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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE ARTES CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA HISTÓRIA E APRECIAÇÃO DA MÚSICA: IDADE MÉDIA, RENASCIMENTO E BARROCO RESENHA “UMA BREVE HISTÓRIA DA MÚSICA”- MÚSICA MEDIEVAL, RENASCENTISTA E BARROCA ANA CLARA SOUTO GUERRA

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Page 1: TrabalhoHistoriaMusica1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIAINSTITUTO DE ARTES

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA

HISTÓRIA E APRECIAÇÃO DA MÚSICA:IDADE MÉDIA, RENASCIMENTO E BARROCO

RESENHA “UMA BREVE HISTÓRIA DA MÚSICA”- MÚSICA MEDIEVAL, RENASCENTISTA E BARROCA

ANA CLARA SOUTO GUERRA

Uberlândia, novembro de 2015.

Page 2: TrabalhoHistoriaMusica1

Ana Clara Souto Guerra

RESENHA “UMA BREVE HISTÓRIA DA MÚSICA”- MÚSICA MEDIEVAL, RENASCENTISTA E BARROCA

Trabalho de pesquisa apresentado em cumprimento à avaliação parcial da disciplina História e Apreciação da Música – Idade Média, Renascimento e Barroco do Curso de Graduação em Música – Licenciatura da Universidade Federal de Uberlândia, sob orientação do professor Dr. Silvano Baia.

Uberlândia, novembro de 2015.

Page 3: TrabalhoHistoriaMusica1

Sumário

Sobre o livro......................................................................................................................4Música Medieval...............................................................................................................4Música Renascentista........................................................................................................5Música Barroca..................................................................................................................6Referências........................................................................................................................8

Page 4: TrabalhoHistoriaMusica1

Sobre o livro

No livro “Uma breve história da música”, de Roy Bennet, o autor apresenta um

resumo em linhas gerais da história da música ocidental. A meu ver, é um bom livro

para um iniciante no assunto que deseja ter uma visão geral sobre os acontecimentos e

desenvolvimentos da música. Contudo acredito que a abordagem dos assuntos muitas

vezes se fez de maneira muito superficial onde poderia ter se aprofundado um pouco

mais, além de pouco ter falado sobre alguns compositores de extrema relevância. Penso

também que o autor poderia ter procurado inteirar mais efetivamente o leitor sobre o

contexto histórico e social de cada momento estudado, pois a música não se

desenvolveu a parte do desenvolvimento da sociedade, pelo contrário, esteve

estreitamente ligada a este. Além do mais, acredito que o autor poderia ter abordado

mais alguns aspectos musicais específicos de cada período, assim como fez ao abordar a

forma. No mais, é uma leitura leve e acredito que atinge seu objetivo.

Música Medieval

Apesar de haverem indícios e escritos de que a música sempre foi feita e

praticada, nós não temos documentos que possibilitem que decifremos exatamente

como essa música era feita e pensada antes da Idade Média. A música mais antiga de

que temos notações que podem ser decifradas é o Cantochão, que é composta de uma

única melodia, de textura monofônica, inicialmente sem acompanhamento. A melodia

se desenvolvia geralmente por graus conjuntos e tinha uma tecitura pequena, e os ritmos

eram concebidos livremente, de maneira irregular, de acordo com a acentuação das

palavras. O cantochão, assim como toda a música antiga, usava o sistema modal, sendo

que cada modo apresentava duas formas: a autêntica e a plagal.

Já na segunda metade do século IX, começaram a ser compostas as primeiras

músicas polifônicas, a princípio conhecidas como organum, cuja forma mais antiga é o

organum paralelo, onde havia a vox principalis, que conservava o cantochão original e a

vox organalis, que duplicava a voz principal em um intervalo inferior de 4ª ou 5ª. Nos

séculos seguintes, a vox organalis passou a ir além de simplesmente imitar a vox

principalis, utilizando-se de outros movimentos além do paralelo, como o contrário e o

oblíquo e o direto. No Organum livre, a vox organalis já passa a ser escrita acima da vox

principalis, ainda no estilo nota contra nota. Mas no século XII, o estilo nota contra nota

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foi abandonado, substituído pelo Organum melismático, onde a voz principal passou a

ser chamada de tenor, mantendo notas com longos valores, e acima do tenor

desenvolvia-se uma voz com notas de menor valor que se moviam livremente,

utilizando-se de melismas.

Ainda no século XII, Paris passou a ser um importante centro musical, e neste

momento estava sendo construída a catedral de Notre-Dame. Um grupo de compositores

da conhecida “Escola de Notre-Dame” atingiram um grande nível de elaboração na

composição de organa. Os principais nomes desta escola foram Léonin, que foi o

primeiro mestre de coro da catedral e compôs muitos organa, criando um estilo de

composição conhecido como descante, que ocorria numa parte específica do organum,

conhecida como clausula; e Pérotin, que sucedeu Léonin, e reveu várias organa

anteriores fazendo algumas modificações, em algumas acrescentando uma terceira ou

até quarta voz.

No século XIII, originou-se um tipo de música chamado Moteto, onde muitas

das composições desse tipo eram compostas para serem cantadas fora da igreja,

passando a ser usadas palavras seculares. Sobre uma Clausula, era acrescentada uma

terceira voz com notas mais rápidas e palavras independentes, as vezes até em outra

língua. Outro tipo de música que fez sucesso entre os compositores de Notre-Dame foi o

Conductos, onde o compositor ao invés de usar um cantochão já existente, compunha o

seu próprio tenor.

No início do século XIX, a música que era produzida passou a ser chamada de

Ars Nova, sendo este mais refinado e expressivo. O maior músico da Ars Nova foi o

francês Guillaume de Machaut, que compôs a Messe de Notre-Dame.

Música Renascentista

A música renascentista voltou um interesse maior para a música profana,

inclusive compondo peças para instrumentos, pensando neles não apenas como

acompanhamento. Mas o mais significativo deste período foi composto para a Igreja, no

estilo conhecido como “polifonia coral”, extremamente contrapontística e

essencialmente coral, sem acompanhamento de instrumentos. As formas mais usadas

eram o moteto e as missas, escritas geralmente a quatro vozes. A música ainda era

baseada nos modos, mas aos poucos eles passaram a ser usados com maior liberdade,

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com o surgimento da música ficta. A textura renascentista era como uma malha

polifônica, onde a construção das vozes se dava de maneira gradativa. Um elemento

típico da textura renascentista era a imitação. Houve uma maior preocupação com o

fluxo e a progressão dos acordes, com as dissonâncias sendo tratadas de forma menos

rígida. A harmonia começou a ganhar corpo. Além da música sacra, a música vocal

profana desenvolveu-se ricamente, com o desenvolvimento das canções populares,

como as frótolas, os madrigais, o Lied, o villancico e a canção francesa.

Música Barroca

O período Barroco em música vai desde o surgimento da ópera e oratório até a

morte de J. S. Bach. Neste período, o sistema tonal em que se baseou a música dos dois

séculos seguintes começou a se definir. Além disso, surgiram novas formas e

configurações, tal qual a ópera, o oratório, a fuga, a suíte, a sonata e o concerto, e a

orquestra começou a se formar.

Os compositores passaram a compor com um estilo mais simples, chamado de

monodia, que consiste em uma única linha vocal acompanhada por uma linha de baixo

instrumental, também conhecido como baixo contínuo. Para preencher a harmonia, o

compositor geralmente indicava através de determinados números os acordes que tinha

em mente, de modo que essa linha do baixo também é conhecida como baixo cifrado,

mas a maneira como esses acordes seriam executados ficava a critério dos intérpretes.

As primeiras óperas foram compostas nesse período. A primeira ópera que

temos registro integral é Euridice, de Peri e Caccini composta em 1600, contudo, a

primeira grande ópera foi o Orfeu de Monteverdi, de 1607, com uma orquestração bem

trabalhada e a música acentuando a dramaticidade da história. Nas óperas haviam o

recitativo, que podia ser secco, acompanhado apenas pelo baixo contínuo, ou o

stromentato ou accompagnato, com um acompanhamento orquestral simples, e as árias

(canções). Alessandro Scarlatti foi o mais popular compositor italiano de óperas no

século XVII. Em suas óperas, geralmente começava com uma abertura dividida em três

partes: rápida-lenta-rápida, que mais tarde deu origem à sinfonia clássica. Além disso,

suas árias eram feitas numa forma chamada de ária da capo, uma forma ternária onde

ele só escrevia as duas primeiras seções, sendo que após a seção B, o intérprete voltava

ao A, contudo ornamentando.

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O oratório surgiu na mesma época que as óperas e tinha uma estrutura

parecida, contudo os temas se baseavam em histórias sacras. Com o tempo os oratórios

pararam de ser representados, passando a ser apenas apresentações musicais.

No período Barroco, a música instrumental passou a ter tanta importância

quanto a vocal. Surgiram várias formas e concepções novas, como a fuga, que é uma

peça contrapontística que baseia-se na técnica da imitação de um tema principal,

geralmente escrita para três ou quatro vozes. Além da fuga, também houve a definição

da forma suíte, um conjunto de peças para um ou dois instrumentos, que era uma

sequencia de danças. A sonata também surgiu neste período, sendo que geralmente tinha

4 movimentos, com andamentos contrastantes. Também nessa época surgiu o concerto

grosso, que tinha a ideia de uma disputa entre um pequeno grupo de instrumentistas

solistas contra uma orquestra de cordas, geralmente acompanhada de um cravo. Do

concerto grosso surgiram os concertos solos, onde apenas um instrumento é o solista.

No período Barroco, a orquestra começou a tomar forma, sendo que a família

dos violinos passou a substituir a família das violas e as cordas se tornaram o núcleo da

orquestra, contudo conservando um teclado contínuo.

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Referências

BENNETT, Roy. Uma breve história da música. Trad. Maria Teresa Resende Costa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.