revista_espiritolivre_008_novembro09

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http://revista.espiritolivre.org | #008 | Novembro 2009 ENTREVISTA Entrevista com Jon "maddog" Hal da Linux Internacina ENTREVISTA Entrevista com Danilo Rodrigues César do Pro j  jeto Robótica Livre CAPA Colaborativos... Até que ponto?! C C o o m m u u n n i i d d d d e e s s e e  M M o o v v i i m m e e n n t t o o s s L L i i v v r r e e s s COTIDIANO Cuidado com o "teco" em informática UBUNTU 9.10 Conheças as novidades deste release

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http://revista.espiritolivre.org | #008 | Novembro 2009

ENTREVISTAEEnnttrreevviissttaa ccoomm

JJoonn ""mmaaddddoogg"" HHaallddaa LLiinnuuxx IInntteerrnnaacciinnaa

ENTREVISTAEEnnttrreevviissttaa ccoomm

DDaanniilloo RRooddrriigguueess CCééssaarddoo PPrroo j jeettoo RRoobbóóttiiccaa LLiivvrre

CCAAPPAACCoollaabboorraattiivvooss......AAttéé qquuee ppoonnttoo??!!

CCoommuunniidda a ddeess ee 

MMoovviimmeennttooss LLiivvrreess

CCOOTTIIDDIIAANNOOCCuuiiddaaddoo ccoomm oo ""tteeccoo""eemm iinnffoorrmmááttiiccaa

UUBBUUNNTTUU 99..1100CCoonnhheeççaass aass nnoovviiddaaddeessddeessttee rreelleeaassee

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COM LICENÇA

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

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A cada mês, uma vitória. Este não poderia ser diferente. Mesmo quandomuitos acham que estamos cansados a ponto de desistir eis que despontamosem mais uma edição de qualidade, como os leitores por si só comentam. Esta

edição da Revista Espírito Livre traz como tema de capa Comunidades eMovimentos Livres, apresentando aos leitores um pouco mais sobre este tematão vasto. Tivemos contato com diversas comunidades que se prontificaram aapresentar suas histórias, seus cases, sua visão em matérias que demonstramo real valor e pontencial destas que iniciativas que arrastam exércitos emovem montanhas. Nossos agradecimentos a estes redatores convidados.

Como as comunidades de software livre se manifestam? Como seapresentam diantes da rede? Será que ao constituir uma comunidade tudoserá mil maravilhas? Tentamos, através de várias matérias, apresentar as res-postas consisas e focadas sobre estas e muitas outras indagações que permei-am as comunidades de software livre/código aberto.

Tivemos a honra de trazer como entrevistado principal Jon "maddog"

Hall, considerado por muitos um exemplo de vida, superação e engajamentono movimento do software livre. Maddog "peregrina" em diversos eventos portodo o mundo e sempre está alí disposto para mais aquela foto e para um bompapo sobre novas tecnologias. Ele muito prontamente respondeu aosquestionamentos passados pela equipe da revista, respondendo com bomhumor sem igual! Danilo Rodrigues, do Projeto Robótica Livre tambémconversou com nossa equipe e explicou um pouco mais sobre esteinteressante projeto.

Tivemos ainda novas participações em nossa equipe. Fernando Lemeestava para fazer parte do corpo editorial e nesta edição ele aparece comfalando sobre as armadilhas do mercado. João Marcello também foi uma gratasurpresa... Ele começa sua participação na revista apresentando um case beminteressante sobre o "teco" de informática. Clayton Lobato é outro que estava

para entrar em nossa equipe já a algum tempo, mas diversos fatores sempreatrapalhavam. Pois bem Clayton participa dessa edição com um assuntopolêmico sobre as comunidades.

Continuamos uma nova coluna do Cárlisson, a Warning Zone, queapresenta uma perspectiva diferente sobre a narração da história em questão.Vale a pena conferir. Wagner Emmanoel, da Fuctura, apresenta ainda umreview bem interessante sobre a mais nova versão do Linux para as massas, oUbuntu 9.10 Karmic Koala.

O pessoal da ASL e do Ubuntu-BR também participaram enviandomateriais, enriquecendo ainda mais a publicação. Já os colunistas fixos taiscomo Alexandre Oliva, Cezar Taurion, Sinara Duarte, Jomar Silva, FilipeSaraiva, Luiz Eduardo e aos tantos outros que de alguma forma participaramdesta edição, meus sinceros agradecimentos!

A revista continua premiando os leitores que nos acompanham peloTwitter, Identi.ca e demais veículos, então fique atento, pois novas promoçõessempre estão pipocando nestes lugares. Também fiquem atentos ao site ofici-al da revista [http://revista.espiritolivre.org], tem sempre novidade por lá.

Agradecemos a todos que não foram citados acima e continuamos aconvidar cada vez mais o leitor a participar do processo decriação da revista. Quer saber como ajudar? Entre emcontato, contamos com você!

EDITORIAL / EXPEDIENTE

Só no movimento...

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

João Fernando Costa JúniorEditor

EXPEDIENTEDiretor Geral

João Fernando Costa Júnior

EditorJoão Fernando Costa Júnior

RevisãoPamella CastanheiraTatiana Al-Chueyr

Arte e DiagramaçãoJoão Fernando Costa Júnior

CapaCarlos Eduardo Mattos da Cruz

Contribuiram nesta ediçãoAlex Sandro GomesAlexandre Oliva

Ana Luiza de Souza RolimAndre GondimAndressa MartinsBruno de Sousa MonteiroCárlisson GaldinoCezar TaurionClayton LobatoDanilo Rodrigues CésarFernando LemeFilipe SaraivaGleibson Rodrigo Silva de OliveiraHailton David LemosIvanildo José de Melo FilhoJoão Marcello Pereira

Jomar SilvaJon "maddog" HallJosé James F. TeixeiraLuiz Eduardo BorgesMônica PazOtávio Gonçalves de SantanaPamella CastanheiraPaulo de Souza LimaRoberto SalomonRodrigo CarvalhoRosângela S. CarvalhoSinara DuarteStefanie SilveiraTatiana Al-Chueyr

Wagner EmmanoelWallisson NarcisoWanny FigueiredoWesley SampYuri Almeida

 Contato

[email protected]

O conteúdo assinado e as imagens que ointegram, são de inteira responsabilidadede seus respectivos autores, nãorepresentando necessariamente aopinião da Revista Espírito Livre e deseus responsáveis. Todos os direitossobre as imagens são reservados a seusrespectivos proprietários.

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EDIÇÃO 008

CAPAColaboração no mundo dosnegóciosVeja como isto é possível

27

COLUNAS

A Distopia do RemotoControleEu vejo tudo enquadrado...11Warning ZoneEpisódio 2 - Reset

15

Open Source e ServiçosO Open Source já deixou de ser notícia...

18

SUMÁRIO

93 AGENDA 06 NOTÍCIA

Difundindo ideias em busca de uma sociedade livreIdeias em movimento...

30

Entrevista comDanilo Rodrigues,

do projetoRobótica Livre

PÁG. 59

Entrevista comJon "maddog"

Hall

PÁG. 22

Participação e ComunidadeVivemos em comunidade...

20

Das armadilhas do mercadoTome cuidado...

33

Um site de rede social para a comunidade de softwarelivre do BrasilSocializando...

35

Colaborativos... Até queponto?!Perguntinha difícil esta

38

O que faz uma comunidadeforteAnota a receita!

41

Ubuntu-BRComunidade do Ubuntu no Brasil

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TECNOLOGIA

Qual é a importância dospadrões abertos para osoftware livre?Pensando na coletividade

55

08 LEITOR

ENTREVISTA

Entrevista com DaniloRodrigues CésarProjeto Robótica Livre

59

QUADRINHOS

Os Levados da Breca Nanquim2 - HelpdeskAgenda Lotada 

10 PROMOÇÕES

EVENTOS8ª Oficina para InclusãoDigital - Belo Horizonte/MGRelease sobre o evento

84

FORUM

Ética em informática Você tem?

45

REVIEW

Novidades do Ubuntu 9.10Lá vai o Karmic Koala...

65

SOFTWARE PÚBLICOAmadeusInteração para educação a distância

73

Ekaaty na Feira dosFormandos 2009 -Salvador/BARelato do evento

86

Eventos sobre SoftwarePúblico - Brasília/DFRelato do evento

88

91

O Desenvolvimento da Computação e das Redes -Parte 3Uma nova forma de distribuição cultural

48

EM DEBATE

Paciente informado e web 2.0Vai um remedinho aí?

62

Por que o cidadãoconsciente deveria optarpelo software livre - Parte 1Introdução e uma pitada de história efilosofia

51

COTIDIANO

Cuidado com o "teco" eminformática Te pega daqui, te pega de lá...70

EDUCAÇÃOSoftware Livre e CiênciasA química perfeita!

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Go: a linguagem de programação do Google

O Google apresentou recen-temente seu mais novo proje-to: a nova linguagem deprogramação Go. Buscandoresolver alguns problemasencontrados em outras lin-guagens já existentes, o Goo-gle anuncia que GO é:simples, rápida, tem compila-

ções e builds em frações de segundo (com códi-go compilado executado a velocidadessemelhantes às do C/C++), segura (quanto os ti-pos de dados e no acesso à memória), concor-rente (preparada para a execução de milharesde rotinas sem problemas de stack overflows), di-vertida (une as vantagens de uma linguagem deprogramação dinâmica à velocidade e seguran-ça de uma linguagem estática e é claro... open

source. Existe um vídeo bastante rico em infor-mações no site oficial, bem como tutoriais.

Firefox completa 5 anos

Há 5 anos atrás, a versão1.0 do browser Firefox eradisponibilizada para downlo-ad pela Mozilla Organizati-on. Um browser open

source que, além de ser rá-pido e prático, permitia aousuário alterá-lo conforme

suas necessidades. O resultado é que ao fim de5 anos, já na sua terceira versão, o Firefox con-ta com 24% da quota de mercado mundial, ten-do já superado o número de usuários doInternet Explorer 6.

Startup Litl lança "webbook" baseado emLinux

A startup Litl, fundada uns dois anoatrás, lançou enfimseu primeiro produto: um “ webbook”ou seja, um notebook voltado para uso da web. Seguindo a filosofia de qu

“menos é mais”, o sistema operacional e hardware foram simplificados para não ficar entre o usuário e a internet. Uma das característcas mais interessantes do webbook é possibilidade de dobrar o teclado para trás da tela, de forma que a ser possível apoiar o notebook “em pé” sobre armários em qualquer lugar dcasa. Mais informações no site oficia

http://www.litl.com.

Fundador do KDE recebe condecoração nAlemanha 

O fundador do KDE, Matthas Ettrich, foi condecoradna Alemanha com a CruFederal de Mérito, por sucontribuição ao Software L

vre. A Cruz Federal de Mérto é a mais prestigiosa

assim como a única decoração geral entregupela República Federal da Alemanha. É outorgada pelo presidente para as destacadas realizações nas diferentes esferas política, econômicacultural e outros. Ettrich começou no projetKDE a 13 anos. Mais informações emhttp://dot.kde.org.

NOTÍCIAS

NOTÍCIASPor João Fernando Costa Júnior

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NOTÍCIAS

Lançado Mandriva 2010

Foi lançado o Mandriva2010, que traz programas re-centes e algumas outras novi-

dades. Existem melhoriasno que diz respeito ao tem-po necessário para o boot,que ficou um pouco mais rápi-do. A versão ainda conta

com os ambientes KDE e Gnome disponíveisnas versões 4.3.2 e 2.28.1, respectivamente. Es-ta versão ainda conta com o LXDE, um ambien-te mais leve, destinado a PCs mais antigos oulentos. Mais informações em http://wiki.mandri-

va.com/en/2010.0_Tour.

Curso online gratuito de Metasploit

Excelente curso online gratui-to sobre como utilizar a fra-mework Metasploit. AMetasploit Framework (MSF)é considerada como uma dasmelhores ferramentas de audi-

toria livres que existem para os profissionais desegurança atualmente. Para saber mais visite:http://www.offensive-security.com/metasploit-un-leashed/.

Skype open source para Linux

Os desenvolvedores do Sky-pe anunciaram que preten-dem lançar o cliente Skypepara Linux como open sour-ce. O anúncio não deixa clarose o que será aberto será ape-

nas a interface, a biblioteca que faz a comunicação ou se o conjunto todo será aberto. Oanúncio pode ser conferido aqui: http://share.skype.com/sites/linux/2009/11/skype_open_-

source.html.

Lançado OpenSUSE 11.2

Acaba de ser lançada versão 11.2 do OpenSUSE, a distribuição Linupatrocinada pela Novelque conta com kerne2.6.31, KDE 4.3, sistemde arquivos ext4 com

default, GNOME 2.28, entre outras novidadesScreenshots e detalhes podem ser vistos emhttp://pt.opensuse.org/OpenSUSE_11.2.

Yahoo! doa seu Traffic Server à FundaçãApache

O Yahoo! decidiu publicar código do Traffic Serveuma plataforma que elemesmos desenvolverampara gerenciar o tráfego d

seu webmail e outros serviços web. Entre outracoisas, a plataforma se encarrega do cachingprocessamento e balanceamento de carga nYahoo!, além disso é utilizado para gerenciar tráfego nos serviços de virtualização darmazenamento interno do Yahoo!

Quer contribuir?Então participe entrando em contato através do email

[email protected]

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Ainda não teve seu comentário publicado poraqui? Então o que está esperando?! Envie suamensagem e ajude a revista a ficar ainda me-lhor! Contribua, enviando suas sugestões e críti-cas. Abaixo listamos alguns comentários querecebemos neste mês:

É uma revista muito interessante, onde tratamde assuntos relacionados a tecnologia (softwarelivre) e cultura de uma forma muito dinâmica.Gosto muito.Geysa Galvão - Jaboatão dos Guararapes/PE

A melhor revista sobre Software Livre da Améri-

ca Latina.Diemesleno Carvalho - Campo Grande/MS

Revista show de bola... Oferece conteúdo dequalidade e mantém o espírito livre até na formade distribuição do material.Filipe Seiti Nakamura - São Paulo/SP

Eu adoro ler a Revista Espírito Livre, assim, pos-so me manter informada do que ocorre no mun-

do da informática de uma forma muito fácil eagradável.Fátima Aparecida Tagliaferro - Mogi Mirim/SP

Uma ótima fonte de informação, de um mundoque precisa muito que as pessoas tenham co-nhecimento.Janayna Alves Rocha - Palmas/TO

Gostei muito da revista, bem ilustrada, abrange

assuntos bem diversificados. Gostei muito das

matérias voltadas para educação. Parabéns pelo trabalho...Kilson Araujo Lima Junior - Fortaleza/CE

Eu acredito que ela é a representação da liberdade e da solidariedade que que habita em cada ser que usa o software livre.Carlos Alberto Lages - Santarém/PA

Acho a revista otima, com otimos topicos e assuntos sempre interessantes, espero algum dipoder participar e ajudar presentemente com revista.Wagner Gonçalves - Rio de Janeiro/RJ

Atualmente, a revista tem conquistado seu espaço na comunidade de software livre. Particularmente, despertei interesse na revista assim quacessei o site pela primeira vez e a cada lançamento é grande a expectativa para ler as matéras. Parabéns!Josué José Júnior - Lauro de Freitas/BA

A melhor iniciativa que conheço, acompanh

desde a primeira edição, e assim que tiver experiência para falar ou ensinar alguma coisa poderão contar com a minha contribuição. Sousuário linux a 4 anos e não troco nem se mpagarem! Faço propaganda de todas as edções da revista na faculdade e levo a "boa nova" do software livre aonde posso, profetizanduma era em que seremos todos livres e não ficaremos mais acorrentados as "janelas".Luiz F. Silva - São Bernardo do Campo/SP

COLUNA DO LEITOR

EMAILS,SUGESTÕES ECOMENTÁRIOS

Ayhan YILDIZ - sxc.hu

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Acho a revista espirito livre uma revista muitoboa para minha área e tambem para a profissãopois com ela consegui tirar algumas dúvidas de-cisivas.

Alessandro Marchi Panccione - Caçador/SC

Revista de conteúdo técnico de alta qualidade.Indo ao encontro dos profissionais de TI; princi-palmente aqueles adeptos do software livre.Sérgio Adão da Silva - São José/SC

Acho deveras interessante a Revista Espírito Li-vre. Ela de fato me orienta nos diversos estudosque tenho feito a respeito de softwares. Todosque estão ligados ao processo de produção damesma estão de parabéns!Janine Louise Brioude - Belo Horizonte/MG

Tem pouco tempo que leio a revista. Recebi a in-dicação de uma amiga, pois precisava pesqui-sar sobre Wikis. A revista é muito bacana etrata de forma clara assuntos que antes conside-rava de 'setes cabeças'. Parabéns a toda equi-pe.Anderson B. dos Santos - Belo Horizonte/MG

Conheci a revista há pouco tempo, desde entãotenho utilizado bastante seu conteúdo e tam-bém divulgado para outros educadores. Ela opor-tuniza uma atualização constante sobresoftware livre, o que eu acredito ser muito impor-tante.Ana Paula Leme Baptistella - São Paulo/SP

A Revista Espírito Livre é a publicação que falta-

va no mercado brasileiro. Agora que o modelode produção open-source começa a ser percebi-do como um campo com vasto potencial, sendoaté mesmo "transportado" para outras áreas doconhecimento, carecia uma revista que trouxes-se, como faz a Espírito Livre, com competênciae ludicidade, material de leitura e atualização pa-ra os entusiastas (profissionais ou amadores)do software livre. A diagramação é muito bonita,moderna e prática, o conteúdo sempre muito in-teressante e de excelente qualidade é bastante

diversificado, atendendo a diversos nichos. A interação com leitores -- como não poderia deixade ser nessa seara! -- é valorizada, agreganduma qualidade essencial para uma revista d

software livre. Toda a equipe editorial está dparabéns!Fábio Malagoli Panico - Ribeirão Preto/SP

A Espírito Livre, ajuda não só a mim, mas também todos os meus amigos alguns até que nãsão da área de informática. Ajudo divulgando revista na minha rede de contatos para que omesmos possam ter um conhecimento com fontes confiavéis e de boa base.Diogo Alvez P. da Silva - Belo Horizonte/MG

A revista pode ser resumida em uma palavraF@NTÁSTIC@!!Alexandro Sousa dos Santos - Araguaína/TO

A revista espírito livre é um excelente canal dinformação para a disseminação da cultura e conhecimento da comunidade de software livrbrasileira.Odair Rubleski - Nova Trento/SC

Acompanho a revista, desde sua 2ª edição. Recomendo ela a todos meus amigos que gostamde Software Livre. A última edição estava ótimacomo tem sido desde a sua 1ª edição, aprecimuito o trabalho. Quando me perguntam o qué a Revista Espírito Livre, respondo: Uma Revista de qualidade, que ajuda a divulgar o SoftwarLivre, e que está no mesmo nível de outragrandes revistas de informática e tecnologia d

Brasil, com a grande vantagem de ser gratuita.Thiago Lima de Sousa - Florianópolis/SC

Revista dinâmica que prende o leitor do iníciao fim, mas mantendo-o livre nas páginas do conhecimento.Adriano euclides m Gomes - Maceió/AL

Uma ótima revista pois é feita de/para pessoaque apóiam e utilizam software livre.Nathan Scapini - Erechim - RS

COLUNA DO LEITOR

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PROMOÇÕES · RELAÇÃO DE GANHADORES E NOVAS PROMOÇÕES

PROMOÇÕES

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

Ganhadores da Promoção VirtualLink:

1. Robson Ferreira Vilela - Prata/MG2. Daniel Gianni - Ribeirão Preto/SP3. Marco Aurélio Capela - Ananindeua/PA4. Alexandre da Costa Leite e Silva - São Gonçalo/RJ5. Tomas Waldow - Guaíra/PR

Ganhadores da promoção Clube do Hacker:

1. Ricardo Esteves Pontes - Campinas/SP2. Jardel Segalla Flores - São Leopoldo/RS3. Allan Denis Muniz Alves - Atalaia/AL

Na edição #007 da Revista Espírito Livre tivemos diversas promoções bem como promoções atravé

de nosso site e canais de relacionamento com os leitores, como o Twitter e o Identi.ca, ondesorteamos diversos brindes, entre eles associações, kits, cds, inscrições a eventos e camisetas.Abaixo, segue a lista de ganhadores de cada uma das promoções. Fique ligado!

A promoção continua! A VirtualLink em parce

com a Revista Espírito Livre estará sorteando de cds e dvds entre os leitores. Basta se inscrneste link e começar a torcer!

Não ganhou? Você ainda tem chance! OClube do Hacker em parceria com a RevisEspírito Livre sorteará associações para

clube. Inscreva-se no link e cruze os dedo

Ganhadores da promoção SOLISC 2009:

1. Kaléu Puskas Caminha - Florianópolis/SC2. Carlos A. de Freitas - São José dos Campos/SP3. Yuri dos Santos Radziwill - Blumenau/SC4. Rodigo Carvalho Silva - Rio de Janeiro/RJ5. Rafael Schmidt Sampaio - Florianópolis/SC

6. Luiz Alberto Avelino Filho - Uberlândia/MG7. Kelvin Pinho da Silva - Rio Branco/AC8. Daniela Barbosa de Oliveira - Cuiaba/MT9. Nathan Scapini - Erechim/RS10. Thiago Corbari Feldhaus - Caçador/SC11. Marcoantonio Gemelli - Lages/SC12. Leandro Amaral - Biguaçu/SC13. Thiago Lima de Sousa - Florianópolis/SC14. Odair Rubleski - Nova Trento/SC15. Jurandir R. da Silva - Francisco Morato/SP

Ganhadores da promoção PHP Conf:

1. Diogo Freitas - São Paulo/SP2. Gabriel da Silveira Costa - Carapicuiba/SP3. Alberto Barbi Brescia - Belo Horizonte/MG4. Marcos P. Gonçalves de Moura - Guaratinguetá/SP5. Kaio Rocha Ribeiro - Goiânia/GO

A organização do GOPHP e a Revista Espírito Livre estarão sorteando 3inscrições entre os leitores. Basta se inscrever neste link e começar a torc

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Muito  já se falou e escreveu sobre o risc

de ceder controle sobre seu computador a aguém potencialmente mal intencionado. A confança cega que alguns depositam emfornecedores de software privativo dificulta aceitação da plausibilidade do risco, mas fatorecentes corroboram o perigo, mostrando qunem só de más intenções se o constrói.

Veja o caso da Amazon.com. Vendeu mlhares de cópias da distopia orwelliana 1984restritas ao seu leitor portátil de livros eletrôn

cos, antes de descobrir que tal distribuição nãfora autorizada. Presumivelmente por receio daperdas que sofreria numa disputa e provável derrota judicial, achou por bem interromper as vendas da obra e cancelar as vendas já concluídascomandou os equipamentos que carregavam cópias da obra a que as removessem imediatamente. Para usar o termo escolhido pelo próprifabricante para batizar o produto, ateou fogo nolivros. É capaz disso porque mantém controle re

COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

A Distopia doRemoto ControlePor Alexandre Oliva 

B a r t e k  Am b r o z i k  -  s x c .h u 

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Meu amor cadê você?Eu acordei

Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto

Pela janela do carro

Pela tela, pela janelaQuem é ela? Quem é ela?

Eu vejo tudo enquadrado

Remoto controle...

-- Adriana Calcanhotto, em Esquadros

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COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

moto sobre esses equipamentos que suposta-mente  já não mais lhes pertencem. Curioso éque, etimologicamente, a palavra “remòto” pro-vém justamente do particípio passado do verbo“removère”, remover. A obra foi “remòta” remota-mente, clientes reclamaram, Amazon.comprometeu não fazer mais, mas o prospecto deque fatos semelhantes se repitam é cada vez me-

nos, digamos, remoto.Há semelhanças com o caso da nVidia, le-

vada ao tribunal e condenada pela implementa-ção de uma otimização nos chipsets quedesenvolveu para diversas placas mãe. Não con-seguiu obter permissão para uso da tecnologia,então acabou tendo de fazer todo o possível pa-ra desabilitar a otimização, até nas placas que já estavam nas mãos de clientes. Precisou con-vencer todos os fabricantes de placas mãe com

os chipsets otimizados a preparar e publicar “atu-alizações” da BIOS que impediriam o uso da oti-mização. Ante o risco jurídico, foi fácilconvencê-los a também remover as versões anti-gas que o permitiriam. Diversos usuários manti-veram o bom desempenho de seusequipamentos evitando a atualização. Felizmen-te para eles, a nVidia não tinha mecanismos àsua disposição para providenciar a remoção re-mota da funcionalidade. Mas há quem tenha...

Fornecedores de programas que funcionam através da Internet, por exemplo, podemdeterminar, a cada acesso a

serviço, qual versão do programa executar ou oferecer ou nãpara o usuário. Computadorepossuídos pelo Microsoft Windows também consultam semestre todos os dias, e podemser comandados a instalar atualzações sem sequer avisar ausuário. O mesmo pode acontecer com computadores possuídos por qualquer outro softwareprivativo, seja sistema operacional, seja aplicativo. Não podend

estudar o código fonte, adaptá-lo às próprias necessidades e preferências ou contar com a ajuda de terceiros à sua escolha para fazê-lousuários podem classificar software privativo emdois grupos: os que sabidamente estão sob controle remoto de seus mestres e os que talvez estejam. Todo software privativo carrega o riscode que o fornecedor decida ou seja obrigado a

dar uma, digamos, amazoneada orwelliana nprograma. O usuário acorda no outro dia e descobre que sua amada funcionalidade não estámais ao seu lado.

Pode ocorrer de o usuário se ver impedidde acessar seus próprios dados, sem aviso prévio. A empresa canadense i4i, por exemplo, processou a Microsoft por uso de algumas técnicade representação de dados em formato XML, entendendo que o Microsoft Word praticava essa

técnicas. Microsoft foi multada e proibida de comercializar o Word nos EUA. Cabe recurso, mao juiz até que foi complacente. Poderia ordenaque a Microsoft fizesse tudo que estivesse aseu alcance para que usuários em qualquer lugar do mundo não mais pudessem se valer dessas técnicas desenvolvidas e distribuídas partir dos EUA pela Microsoft. Ela teria de utilzar sua porta dos fundos em cada computadopossuído pelo Windows para forçar a atualiza

Fornecedores de

programas que funcionamatravés da Internet, por exemplo,podem determinar, a cada acessoao serviço, qual versão doprograma executar ou oferecer ounão para o usuário...Alexandre Oliva

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COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

ção do Word para uma versão sem essas funcio-nalidades. Verdade seja dita, não seria um gran-de desastre: com algum esforço da Microsoft,continuaria possível abrir arquivos OpenXML, ain-

da que com alguma perda. Mas outras patentespoderiam ser tão amplas a ponto de exigir a re-moção de todo o suporte a um determinado for-mato de arquivos, deixando usuários cujoscomputadores são controlados remotamente ime-diatamente incapazes de acessar os dados queassim armazenaram. O pior é que não pareceque juízes ou titulares de patentes estejam incli-nados a se preocupar com os usuários e, dadosos termos típicos de licenciamento de softwareprivativo, haveria pouquíssimas possibilidadespara demandar do fornecedor sequer reparaçãopela perda de funcionalidade.

Há outro caso aterrorizante, que materiali-za os piores pesadelos de Tim Berners-Lee. Aempresa americana Eolas obteve patente sobreplugins para navegadores, processou a Micro-soft em 1999, teve a patente anulada em 2004,reverteu a anulação em 2005 e acabaram che-gando a um acordo judicial em 2007, permitindoà Microsoft reativar facilidades que desativara pa-ra contornar a patente. Eolas teve recentementeoutra patente concedida nos EUA, agora sobretecnologias AJAX, aquelas que tornam páginas web interativas sem precisar deplugins. Armada dessas paten-tes, processou Google, Yahoo,Apple, Sun, Amazon.com, Citi-group, JPMorgan, eBay, GoDaddy, Playboy, YouTube e ou-tras 14 empresas. Quantas delas

cederão às ameaças e pagarãopela proteção para usar essastecnologias para servir seus cli-entes? Quantas resistirão, tentan-do invalidar ou contornar aspatentes, correndo o risco de se-rem obrigadas, por ordem judici-al, a puxar o tapete dos clientes?Quantos clientes desprevenidoscairão? Quantos receberão co-

mo última atualização silenciosa a remoção dafuncionalidade, baseada em plugins do navegador, que permitiria receber outras atualizaçõesQuantos conseguirão ler na Internet as notícia

a respeito, antes de terem os navegadores infratores silenciosamente “remòtos” de seus computadores?

Patentes de software são uma péssimideia, como já previa o visionário Bill Gates em1991. Enquanto a Corte Suprema dos EUA tenta por um fim à distorção de decisões anterioreque deu margem a essa aberração, o órgão responsável por receber pedidos de patentes noBrasil se empenha em desprezar nossa lei e im

portar a interpretação distorcida, impondo umenorme risco desnecessário e daninho a todoos desenvolvedores, distribuidores e usuáriode software do país.

Mesmo revertidos esses desmandos, o risco aqui exposto permaneceria enquanto fornecedores mantiverem o poder de controlaremotamente os computadores de seus usuáros. Mesmo sendo bem intencionados, havendqualquer munição jurídica capaz de levar um

 juiz a ordenar que façam tudo que estiver aseu alcance para evitar que usuários se valhamde certas funcionalidades de programas que de

Quantosconseguirão ler na Internet asnotícias a respeito, antes de teremos navegadores infratoressilenciosamente “remòtos” deseus computadores?

Alexandre Oliva

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les receberam, podem ser obrigados a usar ocontrole remoto de maneira daninha aos usuári-os e a si mesmos. Ainda que não reconheça-mos patentes de software ou outros poderes de

exclusão injustos, um juiz remoto pode dar a or-dem na origem do software e afetar usuários nomundo inteiro.

Fornecedores de software e hardware, pe-lo seu próprio bem, deveriam deixar de mantercontrole remoto sobre os computadores de seusclientes. Nós, usuários, não deveríamos jamaisceder o controle sobre nossos computadores edados, exorcizando o software privativo que ospossui: utilizando somente Software Livre, do

qual nosso controle não é “remòto”, escapamosdo enquadramento. “Quem é ela? Quem éela?”, que vislumbramos cortada e destroçadanas telas e janelas de quartos e carros do e-mun-do distópico do remoto controle? Seu nome é Li-berdade! Ame-a e cuide para não acordar umdia e descobrir que ela foi, tipo assim, “remòta”!

* http://homembit.com/2009/10/openxml-who-fooled-

 who.html

* http://arstechnica.com/tech-policy/news/2009/10/compa

ny-that-won-585m-from-microsoft-sues-apple-google.ars

* http://en.wikipedia.org/wiki/Eolas

* http://www.groklaw.net/article.php?story=20091002212

330353

* http://www.groklaw.net/staticpages/index.php?page=

2009022607324398

Copyright 2009 Alexandre Oliva

Cópia literal, distribuição e publicação da íntegra desteartigo são permitidas em qualquer meio, em todo o

mundo, desde que sejam preservadas a nota de

copyright, a URL oficial do documento e esta nota de

permissão.

http://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/lxo/pub/distopia-do-

remoto-controle

COLUNA · ALEXANDRE OLIVA

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

ALEXANDRE OLIVA é conselheiro daFundação Software Livre América Latina,mantenedor do Linux-libre, evangelizadordo Movimento Software Livre e engenheirode compiladores na Red Hat Brasil.Graduado na Unicamp em Engenharia deComputação e Mestrado em Ciências daComputação.

* http://letras.mus.br/adriana-calcanhotto/43856/

* http://www.theregister.co.uk/2009/07/18/amazon_ removes_1984_from_kindle/

* http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=

106989048

* http://www.defectivebydesign.org/blog/1248

* http://www.fsf.org/news/amazon-apologizes

* http://www.etimo.it/?term=remoto

* http://www.nforcershq.com/forum/bios-update-warning-

t72851.html

* http://www.dvhardware.net/article30967.html

* http://www.ngohq.com/news/14892-nvidia-forced-to-disable-chipset-pci-prefetch.html

* http://fsfla.org/blogs/lxo/pub/isca-anzol-rede

* http://www.findmysoft.com/news/Microsoft-Pushes-

Windows-Updates-without-User-Permission/

* http://www.fsf.org/blogs/rms/mac-osx-mistakes-and-

malfeatures

* http://news.bbc.co.uk/2/hi/8197990.stm

* http://www.groklaw.net/article.php?story=20090817235

436439

Para mais informações:

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No episódio anterior, um acidente ninstalação da SysAtom Technology terminfazendo com que o vírus ationvir, que vinhsendo desenvolvido na empresa, infecte equipe de trabalho. Darrell e Pandora fogem

enquanto os outros se reúnem com Oliver parouvir seu plano de dominação global.

Tungstênio: Agora vocês vão ouvir o meuplano de dominação global! Bwahahahaha!

Seamonkey: ?

Minotaur: Tá, chefe. Mas o que é que é prafazer com o refém? Eu trouxe esse sujeito aqui.

COLUNA · CÁRLISSON GALDINO

Por Carlisson Galdino

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

Episódio 02 -Reset

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COLUNA · CÁRLISSON GALDINO

Ele diz que se chama Nazareno.

Tungstênio: Não importa o nome dele. Ele foitrazido pra cá pra fazermos testes sobre

infecção do ationvir em novos contágios, nãolembra? Isso ficou bem claro no capítuloanterior, droga! Arsen! Ou melhor, Montanha!Cuide disso pra mim, tá?

Montanha: Pois não chefe. Louise, me ajuda?

Tungstênio: Que Louise?! Ela escolheu o nomedela! É Seamonkey! Chame ela de Seamonkeyentão, ué! Será que nem vocês leram o primeiroepisódio desta história!?

Seamonkey: Tá, muito bonito tudo isso, mastem um problema.

Tungstênio: E o que foi agora?

Seamonkey: Vamos fazer testes como!? Já viuonde a gente tá?

Só então Oliver se dá conta de que o prédio da

Sysatom não existe mais. Está tudo em ruínas.

Minotaur: Ainda tem o projeto da casa pragente recompilar? Kkkkkk!

Tungstênio: Vamos pensar em alguma coisanós três. Seamonkey, vá vendo o que podefazer com esse sujeito aí.

Pandora: Ó, a gente devia ir ver o que estáacontecendo com eles, Bem! Que será que estáhavendo lá?

Darrell: Não faço idéia. E temos que entendertambém o que está havendo conosco.

Pandora: É mesmo, né? E minha voz desse jeito... Vou chorar!

Darrell: Calma, Pandora. Temos que entenderporque sua voz está assim. Parece até queengoliu um plugin do XMMS.

Pandora: Muito engraçado você. Fica assimporque não aconteceu nada com você. Eu vi lá:nossos colegas viraram monstros! Você não viu?

Darrell: O que quer que tenha acontecido nostransformou. Eu tenho algumas habilidadesespeciais agora.

Pandora: Ah, é? Como é que você sabe? Tavano changelog do Darrell 2.0? O da Pandora 2.0estava vazio! Quem me programou é muitopreguiçoso ou eu não tenho importânciamesmo...

Darrell: Você sabe que você é importante, néPandora? É importante pra mim.

Vamos deixar os dois pombinhos se acertandoe voltar nossa atenção para a sede da SysAtomTechnology. Antigamente, uma das grandesempresas de tecnologia do Brasil. Hoje, só...

Bem... Hoje...

Tungstênio: Acho que ficou bom!

Seamonkey: Ficou uma merda!

Montanha: E o que você queria? Quem nãoajudou não tem direito de reclamar não. Fiquecalada que calada ainda tá errada.

Minotaur: Pô, eu achei massa!

Seamonkey: Tá parecendo... Uma cabana deíndio, só que feita de ferro!

Minotaur: Ué, por isso que ficou legal!

Seamonkey: Espero que a Pandora não vejaisso...

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COLUNA · CÁRLISSON GALDINO

Minotaur: Designers... Tudo um bando defresco, isso sim!

Tungstênio: Que Pandora? Chamem pelo

codinome!

Seamonkey olha pra Tungstênio com cara deraiva, com o canto dos olhos.

Seamonkey: E qual é?

Tungstênio: É mesmo. Não sabemos. Onde elaestá? E o Darrell? Precisamos deles agora!Temos que saber como vamos chamá-los!

Os fortes raios do Sol bahiano já seenfraquecem na segunda metade da tardequando Darrell e Pandora se aproximam dasede. E o que eles encontram é... Bem...

Darrell: PQP! Como diria Valdid: que peste éisso?

Pandora observa espantada a estranhaconstrução

Darrell: Vamos?

Pandora permanece em estado de choque.

Darrell: Ei!!! Minha flor, vamos indo?

Pandora: Eles... Eles...

Darrell: É, eles fizeram uma casa nova usandochapas de ferro e cabos de aço.

Pandora: Eles...

Darrell: Vamos, não podemos ser vistos.Temos que encontrar uma janela.

Darrell para por uns instantes.

Darrell: ...ou qualquer coisa parecida com isso.

Minotaur: Ei, Louise!

Seamonkey: Se o Oliver vir você me chamandopelo nome vai ficar doido contigo.

Minotaur: Pior é você chamar o nome dele. Ei,Seamonkey não é um nome do Mozilla?

Seamonkey: É. É como ficou conhecida a suítede navegação que antes se chamava MozillaSuite.

Minotaur: Ah... E não dá problema?

Seamonkey: O quê?

Minotaur: Sei lá, usar o nome deles!

Seamonkey: Se der, pior é seu caso.

Minotaur: Como assim?

Seamonkey: Minotaur é como o Thunderbird

era conhecido antes.

Minotaur: Era? Mas não são mais, então táliberado pra eu usar!

Seamonkey: Não. Eles mudaram de nomeporque foram processados.

Minotaur: Que merda! Preciso mudar de nomeantes que seja tarde demais!

CARLISSON GALDINO é Bacharel emCiência da Computação e pós-graduadoem Produção de Software com Ênfaseem Software Livre. Já manteve projetoscomo IaraJS, Enciclopédia Omega eLosango. Hoje mantém pequenosprojetos em seu blog Cyaneus. Membroda Academia Arapiraquense de Letras eArtes, é autor do Cordel do SoftwareLivre e do Cordel do BrOffice.

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Open Source  já está dei-xando de ser notícia de mídia.Não que o assunto tenha se es-gotado, mas é que não é maisnovidade. Open Source já estáno dia a dia das empresas. Eum dos negócios em torno do

Open Source que está crescen-do bastante são exatamenteos serviços. Neste modelo,não se ganha dinheiro direta-mente com venda de licenças,mas principalmente com servi-ços. Segundo o IDC, nesteano de 2009 o mercado mundi-al de serviços em torno doOpen Source deverá atingir a

casa dos sete bilhões de dóla-

res, um crescimento de 25%sobre o ano anterior. Em 2013as previsões são que alcancem 12,7 bilhões de dólares! Areceita de serviços acumuladentre 2008 e 2013 será dmais de 54 bilhões de dólares

Realmente, estamos falandde muito dinheiro.

O que estes números representam? Indiscutivelmentque Open Source já criou umecossistema forte e saudável que não tem como ser ignorado.

Open Source já está atingindo a maturidade e as dis

COLUNA · CEZAR TAURION

Open Source e ServiçosPor Cezar Taurion

Wagner Ma

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COLUNA · CEZAR TAURION

cussões ideológicas estão sen-do deixadas de lado. Lembroque em 2004 e 2005 as discus-sões se centravam na luta en-

tre o bem e o mal, com o malsimbolizado pelo software pro-prietário. Pouquíssimas discus-sões eram pragmáticas...Nãose falava em mercado, das difi-culdades das empresas emadotar Open Source. Muitas ini-ciativas eram, no âmbito gover-namental, definidas pordecreto, sem uma visão clara econsistente dos desafios a se-rem enfrentados. Na época, aIBM era a única das grandesempresas de software a acredi-tar e investir em Open Source.Já em 2001, a IBM anunciavainvestimentos de um bilhão dedólares em iniciativas ligadasao Linux. Foi um marco para aindústria de software, sinalizan-do que Open Source era coisa

séria.Hoje o contexto é diferen-

te. Muitos projetos de softwareOpen Source já estão amadure-cidos. O Linux já tem 18 anos,o MySQL 14 anos, o Post-greSQL é de 1996, o Apachesurgiu em 1995, o Eclipse em2001, Mozilla em 1998 e oOpenOffice.org em 2000.

A industria de software,salvo ainda raras exceções jáentendeu que Open Source é ir-reversível. E muitas empresasde software misturam códigoOpen Source com seu códigoproprietário, criando soluçõeshíbridas. Estas alternativasabrem espaço para produtosinovadores como os ofertados

pela Black Duck Software(http://www.blackducksoftware.com/) e OpenLogic(http://www.openlogic.com/) 

que vasculham código e vali-dam se existe alguma violaçãode patentes.

Também já vemos OpenSource entrando em outros se-tores de software, como um sis-tema de sistema de troubleticket, o OTRS(http://www.otrs.org/), e siste-mas de shopping cart para co-

mércio eletrônico como oosCommerce (http://www.os-commerce.com/) ou o Zen Cart(http://www.zen-cart.com/). Exis-tem soluções para integraçãode dados e ETL, como o Ta-lend (http://www.talend.com/) ediversos outros softwares.

Mas, voltando aos servi-ços, o segmento de maior cres-

cimento é exatamente o deintegração. Curiosamente, osde menor oportunidade de ne-gócios são as atividades deeducação e treinamento. Poroutro lado, os treinamentosabrem portas para os serviçosde maior valor agregado comoconsultoria e integração.

OK, e que sugestões po-

demos fazer para empreende-dores que queiram entrarneste setor? Apenas duas: Ge-rar dinheiro com softwareOpen Source é diferente do mo-delo proprietário. Não existem li-cenças e portanto devembuscar receita em serviços ouobter ganhos indiretos. E nãoesquecer que integração entre

sistemas proprietários e Open

Source é a demanda de maiooportunidade. Assim, não temsentido uma empresa ser especializada 100% em Open Sou

ce.Adicionalmente sugir

prestar atenção à rápida disseminação da chamada Internedas coisas, onde sensores outros dispositivos estarão atuando em tempo real, integrados à infraestrutura física dplaneta. As oportunidades dnovos negócios usando tecno

logias Open Source serão absolutamente imensas.

Para mais informações:

Site Black Duck Software

http://www.blackducksoftware.com/

Site OpenLogichttp://www.openlogic.com/

Site OTRS

http://www.otrs.org/

Site osCommerce

http://www.oscommerce.com/

Site Zen Cart

http://www.zen-cart.com/

Site Talend

http://www.talend.com

CEZAR TAURION éGerente de NovasTecnologias da IBMBrasil.Seu blog estádisponível em www.ibm.com/developerworks/blogs/pagectaurion

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Cada um de nós tem um

motivo para participar de umacomunidade. Na maioria das ve-zes, somos membros a comuni-dade onde vivemos, dacomunidade onde trabalhamose outras comunidades físicas.Estas participações acabam sedando mais pela proximidade fí-sica da comunidade que neces-sariamente por afinidades

culturais ou de outro tipo. Nascomunidades de Software Li-vre, no entanto, uma coisa dife-rente parece acontecer:aparentemente, apenas por afi-nidade intelectual, nos filiamosa comunidades de completosestranhos. Pessoas que conhe-cemos apenas por e-mail eque atendem por nicks e nãopor nomes.

O envolvimento nas co

munidades de Software Livreno entanto, é gradual, quasimperceptível. É um processde crescimento onde começamos como "ouvintes" de listade discussão, vendo outros fazerem as perguntas que gostariamos de ter feito mas nãtinhamos coragem de fazê-loGrande bobagem! Com o tem

po, descobrimos que repetuma pergunta nos custa, nmáximo, uma resposta mandando ver a mensagem tal. Isso quando temos sorte. Algunpoucos mal-educados, e eleexistem em qualquer comundade, mandam a gente procurar direito antes de fazer umpergunta. Ainda bem que sãexceções.

COLUNA · ROBERTO SALOMON

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B S

Por Roberto Salomon

Participação e Comunidade

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COLUNA · ROBERTO SALOMON

Crescemos e, apesar dostrolls, começamos a perguntar.Com o tempo descobrimosque também podemos respon-der as perguntas dos outros ou

até mesmo comentar uma res-posta de alguém mais experien-te, dando ao tema uma novaabordagem (ou perspectiva, co-mo queiram). E, quando me-nos esperamos, estamos tãoenfronhados na comunidadeque alguém chega para pergun-tar se não gostariamos de nostornar mais ativos, assumindo

alguma coordenação ou ativida-de.

É sempre assim. A partici-pação em comunidade é envol-vente e natural do ser humano.Gostamos de nos sentir úteis.

E, no caso específico dascomunidades de Software Li-vre, há uma coisa que as distin-gue de todos os outros tipos

de comunidade. Em uma listade discussão não há rostos.As pessoas discutem e argu-mentam livremente sem ne-nhum pré-conceito sobre os

demais. Infelizmente, tende-mos a imaginar a capacidade in-telectual do outro pela suaaparência física. Em uma listade discussão, isso não existe.A discussão se dá sem a inter-ferência de padrões culturaisque nos são impostos pelasnossas criações. Exagerando,mas não tanto assim, é possí-

vel acompanhar uma divertidadiscussão entre um PHD em fí-sica nuclear e um estudantede segundo grau sobre qual amelhor solução para um deter-minado problema que ambosvem enfrentando. Seja na for-matação de um texto científico,ou na codificação mais eficien-te de um algorítmo, esta intera-

ção só é possível pelexistência destas comunidades virtuais.

Gosto de lembrar d

quando conheci o Asrail quassumiu a coordenação do processo de QA do BrOffice.orgTivemos boas discussões sobre métodos e resultados semnunca nos termos encontradoNa verdade um não tinha a menor ideia de como era o outroNão era necessário. Quando fnalmente nos conhecemos,

reação foi muito semelhanteele achava que eu era mais novo, e eu que ele era mais velho. Às vezes fico imaginandcomo teria sido a dinâmica dotrabalho se este encontro tivesse ocorrido antes.

Crescemos e, apesar dos

trolls, começamos a perguntar.Com o tempo descobrimos quetambém podemos responder asperguntas dos outros ou atémesmo comentar umaresposta de alguém mais

experiente...Roberto Salomon

ROBERTOSALOMON éarquiteto de softwarena IBM e voluntáriodo projetoBrOffice.org.

Blog do Roberto Salomon:http://rfsalomon.blogspot.com

Artigo na Wikipédia sobre Troll

http://pt.wikipedia.org/wiki/Troll_ 

(internet)

Para mais informações:

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Revista Espírito Livre: Jon "maddogHall, hoje você é um ícone na área de softwa

re livre. De volta para o passado... Você tinha interesse em tecnologia durante ainfância?

Jon Maddog Hall: Sim. Quando criançaeu estava constantemente desmontando coisaspara ver como elas funcionavam. Frequentemente eu não conseguia montá-las novamentemas, em geral, quando eu tinha acesso a elaselas  já tinham parado de funcionar de qualqueforma, então meus pais não ligavam muito.

CCAAPPAA ·· EENNTTRREEVVIISSTTAA CCOOMM JJOONN MMAADDDDOOGG HHAALLLL

Entrevista comJon "maddog" Hall

Por João Fernando Costa Júnior, Tatiana Al-Chueyr e Pamella Castanheira 

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Até os meus 15 anos meu pai tinha um se-gundo trabalho em uma loja de brinquedos. Ain-da muito novo eu ia lá e o ajudava a montarbicicletas, karts, casas de bonecas e outras coi-sas que necessitavam leitura e execução de ins-

truções de manuais.Eu também sempre gostei de ficção científi-

ca, de ler revistas técnicas e, muitos livros.

REL: Há relatos de que seu primeiro con-tato com software livre foi quando você traba-lhou no Digital Equipment Corporation,como foi?

JMH: Bem, estes relatos parecem estar er-

rados. Meu primeiro contato com software livrefoi em 1969 quando eu era um estudante univer-sitário na Drexel University, na Philadelphia,Pennsylvania. Eu encomendava programas da bi-blioteca da Digital Equipment Corporation's UserSociety, DECUS. DECUS publicava um catálo-go impresso (na época esse catálogo custava15 dólares) dos programas que eles possuíam.Eu lia o catálogo e via qual programa eu precisa-va, então eu encomendava (geralmente os pro-

gramas pequenos custavam emtorno de 5 dólares, e os maioreem torno de 15 dólares) e elechegavam pelo correio em fita d

papel.Então eu experimentava o

programa, e, se eles fossembons, eu fazia copias e os vendipara os meus colegas por um dólar ou dois cada um, para cobros custos da nova fita de papel para reembolso do que havia pago para receber o primeiro.

Desde que os programa

eram livremente distribuíveis e copiáveis, isso não era ilegal na época.

REL: Desde então, a tecnologia mudou um pouquinho... Como você smanteve atualizado?

JMH: Antes de tudo, minha educação fomuito intensa. Estudei engenharia elétrica,

aprendi como os transistores podem ser colocados em uma unidade de armazenamento (chamada de “flip-flop”), como os flip-flops poderiamser colocados em regístros e memórias, combarramentos funcionavam, etc. Eu programeem linguagem de máquina, estudei como compladores e sistemas operacionais funcionamQuando vieram as redes e processamento gráfco, também estudei esses assuntos.

Eu trabalhava para a Western Electric, a fil

al industrial da Bell System quando eu estavna faculdade, e mais tarde no Bell Laboratories.

Enquanto eu provavelmente teria algumdificuldade em escrever código no atual kernedo Linux, eu não tenho dificuldades em entender como ele funciona.

Uma boa parte da chamada "inovação" dhoje consiste em tornar as coisas menoresmais rápidas, mais eficientes, mais consistentes. Trata-se de um bom trabalho de engenha

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CAPA · ENTREVISTA COM JON MADDOG HALL

Uma boa parte da cha-

mada "inovação" de hoje consisteem tornar as coisas menores,mais rápidas, mais eficientes,mais consistentes. Trata-se deum bom trabalho de engenharia,mas não é o que eu chamaria de

"inovador".Jon "maddog" Hall

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ria, mas não é o que eu chamaria de"inovador".

Além disso, eu continuo lendo re-vistas técnicas, participando de confe-

rências, etc.REL: O seu apelido “maddog”,

foi dado por estudantes do estadode Hartford State Technical Collegequando você foi chefe do departa-mento de ciência da computação,devido ao seu temperamento, na época. Hoje em dia, você sempreaparece extremamente calmo duran-te as conferências de software livre

ao redor do mundo... Existe ainda alguma coi-sa que o transforma num velho “maddog”?

JMH: Sim, quando as pessoas são grossei-ras, ou pensam que são melhores que as ou-tras. Fanatismo, sexismo, racismo. As pessoasque se recusam a ajudar aqueles que tentam aju-dá-las. Políticos que tem dificuldades para ler eentender a constituição dos Estados Unidos.

REL: Quais são as suas atividades atu-ais como diretor executivo do Linux Internati-onal?

JMH: Infelizmente a entidade “Linux Interna-tional” tem estado adormecida durante algumtempo devido à falta de verba, mas eu tenho umplano para reativá-la e revitalizá-la em breve, en-tão fiquem atentos.

Tudo o que faço pelo Linux é tentar expli-car de forma clara e concisa, o que é o softwarelivre e como ele ajuda as pessoas e nações. Re-centemente tenho me concentrado no que cha-mo de “economias emergentes”, pois acreditoque o software livre tem mais impacto nelas, epode ajudar ainda mais a vida das pessoas.

Neste verão passei um tempo no Vietnã mi-nistrando alguns cursos gratuitos, patrocinadospelo WITFOR, uma organização parcialmentefundada pelas Nações Unidas, sobre como utili-

zar software livre para fazer negócios.

REL: Você é também um dos embaixadores do Koolu, o qual permitiu grandeavanços na aplicação do software livre emdispositivos de baixo consumo de energiaQuais são os avanços recentes neste campo?

JMH: O Koolu, em si, decidiu se concentrar, por enquanto, em “cloud computing”, a quapode ser feita através de thin clientes e servidores virtuais, por isso não está tão envolvido com

as coisas de baixo consumo.

REL: Atualmente, em que projetos vocestá engajado?

JMH: Ah! Continuo envolvido e interessadpor “coisas de baixo consumo”, e estou trabalhando com a Universidade de São Paulo partestar e desenvolver a próxima geração de um“Open phone”, muito parecido com o Openmok

FreeRunner, mas para ter o telefone sob uma lcença livre, para que as fábricas no Brasil e nresto da América Latina possam produzi-los. Isso criaria empregos na América Latina e reduzria o custo dos telefones para o cliente final.

Eu também estou profundamente envolvdo com o Projeto Cauã, que é um projeto quusa computação em thin client para reduzir uso de eletricidade, torna a computação maifácil, cria uma bolha de Internet wireless gráti

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CAPA · ENTREVISTA COM JON MADDOG HALL

Tudo que faço peloLinux é tentar explicar de formaclara e concisa, o que é Soft- ware Livre e como ele ajuda aspessoas e nações.Jon "maddog" Hall

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para a Inclusão Digital, e cria 1-2 milhões de tra-balhos na área de alta-tecnologia no Brasil, emais 1-2 milhões para América Latina. Nós faze-mos tudo isso de modo capitalista e sustentável,sem financiamento do governo.

Promover a paz no mundo terá que espe-rar até o mês que vem. :-)

REL: Com tantas atividades, há tempo pa -ra dormir? Quantas horas você dorme por dia?

JMH: Eu geralmente gosto de dormir oitohoras, mas como estou ficando mais velho issose torna mais difícil. Normalmente durmo em tor-no de seis horas ou menos por noite.

REL: Suas conferências são mágicas edesmistificam crenças como “não é possível

ganhar dinheiro com software livre”. Em queponto você vê as empresas “comprando” es-ta ideia?

JMH: A empresa Red Hat parece ter com-prado. Assim como a IBM, Hewlett Packard, Goo-gle, etc. Mais perto de vocês, o Metrô de SãoPaulo e a Caixa Econômica Federal, e muitas ou-tras. Eu realmente não sei quantos casos que fo-ram bem sucedidos em "fazer dinheiro comSoftware Livre" que eu precisarei apresentar pa-

ra que as pessoas acreditem quacontece, mas continuarei tentando.

REL: Apesar de afetar as companias que desenvolvem tecnologia, você vê o movimento dsoftware livre se espalhando paroutros setores?

JMH: A Creative Commons está criando uma revolução nas artes em publicidade. Empresas de segur(por exemplo) têm me perguntado como eles podem usar técnicas dSoftware Livre para colaborar comseus concorrentes para reduzir cus

tos.

REL: Em paralelo ao envolvimento dempreendimentos, mais e mais governotêm se mobilizado e encora  jado a utilizar promover tecnologias open source. Qual é papel dos governos neste campo?

JMH: Eu gosto de pensar que a maioridos governos são “das pessoas e pelas pessoas”. Portanto o que é bom para as pessoas emgeral é o que o governo deveria fazer. O governo, por exemplo, não deve proteger monopóliopara que alguns poucos "fiquem ricos". O governo deve buscar levar a sociedade adiante.

Este é o motivo para eu acreditar que apatentes de software devem ser demanteladapor lei. Patentes de software, se elas algum ditiveram qualquer efeito positivo na economia, ho je têm um papel prejudicial que se sobrepõe qualquer benefício que elas poderiam gerar.

Os governos não devem conceder patentes de software, e devem ter um programa acelerado de abolir antigas patentes de software.

REL: Em sua opinião, como a recente crse global afetou o desenvolvimento e utilizaçãde software livre nos Estados Unidos e no mundo como um todos?

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CAPA · ENTREVISTA COM JON MADDOG HALL

O governo, por

exemplo, não deve proteger mo-nopólios para que alguns pou-cos "fiquem ricos". O governodeve buscar levar a sociedadeadiante.Jon "maddog" Hall

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JMH: Completamente. As pessoas estãobuscando fazer mais com menos dinheiro, e é aíque o software livre aparece. Infelizmente elesnão estão também implementando muitos novos

projetos, que é outro lugar onde o Software Li-vre se destaca. Conforme a economia for recupe-rada, eu espero que as lições de Software Livreaprendidas durante a recessão inspirem o usode Software Livre em novos projetos.

E é claro, o Vista foi a melhor coisa que aMicrosoft poderia ter feito para o Linux. Talvez ogrande número de licenças do Windows 7 dirijamais pessoas ao software livre.

REL: A filosofia do software livre foi es-tendida para outras áreas através de movi-mentos sociais frequentemente chamadosde “cultura livre”. Qual foi a demostração de“cultura livre” mais impressionante que você já viu?

JMH: “Big Buck Bunny”, um filme livre feitocom a utilização do Blender. Aqueles caras deAmsterdam estão pegando fogo!

REL: O que você pensa ser importantepara manter viva a comunidade do software li-vre ou a cultura livre?

JMH: É preciso uma massa crítica de pes-soas, juntamente com comunicação de alta velo-cidade de comunicação e baixo custo ecompartilhamento de conhecimento.

Acho que não foi por acaso que o projeto

do kermel do Linux decolou da maneira que fez, justamente quando os custos de acesso a Inter-net permitiram que a Internet estivesse nas ca-sas das pessoas, computadores razoavelmentepoderosos passaram a ser acessíveis tanto aamadores quanto a estudantes universitários, evários papers sobre como escrever um sistemaoperacional estavam disponíveis. Tudo o que fal-tava era adicionar um estudante com força devontade de Helsinki, Finlândia...

REL: Quais os principais desafios nárea de software livre? E cultura livre?

JMH: Fazer as pessoas entenderem que necessário trabalho e dedicação pra fazer acon

tecer... não é mágica... e se as flores da CulturLivre não forem regadas e adubadas, elas irãmurchar e morrer.

REL: Muito obrigado pela entrevista. Você gostaria de deixar uma mensagem paros leitores da Revista Espirito Livre?

JMH: O projeto que mencionei antes, o Pro jeto Cauã, é uma homenagem ao meu afilhad

brasileiro. O nome vem dos índios Tupi - signifca "Águia" - e por isso escolhi este nome para projeto.

A águia é provavelmente um dos espíritomais livres que eu possa imaginar. Então, dmúsica "The Eagle & The Hawk" de John Denver e Mike Taylor, eu deixo esta mensagem:

"And reach for the heavens and hope for the future

And all that we can be and not what we are"

"E busque pelos céus e tenha esperança pelo futuro

E tudo o que nós podemos ser e não o que somos"

Esta é a mensagem para o Software Livre para a Cultura Livre.

Carpe Diem!

Para mais informações:Site oficial Linux Internacional:

http://www.li.org

Site oficial Koolu:

http://koolu.com

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CAPA · ENTREVISTA COM JON MADDOG HALL

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A cada dia, mais empresas começam a en-xergar o software livre como uma opção viável eestratégica para seus negócios, gerando inde-pendência de fornecedores e economia. No mo-delo proprietário, existe a figura do fornecedor,que dá suporte a problemas e consultoria, figuraesta que normalmente não existe no modelo li-vre. Algumas vezes, existem empresas especiali-

zadas em prestar serviços a determinadossoftwares livres, mas, o que acontece na maio-ria dos casos, é que a comunidade é seu princi-pal mantenedor, tornando necessária ainteração da empresa usuária com ela.

Esta interação pode ser feita de várias for-mas, cabendo à empresa decidir como a fará,mas elas podem ser enquadradas em algumadestas três categorias:

1. Ter contato direto com a comunidade;2. Terceirizar este contato;3. Se tornar parte da comunidade;

Contato direto com a comunidade

Normalmente feito por empresas de maioporte, é quando ela decide que irá interagir dire

tamente com os desenvolvedores do softwareNa prática, isto normalmente significa que umgrupo de pessoas da área de TI desempenharfunções de:

1. Reporte de problemas (bugs);2. Pedidos de novas funcionalidades;3. Repasse de dúvidas para a comunidade;

O problema deste tipo de interação é qué bastante passiva e não trás garantias de qu

CAPA · COLABORAÇÃO NO MUNDO DOS NEGÓCIOS

Por Rodrigo Carvalho

Colaboração nomundo dos negóciosA interação entre empresas usuárias de software livre comsuas comunidades

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Mark Norma

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a resposta será adequada ao nível de severida-de que um possível problema possa ter. Ele é pa-recido com o modelo proprietário, onde estasmesmas interações são com a fornecedora do

software, mas, neste caso, não existe contratopara poder cobrar  judicialmente uma respostaadequada.

Esta forma de interação normalmente é omais comum de ser visualizado por quem estácomeçando com software livre (e que acaba ge-rando a famosa pergunta “quem dá suporte?”).Apesar disso, o risco é menor quando a empre-sa usuária já é experiente neste assunto e sabelidar melhor com a comunidade.

No entanto, este tipo de interação pode serinteressante para casos menos críticos, como pe-quenos aplicativos livres. Como isto não irá inter-romper nenhum serviço crítico, o seu usotorna-se seguro, mesmo contando apenas como suporte informal.

Mas não é interessante que a empresa ape-nas “sugue” o trabalho desenvolvido colaborativa-mente. Elas normalmente dão um retorno para oprojeto, como doações ou publicidade. Neste últi-

mo caso, o próprio fato de uma empresa com no-me de peso estar utilizando um software livre, jáo torna mais conhecido, trazendo para a sua co-munidade mais pessoas interessadas em contri-buir.

Para softwares maiores, também podemser feitos patrocínios ou organização de even-tos. Um exemplo de empresa que faz bastante is-to é o SERPRO. Este órgão é um dos maioresusuários da linguagem Python e sempre que pos-

sível patrocina os eventos da comunidade noBrasil. Ele é, inclusive, um dos grandes responsá-veis pela popularização da linguagem no nossopaís.

Nos casos onde são necessários desenvol-vimentos, como correção de bugs e implementa-ção de novas funcionalidades, empresasusuárias às vezes fazem pagamentos diretos pa-ra um desenvolvedor ativo do software fazer otrabalho necessário. Esta solução se aproxima

com o que viremos a seguir.

Terceirizando o contato

Uma empresa também pode escolher ponão ter nenhum contato direto com a comunidade e contratar empresas que farão este trabalho. A contratada fica responsável posolucionar os problemas nos softwares livres, como se eles fossem propriedade dela. Assim, seesta não responder às demandas de forma conveniente, a usuária estará resguardada judicialmente por um contrato.

Isto é bastante parecido com o modelo pro

prietário, com a diferença fundamental que ausuária poderá fazer o mesmo tipo de contratocom outra consultoria. Como o software livrenão tem donos, a partir do momento que a contratada não honra o contrato, ele poderá ser rescindido e ser refeito com outra. Isto também é omais simples de ser implementado por empresas de menor porte e pelas que estão iniciandoa adoção.

Um exemplo muito bom de empresa que

faz isto de uma maneira muito inteligente é aCaixa. A empresa abre licitações para contratação de consultorias em software livre, contendoexigências de que a empresa contratada tenhaum número mínimo de membros ativos na comunidade. Isto, ao mesmo tempo que garante umaqualidade de serviço melhor, pois a consultoriaterá pessoas qualificadas para o trabalho, contribui para que o software se fortaleça, remunerando os membros ativos e incentivando a entrada

de novos.

Tornando-se parte da comunidade

Existem também algumas empresas quede certa forma, se tornam parte da comunidadeElas, ao invés de terem um papel passivo, tiramtotal proveito da liberdade do software se tornando membros ativos da comunidade, desempenhando funções de:

CAPA · COLABORAÇÃO NO MUNDO DOS NEGÓCIOS

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1. Desenvolver novas funcionalidades;2. Corrigir bugs;3. Sanear dúvidas de outras pessoas;4. Gerar documentação;

Obviamente, para se fazer isso, é necessá-rio que pessoas da empresa tenham um conheci-mento mais profundo do software(especialmente nos dois primeiros casos) e queela tenha mais experiência com o modelo colabo-rativos e de como lidar com a comunidade. Maseste tipo de interação se torna mais fácil quandoa empresa fez algum trabalho interno que possaser liberado para o público externo. Ela o disponi-

biliza para que todos possam se beneficiar dele.Quem utiliza bastante este modelo é o Ban-

co do Brasil. Ele faz contribuições para os softwa-res que usa, como o desenvolvimento demelhorias no Wine, traduções do Freemind e có-digo e documentação do BrOffice.org. Estes tra-balhos foram feitos para o atendimento dedemandas internas e que, posteriormente, fo-ram disponibilizados. Neste caso, ambas as par-tes ganham: todos os usuários, que contarão

com um software melhor, e a própria empresa,que não precisará manter os códigos desenvolvi-dos por conta própria.

Além disso, algumas empresas enxergamesta forma de trabalho como algo essencial pa-ra usos em atividades críticas. Nestes casos,elas preferem absorver um conhecimento maisprofundo do software para que, na ocorrênciade problemas que possam comprometer a em-presa de maneira mais severa, ela mesma seja

capaz de resolvê-los, dando prioridade máximaa eles e sem depender da disponibilidade de em-presas externas.

Concluindo

Ao utilizar software livre, será praticamenteinevitável que uma empresa tenha algum tipo deinteração com a sua comunidade. Mas isto, aocontrário do que muitas delas acostumadas com

o modelo proprietário possa pensar, não é ruimIsto gera uma movimentação em volta do software que trará mais garantias de sua continuidadeincentiva que mais empresas deem suporte a

ele (aumentando a concorrência), melhora suaprópria imagem perante o público e fica cadavez mais independente de empresas externas.

Mas deve ficar claro que não existe umaforma de interação melhor que a outra e, damesma forma, uma forma não impossibilita outra (as empresas citadas nos exemplos interagem por diversas maneiras). Como tudo nosoftware livre, isto que é uma questão de escolha - a empresa usuária tem o poder de escolhe

de qual a melhor forma para ela.Olhando para o mercado, o que podemos

ver é que a maioria das empresas têm uma atitude mais passiva. Como o software livre ainda está começando na maioria delas, estas formas deinteração se tornam mais interessantes por serem mais parecidas com as do modelo proprietário do qual já estão acostumadas. Algumas têmuma atitude mais ativa, mas por terem algunsfuncionários próprios que participam de projetos

livres e acabam trazendo isso para seus trabalhos. De uma forma ou de outra, o importante éincentivar que as comunidades cresçam e queos softwares se fortaleçam para que o investimento feito não tenha sido em vão.

Artigo: Software livre é usado em 73% das grandes

empresas no Brasil

http://ur1.ca/enit

Artigo: Empresas e a Comunidade Software Livre

http://ur1.ca/eniz

RODRIGO CARVALHO é analista desistemas com experiência pessoal eprofissional com software livre e membroativo na divulgação do software livre noRio de Janeiro através do grupo SL-RJ.

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CAPA · COLABORAÇÃO NO MUNDO DOS NEGÓCIOS

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Ideias em movimento. Éassim que Mario Teza define omovimento do software livre.Ele,  junto com Marcelo Brancoe Ronaldo Lages, foram os res-ponsáveis pelo projeto inicial

do Fórum Internacional Softwa-re Livre que hoje culmina na As-sociação Software Livre (ASL)e no Projeto Software Livre Bra-sil.

Não foi um trajeto fácil,mas o quadro em que se encon-tra atualmente o software livreno país mostra que não foinem é uma luta em vão. Confor-

me conta Marcelo Branco, hojecoordenador geral da ASL, tu-do começou em 1999. Na épo-ca, Branco era vice-presidenteda Companhia de Processa-mento de Dados do Estado doRio Grande do Sul, a Pro-cergs. Junto com os tambémfuncionários da Instituição, nadata, Mario e Ronaldo, surgiu

a ideia de promover o softwarlivre dentro da companhiaApós ser dada a largada, umgrupo de cerca de 40 pessoase reuniu na Procergs e deinício ao Projeto Software Livr

Rio Grande do Sul.A partir daí, com o apoi

de universidades e comunidades de usuários, surgiu o Fórum Internacional SoftwarLivre, o fisl. As três primeiraedições do evento foram organizadas governamentalmenteQuando se anunciou a desgovernamentalização do projeto

nasceu a organização não governamental que daria suportao Fórum: a AssociaçãSoftware Livre. Neste momento, também nascia o ProjetSoftware Livre Brasil (PSL-Brasil). Para Marcelo Branco, embora tenha nascido depois dFórum, a ASL já existia na prática e se constitui na organiza

ção social mais antiga do paí

CAPA · Difundindo ideias em busca de uma sociedade livre

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Por Stefanie Silveira 

Difundindo ideiasem busca de uma sociedade livre

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na defesa do software livre eda cultura livre.

Segundo o coordenadorgeral, a ASL e o PSL-Brasilsão alguns dos responsáveispelo software livre passar a serum tema nacional que interfereem áreas como a economia, a

política, a cultura e a filosofia.“Conseguimos dar uma amplitu-de maior para o movimento pe-la liberdade de conhecimento,penetrar nas administrações pú-blicas, dar visibilidade para omovimento sob o ponto de vis-ta dos meios de comunicação”,afirma Branco. Ele ressaltaque, no início, quem mais atua-va pelo software livre eram osdesenvolvedores, mas, na atua-lidade, o tema se ampliou. “Osdesenvolvedores são a molamestra deste movimento, o co-ração, o pulmão, mas ao ampli-ar o tema para ativistas sociaise  jornalistas acabamos sendoum pouco responsáveis pelo fa-to de que o movimento softwa-re livre do Brasil é um dos

mais respeitados do mundo”,explica.

O representante do Tercei-ro Setor no Comitê Gestor daInternet no Brasil, Mario Teza,ressalta que o Fórum Internacio-nal Software Livre, que em2009 teve sua décima edição

realizada, foi muito importantepara ajudar a constituir e solidifi-car o movimento software livreno país. Em crescimento cons-tante, na edição deste ano, ofisl reuniu mais de oito mil parti-cipantes.

De acordo com Teza, aadesão de pessoas de diferen-tes áreas da sociedade e a rea-

lização do evento que a cadaano demonstrou crescimento esolidez fez com que se conse-guisse criar repercussão e res-sonância para o tema dosoftware livre. “Nós não somosos únicos responsáveis por is-so, mas o fato de sermos o mai-or evento acaba sendo ocatalisador de diversas comuni-

dades e propostas que ocorrem paralelamente ao fisl são apoiadas pelos participantes”, afirma.

O movimento do qual faparte o Fórum é baseado na lógica da Internet, da colaboração e do compartilhamento“Nós somos os precursores disso de certa forma, porque a Internet nasceu baseada empadrões historicamente livree hoje ela precisa continuasendo produto desta comunida

de original que vem se autoafirmando”, alerta Mario TezaSegundo ele, o modelo proprietário de software vem sendcontestado também pelo sucesso das iniciativas em softwarlivre que se demonstram maibaratas, eficientes e mobilizadoras de colaboradores ao seredor.

Para Teza, o diferenciado Projeto Software Livre RiGrande do Sul, foi que, em seprincípio, em 1999, a ideia conseguiu reunir governo, empresas e universidades no mesmespaço, o que não ocorria emoutros países. “Essa experiên

cia de juntar todos no mesmo es

paço, somada ao fato de traze

os criadores das tecnologias, o

desenvolvedores, os pais e a

mães de algumas das principai

tecnologias utilizadas acabou fa

zendo do Brasil referência po

criar uma sinergia que não exis

te em outros lugares”, diz ele.

A Associação Software Lvre é uma associação civil semfins-lucrativos, com sede em

Conseguimos dar uma

amplitude maior para o movimentopela liberdade de conhecimento,penetrar nas administraçõespúblicas, dar visibilidade para omovimento...

Marcelo Branco

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CAPA · Difundindo ideias em busca de uma sociedade livre

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Porto Alegre, no Rio Grandedo Sul. A ASL reúne hoje em-presários, profissionais libe-rais, estudantes e servidores

públicos, estabelecendo rela-ções com os mais diversos seto-res da sociedade como opoder público, universidades,empresas, grupos de usuários,hackers e ONGs. Seguindo oseu propósito fundador, o princi-pal objetivo da organização étornar o software livre ampla-mente incluído na sociedade,propiciando espaço de discus-são, apoio, fomento e organiza-ção de iniciativas nas maisdiversas áreas relacionadas aotema.

Os principais projetos daASL são o Fórum InternacionalSoftware Livre e o ProjetoSoftware Livre Brasil. O fisl é re-alizado anualmente em PortoAlegre e reúne milhares de par-ticipantes de diversos lugaresdo país e do mundo. Em 2009,o Fórum trouxe para o Brasil oco-fundador do Pirate Bay, Pe-ter Sunde, além do mentor domovimento software livre, Ri-chard Stallman e do presidenteda Linux International, Jon“Maddog” Hall. Os participan-tes puderam conferir mais de

300 atividades envolvendo pa-lestras técnicas, eventos cultu-rais, shows, desafios de

programação e promoções nosestandes dos expositores.

O Projeto Software LivreBrasil é uma rede social, manti-da pela ASL, que reúne univer-sidades, empresários, poderpúblico, grupos de usuários,hackers, ONG's e ativistas pe-la liberdade do conhecimento.Com mais de três mil usuárioscadastrados, o projeto objetivapromover o uso e o desenvolvi-mento do software livre comouma alternativa de liberdade

econômica e tecnológica. Alémdisso, o PSL-Brasil e a ASL de-fendem a cultura e o conheci-mento livres e a construção domarco civil regulatório para ga-rantir os direitos fundamentaisdos usuários de Internet no Bra-sil.

STEFANIE SILVEI-RA é jornalista emestranda em Comunicação e Informa-ção na UFRGS. Játrabalhou em rádio, jornal impresso, jor-nal online e assessoria de imprensa.Atualmente colaborana equipe de Comu-nicação da Associa-ção Software Livre(ASL).

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...o movimento software

livre no Brasil é um dos maisrespeitados do mundo.

Marcelo Branco

CAPA · Difundindo ideias em busca de uma sociedade livre

Site ASL.Org

http://associacao.softwarelivre.org

Site PSL-Brasil

http://www.softwarelivre.org

Site Oficial FISL

http://fisl.softwarelivre.org/

Site Rádio Software Livre

http://softwarelivre.org/radio

Site TV Software Livrehttp://tv.softwarelivre.org/

Para mais informações:

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CCAAPPAA ·· DDAASS AARRMMAADDIILLHHAASS DDOO MMEERRCCAADDOO

Por Fernando Leme

Das armadilhas do mercado

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Uma das promessas da Cultura Livre era ade que mudaríamos o foco do produto para oserviço. Esta promessa foi realizada pela metade, porque a outra metade ainda encontra no lucro empresarial e na publicidade seu alicerceeconômico.

O código aberto provou ser um métodomais eficiente (porque mais rápido) e mais barato de desenvolvimento. Manter uma comunidade de voluntários será sempre maiseconomicamente viável do que sustentar umgrupo de desenvolvedores especializados. E a jaz a encruzilhada.

Desde que esta constatação tornou-se oalicerce da maioria das empresas de tecnologiaatuais, o lucro (fundamento comercial) e a ideologia (fundamento comunitário) encontraram-semais uma vez ameaçando-se mutuamente poque não ficou claro quem financia o pensamento.

Nu

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Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

A economia universal é baseada na teoriada escassez (cujo postulado mais conhecido é alei da oferta e da procura). Uma vez que o produ-to principal das empresas de tecnologia deixa

de ser um bem escasso, como cobrar por ele? Pi-or ainda, como manter ativa uma comunidade esua infraestrutura sem obter qualquer vantagemeconômica desta atividade.

O Financiamento

A solução mais frequentemente utilizada (eem alguns casos encarada como a panaceia) éa publicidade. O Youtube, o Facebook e o Orkutsão exemplos claros em que determinado servi-ço é oferecido gratuitamente àqueles que se dis-puserem a aceitar newsletters de outrosprodutos e publicidade em seus perfis (o ho-mem-sanduíche em versão digital). O que muitagente ainda não entendeu é o quanto esta solu-ção é provisória.

O que a publicidade tem feito é empurrarum elo para a frente a cadeia de consumo. Nãose compra o produto original, mas o produto que

é anunciado nele. E o foco no produto persiste!Por outro lado empresas como a Canoni-

cal, Mandriva, IBM e Novell (parcialmente) conse-guiram manter a oferta gratuita de seusprodutos enquanto financiam sua atividade coma oferta de serviços (para fabricantes e para oconsumidor final)

Na web este desafio ainda não encontrousolução satisfatória. Um ponto em que algum lu-cro justifique a oferta de um serviço. Como críti-

co do mercado e do consumo não aceitosoluções provisórias baseadas num mesmo mo-delo usado pela televisão nos últimos 50 anos.

Software dirigido pela comunida-de e o software público

Comunidades como o Debian, o Slackware e o GoOO são, entretanto, um exemplo de orga-nização e sucesso. Mantendo suas atividades

por meio de voluntários, as comunidades desenvolvem seus próprios critérios e códigos de conduta. Transformam-se em centros de excelênciana difusão de conhecimento e carregam consigo

um histórico de superação. Mantém-se independentes da estrutura econômico-mercantil que asrodeia e são um porto seguro para as investidasda idéia de lucro.

Preciso deixar claro que não sou contrárioao lucro, ao capitalismo, etc. Apenas consideroperigoso que esta seja a perna mais importantede um movimento como o software e cultura livres.

Paralelamente, iniciativas como o Software

Público brasileiro demonstram que, tal qual aComunicação (que sempre contou com investimento e iniciativas de caráter público dada asua importância estratégica), a Tecnologia da Informação merece tratamento especial porquepode conduzir todo um país, sua estruturaeconômica e educacional em direção à independência e ao domínio das ferramentas.

ConclusãoNão se pode, portanto, encarar o futuro docódigo livre e aberto apenas com uma soluçãocomunitária. E creio encontrar-se neste ponto odesafio maior das comunidades. Ou como resumiu Matt Asay em seu “The Open Road”: Sem a“lógica” do lucro, o código aberto nunca poderiase tornar o fenômeno global que vemos hoje.

FERNANDO LEME é escritor, músico eprofessor. Particularmente influenciado porquestões relativas ao software e culturalivres, sociologia e filosofia do direito.Escreve regularmente para o blog “UniversoFer”, http://fernandohleme.wordpress.com.

CAPA · DAS ARMADILHAS DO MERCADO

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Desde maio desde ano, a comunidadsoftware livre do Brasil conta com uma plataforma de rede social. É a rede Software Livre Bra

sil que veio ocupar o espaço que antes era dportal do Projeto Software Livre Brasil - PSL-BRmas que mantem a função de agregar notíciadesse antigo site e também une a comunidadem rede social na internet. Com isso, a rede temcomo objetivo unir “universidades, empresáriospoder público, grupos de usuários, hackersONG's e ativistas pela liberdade do conhecimento” para a “promoção do uso e do desenvolvmento do software livre como uma alternativa dliberdade econômica e tecnológica”, segundo seu site. Vale lembrar que a responsável pela rede é a Associação Software Livre Brasil (ASL)muito conhecida por realizar o Fórum Internacional de Software Livre - FISL, que ocorre anuamente em Porto Alegre- RS, dentre outraações.

O lançamento da rede ocorreu em Salvador, no evento III Encontro Nordestino dSoftware Livre & IV Festival de Software Livrda Bahia em maio de 2009, com a presença d

CAPA · Um site de rede social para a comunidade software livre do Brasil

Um site derede social para 

a comunidadesoftware livre do BrasilPor Mônica Paz

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Sady Jacques representando a ASL. Para Anto-nio Terceiro, integrante das equipes de desenvol-vimento da plataforma e de organização doevento, a importância está em “modernizar o anti-go portal softwarelivre.org, transformando-o nu-ma rede social com vida própria” e ainda em“mostrar a viabilidade de serviços web com códi-go livre”, além de servir para demarcar a relevân-cia dos eventos na agenda nacional e a atuação

baiana no cenário de desenvolvimento de softwa-res livres.

A quantidade de pessoas cadastradas narede  já é bem significativa e ainda pode crescerbastante ao decorrer do tempo, devido a maior di-vulgação do site e mesmo com o crescimentodo número de entusiastas do movimento. A redeconta com 2.747 usuários e 414 comunidades(dados de 14 de outubro de 2009 e crescendo)e com isso reúne um parcela da comunidade

software livre do país, além de congregá-las emcomunidades virtuais relacionadas aos seussoftwares, grupos, entidades e projetos preferi-dos. A estudante de redes de computadores deuma faculdade de Salvador, Ana Paula Maia, 22anos, recém chegada à rede por indicação deamigos, nos indica uma intenção de uso que tal-vez seja a mesma de muitos outros usuários.Ana Paula diz que visa “buscar conhecimentose poder contribuir com algo que possa ajudar a

alguem mesmo que esteja distante geograficamente. Trocar experiencias adquiridas com o estudo, praticas...”, mas também usa a rede parconhecer pessoas que morem em sua cidade

que tenham interesses em comum.A comunidade do movimento software livr

 já está bastante acostumada com ferramentaque proporcionam sociabilidade no ciberespaçoprincipalmente, com processos colaborativosDessa forma, a rede busca pela convergêncide práticas que a transformem em um ambientpropício para a congregação e trocas da comundade. Para tal, além do blog, estão disponíveifunções de gerenciador de conteúdo (mídias d

áudio, texto, imagem e vídeo são suportadas)agregador de feeds, domínio softwarelvre.org/(nome do usuário), além da criação da já citadas comunidades, que ajudam ainda maia segmentar as discussões por temas.

Uma importante funcionalidade disponibilzada aos usuários é o blog, que tanto pode secriado a partir da plataforma quanto receber o feed (completo ou resumido) de blogs externosEm cada página do blog existe o botão “publ

car” que possibilita o envio da publicação nas comunidades às quais o usuário pertencepropagando mais eficientemente a informaçãque dessa forma tem maior alcance do que apenas a rede de contatos da pessoa. Dentre as comunidades da rede destaca-se a “PSL Brasiatravés da qual os usuários podem enviar textopara a página principal do site da rede.

O uso das redes como forma de estruturação da sociedade é uma prática que também

tem sido bastante explorada no ciberespaço, exemplo de grandes sites que conseguiram destaque em alguns países (como o Orkut no Brase na Índia) ou mesmo globalmente (Facebook)Parte dessa adesão, pode ser explicada com que diz a pesquisadora gaúcha Raquel Recuero, em seu livro “Redes Sociais na Internet”, quconsidera que redes são adequadas às interações no ciberespaço por serem dinâmicas e terem a capacidade de se adaptar. Além dess

adaptação interna, os sites de redes ainda com

Figura 1: Página inicial da rede social Softwarelivre.org

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CAPA · Um site de rede social para a comunidade software livre do Brasil

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portam novas tendências para se fixarem nessemercado, pois tendo sido criados desde os anosiniciais dessa década, os sites de redes sociaisvêm sendo cada vez mais explorados em diferen-tes aplicações e também estão buscando circu-

lar diferentes capitais sociais.Uma atual tendência é a segmentação (ni-

chos), ou seja, as redes sociais de nicho bus-cam agregar pessoas de acordo com seusinteresses, segmentando o público e atendendoàs suas demandas específicas. O editor e escri-tor Chris Anderson em seu livro “A Cauda Lon-ga” chama de “cultura de nicho” toda essamudança ocorrida nos meios de comunicaçãoque deixam de ser massivos e passam a se seg-

mentar ao máximo, aumentando as possibilidades de escolha do público. Para este autoestaríamos vivendo a cultura do “e” ao invés dcultura do “ou” e o mesmo se ver nas redes soc

ais, como o caso da rede Software Livre Brasil.O software que provê a rede ainda apre

senta melhorias a serem desenvolvidas e outrafuncionalidades poderiam ser adicionadas à plataforma, mas a mesma conta com atualizaçõeconstantes e a possibilidade de colaboração dcomunidade com desenvolvimento, testes, traduções, críticas e sugestões. Dessa maneira, mundo software livre pode, continuamente, stransformar em um “mundo pequeno” atravé

desse ambiente, que pode aumentar a interaçãentre seus membros e fortalecer seus laços socais, além de ser um meio eficiente de propagação de informações e conhecimentos.

Rede Software Livre Brasil

http://softwarelivre.org/

Comunidade "PSL Brasil" ou "portal"http://softwarelivre.org/portal

Noosfero, software livre base da rede:

http://noosfero.com.br

Download do livro "Redes Sociais na Internet"

http://www.redessociais.net/

Blog Mônica Paz

http://softwarelivre.org/monicapazz

MÔNICA PAZ é bacharel em Ciência daComputação, mestranda em Ciberculturapela Faculdade de Comunicação daUFBA e integrante do Projeto SoftwareLivre Bahia - PSL-BA, pelo qual jáorganizou vários eventos.

Para mais informações:

Figura 2: Capa do livro Redes Sociais na Internet

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

CAPA · Um site de rede social para a comunidade software livre do Brasil

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Outra noite estava conver-sando com um amigo, emmais um de nossos momentosfim de uma semana puxada detrabalho e onde a filosofia deboteco entra em ação, apesar

de não estarmos em um. Falá-vamos de tecnologias, evolu-ção da humanidade e doquanto açaí com farinha e pei-xe frito é maravilhoso... Emmeio a tantos assuntos estra-nhos, como o açaí com peixe,mas para nós que somos donorte é prato fundamental emnossa alimentação, algo me

chamou a atenção...Em um certo momento

perguntei a ele o que seria dahumanidade e mesmo da vidaem nosso planeta se não fosseo processo colaborativo entreos seres... Isso me tirou o so-no e vou tentar compartilharum pouco do que foi esta noiteem claro vendo a chuva mo-

lhar uma mangueira (pé dmanga) em frente a  janela dmeu escritório em casa, e contemplando mais um momentde colaborativismo promovendo a vida.

Se observarmos tudo nossa volta, somos dependentes de algo ou alguém e amesmo tempo temos algo oalguém dependentes de nóscriando um ciclo que denominde ciclo colaborativo da vida da evolução.

O grande problema é qu

somos limitados e até mesmidiotas em acharmos qunão... apenas outros dependem de nós, somos soberanoe auto-suficientes... Grande engano.

Se olharmos para nossdia-dia, sempre há alguém colaborando para que possamofazer nossas tarefas mais sim

ples, como ir ao banheiro n

CAPA · COLABORATIVOS... ATÉ QUE PONTO?

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

Por Clayton Lobato

Colaborativos...

Até que ponto? Sanja Gjene

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empresa.

Sim... ir ao banheiro daempresa... Lá temos além decabines reservadas e lugarespendurados onde podemos ali-viar nossas necessidades umpersonagem fundamental e pou-co conhecido e que na minha

opinião é o motor de todo o fun-cionamento do lugar... O se-nhor ou senhora que limpam emantém todo o funcionamentobásico do sistema para que pos-samos sair mais felizes de lá.Tudo bem, você me perguntae daí ?

Imagine então, este perso-nagem não fazendo suas ativi-

dades... Certamente nestemomento você se daria ao tra-balho de perguntar o nome des-ta pessoa para levar algumareclamação ao superior dele.Então porquê não perguntar onome dele na hora que o encon-tra nos corredores ou mesmono momento em que lava suasmãos ao menos para dizer-lhe

um bom dia ou obrigado. Emum sistema colaborativo nãoexistem mais ou menos impor-tantes... Todo mundo tem umpapel definido de forma clara esão partes de uma engrena-gem que faz o sistema funcio-nar.

Aí alguém pode pergun-tar neste momento “ mas e daí,o que isso tem haver com tec-nologia ? “... TUDO … 

Hoje vivemos a era da idio-cracia colaborativa isolacionis-ta, traduzindo... Somoscolaborativos sim.. mas nãonos misturamos, somos melho-res que os vizinhos …

Caramba eu fico doentecom isso .

Desde que mundo é mun-do e independente da forma co-mo acredite ser a formação domundo tudo só funcionou e evo-luiu por causa do colaborativis-mo.. Adão só foi mandadoembora do paraíso por colabo-

ração da cobra … Sim , a maçã foi oferecida para eva pelacobra... Tudo bem ..Só ocorrea grande explosão que deu or

gem a criação do mundo, pocolaboração de um monte departículas que se uniram e foram ficando cada vez mais densas e quentes.

Eu só consigo escreveesta matéria por quê houve acolaboração entre índios e portuguese e italianos e o mundpara formar a língua portugue

sa como conhecemos e estamos em processo evolutivpara promover cada vez a colaboração entre povos, prova está que nosso queridportuguês foi modificado ntentativa de facilitar a comuncação entre os povos que temesta como língua padrão .

Em 1969, Ken Thomp

son, pesquisador do Bell Labscriou a primeira versão dUnix, um sistema operacionamulti-tarefa. Este sistema erutilizado pelos grandes computadores que existiam na década de setenta emuniversidades e grandes empresas, os mainframes. O Uniera distribuído gratuitamentpara as universidades e centros de pesquisa, com seu códgo-fonte (suas linhas dprogramação) aberto.

Em 1971, Richard Stalman, do Massachusetts Institute of Technology (MIT)inaugurou o movimento OpeSource. Ele produziu no Laboratório de Inteligência Artificia

Ho je vivemos a

era da idiocracia colaborativaisolacionista, traduzindo... Somoscolaborativos sim... mas não nosmisturamos, somos melhores queos vizinhos...

Clayton Lobato

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CAPA · COLABORATIVOS... ATÉ QUE PONTO?

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do MIT diversos programascom código-fonte aberto. Em1979, quando a empresaAT&T anunciou seu interesse

em comercializar o Unix, a Uni-versidade de Berkley criou asua versão do sistema, o BSDUnix. A AT&T se juntou a em-presas como IBM, DEC, HP eSun para formar a Open Sour-ce Foundation, que daria supor-te ao BSD.

Em 1983, Stallman criouo Projeto GNU, com o objetivo

de desenvolver uma versão doUnix com código-fonte aberto,acompanhada de aplicativos eferramentas compatíveis (co-mo um editor de textos, por ex-emplo) igualmente livres. Em1985, ele publicou o manifestoGNU e um tratado anti-copy-right intitulado General Public Li-cense. Esse tratado criava aFree Software Foundation, ex-plicando a filosofia do softwarelivre.

Em 1991, nasce o GNU/Li-nux, usando um conjunto de fer-ramentas do Projeto SoftwareLivre e chega ao patamar deum divisor de águas na históriada humanidade.

Observe que em todos os

exemplos acima, saliente aquestão da colaboração e o de-senvolvimento sem egos ouaplausos.

Hoje vivemos uma tristerealidade que é a guerra deegos entre projetos que se di-zem melhores que outros, oumais importantes ou mais le-gais ou mais bonitos ou mais

qualquer coisa que outros emais... comunidades fechadas

entre amigos, onde o acesso aestas pessoas é difícil paragrande maioria por serem mui-to importantes.

Caramba, se não for o pro- jeto kernel.org manter e desen-volver o kernel raramenteteríamos grandes avanços nes-ta camada do Sistema operacio-nal, se não for o pessoal do

samba desenvolver as melhori-as, idem, se o pessoal respon-sável pelo qmail não metiver amão na massa nada mais sai-rá neste sentindo. Ou seja,quem mantém a máquina funci-onando, nossos garçons, nos-sas copeiras que não sabemosao menos os nomes e agrade-cemos.

Que tal acordarmos prá re-alidade então de que não exis-te melhor ou pior ou o GURUou DEUS do linux, haja vistaque tudo é fruto da colabora-ção de uma universo incalculá-vel de pessoas e experiênciasde vida ?

Muito obrigado a todosque um dia me ensinaram al-

go, aos que ensinaram a quemme ensinou e a todos que de

senvolvem verdadeiramente evolução e o funcionamentde tudo o que está a nossa vota e não notamos.

Aos DEUSES e GURUSe melhores que os outros.obrigado, por me fazerem perceber que somo iguais, usuáros de um sistema tão maicomplexo e lindo que serão in

capazes de perceber, poiseus universos se limitam aconceito da idiocracia colaborativa isolacionista.

Um forte abraço a todoe até a próxima onde continuarei abordando sobre este tema...

CLAYTON LOBATOé Membro dacomunidade do SLhá mais de 10 anos,atuou por anos comadministração dotecnologias livres econsultor desegurança. Hojededica-se ao ProjetoAlice.

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CAPA · COLABORATIVOS... ATÉ QUE PONTO?

...vivemos uma triste

realidade que é a guerra de egosentre os projetos que se dizemmelhores que os outros...Clayton Lobato

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Muitas vezes me fizeram essa pergunta:qual Software Livre adotar? Seja em distribui-ções de Linux, linguagens de programação ouaplicativos, geralmente existe grande variedadede opções, que confundem quem não está habi-tuado. Tal efeito se torna mais crítico ainda emcenários corporativos, aonde a implantação deum novo software pode ser muito cara, devidoaos custos de migração.

O meu primeiro passo para lidar com aquestão sempre foi olhar para as comunidadesem busca das mais fortes. O que leva a outrapergunta: o que é uma comunidade forte?

Darwin e o Software Livre

É comum traçar um paralelo entre a forma

de desenvolvimento do Software Livre com a evo-lução biológica: basicamente, exitem vários proje-tos competindo no ecossistema Open Source, ea seleção “natural” elege os mais aptos (aquelesque se destacam), fazendo com estes se espa-lhem e, com isso, garantindo sua sobrevivência.O código fonte faz o papel do DNA, que se modi-fica, aprimora e mistura através das versões / ge-rações. Eventualmente, um projeto pode darorigem a uma nova espécie (fork) por não conse-guir se adaptar às mudanças no meio ambiente

(alterações de escopo) ou para conquistar umnovo ambiente. A natureza cobra um preço altdos que não se adaptam, e da mesma formaprojetos que não continuam evoluindo perdem lugar para outros com o tempo. Tal como na biologia, espécies diferentes podem também cooperar para sobreviver.

Por trás de processo todo existem pessoa(o elemento essencial), que motivações divesas, garantem a continuidade das comunidadesElas podem estar ali por razões que vão do idealismo até desejo por reconhecimento ou aceitação.

Credibilidade e meritocracia 

Uma das características mais importante

das comunidades de Software Livre é que elanecessariamente implementam alguma formde meritocracia, sendo assim, a relação entre apessoas acontece de forma semelhante com relação entre comunidades. Se as pessoas maihábeis e capazes forem de alguma forma desprezadas, a comunidade pode ter sérios problemas para garantir sua sobrevivênciaEventualmente, líderes naturais se destacam.

CCAAPPAA ·· OO QQUUEE FFAAZZ UUMMAA CCOOMMUUNNIIDDAADDEE FFOORRTTEE

Por Luiz Eduardo Borges

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OO qquuee ffa a zz uumma a ccoommuunniidda a ddee ffoorrttee

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Comunicação e controle

O substrato das comunidades é principal-mente a internet. Embora o Software Livre  jáexistisse antes da popularização da rede mundi-

al, a conectividade em escala planetária provê oambiente que ele precisa para sobreviver.

Nesse substrato, as próprias comunidadesde Software Livre construíram ferramentas de co-laboração para manter seus processos de produ-ção, como por exemplo, sistemas de controle deversão, como o SVN e o Mercurial, que são fun-damentais para garantir a qualidade do desenvol-vimento. Além disso, também existemprogramas para rastreamento de bugs e tarefas,

visualizadores de código e  wikis. Aplicativos co-mo Trac e Redmine fornecem esses recursos,incluindo integração com outros sistemas.

O ponto de partida 

Muitas comunidades fortes de hoje começa-ram da mesma forma: um software proprietário,que foi licenciado de forma livre, geralmente atra-vés de uma empresa ou fundação. São tantos

exemplos: Mozilla Firefox (que derivou do Nets-cape Navigator), OpenOffice.org (que evoluiudo StarOffice) e Blender (que era um produto pro-prietário e teve o seu código aberto), entre ou-tros. Outros sempre foram livres, masorganizações formais se aproximaram ou se for-maram em torno deles, tal como a PSF (PythonSoftware Foundation), e zelam pela conduçãodo projeto.

Crescimento progressivo versus hipérbole

Uma comunidade numericamente grandenão significa necessariamente que é forte. Umcenário desfavorável é quando o software se po-pulariza rápido (entra em moda) e a comunida-de passa a ter muitos usuários novos, que nãoabsorveram a cultura da comunidade. Estes ge-ralmente, por vir de ambientes aonde predomi-nam sistemas proprietários, não compreendemo funcionamento das comunidades de Software

Livre, e que, no final das contas, podem acabapor afastar o público realmente interessado.

No mercado de linguagens de programação, esse processo é facilmente observável. En

quanto linguagens como o C ou Fortran nuncaforam moda realmente e continuam vivas depoisde décadas, cruzando gerações, outras que setornaram extremamente populares sucumbiramrapidamente. Parece que forma mais saudávede crescer é lentamente, pois assim é possívemanter a cultura da comunidade, sem modismos.

Para aqueles que participam (e principalmente lideram) projetos colaborativos livres, re

comendo a leitura do livro Art Of Community, deJono Bacon, responsável pela comunidade doUbuntu Linux, uma das mais fortes que existemhoje.

Outras informações

Art Of Community Online, site oficial do livro, onde ele se encontra disponível para download sob licença Creative Commons:

http://www.artofcommunityonline.org/.

LUIZ EDUARDO BORGES é autor do livroPython para Desenvolvedores, analista desistemas na Petrobras, com pós graduaçãoem Ciência da Computação pelaUniversidade do Estado do Rio de Janeiro(UERJ) e criou o blog Ark4n[http://ark4n.wordpress.com/].

Para mais informações:Download do livro Art Of Community Online:

http://www.artofcommunityonline.org/

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CCAAPPAA ·· OO QQUUEE FFAAZZ UUMMAA CCOOMMUUNNIIDDAADDEE FFOORRTTEE

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Segundo o Wikipedia "Do ponto de vistada sociologia, uma comunidade é um conjuntode pessoas que se organizam sob o mesmo con- junto de normas, geralmente vivem no mesmo lo-cal, sob o mesmo governo ou compartilham domesmo legado cultural e histórico. Os estudan-tes que vivem no mesmo dormitório podem for-

mar uma comunidade, assim como as pessoasque vivem no mesmo bairro, aldeia ou cidade."

Aprimorando o que o Wikipedia informa, co-munidade no meio do software livre é um conju-to de pessoas envolvidas em torno de umaideia, ideologia e convicção. No caso a ideia ébuscar cooperação, ideologia é ser livre e convic-ção é poder ajudar, contribuir e colaborar comos vários projetos existentes. Há várias formasde colaborar e vários projetos aguardando cola-

boração.No Ubuntu Brasil há diversas formas de aju-

dar ao projeto. Entre eles temos:

- Tradução (http://wiki.ubuntu-br.org/TimeDeTra-ducao): O projeto de tradução ao qual sou líderé um projeto bem importante, onde as pessoascom conhecimento de inglês técnico ou fluentepodem vir a fazer parte e ajudar neste time. Sem-pre é orientado a traduzir, depois usar uma listade tradução (https://lists.ubuntu.com/mailman/lis-

tinfo/ubuntu-l10n-ptbr) onde é divulgado o qufoi feito e então alguém do time de revisão irá revisar e orientar se está certo de acordo com otermos já estabelecidos e padronizados para tradução. Muitas pessoas adentram na colaboração através da tradução, por não exigconhecer linguagem de programação a fundo

apenas saber algumas linguagens de marcaçãcomo HTML, XML e ter noções de variáveis dprogramação. Caso não saiba programação, nhora de traduzir a ferramenta Rosett(https://translations.launchpad.net/ubuntu/kar-mic/+lang/pt_BR/) terá as dicas em cada string.

- Documentação (http://wiki.ubuntu-br.org/TimeDeDocumentacao): O projeto de documentaçãé super importante, garantido aos usuários teuma documentação de como proceder em diver

sas maneiras. Documentação sobre instalaçãoremoção, resolução de problemas são semprúteis para de forma rápida e por conta própriachar a solução ao qual se procurava. Este timtem a missão de manter atualizado a documentação do Ubuntu, buscando em documentaçõeexternas oficiais, blogs ou desenvolvendo soluções. Para um bom uso e conhecimento de umsitema é necessário uma boa documentação, é nisto que está focado o Time de Documenta

ção do Ubuntu-BR. Criando, traduzindo, organ

CAPA · UBUNTU-BR - COMUNIDADE DO UBUNTU NO BRASIL

Por André Gondim

Comunidade do Ubuntu no Brasil

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zando, catalogando e mantendo Documentaçãodo Ubuntu em português do Brasil no Wiki(http://wiki.ubuntu-br.org/).

- Divulgação: Um sistema operacional não é na-

da sem seus usuários, grande parte da populari-dade do Ubuntu vem da divulgação. Existemmuitas maneiras de divulgar o Ubuntu, por exem-plo:

* Compartilhe e distribua CDs com seus amigos,família, colegas de trabalho

* Fale sobre o Ubuntu na sua faculdade ou vizi-nhança

* Participe de eventos de tecnonlogia da sua fa-

culdade e apresente o Ubuntu aos alunos* Coloque um adesivo do Ubuntu no seu carro enotebook

* Vista (um)a camisa, literalmente :)

- Suporte: há diversas formas de dar suporte, lis-tas de usuários (https://lists.ubuntu.com/mail-man/listinfo/ubuntu-br), fórum(http://ubuntuforum-br.org/), IRC (#ubuntu-br na

rede Freenode) e outros.- Grupo Regional (http://wiki.ubuntu-br.org/Gru-posRegionais): Um Grupo Regional é uma célu-la do Ubuntu nos estados. Onde cada célula éincentivada a ser capaz de organizar eventos, en-contros e aproximar ainda mais os entusiastas einteressados no Ubuntu.

Para um bom funcionamento é sempre

bom pessoas que estejam comprometidas emmanter, ajudar e dar continuidade em todo o pro-cesso. No caso do Ubuntu Brasil há um conjun-to formado por três pessoas que são eleitaspelos membros oficiais, também chamados deUbuntu Member (http://www.ubuntu.com/commu-nity/processes/newmember). Estas três pessoasformam o Conselho Ubuntu Brasil ao qual façoparte juntamente com Laudeci (http://laudecioli-veira.org/blog/) e Fábio Nogueira(http://ubuntu-

ser.com.br/blog/).

Estas são algumas possibilidades de contribuir com o Ubuntu no Brasil. Mostrando queuma comunidade se faz com voluntários, pesso

as empenhadas em ajudar, contribuir e fazer dafilosofia do software livre uma prática. Quandoalguém colabora com tradução, está ajudandona inclusão de pessoas que têm dificuldadescom inglês. Quando alguém faz uma boa documentação está ajudando todo o software livre amanter sua qualidade e o seu acesso. Quandose busca ajudar com suporte há um aprendizado imediado bem como o compartilhamento domesmo. E quando faz-se divulgação, faz essa

comunidade crescer.

Site da Comunidade Ubuntu-br:

http://www.ubuntu-br.org

Cadastro e sobre Launchpad:

http://andregondim.eti.br/?p=170

Time de Tradução:

https://launchpad.net/~lp-l10n-pt-br

Documentação:

https://launchpad.net/~ubuntu-br-doc

Blog do André Gondim:

http://andregondim.eti.br/

Twitter do André Gondim:

@AndreGondim

ANDRÉ GONDIM faz parte da comunidadeUbuntu Brasil. Iniciou pela parte de traduçãoonde hoje é líder desde o FISL 10. Jácontribuiu com documentação, suporte(onde vez por outra ainda contribui seja compost, seja na lista de usuários do Ubuntu).Ubuntu Member desde 2007. Eleito membrodo Conselho Ubuntu Brasil em Agosto de2009.

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Para mais informações:

CAPA · UBUNTU-BR - COMUNIDADE DO UBUNTU NO BRASIL

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Antes de iniciarmos nossa discussão sobrética em informática, é bom definir alguns conceitos que são pertinentes e ligados a área dSoftware, que será o foco deste artigo.

 • Software não é um produto concreto e palpá-vel. • Software é desenvolvido; não manufaturado. • Software não desgasta; • Software, ainda não resulta da montagem daspartes, apesar de vários esforços e frameworkspara componentização.• Conjunto de instruções que, quando executa-do, realizam as funções desejadas, com o de-sempenho desejado, no tempo programado. • Conjunto de dados que permite a programasos manipularem adequadamente e conseqüen-temente gerar informação, correta e confiável.

É interessante destacar também alguns tópicos que compreendem a Ética em Informática:

FORUM · ÉTICA EM INFORMÁTICA

ÉTICA EM INFORMÁTICAPor Hailton David Lemos

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Vivek Chugh

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 • Utilização de Software Livre/Proprietário/Pirata • Acesso não autorizado a recursos computacio-nais; • Direitos de propriedade intelectual;

 • Desenvolvimento de Sistemas; • Confidencialidade e privacidade dos dados; • Manipulação de Dados e Informação; • Conteúdo de Sites e Comércio Eletrônico; • Etc...

Agora sim, podemos definir ética; Ética éum ramo da filosofia que estuda o comporta-mento moral do ser humano, classificando-ocomo bom ou ruim, correto ou errado.

Para o filósofo inglês Bertrand Russel, a éti-ca é subjetiva, não contém expressões verdadei-

ras ou falsas, ela é a expressão dos desejos deum grupo, sendo que certos desejos devem serreprimidos e outros reforçados, para se atingir afelicidade ou o equilíbrio do grupo.

A Ética aplicada esta relacionada com aconduta diária de uma pessoa, e conseqüente-mente de um profissional, inclusive em Informáti-ca. A Ética profissional esta relacionada com a

conduta da pessoa engajada na pratica de umaprofissão particular. Na maioria das profissões,inclusive na área de Informática, a Ética deveser abrangida nos dois aspectos, na conduta dapessoa como Ser Humano bem como tambémna conduta do Ser Profissional.

Uma questão muito importante, ao se falarsobre Ética, é a pessoal. Uma vez que, no pontode vista e no bom senso de cada pessoa, o queé considerado "justo" para uns pode ser conside-

rado "injusto"para outros; e o mais importante,deve ser levado em conta às intenções que leva-ram um indivíduo a realizar alguma coisa defini-da como antiética, como certa ou errada. Umindividuo, pode sim agir em desacordo com a mo-ral da sociedade em que está inserido, podendoinclusive prejudicar os outros indivíduos, no en-tanto, se as suas ações são justificáveis para opróprio individuo e estão de acordo com as suascrenças sobre o que é correto, é dito que este in-

dividuo possui um comportamento ético, correto

perante si, mas não perante a sociedade ou grupo no qual esta inserido. Por isso nem sempre que é Ético ou correto para mim seja para vocêmas não podemos pensar apenas, no eu, temo

pensar na coletividade, na sociedade na qual estamos inseridos.

Um código de ética consiste também emum conjunto de diretrizes que esclarecem as circunstâncias em que cada um dos mandamentose aplica, ou pode haver um conjunto de casopara estudo comparativo, auxiliando na resolução de novas situações. Alguns autores definema ética profissional como sendo um conjunto dnormas de conduta que deverão ser postas em

prática no exercício de qualquer profissão, inclusive, e principalmente na área que abraçamocomo profissão, a Informática.

Apesar de muitos dizerem que não temoum Código de Ética regulamentado e sacramentado através de um Conselho de Informática, possível seguir algumas diretrizes de organizações internacionais e nacionais. Pode ser citada ACM e também o Instituto para Ética da Computação que criaram alguns mandamentos, a

qual podemos chamar de “Um pequeno Códigde Conduta para Área de Informática”.

Estes preceitos seguiram algumas premissas básicas, e diretivas voltadas para alguns aspectos como os descritos a seguir, e que deramorigem ao “Um pequeno Código de Conduta para Área de Informática”.

 • Para com a sociedade em geral, zelando pelobem estar de todas as pessoas sem qualquerdiscriminação, visando construir ou manter umasociedade livre, justa e solidária; • Para com os empregadores, usualmente quando estes não têm conhecimento na área e o su-pervisionamento técnico do trabalho é todorealizado com base na confiança;• Para com os clientes, se estes forem leigos como no caso dos empregadores, quando o profis-sional é um prestador de serviços ou consultor;• Para com a sociedade de classe, no caso, acomunidade computacional, com o intuito de pro

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FORUM · ÉTICA EM INFORMÁTICA

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teger os interesses da associação criadora do có-digo e de seus membros. • Para com os colegas de profissão, que compar-tilham os mesmos interesses e colaboram para

o bem estar de todos. • Para com a profissão em geral, com o objetivode não difamar os outros trabalhadores da áreae evitar que a profissão não seja mau vista pelorestante da sociedade.

“Um pequeno Código de Conduta para Área de Informática ”

 • Evitar danos a terceiros, • Conhecer e respeitar as leis existentes, relati-

vas ao trabalho profissional, • Respeitar a privacidade de terceiros,• Ser honesto e digno de confiança, e

 • Articular a responsabilidade social de mem-bros de uma organização e encorajar a aceita-ção completa das suas responsabilidades. • Não interferir no trabalho de computação deoutra pessoa;• Não interferir nos arquivos de outra pessoa;• Não usar o computador para roubar;

• Não usar o computador para dar falso testemu-nho;• Não usar software pirateado;• Não usar recursos de computacionais de ou-

tras pessoas;• Não se apropriar do trabalho intelectual de ou-

tra pessoa;• Refletir sobre as conseqüências sociais do

que escreve;• Usar o computador de maneira que mostre

consideração e respeito ao interlocutor.Após o que foi exposto existem algumas

perguntas que ficam, e não querem se calar.Pense a respeito do assunto e sinta-se a vonta-de para respondê-las de maneira critica e Ética.

 • É ético utilizar um Software proprietário e nãopagar sua licença de uso? • É ético cobrar por um Software? • É ético cobrar por um Software Livre?

 • É ético se apropriar de um Software Livre e dis-

tribuí-lo como sendo de sua autoria? • É ético prometer e não entregar? • Por que os programas não ficam prontos rapi-damente?

 • Por que os custos de desenvolvimento sãotão altos? • Por que os erros não são detectados antes daentrega aos clientes? • Por que é difícil medir o progresso durante odesenvolvimento? • Será que a grande dificuldade em se falar deética na informática seja o grande número depessoas de qualquer área do conhecimento queatuam na área de informática?

Questões relacionadas à Ética, Moral Conduta são fenômenos naturais à sociedadepodendo-se até dizer que lhe são inerentesQuanto mais complexa uma sociedade, quantmais se desenvolve, mais estará sujeita à verifcação de novas formas de questões Éticas, Morais e de Conduta, e o resultado é o que sverifica na realidade atual. Como é dito: “o maiodesafio não é como viver, e sim, como convver”.

Artigo na Wikipedia sobre Ética 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ética

Código de Ética - ACM [em inglês]

http://www.acm.org/about/code-of-ethics

HAILTON DAVID LEMOS ([email protected]) Bacharel em Administração deEmpresas, Tecnologo em Internet e Re-des, Especialista em: Tecnologia da Informação, Planejamento e GestãoEstratégica, Matemática e Estatistica. Trabalha com desenvolvimento de Sistemahá mais de 20 anos, atualmente desenvove sistemas especialistas voltados à pla-nejamento estratégico, tomada dedecisão e normas iso, utilizando platafor-ma Java e tecnologia Perl, VBA, OWC, émembro do GOJAVA (www.gojava.org).

Para mais informações:

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FORUM · ÉTICA EM INFORMÁTICA

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O embate entre partilhadores e indústriaocorre algumas vezes de maneira muito sútil, ten-do a Internet como principal campo. Notadamen-te, a indústria cultural com seu poderio

econômico e grande poder de barganha e influên-cia se utiliza de uma política de disseminaçãodo medo e perseguição aos partilhadores. Perce-be-se também que existe um movimento mundi-al de criminalização do compartilhamento,levando governos de vários países a estudarema implementação de leis de controle sobre a re-de.

Muitos são os grupos e sites que proporcio-nam download de material protegido por copy-

right. Algumas vezes, estes sites sãoperseguidos e fechados pelos detentores docopyright de algum artista ao qual representam.No início do ano, o blog “Som Barato” foi fecha-do após um processo movido pela gravadora“Biscoito Fino”, que detêm os direitos sobre im-portantes obras musicais brasileiras das déca-das de 60 e 70 [1].

Outro caso refere-se ao site “Legen-dasTV”, que foi retirado do ar após processo judi-

cial movido pela APCM – AssociaçãAntipirataria de Cinema e Música [2]. Outro cassemelhante, mas de maior repercussão, ocorrequando a comunidade do orkut “Discografias” fo

fechada por seus administradores após uma série de intimações e pressão movidas pela indústria cultural [3].

Outra forma de disseminar o medo entros partilhadores é levá-los aos tribunais com pedidos de indenização bastante caros por atos como baixar uma música da rede. Recentementuma mulher norte-americana foi condenada pagar uma multa de dólares por ter baixado 2músicas protegidas por copyright [4].

Assume-se também que a indústria é principal responsável por fazer lobby em governos ao redor do mundo para aprovar leis que punem os partilhadores, monitorando as atividadede todas as pessoas que afetam a rede a partdos logs que obrigatoriamente devem ser ceddos pelos provedores. Uma lei com estes contornos foi aprovada na França, e no Brasil a LeAzeredo cumpre este mesmo papel [5].

Se por um lado a indústria continua com

O Desenvolvimento da 

Computação e dasRedes como uma Sériede Apropriações – Parte III:

Por Filipe Saraiva 

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Denis Slo

A luta por uma nova forma de distribuiçãocultural no seio da comunidade

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esta escalada de retiradas de sites do ar, proces-sos a internautas, e lobby para leis de controlena rede, cada vez mais do lado dos partilhado-res constroem-se espaços de resistência e con-

testação, que tentam de variadas maneirascontinuar o embate sobre o compartilhamento li-vre de qualquer conteúdo pela rede. É interes-sante notar que estes espaços também ganhamforça e saem do contexto da Internet para deba-ter o copyright e a distribuição também fora des-te ambiente virtual.

Um desses espaços de maior influência éo Movimento Software Livre. As pessoas que par-ticipam deste grupo pregam, utilizam e desenvol-

vem programas de computador no qual ocódigo-fonte do mesmo é aberto, de forma quetodos possam contribuir para o aperfeiçoamentodo software. Ele foi fundado por Richard Stall-man após o mesmo ter seu direito negado poruma empresa de ter acesso ao código-fonte deum programa que ele mesmo escreveu.

Stallman então escreveu uma licença desoftware chamada GNU GPL – GNU Public Li-cense. O objetivo era respaldar uma forma de cri-

ação e distribuição de código onde todospoderiam ter acesso ao mesmo, adaptar as su-as necessidades e contribuir de alguma forma.Os termos dessa licença são melhor expressosno enunciado das 4 Liberdades do Software Li-vre:

- A liberdade de executar o programa, para qual-quer propósito (Liberdade nº 0);- A liberdade de estudar como o programa funcio-na, e adaptá-lo para as suas necessidades. Aces-

so ao código-fonte é um pré-requisito para estaliberdade (Liberdade nº 1);- A liberdade de redistribuir cópias de modo quevocê possa beneficiar o próximo (Liberdade nº2);- A liberdade de aperfeiçoar o programa, e libe-rar os seus aperfeiçoamentos, de modo que to-da a comunidade se beneficie. Acesso aocódigo-fonte é um pré-requisito para esta liberda-de (Liberdade nº 3).

Alguns ativistas passaram então a levar oconceitos expressos por estas liberdades dsoftware para as demais formas de produção distribuição de cultura. Logo estas liberdades re

ceberiam a alcunha de copyleft, representanddiretamente um contraponto ao conceito dcopyright. Enquanto este último significa algo como “direito de copiar”, “direitos reservadoscopyleft seria como “direito de cópia”, ou “algundireitos reservados”.

O próprio Stallman escreveria, após GNU GPL, a licença GNU FDL – Free Document License. Esta última leva as 4 Liberdadedo Software Livre para a produção e distribuiçã

de textos e imagens.Anos depois, Lawrence Lessig, professo

de direito de Strandford, criaria o Creative Commons, que consiste em um conjunto de licençaonde o autor pode disponibilizar sua obra abrindo mão de algumas exclusividades sobre a mesma, de forma a adotar algumas das liberdadedo copyleft.

As licenças GNU FDL e Creative Commons já são bastante utilizadas na Internet. Mu

tos blogs licenciam seu conteúdo em umlicença Creative Commons, enquanto a maioridos sites sobre Software Livre dispõem suas ma

térias em GNU FDL.

Essa permissividade quanto a disponibilização de conteúdo para livre distribuição, adaptação e melhoria é o que possibilita as criaçõecoletivas em rede, que Pierre Lévy irá chamade Inteligência Coletiva. Dentre algunexemplos, destaca-se o software Linux, mantidpor uma comunidade internacional de desenvovedores, e a enciclopédia livre Wikipédia.

Para além da Internet, a contestação dcopyright já se faz inclusive quanto a própria produção científica feita pelas universidades e centros de pesquisa. Vários grupos e autorechegam a duvidar da constitucionalidade de ster monopólio sobre a distribuição de um conhecimento produzido nas universidades públicas

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visto que o investimento público à pesquisa vi-sa, exatamente, que os resultados desta pos-sam ser utilizados pelas pessoas de forma livre,beneficiando a população que o custeou.

Outro espaço de resistência ao copyrightestá se dá no viés político institucional clássico,nos partidos políticos e parlamentos. Foi funda-do na Suécia o Partido Pirata, que tem comoseu principal programa político o fim do copy-right; alteração no sistema de patentes e defesado direito de privacidade na Internet. Esse parti-do também está sendo construído aqui no Brasil[6].

Conclusão

A característica intrínseca ao computador,que é a manipulação de objetos virtuais, aliadaao ambiente de alta disponibilidade de conexãoentre vários computadores, permitiu que informa-ções de vários tipos pudessem ser compartilha-das e replicadas a baixo custo.

Esse fato é o que coloca em tensão a indús-tria cultural e os partilhadores em conflito. A in-

dústria sustenta-se a partir de um modelobaseado no monopólio da distribuição. Então, co-mo garantir este monopólio se potencialmente to-das as pessoas conectadas podem distribuircópias virtuais de músicas, filmes, livros, revis-tas, e etc, a um custo extremamente baixo?

Fica claro que o modelo de negócios da in-dústria deve mudar, se adaptar a esta nova reali-dade. Apesar dos esforços em barrar ocompartilhamento, os partilhadores nunca irão

“acabar”, pois a característica de facilidade dedistribuição é inerente a todos que tem acesso àInternet.

Esse ambiente que facilita o compartilha-mento já mostrou importantes feitos e potenciali-dades. As pessoas podem construirconhecimento coletivamente e distribuí-lo, sejarepresentado no produto de um software, comoacontece com as comunidades de software li-vre, seja através das wikis. Desenvolver esta con-

cepção de Inteligência Coletiva poderá resultaem importantes experiências sobre as capacidades que a Internet proporciona.

Por fim, a contestação do copyright se ex

pande para além da proibição de baixar músicada Internet. Ela já chega à produção acadêmicaquestionando o monopólio sobre a distribuição uso dos resultados de uma pesquisa; e chegagora também à política, pela fundação de umpartido que prega até a revisão da lei de patentes.

Certamente, estamos em um ponto de transição de concepções quanto a posse e propriedade de conhecimento, e a Internet tem pape

fundamental na abertura para este tipo de questionamento.

FILIPE DE OLIVEIRA SARAIVA estudaCiências da Computação na UniversidadeFederal do Piauí, entusiasta do GNU/Linuxda Cultura Livre e das possibilidades decriação coletiva oferecidas pelo mundoconectado. É pesquisador da área deCibercultura, Pesquisa Operacional eInteligência Artificial.

Para mais informações:

[1] Blog Som Barato encerra atividades

http://ur1.ca/eqh1

[2] Anti-pirateiros mandam fechar o Legendas.tv

http://ur1.ca/eqgy

[3] Comunidade Discografias é fechada por pressãoda APCM

http://ur1.ca/eqgo

[4] Mulher multada em quase U$ 2 milhões por baixar

músicas

http://ur1.ca/eqgp

[5] Brasil pode ter sua própria Lei Sarkozy

http://ur1.ca/eqgt

[6] Partido Pirata 

http://www.partido-pirata.org

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Recentemente, fui convidado a participa

de uma missa em comemoração à morte de SãFrancisco de Assis, e aos 800 anos do seu carisma, ou seja do seu pedido ao papa Inocêncio Ipara fundar a ordem dos frades franciscanos, a autorização deste, em 1209. Na ocasião, haveria uma representação teatral dos momentos fnais da vida de São Francisco de Assis e um

apresentação de canto gregoriano. Não sou católico, nem tampouco sigo a religião cristã, maaceitei o convite por dois motivos: primeiro, poque adoro o canto gregoriano e a oportunidadde ouvi-lo dentro de uma igreja franciscana mpareceu fabulosa. E foi. Segundo, porque tenhuma grande admiração por este santo católicsui generis. Dos santos católicos, sua doutrina a que mais se aproxima das doutrinas religiosaorientais e do panteísmo, ao considerar animais

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Por Paulo de Souza Lima 

Por que o cidadãoconsciente deveria optar pelo software livre?Parte 1 - Introdução e uma pitada de

história e filosofia

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vegetais e minerais como irmãos, pois provémda mesma fonte, Deus. São Francisco de Assisfoi, quem sabe, o primeiro militante ecológico deque temos notícia, isso no século 13, em plena

Idade Média. Na missa, um dos celebrantes leuum sermão no qual, uma das recordações quese fazia aos presentes era a de que “nada nospertence, tudo vem de Deus e, por isso, deveser devolvido”, por isso, a doutrina franciscanaprega o desapego aos bens materiais.

Naquele momento lembrei de um outro fa-to histórico, ocorrido centenas de anos depoisde São Francisco de Assis: a carta de um chefeindígena da etnia Seattle ao presidente dos Esta-

do Unidos da América, em 1854. Nessa época,os EUA estavam em franca expansão para oOeste. Os brancos Ianques tentavam de todasas maneiras apropriar-se das terras indígenas,comprando-as a preços simbólicos, ou tomando-as e eliminando milhares de índios na empreita-da. Nesse episódio, o governo dos EUA tentavaconvencer ao chefe que vendesse suas terras.Não vou trascrever a carta de resposta aqui,pois ela pode ser facilmente encontrada na web,mas basicamente, a resposta foi: "Vamos pen-sar, porque não compreendemos como uma coi-sa que a natureza deu gratuitamente possa serpossuída e vendida. Vocês são loucos".

O texto tem sua autenticidade questiona-da, mas ninguém tem dúvidas de que expressao sentimento dos povos indígenas de qualquerparte do mundo.

Na história da humanidade é difícil encon-trar passagens onde a apropriação e a retenção

de “bens”, em especial, do conhecimento, forambenéficas para a maioria. Pessoalmente, nãome recordo de nenhuma. Ao contrário, essa práti-ca tem beneficiado e enriquecido uns poucos,deixando a maioria pobre e ignorante. A tecnolo-gia é peça fundamental para o desenvolvimentoda sociedade mas, na verdade, a tecnologia e ainovação são subprodutos do conhecimento. Enão só do conhecimento científico, mas de todotipo de conhecimento.

Na antiga Grécia, os detentores do conhecimento eram os filósofos. Os filósofos conheciam matemática, lógica, astronomia, astrologiafísica, química, alquimia, medicina, tecnologia

de armas, engenharias, artes, música, poesiateatro, política e, é claro, filosofia. Entretanto, haviam dois tipos de filósofos. Os do primeiro tipoeram os que discutiam a filosofia em públicocom os amigos, com estrangeiros, com o povoEram os que criticavam as ações dos governantes, os que propunham soluções e, é claro, osque eram perseguidos e, com frequência, mortos, exilados ou presos. Suas ideias eram discutidas e rediscutidas, conhecimentos de todos osparticipantes eram agregados e discutidos até

descobrir-se falhas em linhas de raciocínioQuando algo assim era encontrado, as discussões recomeçavam, até chegarem a um consenso de que determinada ideia estariafilosoficamente correta e, portanto, poderia sedisseminada. Essa era a dinâmica dos diálogosde Sócrates. A característica mais marcante deles era que eles discutiam assuntos filosóficosque englobavam todos as áreas citadas anteriormente, abertamente, ensinando às pessoas e

principalmente, aos  jovens. O conhecimentodesses filósofos era aberto e disseminado gratuitamente, em praça pública, o “peripatos” quemais tarde, deu nome à escola peripatética deAristóteles. Os diálogos de Sócrates, imortalizados nos livros de seu discípulo, Platão, são o exemplo mais marcante desse comportamento.

O segundo tipo de filósofo eram os chamados “sofistas“. Os sofistas eram pessoas comgrande conhecimento intelectual e dominavam a

arte da retórica, no entanto, sua característicaprincipal era: seu conhecimento era limitado evendido. As pessoas das classes mais abastadas pagavam caro a esses “profissionais do conhecimento” para que educassem seus filhosOs embates entre os filósofos e os sofistaseram impressionantes embates de conhecimento, nos quais, quase invariavelmente, os filósofos literalmente “colocavam os sofistas paracorrer”, porque sua retórica era vencida pelos fa

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tos expostos claramente pelos filósofos. E, co-mo se diz, contra fatos não há argumentos. Noentanto, a força política e econômica dos sofis-tas era consideravelmente maior do que a dos fi-lósofos e, por esse motivo, tinham maisinfluência nas decisões e mais benesses do esta-

do e da sociedade como um todo.Era difícil, para uma pessoa do povo com-

preender as profundas discussões filosóficas des-ses dois grupos e, infelizmente, os sofistastinham soluções práticas para problemas pontu-ais para os que podiam pagar, enquanto os filó-sofos entendiam que as transformaçõesdeveriam ser globais para serem eficientes e du-radouras. Outro problema enfrentado pelos filóso-fos era que seu principal objetivo era tornar as

pessoas melhores e, para isso, era necessáriouma transformação interior. Não bastava ao indi-víduo ter o conhecimento disponível. Era neces-sário interiorizá-lo, o que fatalmente causariauma transformação no modo desse indivíduo per-ceber o mundo e as pessoas. O problema é queessa transformação é percebida em atitudesque levam o indivíduo a se preocupar cada vezmais com a sociedade do que consigo mesmo.Esse mesmo conhecimento, quando não interiori-

zado, leva à pessoa a utilizá-loem seu próprio favor. Isso significa que, se uma pessoa obtém oconhecimento sem a consciência

de que deve utilizá-lo em favodo seu povo, tornar-se-ia egoístae, um egoísta com poder tornarse-ia um tirano. Essas teorias ficaram evidentes em duas situações distintas: a primeira foi aexperiência de Platão, quandofoi convidado a ser tutor de Dionísio I, tirano de Siracusa, que Platão tencionava instruir nas artesfilosóficas e torná-lo um estadis

ta. Falhou e teve de fugir da cidade. A segunda foi quandoAristóteles, discípulo de Platãotornou-se tutor de Alexandre, fi

lho do rei Felipe II da Macedônia. Apesar deeternamente questionar e contrariar seu mestreAlexandre interiorizou bem os conhecimentosque Aristóteles lhe transmitiu, tornando-se o reda Macedônia e, pouco mas tarde, o governantede um vasto império que ia da Grécia e Macedô

nia até as fronteiras da Índia.Esses dois casos emblemáticos, demons

tram que o mesmo conhecimento, quando utilizado de formas diferentes podem ter efeitosradicalmente opostos. O mesmo emblema encontramos nos registros históricos dos filósofosda sua contribuição para o desenvolvimento dahumanidade e das civilizações que apareceramdepois deles. Hoje em dia, não se pode dizeque um sofista tenha tido alguma influência no

pensamento de qualquer civilização posteriormesmo porque, eles quase não deixaram registros (talvez por medo da cópia não autorizadade seus conhecimentos), e quase tudo o que sesabe deles nos chegou por intermédio de seuspróprios opositores, os mesmos que difundiam oconhecimento, e que, com seus métodos resgataram-nos da morte histórica, do esquecimentoNo entanto, o conhecimento difundido dos filósofos tornou-se a base, ou influenciaram de algu

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A tecnologia é

peça fundamental para odesenvolvimento da sociedademas, na verdade, a tecnologia e ainovação são subprodutos doconhecimento.

Paulo de Souza Lima

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ma forma, muitas doutrinas filosóficas, religio-sas, do direito, políticas de, praticamente, todasas civilizações posteriores, principalmente do pe-ríodo romano em diante. Com exceção das civili-

zações pré-colombianas, todas as outras, dealguma forma, receberam influência de suas idei-as. Seus textos foram lidos, discutidos, revistos.Novas doutrinas e novos pensamentos surgirame, novamente, houveram os que se apropriaramdo conhecimento e os que preferiram difundi-lo.Novamente, também, os primeiros foram protegi-dos pelo status quo, e os segundos persegui-dos, presos e mortos.

A história é cíclica? As mesmas situações

ocorrem de tempos em tempos, mudando ape-nas o contexto? Hoje, o embate entre os que de-fendem a propriedade intelectual e a detençãodo conhecimento, e os que defendem a liberda-de intelectual e a disseminação da cultura e doconhecimento, segue os mesmos padrões dosembates do passado. A luta dos que defendema liberdade, formalizada em movimentos como odo software livre, contra os “donos do poder”, per-sonificados nas empresas de software proprietá-rio, como a Microsoft, e nas empresas deentretenimento, segue mais ou menos os mes-mos padrões das lutas filosóficas, religiosas, ide-ológicas do passado. Se acreditamos que ahistória é realmente cíclica, então poderemos su-por que o desfecho será o mesmo, com os mes-mos resultados e as mesmas baixas. Não estouquerendo dizer com isso que haverão mortos eferidos nessa contenda, que tende a durar porlongo tempo, mas muitos já foram presos, multa-dos e condenados  judicialmente, não entrando

no mérito se eles estavam, ou não, violando algu-ma lei que, por sua vez, são normalmente escri-tas pelos “donos do poder”. Nem tampouco,estou afirmando que os defensores do conheci-mento livre se restringem aos que contribuem pa-ra esses movimentos organizados.

Vamos entender isso um pouco mais a fun-do: a sensação de liberdade é inerente ao ser hu-mano. As leis não são naturais, mas impostas acada indivíduo da sociedade. É uma troca que o

indivíduo faz: ele sacrifica parte de sua liberdade inerente em troca da vida em sociedade quepor sua vez, torna sua vida mais fácil e mais segura (Thomas Hobbes). Com isso quero dize

que, se não há lei que proíba algo, o sentimentogeral é de que esse algo é permitido. Numa sociedade onde o conhecimento é restrito e as leisocupam centenas de livros, o próprio conhecimento das leis também o é. Pela falta de disseminação desse conhecimento, o cidadão nãotem nem o conhecimento do que pode e do quenão pode fazer, do que está escrito na lei. Paracomplicar, a própria lei é ambígua e cheia de falhas. A retórica retorna, hoje, como a principa

ferramenta para a determinação da justiça, e

não a verdade dos fatos. A tendência de uma sociedade, nessa situação, é a de que o indivíduosinta-se livre para fazer o que quiser, até que alguém de carne e osso, com cara de poucos amigos e autoridade, lhe diga que não pode, emais, lhe ameace com sanções se o fizer. Essaé a situação da nossa sociedade brasileira, quiçá do mundo, com relação ao conhecimento.

Artigo na Wikipedia sobre São Francisco de Assis

http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Assis

Artigo na Wikipedia sobre Sócrates

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sócrates

Artigo na Wikipedia sobre Thomas Hobbleshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hobbes

PAULO DE SOUZA LIMA é técnico emeletrônica formado pelo CEFET/MG,bacharel em administração pela UFPR eestudante de história e filosofia autodidataAutor do blog Alma Livre onde discutesobre software livre, cidadania, ética,filosofia e sociedade. Utiliza software livredesde 1998 e, desde 2004, divulga eincentiva o uso dele por empresas,

governo e sociedade.

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Para mais informações:

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Um amigo meu me fez es-ta pergunta há alguns dias, econfesso que tive um pouco detrabalho para lhe responder, epor isso, gostaria de comparti-lhar aqui a resposta que envieia ele.

Empresas que desenvol-

vem tecnologias proprietárias,precisam encontrar uma formade reter seus clientes e infeliz-mente a tecnologia é utilizadade forma equivocada aqui, atra-vés do que chamamos de“lock-in”. A forma mais fácil defazer isso é através da criaçãode um formato proprietário pa-ra o armazenamento dos da-

dos do usuário. Um excelentexemplo disso são os formatobinários criados pela Microsopara o armazenamento de documentos de escritório, os famosos .doc, .xls e .ppt.

Além de “prender” os clentes aos seus produtos, est

artifício traz ainda vantagenadicionais bem interessantepara a empresa dona da tecnologia proprietária. Dentre estas, a que mais se destaca é capacidade de “forçar” a aquisção de novas versões dos produtos que a empresa passa ter, através da alteração do fomato, tornando-o incompatíve

Qual é a importância dospadrões abertos para oSoftware Livre?Por Jomar Silva 

Armin Hanis

TECNOLOGIA · IMPORTÂNCIA DOS PADRÕES ABERTOS

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com as versões anteriores dasua própria aplicação. Maisuma vez podemos nos lembraraqui da eterna saga de atualiza-

ções de suítes de escritórioque vimos na última década,pois cada nova versão da suíteproprietária gerava documen-tos que não podiam ser aber-tos pelas versões anteriores eisso acabava forçando um up-grade no mercado todo.

Tão conveniente quantoa capacidade de forçar as atua-

lizações, é a capacidade de cri-ar dependências entre versõesespecíficas de produtos da mes-ma empresa, fazendo com quea dependência em uma aplica-ção específica se transformena verdade na dependênciaem uma série de outras aplica-ções e sistemas. Usando nova-mente as suítes de escritório,me lembro que em meados dadécada de 90, quando umadas atualizações da suíte propri-etária da Microsoft foi lançada,ela tinha como requisito básicoo novo sistema operacional lan-çado pela empresa. Este porsua vez, demandava novos pro-cessadores, convenientementefabricados pela maior parceirade negócios da empresa na

época. Vivi um caso real disso,e acho que vale a pena conta-lo para vocês.

Na época eu era o respon-sável pela TI da filial brasileira(ainda bem pequena) de umaempresa multinacional do se-tor de telecomunicações. Come-çamos a receber documentos(.doc, .ppt e .xls) vindo da ma-

triz da empresa na Noruegaque não conseguíamos abrir,pois os documentos haviam si-do gerados pela nova versãoda suíte de escritório. Naquelaépoca a internet ainda funciona-

va “a corda”, e por isso, o meiomais rápido e eficiente para atroca de documentos eletrôni-cos era via CDs e correio (ouseja, uma conversão e re-en-vio de documentos levava diasou até semanas, e custava mui-to caro). A solução teórica pa-

ra os nossos problemas naépoca, era bem simples: com-

prem ao menos uma licençada nova suíte de escritório,mas o problema inicial era queela ainda não havia sido lança-da oficialmente no Brasil!

Este problema era maissério ainda, pois para poder-mos utilizar a nova suíte, preci-sávamos também do novosistema operacional, e não tí-

nhamos nenhum computador

compatível com os requisitomínimos deste novo sistema!

Resumo da ópera: ficamos algumas semanas sem poder acessar as informaçõe(pois a maioria dos documen

tos, quando convertidos para versão anterior da suíte, perdam muito a sua formatação funcionalidades) e tivemos qufazer uma compra absurda, demandada por um “singelo upgrade” de software: Um novcomputador, um novo sistemoperacional e finalmente a nova suíte de escritório.

Claro que depois disso tudo só resolvemos o problemde “abrir os documentos”, e aprecisamos resolver o outrproblema que era “qualqueusuário da empresa precisabrir os documentos”: Tivemoque trocar todos os computadores, todos os sistemas operaconais e suítes de escritório! (

Empresas que

desenvolvem tecnologiasproprietárias, precisam encontraruma forma de reter seus clientes einfelizmente a tecnologia é utilizadade forma equivocada, através do quechamamos de lock-in...Jomar Silva

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isso aconteceu em TODAS asempresas que usavam a tal suí-

te de escritório na época).

Contei esta história toda,

para ilustrar o fato de que umasimples alteração em um pa-drão proprietário forçou todasas empresas do mundo a fazerum upgrade em seus computa-dores e sistemas. Foi alteraçãodo padrão que, na verdade, de-sencadeou tudo!

Não preciso lembrar aquique estas atualizações todas

envolvem ainda a readequa-ção de todas as aplicaçõesque se integravam com as ver-sões anteriores do sistema ope-racional e aplicativos e porisso, ao final de cada ciclo deatualizações destes, muito di-nheiro tinha irrigado as contasdas empresas de Tecnologiada Informação (e em alguns ca-

sos, as “novas funcionalida-des” implementadas no padrãoeram simplesmente dispensá-veis, para não dizer inúteis).

Ainda hoje vivemos umasituação muito semelhante naprópria Internet, pois não é ra-ro encontrarmos sites que só

funcionam em Internet Explo-rer, rádios e TVs online que sópodem ser exibidas em Win-dows Media Player (ou Flash)e isso demonstra que você po-de mudar o tipo de conteúdo(texto, vídeo, áudio, projetosde engenharia e outros) que areceita de bolo para fazer di-nheiro rápido é sempre a mes-ma: quem controla o padrãocontrola DE VERDADE o mer-cado.

O Software Livre inverteesta lógica toda e é por nature-za inclusivo e não exclusivo(aliás, já perceberam como apalavra EXCLUSIVIDADE éfeia... ela representa exclusão,rejeição, repulsa, eliminação eainda assim é usada como al-go “positivo”).

A única forma de garantira total liberdade para o usuário

e para o desenvolvedor dsoftware livre é a utilização dpadrões abertos em todas ainterfaces do software com

mundo externo. Pode-se dizeque os Padrões Abertos sãcomo o cimento que permite construção de um mundo livre robusto, com tijolos feitos dSoftware Livre.

Muita gente confunde a interoperabilidade propiciada pelos padrões abertos com integração tradicionalmente fe

ta em projetos de software proprietário, mas que tambémexiste no mundo livre.

Se tenho acesso ao códgo fonte de um determinadprograma, tenho condições técnicas de desenvolver minhprópria aplicação de forma quela interaja com este softwareIsso no mundo do software pro

prietário demanda uma séride contratos e acordos, e normalmente demanda ainda o desenvolvimento de uma série dbibliotecas (as famosas APIsque na verdade dão o acesssem “entregar o jogo”).

A grande diferença entro desenvolvimento de um padrão aberto e de uma integra

ção “um a um” (aberta oproprietária) é que o desenvovimento do padrão aberto vabuscar atender aos requisitoe interesses da coletividade não de uma ou outra empresou comunidade de software lvre.

Temos um exemplo interessante disso na própria histó

... o desenvolvimentode um padrão aberto vai buscaratender aos requisitos e interessesda coletividade e não de uma ououtra empresa ou comunidade desoftware livre.

Jomar Silva

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ria do desenvolvimento do pa-

drão ODF.

Uma das primeiras comu-nidades de desenvolvimento

que se envolveu com o desen-volvimento do ODF foi a comu-nidade que desenvolvia oKOffice (O ODF nasceu dentrodo projeto do OpenOffice.org).

Note que estamos falan-do de dois projetos de softwa-re livre (KOffice eOpenOffice.org), que possuemduas comunidades de desenvol-

vimento distintas, e que por ra-zões específicas decidem, deforma sadia, concorrer umacom a outra.

Ao ver o desenvolvimentodo ODF, os desenvolvedoresdo KOffice podiam ter optadopor desenvolver também o seupróprio padrão de documen-tos, replicando no mundo livre

o que costumeiramente vemosno mundo proprietário, mas aopção deles foi por fazer partedo desenvolvimento do ODF esuporta-lo também em sua suí-te de escritório: Ganharam asduas comunidades e os seususuários!

Notem que as duas aplica-ções poderiam utilizar seus pró-prios padrões e ainda assimhaver a possibilidade de que

uma tratasse os documentosgerados pela outra, mas issonão seria mais oneroso para to-do mundo, principalmente para

os usuários, que teriam queconviver com conversões diaria-mente?

Hoje já temos centenasde aplicações, bibliotecas e fer-ramentas de software que mani-pulam documentos em ODF,nas mais diversas plataformasoperacionais e computacionaisexistentes. Ainda assim, existe

uma “certa empresa” que con-segue fazer a sua implementa-ção de ODF de tal forma queseus documentos só sejam tra-tados de forma integral pelasua própria aplicação... paraque suportar o padrão então?

Culpam o padrão, dizen-do que implementaram “tudode forma adequada”, que “se-

guiram as regras”, mas pas-sam uma vergonha danadacada vez quem ficam sem res-posta para uma simples pergun-ta: Por que todas as outrasaplicações trabalham em con- junto e só a de vocês apresen-ta tão graves problemas?

Depois de ler este artigotodo, espero que vocês sai-

bam a resposta (e se pude-rem, contem prá eles... eu

tenho mesmo pena de veaquele pessoal passando tantvergonha assim :) ).

JOMAR SILVA éengenheiroeletrônico e DiretorGeral da ODFAlliance LatinAmerica. É tambémcoordenador dogrupo de trabalho naABNT responsávelpela adoção do ODFcomo normabrasileira e membrodo OASIS ODF TC,o comitêinternacional que

desenvolve o padrãoODF (OpenDocument Format).

Para mais informações:Artigo sobre Padrões Abertos na 

Wikipédia 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Padrões_ 

abertos

Artigo sobre interoperabilidade na

Wikipédia 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Interopera-

bilidade

Site Oficial KOffice

http://www.koffice.org

Site Oficial ODF Alliance

http://br.odfalliance.org/

Blog do Jomar:

http://homembit.com

TECNOLOGIA · IMPORTÂNCIA DOS PADRÕES ABERTOS

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

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Revista Espírito Livre; O que é a Robótica Livre?

Danilo Rodrigues César: O Projeto Robótca Livre é uma proposta diferenciada de robótca em ambiente escolar, utilizando soluçõelivres em substituição aos produtos comerciaispropondo a quebra de paradigma com a utilização de Software e Hardware Livre.

Além da utilização de softwares livres (Lnux e seus aplicativos), o projeto também tem caráter ecológico, pois utilizamos sucatas qugeralmente são descartadas (o chamado LixEletrônico) como material base para a construção de kits alternativos e de artefatos tecnológcos, por exemplo robôs e protótipos de objetoda vida real.

ENTREVISTA · DANILO RODRIGUES CÉSAR - ROBÓTICA LIVRE

Por Andressa Martins

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

Danilo Rodrigues César é Graduadoem Tecnologia em Processamento de

Dados (TPD), Licenciado emMatemática e Informática pelo CEFET-

MG, Especialialista em Rede deComputadores, Pós-graduado em

Educação Profissional Técnica Integrada ao Ensino Médio na 

Modalidade Educação de Jovens eAdultos (PROEJA), mestrando na área de educação e Doutorando na área dedifusão do conhecimento, ambos pela Universidade Federal da Bahia com o

tema Robótica Livre...

Entrevista com Danilo Rodrigues César

Pro jeto

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Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

REL: Quando e como começou o pro je-to?

DRC: A Robótica Livre começou em 2001,quando eu tive uma disciplina isolada de mestra-do no CEFET em Minas Gerais, um professorque trabalhava com logo, que é uma linguagemeducacional, e eu achei interessante essa formade aprendizado, e tentei associar entretenimen-to aquilo. Ou seja, além de ver uma aplicaçãona tela (como uma tartaruga andando) eu queriaver isso fisicamente andando fisicamente.

Então disponibilizamos Hardware Livre, cha-mado IHL e alguns componentes como LED's,para que os alunos pudessem entender de for-ma visual o que estava acontecendo.

Em 2002 eu comecei a trabalhar com Klo-go, que é uma versão do logo para Linux, na épo-ca  junto com Euclides Cunha lá em São Paulo,

onde começamos a implementar alguns coman-dos de robótica.

REL: Qual a linguagem mais utilizada por você em Robótica Livre?

DRC: Eu dando aula eu resolvi trabalharcom os alunos com a linguagem Shell Script, ela

mais fácil de trabalhar com os alunos, por seruma linguagem interpretada e por ter respostas

imadiatas ao utilizar a linha de comando

REL: Qual foi o primeiro robô produzdo?

DRC: Eu chamo ele de Frank (Frankstein)foi um trabaho interessante, por que nós utilizamos capas de CDs, tiramos 2 motores de drivede disquetes 1.44'', batentes de portas, roldanade impressoras, ee muita sucata, e nesse trabalho usamos apenas Shell Script, sem nenhuminterface gráfica padrão.

Hoje existe o Kommander [0], que é umaIDE para criação de interfaces para o KDE, com

ele podemos criar interfaces para programas emmodo texto ou mesmo criar um programa inteirsem escrever um linha de código.

REL: Quais são as vantagens da aquisição de um kit para  Robótica  utilizandoSoftware e Hardware Livre?

DRC: Temos a preocupação com o meioambiente, com o que é jogado fora, além de per

mitir que as escolas públicas que não tem condções de ter kits de robótica, que são caros par

serem adquiridos e caros para serem mantidos.

Ouve-se falar de escolas que ganham Kitproprietários para estudo de Robótica (LEGO) e

ENTREVISTA · DANILO RODRIGUES CÉSAR - ROBÓTICA LIVRE

Figura 1: Danilo Rodrigues César do Projeto Robótica Livre

Figura 2: Kit didático

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Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

que de certa forma ficam parados, por não ha-ver processo de capacitação dos professores,que é um investimento alto.

E muitas com Kits fabricados as alunos e

professores não são capacitados, mas sim “ades-trados”, sem ter incentivo do lado criativo. Tam-bém há a limitação pela forma e quantidade depeças de cada Kit. Utilizando materiais recicla-dos, o processo de aprendizado da robótica é tra-balhado com um todo, a construção daferramenta e artefato técnico.

“O foco não é extramente no produto, masa todo o caminho.”

E nosso objetico não é trabalhar simples-

mente com a construção de robôs, mas com pro-tótipos de elevadores, braços mecânicos,semrpe utilizando material reciclado.

REL: A Robótica é engloba disciplinasde matemática, física, eletrônica, programa-ção...  Como vencer barreiras da falta de co-nhecimento em alguma dessas matérias?

DRC: Existe a questão educacional e peda-gógica. Em caso de educação de  jovens e adul-tos, por exemplo, os indivíduos são atoressociais que estão exluídos tecnologicamente equando você mostra sobre a possibilidade deaprender robótica, eles constroem objetos rapi-

damente de acordo com o que vêem fazendo nodia-a-dia.

Por exemplo, um protótipo de um elevadorpor um aluno porque um aluno que dava manu-tenção no elevador, mas não sabia como ele fun-cionava. Então para entender como funcionava,ele criou um protótipo que pode ser estudado na

Robótica Livre.

E o professor pode trabalhar com os alunos, usando o computador como mediador da stuação para controlar os dispositivos, usand

lixo tecnológico sem precisar de forma muitoaprofundada as disciplinas. Eu por exemplo,  jcheguei a dar oficinas para pedagogas em quelas mesmas fizeram soldas, sendo um atividade interessante, por desmitificaram algumas falácias que soldar ou aprender eletrônica é muitodifícil.

Nós vemos Paulo Freire falar da pedagogia da autonomia, pedagogia do oprimido, a nossa é chamada de Pedagogia da Sucata :-P

Utilizamos capacitores, baterias, pilhas que podem ser reaproveitados em circuitos. É muito lxo tecnológico  jogado for a, grande deles preducial, e poderia ajudar nessa forma de pedagogia. Contribuindo para o capital social de umgrupo de pessoas que buscam a preparação para inclusão digital ou sócio digital.

[0] - Site Kommanderhttp://kommander.kdewebdev.org/

[1] – Site Robótica Livrehttp://roboticalivre.org

Para mais informações:

ENTREVISTA · DANILO RODRIGUES CÉSAR - ROBÓTICA LIVRE

ANDRESSA MARTINS é entusiasta desoftware livre, idealizadora dos projetosRobótica Livre, Membro da Associação deSoftware Livre de Goiás e curiosa.

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A internet provocou mudanças no relacionamento entre médicos e pacientes a partir dmomento em que ampliou o leque de informação sobre doenças, tratamentos e medicamentos. Se por um lado, tais transformações exigemda classe médica maior interação com o paciente, cada vez mais informado, por outro, implicdebater certificação e/ou credibilidade do con

teúdo publicado no ciberespaço.Primeiro é preciso destacar que a relaçã

médico versus paciente é marcada pela autordade científica e poder simbólico daquele qudetém o conhecimento sob aquele que realizuma consulta. Vale destacar que o conhecimento adquirido pelos profissionais na academia elemento estruturante desta relação. Porém, a lberação do pólo emissor, impulsionada pelWeb e novas tecnologias de informação e comu

EM DEBATE · PACIENTE INFORMADO E WEB 2.0

Desafios para classemédica em tempode PacienteInformado e

Web 2.0Por Yuri Almeida 

San ja Gjenero - sx

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nicação, potencializaram o acesso a informaçãoe radicalizaram o ditado popular de que "de médi-co e louco, todo mundo tem um pouco".

Basta uma busca no Google para encon-

trar solução caseira para curar um câncer atéconsulta online. Independente da credibilidade eexatidão da informação publicada, o pacienteconsulta o Dr. Google antes e após a consulta,implicando para o médico uma nova forma dese relacionar com o seu paciente.

Para o pesquisador da Fiocruz, André Perei-ra, o Paciente Informado promove um equilíbrioentre a relação médico versus paciente. Já parao vice-presidente da Federação Nacional dos Mé-

dicos (Fenam), Eduardo Santana, o médico quenão estiver conectado às novas tecnologias, cer-tamente, terá dificuldades em se relacionar como Paciente Informado.

Para Claudio Freitas, professor e médico,gestor do projeto GDF em Brasília, um pacienteinformado significa também uma melhor consul-ta médica, tendo em vista que as consultas sãocada vez mais rápidas e nem sempre o profissio-nal consegue traduzir as especificações técni-

cas em uma linguagem acessível para opaciente.

Fernando Vogt, da InterSystems, destacaque a internet tem cumprido uma lacuna deixa-da pelos tradicionais médicos da família, quesão cada vez mais raros. “O paciente busca infor-mações no Dr. Google porque perdeu o contatocom o médico”. Para ele, além de um paciente in-formado, é necessário que o profissional de saú-de também tenha informações sobre seu

paciente através de prontuários virtuais. “Antesdo paciente informado é preciso ter a informa-ção do paciente para que o acompanhamento se- ja contínuo”, defende Vogt.

Nesta seara de transformações, a socieda-de e o mercado sinalizam para a classe médicanovos desafios e a necessidade de um profissio-nal cada vez mais “comunicativo”. “É precisoque o médico seja um agente da informação”,pontua o vice-presidente da Fenam, lembrando

que “a qualidade do atendimento passa pelaqualidade da linguagem”. Santana defende também a criação de uma rede para médicos, queensinem os profissionais desde como “utilizar”Internet até a produção de guias/cartilhas médcas digitais.

O jornalista e pesquisador de mídias socais, Eduardo Pelosi, acredita que o aumento dinformações publicadas no ciberespaço problematizam as “verdades” estabelecidas pelos manuais médicos. “Quando temos diversaopiniões sobre um mesmo fato é mais complicado encontrar a exatidão de qual remédio ou tratamento adequado”. Por isso, André Pereira

argumenta que diante de um “mar de informação”, o médico precisa construir “arcas” que faclitem a navegação do paciente neste universomédico. Afinal, a bula médica não ajuda nemaos pacientes e nem aos médicos.

Para o diretor executivo da agência Pólvora, Mário Soma, a classe médica deve se organzar e elaborar portais com informações sobrtratamentos, medicamentos e demais orientações que facilitem a vida dos pacientes. “Entre

tanto, não é apenas o conhecimento doprofissional que deve ter validade. É preciso envolver médicos e pacientes que, de forma colaborativa, produzam essas informações”, frisa vice-presidente da Fenam. O médico ortopedista, Carlos Andrade, vai mais além “temos quparar de jogar tudo nas mãos de nossas "sociedades" médicas. Isto só elitiza e cria feudosQuanto mais informação melhor. Serve para odois lados quando estes querem se ajudar”, polemiza.

Federação Nacional dos Médicos propõe certificação de conteúdo na Web

Diante da infinidade de textos sobre tratamento, sintomas e curas disponíveis na Web emqual confiar? Afinal, café faz bem ou mal a saúde? Estas e outras questões são rotineiras paros pacientes que buscam na internet orientações sobre saúde, mas a cada clique uma infor

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EM DEBATE · PACIENTE INFORMADO E WEB 2.0

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mação diferente, uma verdade diferente. O quetem credibilidade? O que é verdade, do pontode vista médico? O que realmente vai aliviar es-sa dor de cabeça?

Dar respostas a estas questões é o objeti-vo da proposta da Federação Nacional dos Médi-cos em certificar os produtores de conteúdo esites que abordem a temática médica na Web. Aidéia ainda não esta finalizada em termos de exe-cução, mas a necessidade foi defendida por mé-dicos e pacientes durante uma mesa redondarealizada em Salvador na última quinta-feira (8).

“Como abrir uma página da Web, sobre de-terminado assunto em saúde, e confiar no que

se lê? Minha sugestão: um “selo” atestado poruma entidade médica informando: “Este é um si-te médico”, assim, quase explícito, defende Car-los Andrade.

O médico Eduardo Santana diz que a identi-ficação elevaria a credibilidade destes conteú-dos publicados na Web, além de garantir aocidadão que aquilo que ele lê foi elaborado porum profissional e, portanto, apto para proferirtais orientações.

“Existe a necessidade de qualificar a infor-mação encontrada via "dr. Google".Mais impor-tante do que encontrar a informação, é que estainformação seja verdadeira”, opina o professorde marketing digital, Eduardo Sales.

Para além de um serviço para o paciente,

a grande questão para os profissionais da áreade saúde é: ocupar espaço no ciberespaço an-

tes que os “não-médicos”, munidos de técnicaSEO e soluções milagrosas dominem a WebPara isso, enxergar a Internet apenas como ummeio de transmitir informação é pueril. Vale lem

brar que a Web, sobretudo é espaço para interação, logo é preciso que os médicos spreocupem com seus pacientes além do consutório, estejam nas redes sociais, mantenhamblogs ou pelo menos entendam que o Dr. Google é um aliado para o exercício de uma medicna mais humana e eficiente.

YURI ALMEIDA é jornalista, especialistaem Jornalismo Contemporâneo,pesquisador do jornalismo colaborativo eedita o blog herdeirodocaos.com sobrecibercultura, novas tecnologias e jornalismo. Contato: [email protected] /twitter.com/herdeirodocaos

Blog Herdeiro do Caos

http://herdeirodocaos.com

Para mais informações:

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EM DEBATE · PACIENTE INFORMADO E WEB 2.0

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Diferentemente das tendências de merca-do, o Ubuntu já nasceu arrasando os coraçõesde muitos entusiastas e administradores de siste-mas que tem o “espirito livre”. Desde o seu pri-meiro lançamento que ocorreu em 20/10/2004,com a versão 4.10 de codinome Warty Warthog,o Ubuntu tem crescido de forma inesperada, e

hoje, com a sua atual versão 9.10 de codinomeKarmic Koala lançada em 29/10/2009, fica com-provado que nenhum software, principalmentetratando-se de um sistema operacional, conse-guiu amadurecer tanto em menos de seis anos.Estima-se que alguns dos motivos para essa re-volução foi a soma de uma grande companhia,um grande visionário e uma grande comunida-de.

Essa grande companhia por trás desse pro-

 jeto é a Canonical Ltd. que além de manter oUbuntu, também patrocina projetos de software li-vre. A Canonical Ltd. foi fundada pelo visionárioMark Shuttleworth que intitulou-se CEO do proje-to, para poder tomar decisões que afetarão odestino do Ubuntu. E a camada principal que co-bre todo esse projeto, são as comunidades cola-borativas que estão espalhadas pelo mundo,escrevendo softwares, criando e traduzindo docu-mentações, além de dar suporte a novos usuári-os.

REVIEW · AS GRANDES NOVIDADES DO UBUNTU 9.10

As grandes novidades doUbuntu 9.10 Karmic Koala e ofuturo do UbuntuPor Wagner Emmanoel

Figura 1.1

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O Ubuntu trabalha com atualizações basea-das em tempo, sendo assim a cada 6 meses tere-mos uma nova versão que traz uma série denovidades relacionadas a segurança, usabilida-de, interfaces e outros recursos. Ao mesmo tem-po a Canonical mantem versões de longo prazoconhecidas como LTS (Long Term Support), pa-ra que empresas não precisem estar migrandode versões constantemente. Sendo assim, es-

sas versões que são lançadas a cada 6 meses,são suportadas durante 18 meses, já as versõesLTS tem uma vida útil de 3 anos para o Desktope 5 anos para o Server.

Com o seu último lançamento, o Ubuntu9.10 Karmic Koala, mais uma vez surpreendeu

as expectativas do seu público, trazendo divesas novidades como as que veremos a seguir.

Acrescentou suporte a novas linguagenpara o processo de instalação. Isso não é atoa

e sim mostra que o Ubuntu está cada vez maiatravessando fronteiras.

Utiliza o sistema de arquivos ext4 por omissão durante a instalação, e mantem os demaipara garantir a liberdade de escolha entre seuusuários.

Traz a possibilidade de utilizar criptografino diretório home do usuário.

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Figura 1.3

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REVIEW · AS GRANDES NOVIDADES DO UBUNTU 9.10

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Acrescentou banners trazendo informa-ções sobre as novidades da versão durante a ins-talação.

Mudou o Bootloader para o GRUB 2.

Novo visual para XSplash do sistema, ga-nhando performance durante o processo de inici-alização.

Novo visual para a tela do GDM, o appletpara de troca de usuário foi redesenhada paraum melhor conforto visual.

Novo visual para área de trabalho. Utiliza aversão 2.28.1 do Gnome, acrescentou novos íco-nes e mudou o tamanho das fontes do sistemapara melhorar à aparência.

Aprimorou o antigo Adicionar/Remover Pro-gramas, unificando todos os gerenciadores de

Figura 1.6

Figura 1.7

Figura 1.8

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REVIEW · AS GRANDES NOVIDADES DO UBUNTU 9.10

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pacotes existentes e passou a chamar de Cen-

tral de Programas do Ubuntu.Removeu o Ekiga por ter sido pouco utiliza-

do pelos seus usuários em versões anteriores etrocou o mensageiro Pidgin pelo Empathy para“facilitar” as comunicações de textos, áudios e ví-deos.

Suíte do OpenOffice foi atualizada para aversão 3.1

O navegador padrão continua sendo o Firefox, porém com a sua nova versão 3.5.

Acrescentou a versão 1.1 do Wine em serepositório oficial e ainda mudou o ícone padrãdos “.exe” que são executados pelo Wine.

Mudou o visual do gerenciador de redes

para facilitar a utilização dos seus usuáriosalém de aprimorar o suporte a tecnologias dsegurança como WPA e WPA2.

Melhorou o suporte a modens 3G, passando a ser praticamente PLUG AND PLAY, restando exatamente esses seis passos mostradonas figuras abaixo, que são as perguntas ausuário sobre sua localização e sua operadora.

A ferramenta WUBI (Windows Ubuntu Instalador), foi reimplementada para permitir a m

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Figura 1.12

Figura 1.13

Figura 1.14

Figura 1.15

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REVIEW · AS GRANDES NOVIDADES DO UBUNTU 9.10

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gração de uma intalação do tipo WUBI parauma instalação utilizando uma partição real, ga-nhando assim mais performance.

A grande bola da vez chama-se UbuntuOne, que é um pacote de serviços online basea-dos em Cloud Computing, oferecendo aos seususuários 2 GB de espaço para armazenamentoonline. Esse serviço pode ser utilizado para sin-

cronizar e compartilhar arquivos e realizar peque-nos backups. Esse serviço já era oferecidodesde maio de 2009 com a sua versão beta, po-rém poucos usuários conheciam e o serviço nãoera de boa qualidade, mas a versão 9.10 doUbuntu já traz um ícone localizado em Aplicati-vos > Internet > Ubuntu One, que levará você di-retamente para a página do serviço, permitindoque você utilize caso já seja cadastrado ou reali-ze seu cadastro para utilizar o serviço.

Bom, essas são apenas algumas das novdades referentes a versão do Ubuntu Deskto9.10 Karmic koala. Ainda existem muitas outracomo, a integração de novos drivers Intel e Nvdia, utilitários para disco rígido, a presença dQuickly que é um sistema simplificado para desenvolvimento de aplicativos Ubuntu e muitmais.

Devido a toda essa estrutura funcional, Ubuntu passou a ser sinônimo de Linux, comvem acontecendo com alguns concursos públcos, que onde “deveria” pedir conhecimento emLinux, pede explicitamente o conhecimento emUbuntu, exemplo real disso é o edital da Fundação de Amparo à Ciencia e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE).

Devido a essas mudanças do mercado votadas para o Ubuntu, a Canonical já criou cursos voltados para os seus produtos, como ocursos Ubuntu Desktop e Ubuntu Certified Professional (UCP) que já são oferecidos por uminstituição oficial parceira da Canonical.

WAGNER EMMANOEL é Instrutor daFuctura, Partner Oficial Ubuntu Brasil.

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Para mais informações:Site Oficial Ubuntu:

http://www.ubuntu.com

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Figura 1.17

Figura 1.18

Figura 1.19

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REVIEW · AS GRANDES NOVIDADES DO UBUNTU 9.10

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COTIDIANO · CUIDADO COM O "TECO" EM INFORMÁTICA

Por João Marcello Pereira 

Cuidado com o “TÉCO”em informática!

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Ao contrário do que se pensa o computador não é objeto que, uma vez comprado novo“viverá” por anos sem defeitos. Todo computador, como qualquer outra máquina eletrônica ounão, necessita de manutenção periódica comolimpeza física e lógica, atualizações e outrosPara isto, há a necessidade de consultar um téc

nico qualificado e honesto, pois não existe coisapior do que ser enganado, principalmente, se esse engano é um prejuízo de algumas centenasde reais por conta da irresponsabilidade de algum “profissional”.

Muitos são os “técnicos” de informáticaque esbanjam absurdos quando se trata deenergia elétrica - O aterramento é o maior fatode erros desses “profissionais”. Por falta de conhecimento, que exige considerável formação

  A d  r  i  a  n 

  G  t  z

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técnica ou superior, grandezas físicas como ten-são, corrente, resistência, potência elétrica sãoa mesma coisa quando se trata de fazer o com-putador funcionar. Vejamos alguns absurdos:

Aterramento “interno” feito de um clip de papelconectando o neutro e terra, garrafas PET chei-as de água sobre o gabinete para economizarenergia, condutores (fios) mal dimensionados pa-

ra a instalação elétrica, e muitas outras solu-ções “baratas e inteligentes”.

Outra coisa que aterroriza é a forma comoo “técnico” faz o diagnóstico do computador. É tu-do no "olhômetro" e na sensibilidade "paranor-mal" (poder ninja) adquirida ao longo de anos

de experiência (ou experiências com máquinasdos outros). O mais interessante disso é a solu-ção-padrão adotada: formatar o HD e instalar oWindows. Tudo bem que isto é uma solução,mas sem um diagnóstico preciso do HD há riscode dano à peça e perda de dados. Outro fator du-vidoso é o “técnico” saber exatamente uma solu-ção imediata para qualquer problema damáquina, ou seja, se está lenta é vírus ou memó-ria; o Windows não “abre” é o HD; a máquinanão liga é placa-mãe queimada; computadornão aceita as configurações, aparece uma telaazul e ainda fica “apitando”, chuta que é macum-ba!

Outro potencial prejuízo financeiro ocorrequando o entendido de informática costuma insta-lar dezenas de programas piratas na máquinado cliente, principalmente de segurança, sematentar para o fato que as empresas fabricantesde software (Symantec fabricante do Norton anti-vírus, por exemplo) possuem mecanismos via in-ternet que descobrem se o programa instaladono computador é pirata ou não, permitindo blo-quear atualizações ou ainda multar a empre-sa/usuário por pirataria.

Profissionais assim são conhecidas no mun-do da informática como TÉCO em informática  por realizarem somente serviços ruins. O TÉCOé um artista nato, sempre resolve as coisas no“ jeitinho” e tem mil e uma soluções “mágicas” pa-

ra tudo quanto é problema ao melhor estilo

McGyver – um chiclete serve como fita isolantelâmpada incandescente de 100W é multímetropedaço de chinela havaiana é suporte da placamãe, e por aí vai. Ou seja, é doutor honoris cau

sa em gambiarra, não possui qualquer suportecientífico ao jeitinho empregado e seu maiotrunfo é saber “tudo” de informática sem nuncater feito um curso de capacitação - é o tipo totalmente prático sem nenhum conhecimento teórico. Uma conseqüência desse poder autodidataé a famosa lábia (ou “queixo” como se diz aquno Piauí) aplicada para enganar o cliente emqualquer situação, seja na solução mágica doproblema ou fazer o cliente assumir o prejuízode uma irresponsabilidade.

Muito cuidado com o TÉCO, e mais cuidado ainda com os seus serviços e conselhos. Para não ser enganado, sempre consulte aindicação de algum conhecido e analise comoele trabalha. Mesmo sem conhecimento técnicoo usuário pode evitar dor de cabeça observandoalgumas características típicas do TÉCO Professional:

- Nunca tem ferramentas apropriadas e quando

tem não sabe usar – o principal erro é nunca terum multímetro para avaliar a energia elétrica ouainda medir 220V na escala errada;- Nunca verifica as instalações elétricas e o am-biente no qual o computador será ou está insta-ado em relação à presença de campomagnético, campo elétrico, infravermelho, poei-ra e temperatura ambiente;- Nunca faz diagnóstico através de software ouqualquer outro equipamento de teste, sempreaposta no “desconfiômetro” ou “olhômetro”;- Inventa mil e um defeitos de nomes esquisitossem dar melhores explicações - “o hd está sembufferamento linear ao nível de máquina”.- Sempre instala mil e um programas piratas(antivírus, programas de contabilidade e gerenciamento financeiro) no computador sem o devidoconhecimento do cliente, afirmando que traba-lha só com os “melhores” programas que exis-tem no mercado;- Nunca faz um relatório dos problemas encon-

COTIDIANO · CUIDADO COM O "TECO" EM INFORMÁTICA

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trado e menos ainda do serviço realizado, equando faz só ele entende;- Desconfie do “TÉCO” que faz aterramento, le-vanta muro, é carpinteiro, conserta placa-mãe e

ainda toca pagode. Bons profissionais são espe-cíficos na sua área;- Sempre tem o valor do serviço na ponta da lín-gua mesmo sem nunca ter visto o estado do com-putador.

Tenho visto nos  jornais propagandas de“técnicos” que em duas horas “ajeitam” qualquercomputador ao preço de R$ 20,00. Sinceramen-te não sei como isso é possível, pois somente

no diagnóstico e relatório gasto entre 1,5 a 2h, epara realização do serviço necessito em médiade 4 horas. Pior ainda acontece quando uma pe-ça está queimada e o TÉCO  já possui na mão ou-tra disponível ou “similar” - é outra ou será amesma peça modificada intencionalmente comosendo nova?

Pensando bem, o TÉCO é também frutoda “teconicidade”* do próprio cliente, em que-rer sempre o menor preço por um serviço – pre-

ço é proporcional à qualidade. Como o baratovia TÉCO sempre sai caro, procure um bomprofissional capacitado em cursos de monta-gem e manutenção de computadores, e de ex-periência comprovada. Não fuja desseconselho, pois a próxima vítima pode ser você.

* Estado da arte de querer resolver as coi-sas da maneira mais legal, rápida e barata possí-vel.

Notícia: Técnico de informática trapalhão tenta golpe

(e fracassa) contra cliente nos EUA

http://ur1.ca/epxu

Artigo: OAB da Informática pode ser criada. Isso é

bom?

http://ur1.ca/epxm

Entrevista : O Futuro do Técnico de Informática 

http://ur1.ca/epxg

Artigo: A mochila do técnico de informática 

http://ur1.ca/epws

Artigo: Futuro do técnico em informática 

http://ur1.ca/epwt

JOÃO MARCELLO PEREIRA é graduadoem física (UFPI) e ciências da computação(UFPI), técnico em eletrônica (CEFET-PI), eespecializando em segurança de redes decomputadores (FACID). É profissional deinformática, inventor, e professor de física(UAPI), informática (SENAC-PI), matemáticae eletrônica.

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Para mais informações:

COTIDIANO · CUIDADO COM O "TECO" EM INFORMÁTICA

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O ensino a distância torna-se política públi-ca e ganha destaques estratégico apenas em2004. Na ocasião, países da Ásia, Europa e Amé-rica do Norte  já a praticavam em escala há pelo

menos uma década. Naquele momento, poucasplataformas de ensino estavam prontas a servirde meio a implementação de projetos de forma-ção a distância. No entanto, os projetos mais ma-duros datavam e utilizavam tecnologia antiga deprogramação de aplicativos para internet. O re-sultado é que a usabilidade de suas interfaces éde baixa qualidade e os estilos de interação pos-síveis são limitados. Isso torna o uso desses pro-gramas uma tarefa difícil para usuários semformação na área de informática e limitam as situ-ações didáticas que podem ser oferecidas. Am-bas criam resistências e afastam-se dos ideaisdo ensino amplo proposto pela corrente conheci-da como blended learning. Esta orienta a constru-ção de abordagens da educação a distância apartir da proposição de uma ampla gama de for-mas de interação para atingir os aprendizes pe-las diversas formas de aprender: manipulandorepresentações, ouvindo, lendo, discutindo, resol-vendo problemas em grupo. O Amadeus insere-

se nesse contexto como uma alternativa criadpara tornar as tarefas de professores, tutoresdesigners instrucionais e alunos mais simplesAo mesmo tempo, ele amplia, sem compromete

a usabilidade de suas interfaces, o conjunto dpráticas envolventes e criativas. Nas seções seguir, descrevemos o Amadeus, os princípionorteadores do projeto e as principais interfaces

Amadeus: e-learning de segundageração

O Amadeus é um sistema de gestão daprendizagem para educação presencial, a dis

tância e todas as suas variações. Ele é baseadno conceito de blended learning, segundo o quapara se atingir um grande público com projetode formação a distância faz-se necessário umcombinação de formas de mediar a apresentação e interações com os conteúdos das aulas.

O termo Amadeus é um anagrama para expressão Agentes Micromundos e Análise dDesenvolvimento do Uso de Instrumentos. Essexpressão expressa a influência construtivist

SOFTWARE PÚBLICO · AMADEUS

Por diversos autores

AMADEUSNovas Formas de Interaçãopara Educação a Distância

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que deu origem ao projeto. No início, o projeto vi-sava apenas criar interfaces educativas que aju-dassem os usuários a aprender conceitosespecíficos. Esses módulos foram chamados de

agentes micromundos e alguns deles foram de-senvolvidos para o ensino de Matemática (Quei-roz, 2008) e Física (Costa, 2008). O Amadeus éo projeto principal do grupo de pesquisa Ciênci-as Cognitivas e Tecnologia Educacional (CCTE:http://www.cin.ufpe.br/~ccte) do Centro de Infor-mática da Universidade Federal de Pernambu-co. Portanto, o Amadeus nasceu de umconjunto de pesquisas acadêmicas na área de In-teração Humano Computador (IHC) e Tecnolo-gia Educacional (TE). Entendemos, anos após o

início do projeto, que nossa contribuição para aSociedade poderia ser mais ampla que apenasa formação de recursos humanos e a publica-ção de nossos resultados em forma de artigos ci-entíficos, e decidimos então, distribuir oAmadeus. Vários anos foram necessários atéque tivéssemos transformado um protótipo emproduto em versão beta. Ele é hoje distribuídosob uma licença de Software Livre e desde mar-ço de 2009, passou a integrar o PSPB – Portal

do Software Público Brasileiro, tornando-se as-sim, um bem nacional.

Amadeus: Uma plataforma ubíqua 

A plataforma foi concebida ao longo de vári-os anos de pesquisa sobre as interações huma-nas em plataformas da mesma categoria eanálises de seu uso no contexto de ensino a dis-tância. Além das funções básicas que permitem

ao professor disseminar seu conteúdo e ao alu-no construir esse conhecimento, a plataforma ain-da oferece ferramentas para facilitar suaspráticas, tornando mais rico esse processo, esti-mulando a interação e o aprendizado pela ação.O Amadeus amplia o conjunto de experiênciasque os usuários encontram em diversas platafor-mas assemelhadas.

Nessa tentativa de ampliar, tentamos reti-rar a plataforma do centro do processo de forma-

ção e inserir neste locus o próprio usuárioDessa forma, desejamos permitir o acesso e aparticipação dos usuários estando ele interagindo por meio de dispositivos distintos como: apli

cações desktop, celulares, PDAs e TV Digital jogos, interfaces tangíveis (para analfabetos)Essa diversidade de formas de acesso aos conteúdos e aos pares que participam de uma comunidade de aprendizagem torna o Amadeusuma interface presente e acessível de forma ubíqua.

Estando o usuário no centro do processoo elemento central da concepção da plataformaé a experiência que podemos gerar no mesmo

Ela deve ser oferecida de forma integrada e consistente. A interação dos usuários entre si e comos conteúdos que é proporcionada pelo sistemapermite a execução de novas estratégias de ensino e de aprendizagem orientadas por teoriasconstrutivistas ou sócio-interacionista do desenvolvimento humano. Assim, estas são as principais características do Amadeus:

- Interface simplificada e intuitiva, concebida

com usabilidade e desenvolvida com tecnologi-as da Web 2.0 e AJAX;- Uso de uma ampla gama de mídias, desde ostradicionais chats até a discussão simultânea entre vários usuários que estão assistindo ao mes-mo vídeo, por exemplo;- Compartilhamento de vídeos em situações decolaboração síncrona;- Servidor de jogos multiusuários promovendoformas alternativas de interação com mídias de

 jogos;- Sistema de controle de experimentos e medidaem tempo real pela internet;- Percepção da atividade social na interface webe nos diversos ambientes interligados;- Mobile learning: estilos de interação por meiode dispositivos móveis, tais como celulares ePDAs;- Integração com o Sistema Brasileiro de TV Di-gital;

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A seguir descreveremos os módulos que jáconseguimos construir. Que estes sejam um con-vite convincente para trazer você leitor para a

nossa comunidade!

Amadeus: Por seus módulos

Como não poderia deixar de ser, o Ama-deus tem uma interface web. O talento principaldessa interface é a de servir de meio às ativida-des de planejamento e de mediação dos profissi-onais de educação. Parte da experiência dosalunos acontece nessa plataforma. A interface web pode ser descrita em três módulos, a sa-ber: cadastros, gestão de conteúdo e avaliação.A seguir descrevemos cada um deles.

Cadastro – este módulo coordena os servi-ços de cadastro de usuários (novo usuário, atuali-zação de dados, mudança de senha, solicitaçãode docência, currículo, lista de usuários, visuali-zação de perfil, entre outros), e também os servi-ços de cadastro de cursos (novo curso, buscarcurso, validação de curso, visualizar perfil do cur-so, entre outros). Permite ainda parcelas de ges-

tão acadêmica e tarefas administrativas.

Gestão de Conteúdo – este módulo é res-ponsável por manter os materiais que serão as-sociados aos módulos dos cursos (Figura 1).Assim, visa permitir a gestão de conteúdos e áre-as de interação em diversos formatos e compo-nentes de aprendizagem, tais como: vídeos, jogos, fóruns, questionários, além da tradicionalfuncionalidade de anexar arquivos. Este módulo

também está integrado com as funcionalidadesde avaliação, o que permite o acompanhamentodos alunos, dentro de uma perspectiva formati-va e construtivista.

Avaliação  – um dos maiores desafios doensino a distância concentra-se na avaliaçãodos alunos. Nossa proposta de avaliação noAmadeus é permitir que a maior quantidade pos-

sível de informações sobre o comportamento a participação dos usuários em formações se jam monitoradas e apresentadas de forma simplificada. Este módulo permite os professoreavaliarem os alunos com base nas atividades realizadas e na interação com o ambiente. Tam

bém, está relacionado ao módulo de gestão dconteúdo, o que permite capturar informaçõesobre a participação dos alunos nas atividadedisponibilizadas.

Na concepção das interfaces web do Amadeus, nossas preocupações principais foram ade simplificar tarefas de gestão e de interaçãoElementos construtivos da Web 2.0 foram utilizados para tornar mais simples a compreensãdos fenômenos de interação que são comunica

dos por meio da interface. Trabalhamos aindem três aspectos relacionados a interface webA primeira é a geração de informações sobre atvidades sociais que acontecem pela interface, que chamamos de percepção social. A segundé a integração de formas de visualização de dados relativos a interação passada e presente. a terceira é a integração de ferramentas de comunicação síncronas com a interface web. Odois primeiros estão sendo pensados em noss

Figura 1: Módulos de conteúdo do Amadeus

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grupo, e a terceira já está sendo desenvolvida pe-

la comunidade.

A seguir apresentamos os componentesinovadores de aprendizagem que introduzem ex-

tensões da experiência dos usuários. Estas ex-tensões são projetadas para atingir o ideal deampliar ao máximo as formas de acesso (incluin-do pessoas com características distintas de habi-lidades) e corrigindo sempre a consistência doconjunto de interfaces que constituem a experiên-cia do usuário.

Amadeus Mobile - Uma adaptação do sis-tema Web para dispositivos móveis, concebidapara lidar com três fenômenos específicos: per-cepção, consciência social e aprendizagem auto-dirigida. Através do navegador Web do celular,que está presente na maioria dos modelos atu-ais, mesmo os de menor valor comercial, é possí-vel obter informações sobre cursos e artefatosdisponíveis. Para facilitar a visualização, a interfa-ce exibe em cores diferentes as informações for-necidas ao usuário, vide Figura 2.

A consciência do aluno, acerca das ativida-des realizadas pelo grupo no ambiente, tambémé proporcionada pela distribuição de mensagensSMS (Short Message Service) contendo informa-ções sobre as modificações ocorridas nos cur-

sos nos quais estão inscritos. A comunidadecolegas no Pará, desenvolve um módulo J2Mque permite obter da plataforma web os objetvos a serem atingidos por um usuário e ajudá-l

a gerir em modo offline o seu aprendizado.

Jogos Multiusuários - Com a finalidadde aumentar o grau de motivação dos alunos explorar as possibilidades cognitivas associadaàs técnicas não tradicionais de ensino, concebeu-se o servidor de jogos multiusuário do Amadeus, observe a Figura 3 que apresenta umexemplo de sala de jogos.

Esta interação ocorre de forma síncronamediada por interfaces de jogos e comunicaçãtextual, o que possibilita perceber a presença ações dos participantes.

Amadeus TV Digital - Este módulo permte que informações adicionais ao conteúdo televisivo sejam disponibilizadas ao telespectadoinclusive com dados provenientes da PlataformAmadeus. Ele também permite que o usuário interaja com o conteúdo através de simulações, jogos e aplicações interativas de forma gerasempre contextualizadas com a programação te

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Figura 2: Amadeus Mobile, exemplo de notícias de cursos

Figura 3: Micromundo de jogos

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levisiva principal. Seu objetivo é tornar acessí-veis os conteúdos e vivências do Amadeus atra-vés do meio de comunicação mais difundido noterritório nacional, a TV. Até o momento, foram

concebidas soluções técnicas e conceituais queexploram da melhor forma os potenciais da inte-ração local da TVD no contexto educacional, ba-seada nos padrões do Sistema Brasileiro de TVDigital, vide Figura 4.

Como resultado final, busca-se o desenvol-vimento de um sistema que integre a emissora te-levisiva a um Sistema de Gestão deAprendizagem, o Amadeus LMS, além de dispo-nibilizar uma extensão deste LMS, na forma de

um portal interativo executado sobre o Middlewa-re Ginga. Interagimos com a comunidade, emparticular com colegas do Instituto de Computa-ção da UFRGS, grupo do colega Valter Roesler,para construir soluções de interoperabilidade deconteúdo.

Vídeo Colaborativo – A construção dessemódulo foi motivada pela constatação dos impac-tos positivos do uso de vídeos na formação deadultos. Esta ferramenta permite ao professorcompartilhar vídeos de forma intuitiva e acompa-nhar as ações e discussões dos alunos, comopor exemplo, o modo como os aprendizes organi-zam suas ações e como ocorre o processo deaprendizagem por colaboração, conforme Figu-

ra 5. O módulo foi concebido com a participaçãde policiais militares que foram voluntários paravaliar as várias versões da interface. Foramtestados diversos modelos, e a versão final pe

mite que uma seção síncrona de apresentaçãde vídeo ocorra com debate em tempo real semnecessidade de stream de vídeo pela internet.

Os vídeos em vários formatos são baixados a partir de um link, armazenado no sistemou diretamente no Youtube, informado pelo professor. Cada usuário carrega o fluxo de vídeo seu tempo, devido à heterogeneidade dos meos de acesso à Internet. Um usuário pode convdar os demais para “irem” a uma determinad

cena (posição) do vídeo, desta forma todovêem a mesma cena.

Amadeus: Quem já usa 

O SENAI do Rio Grande do Norte foi a pr

meira instituição nacional a usar oficialmente Amadeus. Lá, ele é usado em um projeto de fomação de técnicos. Diversas universidade e faculdades já usam o mesmo para ensino oprojetos de extensão, dentre outras podemos ctar: UFPE (especialização a distância), FACAP(Petrolina), Univasf, FIR. Colégios públicos nBrasil e no exterior usam o Amadeus para organizar materiais de aula de matérias específicasGrupos que lidam com saúde pública como

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Figura 4: Tela inicial do Amadeus TV

Figura 5: Player de Vídeo Colaborativo

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Núcleo de Telemedicina (NUTES) estuda usar oAmadeus na formação de profissionais de saú-de. Empresas de consultoria como a VH Consul-tores usam o Amadeus na formação de

empreendedores.

Amadeus: do público adveio, aopúblico retorna 

Gostaríamos de concluir refletindo sobre aorigem do projeto e seu futuro. Ele foi concebidocom recursos públicos dentro de um centro depesquisa em uma universidade pública. Apesardo esforço para a distribuição do Amadeus sob li-cença livre e as atividades de coordenação dacomunidade não contarem para a construção depesquisadores de carreira, nos sentimos honra-dos em podermos ter transformado o esforço demais de cinquenta colegas em um produto quepode transformar a forma como fazemos educa-ção a distância em nosso país. Dessa forma, de-sejamos demonstrar que pesquisa aplicada eintervenção social, ou mesmo protagonismo soci-al devem ser fortalecidos e incentivados no con-texto das instituições públicas de ensino e

pesquisa.

Alex Sandro Gomes, Ph.D. – Coordenador da ComunidadeAMADEUS.Email: [email protected]

Bruno de Sousa Monteiro, Ms.C. - Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Pernambuco.E-mail: [email protected]

Rosângela Saraiva Carvalho - Mestranda em Ciência da Computação do Centro de Informática da UFPE.Email: [email protected]

Ivanildo José de Melo Filho - Mestrando em Ciência da Com-putação do Centro de Informática da UFPE.Email: [email protected]

Ana Luiza de Souza Rolim, Ms.C. - Mestre em Física pela UFPE.Email: [email protected]

Gleibson Rodrigo Silva de Oliveira – Bacharel em Ciência daComputação pela UFPE.E-mail: [email protected]

Maiores informações:Software Público

http://www.softwarepublico.gov.br

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Estudar ciências naturais é fundamental pa

ra compreender os fenômenos naturais, bem como desenvolver uma consciência reflexiva sobr

a vida. As crianças pensam sobre os fatos da natureza que observam, formulando hipóteses sobre seus fenômenos criando teorias explicativapara o seu funcionamento.

O certo é que, todo ser humano é ávido pelo desconhecido. Alias,  já nascemos cientistasTudo queremos saber, ver, tocar, sentir, sabeque gosto tem. E como somos curiosos aos quatro anos! Nossa vontade aprender chega a se

um dilema “socrático”. Como uma ladainha, o

pais ouvem diariamente: Por que temos fomeDe que é feito a nuvem? Como agem os remédos? Para onde vai o Sol? Por que o fogo quema? Por que? Por que... Nada passa incólume curiosidade infantil. Enfim, esse dilúvio dporquês exemplifica bem o verdadeiro prazeque é o ato de aprender. As crianças rapidamente, percebem que a ciência está no nosso dia-adia e que ela é chave de todos os mistérios davida.

EDUCAÇÃO · SOFTWARE LIVRE E CIÊNCIAS: A QUÍMICA PERFEITA

Software livre e ciências:a química perfeita!

Por Sinara Duarte

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Como verdadeiros Sherlock Holmes, vãogarimpando pistas na tentativa de compreendero mundo a sua volta. Assim, as crianças da mes-ma forma que os cientistas, procuram explica-

ções para fatos e fenômenos que observam,constróem suas hipóteses baseadas em situa-ções não diretamente visíveis, dão nomes àqui-lo que vêem e buscam explicar aquilo que nãovêem e buscam explicar aquilo que não vêem eque procuram entender.

Esse é um momento privilegiado para nósprofessores. Cabe aos nós, educadores criar con-dições para que os conhecimentos que a crian-ça  já possui antes de chegar à escola, aqueles

que trazem de suas vivências extra-escolares,transformem-se em objetos de conhecimento apossam investigados e desenvolvidos dentro dasala de aula.

É importante que o professor valorize a curi-osidade e a capacidade de investigação infantilpropondo e organizando atividades de observa-ção, considerando as hipóteses infantis e as teo-rias espontâneas que as crianças formulampara explicar o mundo ao seu redor.

A escola é o local de excelência de novasaprendizagens. A informática educativa, podecontribuir para o ensino de ciências. Um vídeopor exemplo, pode em questão de segundosapresentar, mesmo que de forma acelerada, o ci-clo de crescimento de uma planta que levariameses ou anos, do modo convencional. Da mes-ma forma, um software de simulação, pode-setestar misturas químicas, sem nenhum risco asaúde ou mesmo apresentar reações químicas

que só poderiam ser vistas em microscópios ele-trônicos.

A Química não é uma disciplina complica-da, que necessite de laboratórios caros e sofisti-cados. Pelo contrário, é possível ensinarquímica, utilizando pequenos experimentos emsala de aula, ou mesmos softwares específicos.

Não tem desculpa, não! Um computadordesligado em sala de aula é o mesmo que um li-vro numa prateleira empoeirada. Não tem serven-

tia alguma! Mas cuidado! A maioria dosoftwares de ciência apresentam a lógica capitalista, no qual o professor pouco participa da elaboração do software, trazendo modelos  j

prontos, e que na maioria das vezes, não atende as reais necessidades do educador, fazendoo perder tempo e investimento. Ao aluno interessa muito mais o aprendizado por descoberta, dque por instrução.

Já a opção pelo software livre na educação apresenta além de uma dimensão libertária, visto que pode ser criado, copiado, alteradoreplicado, sem segredos e amarras a possibilidade de autonomia e valorização docente. Com

assim? Sem a lógica proprietária de acumulação, o docente deixa de ser um mero consumdor e torna-se um co-autor, visto que participde uma rede colaborativa, podendo apropriar-sdo processo criativo, sugerir alterações, e em aguns casos até mesmo contribuir na documentação (construindo planos de aula, manuais etc) com algum esforço, também na manutenção dsoftware.

Numa perspectiva dialética, professor e de

senvolvedor estão em posição de igualdade, ambos possuem conhecimentos específicosrelevantes e diferenciados, e que em igual medda, têm acesso a novas e heterogêneas informações.

Figura 1: Tela do Kauzium

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Desta forma, neste artigo apresentarei al-

guns destes softwares livres que podem ser utili-zados no ensino de química.

O primeiro deles, é o Kalsium, um software

livre que faz parte do pacote KDE-EDU e se pro-põe a ser uma tabela periódica completa. Funcio-na como um banco de dados. Neste software épossível consultar a estrutura atômica, proprieda-des, modelo atômico, características, história, cal-cular a massa molecular, e em alguns casos atévisualizar o elemento. Na opção linha do tempo,é possível descobrir quando este um determina-do elemento foi descoberto, o estado físico damatéria, ou seja, é possível conhecer se determi-

nados elementos, em seu formato natural, sãogasosos, líquidos ou sólidos. Ainda é possível cri-ar gráficos que indicam diversas propriedadesdos elementos, realizando a comparação entre eles. Muito interessante!

Outro programa bastante útil é o Chemto-ol, um software livre de desenho de estruturasquímicas, desenvolvida em linguagem C, usan-do a biblioteca GTX para Unix. Assim fica bemmais fácil e prático desenhar aquelas fórmulas

químicas, tão necessárias para apostilas, TDs,aulas, slides, dentre outras aplicações didáticas.Eu particularmente, sempre gostei de criar meupróprio material didático sendo que o livro didáti-co, deve ser apenas mais um suporte ao profes-sor, não o único. Este software não foi

traduzido ainda para português (BR), todavisua interface simples não impede sua utilizaçãoApresenta apenas versão para Linux, sendo qua ultima (1.6.12), foi disponibilizado em  junho d

2009. O download pode ser feito diretamente npagina oficial: http://ruby.chemie.uni-freburg.de/~martin/chemtool/, no formato tar.gz RPM.

Outro software livre, na mesma linha de raciocínio é Bkchem (versão 0.12.6), ideal par

construir fórmulas químicas no computador. Escrito em Python, sua licença é GPL, possuindversão para Linux, Mac e Windows. Apesar dnão estar traduzido para o português (BR), ape

nas em inglês, sua interface simples não é limtante. Um de seus atrativos é a possibilidade dexportação no formato PDF. Na página oficiado software é possível fazer o downloadhttp://bkchem.zirael.org/download_en.html.

Um software bastante interessante qutambém trabalha o lúdico permitindo que o aluno teste seus conhecimentos em Química, funconando como jogo educacional é o KatomicEste software livre, pode ser baixado facilmentvia apt-get ou synaptic. Outra vantagem é que jfoi traduzido para português “brasileiro”. É umFigura 2: Tela do Cheemtool

Figura 3: Tela do Bkchem

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espécie de labirinto, no qual o educando vai for-mando a molécula no menor número possívelde movimentos. Possui 82 níveis. Quem conse-guir chegar até o final? Um manual em portu-guês é encontrado emhttp://docs.kde.org/stable/pt/kdegames/katomic/index.html.

Uma de minhas recentes descobertas foi oludo químico, um software livre criado por um jo-

vem pesquisador brasileiro, o prof. Manoel Guer-reiro, que se propõe a contribuir com o ensinode química inorgânica. O game, ou melhor osoftware educativo, se baseia em um jogo india-no milenar de tabuleiro, no qual o aluno vai res-

pondendo os questionamentos e avançando oretrocendo no tabuleiro. Meus conhecimentona área de química, se limitam ao 9º ano (antga 8ª série), por isso não pude sair da tela 1

Agora, o mais legal de tudo isso que é softwarlivre, ou seja, a licença é GPL . Tem versão para linux (em deb) e para Windows (exe), que pode ser baixado no site oficiahttp://www.ludoquimico.com.br/index.html.

O autor está aberto a críticas e sugestõea melhoria do projeto.

Temos ainda o Ghemical, é um softwarlivre desenvolvido em linguagem C++, comlicença GPL, no qual é possível, constru

moléculas em 3D. Na pagina oficiahttp://www.uku.fi/~thassine/projects/downloadpossivel fazer o download. Os softwares dsimulação tem surgido como opção, visandsubstituir as representações pictográficas e omodelos estáticos de ensino.

Por fim, gostaria de comentar sobre Genchemlab, um software livre baseado emopen GL, que simula alguns exercícios emquímica, como calorimetria, ponto dcongelamento, dentre outros e que está paraddesde 2004. (http://genchemlab.sourceforgenet/.) É uma pena, pois a motivação ddesenvolvedor é a certeza de que seu trabalh

não é em vão, que poderá contribuir par

Figura 4: Tela do Katomic

Figura 5: Tela do Ludo Químico

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Figura 6: Tela do Ghemical

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melhorar os já sofríveis índices de inclusãosócio-digital, mais principalmente melhorar aqualidade da educação brasileira. Alguém se

habilita a dar continuidade?Enfim, existem muitos outros softwares

“órfãos”, necessitando de desenvolvedores paramelhorá-los, de tradutores para populariza-los,de professores para aplicá-los em sala de aula erevolucionar a educação, de pessoas comovocê, caro leitor da Espírito Livre, que acreditamque podem melhorar o mundo fazendo a suaparte!

Finalizo, defendendo que a opção pelosoftware livre é muito mais do que uma escolhatécnica, mas sobretudo uma forma de incentivara solidariedade, a cooperação e principalmentea inteligência coletiva.

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SINARA DUARTE é professora da redemunicipal de Fortaleza, pedagoga,especialista em Informática Educativa eMídias em Educação, com ênfase noSoftware livre. Colaboradora do Pro jetoSoftware Livre Educacional emantenedora do Blog Software Livre naEducação.

Site Kalzium

http://edu.kde.org/kalzium/

Site Chemtoolhttp://ruby.chemie.uni-freiburg.de/~martin/chemtool/

Site Bkchem

http://bkchem.zirael.org/download_en.html

Site Katomic

http://docs.kde.org/stable/pt/kdegames/katomic

Site Ludo Químico

http://www.ludoquimico.com.br

Site Ghemical

http://www.uku.fi/~thassine/projects/download

Site Genchemla b

http://genchemlab.sourceforge.net/

Site Oficial Software Livre Educacional:

http://sleducacional.org

Maiores informações:

Figura 7: Tela do Genchemlab

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EVENTO · 8ª OFICINA PARA INCLUSÃO DIGITAL

Por Wanny Figueiredo, Thiego Carlos e Ana Carina G. de Andrade

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Desde 2003, o Comitê Técnico de Inclu-são Digital do Governo Federal, como parte de

suas ações de coordenação e fomento às ativida-des nesta temática, promove a Oficina para Inclu-são Digital. O evento é gratuito e privilegia a

participação, em seus debates e atividades, deagentes locais de inclusão digital, como monito-ras e monitores de telecentros, e também de pes-soas que atuam na coordenação de iniciativas,na gestão de programas públicos, em proces-sos de formação de agentes, em estudos sobreo tema e em conselhos gestores.

Após contemplar todas as regiões do país,a Oficina retorna ao Sudeste e realiza-se pela pri-meira vez em Belo Horizonte. As edições anterio-

res passaram por Brasília, Porto Alegre, SãoPaulo, Rio de Janeiro, Salvador e Belém.

A 8ª Oficina para Inclusão Digital acontece-rá entre os dias 24 e 27 de novembro de 2009,na capital mineira. O local será o SESC VendaNova, situado na Rua Maria Borboleta, s/nº, Bair-ro Letícia.

O evento é organizado anualmente pela Se-cretaria de Logística e Tecnologia da Informa-

ção do Ministério do Planejamento, Orçamentoe Gestão - SLTI/MP em conjunto com o ComitêTécnico de Inclusão Digital do Governo Federaatualmente coordenado pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social - Da

taprev, e as instituições Sampa.org, Rede deInformações para o Terceiro Setor - RITS, Cidadania Digital, Coletivo Digital, Projeto Saúde &Alegria e Instituto de Pesquisas e Projetos Socais e Tecnológicos - IPSO. Nesta edição, também fazem parte da organização o governomunicipal, por meio da Empresa de Informáticae Informação do Município de Belo Horizonte Prodabel, o governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e En

sino Superior - Sectes e um conjunto deparceiros de atuação regional, que constituem ocomitê organizador local do evento.

A 8ª Oficina é um espaço de discussão eproposição de estratégias, políticas públicas ediretrizes de acesso e uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs). Tem como eixo fundamental a promoção de ações concretapara a inclusão digital, com o objetivo de avaliae mapear mecanismos voltados ao desenvolvi

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Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

mento do país. Visa aproximar pessoas que tra-balham diretamente na implementação, em ativi-dades de formação e nas áreas técnicas dosgrandes temas da atualidade em torno da inclu-

são digital.Para tanto, o evento contará com plenári-

as, apresentação de casos de sucesso, oficinaspráticas, laboratórios, debates e, ainda, consoli-dará um documento produzido pela sociedade ci-vil com propostas para a política pública deinclusão digital. Também serão realizados encon-tros paralelos, entre equipes dos programas eprojetos de inclusão digital presentes. Pautará,entre outros temas, conexão banda larga pela re-

de elétrica, o papel das lanhouses e dos telecen-tros e o uso das TICs no ensino formal. Odestaque será o Programa Nacional de Apoio àInclusão Digital nas Comunidades – Telecen-tros.BR instituído pelo decreto N° 6.991, de 27de outubro de 2009.

A programação completa pode ser consulta-da no site oficial da Oficina - http://oficina.inclu-saodigital.gov.br/ - assim como informaçõessobre o evento, tais como o histórico das edi-

ções anteriores, localização e dicas importantesno que diz respeito à hospedagem, alimentação,transporte, turismo e saúde na cidade de BeloHorizonte (MG). No site também estão disponí-veis as inscrições dos participantes, casos de su-cesso e imprensa, por meio do menuInscreva-se no evento. O comprovante da inscri-ção dará acesso ao material do evento no local -o SESC Venda Nova - e facilitará o registro dosparticipantes para entrega dos certificados.

Os casos de sucesso de iniciativas para in-clusão digital podem ser inscritos em uma dasseis categorias:

- Conectividade.- Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades.- Lanhouses e Telecentros: Concorrentes ou Alia-dos?- E-Lixo / Recondicionamento de Computadores.- O Uso das Tecnologias da Informação e Comu-nicação no Ensino Formal.

- Políticas Públicas de Inclusão Digital.

Será selecionado um caso de sucesso pocategoria, que terá, cada um, 15 minutos para

exibição antes das plenárias que ocuparão asmanhãs da Oficina. Os representantes das iniciativas para inclusão digital selecionadas terão aviagem com transporte, hospedagem e alimentação custeados pelo evento. O resultado será divulgado no dia 13/11.

Este ano informações sobre os preparativos da Oficina e últimas notícias sobre o eventopodem ser obtidas no Twitter seguindo o perfhttp://twitter.com/OficinaID.

Site oficial da Oficina 

http://oficina.inclusaodigital.gov.br/

Perfil do evento no Twitter

http://twitter.com/OficinaID

THIEGO CARLOS é graduando em Pedagogia pelaUniversidade de Brasília e assistente de inclusão digital.WANNY FIGUEIREDO é Antropóloga e Editora Web.ANA CARINA GOMES DE ANDRADE é analista de sistemas eassessora de inclusão digital.Todos atuam na Assessoria de Inclusão Digital da Secretariade Logística e Tecnologia da Informação do Ministério doPlanejamento, Orçamento e Gestão e são usuários Linux.

Para mais informações:

EVENTO · 8ª OFICINA PARA INCLUSÃO DIGITAL

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EVENTO · RELATO: EKAATY NA FEIRA DOS FORMANDOS 2009

Por Wanny Figueiredo

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

A Feira de Formandos é um evento inovador que reúne, em um só local, tudo que um estudante precisa para celebrar sua formaturaaperfeiçoar-se profissionalmente ou começacom o pé direito a sua carreira. No evento desteano, que aconteceu nos dias 2, 3 e 4 de outubrono Centro de Convenções da Bahia (Salvador Bahia), foram registrados cerca de 7000 alunosque compareceram ao Centro para prestigiar eaproveitar tudo o que o evento poderia oferecerLá estiveram reunidas empresas de organização de formatura, prestadores de serviços nosegmento de eventos, empresas de recursos humanos e colocação profissional, cursos de pósgraduação, cursos de idiomas, dentre outras.

Dentre os stands de apresentação mais visitados na Feira, podemos destacar a equipe do

projeto Ekaaty que desenvolve e mantém a distribuição "Ekaaty Linux" - um sistema operacional livre, robusto, seguro e amigável, baseadono GNU/Linux. Desenvolvida por membros espalhados por todo Brasil, inclusive na célula deSoftware Livre da Faculdade ÁREA1 (Salvador Bahia), a distribuição marcou presença e fez bonito na edição 2009 como base tecnológica doevento, o que significa que todos os computadores utilizados para auxiliar na feira funcionaramcom a distro Ekaaty Linux.

Ekaaty na Feira dosFormandos 2009

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Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

A Feira de Formandos deste ano trouxe co-mo novidade premiação aos participantes quemais indicaram o evento a amigos. O primeiro co-locado ganhou um notebook funcionando com adistribuição Ekaaty Linux. O segundo e terceirocolocados receberam, respectivamente, uma bol-sa de estudos para concursos públicos e umabolsa de estudo da língua inglesa.

Para o próximo ano, já ficou acordada a par-

ceira entre o evento e o projeto Ekaaty.

Novas parcerias

A Feira dos Formandos deste ano culmi-nou também como uma grande oportunidade pa-ra divulgação do projeto Ekaaty Linux e para oestabelecimento de novas e importantes parceri-

as: dentre os novos acordos firmados podemoscitar o estabelecido com a Sivoplê - Assessoriade eventos, que agora apoia o Ekaaty na suaempresa, e outro com a Revista do Universitá

rio. Além destes, a rede Educa se mostrou muito interessada no projeto com a proposta de umprograma aberto para toda a rede nacional "Provavelmente estaremos lá para realizar umprograma sobre “ferramentas de educação livrecom o Ekaaty Linux”, confirmou um dos membros da equipe do Ekaaty presentes na FeiraMas os interessados não pararam por aí, o quecomprova ainda mais a potencialidade e a competência da distribuição: a Lego Produções também manifestou desejo de começar a utiliza

soluções open source na sua empresa para atividades de edição de vídeos. Certamente o Ekaaty Linux tem programas para suprir asdemandas da empresa, além de suporte e o desenvolvimento do seu site.

Na mídia 

Não foram somente os grupos empresariais e educacionais que voltaram sua atenção pa

ra o projeto Ekaaty. Durante o evento, osmembros do projeto deram várias entrevistas uma delas para um veículo impresso e outra para o site plugados.com. Fiquem ligados.

Site oficial do Ekaaty

http://www.ekaaty.org

OTÁVIO GONÇALVES DE SANTANA éGraduando em Engenharia de Computaçãoe Líder da célula de Desenvolvimento daFaculdade Area1, Desenvolvedor emsolução Open Source, membro da equipeEkaaty Linux.

Para mais informações:

EVENTO · RELATO: EKAATY NA FEIRA DOS FORMANDOS 2009

Figura 1: Cristiano Furtado em palestra durante o evento

Figura 2: Cerca de 7000 alunos passaram pela Feira de Formandos 2009

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No final de outubro, Brasília hospedou omaior evento de tecnologia da informação já reali-zado para os municípios brasileiros, tendo comobase software livre. O Encontro de Tecnologia da Informação para os Municípios Brasilei-ros foi realizado de forma conjunta e complemen-tar ao Encontro Nacional do SoftwarePúblico, no Centro de Convenções Brasil 21. Fo-

ram cerca de 100 atividades distribuídas em qua-tro dias, incluindo palestras, oficinas práticas eencontros de comunidade.

Encontro de Tecnologia da Informação para os Municípios

BrasileirosO encontro dedicado a gestão de prefeitu-

ras ocorreu nos dias 27 e 28 de outubro e teve

como destaque o lançamento do software públi-co de gestão municipal e-Cidade. Para RogérioSantanna, Secretário de Logística a Tecnologiada Informação, do Ministério do Planejamento,"a solução de gestão municipal disponibilizadapara as prefeituras vai gerar um conjunto deoportunidades para o mercado de tecnologia dainformação no país".

O e-Cidade já é utilizado na cidade de Ara-piraca, em Alagoas, e em mais de 10 cidades

no estado do Rio Grande do Sul. "Atualmentaproximadamente 73% dos 5.400 municípios dpaís tem estrutura de TI precária." descreveSérgio Rosa, Diretor da Cobra Tecnologia, durante a abertura do evento. "Hoje é um marco: e-Cidade proporciona liberdade aos municípiobrasileiros. A gestão pública de municípios slembrará deste dia".

Na abertura também foram lançados osoftwares: PW3270, pelo Banco do Brasil, e MDArte, pela Marinha. Na mesa de abertura foanunciado o lançamento de outras soluções, como o caso do sistema João-de-Barro, que ser

EVENTO: EVENTOS SOBRE SOFTWARE PÚBLICO - BRASÍLIA/DF

Por Tatiana Al-Chueyr

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

Figura 1: Parte da Mesa de Abertura dos Eventos

Eventos sobreSoftware Públicoem Brasília 

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disponibilizado em breve pelo ITI. "Não vai sernenhum cacique, pajé... Mas quem sabe um indi-ozinho", descreveu Renato Martini, diretor do Ins-tituto Nacional de Tecnologia da Informação

Renato Martins (ITI), comparando o lançamentodo João-de-Barro ao sucesso do sistema de in-ventário CACIC, primeiro software público brasi-leiro.

Já para Olavo Noleto, da Presidência daRepública, o evento para municípios foi históri-co. "Temos uma agenda positiva aqui neste en-contro. Estamos trazendo os municípios paraBrasília na intenção de apresentar um conjuntode soluções livres que poderão ser utilizadas de

imediato pelas prefeituras brasileiras”, reforçouOlavo.

Em debate sobre o e-Cidade estavam pre-sentes mais de 500 pessoas, que discutiramnão apenas sobre a solução, mas também so-bre a política de implantação do sistema em pre-feituras municipais. Alguns representantes deprefeituras defenderam a necessidade do gover-no federal implantar e dar suporte, enquanto ou-tros consideraram que o mercado privado

deveria prestar serviços na área. Corinto Meffe,coordenador do Portal do Software Público [1],reforçou que a oferta do e-Cidade se configuracomo mais uma alternativa de uso para os muni-cípios. Uma alternativa que atende tanto a lide-rança do setor público como também a serviços

prestados pelo mercado privado.

Na área de saúde, foi apresentada a solução InVesalius [2] que está sendo extendida para atender de melhor forma hospitais públicos

Dentre as discussões sobre o tema de softwarelivre para saúde também foram mencionadas assoluções Hospub e HospLivre.

Durante o encontro dos municípios também foram apresentados temas como financiamento público para iniciativas de tecnologia dainformação pelo BNDES, FINEP e PNAFM, etambém os casos de sucesso de cidades deDourados, Arapiraca, São Gonçalo e Piraí.

O site 4CMBr [3] permitiu avaliar a demanda de prefeituras em TI e estimulou a organização do evento. Segundo Paulo Coelhopresidente da PRODERJ e Conselheiro daABEP, este portal pioneiro "permite acesso às cidades mais distantes, sendo uma forma eficazde comunicação em rede para o setor público"Mais informações sobre as iniciativas de software livre voltadas a municípios podem ser lidas ediscutidas pelo site.

Encontro Nacional do SoftwarePúblico

Durante o evento geral sobre software público, realizado entre os dias 29 e 30 de outubro, foram reconhecidos esforços decolaboradores que se destacaram no desenvolvimento dos softwares livres disponíveis no Portado Software Público. Adriano Vieira (CACIC)Eriksen Costa (i-Educar), Paulo Francisco

Slomp (Pandorga), Ana Nunes (I3GEO) e Sérgio Graças (Linux Educacional) foram premiados durante a abertura, com notebooks etelevisões LCD por meio do III Prêmio Ação Coletiva, organizado pela ONG ATA e patrocinadopela Intel.

Juntamente, foram realizadas quatro conferências: CACIC, KyaPanel, OpenACS e BrOffice. A conferência do OpenACS reuniu nãoapenas desenvolvedores brasileiros, mas tam

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

Figura 2: Adultos brincam com Pandorga, distribuição GNULinux para educação

EVENTO: EVENTOS SOBRE SOFTWARE PÚBLICO - BRASÍLIA/DF

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bém dois convidados internacionais. Já a Confe-rência do CACIC contou com a presença de

mais de 100 pessoas. Segundo Marcio Sena, daDataprev, foi uma das maiores conferências já re-alizadas de um software livre nacional.

Dentre as oficinas, rodadas de compartilha-mento, palestras e encontros relacionados aosmais de 30 softwares disponíveis no Portal doSoftware Público, as soluções da área educacio-nal atraíram atenção especial do público: i-Edu-car [4], Pandorga [4], Amadeus (descrito nestaedição), e-Proinfo e Linux Educacional [5].

A palestra relacionada ao Ginga [6], mid-dleware para criação de aplicativos de TV Digi-tal, manifestou a curiosidade entre participantesdas cidades mais remotas que somente "ouvi-ram falar" da TV Digital.

Uma importante conquista durante o encon-tro foi o lançamento do Grupo de Interesse

5CQualiBr [7], para a discussão de metodologi-as para melhorar a qualidade não apenas dospróprios softwares públicos, mas também do pro-cesso de desenvolvimento de software livre emgeral. O projeto foi financiado pela FINEP/MCTe é executado pelo Centro de Tecnologia da In-formação Renato Archer (CTI).

Segundo Jarbas Cardoso, coordenador doprojeto, o lançamento do Grupo de Interesse rela-cionado a qualidade vai possibilitar que o conhe-

cimento acumulado na academia e dosespecialistas da área estejam acessíveis a qualquer cidadão e organização, agregando experiências práticas de metodologias já aplicadas no

desenvolvimento dos softwares disponíveis noPortal do Software Público. “A intenção é criauma grande comunidade para debater o temade qualidade de software no Brasil”, complementou Jarbas.

O evento consolidou o segundo ano doPortal do Software Público, que hoje reúne 34soluções, 56.000 pessoas, mais de 30 instituições parceiras e busca auxiliar na estruturaçãoeconômica, social e política do software livre no

Brasil.

TATIANA AL-CHUEYR é engenheira decomputação pela UNICAMP e membro daAssociação Python Brasil. Usuária desoftware livre desde 2002, é programadora ecoordenadora da Comunidade InVesalius,trabalhando desde 2004 no Centro deTecnologia da Informação Renato Archer(CTI), unidade de pesquisas do Ministério daCiência e Tecnologia em Campinas.

Para mais informações:[1] Portal do Software Público

http://www.softwarepublico.gov.br/

[2] Revista Espírito Livre # 03 (Junho de 2009)

http://ur1.ca/fom9

[3] Portal 4CMBr

http://www.softwarepublico.gov.br/4cmbr

[4] Revista Espírito Livre # 06 (Setembro de 2009)

http://ur1.ca/blwc

[5] Revista Espírito Livre # 05 (Agosto de 2009)

http://ur1.ca/fomg

[6] Revista Espírito Livre # 04 (Julho de 2009)

http://ur1.ca/fomh

[7] Portal 5CQualiBr

http://www.softwarepublico.gov.br/5cqualibr

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

Figura 3: Participantes da Conferência CACIC

EVENTO: EVENTOS SOBRE SOFTWARE PÚBLICO - BRASÍLIA/DF

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QUADRINHOSPor Wesley Samp, Wallisson Narciso e José James Figueira Teixeira 

OS LEVADOS DA BRECA

NANQUIM2

http://www.OSLEVADOSDABRECA.co

QUADRINHOS

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

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QUADRINHOS

AGENDA LOTADA

Revista Espírito Livre | Novembro 2009 | http://revista.espiritolivre.org

http:// josejamesteixeira.blogspot.co

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NOVEMBRO

Evento: CESoL-CEData: 10 a 13/11/2009Local: Fortaleza/CE

Evento: LinguÁgil – MisturandoLinguagens e AgilidadeData: 12 a 14/11/2009Local: Lauro de Freitas/BA

Evento: Seminário de C e C++para Sistemas EmbarcadosData: 14/11/2009Local: São Paulo/SP

Evento: Javaneiros 2009Data: 14/11/2009Local: Campo Grande/MS

Evento: GeoLivre Conference2009Data: 17 a 20/11/2009Local: Brasília/DF

Evento: Show Day – Comprome-

timento: como lidar com mudan-ças e avanços em TIData: 17/11/2009Local: São Paulo/SP

Evento: Palestra - Rodando pro-gramas Windows... Sem Win-dowsData: 19/11/2009Local: Rio de Janeiro/RJ

Evento: Game DevelopmentSchool 2009Data: 20/11/2009Local: São Leopoldo/RS

Evento: JBOSS: Conceitos, De-safios e SoluçõesData: 21/11/2009Local: São Paulo/SP

Evento: 1ª Conferência WebW3C BrasilData: 23 e 24/11/2009Local: São Paulo/SP

Evento: Palestra - Virtualização

em Sistemas ComputacionaisData: 24/11/2009Local: Rio de Janeiro/RJ

Evento: 1ª Plone SymposiumSouth America Data: 24 e 25/11/2009Local: São Paulo/SP

Evento: PHP Conference Brasil

Data: 26 a 29/11/2009Local: Osasco/SP

Evento: Dev In Sampa 2009Data: 28/11/2009Local: São Paulo/SP

Evento: H2HC 6th - Hackers ToHackers ConferenceData: 28 e 29/11/2009

Local: São Paulo/SP

DEZEMBRO

Evento: DISI 2009 – Dia Internacional de Segurança em Infor

mática Data: 02/12/2009Local: Salvador/BA

Evento: Palestra - Atualidadee tendências em estratégiacorporativas no meio digitalData: 03/12/2009Local: São Paulo/SP

Evento: Java Enterprise DayData: 05/12/2009Local: Goiânia/GO

Evento: ENESI – Encontro Naconal das Empresas de Software Serviços de Informática Data: 08/12/2009Local: Brasília/DF

Evento: Sun Tech Days

Data: 08 e 09/12/2009Local: São Paulo/SP

Evento: GOPHP Conferenc2009Data: 12/12/2009Local: Goiânia/GO

AGENDA · O QUE TÁ ROLANDO NO MUNDO DE TI

AGENDA

Divulgação de eventos:[email protected]