revista paráclito ed. 01 - setembro/2015

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UM NOVO PEN TE COS TES MAIS DE QUATRO DÉCADAS LEVANDO A CULTURA DE PENTECOSTES NA DIOCESE DE OSASCO REVISTA CARISMÁTICA | DIOCESE DE OSASCO ANO 0 « EDIÇÃO 1 » SET/OUT/NOV « 2015 www.rccosasco.com

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Revista Carismática da RCC Osasco

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Page 1: Revista Paráclito Ed. 01 - Setembro/2015

UM NOVOPENTECOSTES

MAIS DE QUATRO DÉCADAS LEVANDO A CULTURA DE PENTECOSTES NA DIOCESE DE OSASCO

REVISTA CARISMÁTICA | DIOCESE DE OSASCOANO 0 « EDIÇÃO 1 » SET/OUT/NOV « 2015

www.rccosasco.com

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S

EDITORIAL

UMÁRIO

O QUE É A REVISTA PARÁCLITO?Lucilene Vila Real, Secretária Geral da RCC Osasco

Se você tem nas mãos este exemplar é muito provável que temos algo em comum: A vida Carismática. Não só amamos a Renovação Carismática Cató-lica, mas temos o desejo de aproximar os irmãos e manter viva na memória a história que temos em comum.

A Revista Paráclito nasceu desse anseio, porém como em tudo na obra de evangelização tivemos dificuldades, mas graças ao incentivo de irmãos como Marcelo Marangon que teve a ideia inicial, Pe. Nilso Motta e equipe do Mi-nistério de Comunicação Social, concluímos o trabalho para glória de Deus.

Juntar fatos, fotos, histórias e acontecimentos não foi uma tarefa fácil, mas a finalização do trabalho mostrou que vale a pena acreditar. Isso nos remete a outro desafio: uma revista periódica que será possível com a união dos Grupos de Oração que serão os maiores beneficiados.

Esta primeira edição é comemorativa e estamos trazendo de volta assun-tos que nos levam a centralidade do carisma fundante da RCC, além disso, a matéria de capa conta sobre a chegada do movimento na Diocese de Osasco com relatos exclusivos, e ainda como foi a conquista do terreno e os primeiros passos para construção da nova Sede da RCC em Barueri.

A revista está recheada de curiosidades e assuntos que podem inclusive ser abordados nos grupos de oração.

A esta altura, não resta mesmo mais a fazer além de ler, e entrar nesta fas-cinante viagem e sentir-se parte dela. Aliás, este é o grande objetivo da Revista Paráclito: introduzir, você leitor, como parte integrante da RCC Osasco.

Boa leitura!

FORMAÇÃO RCC, uma nova primavera ............ 04

HISTÓRIA Elena Guerra, apóstola da devoção ao Espírito Santo ............................... 08

CAPA RCC OSASCO: quatro décadasde muita história ........................... 10 PASTOREIOOs frutos da unidade ..................... 19

ESCRITÓRIO DIOCESANO DA RCC DIOCESE DE OSASCO

Calçada das Orquídeas, 209 – 3º andar Centro Comercial Alphaville – Barueri

(11) 3683-3114 Fax: (11) 3683-6109

[email protected]

COORDENADOR DIOCESANO

José Augusto Aguiar Jr. (Juninho)

COORDENAÇÃO DA REVISTA

Lucilene Villa Real

COLABORADORES Addan Dyego Gicela VianaRenato LoboRodrigo MüllerTatiane Inocêncio

PROJETO GRÁFICO E DIREÇÃO DE ARTE

Enelito Cruz

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:

Margraf Edit. Ind. GráficaAv. Piracema nº 1.092 – Barueri – SP

TIRAGEM

10.000 exemplares

CAPA – FOTOS: ARQUIVOS RCC OSASCO | ANA TEREZA ELIAS | PATRICIA BERTELLA | RODRIGO MÜLLER

PROJETOSRCC em missão ............................ 20

NOVA SEDENossa Casa: uma história que precisa ser contada .................................. 22

ESPIRITUALIDADE Cultura de pentecostes e vida no Espírito ........ 24

DIREÇÃO ESPIRITUALRCC em movimento ...................... 26

10 22 24

DOAÇÃO PARA A RCC

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‘‘C hegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mes-mo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sen-tados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo. (At 2, 1-4)”

O Espírito Santo foi derramado em plenitude sobre os Após-tolos no Cenáculo em Jerusalém. Esse é o cenário da experiência fundante que impulsionou a evangelização até os confins da terra.

“No dia de Pentecostes o Espírito Santo desceu com poder sobre os Apóstolos; teve assim início a missão da Igreja no mundo. O próprio Jesus tinha preparado os Onze para esta missão aparecendo-lhes várias vezes depois da sua ressurreição (cf. At 1, 3). Antes da ascensão ao Céu, ordenou que “não se afastassem de Jerusalém, mas que aguardassem que se cum-prisse a promessa do Pai” (cf. At 1, 4-5); isto é, pediu que per-manecessem juntos para se prepararem para receber o dom do Espírito Santo. E eles reuniram-se em oração com Maria no Cenáculo à espera do acontecimento prometido (cf. At 1,14)”.(Bento XVI, papa. Os movimentos na Igreja. Presença do Es-pírito Santo e esperança para os homens. p.17).

Em toda a sua história a Igreja sempre foi conduzida pelo Espírito Santo, a experiência vivida no Cenáculo é contínua na vida Igreja, São João XXIII falou, em seu tempo, de um “novo Pentecostes”; o Beato Paulo VI foi além e falou de um “perene Pentecostes”, de um Pentecostes contínuo, dizia ele: “A Igreja necessita de seu perene Pentecostes: necessita do fogo no cora-ção, palavra nos lábios, profecia no olhar… A Igreja necessita recuperar o ímpeto, a satisfação, a certeza de sua verdade”.

Ao abrir o Concilio Vaticano II, em 1963 São João XXII rezou:

Uma experiência mais intensa de oração pessoal e coletiva, e de seguir o ensinamento das Escrituras mediante a sua leitura, à luz do mesmo Espírito que inspirou o seu autor

*Pe. Nilso Motta

RCC, uma novaPRIMAVERA

FORMAÇÃO

NO DIA DE PENTECOSTES O ESPÍRITO SANTO

DESCEU COM PODER SOBRE OS

APÓSTOLOS; TEVE ASSIM INÍCIO

A MISSÃO DA IGREJA NO MUNDO. O PRÓPRIO JESUS TINHA PREPARADO

OS ONZE PARA ESTA MISSÃO

APARECENDO-LHES VÁRIAS VEZES DEPOIS DA SUA RESSURREIÇÃO

“Repita-se no povo cristão o espetáculo dos Apóstolos reuni-dos em Jerusalém, depois da as-censão de Jesus ao céu, quando a Igreja nascente se encontrou reunida em comunhão de pen-samento e de oração com Pedro e em torno de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. Digne-se o Divino Espírito escutar da forma mais consoladora a ora-ção que sobe a Ele de todas as partes da terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como de um novo Pentecostes e conceda que a Santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro; Expanda o Reino do Divino Salvador, Reino de Verdade e Justiça, Reino de amor e de paz”.

(cf. At 1, 3)

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Depois do Concilio Vaticano II, que consideravelmente foi um novo pentecostes, fomos surpreendidos com uma graça inesperada, uma surpresa do Espírito Santo não planejada: o surgimento da Renovação Carismática Católica.

Em 1967, um grupo de jovens estudantes da Universidade de Duquesne, nos Estados Unidos, aplicaram-se a reler e a meditar os Atos dos Apóstolos, e a rezar, pedindo a Efusão do Espírito Santo, e lá tiveram uma experiência muito forte da graça divina, tal acontecimento denominado “fim de semana de Duquesne” tornou-se conhecido como o marco inicial da Renovação Carismática na Igreja Católica.

Assim testemunhou Patty Gallagher Mansfield:“Nossa fé se tornou mais viva; nosso crer se converteu em

uma espécie de conhecimento. De repente, o sobrenatural se tornou mais real que o natural. Em uma palavra, Jesus é um ser vivo para nós… A oração e os sacramentos chegaram a ser realmente nosso pão de cada dia, deixando de ser umas genéricas ‘práticas piedosas’. Um amor pelas Escrituras que nunca podia imaginar, uma transformação de nossas relações com os demais, uma necessidade e uma força de dar testemu-nho muito além de toda expectativa: tudo isso chegou a fazer parte de nossa vida. A experiência inicial do batismo do Es-

REPITA-SE NO POVO CRISTÃO O

ESPETÁCULO DOS APÓSTOLOS REUNIDOS

EM JERUSALÉM, DEPOIS DA ASCENSÃO

DE JESUS AO CÉU, QUANDO A IGREJA

NASCENTE SE ENCONTROU REUNIDA

EM COMUNHÃO DE PENSAMENTO E DE

ORAÇÃO COM PEDRO E EM TORNO DE PEDRO,

PASTOR DOS CORDEIROS E DAS

OVELHAS.

pírito não nos proporcionou uma especial emoção externa, mas nossa vida encheu-se de serenidade, confiança, alegria e paz…”.

Os participantes do fim de semana de Duquesne viveram uma experiência pessoal com Jesus, foram batizados no Es-pírito Santo, em pouco tempo essa experiência se espalhou pelo mundo.

A RCC é definida como uma graça de renovação no Espírito Santo, com um cará-ter mundial e muitas expres-sões na Igreja Católica. (cf. estatuto do ICCRS).

Em 1992 João Paulo II disse aos líderes da RCC: “A Reno-vação surgiu nos anos que se seguiram ao Concílio Vaticano

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II, e foi um dom particular do Espírito Santo à Igreja. Foi sinal do desejo que muitos católicos tinham de viver, de maneira mais plena, a sua própria dignidade e vocação batismal, como filhos e filhas adotivas do Pai, de conhecer a força redentora de Cristo, nosso Salvador, numa experiência mais intensa de oração pessoal e coletiva; E de seguir o ensinamento das Escrituras mediante a sua leitura, à luz do mesmo Espírito que inspirou o seu autor.”

Em 1998 novamente disse: “o movimento carismático é um dos grandes frutos do Concílio Vaticano II, que, como um novo Pentecostes, suscitou na vida da Igreja um extraordinario florescimento de agregações e movimentos, particularmente sensíveis à ação do Espírito... e nessa ocasião usou a seguinte expressão: Vós sois um movimento eclesial”.

No pontificado de João Paulo II a RCC foi reconhecida pelo “Conselho Pontifício para os Leigos”, e hoje envolve mais de 120 milhões de católicos em todo o mundo 1.

Segundo São João Paulo II “A Renovação Carismática Ca-tólica tem ajudado muitos cristãos a redescobrirem a presença e o poder do Espírito Santo em suas vidas, na vida da Igreja e do mundo; e esta redescoberta tem levantado neles uma fé em Cristo cheia de alegria, um grande amor pela Igreja e uma generosa dedicação a sua missão evangelizadora.”

No domingo de pentecostes de 2008 o Papa Bento XVI fez um convite a todos, dizendo: “Que nós possamos redescobrir a beleza de ser batizados no Espírito Santo.. Peçamos à Virgem Maria que obtenha também hoje para a Igreja um renovado Pentecostes,

que infunda em todos, de modo especial nos jovens, a alegria de viver e testemunhar o Evangelho”.

O batismo no Espirito Santo é o centro da espiritualidade e missão da RCC. O documento de Mallines assim afirma:

”A Renovação Carismática é da Igreja, está na Igreja e está se estendendo. Conta com todos os indícios de que será uma ex-pressão permanente da vida da Igreja. Portanto, não estamos às voltas com uma moda passageira. A Renovação vê sua base teo-

EM 1992 JOÃO PAULO II DISSE AOS LÍDERES DA RCC: “A RENOVAÇÃO SURGIU NOS ANOS QUE SE SEGUIRAM AO CONCÍLIO VATICANO II, E FOI UM DOM PARTICULAR DO ESPÍRITO SANTO À IGREJA

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lógica como uma renovação da consciência batismal. Sua preocupação é a renovação de toda a vida cristã pelo poder do Espírito Santo, tendo Jesus como Senhor”.

FORMAÇÃO

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Conforme pediu o Papa Bento XVI, a experiência do Batis-mo no Espírito Santo é para todos. Quando disse: “Que pos-samos redescobrir a beleza de ser batizados no Espírito Santo” estava se dirigindo a toda Igreja.

Desde o seu surgimento, a RCC tem na a difusão do Batismo no Espírito Santo e da cultura de Pentecostes o cerne de sua mis-são, levando a pessoa a experiência de “renovação de toda vida cristã pelo poder do Espírito santo, tendo Jesus como Senhor.

Essa experiência é caracterizada por uma renovada consciência de comunhão com o pai, o Filho e o Espírito Santo, um encontro com o Cristo vivo; uma conversão de vida e desejo de santidade; uma nova experiência de louvor e adoração; redescoberta da ora-ção, da Sagrada Escritura e dos Sacramentos; um novo amor pela Igreja, por Maria e os Santos; uma redescoberta dos Carismas, e em particular os “dons espirituais” listados por São Paulo em 1Cor 12, 8-10, esses carismas sempre estiveram presentes na Igreja, na RCC eles aparecem em uma nova abundância; ardor pela evangelização.

Assim se expressa Reinaldo Beserra dos Reis, um dos pio-neiros da RCC no Brasil: “O Magistério da Igreja tem, ao longo desses anos, nos apontado direcionamentos que definem nossa principal missão: tornar o Espírito Santo conhecido e amado para promover a cultura de Pentecostes. O cerne da Espirituali-dade de Pentecostes (nos dada como missão por São João Paulo II em Maio de 2004) é o “batismo no Espírito Santo”, cuja novi-dade, para esses tempos, é a redescoberta de que se caracteriza por uma permanente efusão do Espírito Santo.”

Ainda nesses dias conti-nuamos suplicando essa graça perene e inesgotável para a vida de toda Igreja: “Esperamos em novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; es-peramos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calorosos espaços de oração comunitária que alimen-tem o fogo de um ardor inconti-do e tornem possível um atraen-te testemunho de unidade “para que o mundo creia” (Jo 17,21).” (DocAp 362)

BIBLIOGRAFIA Reinaldo Beserra dos Reis, RENOVAÇÃO CARISMÁTICA UM CONSTANTE DESAFIO, RCCBRASIL, 2013;

Bento XVI, papa. Os movimentos na Igreja. Presença do Espírito Santo e esperança para os homens, LUCERNA, Portugal, 2013; ICCRS, BATISMO NO ESPÍRTITO SANTO, RCCBRASIL, 2013

DESDE O SEU SURGIMENTO, A RCC TEM NA A DIFUSÃO

DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E DA CULTURA DE

PENTECOSTES O CERNE DE SUA

MISSÃO, LEVANDO A PESSOA A

EXPERIÊNCIA DE “RENOVAÇÃO DE

TODA VIDA CRISTÃ PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO,

TENDO JESUS COMO SENHOR

* PE. NILSO APARECIDO MOTTA

PÁROCO DA PARÓQUIA SÃO LUCAS EVANGELISTA EM CARAPICUÍBA-SP1) Dados de quando a RCC celebrou 40 anos

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Uma serva comprometida com a Cultura de Pentecostes

Reinaldo B. Reis

HISTÓRIA

ELENA GUERRA, APÓSTOLA DA DEVOÇÃO AO ESPÍRITO SANTO

osso último século está vivenciando um notável e surpreenden-te despertar da pessoa e da ação do Espírito Santo. Por diversas circunstâncias conjunturais e históricas, os últimos séculos do cristianismo – especialmente no Ocidente – foram marcados por uma espécie de “distanciamento” – de nossa parte! – quanto à devoção, ao estudo, ao culto ao Espírito Santo. E não porque Ele estivesse adormecido, mas porque nós estávamos, por muito tem-po, pouco despertos para com a realidade do Seu operar. Pode-mos considerar como sinais proeminentes desse despertar um evento como o foi o Concílio Vaticano II (e suas consequências) e a efervescência dos novos movimentos de caráter pentecostal que emergiram no seio de um expressivo número de denominações cristãs... E, o que mudou? Não foi por certo o Espírito, que é imu-tável, e permanece como sempre. Mudou, sim a nossa consciência, a nossa percepção a respeito de sua realidade e de sua missão, com uma consequente ampliação de nossa fé expectante no que diz respeito ao Seu operar... Inúmeros acontecimentos, pessoas, circunstâncias serviram de material para que Deus pavimentasse esse caminho de retorno ao Espírito da Promessa que nos foi dado em Pentecostes. Merece destaque – por seu protagonismo e por seu trabalho junto ao Magistério da Igreja, a (hoje) Beata Elena Guerra – uma religiosa da cidade de Lucca, na Itália (1835–1914), que, motivada por inspirações místicas de caráter particular, não só escreveu dezenas de obras em que animava os católicos a “retor-nar ao Espírito Santo para que Ele retornasse a nós”, mas também porque escreveu ao Papa Leão XIII (1810–1903) 13 cartas, em que alertava o Pontífice a respeito da situação de “esquecimento” em que se encontrava, em muitas realidades da vida da Igreja, a pessoa

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do Espírito Santo, instando–o a “tomar medidas enérgicas” que assegurassem ao Espírito o espaço que sempre Lhe fora de direito.

Entre muitas outras coisas, animado pelas considerações da Beata, Leão XXIII promulgou (a 9 de maio de 1897) a primeira Encíclica sobre o Espírito Santo (Divinum Illud Munus), e, a 1°

de janeiro de 1901, abrindo o novo século , dedicou–o ao Espírito Santo, entoando – em nome de toda a Igreja – o hino (do século IX) Veni Creator Spiritus. No dia da beatificação de Elena Guerra (26 de abril de 1959), o Papa João XXIII destacava em sua homilia que “se hoje se ce-lebra com maior solenidade a Novena de Pentecostes, se a tantas almas dóceis aos apelos do Pontífice se abriram novos horizontes de santidade e de apostolado, se deve pensar com gratidão àquela da qual se serviu a Providência para influir no gesto do qual se serviu a Providência para influir no gesto de nosso Predecessor, Leão XIII...”

A despeito dos reconhecidos avanços manifestados no último século em relação à prodigalidade do Espírito, longe estamos – especialmente por nos encontrarmos ainda sob a experiência desse contexto – de poder bem avaliar as proporções que as intuições proféticas de Elena Guerra – e, por conta dela, as iniciativas de Leão XIII – proporcionaram à Igreja de nossos tempos... “Tempos privilegiados do Espírito”, como dizia Paulo VI (E.N.75)... Tempos de consciência de uma “permanente efusão do Es-pírito, bem como de um novo Pentecostes”, como queria Elena Guerra, a “Apóstola da devoção ao Espírito”(como lhe cognominou São João XIII).

INFLUÊNCIA e protagonismo

Em setembro de 2012, com uma estrutura mínima,

mas com uma promessa ardendo no coração, a

RCC Osasco celebrou o Cenáculo Diocesano abrin-

do as portas de seu novo Centro de Evangelização.

Na ocasião, com a presença do Pe. Dudu do RJ

e Ironi Spudaro a relíquia da Beata foi recebida

com honras no lugar dedicado ao seu nome. Os

carismáticos da RCC Osasco puderam se alegrar

com a conquista e pelo fato de receber tão ilustre

presença. Pe. Dudu recordou os ensinamentos da

Beata e confiou toda a obra de evangelização à in-

tercessão de Elena Guerra. Sua voz ainda ecoa em

alto e bom som quando disse: “este lugar será um

centro de irradiação de Pentecostes, daqui as pes-

soas serão batizadas no Espírito Santo e receberão

força, esta força será irradiada para toda a Diocese.”

- Beata Elena Guerra, rogai por nós!

A Beata Elena Guerra tem inspirado a Diocese de Osasco em

muitos trabalhos missionários a partir da espiritualidade de Pentecostes

* REINALDO B. REIS

MEMBRO DO CONSELHO NACIONAL DA RCC BRASIL, FOI UM DOS PIONEIROS DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA NO BRASIL. É AUTOR, ENTRE OUTROS, DO LIVRO: “CELEBRANDO PENTECOSTES”

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D. L

OURDES & D. E

URÍDES

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A

CAPA

Os primeiros servos impactados pelo poder do Espírito Santo e motivados pelo então jovem seminarista norte-americano - hoje, Pe. Eduardo Dougherty (foto) - começaram seus primeiros encontros nas casas, garagens, salões...

RCC OSASCO: QUATRO DÉCADAS DE MUITA HISTÓRIA

Renovação Carismática Católica balançou, sacudiu e, para alguns, virou a Igreja de cabeça para baixo. Mas até que ponto isso é verdade? Que histórias são contadas? Qual foi a experiência dos pioneiros?

Com essas questões saímos a campo. Em nosso caminho: irmãos fascinantes - verdadeiros guerreiros na fé. Relatos de quem teve uma vida transformada. Experiências reais que se multi-plicaram através de iniciativas simples e ajudaram católicos a regressarem para Igreja. Histórias de perseverança, lutas, lágrimas, conquistas e vitórias - fatos de pessoas que foram salvas e se colocaram a serviço para resgatar outros. Irmãos que lutaram por um ideal e acreditaram que algo de extraordinário estava acontecendo na vida da Igreja: Foi o início de um Novo Pentecostes.

Nossos protagonistas falam como aconteceram os primeiros encontros da RCC em Osasco. Dizem a respeito de uma reposta às aspirações mais profundas da alma sedenta do homem que aconteceu num momento oportuno em que a Igreja se norteava por ideologias contrárias aos anseios dos batizados. Levou-os a viver uma fé expectante através do anúncio querigmático a ponto de muitos relatarem que após a experiência do Batismo no Espírito Santo puderam sentir um amor profundo por Jesus, um maior gosto pela leitura da Sagrada Escritura, um desejo de comunhão com Deus na oração e, sobretudo, uma vontade de viver a santidade proposta pelos sacramentos da Igreja.

Poucos conhecem a história do movimento e nós, nesta matéria, não iremos contar tudo, podem acreditar! Foram meses percorrendo as cidades da Diocese. Em cada casa um relato, um caminho, uma trajetória e que no final fez todo o sentido.

Os primeiros servos impactados pelo poder do Espírito Santo e motivados pelo então jovem seminarista norte-americano (hoje, Pe. Eduardo Dougherty) começaram seus primeiros en-contros nas casas, garagens, salões... Segundo eles, não podiam se expressar livremente porque causavam estranheza aos que os ouviam, mas, mesmo assim, arrastavam dezenas de pessoas que iam se multiplicando e se juntando aos “loucos de Deus”, que movidos pelo Espírito Santo, mostravam-se cada vez mais apaixonados por Jesus.

Em conversas com irmãos com mais de 30 ou 40 anos de vivência do Batismo no Espírito Santo percebemos como se sentem felizes por terem participado desse momento importante da Igreja e da Diocese de Osasco. Acreditam que o futuro da RCC está nas mãos dos jovens, que com sua força, devem ajudar o Movimento Carismático a renovar os que já foram “renovados”, transformar os que ainda estão relutantes e levar o Evangelho aos que ainda não conhecem.

Um homem para saber aonde quer chegar, precisa saber de onde veio e onde está no momen-

Relatos histórico e testemunhal do dramático início da Renovação Carismática Católica na Diocese de Osasco

Por Lucilene Vila Real e Renato Lobo

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to de sua vida, por isso, fomos a fundo para apresentar a você que faz parte da RCC Osasco, a história dos carismáticos desta Diocese, a minha, a sua, a nossa história. Senhoras e senhores apertem os cintos e nos deem as mãos, vamos juntos trilhar esta fascinante aventura de fé.

O início

Começamos reproduzindo trechos do relato de um Sa-cerdote - aquele seminarista de 1969, o nosso amado Padre Eduardo Doherty. Gravamos este relato nas instalações de sua obra, a Rede Século 21 em Valinhos.

“Eu sou o padre Eduardo Dogherty. Louvo e agradeço a Deus por todas as maravilhas que Deus fez na minha vida. Foi em 15 de março de 1969 que eu fui batizado, mergulhado no Espírito Santo.

Estava estudando no Canadá e ouvi falar de uma Renovação Carismática... fui aos Estados Unidos, à Mi-chigan, e lá um grupo de jovens impuseram as mãos na minha cabeça. Eu louvo e agradeço a Deus por isso porque minha vida mudou - foi antes de ser sacerdote... Em junho de 1969 vim para o Brasil e orei com padre

Haroldo Rahm em Campinas.Naquele tempo, 1969, na paróquia da Vila São José em

Osasco estive com Padre Jack Vessels. Foi uma passagem rápida, pois precisei voltar para terminar os estudos nos

Estados Unidos. Após minha ordenação voltei para Osasco em 1972, morei na Vila São José de 72 a 77. Ali comecei a re-zar com pessoas e a pedir o batismo no Espírito Santo através de retiros. Lembro-me muito bem de Vila Yara, Vila São José, Vila Airosa, Jd. Mutinga. Lembro-me de impor as mãos nas pessoas, orar por elas, exortá-las a ceder ao dom de línguas. Foram muitos retiros...

No ano de 1973, em Campinas, fizemos o primeiro Con-gresso Nacional da RCC. Eu trouxe Pe. De Grandis em 73, 74, 75. Ele esteve em Osasco e a metodologia de Pe. De Grandis é a seguinte: Você fala sobre batismo e reza pelo batismo, fala de dom de línguas e ora por dom de línguas e ajuda as pessoas a ceder ao dom de línguas, a mesma coisa com profecia, sabe-doria, ciência, fé.”

Diante desse testemunho, começamos a entender as gra-ças e maravilhas que viriam nas décadas seguintes e com

essas informações chegamos à conclusão que as primeiras sementes lançadas em 1969 deram início as orações nas

casas, visitas, encontros e até Cenáculos (em estádios na Cidade de São Paulo e no Ginásio José Liberatti

em Osasco). O primeiro grupo de oração foi formado na Vila São José, fruto da estadia do Pe. Eduardo

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no Seminário São José. Dona Maria de Lourdes da Vila Yara/Osasco que o acompanhou, hoje conta seus 83 anos. Ela nos ajudou narrando um pouco dessa experiência. Lúcida e bem resolvida em sua vida espiritual, D. Lourdes diz:

“No início, as pessoas foram convidadas a participar de grupos de oração, não se tratava de grupos como entendemos hoje, as pessoas iam às casas, cantavam alegremente, batiam palmas, oravam e exercitavam os dons carismáticos. Iam pelas ruas e pregavam o evangelho.”

Com o crescimento do povo, os encontros passaram a ser feitos nas paróquias e comunidades, primeiro na Vila São José e Vila Yara, posteriormente no bairro do Jd. Das Flores e São Vitor, todos em Osasco.

D. Lourdes, falou sobre a experiência que teve com o Es-pírito Santo através do Pe. Eduardo em 1970. Até mostra or-gulhosa, uma foto da ordenação sacerdotal do padre que por algum tempo a acompanhou nos retiros, encontros e cenáculos na cidade de São Paulo. Contou-nos também como foi beber dessa primeira fonte.

Lembrando-se de irmãos que não estão mais entre nós, falando sobre as experiências que marcaram sua vida, D. Lourdes emocionada professou seu amor pela Igreja de Cris-to, pela Eucaristia e pelo Papa, dizendo: ‘esse amor foi des-pertado a partir de um encontro pessoal com Jesus através da Renovação Carismática’.

Com a D. Lourdes, outro ilustre senhor desbravou esse cam-po na cidade de Osasco, foi o Sr. Francisco que hoje esnoba saú-de e afirma serem 88 anos bem vividos. A equipe de reportagem da Revista Paráclito esteve em sua casa e teve a oportunidade de conversar com ele.

O Sr. Francisco mora hoje com sua filha e tem muita história pra contar. Segundo ele, enquanto caminhava com o Pe. Eduar-do teve uma experiência que também transformou sua vida. Foi impactado pelo Espírito Santo e muitas vezes chamado de louco pelos padres e pelos irmãos de comunidade. Foi perseguido, não compreendido, mas mesmo assim ajudou a formar outras comunidades e realizou trabalhos de evangelização no qual se lembra com muito carinho. Sr. Francisco só lamenta muito o encerramento do seu GO na Vila Yara que hoje não acontece mais. Disse que foi a duras penas que conseguiram formar o grupo e por conta de dificuldades pessoais o grupo acabou.

Outra personagem procurada pela equipe da Revista foi a D. Madalena (Jd. das Flores - Paróquia Espírito Santo). Ela nos contou que nas vigílias e orações no monte, realizadas em Barueri, o Senhor prometia àquele povo uma terra que manaria leite e mel. Anos depois, ela identificou que o terreno em que oravam há quase trinta anos atrás é o mesmo das instalações da Nossa Casa Nossa Benção hoje. É ou não algo extraordinário?!

D. Madalena contou de fatos importantes lembrando-se

também do Sr. Toninho que teve o desprendimento de ajudar na abertura de diversos grupos de oração, sendo o primeiro no Jd. das Flores: ‘O Sr. Toninho ia nos encontros em Campinas e trazia os ensinamentos para serem multiplicados entre os grupos que iam se formando’. Pouco se sabe sobre o Sr. Toninho, pois Deus o chamou muito cedo e quase nada se deixou registrado desse início, somente essa lembrança de sua breve passagem pela Renovação e a grande contribuição para o movimento.

Em 1980, o movimento já estava bem consolidado e já havia coordenadores numa estrutura um pouco mais organizada. Lembramos com carinho de nossos primeiros coordenadores diocesanos: Roque, já falecido e Aloísio, homens simples que amavam Jesus e a RCC. Nesse período ficaram evidentes as perseguições, porém nessa época foi onde aconteceu o período de maior crescimento nas casas e creches. Os grupos sendo formados nas cidades da Diocese foram se consolidando, mas poucos grupos de oração se reuniam nas Igrejas. Destacamos nesse período o Padre Paulo Link (Com. São Vicente) que rece-beu de braços abertos os membros dos Grupos de Carapicuíba e os manteve num período bem complicado, a partir dali foi formado o GO “Unidos do Senhor Jesus” (Paróquia São Lucas) que é considerado o primeiro grupo da Cidade.

Na região de São Roque não era diferente, como relata o Sr. Geninho: “Começamos na Igreja de São Benedito, depois o grupo foi crescendo e a igrejinha já não comportava, foi quando mudou para o colégio São José, lá era um depósito de coisas velhas. Nós reformamos, arrumamos a iluminação e montamos um som e o Grupo começou a se reunir lá até a chegada do Padre João que os trouxe de volta para Matriz.”

Pioneiros conduzidos pelo Espírito Santo levaram a expe-riência de pentecostes a todos locais e a todo tipo de pessoa. Para eles não haviam doentes que não poderiam ser curados, nem limites que não poderiam ser ultrapassados, não tinham medo do perigo das ruas e por muitas vezes entravam em fave-las, e pontos de droga para levar os que a sociedade considerava os piores aos retiros da RCC.

Aliás, os relatos dos retiros são histórias a parte: ônibus lotados de jovens com traficantes armados, drogados, prosti-tutas, andarilhos – alguns fugindo de opositores ou indo como forma de desafio. Mas, ao final de cada retiro, eram pessoas transformadas, literalmente modificadas pela graça de Deus. Sempre lembrando que antes e durante cada um desses retiros havia intercessores e servos do grupo em incessante oração. Essa era a maneira que venciam as batalhas, com a oração e joelho no chão!

Além dos retiros havia os Cenáculos com Pe. Eduardo Dogherty, Pe. Jonas Abib, Pe. Alberto Gambarini, Tia Lau-ra - Estamos falando da década de 80 - Milagres e prodígios aconteciam! Todos que estavam nesses encontros viam a obra

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de Deus de forma sobrenatural. Paralíticos andavam, surdos ouviam, enfermos eram curados. Sem contar as mais incríveis curas espirituais: pessoas que naqueles encontros davam uma primeira oportunidade para o Senhor entrar em suas vidas.

E assim foi, de formação em formação, cenáculo em cená-culo, os grupos foram sendo criados e a palavra de Deus sendo propagada nas Cidades. Os milagres acompanhavam a gente!

Relata D. MadalenaUm fato importante no meio da história, em 1989 acon-

teceu a criação da Diocese de Osasco, anteriormente cha-mada de Região Episcopal Osasco da Arquidiocese de São Paulo.

Os desafios em tempos difíceis

Como fogo na palha seca, os testemunhos e histórias eram espalhados por pessoas que recebiam curas e eram transformadas pelo evangelho levando suas experiên-cias para as paróquias. Com isso, os grupos começaram a ser formados e o movimento ganhava corpo, porém, com a exposição, começaram as críticas, as perseguições, muitas delas por pessoas de dentro da igreja que devido

ao desconhecimento e desconfiança taxavam o movimen-to de ‘um bando de doidos’, crentes disfarçados dentro da

igreja (crentes aqui são o que chamamos de evangélicos), além de acusações para deturpar a Fé Católica.

Naquele período havia uma efervescência política, em que os “renovados” contrariavam: os “teólogos da libertação”. A radicalidade vivida por aquelas pessoas, foco em Jesus e nada mais, os deixavam avessos às questões políticas e até acadê-micas, não havia possibilidade de unir a fé e questões sociais.

Esse período difícil durou do início dos anos de 1980 até agora a pouco em 2000. Foram cerca de vinte anos de muita luta, joelho no chão, louvor, novenas e rosários. As pessoas foram literalmente expulsas, impedidas de utilizar qualquer ins-talação nas paróquias. E quando os grupos cresciam nas casas, garagens e creches, alguns sacerdotes criticavam e vetavam os membros mais conhecidos. Em um dos relatos mais marcantes e dolorosos, D. Lourdes (São Vitor) nos contou que ela e mais alguns membros tiveram a Santa Eucaristia negada e foram obrigados a sair da procissão de comunhão.

Segundo o Sr. Joaquim (Carapicuíba) uma das pessoas que mais lutou e sofreu as perseguições foi o Sr. Albino, um

homem de Deus e grande profeta. Incansavelmente levou a Palavra do Senhor a muitos locais e defendeu a vida

carismática. Deixou saudades e marcas profundas de sua evangelização.

Uma história contada por D. Madalena foi sobre o dia em que o padre informou que o

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grupo estava suspenso por tempo indeterminado, era 1983 e retornou depois de muita oração de cerco (orações e rosários em volta da Paróquia) em 1994.

Cada um sabia da cruz que deveria carregar, mas firmes em oração e comunhão com a Igreja, participavam das Missas e trabalhos pastorais. Mas nem todos. Ailton Oliveira (Par. SP da Cruz) que é membro da RCC há 35 anos conta sobre irmãos de caminhada que deixaram o movimento relatando tristes fatos da migração para igrejas protestantes: ‘Irmãos queridos que não suportaram a perseguição ou não entenderam porque estavam fora das Igrejas e se desviaram do caminho’, lamenta.

O crescimento e estruturação da RCC Osasco

Na década de 90 a Renovação Carismática foi convidada a viver um novo tempo com a Ofensiva Nacional que propunha um mutirão de formação com o propósito de uniformidade e estrutura do movimento no Brasil. Foi nesse período que Albi-

no, Marcos, junto com Nelino e mais alguns irmãos fundaram a Associação Triunfo de Deus em 1992. Foi o início da organiza-ção do escritório diocesano que se estabeleceu na Rua Euclides da Cunha no centro de Osasco. Além da parceria com Augusto para funcionar uma livraria no local, com a provação do bispo, foi possível instalar uma capela com o santíssimo sacramento e até uma secretária foi contratada para atender os coordenadores de grupo. As orações, intercessões, atendimento de oração, aulas de música, reuniões, e assembleias eram frequentes. Todos os finais da semana aconteciam encontros e formações naquela sede, que aos poucos foi ficando pequena.

O primeiro estatuto da Associação Triunfo de Deus, órgão que representava juridicamente o movimento em Osasco foi datado de 08/12/1992. A partir de então a cada 3 anos havia eleição para uma nova coordenação. Destacamos aqui o histó-rico do acervo do escritório e a presença marcante de homens e mulheres que ajudaram a construir a história na diocese. Os pioneiros dessa nova estrutura foram: Albino Cunha, Nelino

XVII Cenáculo Evangelizar no Estádio do Pacaembu nos anos 90

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Siquera, D.Maria e Sr. Ovidio Marqui, Marcos Ferri, Sr. Luciano Polaz e Rogerio Santos, esses irmãos conduzidos pelo Espírito Santo trouxeram ao movimento ares de renovação. Lutaram com afinco e fervor dando suas vidas para estabelecer o movi-mento na diocese. Levou o povo a pastos verdejantes, e a fontes seguras da espiritualidade carismática. Como se esquecer de suas lutas para defender os grupos de oração, para formar os

servos e administrar o patrimônio da RCC Osasco. Foram tempos difíceis que contabilizaram numa renovação mais

estruturada que estava pronta para desbravar os desafios do próximo século.

Os frutos visíveis

A partir do início dos anos 2000, as paróquias aos poucos foram abrindo as portas. Uma grande motivação para o movimento que rapidamente passou de 50 para 150 grupos de Oração na Diocese.

Essa abertura deve-se aos frutos daquele período. Além dos padres que iam sendo reavivados pelo Espírito Santo, foi um período onde as vocações afloravam e di-versos jovens tiveram suas vidas mudadas e direcionadas

ao caminho sacerdotal. Quantos Sacerdotes de hoje que foram impactados pelos grupos daquele período?

Depois da tempestade vem a bonança! E naquele pe-ríodo começou a surgir uma juventude santa. Jovens que

mesmo em meio ao furacão perseveraram com vigor e aben-çoados seguiram seu chamado. Dentre os mais diversos, chamamos atenção a dois que estão bem próximos de nós e foram relatados em quase todas as entrevistas: Padre Nilso Motta e o Padre José Eduardo. Os dois, desde adolescentes caminharam nos grupos de oração, intercedendo e levando a palavra com fidelidade. Quantos como eles não conhecemos hoje? São filhos da experiência de Pentecostes e exemplos de como o Senhor age.

Nossa Diocese tronou-se um celeiro de vocações. Pregado-res, músicos, ministros de louvor, missionários, formadores e irmãos que se comprometeram efetivamente na evangelização e fidelidade com a Igreja de Cristo. No início eram três pessoas numa casa na Vila São José, hoje são 177 grupos de oração com aproximadamente 2000 servos, nas 6 Regiões Pastorais e nas 12 Cidades da Diocese de Osasco.

A nossa história contada nos dias atuais

Trajetórias, biografias, ganhos, perdas, início, re-começo. Dias que tinham tudo para serem frios,

mas que deixaram escapar o amor, a obediência e a vivência fraterna.

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Jesus pode ser o Senhor das nossas vidas com apenas uma re-ferência de humildade. A prova viva é que os últimos momentos são os melhores momentos, os mais genuínos, que representam a essência principalmente quando se sabe agradecer, perdoar, agregar, e porque não: sonhar até o último momento.

A nossa história não é medida pela quantidade de dias, mas sim pelo conteúdo de cada segundo. Aprendemos a valorizar o que se tem hoje: A estrutura estabelecida, o Espaço Elena Guerra, o escritório diocesano, meios de comunicação livres, um lugar no Corpo Místico de Cristo.

Além da estrutura, a disponibilidade e as portas abertas pelo clero, acontecem todos os dias da semana pelo menos um grupo de oração em cada cidade desta diocese, não sendo mais neces-sário colocar um cartaz meio escondido para indicar quando e aonde seria a próxima reunião de oração, como relatou D. Lourdes (São Vitor).

Há um cenário aparentemente favorável à evangelização, porém o improvável parece ter acontecido: Muitos deixaram de viver o protagonismo missionário da RCC que lhe é inerente. Todos os relatos de nossos entrevistados apontam para uma Renovação em saída, que não se preocupava com a estrutura física e sim com a evangelização, não se intimidava com as portas fechadas, mas buscava novas possibilidades.

Reconhecimento

A sensação de dever cumprido é o marco de nossos protago-nistas, porém com a impressão de não ter feito tudo o que deve-

ria - sempre se achando devedor. E aqueles que não estão mais aqui para contar essa história?... Sem problemas, a história se encarregou de contar sobre suas vidas, suas lágrimas, suas lutas. Talvez não conseguiram ver o que nós vemos, mas de alguma forma foram sementes que germinaram no solo fecundo desta diocese. Agradecemos a Deus por eles, pioneiros tombados como patrimônio histórico deste movimento, somos gratos por suas vidas gastas por um ideal: A implantação da Cultura de Pentecostes. Como se esquecer de Albino Cunha (Rochdalle), Sr. Luciano (Jandira), Dona Maria, Sr. Toninho e tantos outros irmãos que adormeceram em Cristo?

Agradecemos também a Deus pelas vidas de todos que fa-zem parte desta história maravilhosa, não uma história contada a partir de um escritor renomado, mas por pessoas simples que unanimemente dizem ter feito uma experiência do amor de Deus e todos afirmam terem sido batizados no Espírito Santo.

Agradecemos ao Juninho (atual Coordenador RCC Osasco) que deu total liberdade para escrevermos essa matéria e pela colaboração da Adenilda, secretaria do escritório diocesano, que também já faz parte do patrimônio da RCC e teve o cuidado e amor em apresentar-nos o acervo do movimento.

Agradecimento especial vai para os padres que nos momentos mais difíceis abriram as portas das igrejas para o povo de Deus.

Por fim tomamos a liberdade de listar nomes citados nas entrevistas e levantamentos, alguns não ouvidos pessoalmen-te. Você que lê este texto e conhece algumas dessas pessoas, dê um grande abraço nelas como forma de agradecimento e reconhecimento pela obra que ajudaram a construir.

Da esquerda para à direita: Lucilene, Sr. Albino, D. Lourdes, D. Eurides, Sr. Geninho, Sr. Joaquim, Sr. Francisco (Munhoz) e Rogério Santos

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Pioneiros da RCC Osasco:

Dona Lourdes (Vila Yara) Sr. Joaquim Oliveira (Carapicuíba)Sr. Francisco (Vila Yara) Sr. José Herculano (Carapicuíba)Edivaldo José Barboza (São Paulo da Cruz) D. Lourdes Neves (Carapicuíba)Dona Lourdes (São Vitor) Sr. Adão (Carapicuíba)Dona Eurides (São Vitor) Sr. Geninho (São Roque)Ailton de Oliveira (São Paulo Cruz) Sr. Francisco (Munhoz)Dona Madalena (Jd. das Flores) Pe. Paulo LinkSoninha (Santa Luzia)Pe. Leo (Piratininga)Antonieta (Imaculada Conceição) Pe. Geraldo(✞)Zico (Carapicuíba) Pe. Sérgio (Imaculada)

1971 a 1990 Não se tem registro, porém durante esse perído quem esteve a frente da RCC foram: Sr. Toninho(✞), depois Roque(✞) e Aloisio

1991 a 1994 Albino Cunha(✞) e Marcos Ferri

1995 a 1996 Maria Marqui(✞) e Marcos Ferri

1997 a 2000 Nelino Siqueira e Luciano Polaz(✞)

2001 a 2003 Albino Cunnha(✞) e Rogério Santos

2004 a 2006 Rogério Santos e Carlos Natal

2007 a 2009 Rogério Santos e Lucilene Vila Real

2010 – 2011 a 2012 Lucilene Vila Real - Wagner Marinho e Carlos Natal

2013 a 2014 Carlos Natal e Maurício Carriel

2015 a 2016 José Augusto A. Junior e Lucilene Vila Real

COORDENAÇÕES DIOCESANA DA RCC OSASCO

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Respeitando as diferenças, mas unidos na mesma harmonia, o som da unidade vai atrair muitos ao Coração de DeusLucimar Maziero*

OS FRUTOS DA

Sempre que o assunto é “unidade” vem ao meu coração a passagem de Jo 17,20ss quando Jesus faz uma oração pedindo ao Pai pela “unidade de todos os que creem”.

Orando pela Unidade, Jesus não rogou somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra iriam crer Nele. Ser um como Ele e o Pai é algo que nos santi-fica, pois estar no Pai com Jesus – como Ele e o Pai são um – é colocar nossa vida em unidade, é ser santificado e a santidade se realiza como fruto da unidade.

O Catecismo da Igreja Católica ensina que “Cristo dá sempre à Igreja o dom da unidade, mas a Igreja deve sem-pre orar e trabalhar para manter, reforçar, e aperfeiçoar a unidade que Cristo quer para ela. Por isso Cristo orou na hora de sua Paixão, e não cessa de orar ao Pai, pela unida-de dos seus discípulos” (nº820). Os verbos orar, trabalhar para manter, reforçar, aperfeiçoar, presentes nessa citação indicam ações a serem praticadas pelos discípulos de Cristo que desejam viver a unidade.

Quando oramos pedindo a unidade, nos unimos a Deus e a sua vontade em nossa vida. O reflexo desta ora-ção produz em nós conversão de coração, pois o nosso

PASTOREIO

UNIDADE

SÓ CONHECEMOS O SOM DOS INSTRUMENTOS QUANDO ELES ESTÃO EM FUNCIONAMENTO E, NA IGREJA, SÓ IREMOS DESCOBRIR O SOM DA UNIDADE QUANDO TODOS NÓS AGIRMOS COMO IRMÃOS

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Papa Francisco

coração se une ao de Deus; nossos sentimentos são renovados no amor, um amor que nos une como verdadeiros irmãos.

A unidade que buscamos é aquela ensinada pela Igreja: “A Igreja é una: tem um só Senhor, confessa uma só fé, nasce de um só Batismo, forma um só corpo, vivificada por um só Es-pírito, em vista de uma única esperança, no fim da qual será superadas todas as divisões” (CIC, 866). Quando refletimos nisto podemos entender que só a unidade pode potencializar nossa ação evangelizadora.

O Papa Francisco também fez uma belíssima analogia da Igreja, comparando-a a uma orquestra. A Igreja, disse o papa, é como uma orquestra que tem vários instrumentos. Eles são diferentes, mas unidos na mesma harmonia formam um be-líssimo espetáculo. O som da unidade vai atrair muitos ao coração de Deus, e neste coração seremos contemplados com o mais belo de todos os ritmos, os da batidas compassadas e compassivas. Isso não é poesia, é cântico de vitória. Depois de vencermos o combate pela unidade, será tirado de nosso meio o divisor. A cruz de Cristo, nosso instrumento de batalha, será levantada e muitos verão onde está a orquestra mais bela da face da terra, aquela que traz os acordes e arranjos celestes.

Queremos colher os frutos da unidade. Tudo aquilo que plantamos com um esforço de amor irá germinar no tempo certo. O esforço pela obe-diência gera unidade, e unidade uma vez florida, dará frutos de alegria permanente para a Igreja e para o coração de Deus.

Ninguém consegue tocar um instrumento na primeira aula de música, pois requer tempo, dedicação, esforço, renúncias... Ninguém vai viver os frutos da unidade sem pedir a Deus, esperar Nele, dedicar-se a Ele, esforçar-se com Ele, fazer renúncias...

Vamos, irmãos, confiantes! Jesus pediu o dom da unidade e o Pai já nos concedeu. Que o Espírito Santo, amor que a tudo une, nos ajude a trabalhar para semear a unidade e colher os seus frutos!

* LUCIMAR MAZIERO

(PRESIDENTE DO CONSELHO ESTADUAL DA RCC SP)

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O Projeto Missionário

Nasceu em nossa diocese do desejo ardente de conduzir nossos grupos de oração a uma resposta concreta à voz da Igreja que grita, insisten-temente, “Ide”. É uma mobilização missionária que envolve todos os membros da Renovação Carismá-tica Católica na Diocese de Osasco. Aspirando que cada grupo de oração realize ações missionárias, em tor-no do que nos é próprio e fazermos com alegria: levar as pessoas a ou-virem o anúncio querigmático e a experimentarem a graça do Batismo no Espírito Santo, em um processo

“No coração me repercutia, continuamente, o brado de Jesus na Cruz: ‘Tenho sede!’ Estas palavras acendiam em mim um ardor estranho e muito vivo. Não posso descansar enquanto houver almas para salvar”

RCC EM MISSÃO

Por

Keli Antunes Rocha Dias (Comissão Missionária da RCC Osasco) Helton Biscola (Coordenador diocesano do Ministério Jovem da RCC Osasco) Anderson dos Santos Novaes (Coordenador do Ministério de Música e Artes da RCC Osasco)

PROJETOS

contínuo de evangelização, tendo ações missionárias como atividades perma-nentes nos calendários Diocesano e de Grupo de Oração.

Para viver este chamado, nos últimos anos, a Renovação Carismática da Dioce-se de Osasco tem se dedicado a expandir as Ações Missionárias no seio de nossa diocese, realizando formações e mobili-zações de evangelização, dentre as quais podemos relembrar: o Dia “D” de Missão, o Mês Missionário, as Semanas Missioná-rias, a Novena Missionária de Pentecostes, a Escola de Líderes e Missionários.

Mas existe uma certeza em nosso co-ração e um anseio em nossa alma, ainda há muito a ser feito, muitos territórios

Santa Terezinha do Menino Jesus

a serem conquistados e muitas almas a serem evangelizadas, o coração de Jesus continua a clamar: “Tenho Sede”, uma sede que só pode ser saciada pela salva-ção das almas, portanto, RCC Osasco, não podemos descansar enquanto hou-ver almas para salvar, o coração amoroso de Nosso Senhor espera de nós uma res-posta, que nossa resposta seja a mesma do Profeta Isaías: “Envia a mim Senhor!”

O Protagonismo Juvenil

Tem sido um sinal profético nessa ex-periência missionária. Assim como em tantos outros momentos da história, a juventude, que é um estado de potência da alma, nas mãos do Senhor, torna-se um instrumento poderoso no plano da salvação da humanidade.

Jovens como, Davi, ungido na mais tenra idade para ser rei de Israel; Jere-mias, chamado à missão de profeta das nações; José, que fora vendido como es-cravo, mas depois libertado e honrado por Deus diante de reino inteiro; Maria, que disse sim para o chamado de Deus em sua vida, Mãe do Salvador; Timóteo; sinal de discipulado e exemplo de santidade para a comunidade, nos quais tiveram papeis

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fundamentais naquilo que Deus escolheu para cada um, inspiram hoje, uma Nova Geração de Carismáticos.

As experiências diversas da missão, como o Jesus no Litoral, Missão Eureka, EvangelizaJovem e Semanas Missioná-rias, que vem impulsionando a juven-tude à uma resposta profunda e ousada, pregando o evangelho nas praias, nas praças, nos bairros (porta a porta), ou também as missões próprias da vida dos grupos de oração, como os seminários, retiros, orações nas casas, etc... são sinais da manifestação que Deus tem realizado na vida de cada discípulo missionário: A manifestação do seu Amor Incondicio-nal, dia após dia.

A Juventude Carismática da Diocese de Osasco tem experimentado e aprendi-do, que é necessário estar com o Mestre, sentado aos pés Dele e ouvi-lo... É neces-sário, numa relação de amizade com o Senhor de nossas histórias, permitir que Ele toque cada área do ser do discípulo missionário e a evangelização flui na sua forma mais sublime e eficaz, como teste-munho daquele que amam e são amados pelo próprio Amor que é Deus. E assim, a comunidade cresce, na medida que se vê o quanto eles se amam.

O Projeto Solo Sagrado

Nasceu de uma ação evangelizadora iniciada pelos artistas da Diocese de Pi-racicaba e tinha como campo de missão os presídios e cadeias públicas da região. Impulsionados por este mover, o Minis-tério de Música e Artes (MMA) enxer-gou uma possibilidade de evangelização inspirados pelo trabalho já iniciado em Piracicaba, porém adaptado à realidade local da Diocese de Osasco.

O número de presídios e cadeias públi-cas em nosso território geográfico é me-nor em relação ao de Piracicaba e a buro-cracia para iniciar uma ação semelhante é muito maior. Após um tempo em oração e discernimento, entendemos que outros diversos espaços públicos, povoados por pessoas que têm a mesma necessidade de conhecer o Amor de Deus através da nos-sa arte podiam ser explorados.

Em 2013 iniciaram-se então os traba-lhos do Projeto Solo Sagrado em espaços públicos como o Hospital Geral de Cara-picuíba onde os membros do MMA le-vavam canções ministradas “à capela” em forma de serenata que falam do Amor de Deus nos corredores, leitos e espaços com maior aglomerado de pessoas no Hospi-tal. No mesmo período inicia-se o traba-lho de evangelização no Lar Pequeno Co-tolengo em Cotia levando a alegria através da música para crianças com doenças de causa excepcional, mesmo trabalho sendo feito no Albergue Municipal de Barueri e na Cadeia Feminina de Itapevi. Por fim o mais recente campo de missão do Pro-jeto Solo Sagrado são as ruas da cidade de Osasco, onde os moradores de rua são visitados pelo amor de Deus através de canções e da Palavra de Deus.

Uma nova experiência tem impulsio-nado o MMA neste ano de 2015. São os chamados Flash Mob´s (aglomerações instantâneas de pessoas em certo lugar para realizar determinada ação inusitada previamente combinada) onde membros das expressões de teatro e dança criam

coreografias e as executa em locais pú-blicos com grande concentração de pes-soas. Diferente dos tradicionais Flash Mobs foi feita uma adaptação onde após as apresentações é feita uma abordagem direta para anúncio do querigma.

Em todas as ações desenvolvidas pelo MMA da Diocese de Osasco, o foco é anunciar o Amor de Deus através da Arte e dentro das possibilidades, motivar que os atingidos por esses trabalhos bus-quem aprofundar sua experiência cristã em um grupo de oração.

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ão resta dúvida, que o grande segredo da conquista da Nossa Casa, Nossa Bênção na Diocese de Osasco, foi obedecer a pa-lavra que Deus ordenou sobre essa cons-trução, num ato de Fé.

Assim é a fé. Ou a pessoa a conquista, ou não! – Certamente, Deus não iria exigir que andássemos pela fé se não hou vesse uma garantia de Sua parte que nos permi-tisse isso. A obediência a Ele nos leva a crer que não devemos temer nada, porque a sua palavra garante se cumprir, (Conf. Num 23,19) “Deus não é homem para men-tir, nem alguém para se arrepender. Algu-ma vez prometeu sem cumprir? Por acaso falou e não executou?”

Não podemos nos esquecer das orações incessantes dos pioneiros da Renovação Carismática desta diocese, que suplicaram e receberam “Promessas” a respeito des-se lugar, onde hoje é uma realidade.

Muitos fatos marcantes deram início a essa construção tão logo foi lançada a Cam-panha de Arrecadação. Podemos citar aquela Assembleia de janeiro de 2010, onde muitos irmãos que decidiram sobre essa conquista, derramaram lágrimas, lembrando-se dos tempos das “humilha-ções” e “portas fechadas” à Renovação Carismática – Foi um dia memorável!

Logo que a Campanha iniciou, rece-bemos um e-mail do irmão Dorival (Co-munidade Jerusalém, Cidade da paz) que nos encorajava nessa empreitada, tra-zendo para nós os quatro Conceitos da Formação de um Reino: Exército, Popu-lação, Riqueza e Território. Esse último, dizia ele, era o que nos faltava. Precisamos

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Conheça um pouco da história da Nossa Casa Nossa Benção: a sede da RCC Osasco

Nossa Casa: uma história que precisa ser contada

Por Marcelo Marangon

ter um local onde Deus pudesse ser glo-rificado e adorado por todos os membros da nossa diocese.

Absorvidos por essas palavras, deixa-mos a Sede atual da RCC Osasco, junta-mente com a Comissão Organizadora e a Lucilene (Coordenadora na época), sem saber para onde iríamos nem como faría-mos - porque uma vez entregue o prédio não poderíamos voltar atrás. Na ocasião, os móveis da RCC foram acomodados em garagens de automóveis de irmãos, para que pudéssemos confiar mais uma vez na providência de Deus.

E... Novamente Deus foi fiel e miseri-cordioso para conosco, pois fomos acolhi-dos de braços abertos na Capela São José (Alphaville) pela Família da Marise, que nos deu todo apoio para iniciarmos nossa jornada rumo a Terra Prometida.

Foram muitos finais de semana a pro-cura de áreas para comprar. Em cada lugar que visitávamos havia uma expectativa de que aquele seria o local escolhido por Deus. Como um sinal de fé; fincávamos uma cruz nos lugares visitados na esperança de ob-termos o favor de Deus.

Não muito tempo depois, fomos sur-preendidos uma vez mais, não por nossos esforços e sim de maneira sobrenatural, e oficialmente na Vigília de Pentecostes daquele ano, em São Roque, o anúncio veio pelo Pe. Nilso que presidia a Santa Missa

A obediência a Ele nos leva a crer que não devemos temer nada, porque a sua palavra garante se cumprir

daquela noite: A Nossa Casa, Nossa Bênção já é realidade – dizia ele, se referindo a doação de uma área por um grupo de em-presários na Cidade de Barueri.

Várias ações foram realizadas em be­nefício dessa construção: Cofrinho, Livro de Ouro, Reciclagem de latinhas de alu-mínio, etc. E muitos empresários nos fizeram doações importantes de: Joias, Motocicletas, Mini Bugui, Quadros, etc.

O irmão Ailton Oliveira compôs a be-

Como diriam os monges beneditinos ora et labora (Oração e trabalho). Nossa Casa Nossa Benção a sede da RCC Osasco que vem sendo construída como muita oração e trabalho dos irmãos

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NOVA SEDE

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Ele sabia que a vitória era certa, mas teria de fazer a sua parte para torná-la realidade

líssima música “Tempo de Abundância” e o Pe. Nilso escreveu a “Oração da Cam-panha”. Cada membro dessa diocese ajudou da maneira que podia doando suas orações, suor e lágrimas para essa construção.

É importante ressaltar que todas essas ações influenciaram diretamente na Cons­trução da Sede Nacional, em Canas/SP, e ainda em 28 construções pelo estado de São Paulo. Em outros estados como:

Criciúma-SC, Afuá e Soure na Ilha do Ma-rajó-PA, Mossoró-RN, entre outros, tam-bém vimos sinais visíveis do que Deus estava fazendo.

A história é suficiente para entender-mos que Deus jamais irá lutar as nossas batalhas, mas que Ele sempre nos dará as condições necessárias que garantam todas as nossas vitórias!

Foi com esse ânimo que Josué entrou na Terra Prometida. Ele sabia que a vitória

era certa, mas teria de fazer a sua parte para torná-la realidade. Dessa maneira aconteceu conosco para que conquistás-semos aquela tão sonhada terra prometi-da pelos pioneiros e por todos que doaram e acreditaram que isso era possível.

Essa é uma história que precisa ser contada, quantas vezes forem necessárias, pois todos precisam saber que o Senhor está conosco e combate por nós!

Como diriam os monges beneditinos ora et labora (Oração e trabalho). Nossa Casa Nossa Benção a sede da RCC Osasco que vem sendo construída como muita oração e trabalho dos irmãos

* MARCELO MARANGON

SECRETÁRIO GERAL DA RCC NO ESTADO DE SÃO PAULO

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S. João Paulo II disse que a Cultura de Pentecostes é a “única que pode fecundar a civilização do amor e a convivência entre os povos”

* Rogério Santos

ESPIRITUALIDADE

CULTURA DE PENTECOSTES E VIDA NO ESPÍRITO

ultura de Pentecostes é o resultado de uma presença ativa do Espírito Santo na vida de fiéis que se deixam por Ele possuir e conduzir, e que, por isso, testemu-nham o amor com parresia e alegria evangélica, no cotidiano e em suas múl-tiplas relações. Ela não se impõe, substima ou exclui a diversidade de culturas presentes na humanidade. Antes, à luz do mistério pascal e de seu coroamento com a vinda do Espírito em Pentecostes, “purifica” (cf. Ez 36,25.29) e leva à perfeição as diversas culturas.

A partir da experiência eclesial de Pentecostes e segundo os ensinamentos e modo de viver de Jesus, os cristãos passam a ter um novo estilo de vida evi-denciado em comportamentos que refletem uma nova forma de pensar e agir segundo o Espírito. Embora inseridos em culturas específicas no tempo e na his-tória, tornam-se agentes transformadores a partir dessa nova vida no Espírito.

Não podemos imaginar a fé cristã apenas como o recebimento de um dis-curso ou de experiências alheias transmitidas. É preciso considerar que o tes-temunho de fé provoca no ouvinte uma profunda comoção (cf. At 2,37) e é essa experiência do Espírito que, por sua vez, leva à conversão e ao batismo (At 2,38).

A nova vida no Espírito é a base para um testemunho com parresia1 na socie-dade. Os cristãos tornam-se “fermento na massa” (cf. Lc 13,21), fazendo crescer o reino de Cristo. João Paulo II ensinou que “a presença do Espírito Santo em nós, de fato, longe de nos impelir para uma ‘evasão’ alienante, penetra e mobiliza o nosso ser: inteligência, vontade, afetividade, corporeidade, para que o nosso ‘homem novo’ (Ef 4,24) impregne o espaço e o tempo da novidade evangélica.”

A nova maneira de viver dos primeiros cristãos estava marcada pela vida nova no Espírito e, como consequência da experiência de Deus e adesão à fé, sentiam-se convencidos a testemunhar Jesus Cristo até as últimas consequên-cias. Afinal, vivendo na cidade, como o cristão deveria comportar-se diante das estátuas dos deuses? E em seu ofício de artesão, poderia ele construir ídolos

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www.rccosasco.com24 1 Parresía: palavra de origem grega usada para designar a coragem de se dizer a verdade, expor tudo, de se falar com franqueza, confiança e ousadia

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ou trabalhar num templo pagão? Poderia participar das festas com os pagãos, ou das refeições, jogos e divertimentos? O amor à Verdade e a fidelidade ao ensinamento do Evangelho levaram muitos cristãos aos tribunais e ao martírio. O Espírito Santo, força de Deus, não era uma ajuda opcional nessas condições. Sem Ele jamais seria possível resistir a todas as investidas que ocorriam contra a igreja nascente e avançar na evangelização.

O Espírito de Deus nunca deixou de atuar na história da Igre-ja. É Ele “aquele que, hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele [...]” (Evangelli Nuntiandi, 75).

É oportuno recordar a questão levantada pelo então cardeal Joseph Ratzinger à revista New Covenant, em 1992: “Será que vamos descobrir o segredo do primeiro Pentecostes na Igreja? Será que vamos oferecer-nos humildemente ao poder renovador do Espírito Santo para que Ele possa nos libertar da nossa pobre-za e da nossa total incapacidade de realizar a tarefa de anunciar Jesus Cristo aos nossos semelhantes? O Cenáculo é o lugar onde os cristãos se deixam, ao acolher o Espírito Santo, ser transfor-mados pela oração. Mas é também o lugar de onde saímos para levar o fogo de Pentecostes aos irmãos e irmãs.”

A 5ª Conferência Latino Americana e do Caribe também re-conhece a necessidade de um Novo Pentecostes para a Igreja no Continente: A Igreja necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres do Continente. Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos um novo Pentecos-tes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calo-rosos espaços de oração comunitária que alimentem o fogo de um ardor incontido e tornem possível um atraente testemunho de unidade “para que o mundo creia” (Jo 17,21). (Doc. Ap. 362).

Que a RCC Osasco, por meio de cada membro de grupo de oração e novas comunidades, permaneça sendo um instru-mento de Deus para a implantação da Cultura de Pentecostes! E que “o mundo do nosso tempo que procura, ora na angústia, ora com esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios, não de evangelizadores tristes e desencorajados, impacientes ou ansiosos, mas sim de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois foram os que receberam primeiro em si a alegria de Cristo, e são aqueles que aceitaram arriscar a própria vida para que o Reino seja anunciado e a Igreja seja implantada no meio do mundo.” (EN, 75)

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* ROGÉRIO SANTOS

FUNDADOR DA COMUNIDADE KÉNOSIS, EX- PRESIDENTE DO CONSELHO ESTADUAL DA RCC, FORMADO EM TEOLOGIA PELA UNISAL-SP E MESTRE EM TEOLOGIA DOGMÁTICA PELA PUC-SP

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Q ueridos irmãos e irmãs, com muita alegria venho escrever esse artigo sobre a minha experiência de acompanhar a Re-novação Carismática Católica em nossa Diocese de Osasco.

Acompanhar a Renovação Carismática Católica como diretor espiritual, me fez compreender a Missão da RCC, e ter a alegria de estar perto de tantas pessoas que verdadeira-mente vivem a vida no Espírito, homens e mulheres que não são Santos, mas buscam a santidade.

Nas Missas que presidi para a Renovação nesse tempo de assessor, muito me alegrei ao poder trazer Jesus Eucaristia a todos. Como é bom ao pregar o Evangelho nas Missas perceber a atenção das pessoas no anúncio de Jesus Cristo. Às vezes com Palavras que incentivam e motivam todos para a Missão; em outros momentos palavras que exortam, provocam e até mesmo incomodam, no entanto, ouvem atentamente o que se prega.

Marcantes são os encontros regionais e diocesanos que com o apoio de tantos outros sacerdotes podemos acompa-nhar e ver a ação do poder de Deus em cada momento, que alegria foi perceber que tantos irmãos padres de nossa diocese se colocaram a disposição para apoiar a Renovação. Agradeço a todos meus irmãos no sacerdócio pelo incentivo que dão e pelo apoio ao celebrar a Santa Missa em vários eventos.

Agradeço a Lucilene chorona, que quando cheguei era a Coordenadora da RCC, e logo assumiu o Carlos Natal com o Maurício como Secretário, agradeço aos três pela paciência com esse Padre e agora ao Juninho, que deverá ter paciência comigo também. Por fim a todos os membros da RCC, em especial onde minha vocação foi semeada lá no Grupo de Oração em Amador Bueno. Hoje estou à disposição da Igreja para servir, e foi a Igreja que através de nosso Bispo Emérito Dom Ercílio Turco que me incumbiu dessa assessoria. E hoje a nossa gratidão ao Nosso Bispo Diocesano Dom Frei João Bosco, que nos orienta para esse acompanhamento da RCC, onde inclusive já me ensinou muito numa conversa que tivemos para acompanhar a RCC.

Como é acompanhar a RCC na Diocese de Osasco

RCC em MOVIMENTO

DIREÇÃO ESPIRITUAL

Coordenação DiocesanaJuninho e Lucilene

Pe. Hélio (Assessor Diocesano da RCC Osasco)

Região BarueriFatima e Geralda

Região BonfimJackson e Luis Roberto

Região CarapicuibaJosé Francisco e Humberto

Região CotiaVitor e Tio Adalberto

Região Santo AntonioDjalma e Janaina

Região São RoqueDivino e Luciano

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[email protected]

isabeloliveira.com.br

www.professorcandal.xpg.com.br

CandalPROF

º

N.E.C.NÚCLEO DE EVANGELIZAÇÃO E CIDADANIA

3448-3078

CURSOS: VIOLÃO, ELÉTRICA RESIDENCIAL, BIJUTERIA, CABELEIREIRO, BALÉ, TRICÔ, ARTESANATO EM MADEIRA E EM JORNAL

EVENTOS: ORAÇÃO DE MULHERES, ENCONTROS CARISMÁTICOS E CAMPEONATOS DE GAME.

Padre Rodrigo

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