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  • 8/17/2019 AlfredoNardi_direito_societario

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    Matriz de atividade individual*

    Módulo: 4 Atividade: IndividualTítulo: Caso OdebrechtAluno: Alfredo NardiDiscilina: Direito !ociet"rio Tur#a: M$A e# Direito %#resarialIntrodu&'o

    O presente estudo tem por objetivo discutir as soluções apresentadas

    pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre um conflito ocorrido em concreto:

    o caso Odebrecht. A contenda envolve uestões como a e!tens"o de proteç"o

    do nome empresarial e da marca# os princ$pios presentes# a marca de alto

    renome e outras correlatas.

    %remos responder as uestões propostas# utili&ando'nos de todo

    arcabouço jur$dico# tanto doutrinrio como jurisprudencial. A proteç"o do nome

    empresarial e da marca matria fundamental para promover a livre iniciativa e

    impedir a concorr*ncia desleal.

    () ual a e+tens'o territorial de rote&'o do no#e e#resarial e da#arca,

    +ara uma clare&a conceitual: ,nome empresarial- di& respeito

    identificaç"o do empresrio# sendo sua identidade em relaç"o a terceiros/,marca- refere'se identificaç"o dos produtos ou serviços oferecidos pelo

    empresrio.

    Sobre nome empresarial preceitua o art. 0011 do 23di4o 2ivil (22):

     Art. 0.011. A inscriç"o do empresrio# ou dos atos constitutivos daspessoas jur$dicas# ou as respectivas averbações# no re4istro pr3prio#asse4uram o uso e!clusivo do nome nos limites do respectivo 5stado.

    +ar4rafo 6nico. O uso previsto neste arti4o estender'se' a todo oterrit3rio nacional# se re4istrado na forma da lei especial.

    O re4istro do nome empresarial ocorre na Junta 2omercial# portanto a

    proteç"o estaria apta a fa&er efeitos apenas na rea da respectiva unidade

    federativa# sendo estendida somente nos casos re4istrados na forma da lei

    especial# a lei n7 89;# de 08 de novembro de 099;. Ter$amos ue proceder ao

    re4istro em cada Junta 2omercial dos 5stados'membros para alcançar 

    proteç"o nacional ao nome empresarial.

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    5ntretanto n"o podemos nos olvidarmos da discuss"o sobre a

    constitucionalidade deste preceito positivado. 2om a promul4aç"o do 23di4o

    2ivil de

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     Art. 0

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     Art. E7 Observado o princ$pio da veracidade:

    (...)

    %% ' a firma:

    (...)

    d) da sociedade limitada# se n"o individuali&ar todos os s3cios# deverconter o nome de pelo menos um deles# acrescido do aditivo IecompanhiaI e da palavra IlimitadaI# por e!tenso ou abreviados/

    07 Ca firma# observar'se'# ainda:

    (...)

    b) os nomes dos s3cios poder"o fi4urar de forma completa ouabreviada# admitida a supress"o de prenomes/

    c) o aditivo Ie companhiaI ou IL 2ia.I poder ser substitu$do por e!press"o euivalente# tal como Ie filhosI ou Ie irm"osI# dentreoutras.

     Analisando todos os preceitos normativos apresentados# conclu$mos ue

    Odebrecht 2omrcio e %nd6stria de 2af tda n"o adotou firma para seu nome

    empresarial pois prescinde do aditivo ,e companhia- ou ,L 2ia.- e do nome de

    todos os s3cios. +or e!clus"o# o nome empresarial em uest"o uma

    denominaç"o e vamos conceitu'la.

    Ca denominaç"o podemos nos utili&ar de ualuer e!press"o lin4u$stica#

    tanto o nome civil de al4um dos s3cios como um elemento fantasia. O elemento

    fantasia pode ser um termo comum do vernculo ou um termo incomum# como

    uma si4la ou nome inventado# Giletto do @rasil 2omrcio de Sorvetes tda# por 

    e!emplo. A sociedade limitada ue utili&ar denominaç"o dever incluir a

    desi4naç"o de seu objeto social e a e!press"o ,limitada- ou sua abreviatura ao

    final. Moltemos ao art. E7 inciso %%%# al$nea ,a- da %C 001 do GCH2 para reforçar o

    conceito:

     Art. E7 (N)

    %%% ' a denominaç"o formada com palavras de uso comum ou vul4ar na l$n4ua nacional ou estran4eira e ou com e!pressões de fantasia#com a indicaç"o do objeto da sociedade# sendo ue:

    a) na sociedade limitada# dever ser se4uida da palavra IlimitadaI#por e!tenso ou abreviada/

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     Apresentada a fundamentaç"o# nossa opini"o ue a palavra

    Odebrecht pode ser utili&ada no nome empresarial como um elemento fantasia

    n"o violando o art. ; da ei n7 89;9;: Art. ,O nome empresarial obedecer

    aos princ$pios da veracidade e da novidade-# pois a lei lhe faculta criar e usar 

    ualuer espcie de vocbulo uando o nome empresarial uma

    denominaç"o# e um nome pr3prio so&inho n"o passa uma falsa ideia sobre a

    empresa# n"o atin4indo o princ$pio da veracidade. Admitir de forma contrria#

    e!trapolando para o absurdo# seria proibir o re4istro de sociedades

    empresrias por pessoas homDnimas# permitindo somente ao primeiro

    homDnimo se re4istrar. Kuanto ao princ$pio da novidade# se n"o h empresa

    com o mesmo nome ou parecido# no mesmo ramo de atividade# n"o podemosfalar ue ele fora violado.

    3) O conflito entre #arca e no#e e#resarial dever" ser resolvido luz de5ual rincíio,

    Se4uimos a jurisprud*ncia do STJ e entendemos ue o conflito entre

    marcas e nomes empresariais n"o pode ser resolvido apenas levando'se em

    consideraç"o a anterioridade do re4istro. P preciso analisar o princ$pio da

    territorialidade e o princ$pio da especificidade# referente ao tipo de produto ou

    serviço oferecido. 2omo embasamento ao princ$pio da territorialidade podemos

    nos utili&ar do ue fora discutido na uest"o n6mero 0. J em funç"o do

    princ$pio da especificidade ou especialidade# impõe'se ue o titular da marca e

    o do nome colidentes operem no mesmo se4mento de mercado para ue haja

    a proteç"o da marca sobre o nome. A jurisprud*ncia tem normalmente

    presti4iado a tutela da marca# em detrimento ao nome empresarial# mesmo

    uando o re4istro deste anterior# em caso dos liti4antes atuarem no mesmo

    se4mento de mercado.

     A aplicaç"o do princ$pio da especialidade (tambm chamado por muitos de princ$pio da IespecificidadeI) na aplicaç"o da proteç"o aonome empresarial# se4undo o ual a proteç"o opera apenas em facede empresas concorrentes# foi reafirmada al4umas ve&es. 5m 09'E'mbito das atividadesdesempenhadas pela embar4ante (comrcio e beneficiamento de

    caf) e pela embar4ada (aruitetura# en4enharia# 4eof$sica# u$mica#petrou$mica# prospecç"o e perfuraç"o de petr3leo)# e n"o se

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    co4itando da confi4uraç"o de marca not3ria# n"o se vislumbraimpedimento ao uso# pela embar4ante# da marca Odebrecht comodesi4nativa de seus serviços# afastando'se ualuer afronta# seja denominaç"o social# seja s marcas da embar4adaI (5G nos 5G no A4H4 no H5sp 1E.1=9HJ# un>nime# ;a Turma# rel. Rin. Jor4e

    Scarte&&ini).4) I#a6ine1 a6ora1 5ue a e+ress'o discutida fosse u#a #arca de altoreno#e) !eria ossível sua utiliza&'o or outra essoa1 ainda 5ue e# ra#odistinto da e+lorada elo titular,

    %niciaremos a discuss"o tra&endo novamente o dispositivo le4al ue

    confere tratamento distinto s marcas de alto renome# para depois fa&ermos

    nossas considerações. Art. 0

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    Giante do e!posto# conclui'se ue o STJ se utili&ou de vrios critriospara a soluç"o do conflito entre ambas as sociedades empresrias.oram abordados os princ$pios norteadores do Gireito 5mpresarial#tendo em vista s marcas e nomes empresariais: princ$pio daterritorialidade# da especificidade# da novidade# da veracidade e da

    unicidade. oi uestionada# tambm# a identidade dos patron$micosdos s3cios# tanto uma sociedade uanto a outra possuem s3cios comnomes id*nticos: Corberto Odebrecht e 5dmundo Odebrecht. C"o foiconsiderado pelo STJ marca de Ialto renomeI para Odebrecht SA#pois n"o se encai!a nos reuisitos (valor da marca no ativo daempresa# 4astos em propa4andas# abran4*ncia no mercado interno ee!terno# etc.) para obtenç"o junto ao %C+% da Ideclaraç"o denotoriedadeI# o ue# conseuentemente# n"o causa confus"o aoconsumidor.

    Gestarte# se4undo o STJ# o >mbito de proteç"o da marca estlimitado aos princ$pios da territorialidade e da especificidade# isto #no espaço 4eo4rfico onde foi re4istrada e no ramo de atividade em

    ue oferece seus produtos e serviços. 2ontudo# desde uedevidamente reuerido e preenchendo os reuisitos le4ais# poss$velobter junto ao o %C+% a certificaç"o de marca Inot3riaI ou de IaltorenomeI. Tal declaraç"o afasta a aplicabilidade dos referidosprinc$pios# estendendo essa proteç"o a todo territ3rio nacional e atodos os ramos de atividade empresria e!istentes. (SO?VA e@AHH5TO#

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     A@H5?# 2amille Gam. Come empresarial versus marca. O descompasso datutela dos direitos dos diferentes si4nos e dos critrios de soluç"o dos conflitos.%n: Wmbito Jur$dico# Hio Xrande# YM# n. 98# mar