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  • 8/15/2019 Ludopedagogia Eliane Petrov

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    Faculdade Aldeia de Carapicuíba

    Ludopedagogia

    O lúdico como instrumento pedagógico

    Eliane Petov

    São Bernardo do Campo2016

  • 8/15/2019 Ludopedagogia Eliane Petrov

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    Eliane Petov

    O lúdico como instrumento pedagógico

    Monografia apresentada como exigênciapara obtenção do grau de Especializaçãoem Ludopedagogia da Faculdade Aldeia

    de Carapicuíba.

    Orientador: Fernando Magalhães

    São Bernardo do Campo2016

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    RESUMO

    Este trabalho teve por objetivo descrever as contribuições do brincar para odesenvolvimento da identidade da criança. De natureza qualitativa, quanto ao seuobjetivo a pesquisa foi descritiva, utilizando como procedimento técnico a pesquisabibliográfica e documental. Tomou-se como base o Referencial Curricular Nacionalpara a Educação Infantil (1998) e autores de referência no tema. Foi possívelconstatar que os estudiosos pesquisados entendem o brincar como uma importanteferramenta pedagógica da educação infantil, que oferece grande contribuição para odesenvolvimento da criança, favorecendo a criatividade, aproximando a fantasia dosfatos da vida real e contribuindo para a construção de sua identidade.

    Palavras-chave: Brincar; Construção da identidade; Educação infantil

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    ABSTRACT

    This study aimed to describe the contributions of play to the development of thechild's identity. Qualitative in nature, according to the classification of Gil (2007) as itsobjective, the research was descriptive. Was used as a technical procedurebibliographic research, based on the National Curriculum for Early ChildhoodEducation (1998) and authors such as Bruno Bettelheim, Vera Barros de Oliveira,among other scholars. It was concluded that the play is an important educational toolin early childhood education, offers a great contribution to the development of thechild, fosters creativity, fantasy approaches the facts of real life and contributes to theconstruction of their identity.

    Keywords: Play, Construction of identity; childhood education

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    SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................5

    2 O LUDICO ................................................................................................................82.1 O Lúdico na história da humanidade ..................................................................8

    2.2 A arte do lúdico como incentivo pedagógico ....................................................11

    2.3 O lúdico como estratégia de ensino .................................................................12

    2.4 O papel do educador no ensino aprendizagem Lúdico .................................... 19

    3 FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL ........................................................20

    3.1 O desenvolvimento motor infantil .....................................................................20

    3.2 Formas de Comunicação .................................................................................22

    3.3 Caracterizações do bebê de 0 a 2 anos segundo Jean Piaget ........................ 25

    3.4 Teorias Psicossociais .......................................................................................26

    3.5 Fases orais (do nascimento aos 2 anos) .........................................................26

    3.6 Fase anal - 2 aos 3 anos de idade ...................................................................27

    3.6.1 Crises 1 - Confiança básica versus Desconfiança Básica – do nascimentoa 12-18 meses ....................................................................................................27

    3.6.2 Crise 2 – Autonomia versus Vergonha - 18 meses a 3 anos ....................28

    4 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE AO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO. ......... 29

    4.1 Sala de aulas para a construção de conhecimento. .........................................294.2 Os jogos como reforço do ensino aprendizagem. ............................................30

    4.3 As vantagens da utilização de jogos pedagógicos no ambiente escolar .......... 33

    4.4 O Brincar para Educar e orientar limites ..........................................................34

    5 A PEDAGOGIA LUDICA E SEUS DESAFIOS ....................................................... 36

    5.1 O Uso do Lúdico na Pedagogia .......................................................................36

    5.2 O pedagogo e a Ludicidade em sala de aulas .................................................38

    5.3 O ensinar de forma lúdica ................................................................................ 39

    6 CONCLUSÃO .........................................................................................................42REFERÊNCIAS .........................................................................................................44

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    1 INTRODUÇÃO

    O presente trabalho do Lúdico na educação infantil pode indicar o quanto se

    faz necessário o propósito de buscar uma maneira diferente de ensinar entrando no

    universo infantil para que dele, o pedagogo, possa abstrair o criativo como

    ferramenta de acesso do oferecer educação didática de maneira suave, sem

    modificar de forma bruta esse universo.

    Esta investigação será desenvolvida a partir de bases bibliográficas de

    algumas pesquisas já concretizadas que confirmam o efeito do trabalho pedagógico

    por meio de jogos e brincadeiras, como eficaz ao desenvolvimento físico, psicomotor

    e psicológico, além de servir como uma solução motivacional ao aprendizado.

    Em todas as sociedades, é reconhecido que a brincadeira faz parte da

    infância. A partir desse raciocínio, logo se nota que toda criança traz consigo, desde

    o nascimento, o instinto e a curiosidade por diversas brincadeiras e jogos e é

     justamente por intermédio dessas atividades que começa a se relacionar com o meio

    social e físico em seu cotidiano, como uma maneira de expandir seus

    conhecimentos, habilidades motoras, linguísticas e cognitivas dentre outras

    necessárias ao convívio em sociedade. Nessa perspectiva, a escola deve considerar

    o Lúdico como companheiro e utilizá-lo largamente para operar no desenvolvimento

    também pedagógico da criança.

     Ao refletirmos a respeito do cotidiano em salas de aulas, logo nos damos

    conta de que há um número significativo de alunos que encontram dificuldades de

    aprender, o por este motivo são desmotivados aos estudos. Para que essa realidade

    seja modificada, é importante que haja modificações nas praticas pedagógicas

    tornando-as mais prazerosas e ativas. Além de ser um aliado que estimula a autonomia e autoconfiança das

    crianças, o Lúdico na educação infantil também proporcionará o desenvolvimento da

    atenção, concentração, linguagem dentre outros requisitos indispensáveis ao

    aprendizado, pois é brincando que a criança inventa, aprende, descobre e, portanto,

    aperfeiçoa suas habilidades. Desta maneira, a ludicidade se mostra importante ao

    ser humano principalmente na primeira infância e por sua vez, fazer jus a sua

    aplicação por parte dos educadores na tarefa do ensinar.Com essa medida, o professor pode exercitar a transmissão não somente

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    didática, mas também a visão de mundo, nesse sentido, o estudioso Almeida

    textualiza o seguinte:

     A educação lúdica é uma ação inerente na criança e aparece

    sempre como uma forma transacional em direção a algumconhecimento, que se redefine na elaboração constante dopensamento individual em permutações constantes com opensamento coletivo (ALMEIDA, 1995, p.11).

    É importante também salientar que é dever da educação, por meio de seus

    métodos, cultivar pessoas críticas e criadoras, que nomeiem, idealizem, exponham,

    que estejam prontas no futuro, para arquitetar novas formas de disseminação do

    conhecimento, e não simplesmente acatar algo que lhe é imposto.

    O método pedagógico de forma lúdica é importante desde que seja praticado de

    maneira controlada e utilizada de forma adequada. De acordo com Almeida (1994)

    somente com o adequado preparo do educador em utilizar como ferramenta

    pedagógica o lúdico, é que este alcançará seu sentido verdadeiro de funcionalidade.

    Isso porque o educador deve propiciar o aprendizado de forma lúdica de

    modo apropriado, ou seja, permitindo que a criança adquira com esse método,

    conhecimentos e destrezas que favoreçam sua vida em sociedade.

    Outro fator que deve ser lembrado, é que a educação pedagógica está

    vivenciando um momento histórico de transformação favorável às reflexões de ações

    que sejam fundamentais em relação às políticas públicas voltadas para essa

    finalidade. Isso pode ser notado ao observarmos que a cada dia é vista com maior

    atenção e cuidado a educação na primeira infância, tratando desse tema enquanto

    prioridade por parte dos governantes, bem como por organizações da sociedade civil

    e outros movimentos principalmente da área pedagógica e outras voltadas ao

    conhecimento, que de modo crescente, por entenderem que a educação infantil dequalidade é o que certamente pode ser no futuro da criança, a ponte necessária à

    formação absoluta do cidadão enquanto individuo.

    O problema de pesquisa do presente trabalho é constituído pelas seguintes

    perguntas:

    - Quais atividades educativas que podem ser consideradas lúdicas?

    - Quais as atividades lúdicas que podem ser utilizadas na educação infantil que

    propiciam o desenvolvimento da criança?Na primeira hipótese acreditamos que por meio de contação de historia,

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    cantiga de roda, desenhos, leituras, danças, jogos que não visam competição,

    brincadeiras livres e teatros com fantoches.

    Nossa segunda hipótese é de que a ação do brincar traz consigo uma

    relevância muito importante na construção do pensamento infantil pois é justamente

    a partir das brincadeiras e jogos que a criança revela sua condição visual, motora,

    cognitiva e auditiva além de tantas outras que propiciam sua entrada em outras

    relações sociais. O professor deve planejar sua aula para que o brincar não se torne

    um passatempo, e sim um facilitador no processo da aprendizagem.

    O objetivo do presente trabalho é entender o que é o lúdico e sua contribuição na

    educação infantil bem como discutir o ponto pedagógico vigente, no sentido do

    desenvolvimento psicomotor da criança na escola e a importância do lúdico nesseprocesso de desenvolvimento, tendo em vista que a criança levará consigo e em

    suas relações, a aprendizagem, mais especificamente a alfabetização pedagógica

    por toda sua existência. Daí, a responsabilidade de uma formação cuidadosa,

    voltada não somente ao ambiente escolar frio, mas, sobretudo ao reconhecimento

    da importância do conhecimento para a vida.

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    2 O LUDICO

    2.1 O Lúdico na história da humanidade

    De acordo com o dicionário Michaelis, o verbete lúdico tem por significado tudo

    aquilo em que se refere a jogos e brincadeiras (MICHAELIS, 2010). Essa palavra

    tem origem no latim que significa locus, ou jogo. Assim, tanto o termo lúdico quanto

     jogo tem muita proximidade em seus significados, usadas recentemente em dilatada

    escala nos colégios brasileiros. Entretanto, nem sempre foi dessa forma, a história

    da humanidade sugere que os jogos, mesmo estando sempre presentes nas mais

    diversas atividades sociais, não foram sempre vistos como meios de educação

    designados às crianças, pois até então eram vistos mais como forma de

    entretenimento, com destaque na distração das sociedades como brincar. Esse

    brincar é o uso de brinquedos que tanto pode servir para divertimentos como

    também a observação de conduta de quem brinca, incluindo jogos que são comoutensílios para uma finalidade objetiva.

     A ação de jogar pode ser dita que é tão antiga quanto o próprio homem, isso

    porque o ser humano sempre teve uma disposição ao lúdico, melhor dizendo,

    sempre teve um espírito voltado ao jogo, à disputa e ao entretenimento.

     A cogitação sobre a história do ato lúdico e a respeito da história da criança,

    bem como sua participação nesse ato em conjunto com a família e sociedade,

    permitiu observar que além de expandir noções das mais diversas a respeito daimportância do lúdico na formação humana, também agrega na edificação do

    incremento pueril cognitivo, afetuoso e igualitário.

     Ao debruçarmos em pesquisas pertinentes das mais diversas formas de

    utilizar métodos pedagógicos educacionais na história humana, nota-se que há em

    todo seu contexto a procura em administrar maneiras das mais diversas de ensinar.

    Voltando na história, no período da idade Média, o lúdico era destinado

    primeiramente aos homens, isso porque crianças e mulheres não eram tidas comocidadãos, por esse motivo não participavam de ações organizadas pela e para a

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    sociedade. No entanto, em ocasiões importantes, de festividades coletivas, o lúdico

    proporcionava a união entre a sociedade (ARIÉS, 1981, p.55).

    No entanto, na transição do período da Idade Media para a Moderna, o lúdico,

    foi deixando de ser corriqueiro em todas as faixas etárias e classes sociais porque

    muitos adultos largaram a tradição dos jogos, no entanto, permaneceu como

    atividade infantil, e participação dos indivíduos em festividades no decorrer dos

    tempos, o que fez com que fosse reconhecido como parte fundamental da formação

    humana.

    O termo brincar serve para designar o conjunto de atividades que se

    assemelham entre si por seu caráter lúdico, as maneiras mais utilizadas de se

    reportar à atividade de brincar são jogos e brincadeiras e que podem ser definidasde diferentes maneiras de acordo com a área do conhecimento e também entre

    teorias.

    Em continuidade ao raciocínio da importância da ludicidade na vida humana

    desde antes do nascimento, ou seja, o ser humano desde sua concepção está

    envolto aos movimentos e ações com que vem favorecer seu desenvolvimento

    psicomotor como vimos no capitulo anterior.

    Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidadee da autonomia. O fato da criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio

    de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira, faz com

    que ele desenvolva sua imaginação e é nas brincadeiras que as crianças podem

    desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a

    memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de

    socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e

    papéis sociais (PCN, 1998).Para a criança, brincar é viver. Esta é uma afirmação bastante usada e,

    certamente aceita. Poderíamos dizer que todos os adultos, com maior ou menor

    intensidade, acreditam que as crianças não vivem sem seus brinquedos. Para Craidy

    e Kaercher:

    O jeito de lidar, organizar, propor, respeitar e valorizar asbrincadeiras das crianças demonstra, através da história dainfância, o entendimento que se tem das crianças. O que seobserva ao longo desta narrativa é que sempre existiramformas, jeitos e instrumentos para se brincar, como porexemplo: a bola roda de pena, os papagaios (pandorgas), jogarem pedrinhas na água (...) brinquedos e formas de brincar

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    muito antigos (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p.103).

    O lúdico, portanto, é uma ação que vem se transformando entre vários grupos

    humanos nos diferentes períodos históricos e estágios do desenvolvimento. A brincadeira é um meio pelo qual a criança pode construir sua identidade, já que

    se trata de um processo onde ela irá aprender conhecer e construir como ser

    pertencente a um grupo. Isso envolve atividade, emoção, estabelecimento e ruptura

    de laços e compreensão da dinâmica que perpassa a ligação entre pessoas,

    promovem ações onde há construção de significado, de indagação e transformação

    do próprio significado, esta, funciona como estratégia para a construção da

    individualidade e como indivíduo na cultura que pertence. Segundo Craidy eKaercher:

     A criança se expressa pelo ato lúdico e é através desse atoque a infância carrega consigo as brincadeiras. Elas perpetuame renovam a cultura infantil, desenvolvendo formas deconvivência social, modificando-se e recebendo novosconteúdos, a fim de se renovar a cada geração. É pelo brincare repetir a brincadeira que a criança saboreia a vitória daaquisição de um novo saber fazer, incorporando-o a cada nobrincar (CRAIDY, KAERCHER, 2001, p. 103).

    É na ludicidade que a criança se manifesta com dados da realidade em forma

    de ficção, ela experimenta ações que percebem no seu meio, e à medida que

    cresce, vai incorporando a representação que faz da vida real, os conhecimentos

    adquiridos, bem como sentimentos e desejos, adquirem mudanças cada vez mais

    complexas do seu próprio conhecimento. A esse respeito Vygotsky textualiza o

    seguinte:

     A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito navida da criança, pelo contrário, é a primeira manifestação daemancipação da criança em relação às restrições situacionais.O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criançaopera com um significado alienado numa situação real. Osegundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho domenor esforço  – ela faz o que mais gosta de fazer, porque obrinquedo está unido ao prazer  – e ao mesmo tempo, aprendea seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e,por conseguinte renunciando ao que ela quer, uma vez que asujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o

    caminho para o prazer do brinquedo (VYGOTSKY, 1998,p.130).

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    Para o desenvolvimento do processo psíquico a atividade de brincar também é

    importante. Brincar garante ao sujeito manter certa distância em relação ao real, fiel,

    na concepção de Freud, e vê no brincar o modelo do principio da realidade. Dessa

    maneira, o ato de brincar torna-se modelo de toda atividade cultural que, como a

    arte, não se limita a uma relação simples com o real

     A ação de brincar não é uma atividade que ocorre só na infância, mas a

    ocorrência neste período é maior devido a sua funcionalidade no processo do

    desenvolver humano. Assim, a atenção da criança ou de um grupo delas hoje

    poderá ser trocado por outro e até mesmo esquecido. Isto é perfeitamente natural e

    até esperado.

    Durante cada período de desenvolvimento o jogo e a brincadeira assumemcaracterísticas diferentes, sendo que se estruturam nos movimentos da primeira

    infância e do exercício dos expedientes necessários para o desenvolvimento

    simbólico.

    2.2 A arte do lúdico como incentivo pedagógico

     A estruturação da atividade do jogo e da brincadeira envolve a linguagem que

    passa ter um papel crescente, e sua utilização combinatória que funciona como

    instrumento de pensamento e ação, para ser capaz de falar sobre o mundo com a

    mesma desenvoltura que caracteriza a ação lúdica

    O que faz a criança desenvolver seu poder combinatório não é a aprendizagem

    da língua ou da forma de raciocinar, mas as oportunidades que têm de brincar com a

    linguagem e o pensamento.

    Bruner (2002, apud KISHIMOTO 1998), destaca um ponto fundamental para

    educadores: a brincadeira livre contribui para liberar a criança de qualquer pressão.

    Entretanto, é a orientação e a mediação com adultos que dará forma aos conteúdos

    intuitivos, transformando-os em idéias lógico-científicas, características dos

    processos educativos.

    Há uma flexibilidade na ação de brincar, sendo que a criança não depende de

    objetos, podendo criar situações de faz de conta, a partir de verbalizações referentes

    a objetos ausentes, muitas situações surgem em torno de temas retirados da

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    experiência cotidiana e os brinquedos podem ser escolhidos pela possibilidade que

    oferece à criança de desenvolver o tema que lhe mobiliza o interesse em

    determinado momento.

    Portanto, as brincadeiras se apresentam de formato determinante para as

    relações que a criança encontra de se adaptar no mundo, pois é brincando que a

    criança aprende a se relacionar com as experiências e vivencias, e é nessas

    vivencias, no intercambio com seu grupo, que possibilita a assimilação da realidade

    da vida em sua perfeição.

    2.3 O lúdico como estratégia de ensino

    O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) afirma que,

    a brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo

    que é o “não brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da

    imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem

    simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existenteentre brincadeira e a realidade imediata que lhe ofereceu conteúdo para realizar- se

    Nesse sentido, para brincar é preciso significados. Essa peculiaridade da

    brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da

    realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e

    das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada.

     Ao refletirmos a respeito do cotidiano em salas de aulas, logo nos damos conta

    de que há um numero interessante de alunos que encontram dificuldades das mais

    diversas na aprendizagem, o que os desmotiva aos estudos. Para que essa

    realidade seja modificada, é importante que haja modificações na prática

    pedagógica tornando-a mais prazerosa e ativa.

     Além de ser um aliado que estimula a autonomia e autoconfiança das crianças, o

    Lúdico na educação infantil também proporcionará o desenvolvimento da atenção,

    concentração, linguagem dentre outros requisitos indispensáveis ao aprendizado,

    pois é brincando que a criança inventa, aprende, descobre e, portanto, aperfeiçoa

    suas habilidades. Desta maneira, a ludicidade se mostra importante ao ser humano

    principalmente na primeira infância e por sua vez fazer jus sua aplicação por parte

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    dos educadores na tarefa do ensinar.

    Com essa medida, o professor pode exercitar a transmissão não somente

    didática, mas também a visão de mundo, nesse sentido, o estudioso Almeida

    textualiza o seguinte:

     A educação lúdica é uma ação inerente na criança e aparecesempre como uma forma transacional em direção a algumconhecimento, que se redefine na elaboração constante dopensamento individual em permutações constantes com opensamento coletivo (ALMEIDA, 1995, p.11).

    Isto significa que uma criança que, por exemplo, bate ritmicamente como os

    pés no chão e imagina-se cavalgando num cavalo, está orientando sua ação pelo

    significado da situação e por uma atitude mental, e não somente pela percepção

    imediata dos objetos e situações. A brincadeira favorece a auto-estima das crianças,

    auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar

    contribui assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito

    de grupos sociais diversos.

    O que importa é que a criança brinque, experimentando os mais variados

    tipos de brincadeiras ou jogos, sem preconceitos culturais.

    O faz de conta é uma atividade que a criança pode exercer sozinha com outra

    pessoa ou com um grupo podendo organizar-se de acordo com seus brinquedos,

    objetos presentes no seu dia a dia. A duração pode variar de acordo com as

    condições que brincam. No jogo simbólico a criança pode representar diferentes

    papéis, introduzir pessoas, objetos, animais, dar vida a qualquer coisa e simular

    qualquer situação.

    Cabe ressaltar então, que o pedagogo deve oferecer maneiras de ensinar

    diferenciadas, com atividades voltadas ao brincar para que, sem ferir o universoinfantil, apresente o ensinamento de maneira que a criança sinta prazer. O lúdico

    oferece condições de a educação infantil ser vivenciada por meio de planejamento

    de jogos e brincadeira que permitam o desenvolvimento do raciocínio lógico, com

    atividades físicas e mentais que patrocinam a sociabilidade e instigam reações

    afetuosas, morais, sociais, culturais, lingüística e cognitiva.

    . Ante esses entendimentos é que Goleman textualiza a necessidade da

    programação de atividades lúdicas nas escolas quando observou o conceito dainteligência emocional salientando o seguinte:

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     A preparação da criança para a escola passa pelodesenvolvimento de competências emocionais  –  inteligênciaemocional  –  designadamente confiança, curiosidade,intencionalidade, autocontrole, capacidades de relacionamento,

    de comunicação e de cooperação (GOLEMAN, 1999, p. 203).

     A complexidade do faz de conta, por exemplo, depende das experiências pelas

    quais a criança passa que podem enriquecer seu repertório e nutrir seu imaginário.

     As brincadeiras permitem à criança realizar ações concretas, reais, relacionadas

    com sentimentos que, de outro modo, ficaram guardados. Brincando, a criança vai,

    pouco a pouco organizando suas relações sociais, aprendendo a se conhecer

    melhor e a conhecer e aceitar a existência dos outros.

    Como é possível observar em pesquisas direcionadas, a ludicidade está em

    todas as fases da vida o ser humano devido sua constante busca pelo aprendizado

    e descobrimento por meio do contato com seus semelhantes, com o propósito do

    convívio em sociedade como ser atuante, critico, criativo e, sobretudo participativo.

    Bem, nessa ótica, é considerável afirmar a importância dessa continuidade

    natural na fase escolar.

     Ao pensar a educação nos primeiros anos de ensino fundamental tendo em

    vista seu inicio aos seis anos de idade, é que é importante uma ação que vá de

    encontro ao universo infantil para daí traçar um trabalho pedagógico do qual a

    criança possa se relacionar com ensino aprendizagem sem ferir sua natureza

    infantil.

     A infantilidade é a fase do brincar, por intermédio do Lúdico é que se torna

    possível o despertar pelo interesse particular, o descobrimento das necessidades e

    inserção ao meio em que vive. O ato de brincar reflete o universo da criança, desta

    maneira, o lúdico propicia com eficácia a possibilidade de envolver a criança noensino aprendizagem de modo privilegiado, sem subtrair a alegria desse ato próprio

    do universo infantil. Nessa ótica, Almeida textualiza o seguinte:

     A educação Lúdica é uma ação inerente na criança e aparecesempre como uma forma transacional em direção a algumconhecimento, que se redefine na elaboração constante dopensamento individual em permutações constantes com opensamento coletivo (ALMEIDA, 1995, p.11).

    Dessa maneira, o Lúdico surge como uma estratégia, por que não afirmar,insubstituível em se tratando de estimulo na edificação do aprendizado pedagógico.

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    O formato de atividades Lúdicas para a educação é caracterizada por seu

    formato maleável no sentido do entendimento das ações pela criança, os jogos

    incitam a busca dos objetivos por meio de percurso criativo para atingi-lo, com a

    adaptação necessária para essa finalidade a fim de adaptar-se aos novos desafios

    que se apresentem durante o percurso. Assim, o jogo não é simplesmente um meio

    de exploração, mas igualmente de invenção (BRUNER, apud BROUGÈRE, 1998,

    p.193).

    Em se tratando da utilização lúdica para a educação, os jogos surgem como

    ferramenta de oportunidade à aprendizagem do saber pedagógico, de conhecimento

    e concepção do mundo em que vivemos. De acordo com Piaget citado por

    (WADSWORTH, 1984, p.44).O jogo Lúdico é formado por um conjunto lingüístico quefunciona dentro de um contexto social; possui um sistema deregras e se constitui de um objeto simbólico que designatambém um fenômeno. Portanto, permite ao educando aidentificação de um sistema de regras que permite umaestrutura seqüencial que especifica a sua moralidade(FRIEDMAN, 1996, p. 41).

    Em pesquisas pertinentes ao tema, se nota a importância das atividades

    lúdicas para a educação de forma contundente para o desenvolvimento dos

    potenciais humano nas crianças, o quem vem proporcionar qualidades apropriadas

    ao incremento emocional, cognitivo, social e psicomotor. Isso porque toda atividade

    Lúdica traz consigo o propósito de trazer a baila prazer e entretenimento a quem a

    pratica.

    Toda experiência que completa um momento tem um formato Lúdico, quando

    agregada a ação,o aforismo, e a emoção. A criança se pronuncia, assimila

    informações e estabelece a sua realidade quando está experimentando aLudicidade. È quando parte a reproduzir de alguma forma as suas experiências

    cotidianas, transformando sua realidade conforme seus anseios, interesses e

    preocupações.

     A partir do incentivo do brincar é que a criança pode ampliar enormes

    habilidades, como a concentração, o cuidado, a repetição, e a lembrança. Para

    poder alcançar esses objetivos, é importante que a criança exerça sua disposição de

    inventar, observando a imprescindibilidade que deve haver na abundancia davariedade nos experimentos que lhes são apresentados.

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     A essência da educação Lúdica deve estar pautada, no entanto, a ações em que

    vá de encontro à busca da apropriação dos conhecimentos, para tanto, exige-se

    também reflexão, indagação, participação e esforço dos envolvidos nessa

    empreitada, considerando que esse formato de educar sempre esteve presente em

    todas as épocas da historia da humanidade graças sua importância desde o ventre

    da mãe, isso não somente com os olhos voltados a educação, mas também

    psicológico fisiológico.

     A Ludicidade surge então como meio de promoção da interação entre pessoas,

    ou seja, mesmo com regras que requer cooperação para atingir o objetivo proposto

    com parâmetros de respeito e educação para alcançá-lo, desta maneira, o estimulo

    da convivência do grupo é fundamental. Desta maneira, a ludicidade assentada nasbases educativas, envolve critérios em que propiciará melhoria nas funções não

    literárias e literárias, linguagem, comunicação, bem como outras bases para o bom

    convívio social fundamentados em regras, flexibilidade e combinação de idéias,

    comportamentos e propósitos.

    Nessa perspectiva, é clara a proximidade que há entre o jogo lúdico e a

    educação infantil, pois a ludicidade pode aprimorar o conteúdo do ensino

    pedagógico se utilizado enquanto recurso de motivação da criança para oaprendizado. Segundo Vygotsky:

    É na interação com as atividades que envolvemsimbologia e brinquedos que o educando aprende a agirnuma esfera cognitiva. Na visão do autor a criançacomporta-se de forma mais avançada do que nasatividades da vida real, tanto pela vivência de umasituação imaginária, quanto pela capacidade desubordinação às regras (VYGOTSKY, 1984, p. 27).

    O que se percebe com essas pesquisas é que o Lúdico enquanto atividade

    pedagógica abona com seriedade sua importância para o desenvolvimento infantil

    de maneira sadia na apreensão do conhecimento, já que esse formato de ensinar

    propicia melhora na percepção por intermédio dos sentimentos e da fantasia que

    oferece uma comunicação sadia com o mundo que a cerca, com ela mesma, com a

    coexistência reforçando desse modo relações sociais embasadas no respeito pelo

    próximo.

    Uma hipótese interessante, é que para poder alcançar esse entendimento, há

    de considerar o cuidado que se deve ter, com a grandeza do Lúdico nas atividades

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    escolares, para que possa possibilitar que as crianças sejam protagonistas de suas

    próprias ações, obviamente que mobilizados pelo processo de aprendizagem, sem

    perder de vista o limite das possibilidades se seu desenvolvimento.

    Vygotsky (1984) defende em suas pesquisas que a ação do brincar traz

    consigo um uma relevância muito importante na construção do pensamento infantil.

    Segundo este estudioso, é justamente a partir das brincadeiras e jogos que a

    criança revela sua condição visual, motora, cognitiva e auditiva além de tantas

    outras que propicia sua entrada em outras relações sociais, símbolos e coisas.

    Desta forma, se entende que é justamente á partir do Lúdico que a criança constrói

    seus pensamentos.

    Nessa perspectiva, este teórico nos exorta que a expressão, do brincar temimportante desempenho na ampliação cognitiva da criança no grau que sistematiza

    seus conhecimentos, contribuindo na acomodação das metodologias em curso.

     A brincadeira cria para as crianças uma "zona de desenvolvimento proximal" que

    não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento,

    determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o

    nível atual de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um

    problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiromais capaz (VYGOTSKY, 1984, p.97).

    Importante salientar nessa pesquisa que a educação pedagógica está

    vivenciando um momento histórico de transformação favorável á reflexões de ações

    que sejam fundamentais em relação á políticas públicas voltadas para essa

    finalidade. Isso pode ser notado ao observarmos que a cada dia é visto com maior

    atenção o cuidado a educação na primeira infância, tratando desse tema enquanto

    prioridade por parte dos governantes, bem como por organizações da sociedade civile outros movimentos principalmente da área pedagógica e outras voltadas ao

    conhecimento, que de modo crescente, por entenderem que a educação infantil de

    qualidade é o que certamente pode ser no futuro da criança, a ponte necessária à

    formação absoluta do cidadão enquanto individuo. Nesse sentido, como afirma

    Barros (2008) o Plano Nacional de Educação abaliza múltiplas metas qualitativas,

    dentre elas:

    Em primeiro lugar, determina que sejam elaborados, no prazo de um ano,

    padrões de infra-estrutura para o funcionamento adequado das instituições de

    Educação Infantil. Esses padrões também devem orientar novas autorizações de

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    funcionamento. O Plano define que o executivo municipal deve assumir a

    responsabilidade pelo acompanhamento, controle e supervisão das creches e pré-

    escolas. Também exige a colaboração entre os setores de educação, saúde e

    assistência, bem como entre os três níveis de governo, no atendimento à criança de

    0 a 6 anos de idade. E determina a efetiva inclusão das creches no sistema nacional

    de estatísticas educacionais. Outra meta importante é assegurar que, em todos os

    Municípios, além de outros recursos municipais, 10% (dos 25%) das verbas de

    manutenção e desenvolvimento do ensino sejam aplicados, prioritariamente, na

    Educação Infantil. Para isso, exige a colaboração da União (PNE, 2008, p. 13).

    Essas mediadas adotadas pelo Estado nada mais é que um sublinhar do que

     já se sabe sobre a educação infantil, que propicia na criança o preparo primordial aoconvívio social, pois é o momento em que passa a observar as primeiras noções de

    valores morais, graças ao aprimoramento de suas capacidades cognitivas e motoras

    que esta oferece.

     Assim, é chegado o momento de se pensar na importância do preparo

    adequado do professor para que este possa desenvolver suas atividades

    adequadamente a criança, respeitando a faixa etária de cada uma delas. Para tanto,

    é imprescindível que se repense as metodologias escolares de praxe, poishabitualmente as escolas designam professores nem tão preparados como se deve,

    nem tão comprometidos como se espera para desenvolver um trabalho adequado de

    educação infantil, isso porque ainda não há uma obrigatoriedade legislativa no que

    se refere à apresentação de resultados de desempenho da criança aluno.

    Cada teórico, portanto, tem uma maneira peculiar de observar a metodologia

    construtiva do Lúdico, entretanto, se tomarmos enquanto modelo o pensamento de

    Dantas (1988) “o termo Lúdico se refere à f unção de brincar (de maneira livre eindividual) e jogar (no que se refere a uma conduta social que supõe regras)”.

    Qualquer que seja, por conseguinte, a forma de como se expressa a

    importância do lúdico na educação pedagógica, esta é firmemente colocada

    enquanto uma metodologia cuja importância na contemporaneidade se faz latente,

    observando que o propósito fundamental da educação está embasado não somente

    na pratica didática, mas principalmente no entendimento e compreensão do que o

    lápis traça.

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    2.4 O papel do educador no ensino aprendizagem Lúdico

     As modalidades ou formas de alcançar a transmissão do conhecimento chama-se

    educação pedagógica. Conforme textualizou Jean Piaget: “O professor não ensina,

    mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações, problemas”. 

    E de extrema relevância observar que a utilização de jogos e brincadeiras na

    Educação Infantil, está muito condicionada à função do educador em sala de aulas.

    Isso porque o professor ao propor esse tipo de atividade como uma abordagem

    pedagógica deve antes de tudo observar a criança como um ser em

    desenvolvimento (MELHADO, 2001).

    O Lúdico em sala de aulas tem que ser utilizado como incentivo ao despertar

    do interesse pela aprendizagem, pela absorção do conhecimento, se tornando uma

    ferramenta que aguça as funções psicológicas consolidadas naturalmente no

    individuo. Segundo Vygotsky (1998, p.137), “ao educador, cabe conhecer suas

    crianças, antecipar suas reações e escolher atividades que sejam interessantes á

    faixa etária e aquele grupo em particular. É necessário utilizar materiais que

    provoquem reações na criança, que sejam interessantes e desafiadoras".

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    3 FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

    3.1 O desenvolvimento motor infantil

    Primeiro estágio: o uso dos reflexos (trinta dias de nascido). Nesse período de

    vida, o bebê possui reflexos ou as reações inatas a estimulação, eles são adaptáveis

    no tocante que permite o bebê sobreviver e aprender. O comportamento reflexo é

    adaptável e por conseqüência inteligente, pois permite que ocorra a aprendizagem.

    No reflexo de sucção, por exemplo, é adaptável e permite o bebê a ingerir o

    alimento. Neste estágio o bebê é recebedor passivo de estimulação.

    Quanto à relevância do desenvolvimento motor infantil Piaget afirma que:

    Os comportamentos de reflexos que são importantes inicialmente são: o de

    sucção, o de pressão, os de acomodações visuais e de movimentos dos olhos, bem

    como os que se ligam à audição e fonação (PIAGET 1982, p.190).

    Segundo estágio: Reações primárias (de 1 a 4 meses). Neste estágioquando o bebê está no seu berço e suga o seu polegar de maneira satisfatória, está

    exemplificando uma resposta circular primária. Portanto, chupar o dedo e mamar

    representa duas atividades diferentes, cada uma das quais ocorre em momento

    adequado. Este esforço ativo foi conseguido por acaso, através de alguma atividade

    aleatória. A capacidade de o bebê sugar é inata, por acidente ele colocou o dedo na

    boca.

    E exercitando seu reflexo inato de sugar, ele sugou o objeto em sua boca egostou, e com isso fez algumas adaptações.

    O bebê faz grandes esforços para colocar o polegar na boca e continua

    sugando não para alimentar- se, mas, pela satisfação que este ato lhe proporciona,

    isso porque está interessado no efeito dessa ação. Sugará todas as coisas que ele

    pegar tanto para seu alimento quanto para sentir- se contente com o ato de sugar.

    No estágio um e dois o bebê está constantemente encontrando objetos, perdendo o

    contato com eles e reencontrando. O objeto deixa de existir quando não pode servisto, tocado, ouvido, cheirado ou degustado.

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    Terceiro estágio: Reações circulares secundárias - de 4 a 8 meses; Neste

    estágio o bebê marca o início da ação intencional. No estágio anterior o bebê repetia

    suas reações circulares pelo prazer das ações. Mas agora está ficando interessado

    pelos resultados de suas ações. Ainda continuam a acontecer padrões de

    comportamento durante os movimentos aleatórios, eles os aprende e repete para ver

    os resultados. O bebê já focaliza seu corpo e se interessa pelos objetos e eventos

    externos. A permanência do objeto é parcial, ela passa a recuperar objetos

    desaparecidos, mas isso ocorre apenas sob condições específicas, isto é, quando

    pode prolongar o movimento de acomodação que estava ocorrendo quando o objeto

    desapareceu, dessa maneira, pode recapturar visualmente um objeto, se já o está

    seguindo com os olhos quando perde contato com ele, e se o objeto permanecernum caminho em linha reta. Não existe busca do objeto fora desse caminho.

    Segundo Piaget:

     As principais realizações no estágio três são: o desenvolvimento de preensão

    visual motora, a aprendizagem de novos esquemas, que reproduzam ou prolongam

    um acontecimento interessante, embora o esquema precise ser construído desde o

    início, a partir de atividades antes casuais finalmente, o prolongamento de

    acomodações, que estão em processo quando um objeto desaparece (PIAGET1973, p. 13).

    Quarto estágio: Coordenação dos esquemas secundários de 8 a 12 meses;

    Neste estágio o bebê já pode resolver problemas simples, usando respostas

    anteriores dominadas, suas ações são cada vez mais orientadas para a meta.

    O bebê já começa a desenvolver o esquema de objeto permanente. Se

    mostrar um objeto e esconde-lo o bebê vai à procura, se mudar para outro lugar, ele

    irá primeiramente ao primeiro esconderijo.Quinto estágio: Reações circulares terciárias - 12 a 18 meses; O bebê está

    descobrindo novos meios mediante a experimentação ativa. Este é o ultimo estágio

    cognitivo que não inclui representações mentais de eventos externos, ou que

    imaginemos como pensamento, e o primeiro que inclui é a tentativa de novas

    atividades.

    O bebê ainda está fazendo descobertas acidentais de ações e produz alguns

    resultados agradáveis, mas já não repete estas ações descobertas acidentais

    totalmente. Acomoda para descobrir novas situações para novos problemas, tenta

    novos padrões de comportamento para atingir a meta e aprende por ensaio e erro.

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    Embora o bebê tenha um esquema para um objeto permanente e possa seguir uma

    seqüência de deslocamento do objeto, ele não pode imaginar movimentos que não

    veja.

    Sexto estágio: A invenção de novos meios por intermédio de combinações

    mentais - 18 a 24 meses; Neste estágio o bebê já possui entendimento da natureza

    dos objetos, dos relacionamentos entre diferentes trajetórias e um pouco de

    entendimento de causalidade. Desenvolve a capacidade de imaginar eventos em

    sua mente e de segui-lo em certo grau. Ele pode pensar. Este estágio representa um

    grande avanço, ele já não passa mais através do processo de ensaio e erro na

    solução de novos problemas.

     Agora o bebê pode experimentar soluções em sua mente e descartaraquelas, que sabe que não funciona. Também pode imitar ações mesmo que algo

    ou alguém não esteja em sua presença. Permanência do objeto, o bebê já está com

    o conceito desenvolvido, agora ele já entende os deslocamentos dos objetos visíveis

    e invisíveis, também procura um objeto nos últimos esconderijos e não no primeiro

    (VYGOTSKY).

    3.2 Formas de Comunicação

    Outro estudioso marcante nessa temática foi Vygotsky, para esse pensador é o

    aforismo verbal que nos ajuda a organizar a realidade em que vivemos.

    O Bebê ou a criança pequena, antes de desenvolver a fala, já pensam,

    portanto têm querer, desejos e emoções. O choro, o olhar, o corpo falam por si para

    expressarem suas necessidades físicas e ou emocionais.

    O educador, na sua prática diária, deve ter em mente a importância do

    reconhecimento dos sinais que a criança passa no cotidiano, obviamente que, com a

    cautela necessária para que não haja confusão entre artimanhas infantis e

    necessidades reais, embora nunca ignorando sejam quais forem os sinais de alerta.

    Voltando as experiências postas pela médica italiana Maria Montessori, que

    considerava o aprendizado como um exercício de desenvolvimento para alcançar as

    idéias abstratas a partir dos objetos concretos, se, associando as ideias de

    Vygotsky, que colocava a necessidade da conivência social para a construção do

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    conhecimento, certamente vamos encontrar, o entendimento comum de que o

    aprendizado se torna mais acessíveis e prazerosos se oferecido dentro do universo

    infantil, em se tratando do ensino na primeira infância.

    Embora para o olhar de um adulto sem o exercício necessário da observação

    direcionada, esse movimento pode não tem sentido algum, e se acaba perguntando:

    “O que será que ele esta fazendo?”.

    O educador, portanto, deve estar buscando o preparo imprescindível de se

    ter consciência e presença para investigar todas as pistas fornecidas pela criança na

    sua linguagem corporal, iniciando, principalmente, com a devida observação, se há a

    necessidade de estreitar o contato com a família.

    Os estudos de Vygotsky nos trazem algumas conclusões, ele demonstra quea criança utiliza a imitação para que possa aprender, isso quer dizer que na prática é

    necessário o contato com a experiência, com o objeto ou a observação do fazer.

     Ainda de acordo com os pensamentos de Vygotsk, o nível superior da

    reflexão, do conhecimento abstrato do mundo, tem inicio com as interações sociais

    cotidianas, desde as atividades praticas da criança até tornar-se capaz de formular

    conceito. Ao analisar os fenômenos da linguagem e do pensamento, buscam

    compreendê-los dentro do processo sócio e histórico como “internalização dasatividades socialmente enraizadas e historicamente desenvolvidas”. No processo de

    internalização é fundamental a interferência do outro  – a mãe, os companheiros de

    brincadeiras e estudo, os professores  – para que os conceitos sejam construídos e

    sofram constantes transformações.

    Com o pequenino não é diferente, trata-se da referência que ele tem o mote

    para um aprendizado. Desta maneira, nota-se que a imitação faz parte do cotidiano

    e do universo infantil e cabe ao educador ou responsável saber organizá-lo para quea criança se desenvolva de forma positiva. Assim, uma criança que frequenta um lar

    bem estruturado apresentará menos problemas de convivência do que uma que

    mora numa casa onde ocorrem maus tratos dos mais diversos e que inclusive a

    atingem. Logo, a interferência do outro é fundamental para a aprendizagem dos

    signos socialmente elaborados.

    Voltando às investigativas das prematuridades, a criança, conforme os

    estímulos recebidos, ou seja, ações para serem imitadas terão um desenvolvimento

    considerado padrão, sorrirá em resposta entre um e três meses, sentar-se-á sozinho

    entre os cinco e nove meses, engatinhará entre seis e doze meses, ficar em pé

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    sozinho entre oito e dezessete meses, andará sozinho entre nove e dezoito meses,

    e assim sucessivamente.

     A convivência nas unidades de atendimento escolar, que podem receber

    diversos nomes, tais como CEI (Centro de Educação Infantil  –  SP/SP) EMEB

    (Escola Municipal de Educação Básica  –  SBC/SP), NRI (Núcleo de Recreação

    Infantil [em geral instituições privadas]), etc. os educandos desenvolvem mais

    rapidamente suas habilidades, desta maneira, poderão fazer uso de talheres para

    alimentar-se sozinho mais rapidamente do que a criança que não freqüenta esse

    tipo de instituição, isso demonstra que o convívio e prática de movimentos e da

    linguagem aguçam o desenvolvimento psicomotor do individuo desde a primeira

    infância.Outro estudioso importante de ser lembrado nessa fase é Jean Piaget que em

    suas pesquisas demonstra que não só fisicamente, mas também psicologicamente,

    o educando se desenvolve em estágios definidos, com um desenvolvimento mais ou

    menos padrão. Para ele, a criança se amplia em estágios da seguinte maneira:

    O sensório-motor de 0 a 2 anos.

    O pré-operatório de 2 aos 7 anos.

    O operatório concreto dos 7 aos 12 anos e;O de operações formais dos12 aos 15 anos.

    O estágio sensório- motor é uma ocasião de comportamento inteligente antes

    do desenvolvimento da linguagem. Neste período o bebê formula esquemas que

    organizam a informação obtida através dos sentidos ambientais. O comportamento

    do bebê na infância é adaptável, porque ele está sempre modificando os esquemas

    em respostas ao ambiente e, portanto é inteligente. Esses esquemas motores são as

    raízes da histórica das quais mais tarde se desenvolve os esquemas conceituais(PIAGET, 1982).

    Conforme Piaget (1982) a criança, no estágio pré-operatório - entre 24 e 36

    meses de idade, pode começar a desenvolver a leitura, por exemplo, desde que

    estimulada, mas não consegue escrever, pois não desenvolveu ainda a habilidade

    motora necessária para segurar o lápis.

    Nessa linha de raciocínio, a passagem de um estágio para outro é possível,

    graças ao mecanismo de organização e adaptação. Ou seja, os quatro

    estágios/sensório-motor, intuitivo, das operações concretas e das operações

    abstratas/ representam o desenvolvimento:

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    Da inteligência (da lógica), que evoluiu da simples motricidade do bebê até o

    pensamento abstrato do adolescente;

    Da afetividade, que parte do egocentrismo infantil até atingir a reciprocidade e

    cooperação, típicas da vida adulta;

    Da consciência moral, que resulta de uma evolução que parte da anomia

    (ausência de leis), passa pela heterônoma ( aceitação da norma externa) até atingir

    a autonomia ou capacidade de auto determinação, que indica a superação da moral

    infantil (HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA PEDAGOGIA GERAL E BRASIL,2006).

    3.3 Caracterizações do bebê de 0 a 2 anos segundo Jean Piaget

    Para Piaget (1982), o desenvolvimento ocorre numa seqüência. Este conceito

    envolve a organização mental, um esquema é a unidade básica, e este se

    desenvolve de uma simples ação reflexiva para uma atividade controlada.

    Há dois princípios gerais, organização e adaptação, estes por sua vez têm

    muita influência no desenvolvimento cognitivo do bebê. A organização envolve a integração de todos os processos em um sistema

    global. O esquema que um bebê cria de olhar e agarrar são diferentes resultando

    em uma coordenação defectiva olho e mãos. O bebê organiza estes esquemas a fim

    de segurar e olhar o objeto desejado ao mesmo tempo.

     A adaptação é um processo duplo, por meio do qual o bebê cria novas

    estruturas para lidar com o novo aprendizado e este envolve assimilação e a

    acomodação que são fundamentais para o comportamento inteligente. A assimilação

    é a apreensão à incorporação de um novo objeto, experiência em um conjunto de

    esquemas existentes. Quando o bebê responde a um estímulo, está assimilando;

    por exemplo, assimila o bico de borracha de uma mamadeira a seu esquema de

    sucção.

     Ao tratar da acomodação, esta é a metodologia pela qual o bebê modifica

    suas ações para manejar objetos e situações, é um processo de mudança. Os

    movimentos da boca no mamilo da mãe são diferentes do bico da mamadeira, mas

    quando o bebê percebe esta diferença nos movimentos da língua e na ingestão do

    alimento, ele acomoda o bico de borracha e desenvolve um novo tipo de sucção.

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     A assimilação e a acomodação estão sempre atuando juntos para produzirem

    modificações na conceituação do bebê ao mundo, relativo ao seu ambiente e a sua

    reação a ele, esta sensatez entre assimilação e acomodação é chamada de

    equilíbrio.

    O conhecimento é um processo ativo que depende da interação do bebê e

    seu meio ambiente, pois ele aprende por meio dos seus encontros ativos, pois o

    mesmo não é recebedor passivo de estimulação do ambiente nem possuidor de um

    conjunto pré- formado das capacidades intelectuais. Na infância a atividade motora

    dá origem a pensamentos (o que Piaget chama de operações mentais).

     À medida que o bebê se desenvolve, sua atividade motora cede lugar cada

    vez mais à atividade cognitiva, mas a aprendizagem continua pelo processo ativo.

    3.4 Teorias Psicossociais

    Segundo Sigmund Freud (2005) ao longo dos primeiros dois anos de vida, os

    bebês tem grande prazer em sugar e colocar coisas na boca. Esta atitude é arealização da satisfação sexual pelo sugar e seguido pelo morder, isto é, os bebês

    levam objetos à boca e sugam mesmo quando não há mais alimento a ser ingerido,

    portanto, sugam pelo prazer de sugar.

    Muito importante de ser lembrado é que, a estudiosa, Ana Mercês Bahia

    Bock, em suas pesquisas aborda o seguinte:

     A criança não é um adulto em miniatura. Ao contrario, apresenta características

    próprias de sua idade. Compreender isso é compreender a importância do estudo do

    desenvolvimento humano. Estudos e pesquisas de Piaget demonstraram que

    existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprias

    de cada faixa etária, isto é, existe uma assimilação progressiva do meio ambiente,

    que implica uma acomodação das estruturas mentais a este novo dado do mundo

    exterior (BOCK, 2005, p.98).

    3.5 Fases orais (do nascimento aos 2 anos)

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    Nesta fase oral os bebês são inteiramente uma boca, passa maior parte de sua

    satisfação sugando mamilos, mamadeiras, dedos e qualquer outra coisa que

    possam colocar na boca. Eles formam pontes de ligação com fontes de gratificação.

    Durante este estágio de “narcisismo primário” os bebês estão interessados em suas

    próprias gratificações.

    3.6 Fase anal - 2 aos 3 anos de idade

    O maior prazer da criança durante a fase anal vem da retenção das fazes e

    também da estimulação dos movimentos intestinais, a mamadeira de treinamento ao

    toalete, determina a resolução deste estágio. Erick H. Erikson textualiza o seguinte a

    esse respeito:

    Enquanto Freud realça os determinantes biológicos do comportamento, Erikson

    considera as influências culturais e sociais, seu maior interesse está no crescimento

    do ego, especialmente nas maneiras pelas quais a sociedade molda seu

    desenvolvimento (ERIKSON 1977, p.14).

    Segundo Erikson (1977) “oito idades do homem” ocorrem crises que

    influenciam o desenvolvimento do ego e a maneira pela qual essas crises são

    resolvidas, pois são as que determinam o curso de seu desenvolvimento. Podemos

    citar como exemplo, duas dessas crises:

    3.6.1 Cri ses 1 - Con fi ança básica ver su s Desc on fi ança Básica  – do nasc imentoa 12-18 meses

     A criação da confiança acontece através dos cuidados sensíveis e pelas

    necessidades físicas e emocionais, esta por sua vez, é à base de identidade

    posterior. Os bebês confiantes dormem tranquilamente, comem bem e desfrutam de

    uma relaxação intestinal, mostrando seus sentimentos seguros de que o mundo é

    um bom lugar para viver.

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    3.6.2 Cris e 2  – Auton om ia versus Vergonha - 18 meses a 3 anos

    O senso de confiança das crianças em suas mães e no mundo leva-as àcompreensão do seu próprio senso do eu, compreendendo que tem uma vontade,

    compreendem suas limitações e sua capacidade e dependência continuada fazem

    com que duvidem de sua capacidade para autonomia. Se a criança não receber um

    controle suficiente do adulto, desenvolve sua própria “consciência precoce” e com

    ela um senso de vergonha, ou raiva voltada contra o eu. As crianças que deixam de

    se desenvolver por falta de autonomia, em consequência de posicionamentos de

    seus pais, por serem permissivos demais ou excessivamente controladores, podemtornar- se compulsivas quando se controlarem.

    O medo de perder o autocontrole pode inibir sua autoexpressão, e fazê-las

    duvidar de si próprias, de se envergonharem e, consequentemente, de sofrerem

    uma perda de autoestima (ERIKSON, 1977).

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    4 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE AO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO.

    4.1 Sala de aulas para a construção de conhecimento.

     A sala de aulas, pode não e somente um espaço absolutamente frio, este

    ambiente de disseminação da aprendizagem e conhecimento, também, deve ser um

    espaço onde a criança em idade que inicia sua vida escolar, seja adequadamente

    preparado para melhor auxiliá-lo nessa fase de desenvolvimento infantil. Para essa

    finalidade, o professor será a figura mediadora que proporcionara o auxilio

    necessário nesse raciocínio, será tido como um referencial, cuja afetividade e

    disposição deve brotar de modo natural. Segundo o estudioso Piaget, a construção

    do conhecimento, a aprendizagem e a inteligência, estão estritamente vinculadas

    principalmente na primeira infância, desta forma, com aplicação de atividades

    lúdicas para a disseminação do conhecimento e da educação a criança aprende

    brincando A escola como uma instituição cujo conceito maior e a responsabilidade pela

    construção e promoção do ensino aprendizagem, o profissional da educação deve

    oferecer oportunidades que o aluno possa assimilar sua mensagem sem ferir seu

    universo infantil com atitudes que estimule as capacidades criticas e cognitivas da

    criança. (HAIDT 2002, p.48).

    Importante salientar que o profissional da educação esta abrigado pelos

    Parâmetros Curriculares Nacionais no que se refere à orientação de praticaspedagógicas que norteiam os novos profissionais:

     A formação de professores se coloca, portanto, como necessária para que a

    efetiva transformação do ensino realize. Isso implica revisão e atualização dos

    currículos oferecidos na formação continuada que cumpram não apenas a formação

    inicial, mais que constituam em espaços privilegiados de investigação didática,

    orientada para a produção de novos materiais, para a analise e reflexão sobre a

    pratica docente, para a transposição didáticas dos resultados de pesquisasrealizadas na lingüística e na educação em geral. (PCN - LÍNGUA PORTUGUESA,

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    P.66).

    Nessa ótica, nota-se que o brincar pode ser observado como um recurso

    intermediador na metodologia pedagógica com o objetivo de facilitar o ensino

    aprendizagem graças sua capacidade em enriquecer a dinâmica, no trato das

    relações sociais na escola, o que certamente possibilitara o fortalecimento da

    relação entre professor e aluno.

     A escola não muda a sociedade, mas pode, partilhando esse projeto com

    segmentos sociais que assumem os princípios democráticos, articulando-se a eles,

    constituir-se não apenas como espaço de reprodução, mas também como espaço de

    transformação. Essa possibilidade não é dada, nem automaticamente decorrente da

    vontade. É antes um projeto de atuação político-pedagógico que implica avaliarpraticas e buscar, explicita e sistematicamente, caminhar nessa direção. (PCN,

    1997, p. 25-26).

    Logo, o despertar do interesse pelo conhecimento por meio de atividades

    lúdicas e suas manifestações, são propostas em que proporciona a expansão do

    conhecimento e sua apreensão de forma alegre com o auxilio de experiências

    infantis que desperta de forma humana e sensível a educação não somentepedagógica, mas também em conviver com o outro.

    4.2 Os jogos como reforço do ensino aprendizagem.

    Esse tipo de ensino aprendizagem também reforça o potencial de convívio, isso

    porque estabelece uma relação forte entre o real e o irreal por intermédio da

    adequação simbólica que o modo formal de ensinar não proporciona.

    Eu agora diria a nós, como educadores: ai daqueles e daquelas, entre nós, que

    pararem, com a sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem, de denunciar

    e de anunciar. Ai daqueles e daquelas que em lugar de visitar de vez em quando o

    amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o agora, ai daqueles que em

    lugar desta viagem constante no amanha se atrelem a um passado de exploração e

    de rotina. (PAULO FREIRE, p.26).

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    Segundo Kishimoto (2001), deve ser considerada a diferença que há

    entre brinquedo e material pedagógico com base na atuação do educar, isso no que

    se refere à utilização de jogos no processo pedagógico graças ao interesse que a

    criança demonstra a respeito dos jogo pedagógicos, textualiza o seguinte;

     Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos

    dispostos intencionalmente, à função pedagógica subsidia o desenvolvimento

    integral da criança. Nesse sentido, qualquer jogo empregado na escola, desde que

    respeite a natureza do ato lúdico, apresenta caráter educativo e pode receber

    também a denominação geral de jogo educativo (KISHIMOTO, 2001, p.83).

     A respeito do jogo, Piaget nos exorta da seguinte maneira:O jogo é um caso típico das condutas negligenciadas pela escola tradicional,

    dado o fato de parecerem destituídas de significado funcional. Para a pedagogia

    correta, á apenas um descanso ou o desgaste de um excedente de energia. Mas

    esta visão simplista não explica nem a importância que as crianças atribuem aos

     jogos e muito menos a forma constante de que se revestem os jogos infantis,

    simbolismo ou ficção (PIAGET, 1972, p.156).

     A luz desses pensamentos pode ser afirmado que nas atividadeseducativas os jogos, utilizados como ferramenta de ensino traz à oportunidade de

    proporcionar ao educando de forma divertida e descontraída, um modo mais

    tranquilo de aquisição do saber, do conhecimento e entendimento de mundo e

    convívio social graças às regras que esse tipo de atividade exige.

    De acordo com Piaget citado por Wadsworth:

    O jogo lúdico é formado por um conjunto lingüístico que funciona dentro de um

    contexto social; possui um sistema de regras e se constitui de um objeto simbólicoque designa também um fenômeno. Portanto, permite ao educando a identificação

    de um sistema de regras que permite uma estrutura sequencial que especifica a sua

    moralidade. (WADSWORTH, 1984, p. 44).

    Friedman considera que:

    Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa e interacional, ou

    seja, quando alguém está jogando está executando regras do jogo e ao mesmo

    tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a

    convivência em grupo (FRIEDMAN, 1996, p. 41).

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    Nesta perspectiva, os brinquedos utilizados em sala de aulas, mais

    propriamente dizendo, jogos lúdicos, enquadram-se nos princípios pedagógicos, isso

    porque, abarcam critérios importantes para tal finalidade como:

    Ÿ Auxilio no letramento a partir do desenvolvimento da atenção,

    Ÿ Significados e importância das regras,

    Ÿ Flexibilidade de observação e comportamentos do “adversário“,

    Ÿ Auxilia a aprendizagem partindo da noção de habilidades inatas,

    Como pode ser notado, há uma relação intrínseca entre a ludicidade e a

    educação das crianças no que se refere ao favorecimento do processo pedagógico

    nos conteúdos escolares, assim como um recurso que propicia a motivação noensino aprendizado.

    Isso porque os jogos lúdicos proporcionam condições favoráveis ao educando

    para vivenciar situações-problemas que mais a frente entenderão que faz parte do

    convívio em sociedade bem como com o raciocínio lógico partindo do principio das

    atividades físicas e mentais que favorecem a sociabilidade e estimula de modo

    favoráveis as relações afetivas, sociais, morais, cognitivas, linguísticas e culturais.

    De acordo com Vygotsky:É na interação com as atividades que envolvem simbologia e brinquedos que o

    educando aprende a agir numa esfera cognitiva. Na visão do autor a criança

    comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela

    vivência de uma situação imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às

    regras (VYGOTSKY, 1984, p. 27).

    Observando os benefícios que a atividade lúdica em sala de aulasproporciona aos educando assim como inúmeros pensadores e estudiosos que

    abordam esse tema, e que se torna possível defender que o lúdico deve e pode ser

    considerado como fator importante na vida do ser humano em seu desenvolvimento

    bem como uma maneira de penetrar na realidade infantil para fins pedagógicos.

    Kishimoto diz que:

    Brincando as crianças aprendem a cooperar com os companheiros a obedecer às

    regras do jogo a respeitar os direitos dos outros a acatar a autoridade a assumir

    responsabilidades, aceitar penalidades que lhe são impostas a dar oportunidades

    aos demais enfim, a viver em sociedade (KISHIMOTO, 1993, p.110).

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    E ainda:

    “Por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita a

    busca de meios, pela exploração ainda que desordenada, e exerce papel

    fundamental na construção de saber fazer” (KISHIMOTO, 2002, p.146).

    Vygotsky diz que “O brinquedo cria na criança uma nova forma de desejos a

    um eu fictício”. 

     A metodologia lúdica, proporciona um aprendizado prazeroso, descontraído e

    alegre, sendo importante que seja ressaltado que o formato de um ensino

    aprendizagem com a utilização de metodologia lúdica está distante de um

    entendimento meramente de diversão, vulgar ou um ingênuo passatempo (VYGOTSKY, 1998, p. 131).

    4.3 As vantagens da utilização de jogos pedagógicos no ambiente escolar

     Após debruçar em pesquisas pertinentes, logo se observa que a utilização dos jogos pedagógicos como ferramentas para o ensino aprendizagem oferecem

    vantagens como:

    Ÿ Promove a integração social, motora, cognitiva e afetiva.

    Ÿ Motiva a criança a explorar o conhecimento

    Ÿ Mobiliza e exercita o raciocínio lógico, com esquemas em que favorece o

    estimulo mental.

    Ÿ Estimula o pensamento e coordenação e ordenação de tempo espaço.

    Ÿ Favorece a apropriação de condutas cognitivas, de habilidades, rapidez,

    destrezas, concentração, dentre outras.

    Segundo Vygotsky (1994 p. 56), “o jogo traz oportunidade para a o

    preenchimento de necessidades irrealizáveis e também a possibilidade para

    exercitar-se no domínio do simbolismo”. 

    O foco do pensamento teórico desse pensador e a Zona de Desenvolvimento

    Proximal por intermédio dos jogos pedagógicos que permite tal proximidade, nesse

    sentido, ele exorta o seguinte:

    No desenvolvimento a imitação e o ensino desempenham um papel de primeira

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    importância. Põem em evidencia as qualidades especificamente humanas do

    cérebro e conduzem a criança a atingir novos níveis de desenvolvimento. A criança

    fará amanha sozinha aquilo que hoje e capaz de fazer em cooperação. Por

    conseguinte, o único tipo correto de pedagogia e aquele que segue em avanço

    relativamente ao desenvolvimento e o guia; deve ter por objetivo não as funções

    maduras, mas as funções em vias de maturação (VYGOTSKY, 1979, p.138).

    O lúdico faz com que a criança em seu universo tenha condições de

    satisfazer desejos irrealizáveis. Ela brinca para aprender a se colocar no mundo, o

    brinquedo nessa questão nada mais é do que instrumento maior que a realidade.

    4.4 O Brincar para Educar e orientar limites

    Se for descrever os vários conceitos a respeito de o termo brincar, nos remetera

    a uma infinidade deles. Mas em suma, trata-se da ação com a qual se torna possível

    a aprendizagem por meio de exercícios de raciocínio cujo finalidade pode ser das

    mais diversas, brincando a criança, principalmente, pode desenvolver múltiplashabilidades cujo efeitos trará benefícios ao longo de sua vida. Nesse sentido, e

    importante salientar os limites, que por meio dos jogos pode absolutamente deixar

    claro, isso já de principio considerando que terá obrigatoriamente que haver outro,

    que tem o mesmo objetivo, entretanto tem que esperar sua vez, declinar-se as

    regras estabelecidas para se alcançar a vantagem na disputa.

    http://www.google.com.br/imgres?q=jogos+de+amarelinhabrincadeira

     Amarelinha.

    Segundo Piaget, a respeito da inteligência infantil, esta relacionada ao lúdico

    em seu universo aprendizagem, considerando que esta não e mecanicista, e sim

    criadora e livre tal qual a educação pedagógica deve ser. Ainda de acordo com as

    pesquisas desse pensador, a criança esta continuamente recriando sua realidade

    por meio de suas descobertas e inventos nas brincadeiras, ou seja, formas de

    alimentar o desenvolvimento do raciocínio, senso lógico e formas de integra-se com

    outro semelhante.

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    http://www.google.com.br/imgres?q=jogos+com+bolinha+de+gude

    Para tanto, mesmo que sozinho, se a criança esta envolvida numa atividade

    pedagógica lúdica, esta envolvida num processo continuo de trocas mesmo que com

    ele mesmo, e nessa ação vai adquirindo estruturas mentais e ou esquemas de

    ações que possibilitam sua atuação no mundo bem como a capacidade em

    compreendê-lo, desta maneira, passa acontecer o mundo por meio de estruturas

    mentais, nesse sentido, Piaget textualiza que (E DE VCS)“O desenvolvimento

    mental aparecera, então, em sua organização progressiva como uma adaptação

    sempre mais precisa a realidade” (PIAGET, 1969, p.16). (E DO LIVRO)

    Os exercícios lúdicos em salas de aulas facilita a aprendizagem e odesenvolvimento psicomotor, pois não retira a criança de modo bruto e mecânico, de

    seu ambiente psicologicamente infantil, isso pode ser feito com atividades que

    favoreça o desenvolvimento mental.

    http://wwwww.google.com.br/imgres?q=graficos+do+brinquedo

    Logo, ainda de acordo com esse estudioso:

    O desenvolvimento mental e uma construção continua, comparável a edificaçãode um grande prédio que a medida que se acrescenta algo ficara mais solido, ou a

    montagem de um mecanismo delicado, cujas fases gradativas de ajustamento

    conduziriam a uma flexibilidade e uma mobilidade das pecas tanto maiores quanto

    mais estável se tornasse equilíbrio (PIAGET, 1969, p.12).( DO LIVRO)

    www.google.com.br=imagem+de+educacao / dsvpedagogia.blogs por.com

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    5 A PEDAGOGIA LUDICA E SEUS DESAFIOS

    5.1 O Uso do Lúdico na Pedagogia

    O processo pedagógico esta em constante evolução, é preciso que o profissional

    da educação busque formas de acompanhar esse desenvolvimento. Se há anos

    atrás as crianças brincavam nas ruas com jogo de bolas de gude, casinha,

    amarelinha dentre outras, hoje a tecnologia oferece outros modelos de jogos e

    brincadeiras que da mesma maneira que estimula seus interesses infantis.

    O formato não importa, na realidade o que ainda e considerável, é justamente

    a essência da Ludicidade, entretanto, há de se considerar que determinadas

    brincadeiras didatizadas podem provocar bloqueios no sentido da não alimentação

    criativa e de organização mental independente.

    Marcelino afirma que:

    E de fundamental importância que se assegure a criança o tempo e os espaços

    para que o caráter lúdico do laser seja vivenciado com intensidade capaz de formar

    a base solida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o

    exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção...como se fora brincadeira

    de roda ... ( MARCELINO, 1996, p.38).

    www.google.com.br=imagem+de+educacao

     A influencia externa para a aquisição do conhecimento ocorre com a

    influencia da utilização de atividades de corpos externos sobre nosso corpo. Dessa

    maneira, o conhecimento e obtido graças a soma de ações associadas para

    desenvolvimento da percepção, e tais ações devem ser utilizadas com a frequência

    necessária, repetições e , sobretudo, a sucessão de estímulos.

    Para os intelectuais, a sensação e a percepção dependem do sujeito do

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    conhecimento, e a coisa exterior e apenas a ocasião para que tenhamos a

    sensação ou a percepção.Nesse caso, o sujeito e ativo e a coisa externa e passiva,

    ou seja, sentir e perceber são fenômenos que dependem da capacidade do sujeito

    para decompor um objeto em suas qualidades simples ( a sensação) e de recompo-

    lo como um todo, dando-lhe organização e significação ( a percepção). A passagem

    da sensação para a percepção e, neste caso, um ato realizado pelo intelecto do

    sujeito do conhecimento, que confere organização e sentido as sensações (

    CHAUI,2009, p. 151).

    www.google.com.br=imagem+de+educacaoOs jogos e brinquedos estimulam o desenvolvimento e aprimoramento da

    inteligência , são importantes pois esta intrinsecamente condicionado ao

    pensamento e a linguagem, que permitira estabelecer relações, concebe-las e

    compreende-las no decorrer de sua vida.

    Outro fator importante, e que por intermédio da utilização de formas e

    imagens que lembram pessoas e coisas em situações cotidianas, remete à criança a

    lembrança, o que facilita o aprendizado graças a lembrança do objeto e a linguagem.

    Cada objeto, a principio, recebeu um nome particularizem levar em consideração

    os gêneros e as espécies, que esses primeiros instituidores nãos estavam em

    condições de distinguir - todos os indivíduos se apresentam isolados e seu espírito

    como o são no quadro da natureza. Se um carvalho se chamava A, um outro

    chamava-se B, pois a primeira idéia que se tem de duas coisas e que são a mesma

    coisa e, freqüentemente, necessita-se de muito tempo para observar o que possuemde comum; eis que quanto mais se limitam os conhecimentos, mais extensos se

    tornavam o dicionário. (ROUSSEU, 2005, p.71 e 72)

    http://www.google.com.br/search?q=imagem+de+educacao+ludica

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    5.2 O pedagogo e a Ludicidade em sala de aulas

    O pedagogo deve ter como principio básico de entendimento, sua própria

    importância no processo do educar. Como especialista nesse processo de

    intervenção das técnicas de apreensão do conhecimento a disseminação de modo

    que a criança perceba a importância do aprendizado como fator que assegurara seu

    lugar no mundo. Todo ser humano já nasce com o instinto de estar em constante

    busca por aprendizado e conhecimento, e, desde a mais tenra idade já procura de

    forma lúdica os descobrimentos necessários para compreender objetos, utilidades,

    linguagens e afins.

    http://www.google.com.br/search?q=IMAGEM+DE+BEBE+BRINCANDO

    Criar um sistema em que o brincar passe a ter o significado da reorganização

    das práticas de ensino convencionais, ou seja abandonar um velho método e

    absorver o lúdico como principal instrumento de desenvolvimento didático e

    pedagógico e o desafio do pedagogo contemporâneo. Isso porque se faz cada vez

    mais necessário, criar mecanismos em que facilite o desenvolver das habilidades

    humanas de modo tranquilo e alegre sem perder sua eficácia.

    http://www.google.com.br/search?q=imagem+de+educacao+ludica

    Os jogos e o modo pelo qual o professor direciona a ludicidade em sala de

    aulas, fará com que o desenvolvimento psicológico, intelectual, psicomotor, social e

    emocional seja estimulado de modo que entenderão com maior facilidade a

    mensagem de ensinamento que o professor está passando. E ainda,

    Brincando as crianças aprendem a cooperar com os companheiros , a obedeceràs regras do jogo , a respeitar os direitos dos outros , a acatar a autoridade , a

    assumir responsabilidades, a ceitar penalidades que lhe são impostas a dar

    oportunidades aos demais , enfim, a viver em sociedade.(Kishimoto, 1993, p.110)

    http://www.google.com.br/search?q=imagem+de+educacao+ludica

    O filosofo e pensador Emanuel Kant, nos exorta em suas pesquisas sobre o

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    conhecimento e formas de obter que o entendimento se trata da faculdade de julgar

    e unificar a multiplicidade de impressões dos sentidos, e suas categorias funcionam

    enquanto conceitos puros, ou seja, sem conteúdos por se tratarem de formas a

    priori, condição do conhecimento.

    Nesse ponto de vista, com a observação se chega a compreensão de que um

    objeto e isto, ou que tal coisa e causa de outra, ou isto existe, ai, se tem de um lado,

    as coisas que são percebidas pelos sentidos, e de outro, sempre escapa algo, isto e,

    as categorias, respectivamente, de substancia, de causalidade,de existência (KANT,

    1781,p.33).

    www.google.com.br=imagem+de+educacaoEm consonância ao pensamento de Kant, Vygostsky ( 1979) esclarece em

    seus pensamentos que a criança vê e escuta ( impressões percebidas) daí passam

    a constituir pontos que lhes servirão de apoio, que servirão para sua próxima

    criação, dessa maneira, passa a juntar materiais que servirão para sua próxima

    fantasia, ou seja, um processo continuo de acúmulos de materiais para outras, e

    outras finalidades. Desse modo, toda a impressão passa a representar um conjunto

    de partes de diferentes composições que servirão posteriormente como elounificador de elementos que servirão de base para o conhecimento de modo geral

    numa capacidade combinatória do exercício contínuo que o aprendizado requer.

    5.3 O ensinar de forma lúdica

    Segundo Freire (1996, p.67),’’ Saber que deve respeito a autonomia e identidade

    do educando exige de mim uma prática em tudo coerente”. 

    Tornar as aulas atraentes principalmente de primeira infância, é um desafio

    que deve ser observado com máxima atenção pelo professor. Ensinar de modo que

    as crianças entendam com responsabilidade as brincadeiras e jogos oferecido não e

    uma tarefa fácil se considerarmos que para a criança o ato de brincar não tem nada

    a ver com aprendizagem.

    Entretanto, com base no referencial Curricular Nacional Para Educação

    Infantil;

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     A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças

    oferecendo-lhe material adequado, assim como espaço estruturado para brincar

    permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacional

    (CNE, 1998, p.29).

    Ora, desse modo, se deve criar condições de descontração para que possa

    envolver a criança num ambiente didático sem ferir seu universo, e daí, oferecer os

    conteúdos que gerem a integração das matérias curriculares.

    Para tanto, o espaço escolar deve ser devidamente aparelhado por

    ludicidade, para que se torne um ambiente fértil tanto para a aprendizagem quanto

    para desenvolvimento psicomotor e principalmente de socialização, ou seja, umambiente que propicie expressão livre e espontânea da construção do

    conhecimento.

    Nesse raciocínio “A criança aprende muito ao brincar, o que aparentemente

    ela faz apenas para distrair-se ou gastar energia e na realidade uma importante

    ferramenta para o seu desenvolvimento cognitivo,emocional, social e psicológico”(

    VYGOTSKY, 1979,p.45).

    Logo, a escola deve ser um ambiente em que seja possível a promoção daaprendizagem de modo significativo sem ser realizada de forma forçada, contrario a

    isso, pode e deve ser realizado o ensino aprendizagem de maneira alegre e

    prazerosa que somente com a ludicidade se torna possível. O Lúdico, auxilia no

    desenvolvimento da capacidade criativa, os jogos são exemplos fieis desse

    raciocínio se considerarmos a ampla significância dessa atividade na ampliação das

    mais diversas características humanas. Sobre essa importância, Vygotsky textualiza:

    “E na atividade de jogo que a criança desenvolve seu conhecimento do mundo

    adulto, e e também nele que surgem os primeiros sinais de uma capacidade

    especificamente humana, a capacidade de imaginar (...). Brincando a criança cria

    situações fictícias, transformando com algumas ações o significado de alguns

    objetos’’ ( VYGOTSKY, 1991,p.122 aspas do autor) 

    E ainda:

    Mesmo havendo uma significativa distancia entre o comportamento na vida real e

    o comportamento no brinquedo, a atuação no mundo imaginário e o estabelecimento

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    de regras a serem seguidas criam uma zona de desenvolvimento proximal, na

    medida em que impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento

    (VYGOTSKY, 1991, p.36).

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    6 CONCLUSÃO

     Após debruçarmos na pesquisa sobre a ludicidade da educação , essa se mostra

    claramente como uma ferramenta apropriada para o incremento dos métodos

    pedagógicos vigentes.

    Isso, pode ser claramente observado ao considerar que o desenvolvimento

    humano esta pautado em observações, jogos e brincadeiras que aguçam os

    sentidos proporcionando um melhor desempenho no desenvolvimento psicomotor

    infantil, característica esta, que acompanhara por toda sua existência.

    Essa investigação indica que inserir atividades pedagógicas de uma maneira

    lúdica nas praticas escolares propiciara uma melhor absorção do ensino.

    Entretanto, e importante que haja o entendimento do educador e das

    instituições de ensino no sentido de perceber o real valor do lúdico enquanto

    elemento importante na formação integral da criança.

    Em suma, o brincar pode ser considerado enquanto uma necessidade da

    criança tal qual a saúde, a educação de um modo geral,a nutrição, e outros critérios

    importantes ao seu desenvolvimento, porque o auxilia, intelectualmente, fisicamente,

    e socialmente.

    Por meio de uma educação pedagógica lúdica, a criança cria e aprimora

    conceitos, estabelece relações lógicas, relaciona idéias, auxilia nas expressões

    corporal e oral, promove habilidades social, se torna dócil, se integra a sociedade , e

    por fim, edifica seus conhecimentos próprio a respeito dos seme