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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
KAROLINE MUNARINI
HÁBITOS AUDITIVOS E CONHECIMENTOS DE ESTUDANTES
RELACIONADOS AOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA:
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A CAPITAL E UMA CIDADE
NO INTERIOR DO PARANÁ
CURITIBA
2015
KAROLINE MUNARINI
HÁBITOS AUDITIVOS E CONHECIMENTOS DE ESTUDANTES
RELACIONADOS AOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA:
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A CAPITAL E UMA CIDADE
NO INTERIOR DO PARANÁ
Artigo apresentado no Curso de
ESPECIALIZAÇÃO em Audiologia Clínica, na
Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), como
requisito para o título de Especialista em
Audiologia.
Orientadora: Profa. Dra. Adriana Lacerda
CURITIBA
2015
RESUMO
OBJETIVO: Comparar hábitos auditivos e o conhecimento relacionados ao ruído, de estudantes de escolas públicas, no interior e na capital do Paraná. MÉTODO: Esse estudo é do tipo transversal, quantitativo, foi realizado em escolas públicas, sendo duas em uma cidade do interior do Paraná e uma da capital do Paraná. No interior a coleta de dados foi realizada em junho de 2014, na capital em setembro de 2013. Fizeram parte da amostra 227 escolares de duas escolas públicas do interior e 269 escolares de uma escola pública da capital. Ambos os grupos cursavam o ensino fundamental (5° ao 9° ano) e médio (1° ao 3° ano), a faixa etária variou de 11 a 18 anos, do gênero masculino e feminino. RESULTADOS: Houve diferenças significativas entre a capital e o interior.com relação aos hábitos sonoros (p<0,05). Também em relação ao conhecimento relacionado à prevenção e a proteção auditiva (p<0,05). Quanto aos sintomas auditivos, foram observados diferenças significativas na “pressão no ouvido”, (p= 0,0000), “tontura”, (p= 0,0000), “infecção no ouvido”, (p= 0,0070), dificuldade para escutar (p= 0,0001), “dor de ouvido”, (p= 0,0001). CONCLUSÃO: Houve presença de diferenças significativas nas respostas dos escolares da capital comparativamente com os do interior, demonstrando hábitos e comportamentos específicos para cada região, nesse sentido programas de promoção de saúde auditiva devem contemplar as especificidades de cada região do estado.
Palavras-chave: Adolescentes, Atividades de lazer, Ruído.
ABSTRACT
OBJECTIVE: To compare auditory habits and knowledge related to noise, public school students, inside and on the capital of Paraná. METHODS: This study is cross, quantitative, was carried out in public schools, two in a town in the interior of Paraná and the capital of Paraná. Inside the data collection was held in June 2014 in the capital in September 2013. The sample consisted of 227 students from two public schools in the interior and 269 students from a public school in the capital. Both groups were enrolled in elementary school (5th to 9th grade) and secondary (1st to 3rd year), age ranged from 11 to 18, male and female. RESULTS: There were significant differences between the capital and the interior.com relation to sound habits (p<0.05). Also in relation to knowledge related to prevention and hearing protection. (p<0.05) As for the auditory symptoms, differences were observed in significant "pressure in the ear", (p= 0.0000), "dizziness" (p= 0.0000), "ear infection" (p= 0.0070), difficulty hearing (p= 0.0001), "earache", (p= 0.0001). CONCLUSION: There was the presence of significant differences in the responses of students from comparatively capital with the interior, showing habits and behaviors specific to each region, accordingly hearing health promotion programs should address the specificities of each region of the state. Keywords: Teens, Leisure Activities, Noise.
5
INTRODUÇÃO
O ruído na atualidade constitui-se um dos agentes nocivos à saúde, nos
ambientes de trabalho e lazer. Nos últimos anos, as mudanças nos modelos de
produção industrial, resultaram em diversos estudos que analisam o impacto
dessas transformações na saúde das pessoas. A sociedade sofre as
consequências dessas condições de trabalho e lazer, o que poderá
potencializar problemas de saúde já existentes ou desencadear novos
(MORATA E ZUCKI, 2005).
Nas últimas décadas, os níveis de pressão sonora elevados (NPSE)
foram considerados os mais presentes agentes nocivos à saúde nos ambientes
urbanos e sociais, sendo encontrados frequentemente em locais de atividades
de lazer, na forma de música em intensidade elevada, transformando-se num
problema ambiental crescente na atualidade (GONÇALVES; LACERDA, 2015).
As exposições a NPSE podem ser prejudiciais para a cóclea e causar
perdas auditivas permanentes, como a Perda Auditiva Induzida por Ruído
(PAIR) (LACERDA; FRANÇA, 2014).
Sabe-se que grande parte dos estudos está voltada para PAIR nos
adultos, principalmente os expostos à NPSE elevados oriundos das atividades
de trabalho. Já as atividades recreacionais, incluindo os dispositivos de uso
pessoal, como MP3 e Ipods, os brinquedos, as comemorações populares, entre
outras merecem mais atenção. Estas exposições podem ultrapassar os limites
de segurança e causar danos na cóclea resultando a PAIR em idades precoces
(MORATA, 2007; LACERDA, 2011).
A exposição contínua à música alta é considerada o fator mais
importante para o aumento da prevalência de perda auditiva em jovens
(WEICHBOLD E ZOROWKA, 2007). Uma pesquisa feita nos USA por Rowool,
(2008) com 238 estudantes colegiais revelou um numero significativo (44%) de
jovens que usam frequentemente equipamentos de som e estes, em sua
maioria, relataram não acreditar que poderiam desenvolver uma perda auditiva
ainda na juventude. Esses jovens desconhecem que ruídos de lazer
relacionados à música (boates, shows, som de carro, fones de ouvido) podem
acarretar prejuízos à audição.
6
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca que 1,1 bilhão
de jovens em todo o mundo correm risco de sofrer perda auditiva devido à
exposição causada pelo uso inseguro de dispositivos pessoais de áudio. Quase
metade de todos os adolescentes e os jovens adultos (12-35 anos), em países
de média e alta renda, estão expostos a níveis inseguros de som a partir do
uso de dispositivos de áudio pessoais e cerca de 40% deles estão expostos a
níveis de ruído potencialmente prejudiciais em clubes, discotecas e bares.
(OMS, 2015)
A análise dos dados do National Health and Nutrition Examination
Survey nos Estados Unidos sugere que, entre 1994 e 2006, a prevalência de
perda auditiva entre os adolescentes (12 - 19 anos de idade) passou de 3,5%
para 5,3% (SHARGORODSKY et al., 2010).
Para Gomes e Lacerda (2014), estudos demonstram que os
adolescentes apresentam atitudes positivas para o ruído, o que poderia
dificultar a conscientização sobre os seus efeitos. Por esta razão, atualmente,
destaca-se a importância de ações preventivas educativas voltadas à
promoção da saúde auditiva, baseadas no comportamento relacionado às
atitudes e aos hábitos auditivos de crianças e jovens.
Nesse sentido, a escola é vista como um espaço privilegiado para
promover a saúde e educação das crianças e adolescentes de forma integral,
pois é nesse espaço de socialização e informação que os escolares passam
maior parte do seu tempo. O perfil de saúde dos adolescentes requer atenção
quanto aos hábitos auditivos, porque estudos demonstram que os escolares
apresentam comportamentos e hábitos relacionados às atividades de lazer
ruidosas, podendo comprometer a audição. (SERRA et al., 2005; SERRA et al.,
2007; MORATA, 2007; ZOCOLI, MORATA E MARQUES, 2009; LACERDA et
al., 2010; LACERDA 2011 ; VOGEL, 2011).
Um estudo feito por Lacerda et al., (2011) com 125 adolescentes
estudantes do ensino fundamental e médio de escolas de diversos municípios
paranaenses, de ambos os gêneros, com média de idade de 16 anos, concluiu
que escutar música utilizando fone de ouvido é o hábito mais frequente
relatado pelos jovens.
7
Em outro estudo com 1.687 adolescentes holandeses entre 12 e 19
anos, foi demostrado que 90% relataram ouvir musica através de fones de
ouvido em MP3; dentre eles, 28,6% foram classificados como ouvintes em risco
para a perda auditiva devido à exposição estimada de 89 dB para 1 hora por
dia (VOGEL et al. 2011).
Nessa perspectiva, o estudo em questão, tem como objetivo analisar
hábitos auditivos e o conhecimento de estudantes de escolas públicas,
relacionados ao ruído, no interior e na capital do Paraná, visando identificar a
influência das características sóciodemográficas a fim de implementar
programas de promoção da saúde auditiva, específicos para cada região do
estado.
8
MATERIAL E MÉTODO
Esse estudo é do tipo transversal, quantitativo, foi realizado em escolas
públicas, duas no interior do Paraná, e uma escola na capital do Paraná. No
interior a coleta de dados foi realizada em junho de 2014, na capital em
setembro de 2013. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do
Hospital das Clinicas da Universidade Federal do Paraná, CAAE sob nº
0214.0.208.000-11 e registro no CEP: 2576. 183/2011-8. Todos os
participantes assinaram o termo de assentimento à pesquisa. O trabalho foi
escrito conforme as normas do livro de normas técnicas- elaboração de
trabalhos acadêmico-científicos da Universidade Tuiuti do Paraná (2012).
Foram entrevistados 227 escolares de escolas públicas, de ensino
fundamental (5° ao 9°) e médio (1° ao 3°). A faixa etária variou de 11 a 18
anos, do gênero masculino e feminino, no interior do Paraná. Na capital do
Paraná, foram entrevistados 269 escolares de uma escola pública do ensino
médio (1º ao 3º). A faixa etária variando entre 11 e 18 anos, média da idade de
16 anos.
Inicialmente a pesquisadora, fonoaudióloga, entrou em contato com as
escolas do interior do PR de da Capital, para esclarecer o projeto de pesquisa
e seus objetivos. Após a visita à escola e parecer favorável da direção, a
pesquisadora pôs em prática seu objetivo.
Foi realizada a aplicação de dois questionários, nas turmas já
selecionadas pela direção das escolas. (Apêndice 1 e 2).
O primeiro questionário é formado por 16 questões, relacionado aos
hábitos auditivos e queixas auditivas de criança e adolescentes. E foi baseado
no questionário A do programa Dangerous Decibels (Martim, 2008).
O segundo questionário é formado de 10 questões, relacionados ao
conhecimento sobre os efeitos de hábitos auditivos na saúde auditiva.
Foram entrevistados alunos matriculados nas séries do 5° ano do ensino
fundamental ao 3° do ensino médio.
Antes de realizar a aplicação, os questionários foram lidos pela
pesquisadora, para esclarecer quaisquer dúvidas. Em seguida os escolares
responderam e entregaram.
9
Os dados foram analisados de modo a obter a caracterização dos
participantes (gênero, idade, dentre outros) atitudes e conhecimentos sobre
riscos para a saúde auditiva e condutas frente a estes riscos. Os resultados
foram tratados estatisticamente ao nível de significância de 0,05 e estão
apresentados a seguir.
10
RESULTADOS
A amostra foi constituída por um grupo de escolares do ensino
fundamental e médio. Trata-se de 269 escolares da Capital e 227 escolares do
interior do Estado do Paraná. Do total de escolares, (44,61%) na capital e
(45,81%) no interior são do sexo masculino e (46,84%) e (54,19%) do sexo
feminino respectivamente, com idade média de 14,7 anos na capital e 14,5
anos no interior.
TABELA 1 – HÁBITOS RELACIONADOS AO NPSE (N=496)
Hábitos CURITIBA INTERIOR p
Sim Não Sim Não
Usei fones de ouvidos ou MP3 player 242
(89,96
%)
23
(8,55%)
179
(78,85
%)
48
(21,15
%)
0,0006*
Usei cortador de grama 28
(10,41
%)
237
(88,10
%)
54
(23,79
%)
172
(75,77
%)
0,0001*
Disparei uma arma de fogo 22
(8,18%)
243
(90,33
%)
19
(8,37%)
208
(91,63
%)
0,9390
Andei em uma moto 117
(43,49
%)
148
(55,02
%)
150
(66,08
%)
76
(33,48
%)
0,0000*
Fui a uma apresentação de carros barulhentos 67
(24,91
%)
198
(73,61
%)
49
(21,59
%)
178
(78,41
%)
0,3846
Andei em um carro equipado com som potente
no porta-malas
133
(49,44
%)
132
(49,07
%)
98
(43,17
%)
129
(56,83
%)
0,1637
Toquei em uma banda 15
(5,58%)
250
(92,94
%)
19
(8,37%)
208
(91,63
%)
0,2212
11
Fui a uma corrida de carros ou moto 33
(12,27
%)
232
(86,25
%)
23
(10,13
%)
204
(89,87
%)
0,4534
Fui a um show de música 79
(29,37
%)
186
(69,14
%)
170
(74,89
%)
56
(24,67
%)
0,0000*
FONTE: A Autora, 2015
LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; * =
diferença significativa.
A tabela 1 demonstra os hábitos relacionados aos NPSE em função dos
grupos. Os hábitos mais prevalentes foram o uso de fones de ouvidos ou MP3
players, sendo (89,96%) na capital e (78,85%) no interior, o hábito de andar em
uma moto, sendo (43,49%) na capital e (66,08%) no interior e o andar em um
carro equipado com som potente no porta-malas, sendo (49,44%) na capital e
(43,17%) no interior.
TABELA 2 – SENSAÇÃO OU DESCONFORTO POR ZUMBIDO SEM
EXPOSIÇÃO AO SOM OU APÓS EXPOSIÇÃO A SONS INTENSOS (N=496)
Q.: Durante o último ano, eu estive
perto de sons altos que doeram
meus ouvidos ou ficaram com um
zumbido.
CURITIBA INTERIOR p
N % N %
Sim 106 39,41 83 36,56 0,5153
Não 117 43,49 95 41,85 0,7132
Não tenho certeza 40 14,87 49 21,59 0,0526
Q.: Você sente algum zumbido ou
outro tipo de barulho em seu
ouvido?
Sempre 17 6,32 7 3,08 0,0945
Às vezes 116 43,12 135 59,47 0,0003*
Nunca 119 44,24 85 37,44 0,1258
Sem resposta 17 6,32 - 0,00 -
FONTE: A Autora, 2015
12
LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; * =
diferença significativa.
A tabela 2 demonstra diferenças significativas relacionadas a presença de
zumbido.
TABELA 3- CUIDADOS DOS ESCOLARES COM A PROTEÇÃO AUDITIVA
EM RELAÇÃO À EXPOSIÇÃO AO SOM ALTO (N=496)
Q.: Eu uso proteção auricular
quando estou próximo a som alto.
CURITIBA INTERIOR p
N % N %
Sempre 6 2,23 1 0,44 Nsa
Às vezes 26 9,67 10 4,41 0,0250*
Nunca 228 84,76 216 95,15 0,0002*
FONTE: A Autora, 2015
LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; NSA=
Não se aplica; * = diferença significativa.
Na tabela 3, houve diferença significativa relacionada ao uso de
proteção auricular, uma prevalência maior de resposta em “às vezes” fazerem
o uso da proteção auricular, sendo (84,76%) de respostas na capital e
(95,15%) no interior.
TABELA 4 - CONHECIMENTO DOS ESCOLARES SOBRE FONTES
PREJUDICIAIS À AUDIÇÃO (N=496)
Q.: Quais dos seguintes sons são altos o
suficiente para prejudicar sua audição?
CURITIBA INTERIOR p
Sim Não Sim Não
Fones e MP3 players 155
(57,62
%)
108
(40,15
%)
119
(52,42
%)
108
(47,58
%)
0,2465
Máquina de lavar pratos 94
(34,94
%)
170
(63,20
%)
2
(0,88%)
225
(99,19
%)
0,0000*
13
Fogos de artifício 75
(27,88
%)
189
(70,26
%)
63
(27,75
%)
163
(71,81
%)
0,9743
Máquina de lavar roupas 14
(5,20%)
250
(92,94
%)
9
(3,96%)
218
(96,04
%)
0,5130
Disparo de armas de fogo 16
(5,95%)
248
(92,19
%)
77
(33,92
%)
150
(66,08
%)
0,0000*
Shows 126
(46,84
%)
138
(51,30
%)
125
(55,07
%)
100
(44,05
%)
0,0684
Q.: Quais dessas maneiras são boas para
proteger sua audição quando você está
próximo de sons altos?
Afastar-se do som alto 140
(52,04
%)
125
(46,47
%)
138
(60,79
%)
88
(38,77
%)
0,0510
Colocar cotonete ou lenço de papel no ouvido 32
(11,90
%)
233
(86,62
%)
20
(8,81%)
207
(91,19
%)
0,2637
Diminuir o volume 183
(68,03
%)
82
(30,48
%)
184
(81,06
%)
43
(18,94
%)
0,0011*
Usar protetores auriculares 84
(31,23
%)
181
(67,29
%)
73
(32,16
%)
152
(66,96
%)
0,8245
Escutar sons altos por longos períodos para
acostumar-se
24
(8,92%)
241
(89,59
%)
15
(6,61%)
212
(93,39
%)
0,3414
Sempre que possível, passar menos tempo
próximo a sons altos
122
(45,35
%)
143
(53,16
%)
124
(54,63
%)
103
(45,37
%)
0,0400*
Q.: Pessoas com perda auditiva geralmente
14
têm dificuldades com o seguinte:
Ouvir alarmes, campainha da porta ou
telefone tocando
172
(63,94
%)
93
(34,57
%)
173
(76,21
%)
54
(23,79
%)
0,0032*
Entender sinais de sinalização de rodovias 38
(14,13
%)
226
(84,01
%)
9
(3,96%)
218
(96,04
%)
0,0001*
Entender o que é dito em um grupo 157
(58,36
%)
107
(39,78
%)
168
(74,01
%)
59
(25,99
%)
0,0003*
Conseguir um trabalho 91
(33,83
%)
174
(64,68
%)
83
(36,56
%)
144
(63,44
%)
0,5259
Entender o que é dito em filmes, peças de
teatro e TV
158
(58,74
%)
107
(39,78
%)
157
(69,16
%)
70
(30,84
%)
0,0167*
Entender o que é dito na sala de aula 153
(56,88
%)
112
(41,64
%)
166
(73,13
%)
60
(26,43
%)
0,0002*
FONTE: A Autora, 2015
LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; * =
diferença significativa.
Em relação a tabela 4, diferenças significativas foram observadas. Os
escolares da capital acreditam que fazer o uso de Fones e MP3 players traz um
prejuízo maior a audição (57,62%), já em relação à cidade do interior os
escolares acreditam que ir a shows traz um maior risco a audição, (55,07%),
ainda referente à mesma questão, na capital eles acreditam que as máquinas
de lavar roupas não prejudicam a audição (92,94%) e na cidade do interior
acreditam que as máquinas de lavar pratos são as que não prejudicam a
audição, com um percentual de (99,19%).
Os escolares da capital também responderam em sua maioria, que se
deve diminuir o volume para proteger a sua audição quando próximo ao som
alto (68,03%) e na cidade do interior obteve-se a mesma resposta com o
15
percentual de (81,06%). Na opção de escutar sons altos por longos períodos
para acostumar-se, a resposta “Não” apresentou maior porcentagem nas duas
populações estudadas.
No que diz respeito às dificuldades encontradas com pessoas com perda
auditiva, obteve-se a mesma resposta nas respectivas cidades, onde afirmaram
que pessoas com perda auditiva apresentam dificuldade em ouvir alarmes,
campainhas da porta ou telefone tocando, com (63,94%) na capital e com
(76,21%) no interior, já em relação à pergunta no que diz respeito a não sentir
dificuldades de ouvir, ambas as cidades apresentaram o mesmo resultado.
Referente a entender sinais de sinalização de rodovias, os escolares da capital
apresentaram (84,01%) e (96,04%) os da cidade do interior.
TABELA 5 – DEMONSTRATIVO DOS ESCOLARES SOBRE O QUE PODE
PREJUDICAR A AUDIÇÃO (N=496)
Q.: Eu tenho conhecimento quanto
aos sons que podem causar perda
auditiva
CURITIBA INTERIOR p
N % N %
Verdadeiro 159 59,11 101 44,49 0,0012*
Falso 25 9,29 25 11,01 0,5264
Não tenho certeza 74 27,51 101 44,49 0,0001*
Sem resposta 11 4,09 - 0,00
Q.: Eu tenho conhecimento de
como proteger minha audição
quando estou próximo a som alto
Verdadeiro 132 49,07 118 51,98 0,5197
Falso 37 13,75 21 9,25 0,1208
Não tenho certeza 92 34,20 88 38,77 0,2713
Sem resposta 8 2,97 - 0,00 -
Q.: Ouvir som extremamente alto,
mesmo que apenas uma vez,
pode levar a uma perda de parte
de sua audição
Verdadeiro 109 40,52 86 37,89 0,5505
16
Falso 56 20,82 41 18,06 0,4404
Não tenho certeza 97 36,06 100 44,05 0,0706
Sem resposta 7 2,60 - 0,00 -
Q.: Som muito alto pode danificar
as pequenas células ciliadas do
ouvido interno.
Verdadeiro 165 61,34 141 62,11 0,8606
Falso 17 6,32 10 4,41 0,3508
Não tenho certeza 80 29,74 76 33,48 0,3719
Sem resposta 7 2,60 - 0,00 -
Q.: Perda auditiva é um problema
somente de idosos.
Verdadeiro 26 9,67 4 1,76 Nsa
Falso 207 76,95 211 92,95 0,0000*
Não tenho certeza 22 8,18 12 5,29 0,2051
Sem resposta 14 5,20 - 0,00 -
Q.: Ter uma perda auditiva não é
um problema.
Concordo 54 20,07 49 21,59 0,6778
Discordo 175 65,06 156 68,72 0,3892
Não tenho certeza 20 7,43 22 9,69 0,3681
Sem resposta 20 7,43 - 0,00 -
Q.: Crianças que escutam música
alta todo o tempo parecem não ter
perda auditiva, então eu não tenho
que me preocupar.
Concordo 48 17,84 15 6,61 0,0002*
Discordo 160 59,48 175 77,09 0,0000*
Não tenho certeza 43 15,99 37 16,30 0,9255
Sem resposta 18 6,69 - 0,00 -
17
Q.: Se eu for a um show de
música alta, eu irei usar um
protetor auricular.
Sim 47 17,47 14 6,17 0,0002*
Não 167 62,08 186 81,94 0,0000*
Não tenho certeza 40 14,87 27 11,89 0,3338
Sem resposta 15 5,58 - 0,00 -
Q.: Você já participou de alguma
campanha sobre a audição na
escola?
Sim 55 (20,45) 9 3,96 0,0000*
Não 175 65,06) 194 85,46 0,0000*
Não tenho certeza 22 (8,18) 24 10,57 0,3610
Sem resposta 17 (6,32) - 0,00 -
FONTE: A Autora, 2015
LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; NSA=
Não se aplica, * = diferença significativa.
Analisando a tabela 5, diferenças significativas foram observadas. Em
relação ao conhecimento dos sons que podem causar perda auditiva e temas
relacionados.
TABELA 6 – SINTOMAS AUDITIVOS – SEGUNDO QUESTIONÁRIO (N=496)
Q.: Você apresenta ou
apresentou algum(s) desse
sintoma(s)?
CURITIBA INTERIOR p
Sim Não ou Sem
resposta
Sim Não ou Sem
resposta
Pressão no ouvido 26
(11,71%
)
196
(88,29%)
94
(41,41%
)
133
(58,59%)
0,0000*
Tontura 43
(19,37%
179
(80,63%)
85
(37,44%
142
(62,56%)
0,0000*
18
) )
Secreção no ouvido – líquido 15
(6,76%)
207
(93,24%)
15
(6,61%)
212
(93,39%)
0,9493
Desconforto na presença de
barulho
47
(21,17%
)
175
(78,83%)
57
(25,11%
)
170
(74,89%)
0,3230
Sensação de dificuldade para
escutar
32
(14,41%
)
190
(85,59%)
25
(11,01%
)
202
(88,99%
0,2798
Infecção de ouvido – otite 12
(5,41%)
210
(94,59%)
29
(12,78%
)
198
(87,22%)
0,0070*
FONTE: A Autora, 2015
LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância; * =
diferença significativa.
Com base na análise da tabela 06, sobre o demonstrativo dos sintomas
auditivos, obteve-se diferenças significativas nos sintomas pressão no ouvido,
para tontura, resposta epara infecção de ouvido, observando maior ocorrência de
sintomas nos escolares do interior.
TABELA 7- SINTOMAS AUDITIVOS PRESENTES ENTRE OS ESTUDANTES
(N=496)
Q.: Você tem dificuldade para
escutar?
CURITIBA INTERIOR p
N % N %
Sim 43 19,37 16 7,05 0,0001*
Não 177 79,73 211 92,95
Sem resposta 2 0,90 - 0,00
Q.: Você tem zumbido (chiados
nos ouvidos)?
19
Sim 59 26,57 65 28,63 0,6898
Não 160 72,07 162 71,37
Sem resposta 3 1,35 - 0,00
Q.: Você tem dor de ouvido?
Sim 78 35,13 42 18,50 0,0001*
Não 142 63,96 185 81,50
Sem resposta 2 0,90 - 0,00
FONTE: A Autora, 2015
LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância;
*=diferença significativa.
Conforme os dados da tabela 7, em relação aos sintomas, houve
diferenças significativas nas questões: “apresenta alguma dificuldade para
escutar” e na pergunta sobre a presença de dor de ouvido.
TABELA 8- SINTOMAS DE TONTURA EM ESCOLARES (N=496)
Você tem tonturas:
CURITIBA INTERIOR p
Sim Não ou Sem
resposta
Sim Não ou Sem
resposta
Ao se movimentar 18
(8,11%)
204
(91,89%)
37
(16,30%
)
190
(83,70%)
0,0084*
Quando está dentro do ônibus 11
(4,95%)
211
(95,05%)
27
(11,89%
)
200
(88,11%)
0,0085*
Quando o carro está se
movimentando
9
(4,05%)
213
(95,95%)
46
(20,26%
)
181
(79,74%)
0,0000*
Outros 11
(4,94%)
211
(95,05%)
32
(14,10%
)
195
(85,90%)
0,0010*
FONTE: A Autora, 2015
20
LEGENDA: Q.: Questão; N= Número de participantes; p= Nível de significância;
*=diferença significativa.
Conforme analisado na tabela 8, diferenças significativas foram
observadas entre as cidades, com piores resultados nos escolares do interior.
21
DISCUSSÃO
Os dados da tabela 1 demostram os hábitos relacionados aos NPSE, os
mais prevalentes foram os hábitos de uso de fones de ouvidos ou MP3 players,
sendo (89,96%) na capital e (78,85%) no interior e; para o uso de cortador de
grama, sendo (10,41%) na capital e (23,79%) no interior e, para andar em uma
moto, sendo (43,49%) na capital e (66,08%) no interior e, fui ao um show de
música, sendo (29,37%) na capital e (74,89%) no interior. Os mesmos foram
descritos em outros estudos, nos ambientes onde os jovens costumam se
encontrar como bares, danceterias, shows, etc. Geralmente a intensidade do
som é superior a 100 dB NPS e nos equipamentos portáteis individuais com
fones de ouvido podem até ultrapassar esta intensidade (SAWITZKI, 2009;
SERRA, 2007). Sendo no interior, os hábitos mais relatados pelos escolares
como o uso do cortador de grama e show de música. Com relação ao
frequentar shows com um alto nível de ruido, muitos adolescentes e jovens não
estão conscientes de que a exposição à música alta pode resultar em perda
auditiva (CHUNG & EAVEY & MEUNIER & ROCHES, 2005).
Com relação a tabela 2 , foi observado presencas diferenças
significaticas (p= 0,0003) relacionados ao zumbido ocasional foram
observadas, apresentando maior ocorrência no interior. Corrobora com estudos
de Silvestre et al., (2013) que identificou a ocorrência de zumbido em
adolescentes que usam sistemas de som pessoais (SSP) de 40% e
33%, respectivamente, e 22% relataram a ocorrência de zumbido induzido pelo
uso de SSP. E o estudo de Zocoli (2009) realizado com 245 adolescentes, 69%
deles relataram queixa de zumbido temporário após exposição a níveis
elevados de pressão sonora após participar de: discoteca, shows e ouvir
músicas com fones de ouvido.
No estudo de Figueiredo et al., (2011), com 100 participantes, faixa
etária de 15 e 30 anos, as principais queixas relatadas por usuários de
estéreos pessoais foram a hipoacusia, a tontura, o zumbido e a plenitude
auricular.
Lacerda et al., (2011) demonstrou que 38,4% dos participantes, da sua
pesquisa, referiram zumbido temporário e sensibilidade ao ruído. Porém,
22
apenas 8,8% preocupam-se antes de ir a shows, discotecas ou outros locais
ruidosos devido às experiências precedentes de zumbido.
Na tabela 3 relacionada ao uso da proteção auditiva, pode-se observar
diferenças significativas entre a capital e o interior do Paraná, nas respostas
“às vezes” (p= 0,0250) e “nunca” (p=0,0002). Comparando a outros estudos, a
falta de conhecimento e interesse dos adolescentes acerca das medidas de
prevenção auditiva pode ser atribuída ao fato da perda auditiva não se
manifestar durante os primeiros anos de exposição ao ruído. A maioria das
pessoas com perdas auditivas leves em altas frequências não está ciente do
problema, não usa proteção adequada e também não imagina o impacto que a
perda auditiva pode causar em sua qualidade de vida no futuro, (ZOCOLI,
2009; VOGEL, 2008).
Na tabela 4 sobre os conhecimentos dos escolares sobre as fontes
sonoras prejudiciais, apesar de haver conhecimentos por parte dos grupos,
houve diferença significativa em relação máquinas de lavar pratos (p= 0,0000),
e disparo de armas de fogo (p= 0,0000). Esta diferença poderia ser explicada
pela diferença cultural entre a capital e o interior.
É possível observar esta informação em outros estudos onde
profissionais de saúde estão preocupados com a perda auditiva induzida pelo
ruído (PAIR) para atividades de lazer, principalmente com a prática de esportes
em ginásios e/ou academias, a frequência em boates e o uso de equipamentos
portáteis com fones de ouvido (WIDÉN, 2006; HIDECKER, 2008).
Em relação à proteção auditiva (tabela 4) os escolares da capital e do
interior responderam em sua maioria, que se deve diminuir o volume (p=
0,0011) e sempre que possível passar menos tempo próximos a sons altos (p=
0,0400). Nesta mesma questão a prevalência da resposta “Não” para a Capital
(89,59%) e a cidade do interior (93,39%) foi para a opção de escutar sons altos
por longos períodos para acostumar-se. O estudo de Tarantino (2006), revela
que os tocadores de música portáteis podem causar danos auditivos a longo
prazo para quem ouve música em alto volume por um tempo prolongado.
Um estudo com 700 adolescentes de ambos os sexos de faixa etária
entre 14 e 20 anos, expostos à música amplificada de alta intensidade,
especialmente nas suas atividades de lazer, revelou que 88% da população
23
estudada afirmou ter conhecimento de que ruídos de alta intensidade podem
causar perdas auditivas; dentre eles, 90% não sabem como proteger sua
audição ou usam métodos ineficientes. Com os dados desde estudo os autores
destacaram a necessidade de implementar um programa educacional de
conscientização da população acerca dos riscos que a exposição a ruídos pode
causar à saúde (BORJA et al., 2002).
No que diz respeito às dificuldades encontradas com pessoas com perda
auditiva (tabela 4), os escolares afirmaram que pessoas com perda auditiva
apresentam dificuldade em ouvir alarmes, campainhas da porta ou telefone
tocando, com (63,94%) na capital e com (76,21%) no interior (p= 0,0032) e
entender sinais de rodovias (p= 0,0400).
Conforme estudo, a incapacidade auditiva é verificada na medida em
que essa deficiência afeta o desempenho e habilidade do indivíduo de utilizar a
audição nas atividades diárias, como percepção de sons da fala ou do
ambiente (OLIVEIRA; SAMPAIO; COSTA, 2007).
Na tabela 5 houve diferença significativa entre os grupos nas questões
relacionadas ao conhecimento dos sons que podem causar perda auditiva,
para as respostas, “verdadeiro” (p= 0.0012), “não tenho certeza” (p= 0,0001), e
para à perda auditiva ser um problema somente de idosos, para a resposta
“falso” (p= 0,0000), crianças que escutam música alta o tempo todo não tem
perda auditiva, então não tenho que me preocupar, para as respostas,
“concordo” (p= 0,0002), “discordo” (p= 0,0000), se eu for a um show de música
alta eu irei usar um protetor auricular, para as respostas, “sim” (p= 0,0002),
“não” (p= 0.0000), você já participou de alguma campanha sobre a audição na
escola, para as respostas, “sim” (p= 0,0000), “não” (p= 0,0000).
A falta de conhecimento e interesse dos adolescentes acerca das
medidas de prevenção auditiva pode ser atribuída ao fato da perda auditiva não
se manifestar durante os primeiros anos de exposição ao ruído (LACERDA et
al., 2011).
Estes dados foram descritos em outros estudos em que as perdas
auditivas podem ser de origem congênita ou adquirida e estas últimas podem
relacionar-se a maus hábitos auditivos como: utilizar objetos para limpar a
orelha, ouvir som alto e usar fones de ouvido, o que remete à importância de
24
ações promotoras de saúde nessa área a fim de capacitar a população a
adquirir hábitos auditivos saudáveis, (SANTOS et al., 2009).
No entanto, um estudo da Universidade Federal do Pará com 35
adolescentes estudantes de uma escola particular no município de Bragança,
Pará, de ambos os sexos e idade média de 13 anos, foi observado falta de
conhecimentos sobre a surdez e que os mesmos ignoravam o fato do uso
contínuo do fone ouvido poder ocasionar lesões a ponto de gerar surdez ou
desconfortos com zumbidos (ALVÃO et al., 2014)
Com a análise de outros estudos, muitos jovens referiram que sabem
que é possível perder a audição se expostos à música alta, porém, afirmaram
que isto só pode acontecer quando a exposição é muito frequente, em um
volume muito alto, o que não era o caso deles. Alguns disseram que seria uma
boa ideia estabelecer limite de volume para os MP3, porém, a maioria disse
que preferiria decidir como deveriam usá-lo (VOGEL, 2008). No estudo, os
adolescentes também concordam que deveria haver mais regras ou
regulamentos sobre o ruído ambiental (LACERDA et al., 2011).
Com base em outros estudos, a função do protetor auricular é reduzir os
níveis de ruído que chegam até a orelha, reduzindo, portanto os efeitos que
estes possam causar à sua audição, por isso quando exposto ao lugar com
excesso de ruído por um longo tempo é necessário à utilização dos protetores
auriculares (FERREIRA et al., 2003).
Com base na análise da tabela 06, sobre o demonstrativo dos sintomas
auditivos, obteve-se diferenças significativas nos sintomas pressão no ouvido
(p= 0,0000), tontura (p= 0,0000) e infecção de ouvido (p= 0,0070).
Com base em outro estudo, as infecções da orelha média afetam
primariamente lactentes e crianças pequenas, sendo menos frequentes em
crianças maiores e adolescentes, e relativamente infrequentes nos adultos
(RAMOS, 1998). A questão do clima frio da capital pode ter influenciado na
queixa (LACERDA, 2015).
Em relação a apresentar alguma dificuldade para escutar (p= 0,0001)
e dor de ouvido (p= 0,0001), houve diferença significativa, na tabela 7.
Com relação ao demonstrativo dos sintomas de tonturas em escolares
(tabela 8), houve diferença significativa entre os grupos. Com base em outros
25
estudos, as vertigens mais freqüentes ocorrem em determinadas posições da
cabeça (vertigem postural) ou à mudança de posição da cabeça (vertigem
posicional) (MOR, et al, 2004). Este sintoma deve ser melhor explorado nessa
população, pois outros fatores, além dos NPSE, poderiam contribuir para o
agravamento da tontura.
26
CONCLUSÃO
Os questionários mostraram-se de fácil aplicabilidade com os escolares.
Os dados evidenciaram a necessidade de orientação aos estudantes da cidade
do interior e da capital em relação à prevenção, as causas e consequências da
perda auditiva, através de programas de promoção da saúde auditiva,
específicos para escolares de cada região.
Houve presença de diferenças significativas nas respostas dos escolares
da capital comparativamente com os do interior, demonstrando hábitos e
comportamentos específicos para cada região, nesse sentido programas de
promoção de saúde auditiva devem contemplar as especificidades de cada
região do estado.
27
REFERÊNCIAS
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28
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30
ANEXOS
QUESTIONÁRIO A: PROGRAMA DE SAÚDE AUDITIVA NA ESCOLA
Data:
Iniciais:
Turma:
1. Durante o último ano, eu: (marque todos que se aplicarem a você)
Usei fones de ouvidos ou MP3 player
Usei um cortador de grama
Disparei uma arma de fogo
Andei em uma moto
Fui a uma apresentação de carros barulhentos
Andei em um carro equipado com som potente no porta-malas
Toquei em uma banda
Fui a uma corrida de carros ou motocicletas
Fui a um show de música
2. Durante o último ano, eu estive perto de sons altos que doeram meus ouvidos ou
ficaram com um zumbido.
Sim Não Não tenho certeza
3. Eu uso proteção auricular quando estou próximo a som alto.
31
Sempre Às
vezes
Nunca
4. Quais dos seguintes sons são altos o suficiente para prejudicar sua audição?
Fones e MP3 players Máquina de lavar
pratos
Fogos de artifícios Máquina de lavar
roupas
Disparo de arma de
fogo
Shows
5. Quais dessas maneiras são boas para proteger sua audição quando você está
próximo de sons altos? (marque todos que se aplicarem a você)
Afastar-se do som alto
Colocar cotonete ou lenço de papel no ouvido
Diminuir o volume
Usar protetores auriculares
Escutar sons altos por longos períodos para acostumar-se
Sempre que possível, passar menos tempo próximo a sons altos
6. Eu tenho conhecimento quanto aos sons que podem causar perda auditiva
Verdadeiro Falso Não tenho
32
certeza
7. Eu tenho conhecimento de como proteger minha audição quanto estou próximo a
som alto
Verdadeiro Falso Não tenho
certeza
8. Ouvir um som extremamente alto, mesmo que apenas uma vez, pode levar a uma
perda de parte de sua audição.
Verdadeiro Falso Não tenho certeza
9. Som muito alto pode danificar as pequenas células ciliadas do ouvido
interno.
Verdadeiro Falso Não tenho certeza
10. Perda auditiva é um problema somente de idosos.
Verdadeiro Falso Não tenho certeza
11. Pessoas com perda auditiva geralmente tem dificuldades com o seguinte: (marque
todos que se aplicarem a você)
Ouvir alarmes, campanhia da porta ou telefone tocando
Entender sinais de sinalização de rodovias
Entender o que é dito em um grupo
Conseguir um trabalho
33
Entender o que é dito em filmes, peças de teatro e TV
Entender o que é dito na sala de aula
12. Ter uma perda auditiva não é um problema
Concordo Discordo Não tenho certeza
13. Crianças que escutam música alta todo o tempo parecem não ter perda auditiva,
então eu não tenho que me preocupar
Concordo Discordo Não tenho certeza
14. Se eu for a um show de música alto, eu irei usar um protetor auricular
Sim Não Não tenho certeza
15. Você sente algum zumbido ou outro tipo de barulho em seu ouvido ou cabeça?
Sempre Às vezes Nunca
16. Você já participou de alguma campanha sobre a audição na escola?
Sim Não Não tenho certeza
34
QUESTIONÁRIO 2: SAÚDE FONOAUDIOLÓGICA E QUALIDADE DE VIDA DO
ADOLESCENTE NA ESCOLA.
Seu nome:
Turma:
FAVOR RESPONDER AS PERGUNTAS ABAIXO:
ATENÇÃO: Seus dados são confidenciais e não serão divulgados individualmente,
seja sincero para podermos identificar o perfil dos adolescentes dessa escola, e para
proporcionar ações de saúde efetivas. Obrigada.
SAÚDE AUDITIVA (ouvir/escutar)
1. Você tem dificuldade para escutar? Não( _) Sim( )
2. Você tem zumbidos (chiados nos ouvidos)? Não( ) Sim( ) Explique:
3. Você tem dor de ouvido? Não( ) Sim( ) Explique:
4. Você já foi ao médico por causa de problemas no ouvido? Não( ) Sim( ) Explique:
5. Você já fez avaliação auditiva/do ouvido? Não( ) Sim( ) Explique:
6. Você tem alguma queixa relacionada à sua audição ou ao seu ouvido? Não( )
Sim( ) Explique:
7. Há casos de problemas de audição na sua família (alguém usa aparelho auditivo ou
não escuta direito?) Explique:
8. Você apresenta ou apresentou algum(s) desses sintoma(s)?
( ) pressão no ouvido ( ) tontura
( ) secreção no ouvido – líquido ( ) desconforto na presença de
barulho
( ) sensação de dificuldade para escutar ( ) infecção de ouvido - otite
( ) outros, quais ( ) não, nenhum
9. Você tem problema de falta de equilíbrio? Explique:
10. Você tem tonturas: ao se movimentar ( ), quando está dentro do ônibus ( ),
quando o carro está se movimentando ( ), outros ( ), não tenho tontura ( )