nas primeiras 24 horas, respeitando as contraindicaes.

    Deambulao: Precoce.

  • 11

    5. NORMAS E ROTINAS DO USO DE ANTIBITICOS EM OBSTETRCIA

    5.1. CONSIDERAES GERAIS

    Deve-se obter material para culturas, de acordo com a suspeita diagnstica, para microrganismos aerbios, anaerbios e/ou fungos, de preferncia, antes do incio da antibioticoterapia. Caso a

    paciente j esteja em uso de antibiticos antes do momento da coleta, fornecer essa informao

    no pedido.

    As hemoculturas devero ser sempre obtidas para todas pacientes hospitalizadas com quadro infeccioso sem agente isolado em foco especfico, por meio de coleta de trs amostras de sangue

    (sendo uma para anaerbios, se necessrio) colhidas com intervalo de 1 hora em stios de puno

    diferentes, de preferncia, antes de iniciar a antibioticoterapia.

    A teraputica antimicrobiana no deve ser adiada com o intuito de colher material para culturas nas pacientes com infeces moderadas ou graves. Nesse caso, colher hemoculturas com

    intervalo de 20 minutos para coletas em stios de puno diferentes, sendo pelo menos a primeira

    amostra antes da administrao do antibitico.

    Pacientes imunossuprimidas devero ser submetidas coleta de sangue para hemoculturas no primeiro e segundo dia de tratamento com duas amostras em cada dia, sendo no primeiro dia, se

    possvel, antes da antibioticoterapia.

    A gentamicina ser administrada em dose nica diria, 5mg/kg/dia (mximo 280 mg), EV, devendo ser diluda em 150ml de soro fisiolgico a 0,9% e infundida lentamente (em 40

    minutos).

    A gentamicina administrada por via IM deve ter o volume total dividido e aplicado em msculos diferentes no mesmo horrio (no deve ser ultrapassado o volume de 5 ml em cada local de

    administrao).

    Fazer avaliao das funes renais e hepticas, quando indicado, no incio do tratamento e monitorar as mesmas a cada 3 dias durante o decorrer do tratamento (Ver protocolo especfico)

    Corrigir doses ou avaliar troca de antibitico quando for associado insuficincia renal ou heptica e monitorar nvel srico dos medicamentos nefrotxicos (vancomicina e

    aminoglicosdeo).

    A abordagem cirrgica de cada caso deve ser criteriosamente avaliada e, em alguns casos, parte integrante do tratamento.

    5.2. ANTIBIOTICOPROFILAXIA PARA PARTO

    5.2.1. Indicaes

    Cesariana (indicao absoluta); Parto vaginal situaes com recomendao para uso:

    o Bolsa rota mais de 18 horas; o Uso de frcipe; o Extrao manual de placenta; o Curetagem ps-parto; o Diabetes em uso de insulinoterapia; o Obesidade mrbida (IMC > 40 ou peso atual acima de 100% do peso ideal)*; o Uso de corticoterapia (por mais de 7 dias)*; o Gestante infectada pelo HIV*.

    5.2.2. Esquemas Antimicrobianos

    1a OPO: CEFAZOLINA: 1 grama, EV, na induo da anestesia no caso de cesariana e imediatamente aps a clampagem do cordo umbilical no caso de parto vaginal (DOSE

    NICA). Caso a cesariana se prolongue realizar repique do antimicrobiano (CEFAZOLINA): 1

    grama, EV, a cada 3 horas de procedimento cirrgico.

    2a OPO: CEFALOTINA: 1 grama, EV, na induo da anestesia no caso de cesariana e imediatamente aps a clampagem do cordo umbilical no caso de parto vaginal (DOSE

    NICA). Caso a cesariana se prolongue realizar repique da droga (CEFALOTINA): 1 grama,

    EV, a cada 2 horas de procedimento cirrgico.

    OBS.1: Administrar 2 gramas de Cefazolina ou Cefalotina nos casos abaixo:

    * Obesidade mrbida: IMC > 40 ou peso atual acima de 100% do peso ideal

    * Corticoterapia: uso por mais de 7 dias;

  • 12

    * Gestante infectada pelo HIV

    OBS.2: Pacientes com histria de reaes alrgicas moderadas ou graves s penicilinas e cefalosporinas

    devero receber CLINDAMICINA: 600 mg (DOSE NICA), EV, na induo da anestesia no caso de

    cesariana e imediatamente aps a clampagem do cordo umbilical no caso de parto vaginal. Histria de

    reaes alrgicas com as seguintes manifestaes: eritema ou prurido, urticria, angioedema, edema de

    laringe, sibilos, rinite, hipotenso ou choque contraindicam o uso de beta-lactmicos. As reaes alrgicas

    retardadas (mais de 72 horas), como as erupes morbiliformes (reao alrgicas mais comuns, 80 a 90%

    dos casos) no contraindicam o uso de cefalosporinas para antibioticoprofilaxia.

    OBS.3: Em casos de lacerao completa de reto (inclusive mucosa retal) iniciar imediatamente:

    CLINDAMICINA 600 mg EV 6/6 hs total de 4 doses + GENTAMICINA 5 mg/kg (mximo 280mg) - dose nica. Neste caso no necessrio usar Cefazolina ou Cefalotina.

    5.2.3. ANTIBIOTICOPROFILAXIA PARA ENDOCARDITE BACTERIANA

    PACIENTES DE RISCO o Portadoras de prtese valvar; o Histria de endocardite prvia; o Portadoras de cardiopatias congnitas: PCA, Tetralogia de Fallot, Coarctao da aorta,

    Sndrome de Marfan, CIV;

    o Portadoras de valvulopatia (artica, mitral, tricspide, pulmonar); o Prolapso de vlvula mitral com regurgitao; o Cardiomiopatia hipertrfica o Cateter de nutrio intra-atrial; o Fstula arteriovenosa.

    INDICAES o Parto o Abortamento o Curetagem uterina em presena de infeco plvica: nestes casos, realizar a

    antibioticoprofilaxia para endocardite bacteriana e tratar infeco plvica.

    ESQUEMA ANTIMICROBIANO o Administrar 30 minutos antes do procedimento: AMPICILINA: 2 gramas, EV

    +

    GENTAMICINA: 5 mg/kg (mximo 280mg), EV, em dose nica

    o Administrar mais 1 grama de AMPICILINA, EV, 6 horas aps a dose inicial OBS.1: Nos casos de profilaxia para endocardite bacteriana NO NECESSRIO utilizar cefalotina ou

    cefazolina para antibioticoprofilaxia de parto.

    OBS.2: Nos casos de alergia s penicilinas substituir a AMPICILINA por CLINDAMICINA, 600 mg,

    EV, 1 hora antes do procedimento.

    OBS.3: Para gestantes de risco para endocardite bacteriana submetidas a tratamento dentrio e insero

    ou retirada de DIU, prescrever AMOXICILINA, 2 gramas, VO, 1 hora antes do procedimento. Em caso

    de alergia a AMOXICILINA usar Estearato de Eritromicina 2 gramas, VO, 2 horas antes do

    procedimento.

    5.3. ANTIBIOTICOTERAPIA

    5.3.1. INFECES DO TRATO URINRIO

    Bactria Assintomtica o Diagnstico: Realizar urocultura com antibiograma na primeira consulta. Urocultura

    positiva = pelo menos 100.000 colnias/ml de urina, agente nico.

    o Tratamento: baseado no antibiograma Nitrofurantona: 100 mg, VO, de 6/6 horas , 5 a 7 dias; Cefalexina: 500mg, VO, 6/6 horas, 5 a 7 dias; Cefadroxil: 500 mg, VO, 8/8 horas, 3 a 5 dias ou 1g, VO, 12/12 horas, 5 a 7 dias

    OBS.1: Preferir cefalosporina no ltimo ms de gestao e em mulheres com risco de parto pr-termo.

    OBS.2: se repetio do quadro, ou controle de cura no for negativa repetir tratamento como infeco do

    trato urinrio baixa (7 a 10 dias) e manter profilaxia.

    o Controle de Cura - Repetir urocultura uma semana aps o trmino do tratamento e, se negativa, mensalmente at o trmino da gestao.

  • 13

    5.3.2. Infeco do Trato Urinrio Baixa

    o Diagnstico - Uma urocultura com pelo menos 100.000 colnias/ml de urina, com um nico microrganismo isolado, em paciente sintomtica.

    o Tratamento - Tratar durante 7 a 10 dias, com um dos seguintes esquemas antimicrobianos: Nitrofurantona: 100 mg, VO, de 6/6 horas. Cefalexina: 500 mg, VO, de 6/6 horas; Cefadroxil: 500 mg, VO, 8/8 horas;

    OBS: Preferir cefalosporina no ltimo ms de gestao e em mulheres com risco de parto pr-termo.

    o Controle de Cura - Idem aos casos de bacteriria assintomtica.

    5.3.3. Infeco de Trato Urinrio de Repetio: Aps um segundo episdio de infeco urinria na

    gestao, manter antibitico profiltico (Nitrofurantona, 100 mg/dia, VO) at 2 semanas aps o parto.

    5.3.4. Pielonefrite Aguda

    Medidas Gerais o Internao; o Colher urocultura, de preferncia antes de iniciar a antibioticoterapia; o Colher hemograma completo; o Colher hemocultura, nos casos com repercusso sistmica.

    Tratamento o Comprometimento sistmico moderado

    CEFAZOLINA: 1 grama, EV, de 8/8 horas. Aps 24 horas afebril, substituir por CEFALEXINA, 500 mg, VO, de 6/6 horas ou CEFADROXIL, 500mg, VO, de 8/8/

    horas (ou 1 grama, VO, de 12/12 horas), at completar 10 a 14 dias de tratamento,

    OU CEFALOTINA: 1 grama, EV, de 4/4 horas. Aps 24 horas afebril, substituir por

    CEFALEXINA, 500 mg, VO, de 6/6 horas ou CEFADROXIL, 500mg, VO, de 8/8/

    horas (ou 1 grama, VO, de 12/12 horas), at completar 10 a 14 dias de tratamento.

    o Comprometimento sistmico grave CEFTRIAXONA: 1 grama EV, de 12/12 horas ou 2 gramas, EV, de 24/24 horas

    Aps 24 horas afebril, substituir para 1 grama, IM, a cada 12 horas ou 2 gramas,

    IM, a cada 24 horas at completar 10 a 14 dias de tratamento. Pode-se substituir

    por cefalosporina de 1a gerao se antibiograma mostrar sensibilidade at

    completar 10 a 14 dias de tratamento, OU

    GENTAMICINA: 5 mg/kg, EV, dose nica diria (dose mxima mg). Diluir em 150 ml de SF 0,9% e infundir lentamente (em 30 min). Aps 24 horas afebril,

    substituir por GENTAMICINA, 5 mg/Kg, IM, dose nica diria, at completar 10

    a 14 dias de tratamento.

    OBS: QUANDO NO OCORRER RESPOSTA APS 48 HORAS DE TRATAMENTO EST

    INDICADO:

    Nova urocultura; Avaliao anatmica do trato urinrio (inicialmente com ultrassonografia abdominal); Mudana do esquema antimicrobiano, baseado nos resultados da urocultura e antibiograma.

    Controle de Cura o Idem aos casos de bacteriria assintomtica.

    5.3.5. Pielonefrite recorrente

    A partir do segundo episdio de pielonefrite durante a gestao, manter antibitico profiltico (Nitrofurantona, 100 mg/dia, VO) at 2 semanas aps o parto.

    5.4. ENDOMIOMETRITE PS-PARTO

    5.4.1. Endometrite ps-parto vaginal

    Sem comprometimento sistmico: o AMOXICILINA: 500 mg, VO, de 8/8 horas, durante 7 dias.

    Com comprometimento sistmico: o CLINDAMICINA: 600 mg, EV, de 8/8 horas

    + GENTAMICINA: 5 mg/kg, EV, dose nica

    16

  • 14

    OBS: Aps 24 horas afebril (durao mnima do tratamento dever ser de 24 horas) suspender

    antimicrobianos e observar por mais 24 horas. Se persistir sem febre, alta hospitalar SEM

    antimicrobianos. Controle ambulatorial em sete dias.

    5.4.2. Endometrite ps-cesariana

    Propedutica o Hemograma completo; o Hemoculturas; o Swab do segmento inferior uterino ou do crvix para Gram e cultura para aerbios e

    anaerbios;

    o Pesquisa direta e imunofluorescncia direta para Clamdia e/ou cultura para Clamdia, na dependncia da disponibilidade do laboratrio.

    Tratamento o CLINDAMICINA: 600 mg, EV, de 8/8 horas

    +

    GENTAMICINA: 5 mg/kg, EV, dose nica

    OBS.1: Aps 48 horas afebril (durao mnima do tratamento dever ser de 48 horas) suspender

    antimicrobianos e observar por mais 24 horas. Se persistir sem febre, alta hospitalar SEM

    antimicrobianos. Controle ambulatorial em sete dias. Em caso de reaparecimento de febre reiniciar o

    mesmo esquema venoso;

    OBS.3: Nos casos de persistncia de febre aps 72 horas do incio do antimicrobiano, associar

    AMPICILINA, 1 grama, EV, de 6/6 horas. Se no houver melhora clnica em 48 horas proceder a nova

    investigao diagnstica.

    5.5. ABORTAMENTO INFECTADO

    5.5.1. Propedutica

    Hemograma completo; Hemoculturas; Cultura das secrees para aerbios e anaerbios.

    5.5.2. Tratamento

    CLINDAMICINA: 600 mg, EV, de 8/8 horas +

    GENTAMICINA: 5 mg/kg, EV, dose nica diria

    OBS.1: Aps 48 horas afebril, suspender esquema venoso e iniciar DOXICICLINA 100 mg, VO de 12/12

    horas, por sete dias. Alta Hospitalar se mantiver afebril por mais 24 horas aps a mudana do esquema

    antimicrobiano para oral.

    OBS.2: Nos casos de persistncia de febre aps 72 horas do incio do antimicrobiano est indicada nova

    investigao diagnstica e discusso do esquema de antimicrobiano.

    5.6. INFECO DA FERIDA CIRRGICA

    5.6.1. Propedutica

    Gram e cultura da secreo

    5.6.2. Tratamento

    Infeco de ferida cirrgica superficial (pele e subcutneo) sem comprometimento sistmico o CEFALEXINA, 500 mg, VO, 6/6 horas, por sete dias, OU o CEFADROXIL, 500 mg, VO, de 8/8 horas (ou 1 grama VO, de 12/12 horas), por sete dias;

    Infeco de ferida cirrgica profunda o Internao o CEFAZOLINA, 1 grama, EV, de 8/8 horas OU o CEFALOTINA, 1 grama EV, de 6/6 horas. o Aps 24 horas afebril, substituir por CEFADROXIL, 500 mg, VO, de 8/8 horas, at

    completar sete dias de tratamento.

    5.7. INFECO INTRA-AMNITICA

    5.7.1. Propedutica

    Hemoculturas; Urocultura;

  • 15

    Obteno de lquido amnitico, atravs de amniocentese, para Gram, cultura para aerbios e anaerbios, contagem leucocitria e concentrao de glicose.

    5.7.2. Tratamento

    Deve ser iniciado a antibioticoterapia antes do parto; Dar preferncia, sempre que possvel, ao parto vaginal; Se a antibioticoterapia for iniciada aps a expulso fetal usar esquema padro para endometrite

    ps-cesariana (gentamicina + clindamicina).

    5.7.3. Esquema antimicrobiano

    Se iniciado antes da expulso do feto: PENICILINA G CRISTALINA: 2 milhes de unidades , EV, de 4/4 horas

    +

    GENTAMICINA: 5 mg/kg, EV, dose nica diria.

    OBS.1: Se parto vaginal, aps 24 horas afebril (durao mnima do tratamento de 24 horas), suspender

    antimicrobianos e observar por mais 24 horas. Se persistir sem febre alta hospitalar SEM antimicrobianos.

    Controle ambulatorial em sete dias.

    OBS.2: Se cesariana, aps 48 horas afebril (durao mnima do tratamento de 48 horas), suspender

    antimicrobianos e observar por mais 24 horas. Se persistir sem febre alta hospitalar SEM antimicrobianos.

    Controle ambulatorial em sete dias.

    5.8. MASTITE PUERPERAL

    5. 8.1. Propedutica

    Cultura do leite: considerar positiva quando existir 100.000 ou mais colnias/ml de leite. A amamentao deve ser suspensa quando houver possibilidade de drenagem de secreo ou

    contaminao do leite, pois necessrio tratamento adequado prvio e controle da infeco. A

    amamentao em mama no acometida pode ser continuada

    Nos casos com abscesso: solicitar tambm hemograma, hemoculturas e PCR

    5.8.2. Tratamento

    Sem abscesso: o CEFALEXINA: 500 mg, VO, 6/6 horas, durante 7 dias, OU; o CEFADROXIL: 500 mg, VO, de 8/8 horas (ou 1 grama VO, de 12/12 horas) durante 7 dias,

    OU;

    O ESTEARATO DE ERITROMICINA: 500 mg, VO, de 6/6 horas, durante 7 dias.

    Com abscesso: O Drenagem cirrgica; O Oxacilina: 2 gramas, EV, 6/6 horas; O Clindamicina, 600 mg, 8/8 horas.

    5.9. PREVENO DA SEPSIS NEONATAL POR ESTREPTOCOCO -HEMOLTICO

    5.9.1. Fatores de risco

    Trabalho de parto pr-termo (IG < 37 semanas) Rotura prematura pr-termo das membranas Rotura de membranas (bolsa rota) > 18 hora Febre intraparto (Temperatura axilar > 38o C)

    5.9.2. Rastreamento na gestao

    Swab de material de regio vaginal e anorretal, obtido entre 35 e 37 semanas, para cultura especfica para estreptococo -hemoltico (COLHER APENAS UM SWAB)

    OBS: Nos casos de recm-nascido prvio com sepse precoce ou bacteriria assintomtica ou ITU por

    estreptococo -hemoltico na gestao atual (tratada ou no) no necessrio obter material para cultura, pois a profilaxia est indicada independente do resultado da cultura.

    5.9.3. Indicao de antibioticoprofilaxia para s. Hemoltico

    Todos os casos de cultura positiva, exceo de cesariana eletiva (fora do trabalho de parto e com membranas ntegras);

    Na ausncia de cultura e presena de pelo menos um fator de risco (item5.9.1);

    22

  • 16

    Histria de recm-nascido prvio com sepse precoce, independente do resultado da cultura na gestao atual;

    Bacteriria assintomtica ou ITU por estreptococo -hemoltico na gestao atual (tratada ou no).

    5.9.4. Conduta

    PENICILINA CRISTALINA: 5 milhes de UI, EV, dose de ataque, seguida de 2,5 milhes de UI, EV, a cada 4 horas at o parto.

    Alternativa: Ampicilina, 2g, EV, dose de ataque, seguida de 1,0g, EV, a cada 4 horas at o parto. OBS.1: Nos casos de alergia grave (anafilaxia, angioedema, urticria ou insuficincia respiratria) aps

    uso de Penicilina: CLINDAMICINA, 900 mg, EV, a cada 8 horas at o parto, se disponvel teste de

    sensibilidade. Na ausncia de teste de sensibilidade: VANCOMICINA, 1,0g, EV, a cada 12 horas at o

    parto.

    OBS.2: Nos casos de reaes leves aps uso de Penicilina: CEFAZOLINA, 2,0g, EV, dose de ataque,

    seguida de 1,0g a cada 8 horas at o parto.

    OBS.3: Nos casos de uso de penicilina durante o trabalho de parto, no deve ser realizada profilaxia com

    cefalotina ou cefazolina.

    OBS.4: O intervalo mnimo entre a administrao da penicilina e o parto de 4 horas.

    5.9.5. Conduta no trabalho de parto pr-termo e rotura prematura pr-termo das membrana

    Se cultura no colhida O Colher material de vagina e regio anorretal O Iniciar Penicilina Cristalina O RPPM e Ausncia de TP em 48 horas Interromper Penicilina O TPP inibido Interromper Penicilina O Cultura positiva Reintroduzir Penicilina no intraparto O Se no ocorrer o parto at 4 semanas aps a cultura inicial colher novo material para

    cultura.

    5.10. PNEUMONIA EM GESTANTE

    5.10.1 Suspeita clnica de pneumonia bacteriana:

    CEFTRIAXONA: 1g de 12/12h ou 2g de 24/24h, por 10 a 14 dias

    5.10.2 Suspeita clnica de pneumonia por microrganismos atpicos

    ESTEARATO DE ERITROMICINA: 500 mg, VO, por 10 dias , ou; CLARITOMICINA: 500mg, EV ou VO, 12/12 horas, por 10 dias

    OBS.1: Considerando evoluo clnica, aspectos radiolgicos e laboratoriais, a deciso de manuteno da

    associao dos antimicrobianos ou tratamento apenas com uma droga deve ser discutida com a

    coordenao mdica da unidade e auditoria mdica da CCIH

    OBS.2: Evitar o uso da Claritromicina na primeira metade da gestao.

  • 17

    6. INDUO DO PARTO

    6.1. Conceitos

    Induo: estimular contraes antes do incio espontneo do trabalho de parto Conduo: interferir na qualidade de contraes iniciadas espontaneamente

    6.2. Indicaes

    Maternas: o sndromes hipertensivas o nefropatias o diabetes o outras doenas maternas

    Fetais: o CIUR o Isoimunizao materno-fetal pelo fator Rh o Idade gestacional > 41 semanas o Anomalias congnitas o Rotura de membranas

    6.3. Contraindicaes

    Maternas: o Pelve anmala o Herpes genital ativo o Placenta prvia total o Cirurgia ginecolgica sobre o corpo uterino o Cesariana prvia com inciso clssica (corporal) o Qualquer situao que contraindique o parto vaginal

    Fetais: o Macrossomia (peso fetal estimado > 4Kg) o Apresentaes anmalas o Comprometimento da vitalidade fetal o Algumas anomalias congnitas: defeitos de fechamento de tubo neural e/ou parede

    abdominal com bom prognstico neonatal, tumores fetais que determinem desproporo

    feto-plvica

    OBS: Anotar no pronturio os dados da pelvimetria clnica e a avaliao fetal

    6.4. Determinao das condies do colo

    6.4.1. ndice de Bishop

    Variveis Pontos Atribudos

    0 1 2 3

    Dilatao colo fechado 1 2 cm 3 4 cm > 5 cm

    Apagamento colo 0 30% 40 50% 60 70% > 80%

    Consistncia colo firme mdio macio --

    Posio do colo posterior intermedirio anterior --

    Altura

    apresentao

    -3 -2 -1, 0 +1, +2

    ndice de Bishop > 9: colo favorvel para induo com ocitocina

    ndice de Bishop < 4: colo desfavorvel, necessitando realizar amadurecimento cervical

    ndica de Bishop entre 5 e 8: individualizar, geralmente prefervel promover amadurecimento

    cervical antes do uso da ocitocina

    6.5. Amadurecimento Cervical

    6.5.1. Tcnicas Farmacolgicas

    Prostaglandinas E1 (Misoprostol)

  • 18

    o Via vaginal: 25 g a cada 4-6 horas (prefervel) ou 50 g a cada 6 horas. o Cautela no uso aps 6 doses o Intervalo mnimo de 4 horas entre administrao de misoprostol e infuso de ocitocina o Efeitos colaterais: hiperestimulao, taquissistolia, eliminao de mecnio, febre,

    nuseas, vmitos

    Prostaglandinas E2 (Dinoprostone) o Gel intracervical: 0,5 mg/dose o Gel intravaginal: 2-5 mg/dose o Intervalo mnimo entre a administrao da PGE2 e infuso da ocitocina: 6 horas o Efeitos colaterais: hiperestimulao (mais frequente com gel intravaginal),

    taquissistolia, sofrimento fetal, febre, nuseas, vmitos.

    6.5.2. Tcnica no farmacolgica

    Cateter de Foley o Contraindicaes: insero baixa de placenta, corioamnionite, cesariana corporal

    prvia, rotura prematura de membranas (relativa)

    o Tcnica: a. Gestante em posio de litotomia b. Introduo de espculo vaginal estril c. Antissepsia vaginal com povidine d. Introduo da sonda de Foley n 14 a 26 ultrapassando o orifcio interno do

    colo

    e. Encher o balonete com gua bidestilada ou SF 0,9% - 30 a 80 ml f. Fixar a extremidade distal da sonda de Foley com esparadrapo e tracionar

    atravs de peso (saco de soro de 1.000ml)

    g. Manter a sonda de Foley por 12 a 48hs (o tempo estimado depende da idade gestacional e da paridade)

    h. Caso no seja expulso o cateter, pode-se adicionar ocitocina ao esquema

    6.6. Induo/Conduo com Ocitocina

    6.6.1. Farmacocintica:

    o Resposta uterina 3 a 5 minutos do incio da infuso o Nvel plasmtico estabiliza em 40 minutos o Meia-vida: + 5 minutos

    6.6.2. Cuidados especiais:

    o Usar sempre bomba de infuso o Diluir em soluo salina balanceada o Monitorizao rigorosa das contraes uterinas e condies fetais

    6.6.3 Regimes de Ocitocina

    Regime Dose inicial

    (mU/min)

    Aumento

    (mU/min)

    Intervalo

    (minutos)

    Dose mxima

    (mU/min)

    Baixas doses 0,5 1 1 - 2

    1

    2

    30 40 15

    20

    40

    Altas doses

    6

    6, 3, 1

    15 40

    42

    32

  • 19

    7. HIPEREMESE GRAVDICA

    7.1. Conceito

    Presena de vmitos incoercveis que ocorrem em gestantes no primeiro trimestre da gravidez, prevalecendo entre a 8 semana at a 16 semana e levando a desidratao e desnutrio.

    7.2. Quadro clnico

    Nuseas e vmitos incoercveis; Desidratao (diminuio do turgor e elasticidade da pele, diminuio da reserva salivar e

    lacrimal, olhos encovados, hipotermia, taquicardia, hipotenso e choque hipovolmico);

    Distrbio hidroeletroltico, geralmente do tipo alcalose hipoclormica, em virtude da perda de cido clordrico do suco gstrico. Nos casos mais graves, pode-se observar tambm

    hiponatremia, hipopotassemia e hipomagnesemia;

    Perda ponderal e desnutrio; Hiperbilirrubinemia e elevao das transaminases (achado raro). As transaminases raramente

    ultrapassam 3 a quatro vezes os limites superiores da normalidade e, provavelmente, esto

    elevadas na presena de cetonria.

    Sndrome de Wernick-Korsakoff: presente nos casos muito graves e se manifesta por diminuio do nvel de conscincia e memria, oftalmoplegia, nistagmo horizontal e vertical, ataxia,

    neuropatia perifrica e choque.

    7.3. Diagnstico diferencial

    Gastroenterite Colecistite Pancreatite Hepatite lcera pptica Pielonefrite Esteatose heptica

    7.4. Conduta

    7.4.1. Profilaxia (orientaes dietticas)

    Refeies quentes (evitar as mornas), em pequenas quantidades, no acompanhadas da ingesto simultnea de lquidos;

    Alimentos secos, ricos em carboidratos; Evitar alimentos gordurosos; Lquidos: chs quentes so melhores tolerados que gua, dados em pequenas quantidades entre

    as refeies.

    7.4.2. Internao

    Dieta suspensa; Balano hdrico rigoroso; Peso em jejum diariamente; Dosagens sricas de eletrlitos, hematcrito, ureia, glicose; Dosagens urinrias: cetona, densidade; Iniciar hidratao venosa Prescrever antiemticos, aproveitando o acesso venoso Reposio das vitaminas do complexo B (piridoxinaB6): nos casos de infuso hidroeletroltica

    prolongada e dieta suspensa para evitar a sndrome de Wernick. A dose de 30 mg diariamente.

    31

  • 20

    QUADRO 1 - Avaliao do percentual de perdas

    QUADRO 2 - Sinais de gravidade

    7.3. Hidratao venosa (reposio hidroeletroltica e calrica)

    a via venosa deve ser utilizada, pelo menos, nas primeiras 24 horas; o volume a ser infundido depender da avaliao clnica do percentual de perdas e do peso

    corporal

    7.3.1. Necessidades dirias:

    - gua ----------35 a 45 ml /Kg - sdio --------- 1,5 mEq/Kg - potssio ----- 1 mEq/Kg - cloro --------- 1,5 a 2 mEq/Kg - calorias ------ 15 kcal/Kg

    7.3.2. Balano hdrico:

    - gua endgena -------- 400 600 ml/dia - perdas insensveis----- 800 1200 ml/dia - perdas extraordinrias (causada pela doena de base)

    7.3.2.1. Frmulas: exemplo paciente de 60 Kg volume necessrio: peso corporal x 0,60 x % de perda de lquido corporal

    Ex: 60 x 0,6 x 8 (assintomtica) = 2880 ml

    60 x 0,6 x 8 a 15 (hipotenso) = 2880 a 5400 ml

    60 x 0,6 x 15 (choque) = 5400 ml

    velocidade de infuso nas primeiras 24 horas: - infundir metade do volume necessrio nas primeiras 4 horas e o restante nas outras 20

    horas

    Ex: primeiras 4 horas:

    2880 ml/2 = 1440 ml/4h = 360 ml/h = 120 gts/min

    4000 ml/2 = 2000 ml4/h = 500 ml/h = 160 gts/min

    5400 ml/2 = 2700 ml/4h = 675 ml/h = 220 gts/min

    nas 20 horas restantes:

    1440 ml/20h = 72 ml/h = 25 gts/min

    2000 ml/20h = 100 ml/h = 30 gts/min

    2700 ml/20h = 135 ml/h = 45 gts/min

    7.3.2.2. Reposio de ons:

    Potssio : a. quantidade necessria = (K normal K paciente) x peso corpreo x % gua

    corprea + necessidade diria de K

    b. metade da necessidade total deve ser infundida nas primeiras 4 horas, o restante nas outras 20 horas

    c. infuso mxima diria: para K >2,5 mEq ------------ 20 mEq/h (at 400 mEq/dia)

    < 8% do peso habitual e sem alteraes hemodinmicas = desidratao leve Perda entre 8 a 15% do peso habitual e hipotenso = desidratao moderada > 15% do peso habitual e choque = desidratao grave

    Cetonria Frequncia cardaca acima de 130 bpm Febre persistente Hemorragia retiniana Delrio Ictercia

  • 21

    para K

  • 22

    Solues Fisiolgicas (quantidade de eletrlitos)

    Solues glicosadas (quantidade de glicose em gramas)

    Soro glicosado 10 ml 20 ml 250 ml 500 ml 1000 ml

    SGI 5% - - 12,5 g 25 g 50 g

    SGH 10% - - - 50 g 100 g

    SGH 50% 5 g 10 g - - -

    Solues de eletrlitos

    Soluo Volume Na Cl K HCO3

    NaCl 20% 10 ml 34 mEq 34 mEq - -

    NaCl 10% 10 ml 17 mEq 17 mEq - -

    KCl 10% 10 ml - 13,4 mEq 13,4 mEq -

    NaHCO3 5% 250 ml 0,6 mEq/ml - - 0,6 mEq/ml

    NaHCO38,4% 250 ml 1 mEq/ml - - 1 mEq/ml

    Na+ Cl

    - K

    + Ca

    + HCO3

    -

    SF 0,9%

    (250 ml)

    38 mEq

    SF 0,9%

    (500 ml)

    77 mEq

    SF0,9%

    (1000 ml)

    154 mEq

    Ringer

    (500 ml)

    73,5 mEq 78mEq 2 mEq 2,5 mEq

    Ringer

    (1000 ml)

    147 mEq 156 mEq 4 mEq 5 mEq

    Ringer

    lactato

    (500 ml)

    116,5 mEq 55 mEq 2 mEq 1,5 mEq 14 mEq

    Ringer

    lactato

    (1000ml)

    233 mEq 110 mEq 4 mEq 3 mEq 28 mEq

  • 23

    8. INFECES CONGNITAS

    8.1. Rastreamento Sorolgico Materno no Risco Habitual

    8.1.1. Obrigatrio

    Sfilis (VDRL) Hepatite B (pesquisa de HbsAg ) HIV (Anti-HIV ELISA e Western Blot para confirmao): com consentimento da paciente

    8.1.2. Recomendvel

    Toxoplasmose (IgG e IgM) HTLV 1 e 2

    8.1.3. Em situaes especiais

    Citomegalovrus (IgG e IgM)

    8.2. SFILIS

    8.2.1. VDRL

    dever ser realizado trimestralmente e no momento do parto; VDRL < 1/4: solicitar FTA-ABS ou MHA-TP e repetir VDRL. Na vigncia de tratamento

    prvio adequado, baixos ttulos de VDRL e FTA-ABs ou MHA-TP positivo podem representar

    cicatriz sorolgica. FTA-ABs ou MHA-TP positivo e ttulo de VDRL crescente (variao de

    pelo menos duas titulaes, tratar como sfilis). Na dvida, optar sempre por tratar como sfilis

    na gravidez;

    VDRL > 1/8: Solicitar FTA-ABs ou MHA-TP e novo VDRL e INICIAR tratamento (exceto nas pacientes com colagenoses, que necessitam confirmao com FTA-ABS ou MHA-TP).

    8.2.2. Tratamento

    Sfilis primria: 2.400.000 UI, intramuscular, dose nica; Sfilis recente (< 1ano): 2.400.000 UI, intramuscular, duas doses com intervalo de uma semana

    entre as doses (Total 4.800.000 UI);

    Sfilis tardia (> 1 ano): 2.400.000 UI, intramuscular, trs doses com intervalo de uma semana entre as doses (Total 7.200.000 UI). Em geral o tratamento padro na gestao tratar com

    sfilis tardia.

    Tratar sempre o parceiro

    8.2.3. Controle de cura

    VDRL seriado, mensalmente, at o parto

    8.3. Hepatite B

    8.3.1. Rastreamento

    HbsAg na primeira consulta

    8.3.2. Diagnstico

    Diagnstico ser obtido pela converso sorolgica em paciente assintomtica, pela presena de reao imunolgica sugestiva da doena ou motivada pela suspeita clnica da doena. So

    considerados resultados definitivos de doena materna as seguintes condies:

    Diagnstico HbsAg Anti-HBs Anti-HBc

    IgM

    Anti-HBc

    IgG

    HBeAg Anti-HBe

    Infeco

    aguda

    + ou - - ou + + - - -

    Infeco

    crnica

    + - - + + ou - - ou +

    Imunidade - + - + - +

    + positivo - negativo

    8.3.3. Conduta

    Encaminhar para o especialista para realizao de carga viral e avaliao de uso de antirretroviral na gestao;

  • 24

    Via de parto obsttrica; Gestante HbsAg positivo: recm-nascido dever receber imunoglobulina (nas primeiras 72 horas

    de vida) e vacina contra hepatite B (na primeira semana de vida)

    Aleitamento materno no dever ser suspenso

    8.4. Infeco pelo HIV

    8.4.1. Rastreamento

    dever ser oferecido a todas as gestantes aps aconselhamento pr-teste na primeira consulta de pr-natal

    repetir no terceiro trimestre de gestao

    8.4.2. Diagnstico

    Elisa positivo + Western Blot ou imunofluorescncia positivo

    8.4.3. Conduta

    8.4.3.1. Uso de ART na gestao

    Durante a gestao: o dever ser discutido com o infectologista, levando-se em conta o status imunolgico, a idade

    gestacional e a carga viral da gestante

    o o esquema de eleio HAART

    8.4.3.2. Na parturiente:

    AZT venoso: o Dose de ataque: 2 mg/Kg. Em caso de cesariana eletiva a dose de ataque dever ser

    infundida 3 horas antes do procedimento;

    o Dose de manuteno: 1 mg/Kg/hora

    8.4.3.3. No recm-nascido;

    Iniciar o AZT, via oral, o mais precoce possvel, no primeiro dia de vida Dose: 2 mg/Kg, VO, a cada 6 horas

    8.4.4. Via de parto

    Carga viral (determinada aps 34 semanas) < 1.000 cpias/ml: indicao obsttrica Carga viral (determinada aps 34 semanas) > 1.000 cpias/ml ou desconhecida: cesariana eletiva

    com 38 semanas de gestao

    8.4.5. Aleitamento materno

    contraindicado. enfaixar mamas e prescrever bolsa de gelo imediatamente aps o parto e dose nica de

    cabergolina 1,0 mg, VO, dose nica (2 comprimidos de 0,5mg).

    8.5. Toxoplasmose

    8.5.1. Rastreamento

    Todas as gestantes devero ser orientadas sobre profilaxia (hbitos de boa higiene alimentar) na primeira consulta de pr-natal:

    o Lavagem de mos com gua e sabo antes e aps manipular alimentos ou contato com terra o Evitar contato com terra, vegetais e carnes cruas Uso de luvas o Cuidado com guarda de alimentos (moscas/baratas) o Evitar contato com felinos o Lavar cuidadosamente frutas e vegetais e descasc-los o Ingerir carnes somente se adequadamente cozidas o Ingesto de gua tratada ou fervida

    Dosagem de IgG e IgM especfica na primeira consulta; Pacientes susceptveis: reenfatizar orientao de profilaxia em todas as consultas e repetir

    sorologia mensalmente;

  • 25

    Pacientes imunossuprimidas (HIV positivas, uso de imunossupressores): repetir a sorologia trimestralmente nas com IgG positiva na primeira consulta e mensalmente nas susceptveis.

    8.5.2. Diagnstico

    8.5.2.1. Status Materno

    Marcadores de fase aguda (teis nos casos de IgG e IgM positivas na primeira consulta e idade

    gestacional at 18 semanas)

    IgA um marcador de fase aguda, mas pode ser detectada at por 8-9 meses; IgE produzida somente na fase aguda e, em geral, tem tempo de positividade < 4 meses; IgG de baixa avidez produzida na fase aguda

    o Teste de avidez < 30%: indicativo de infeco recente (< 3 meses); o Teste de avidez > 60%: indicativo de infeco passada (>4-6 meses).

    Na ausncia de disponibilidade de marcadores de fase aguda, comparar titulao de IgG e IgM com intervalo mnimo de 10 dias entre as amostras

    8.5.2.2. Infeco fetal

    a. Amniocentese: pesquisa do parasita (DNA) por meio da PCR (polimerase chain reaction) Indicada nos casos de infeco primria ocorrida antes de 18 semanas de gestao; Deve ser realizada a partir de 18 semanas, respeitando um intervalo mnimo de 4

    semanas entre a provvel poca da infeco e a realizao da amniocentese

    b. Cordocentese Pesquisa do parasita (DNA) por meio da PCR Dosagem de IgM especfica ou total Hemograma fetal: plaquetopenia

    8.5.2.3. Doena fetal

    Ultrassonografia: CIUR, hepatomegalia, calcificaes intracranianas, hidrocefalia, microcefalia

    8.5.3. Tratamento

    Idade gestacional estimada no

    momento da infeco

    Medicamento Doses

    Primeiras 18 semanas

    Obs: manter at o termo se

    afastada infeco fetal

    Espiramicina 1,0g, VO, 8/8h

    Infeco fetal confirmada

    OU

    Soroconverso aps 24 semanas

    Pirimetamina 50mg, VO, 12/12h por 2 dias

    Seguido de 50mg/dia, VO

    Sulfadiazina 75mg/kg, VO seguido de

    50mg/kg, VO, 12/12h (mximo

    4g/dia)

    cido folnico 10-20mg/dia, VO

    * Gestantes em tratamento com esquema para infeco fetal devem ser monitoradas com hemograma

    quinzenal.

    8.6. Citomegalovrus

    8.6.1. Rastreamento

    Dosagem de IgG e IgM especfica na primeira consulta

    Diagnstico IgG IgM

    Imunidade Positiva Negativa

    Infeco aguda Negativa Positiva

    Susceptvel Negativa Negativa

    Infeco recente (?) ou

    IgM residual (?)

    Positiva

    Positiva

  • 26

    8.6.2. Diagnstico

    8.6.2.1. Infeco Materna

    8.6.3. Conduta

    nas pacientes com infeco primria proceder pesquisa de infeco fetal: amniocentese (PCR) e/ou cordocentese (PCR, IgM especfica, hemograma);

    pesquisa de doena fetal: ultrassonografia (microcefalia, CIUR) reinfeco: aconselhamento e avaliar indicao de pesquisa de infeco e/ou doena fetal

    8.7. Infeco pelo HSV

    8.7.1. Classificao

    Infeco primria: primeiro contato com o vrus HSV (anticorpos negativos para HSV-1 e HSV-2);

    Primeiro episdio no primrio: primeiro episdio clinicamente reconhecido, mas mulher com anticorpo positivo mostrando contato prvio;

    Infeco recorrente: infeco clinicamente evidente em indivduo com anticorpo positivo para o vrus

    Obs: A diferenciao entre os tipos clnicos essencial para o aconselhamento correto e totalmente

    dependente do conhecimento do status sorolgico.

    8.7.2. Manifestao clnica

    Leses vesiculares uni ou bilaterais com base eritematosa, dolorosas. Em geral, evoluem para pstulas, ulceraes e resoluo. Em 80% dos casos as leses clinicamente evidentes so

    precedidas por prdromos (ardor local).

    8.7.3. Conduta

    Na presena de prdromos ou de leses sugestivas de HSV no termo a cesariana recomendada. Mulheres com infeco primria no 3 trimestre de gestao tem elevado risco de transmisso do

    HSV para o RN e devem ser aconselhadas sobre benefcio da cesariana na reduo do risco.

    Gestantes com infeces recorrentes devem ser orientadas sobre benefcio do uso de aciclovir ou valaciclovir no ltimo ms de gestao (> 36 semanas) para reduo da carga viral e de

    recorrncia das leses clnicas no momento do parto:

    o Aciclovir 400mg, VO, 3 vezes ao dia OU 200mg, VO, 4 vezes ao dia

    o Valaciclovir 500mg, 2 vezes ao dia

    Gestante sem histria de HSV, mas com parceiro com HSV genital deve ser testada sorologicamente para determinar o risco de adquirir HSV genital. A sorologia deve ser repetida

    entre 32-34 semanas.

    8.8. Infeco pelo HTLV 1 e 2

    8.8.1. Diagnstico

    IgG e IgM (Elisa) para HTLV-1 e HTLV-2

    8.8.2. Conduta

    Gestantes portadoras do HTLV 1 ou 2 devem ser orientadas sobre os riscos de transmisso do vrus pelo aleitamento materno (principal via de transmisso perinatal). A contraindicao ao

    aleitamento materno a nica medida preventiva conhecida para a transmisso perinatal.

    Diagnstico IgG IgM

    Contato prvio Positiva Negativa

    Infeco primria Negativa Positiva

    Susceptvel Negativa Negativa

    Reinfeco Positiva Positiva

  • 27

    9. HEMORRAGIAS DA PRIMEIRA METADE DA GRAVIDEZ

    Toda gestante com relato de sangramento durante a gestao dever ser submetida a exame ginecolgico

    completo, incluindo exame especular, para definio da origem do sangramento: vagina, colo uterino,

    cavidade uterina.

    9.1. ABORTAMENTO

    9.1.1. Conceito

    a interrupo da gravidez por qualquer meio, antes da viabilidade fetal (at 20 semanas e peso inferior a 500 g).

    Obs1: Para fins de emisso de Declarao de bito considerado bito fetal se a gestao teve durao

    igual ou superior a 20 semanas ou o feto apresenta peso igual ou superior a 500g ou estatura igual ou

    superior a 25 cm.

    Obs2: Quando a criana nascer viva e morrer logo aps o nascimento, independentemente da durao da

    gestao, do peso do recm-nascido e do tempo que tenha permanecido vivo obrigatria a emisso da

    Declarao de Nascido-Vivo (DNV) e da Declarao de bito (DO).

    9.1.2. Formas Clnicas

    9.1.2.1. Ameaa de Aborto

    Sintomas: sangramento vaginal discreto que pode ou no estar acompanhado por dor na regio do hipogstrio, em clica, leve.

    Exame Ginecolgico: sangramento discreto, tero com volume compatvel com a idade gestacional e colo fechado.

    Conduta: Repouso relativo e uso de analgsicos, quando necessrio. Aconselha-se abstinncia sexual at duas semanas aps trmino do sangramento. O acompanhamento ultrassonogrfico

    pode estar indicado, mas no necessita ser realizado em carter de urgncia.

    9.1.2.2. Abortamento Iminente

    Sintomas: sangramento vaginal moderado e dor no hipogstrio persistente. Exame ginecolgico: sangramento vaginal moderado podendo ou no apresentar cogulos; o

    tero apresenta-se em tamanho compatvel com a idade gestacional e o colo uterino fechado ou

    amolecido entreaberto.

    Conduta: a mesma anterior, devendo-se internar a paciente conforme volume do sangramento ou intensidade da dor.

    9.1.2.3. Abortamento Inevitvel

    Sintomas: sangramento abundante, perda de lquido amnitico e/ou febre. A dor pode ser de intensidade varivel.

    Exame ginecolgico: rotura das membranas, sinais de infeco intracavitria, dilatao do canal cervical (com dois cm ou mais) e/ou sangramento abundante.

    Conduta: esvaziamento da cavidade uterina.

    9.1.2.4. Abortamento Incompleto

    Sintomas: sangramento persistente, com frequncia aumentada, associado a clicas. Exame ginecolgico: sangramento proveniente da cavidade uterina de intensidade varivel,

    canal cervical geralmente dilatado e tero amolecido e aumentado em volume, geralmente

    menor que a idade gestacional.

    Conduta: esvaziamento da cavidade uterina + antibioticoprofilaxia conforme protocolo.

    9.1.2.5. Abortamento Incompleto Infectado

    Sintomas: febre, dor plvica, secreo vaginal purulenta e ftida. Em casos graves sinais de septicemia.

    Exame ginecolgico: sangramento varivel, secreo purulenta e ftida drenando pelo orifcio externo do colo uterino, tero e anexos dolorosos.

    Conduta: esvaziamento da cavidade uterina precedida do incio da antibioticoterapia (vide protocolo de antimicrobianos na gestao).

    9.1.2.6. Abortamento Retido

  • 28

    Sintomas: remisso dos sintomas subjetivos da gravidez (nuseas, vmitos, mastalgia). Pode haver relato de sangramento prvio com remisso espontnea ou persistncia de sangramento

    tipo borra de caf. Exame ginecolgico: sangramento ausente ou discreto (escuro), tero pequeno para a idade

    gestacional e colo fechado.

    Ultrassom: confirma o diagnstico. Conduta

    o Expectante: aguardar expulso natural; o Esvaziamento da cavidade uterina por AMIU ou curetagem uterina.

    9.1.2.7. Abortamento Completo

    Sintomas: episdio de sangramento abundante acompanhado de clicas e eliminao de produtos da gravidez, seguido de diminuio acentuada ou interrupo do sangramento e dor. Ocorre

    principalmente antes de oito semanas de gestao.

    Exame ginecolgico: sangramento discreto ou ausente, tero involudo, colo uterino fechado. Ultrassom: confirma ausncia de restos embrionrios intracavitrios. Conduta: observao e orientao.

    9.1.2.8. Abortamento Habitual

    Conceito: trs ou mais abortos espontneos consecutivos. o O conceito de perda gestacional recorrente mais amplo e definido por 2 ou mais

    perdas de gravidezes clinicamente reconhecidas por US ou exame histolgico.

    Conduta: a gestante com diagnstico de abortamento de repetio dever receber avaliao ginecolgica e gentica antes de nova concepo. Casos de insuficincia istmo-cervical

    sero tratados pelo mtodo de cerclage, sob anestesia geral e aps esvaziamento da bexiga,

    de preferncia entre 14 e 16 semanas.

    9.1.3. Tcnicas para Esvaziamento Uterino

    9.1.3.1. Cirrgicas

    Dilatao cervical + esvaziamento uterino: Indicada no caso de colo uterino fechado. A dilatao dever ser feita de forma lenta e menos traumtica possvel utilizando laminria e/ou velas de

    Hegar. O esvaziamento uterino poder feito por curetagem uterina ou aspirao a vcuo.

    AMIU (Aspirao Manual Intrauterina): utilizada para gestaes com at 11 semanas de gestao.

    Curetagem uterina Laparotomia: histerotomia ou histerectomia estar indicada em algumas circunstncias, devido a

    doenas como carcinoma do colo (feto invivel + Ca opervel), laceraes e perfuraes do

    tero, processo infeccioso extenso ou na falha de induo clnica durante o segundo trimestre.

    9.1.3.2. Clnicas

    Misoprostol (ver protocolo de feto morto) Ocitocina por via intravenosa (ver protocolo de feto morto)

    9.1.4. Observaes

    Gestantes Rh negativo no sensibilizadas (teste de Coombs indireto negativo) devero receber imunoglobulina humana anti-Rh em caso de aborto ou ameaa de aborto.

    Todo material obtido por curetagem ou AMIU ou eliminado espontaneamente dever ser enviado para estudo anatomopatolgico.

    9.2. GRAVIDEZ ECTPICA

    9.2.1. Diagnstico

    Manifestaes clnicas o Trade clssica (menos de 50% dos casos): atraso menstrual com sangramento

    vaginal irregular + dor plvica ou abdominal + massa anexial dolorosa

    o Associao varivel dos sintomas da trade clssica Exame Fsico

    o Dor plvica no toque bimanual o Massa anexial palpvel

  • 29

    o Sangramento genital o Sinal de Cullen (equimose periumbilical): muito raro

    Exames laboratoriais o Teste de gravidez: -hCG positivo. Nos casos de gravidez ectpica ntegra o

    seguimento seriado do -hCG quantitativo mostra comportamento anmalo (-hCG dobra na gravidez intrauterina normal em mdia a cada 48 horas)

    o Hemoglobina e hematcrito: queda abrupta nos casos de sangramento intraperitoneal significativo e quedas mais discretas em sangramentos de menor

    intensidade

    o Leucograma: geralmente normal, mas pode ocorrer leucocitose significativa. Ultrassonografia

    o Diagnstico de certeza: identificao de feto fora da cavidade uterina

    o Ausncia de gravidez intrauterina (ultrassonografia transvaginal) com -hCG > 1.500 mUI/mL

    o Ausncia de gravidez intrauterina (ultrassonografia abdominal) com -hCG > 6.000 mUI/mL

    Culdocentese o Aspirao de cogulos organizados ou sangue fludo que no coagula

    9.2.2. Tratamento

    9.2.2.1. ndice orientador do tratamento (ndice de Elito-Camano)

    Parmetros Pontuao

    0 1 2

    -hCG (mUI/ml) > 5.000 1.500 5.000 < 1.500

    Aspecto da imagem Embrio vivo Anel tubrio Hematossalpinge

    Dimetro da massa (cm) > 3,0 2,6 3,0 < 2,5

    Doppler colorido Risco elevado

    (IR < 0,45 em mais

    de 2/3 da massa)

    Risco mdio

    (IR < 0,45 em 1/3 a 2/3 da

    massa)

    Risco baixo

    (IR < 0,45 em menos de

    1/3 da massa ou IR >

    0,45)

    Pontuao > 5: 95% sucesso no tratamento clnico

    Pontuao < 5: tratamento clnico contraindicado

    9.2.2.2. Cirrgico

    Laparoscopia: ordenha ou salpingostomia com inciso longitudinal no local da implantao. Salpingectomia se no for possvel a preservao da tuba.

    Laparotomia: nos casos de hipovolemia grave

    9.2.2.3. Clnico

    Metotrexate o Pr-requisitos

    Saco gestacional < 4 cm. O prognstico melhor nos casos de gestao de at 6 semanas, a massa tubria com dimetro mximo de 3,5 cm, o embrio no apresenta

    batimentos cardacos e o -hCG < 15.000 mUI/mL paciente hemodinamicamente estvel, hemograma normal, funo heptica e renal

    normal

    o Dose: 50 mg/m2, intramuscular

    o Seguimento: dosar -hCG no 4o e 7o dia aps o tratamento o Se diferena > 15%, repetir semanal at < 15 mUI/mL o Se diferena < 15%: avaliar repetio da dose de metotrexate ou tratamento cirrgico

    o Se dosagem do -hCG no cair ou atividade cardaca embrionria persistir aps a terceira dose, indicar tratamento cirrgico

    o Se atividade cardaca embrionria persistir no 7o dia aps a primeira dose, indicar tratamento cirrgico.

    Expectante o Pr-requisitos

    Saco gestacional < 4 cm sem evidncias de vitalidade embrionria;

    -hCG inferior a 2.000UI/mL; paciente hemodinamicamente estvel, hemograma normal.

  • 30

    o Seguimento

    Dosar -hCG em 24 horas. Se decrescente repetir a cada 48hs; Realizar ultrassonografia semanal at o desaparecimento da massa

    9.2.2.4. Cuidados associados

    Transfuso de sangue pode estar indicada em casos de hipovolemia significativa; Pacientes Rh negativo no sensibilizadas, devero receber imunoglobulina anti- Rh; Orientar sobre risco de gravidez ectpica em nova gestao e indicao de dosagem de -hCG

    precoce bem como confirmao de localizao da gestao por meio de ultrassonografia em caso

    de atraso menstrual.

    9.3. DOENA TROFOBLSTICA GESTACIONAL

    9.3.1. Conceito

    Espectro de anormalidades proliferativas do trofoblasto relacionadas gestao

    9.3.2. Classificao

    Mola hidatiforme o Completa o Parcial

    Tumores trofoblsticos gestacionais o No metastticos o Metastticos

    baixo risco alto risco

    -hCG inicial > 40.000 mUI/mL

    durao da doena > 4 meses

    metstases em crebro ou fgado

    falha de quimioterapia prvia

    doena aps gestao a termo

    9.3.3 Mola hidatiforme

    9.3.3.1. Caractersticas

    Caractersticas Mola Parcial Mola Completa

    Caritipo Geralmente 69,XXX ou

    69,XXY

    46,XX ou 46,XY

    Patologia

    Feto

    mnio, hemcias fetais

    Edema viloso

    Proliferao trofoblstica

    Geralmente presente

    Geralmente presentes

    Varivel, focal

    Focal, leve a moderada

    Ausente

    Ausente

    Difuso

    Leve a acentuada

    Apresentao clnica

    Diagnstico

    Tamanho uterino

    Cistos teca-lutenicos

    Complicaes

    Doena ps-molar

    Abortamento retido

    Pequeno para IG

    Raros

    Raras

    Menos 5-10%

    Gestao molar

    Varivel

    25-30%

    Frequentes

    20%

    9.3.3.2. Diagnstico

    Sangramento uterino contnuo ou intermitente tero de tamanho desproporcional para a IG Ausncia de partes fetais e batimentos cardacos fetais em teros acima da cicatriz umbilical Dosagem de -hCG maior que a esperada para a faixa da IG Hiperemese gravdica Pr-eclmpsia antes de 24 semanas

  • 31

    Ultrassom: imagem caracterstica na mola completa (favos de mel) e sugestiva na mola parcial (placenta com reas csticas, feto com CIUR simtrico)

    9.3.3.3. Exames solicitados no diagnstico

    Dosagem quantitativa de -hCG Radiografia de trax

    9.3.3.4. Tratamento

    Esvaziamento da cavidade uterina o Vcuo-aspirao seguida de curetagem uterina o Histerotomia: casos excepcionais com tero muito grande o Histerectomia: pacientes com mais de 40 anos e prole definida

    Obs: Pacientes Rh negativo no sensibilizadas, devero receber imunoglobulina anti- Rh aps o

    esvaziamento uterino.

    9.3.3.5. Acompanhamento

    Prevenir gravidez por perodo mnimo de 6 meses aps a negativao do -hCG. Pacientes tratadas com monoquimioterapia devem ter a gravidez evitada por, no mnimo, 1 ano aps

    negativao do -hCG;

    Dosar -hCG semanalmente at 3 dosagens consecutivas negativas. A seguir, dosagens mensais por 6 a 12 meses;

    Exame clnico-ginecolgico seriado.

    9.3.4. Tumor trofoblstico gestacional

    Coriocarcinoma Mola invasiva Tumor trofoblstico de stio placentrio

    9.3.4.1. Diagnstico

    Manifestaes clnicas o Sangramento anormal aps abortamento ou gestao a termo o Ndulo solitrio ou mltiplo na radiografia de trax

    o Nveis persistentes ou ascendentes de -hCG na ausncia de gravidez Exames complementares

    o Tomografia computadorizada de crebro, pulmo, fgado e pelve o Estudo histopatolgico de material de curetagem uterina

    9.3.4.2. Tratamento

    Doena no metasttica ou metasttica de baixo risco: quimioterapia com agente nico Doena trofoblstica de alto risco: quimioterapia combinada

    53

  • 32

    10. SNDROMES HIPERTENSIVAS NA GRAVIDEZ

    10.1. HIPERTENSO ARTERIAL CRNICA

    10.1.1. Conceito

    Hipertenso: identificao de nveis pressricos > 140 x 90 mmHg, em pelo menos duas tomadas, com intervalo de seis horas ou mais.

    Hipertenso arterial crnica (HAC): presena de hipertenso persistente, de qualquer etiologia, antes da 20

    a semana de gestao, na ausncia de doena trofoblstica gestacional. O

    diagnstico de HAC poder ser feito de forma retrospectiva quando a hipertenso persiste alm

    de seis semanas aps o parto.

    10.1.2. Classificao Etiolgica

    Primria ou essencial Secundria

    o Renal

    Parenquimatosa (glomerulonefrite, pielonefrite crnica, nefrite intersticial, rins policsticos)

    Renovascular o Suprarrenal

    Cortical (doena de Cushing, hiperaldosteronismo)

    Medular (feocromocitoma) o Outras (coarctao da aorta, tireotoxicose, lpus eritematoso sistmico, nefropatia diabtica)

    10.1.3. Formas Clnicas

    Leve Moderada Grave Maligna

    PAD 90-99 mmHg 100-109 mmHg > 110 mmHg > 110 mmHg

    PAM < 105 mmHg 105-129 mmHg > 130 mmHg > 130 mmHg

    rea cardaca Normal Aumentada Muito aumentada Muito aumentada

    ECG Normal HVE HVE e isquemia HVE e isquemia

    Fundoscopia Normal ou

    alteraes mnimas

    Alteraes

    espsticas e

    esclerticas

    Alteraes

    espsticas e

    esclerticas,

    hemorragias

    ocasionais,

    exsudatos

    Hemorragia e

    exsudatos,

    papiledema

    Clareamento de

    Creatinina

    > 125 ml/min 90-120 ml/min < 90 ml/min decrescente

    Creatinina srica < 0,8 mg/dl 0,9-1,4 mg/dl > 1,5 mg/dl crescente

    Sintomas/Sinais Ausentes Ausentes Cefaleia,

    palpitao, oligria

    Cefaleia,

    palpitaes, dor

    precordial, sinais de

    encefalopatia e/ou

    ICC, hematria

    10.1.4. Caractersticas de alto risco

    Hipertenso grave: PS > 160 mmHg e/ou PD > 110mmHg

    Hipertenso leve associada a: o Idade materna acima de 40 anos o Durao da hipertenso > 4 anos o Pr-eclmpsia prvia o Doena renal de qualquer etiologia o Cardiomiopatia o Coarctao da aorta o Retinopatia

  • 33

    o Diabetes (classe B a F) o Perda fetal prvia o Doena do colgeno associada a comprometimento vascular o Sndrome de anticorpos fosfolpides

    10.1.5. Exames complementares na HAC

    Forma leve o Creatinina, cido rico, eletrlitos, enzimas hepticas, contagem de plaquetas na 1a

    consulta

    o ECG (ecocardiograma se hipertenso h mais de 4 anos) o Proteinria de 24 horas e clearance de creatinina na 1a consulta o Fundoscopia na 1 consulta o CTG semanal a partir da 34a semana de gestao o Ultrassonografia seriada:

    1o trimestre; determinao da IG pelo CCN, 2o trimestre (20-22 semanas): morfolgico, 28-30 semanas: crescimento e vitalidade 34-35 semanas: crescimento e vitalidade

    o Doppler de artrias uterinas, preferencialmente, entre 11 e 14 semanas e com 26 semanas para aquelas com Doppler de primeiro trimestre alterado ou que no o fizeram

    anteriormente.

    o Doppler arterial fetal a partir de 32-34 semanas

    Forma moderada o Todos os exames anteriores o Ultrassonografia seriada a partir de 30 semanas, com intervalo de 3-4 semanas

    (crescimento e vitalidade)

    o CTG semanal a partir de 32 semanas o Doppler arterial fetal, quinzenal, a partir de 32 semanas

    Forma grave e maligna o Todos os exames anteriores o Exame cardiolgico especializado o Proteinria de 24 horas internao e repetir, pelo menos, uma vez por semana at a

    resoluo da gravidez

    o Clearance de creatinina internao e repetir semanal at resoluo da gravidez o CTG diria. Nos casos de CTG no reativa, realizar imediatamente PBF o Ultrassonografia seriada quinzenal a partir de 24 semanas o Doppler materno (artrias uterinas), preferencialmente, entre 11 e 14 semanas e com 26

    semanas para aquelas com Doppler de primeiro trimestre alterado ou o que no fizeram

    anteriormente. e fetal (artria umbilical e cerebral mdia) a partir de 26 semanas e

    repetido com intervalos individualizados, a critrio clnico

    o Considerar uso de corticoide antenatal para maturao pulmonar entre 26 e 34 semanas, quando houver indicao de interrupo da gravidez (CIUR grave, oligodrmnio

    acentuado, agravamento clnico materno, vitalidade fetal comprometida (PBF < 4,

    distole zero ou reversa de Doppler de artria umbilical, centralizao de fluxo

    dopplervelocimetria)

    10.1.6. Conduta clnica

    Forma leve o Controle pr-natal a cada trs semanas at 28 semanas, a cada duas semanas entre 28 e

    34 semanas e semanal aps 34 semanas;

    o Dieta contendo pelo menos 90 g de protena/dia e 6 g de sal/dia ou 100mEq/dia de sdio (1 tampinha de caneta = 1 g de sal);

    o Medida semanal da PA em nvel ambulatorial; o Contagem dos movimentos fetais (mobilograma) a partir de 34 semanas.

    A gestante deve ser orientada deitar em decbito lateral, preferencialmente esquerdo, e contar os movimentos fetais at alcanar 10 movimentos. A

  • 34

    percepo de 10 movimentos fetais distintos em at 2 horas considerada

    tranquilizadora.

    Forma moderada o Controle pr-natal a cada trs semanas at 26 semanas, quinzenal entre 26 e 34 semanas

    e semanal aps 34 semanas;

    o Dieta como na forma leve; o Medida semanal da PA em nvel ambulatorial; o Contagem dos movimentos fetais (mobilograma) a partir de 32 semanas.

    Forma grave o Internao o Dieta com 2-4 g de sal/dia. Solicitar interconsulta com a Nutrio o Contagem diria dos movimentos fetais em pelo menos dois perodos por dia

    10.1.7. Conduta teraputica

    PA < 160 x 100 mmHg, sem leso de rgos-alvo: CONSIDERAR NO UTILIZAR TERAPIA MEDICAMENTOSA

    PA > 160 x 100 mmHg e/ou leso de rgo-alvo e/ou caracterstica de alto risco: TERAPIA MEDICAMENTOSA

    Obs: nas gestantes com hipertenso arterial e Doppler de artrias uterinas de primeiro trimestre alterado

    introduzir AAS 100mg/dia a partir de 14 semanas de gestao.

    10.1.8. Farmacoterapia

    Objetivo o Pacientes sem leso de rgo-alvo: manter PAD < 100 mmHg o Pacientes com leso de rgo-alvo ou hipertenso de alto risco: manter PAD entre 80 e

    90 mmHg

    Controle medicamentoso ambulatorial o Metildopa: 250 mg, VO, 8/8 horas, aumentando at a dose de 2g/dia. Em algumas

    gestantes a dose mxima pode ser de 3g/dia, desde que a mesma no apresente

    hipotenso postural.

    o Nifedipina (comprimido de liberao lenta): 10-20 mg, VO, at de 6/6 horas (dose mxima 120 mg/dia)

    o Associao metildopa + nifedipina: se a resposta for insuficiente com a monoterapia o -bloqueadores

    Pindolol: 5 a 30mg/dia (at 15mg/dia pode ser dose nica) Propranolol: uso restrito na gestao Atenolol: contraindicado na gestao

    Tratamento da crise hipertensiva (PAS > 160 mmHg ou PAD > 110 mmHg persistente + sintomas)

    o Hidralazina: 5 mg , EV, lenta (10 minutos), repetida a cada 20 minutos, at a presso diastlica ser mantida entre 90-100 mmHg. Monitorizar a PA e o BCF a cada 5

    minutos. Cada ampola de 1 ml contm 20mg de hidralazina (diluir 1ml de hidralazina 20mg em 19 ml de gua destilada. Cada 1ml da soluo contm 1 mg de hidralazina). Dose mxima: 20 mg

    o Nifedipina: 10 mg VO (no usar sublingual). Repetir a dose a cada 30 minutos, at a PD ser mantida entre 90-100 mmHg. Monitorizar a PA e o BCF a cada 5 minutos. Dose

    mxima: 20 mg.

  • 35

    10.2. PR-ECLMPSIA/ECLMPSIA

    10.2.1. Conceito

    Sndrome especfica da gestao, que ocorre em geral aps a 20 semanas de gravidez, caracterizada pela presena de hipertenso e proteinria. Nos casos de hipertenso grave surgida

    aps 20 semanas associada a trombocitopenia (plaquetas

    1,1mg/dL na ausncia de doena renal), edema pulmonar ou distrbios visuais ou cerebrais

    agudos o diagnstico de Pr-eclmpsia grave independe do achado de proteinria.

    Hipertenso: identificao de nveis pressricos > 140 x 90 mmHg, em pelo menos duas tomadas, com intervalo de seis horas ou mais.

    Proteinria definida como excreo urinria de protenas > 0,3 gramas em volume de 24 horas ou anlise em amostra nica mostrando pelo menos 1 +, na ausncia de infeco urinria.

    10.2.2. Formas Clnicas

    No grave Grave Eclmpsia

    PAD < 110mmHg > 110mmHg em geral > 100 mmHg

    PAS < 160mmHg > 160mmHg

    PAM < 126mmHg > 126mmHg

    Volume

    urinrio

    Normal < 600 ml/24h Geralmente oligria

    Sintomas Ausentes Cefaleia, epigastralgia ou dor

    no quadrante superior direito

    persistente e no responsiva

    medicao, fotopsias

    Convulses, coma

    Outros

    achados

    - Hemlise, plaquetopenia

    (plaquetas < 100.000/mm3),

    elevao de enzimas hepticas

    (pelo menos, 2 vezes os

    valores normais), IRA

    progressiva (Cr > 1,1mg/dL),

    edema pulmonar

    CIVD, AVE, pneumonia de

    aspirao. IRpA

    10.2.2 Conduta Clnica

    10.2.2.1. Forma No Grave

    Acompanhamento ambulatorial semanal; Monitorao da PA 2 vezes/semana; Dieta normossdica e hiperproteica (6g de sal/dia e > 80 g de protena/dia) Exames semanais: Hemograma com hematoscopia, enzimas hepticas (TGO, TGP e DHL),

    plaquetas, cido rico, creatinina, proteinria de 24 horas. Os exames devero ser repetidos,

    imediatamente, em caso de qualquer sinal de agravamento materno;

    Fundoscopia e ultrassonografia de artria oftlmica materna(muito teis no diagnstico diferencial);

    Ultrassonografia obsttrica (crescimento fetal) no momento do diagnstico e repetir a cada 2-3 semanas;

    Avaliao do volume de lquido amnitico semanal; Cardiotocografia basal semanal. PBF se CTG hiporreativa ou no reativa; Dopplervelocimetria arterial materna no momento do diagnstico; Dopplerfluxometria fetal (artria umbilical e cerebral mdia) a cada 1-2 semanas.

    10.2.2.2. Forma Grave

    Internao; o Repouso em decbito lateral; o Dieta normossdica (6g de sal/dia) e hiperproteica; o Controle da diurese de 6/6 horas; o Presso arterial de, no mximo, 4/4 horas; o Balano hdrico e peso dirio;

  • 36

    o Proteinria de fita, 1 vez ao dia; Exames complementares

    o Hemograma com hematoscopia e plaquetas; o Enzimas hepticas (TGO, TGP e DHL); o Creatinina e cido rico; o Proteinria de 24 horas; o Fundoscopia e ultrassonografia de artria oftlmica (muito teis no diagnstico

    diferencial);

    o Clearance de creatinina. Obs: Hemograma com plaquetas, enzimas hepticas, creatinina, cido rico devem ser repetidos

    diariamente at interrupo da gestao.

    Anticonvulsivante - Sulfato de Magnsio o Dose de ataque: 4 g a 20 % (8 ml de sulfato de magnsio a 50% em 12 ml de gua

    destilada), EV, lentamente (10 min);

    o Manuteno: repetir a dose de ataque a cada 4 a 6 horas se reflexo patelar presente, diurese superior a 30 ml/h, frequncia respiratria > 16 irpm) OU manter infuso

    contnua (uso obrigatrio de bomba de infuso) de 2g/hora (40ml de sulfato de

    magnsio a 50% - 4 ampolas em 460ml de soro a 20 gotas por minuto 50ml/hora); o Monitorar frequncia respiratria, reflexos patelares e diurese, no mximo, a cada 6

    horas

    Condies mnimas para manuteno do sulfato de magnsio: Diurese superior a 25ml/hora (100ml a cada 4 horas); Reflexo patelar presente; Frequncia respiratria > 12 irpm.

    o Manter o sulfato de magnsio por at 24 horas aps o parto. Obs: Antdoto: Gluconato de clcio 10 ml de soluo a 10 % EV, lentamente.

    Hipotensor o Vide crise hipertensiva

    Avaliao Fetal o Contagem de movimentos fetais (mobilograma) diria; o Cardiotocografia basal diria; o Avaliao do lquido amnitico semanal; o PBF 2 vezes/semana; o Dopplervelocimetria arterial fetal semanal ou a critrio clnico; o Avaliao do crescimento fetal a cada 2 semanas.

    10.2.3. Conduta Obsttrica

    10.2.3.1. Forma No grave

    Resoluo da gestao com 37 semanas; Aguardar, pelo menos, 72 horas ps-parto para alta hospitalar; Ateno especial para restrio do uso de anti-inflamatrios no-esteroides no ps-parto; Garantir retorno para avaliao das condies clnicas maternas 7 a 10 dias aps o parto.

    10.2.3.2. Forma Grave

    Gestao acima de 34 semanas: interrupo pela via apropriada, aps estabilizao materna. Gestao entre 26 a 34 semanas

    o Corticoterapia antenatal antes da interrupo da gestao; o Interrupo, aps estabilizao materna, independente da corticoterapia se:

    Hipertenso grave no controlada;

    Eclampsia;

    Edema pulmonar;

    Descolamento prematuro de placenta;

    Coagulao intravascular disseminada;

    Evidncia de sofrimento fetal;

    Morte fetal.

  • 37

    o A via de parto determinada pela idade gestacional, apresentao fetal, histria obsttrica, condies do colo uterino, condies maternas e condies fetais.

    Gestao com menos de 26 semanas: discutir interrupo da gestao aps estabilizao materna Aguardar, pelo menos, 72 horas ps-parto para alta hospitalar Ateno especial para restrio do uso de anti-inflamatrios no-esteroides no ps-parto; Garantir retorno para avaliao das condies clnicas maternas 7 a 10 dias aps o parto.

    10.2.4. Conduta na Eclmpsia

    10.2.4.1. Medidas iniciais

    Afastar objetos que possam causar leses; Colocar a gestante em local seguro e aguardar que a convulso cesse espontaneamente salvo

    situaes de convulses reentrantes;

    Posicionar a gestante em decbito lateral esquerdo; Aps a convulso inspecionar cavidade oral e aspirar vias areas, se necessrio, mantendo via

    area livre;

    Colocar cnula de Geddel se gestante permanecer inconsciente;