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Tarso Sarraf Planejamento do fechamento de mina é preocupação constante das mineradoras EXPOSIBRAM Amazônia 2010 consolida força da mineração no Norte do Brasil Diretora do ICMM fala sobre biodiversidade e mineração Palestras mostram tendências e cenários econômicos no mercado mineral Nov./dez. de 2010 Ano V - nº 39 Mineração indústria da

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Page 1: Mineração indústria da - Instituto Brasileiro de ...Nacional de Mineração. Por fim, é de se declarar que a Indústria de Mineração brasileira sabe e reconhece que há muito

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Planejamento do fechamento de mina é preocupação constante

das mineradoras

EXPOSIBRAM Amazônia 2010 consolida força da mineração no Norte do Brasil

Diretora do ICMM fala sobre biodiversidade e

mineração

Palestras mostram tendências e cenários

econômicos no mercado mineral

Nov./dez. de 2010Ano V - nº 39Mineração

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EDITORIAL

EXPEDIENTE | Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin • CONSELHO DIRETOR – Presidente: José Tadeu de Moraes / Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) / Textos: Flavia Agnello • Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br • IBRAM Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected] • IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected] • Envie suas sugestões de matérias para o e-mail [email protected].

Durante quatro dias, a EXPOSIBRAM Amazônia 2010 reuniu 104 expositores em Belém (PA), dentre mineradoras, fornece-dores de equipamentos, consultores, cien-tistas, acadêmicos, dirigentes de entidades nacionais e estrangeiras, autoridades gover-namentais, imprensa especializada e estu-dantes. Na área de exposição, os partici-pantes não economizaram na hora de usar a criatividade e montar os estandes com os mais belos exemplos de sustentabilidade do setor mineral. Além disso, os investimentos, os riscos, a produção sustentável e a acei-

Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, Ministro de Minas e Energia,

Márcio Zimmermann, Governadora do Estado do Pará, Ana Julia Carepa, e Senador Flexa

Ribeiro visitam EXPOSIBRAM Amazônia 2010

EXPOSIBRAM Amazônia 2010 destaca potenciais da mineração da Região Norte

Começam as vendas de estandes para

EXPOSIBRAM 2011

Os interessados em participar da EX-POSIBRAM 2011 já podem garantir sua presença. Teve início a venda dos espaços para montagem dos estandes para a 14ª edição, a ser realizada em Belo Horizonte (MG). Reconhecida por estimular a prospecção de negócios, o IBRAM oferece preços atrativos para a EXPOSIBRAM 2011, com o valor do metro quadrado a partir de R$ 220,00.

A EXPOSIBRAM 2011 acontece entre os dias 26 a 29 de setembro no Expo-minas. Para mais informações basta entrar em contato pelo telefone (31) 3444-4794, ou acessar o site www. exposibram.org.br/exposibram2011.

Curso de Introdução a Mineração e

Processamento Mineral

A revista InfoMine anuncia o curso “In-trodução a Mineração e Processamen-to Mineral”, com o Dr. Scott Dunbar, diretor-fundador do curso de Enge-nharia Integrada da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC) no Canadá.

O curso oferece uma introdução não técnica aos conceitos da exploração mineral, extração de minério, proces-samento mineral e manejo de rejeitos de lavra. Foi planejado para todos os profissionais que necessitam de um en-tendimento amplo da indústria da mi-neração sem os detalhes técnicos de in-vestidores, contadores e fornecedores. Para mais informações é só acessar o site http://brasil.infomine.com.

tação dos projetos pela comunidade foram temas abordados no II Congresso de Mine-ração da Amazônia. Tanto a mostra quanto o congresso foram um sucesso. E o IBRAM tem a certeza de que, em 2012, a EXPO-SIBRAM Amazônia voltará a ser destaque naquela região.

Nomes internacionais da mineração como Anne-Marie Fleury, Diretora do Con-selho Internacional de Mineração e Metais (ICMM – International Council on Mining and Metals), Lalit Kumar, Cientista Social Sê-nior, SRK Consulting, Maureen Therese Up-ton, Diretora, Resources Initiative e Dirk Van Zyl, Professor da Universidade de British Co-lumbia, Vancouver, foram destaques em pai-néis durante o II Congresso de Mineração da Amazônia. Não deixe de ler, nesta edição, a entrevista com a Diretora do ICMM.

Os brasileiros também abrilhantaram a EXPOSIBRAM Amazônia 2010. Vânia Somavilla, Diretora de Sustentabilidade da Vale, Rolf Georg Fuchs, Diretor da In-tegratio – Mediação Social e Sustentabi-lidade, Luis Enrique Sánchez, Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo-USP, Joaquim Pimenta de Ávi-la, Integrante da Comissão de Barragens de Rejeitos da International Commission on Large Dams [ICOLD], Marcelo Mello, Diretor de Commodities para América Latina, Standard Bank, Adelino Guillen Taboada, Consultor em Meio Ambien-te & Mineração ofereceram importantes contribuições para os profundos debates realizados nos dias do Congresso.

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Ano V - nº 39, novembro/dezembro de 2010Indústria da Mineração 2

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Em seu discurso de abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2010, o Diretor Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, ressaltou os desafios das novas legislaturas em relação à mineração.

Pela segunda vez, o Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM organiza e promove, neste privilegiado espaço na capital paraen-se, a EXPOSIBRAM AMAZÔNIA 2010. Com-preendendo a 2ª Exposição Internacional de Mineração da Amazônia e o II Congresso de Mineração da Amazônia, a edição deste grande evento, já incorporado ao calendário do setor, tem por tema maior: “A natureza sustentável da indústria mineral”.

Há pouco mais de dois anos, quando, aqui mesmo, atendendo legítima demanda da Go-

vernadora Ana Júlia Carepa, se realizou, de forma inédita, a EXPOSIBRAM AMAZÔNIA 2008, seu mote era: “A Mineração do jeito que você nunca viu”. O objetivo, plenamente alcançado, foi o de apresentar a todos, mas principalmente aos amazônidas, o que era e como atuava esta indústria na região que abrange cerca de 60% do território brasilei-ro emerso. Destacou-se sua importância, em termos econômicos e sociais, tanto localmen-te quanto para todo o Brasil, já então com sua posição de player mundial consolidada. Mais do que isto, enfatizou-se, como agora se faz, os aspectos socioambientais da Mineração, uma vez que Amazônia e sustentabilidade eram, são e serão sempre inseparáveis.

Esse papel fundamental no desenvolvi-mento do País e desta região representado pe-las atividades e os produtos da extração e da transformação minerais não são apenas pro-clamados pelo IBRAM. É reconhecido pelo Ministério de Minas e Energia – MME, como comprovam a participação do Ministro Már-

cio Zimmermann em ambas edições deste evento e as ações e investimentos propostos no Plano Nacional de Mineração 2030 (PNM-2030) que S.Excia., democraticamente, há poucos dias, colocou em consulta pública.

Não devo neste pronunciamento esten-der-me mais sobre tais aspectos, até mesmo porque tanto no Congresso que ora se inicia, quanto na Exposição, eles serão mais deta-lhadamente apresentados e demonstrados. Quero apenas ressaltar um ponto: as infor-mações obtidas pelo IBRAM mostram que no período 2010-2014 os investimentos do setor mineral no Brasil totalizarão US$ 62 bi-lhões, dos quais 40% na Amazônia, ou seja, US$ 25 bilhões.

É importante destacar que essas inver-sões também representam uma nova era de inarredável compromisso com a susten-tabilidade, pois a condução dos negócios, atendendo às exigências da competitividade local e global, ao mesmo tempo contem-plando preceitos de sustentabilidade, repre-senta hoje um dos grandes desafios do setor mineral. A atividade vem intensificando suas ações no campo da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável, incorpo-rando cada vez mais esses conceitos em suas estruturas de governança e de operações.

Discurso ressalta os desafios das novas legislaturas

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Paulo Camillo Vargas Penna discursa na solenidade de abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2010

Indústria da Mineração Ano V - nº 39, novembro/dezembro de 2010 3

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Desde já, não posso deixar de destacar que, assim como em 2008, este evento se concretiza graças aos apoios, as participa-ções e parcerias que nele se conjugam: da Federação das Indústrias do Estado do Pará – FIEPA, particularmente do seu Presidente José Conrado; do Sindicato das Indústrias de Mineração do Estado do Pará – SIMINERAL, dirigido por Eugênio Victorasso; das empre-sas e entidades patrocinadoras e apoiadoras, dos expositores, dos coordenadores, pales-trantes e congressistas.

Da mesma forma, reconheço a prestigiosa participação de integrantes do Legislativo, Fe-deral e dos Estados, permitindo-me ressaltar a do Senador Flexa Ribeiro, aqui representan-do o Presidente do Congresso Nacional.

Assinalo a honra com que a todos distin-gue com seu interesse e sua presença de S. Excia. o Senhor Kiu-Hyung Cho, Embaixador da República da Coréia do Sul, comprovando o cunho internacional deste evento, fato que é ainda mais evidente com a participação, também pela segunda vez, do Conselho In-ternacional de Mineração e Metais (ICMM).

Senhoras e Senhores,

Os eventos que aqui ora se iniciam, acontecem em um período especial da his-tória do País. Daqui a menos de cinqüenta dias, confirmando a continuidade do regime democrático e republicano que demandou tantos sacrifícios de nossa sociedade para ser conquistado, iniciar-se-ão em todo o Brasil novas Administrações, tanto no plano fede-ral quanto nos Estados e Distrito Federal.

Representada pelo IBRAM, sempre em aliança e comunhão de princípios e de le-gítimos interesses e objetivos com entidades associativas de segmentos específicos, na-cionais ou regionais, a Mineração empre-sarial brasileira está plenamente consciente de que poderá contribuir de forma decisiva para essa nova etapa da vida nacional.

Nunca é demais se recordar que a reali-zação da EXPOSIBRAM AMAZÔNIA 2008 se deu sob o pálio desanimador da crise mun-dial então iniciada. Dizia eu, então, que ape-sar da volatilidade dos mais diferentes índices

financeiros da época, que desencorajavam fazer previsões de curto e médio prazo, era “possível vislumbrar um panorama positivo de prazo mais longo quanto às atividades de mineração”. E a premissa principal para tal quadro mais favorável era “a continuidade da modernização dos aglomerados urbanos, do aumento dos índices comparativos nas cida-des versus a população rural”, fenômeno que vinha se verificando não apenas aqui no País,

No contexto do sistema há décadas pre-valente no Brasil, em que os recursos mi-nerais integram a dominialidade pública, e são transferidos à dominialidade privada, uma vez legalmente extraídos do solo ou do subsolo, confiança mútua é absolutamente indispensável entre os diversos agentes, go-vernamentais e do setor privado, se o que se almeja é a produção de bens minerais de forma sustentável e em benefício de todos.

O já referido Plano Nacional de Mineração 2030 apresenta, em sua parte final, objetivos estratégicos que também espelham tal espírito de confiança e a cooperação que dela resul-ta. Alguns, como ampliação do conhecimento geológico, dependem fortemente do próprio Ministério de Minas e Energia e podem in-duzir os demais objetivos. Outros, tais como mineração em áreas com restrição, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I), infra-estrutura e logística derivam da articulação governamental com o setor privado e a socie-dade civil, podendo também induzir e fomen-tar mais alguns. Por fim, há aqueles que, em boa parte resultantes de outros e igualmente dependendo de articulação governamental, se caracterizam por forte atuação do setor privado e da sociedade, a exemplo da pro-dução sustentável, da agregação de valor com competitividade e da promoção do desenvol-vimento sustentável nas regiões mineradoras. Cumpre notar que o chamado novo marco regulatório da mineração, incluindo a cria-ção do Conselho Nacional de Política Mine-ral (CNPM), bem como a também criação da Agência Nacional de Mineração (ANM) fazem parte desses objetivos estratégicos desse Plano Nacional de Mineração.

Por fim, é de se declarar que a Indústria de Mineração brasileira sabe e reconhece que há muito a caminhar e a construir para que tudo isto se torne realidade. Por esta razão aos que integrarão os novos Poderes Executivos e Le-gislativos em 2011, ela apresenta sua mensa-gem de plena confiança na continuidade e no aprimoramento da interação constante entre governos e empresas, que permitirá assegurar a este País a posição de destaque no contexto mundial da Mineração.

Muito obrigado!!

"a Mineração eMpresarial brasileira

está plenaMente consciente de que

poderá contribuir de forMa decisiva para essa nova etapa da

vida nacional."

PRONUNCIAMENTO DO DIRETOR-PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO – IBRAM, PAULO CAMILLO VARGAS PENNA, NA SOLENIDADE DE ABERTURA DA EXPOSIBRAM AMAZÔNIA 2010 E II CONGRESSO DE MINERAÇÃO DA AMAZÔNIA (Hangar Centro de Convenções da Amazônia – Belém PA, 22 de novembro de 2010).

que permanece com elevados níveis de urba-nização, mas também no âmbito internacio-nal, especialmente na China e na Índia. Daí, a “expansão das cidades e a modernização dos aparelhos urbanos ampliarão a demanda por bens e produtos que são, predominante-mente, de base mineral”.

É evidente que não foi este o único fator, embora possa ser considerado o principal, dos que permitiram uma rápida recupera-ção da Mineração brasileira, desautorizando muitos que julgavam que isto só aconteceria após muitos anos.

A esses aspectos, que envolvem infor-mações e dados sociais, econômicos e am-bientais, que podem ser medidos, avaliados e comparados, para mim soma-se um, que por sua própria natureza, é imponderável: a confiança. Confiança no sentido da certeza, da crença ou da fé de que com legitimida-de de propósitos, debate franco despido de preconceitos e disposição de formar a im-plementar parcerias visando resultados que beneficiem a todos, as crises e os obstáculos serão ultrapassados.

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EXPOSIBRAM Amazônia 2010 consolida força da mineração no Norte do País

IBRAM recebe convidados na abertura da maior mostra de mineração da Amazônia

A abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2010 reuniu autoridades locais, nacionais e internacionais no Hangar Centro de Con-venções e Feiras da Amazônia, atestando a importância do evento para o setor mineral.

O Embaixador da Coréia do Sul, Kiu-Hyung Cho, o Ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, a Governadora do Es-tado do Pará, Ana Julia Carepa, o Senador Flexa Ribeiro, o Deputado Sinésio Campos, representando o Amazonas, o Deputado Estadual do Pará Gabriel Guerreiro, repre-sentando a Assembleia Legislativa do Pará, o Presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), José Conrado, e o Presidente do Sindicato das Indústrias Minerais, Eu-gênio Vitorasso, bem como representantes do setor produtivo mineral, marcaram pre-sença na solenidade.

O grupo musical ‘Tambores do Conde’ fez uma apresentação musical logo no início das atividades. É formado por adolescentes atendidos pelo programa social Criança e Arte, uma parceria de sete anos entre a Pas-

toral do Menor de Vila do Conde e a Im-erys RCC, empresa de beneficiamento de caulim que atua em Barcarena (PA). Foi uma pequena demonstração de como o relacio-namento entre a comunidade e uma min-eradora pode render bons frutos.

Em seguida, o Diretor Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, ressaltou os de-safios das novas legislaturas (Federal, Estadual e Distrital), entre eles o Plano Nacional de Mineração 2030 (PNM 2030) e a aprovação do marco regulatório do setor mineral.

“O Plano apresenta objetivos estraté-gicos, como ampliação do conhecimento geológico, tais como mineração em áreas com restrição, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I), infraestrutura, logística e também o marco regulatório do setor, in-cluindo a criação do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) e da Agência Na-cional de Mineração (ANM)”, mencionou.

O Ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, também discursou sobre o

Grupo Tambores do Conde, apoiado pela Imerys Rio Capim Caulim

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Público prestigia cerimônia de abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2010

Autoridades do Brasil e exterior participam da abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2010

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PNM 2030. Segundo ele esta é a primeira vez que o governo lança uma estratégia de longo prazo para o setor. “Não é um plano determinativo, mas sim um documento in-dicativo. Temos um grande desafio para atender o crescimento natural do País. É im-portante para esse segmento que se tenha uma visão de longo prazo, definir os minéri-os estratégicos, para onde deve se direcionar as políticas de mineração”, pontuou.

A preocupação com a sustentabilidade também foi apontada na abertura como um dos temas fundamentais na pauta de dis-cussão da segunda edição da EXPOSIBRAM Amazônia. De acordo com o Presidente do

IBRAM, o setor mineral desenvolve uma nova era de compromisso com a sustent-abilidade, pois a condução dos negócios atendendo às exigências da competitividade local e global, ao mesmo tempo em que contempla preceitos de uma produção sus-tentável, representa um dos grandes desafios do setor mineral.

“A atividade vem intensificando suas ações no campo da responsabilidade social e do desenvolvimento sustentável, incorpo-rando cada vez mais esses conceitos em suas estruturas de governança e de operações”, destacou Camillo Penna.

Para o Ministro Zimmermann, o futuro da mineração no mundo só existe com sus-tentabilidade. “É claro que o setor, como diversos outros da economia brasileira, tem que se adaptar ao aumento dos requisitos ambientais que a sociedade brasileira exige. A mineração do futuro ou é com qualidade ambiental ou não existirá”, afirmou.

A importância do Estado do Pará no cenário nacional, como a maior província mineral do mundo, foi, também, menciona-da pelo titular das Minas e Energia. Zimmer-mann enfatizou a necessidade de agregar

valor ao minério, dando oportunidade para que a região se desenvolva de forma integral. “A partir do momento que você promove a EXPOSIBRAM aqui, também é uma forma de agregar valor e promover o desenvolvimento para dentro da Amazônia.”, destacou.

Já a Governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, voltou a defender o aumento dos royalties pagos pela mineração. O Presi-dente do IBRAM questionou esta proposta. Camillo Penna lembrou que com os atuais tributos que incidem sobre a produção min-eral, o Brasil é o líder em carga tributária em oito de doze minérios considerados estra-tégicos para o País, na comparação com os vinte maiores exportadores mundiais. Sen-do assim, o aumento de encargos sobre os produtores iria colocar em risco essa posição e gerar perda de competitividade.

“Não se pode olhar a árvore sem olhar a floresta. Não devemos nos preocupar so-mente com os royalties e ignorar todos os demais encargos recolhidos pelas indústrias de mineração. Um dos grandes desafios para as novas administrações públicas será pensar um novo pacto tributário, onde a divisão das riquezas seja mais justa”, pon-derou o dirigente empresarial.

Em dois momentos: público prestigia EXPOSIBRAM Amazônia 2010.

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Entrada do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia

Da direita para a esquerda: Presidente da Kinross Brasil, José Roberto Freire, Diretor da Integratio –

Mediação Social e Sustentabilidade, Rolf Fuchs, e Diretor-Geral do DNPM, Miguel Nery.

Consultor em Meio Ambiente & Mineração, Adelino Taboada

Ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann

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A melhoria da infraestrutura brasileira foi um dos temas debatidos no talk show co-mandado pela jornalista Úrsula Vidal, com a participação de Franklin Feder, Presidente da Alcoa, Alberto Carlos Pereira, Sub-Secre-tário Executivo da Secretaria de Assuntos Es-tratégicos da Presidência da República – SAE e Elmer Prata Salomão, Presidente da GEOS Geologia para Mineração Ltda.

Alberto Carlos Pereira reforçou que houve aumento de recursos destinados à melhoria e construção de infraestrutura, principalmente na região Norte. Mas ele lembra que estas ações são pequenas quando comparadas às necessidades do País. “O Brasil precisa multi-plicar em três vezes o ritmo destes investimen-tos públicos, o que tem forte consequência para a economia como um todo e uma rela-ção muito direta com o setor mineral”, disse.

Para atingir este objetivo, Elmer Salomão defendeu a necessidade de o governo fazer um ajuste fiscal rigoroso. “Para trabalhar for-temente e investir em infraestrutura é pre-ciso sobrar dinheiro público. Mas, o gover-no elevou em 27% os cursos correntes de 2009 para 2010. Se não houver ajuste fiscal no Brasil, controlar a inflação etc., não vejo como crescer”, ponderou.

Mineração Sustentável

As questões de sustentabilidade não são vistas pelo setor mineral como ameaças. Foi o que disseram os três debatedores no talk show “Mineração: indutora do Desenvolvi-mento Nacional”. De acordo com Franklin Felder, as empresas incorporaram o conceito de sustentabilidade à sua prática e não exis-te nenhuma incompatibilidade entre o setor produtivo e ambiental. Segundo ele, exigên-cias de conservação do meio ambiente e as ações de promoção da comunidade onde o projeto se instala estão presentes em todos os países minerais, portanto, esta questão não influi na competitividade das empresas

Talk show com especialistas em mineração aborda questões sobre infraestrutura,

competitividade e sustentabilidade

instaladas no Brasil. “A responsabilidade so-cial e ambiental garantem realmente a con-tinuidade de um sucesso econômico para atividade mineral”, ressaltou.

“A atividade mineral é o grande elemen-to de desenvolvimento da Amazônia sus-tentável”, reforçou Salomão, argumentando que a moderna mineração brasileira já nas-ce com os princípios de uma produção que conserva a biodiversidade e alia os resulta-dos obtidos à melhoria da qualidade de vida da população local.

Alberto Carlos Pereira acrescentou que a questão do licenciamento ambiental deve ser revista e este deve ser direcionado a tra-balhar em prol da conservação do meio am-biente, sem prejudicar o desenvolvimento do País. “O Brasil tem um processo que tor-tura o empreendedor, com prazos extrema-mente extensos e com custo muito elevado. Outro problema é que depois de concedida a licença de operação, praticamente não há controle algum. Então, há uma concentra-ção exagerada de exigências na fase anterior ao investimento”, afirmou.

Competitividade

A competitividade das empresas brasilei-ras no mercado internacional também foi as-sunto do talk show. “Câmbio é a variável que tem uma forte influência no setor. Além de in-duzir parte dos investimentos mais elevados, este é capaz de assegurar uma certa proteção natural para a indústria da transformação e também determinar os preços no mercado externo. No momento, é muito difícil ade-quar o câmbio. Os Estados Unidos estão claramente provocando a desvalorização do dólar e o Brasil se tornou um país muito atra-ente para investimentos, o que tem trazido conseqüências perversas para esta variável”, observou Alberto Carlos Pereira.

E essa discussão, segundo os empresários, perpassa o papel do governo. Para Feder, ou-tro ponto que deve ser analisado está relacio-nado ao estabelecimento de um marco regu-latório para o setor. “A demora pelo marco cria incertezas imensas por parte dos investidores, assim como a falta de uma reforma tributária para a mineração, o que pode tirar competi-tividade de um setor tão importante”.

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Úrsula Vidal, Alberto Carlos Lourenço Pereira, Elmer Prata Salomão e Franklin Feder

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a cada novo empreendimento instalado em determinada cidade. “Se a empresa trouxer mão de obra de fora, esse impacto positivo vai deixar de existir”, disse.

Já na segunda palestra, o assessor técnico do Ministério da Integração Nacional, Jacques Salomon Crispim, lembrou que a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico e social da região passam primeiramente pela autonomia geral dos municípios.

“O Estado, por um lado, cria condições para que as empresas se instalem no local e es-tas absorvem isso e geram benefícios, como os recursos humanos que irão utilizar”, comen-tou Salomon, que também destacou o fato de que é preciso evitar a importação da mão de obra para ampliar os impactos positivos.

Produção Sustentável

A questão da sustentabilidade também foi o tema central do segundo painel do Congresso, coordenado pelo Presidente da Mineração Rio do Norte, Julio Sanna.

Durante as exposições, Maureen The-rese Upton, Diretora da Resources Initiative (EUA), apresentou soluções para medições de impactos das indústrias minerais na terra. Maureen falou sobre a grande discrepância das medições dos sistemas utilizados para medição e comparação sobre a produção sustentável das empresas do setor mineral.

Para resolver esse impasse, ela sugeriu utilizar a Tanah Metrics, sistema criado para aferir os efeitos causados pelas indústrias por meio de dados confiáveis, que são publica-mente disponíveis. “Este é um sistema trans-parente, que visa medir o desempenho real e percebido, tornando a responsabilidade socioambiental mais justa para as indústrias. Separamos 70 indicadores, divididos em cinco categorias que analisamos importan-tes para as empresas do setor e os resultados foram bastante surpreendentes na compa-ração das empresas mineradoras com outros setores”, explicou.

As diretrizes para a elaboração do relatório de sustentabilidade foram o foco central da palestra de Gláucia Térreo, da GRI Brasil. Esse importante instrumento de gestão foi utilizado pela primeira vez no Brasil no ano 2000 e atualmente esse modelo já é aplicado por 96 empresas de diversos setores em todo o País. “Essa ferramenta não é utilizada so-mente para fazer um balanço das ações, mas sim para elaborar uma solução, colocando as questões socioambientais no centro das de-cisões da organização”, explicou.

Segundo Julio Sanna, Presidente da MRN, as empresas de mineração que atuam na Amazônia sempre estiveram preocupadas em realizar uma produção sustentável. “Com a EXPOSIBRAM Amazônia, realizada pela primeira em 2008, a preocupação em mos-trar esses aspectosde conservação ambiental aliado ao desenvolvimento social e econô-mico foram se consolidando. Diariamente as empresas têm apresentado evidências da sua disponibilidade e da sua aderência aos aspectos de promover a conservação ambi-ental aliada ao desenvolvimento econômico e social”, afirmou.

Palestrantes destacam que é possível ampliar os impactos positivos da mineração por meio da utilização de trabalhadores regionais

O primeiro painel do II Congresso de Mi-neração na Amazônia teve como foco a sus-tentabilidade e o desenvolvimento regional a partir dos projetos de mineração ou aqu-eles que contribuam com o progresso nos locais em que estão instalados. Para tratar do assunto foram realizadas duas palestras que contaram com a presença do cientista social Lalit Kumar, da SRK Consulting (Reino Unido), e do representante do Ministério da Integração Nacional, Jacques Salomon Crispim, Assessor Técnico da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Regional.

Kumar apresentou sugestões de como potencializar os impactos positivos dos pro-jetos minerais. O cientista também lembrou a importância de capacitar a população para que possa se beneficiar com as vagas criadas

Debates abordam conservação ambiental, mão de obra e

desenvolvimento econômico

Da esquerda para a direita: Gláucia Térreo, Julio Sanna e Maureen Upton

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A segurança de barragens de rejeitos foi tema do primeiro workshop ministrado na EXPOSIBRAM Amazônia 2010. O represen-tante do Brasil no Icold (Comitê Internacional de Grandes Barragens), Joaquim Pimenta de Ávila, foi o responsável por apresentar a im-portância do tema e as novas tecnologias de medidas preventivas nas plantas industriais.

O assunto vem despertando interesse de grandes pesquisadores e especialistas, já que os acidentes com barragens de rejeitos têm repercussão negativa na sociedade, prejudi-cando o ambiente e a imagem do setor. Para Pimenta de Ávila, a gestão da segurança de barragens, seja de água ou de rejeitos, é es-sencial nos empreendimentos. “Toda tecnolo-gia disponível para evitar acidentes já existe. Então, é preciso conscientização para que as pessoas saibam que é um problema sério, mas que pode ser evitado. Para isso é necessário apenas aderir às boas práticas”, explicou.

A Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) também foi abordada, em virtude da necessidade de adaptação pelas empresas às novas diretrizes impostas pela legislação, sancionada em setembro de 2010. “A principal mudança é que serão im-plantados órgãos ambientais reguladores a nível estadual. Esse modelo já é utilizado em Minas Gerais e tem dado certo”, ressaltou.

“O IBRAM lidera ações para que as em-presas sejam mais conscientes. O instituto é um facilitador e um indutor na implantação de boas práticas de segurança de barragem no setor de mineração”, afirma.

Licença Social

Outro tema abordado no workshop foi a aceitação de um indústria de mineração pela sociedade, a chamada licença social. Esta ferramenta embora pareça um concei-to complexo, pode ser explicado como a “abertura das portas para a comunidade”: uma forma de mostrar o que a companhia faz, qual o resultado de seu trabalho e que benefícios os cidadãos podem ter a partir deste contato.

De acordo com o especialista em media-ção social Rolf Georg Fuchs, Diretor da em-presa Integratio, cada vez mais as instituições têm se preocupado com o relacionamento com seus stakeholders. “Quem chega a um local tem que pedir permissão e ser aceito. Então, o caminho é entender que pessoas, mesmo externas à organização, têm direitos como o conhecimento de riscos e impactos, o de serem ouvidas e, especialmente, o de serem respeitadas”, avaliou.

Segundo o especialista, este tipo de li-cença é uma discussão nova e abrangente, com conceitos ainda em construção. Mas é importante não visualizar o tema como um modismo e sim como a formação de valores e novos paradigmas – status já visu-alizado na indústria de mineração do Pará. “São muitos os casos de empreendimentos

que foram inviabilizados por pressão da sociedade. Quando as pessoas são parte do foco das empresas, elas se tornam alia-das”, conclui.

Licenciamento Ambiental

O último dia de workshop foi destinado às questões sobre licenciamento ambiental, como fundamentos e ferramentas técnicas. De acordo com Luis Enrique Sánchez, Pro-fessor da Escola Politécnica de São Paulo e integrante da Associação Internacional para Avaliação de Impacto – IAIA (sigla em inglês), o licenciamento ambiental deve ser encara-do pelas empresas não só como uma exigên-cia, mas como um instrumento no planeja-mento do projeto.

“Além de ser uma exigência legal, este procedimento possibilita a empresa se co-municar e a receber pontos de vista da comunidade onde vai se instalar. O licen-ciamento tem um papel muito importante também no planejamento do projeto com a finalidade principal de minimizar impactos ambientais negativos”, explicou.

Ele afirma ainda que uma visão “fecha-da e burocrática” leva as empresas a não observar o valor estratégico dos EIA/RIMA e a contratar consultorias pelo menor pre-ço. Mas é preciso ter cuidado com esta prática. Sánchez lembra que a qualidade dos estudos sobre os impactos ambientais ocasionados por empreendimentos e ou-tras atividades influencia diretamente na celeridade do processo de avaliação pelos órgãos ambientais competentes.

EXPOSIBRAM Amazônia 2010 realiza oficina sobre segurança de barragens de rejeitos

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Da esquerda para a direita: Annemarie Richte, Rolf Fuchs, Joaquim Pimenta de Ávila e Luis Enrique Sánchez.

Empresas têm dois anos para se adaptarem à nova lei sancionada

em setembro de 2010, que regulamenta as novas diretrizes

na adoção do mecanismo

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Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, Ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, Governadora do Estado do Pará, Ana Julia Carepa, Senador Flexa Ribeiro

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Público prestigia EXPOSIBRAM Amazônia 2010

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Público se inscreve para participar da EXPOSIBRAM Amazônia 2010

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Artesão trabalhando com caulim

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Integrante do Projeto Vale Musica

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Estande Mineração Rio do Norte – MRN

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Professor da Universidade de British Columbia, Vancouver, Canadá, Dirk Van Zyl

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Estande do IBRAM na 2ª Edição da Exposição Internacional de Mineração da Amazônia

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Estande Camargo Corrêa

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Acima, Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, e Diretor de Asssuntos Ambientais do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, visitam EXPOSIBRAM Amazônia 2010

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Abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2010

Estande Alcoa

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A preocupação e a responsabilidade social e ambiental da comunidade após o fechamen-to de uma mina não pode deixar de ser um fator pensado e respeitado pela empresa mi-neradora desde antes da instalação de um pro-jeto. Este foi o assunto tratado no último painel do II Congresso de Mineração da Amazônia.

Para se fechar uma unidade de produção mineral é necessário fazer um estudo claro de quais impactos a comunidade e o meio ambiente terão durante e após o fechamento do projeto de mineração implantado na área. “O fechamento é uma ação contínua, já que a comunidade vai estar lá para sempre. Isso não é um destino, é uma jornada”, ressalta Dirk Van Zyl, professor da Universidade de British Columbia, Vancouver, Canadá.

Segundo ele, a sustentabilidade eleva o nível dos padrões da indústria de mineração,

Planejamento do fechamento de mina é preocupação constante das mineradoras

que deve levar em consideração o bem estar do ser humano, num engajamento contínuo de todos os atores envolvidos no processo. “A mina fica aberta por um período, mas o fechamento é para sempre. As companhias serão lembradas pelas ações e relações de bem estar com o ser humano que realiza-ram. A empresa deve ser transformacional e não transitória, combinando a sustentabili-dade com o fechamento”, afirmou.

Adelino Guillen Taboada, Consultor em Meio Ambiente & Mineração e ex-Diretor de Meio Ambiente, Saúde e Segurança da Rio Tinto Brasil, também tratou sobre a questão da importância do plano precoce do fecha-mento de minas. “O objetivo é deixar um legado positivo para as gerações futuras e quando se desenha o destino da mina após o uso nos estágios iniciais do projeto maior

é o número de possibilidades de deixar esse legado positivo”, ressaltou Adelino.

Para isso, segundo ele, é necessário pla-nejar previamente e acompanhar a evolução do processo até o fechamento, pois a conta-minação nem sempre aparece de imediato e pode durar por séculos. “Uma empresa sustentável não inicia uma mina sem saber como vai fechar. Portanto, qualquer empre-sa pode deixar um legado positivo desde que saiba trabalhar corretamente”, concluiu.

A importância econômica do setor mine-ral no Brasil e as expectativas de crescimento no mundo inteiro foram os principais assun-tos abordados durante o quinto painel do II Congresso de Mineração da Amazônia, que teve a presença do Gerente de Dados Econô-

Palestras mostram tendências e cenários econômicos no mercado mineral

micos do IBRAM, Antônio Lannes, e do Dire-tor de Commodities para a América Latina do Standard Bank Group, Marcelo Mello.

Contando com uma grande participação da China – um dos maiores mercados consu-midores de matéria-prima do mundo – nos negócios, o Brasil vive um momento positivo na produção de minérios. “Somos líderes na exportação de ferro, manganês e bauxita, por exemplo. Esse resultado tem um refle-xo muito bom para o setor, pois apesar de importamos muito carvão e potássio, nosso saldo é bastante positivo. Em 2010, a mi-neração deve arrecadar US$ 18,5 bilhões”, destacou Lannes.

Reflexo disso é o aumento de investimen-tos no setor, que para o período de 2010-2014 será de US$ 62 bilhões. Mas para manter es-tes níveis o País deve superar alguns desafios.

“É preciso investir na infraestrutura de trans-porte, mão de obra e mineração em terras indígenas. O Brasil também não é um gran-de investidor em pesquisas, isso se mostra no pouco percentual de mapeamento mine-ral do País”.

Seguindo a linha de raciocínio de Lannes, o Diretor do Standard Bank Group, Marce-lo Mello, enfatizou a grande participação da China no comércio mundial de mineração. “Nos últimos anos o país asiático foi o que registrou as maiores taxas de crescimento no consumo de cobre, alumínio e ferro, por exemplo, muito mais percentualmente que o restante do mundo”, relatou. Outro ponto destacado foi aumento no ciclo de consumo mundial de metais.

“A conclusão é que por motivos diferentes há sempre este receio de falta de suprimen-to, o que influencia diretamente nos valores”, disse Marcelo, que finalizou com uma pre-visão dos preços das commodities, na qual, dependendo do metal, existe expectativa de aumento na ordem de 10% a 20% para o pró-ximo ano, o que deve se manter em 2012.

Antônio Lannes, Miguel Nery e Marcelo Mello

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Professor Dirk Van Zyl

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A biodiversidade foi protagonista no ter-ceiro painel do II Congresso de Mineração da Amazônia. Especialistas de empresas que atuam no mundo inteiro mostraram aos par-ticipantes da EXPOSIBRAM Amazônia 2010 exemplos de como a mineração tem se inte-grado ao trabalho de conservação ambien-tal, inclusive com participação em institutos mundiais que atuam neste sentido.

Na primeira palestra, a Diretora de Susten-tabilidade da Vale, Vânia Somavilla, mostrou como empresas com presença global apren-deram a respeitar o meio ambiente e ainda assim promover a manutenção, recuperação e conservação de áreas consideradas de fun-damental importância para a natureza.

Para ela, o Brasil tem um importante pa-pel na discussão da biodiversidade mundial, sobretudo quando o assunto é desenvolver metodologias de como conhecê-la e quan-tificá-la. “As empresas possuem um papel fundamental no que se refere ao nosso fu-turo, de forma que a gente possa deixar um legado pra região onde se atua, com mais desenvolvimento e preservação. É um gran-de desafio para todos nós”, comentou So-mavilla, que ainda apresentou os diversos projetos desenvolvidos pela Vale, dando destaque para a preservação da Floresta Na-cional de Carajás, no Pará.

É possível conciliar mineração e conservação da biodiversidade

A segunda exposição foi ministrada por Anne-Marie Fleury, do Conselho Internacio-nal de Mineração e Metais (ICMM). Com o título “Estratégias para a incorporação da bio-diversidade nos projetos minerais”, ela apre-sentou como o ICMM atua e destacou o fato que boa parte dos projetos de mineração no mundo é instalada em áreas remotas.

“Quando olhamos em escala global, no quesito de impactos ambientais, a atividade mineral não é tão grande. Mas quando olha-mos regionalmente, podemos quantificar me-lhor essa importância. A mineração leva muitos recursos e por ocuparem grandes áreas, tam-bém protegem estas”, pontuou Anne-Marie.

Ela enfatizou ainda o fato de que 2010 é o ano internacional da biodiversidade e que foi acertada uma meta de aumento em 17%, para o futuro, das áreas conservadas. “A atenção na conservação vai crescer e a atividade mineral tem um importante papel pois tem um grande conhecimento na restauração das áreas im-pactadas. Não podemos afirmar com certeza que o desempenho de conservação mundial melhorou, mas temos como dizer que há mui-to mais compromissos neste ponto”, disse.

As duas palestras foram mediadas pelo Coordenador Regional do Instituto Chico Mendes (ICMBio), Fabiano Gumier Costa. Ele ressaltou que “quando se vê um setor produti-vo como a mineração organizar eventos como o II Congresso de Mineração da Amazônia e começar a debater sobre o assunto, de forma espontânea, é um sinal mudança de paradig-mas e a esperança de um futuro melhor”.

Aceitação da Sociedade

Após tratar da conservação da flora e da fauna do local onde as mineradoras atuam, a aceitação dos projetos pela comunida-de voltou a ser discutido na EXPOSIBRAM Amazônia 2010.

José Roberto Freire, Presidente da Kinross Brasil e da Comissão Mineração da Câmara de Comércio Brasil/Canadá, falou sobre a experiência adquirida pela empresa na uni-

dade de Paracatu (MG), que investe, entre outros, em projetos sociais para qualificar os antigos garimpeiros que vivem na região e integrá-los à empresa.

“Toda empresa tem que ter uma visão social desenvolvida para crescer. Sem isso, a companhia não é atrativa para os investi-dores”, afirmou Freire. Segundo ele, o gran-de desafio da construção da licença social é conseguir manter o diálogo com a comu-nidade, com um engajamento extremamen-te produtivo e bom para ambas as partes. “É uma coisa que tem que ser construída e leva tempo, pois temos que mudar não só a mentalidade da corporação, mas também a mentalidade da comunidade. Só nos últimos dois anos, quando a Kinross intensificou esse modelo, já se percebeu uma mudança em relação à visão e ao relacionamento com a comunidade”, concluiu.

O Diretor Geral do Departamento Na-cional de Produção Mineral (DNPM), Miguel Nery, reforçou que a licença social não pode ser um instrumento regulatório e burocráti-co, pois esse não é seu objetivo. “Ela tem que ser um processo permanente de cons-trução por parte dos diferentes atores, como um exercício diário e constante”, ressaltou.

Já Rolf Georg Fuchs, Diretor da Integra-tio – Mediação Social e Sustentabilidade, ressaltou que se deve buscar o equilíbrio na relação entre empresas e sociedade. “As pes-soas já estavam no local antes da implanta-ção do projeto e vão continuar lá depois que o projeto sair. Por isso é importante buscar a licença social. É mais inteligente buscar o entendimento com os moradores da região do que ficar administrando crises”, afirmou.

Da esquerda para direita: Anne-Marie Fleury, Rômulo Mello e Vânia Somavilla

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Da esquerda para a direita: Rolf Fuchs, Miguel Nery e José Roberto Freire

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Dois anos após o lançamento do Sindi-cato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (SIMINERAL), a EXPOSIBRAM Amazô-nia 2010 possibilitou a reunião de repre-sentantes da entidade com o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna e também com o Diretor de Assuntos Ambientais do Instituto, Rinaldo Mancin.

No encontro, o IBRAM ressaltou o in-teresse em integrar o grupo do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema). Para atingir este objetivo, o SIMIENRAL ajuda nas negociações. “Precisamos trabalhar de for-ma unida. Dessa forma, o setor produtivo pode ter mais voz nas decisões de projetos no estado paraense”, ressaltou o Presidente do Sindicato, Eugênio Victorasso.

O encontro também teve a participação do representante da Federação das Indús-trias do Estado do Pará (Fiepa) e integrante do Coema, Justiniano Neto. Segundo ele, precisa haver uma proximidade maior en-tre as três entidades. “Precisamos de equi-

EXPOSIBRAM Amazônia reúne IBRAM e SIMINERAL

pe técnica mais capacitada, para termos, inclusive, uma boa argumentação na hora de defender algum caso em discussão no Conselho”, salientou Neto.

Rinaldo Mancin também acredita que um fortalecimento nessa relação vai render bons frutos e lembrou que o IBRAM já or-ganizou curso de capacitação no Coema. “Essa iniciativa de treinar as pessoas a fim de garantir uma melhoria na qualidade dos trabalhos já faz parte do nosso trabalho. Fi-zemos um primeiro treinamento em agosto deste ano no Conselho e vamos continuar com estas ações”, observou.

Outro tema que fez parte da reunião foi relacionado com a dificuldade da mão de obra qualificada para o setor mineral. “To-das as empresas estão trabalhando dentro do possível para melhorar a capacidade dos seus trabalhadores. Mas não podemos exercer a função de governo. O Estado bra-sileiro precisa fazer sua parte”, ponderou o Presidente do IBRAM.

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Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, em reunião com SIMINERAL

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Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, vista a EXPOSIBRAM Amazônia 2010

Professor da Universidade de British Columbia, Vancouver, Canadá, Dirk Van Zyl, diretor de

Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin e Consultor em Meio Ambiente & Mineração,

Adelino Taboada, se cumprimentam após painel

Autoridades do Brasil e exterior participam da abertura da EXPOSIBRAM Amazônia 2010

Entrada do Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia

Diretora da Resources Initiative (EUA), Maureen Upton e Presidente da Mineração

Rio do Norte – MRN, Julio Sanna

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A tecnologia é a grande aliada das mi-neradoras para garantir melhores práticas produtivas nas comunidades onde estão inseridas. A adoção de recursos e procedi-mentos tecnológicos nas plantas industriais contribui, inclusive, para a redução dos passivos ambientais. “O negócio da mine-ração tem como origem o meio ambiente e, se as empresas não se preocuparem com ele, certamente estarão fora do mercado. Assim, as empresas estão cada vez mais ver-des”, destacou Paulo Camillo Vargas Penna, Diretor Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).

O próprio mercado passou a exigir uma nova gestão dos negócios: produção com menor geração de resíduos, reforçando o compromisso com ações sustentáveis nas áreas de influência dos empreendimentos de mineração. Tudo para permitir que a relação entre homem e natureza se mante-nha equilibrada, mesmo atendendo à cres-cente demanda de mercado. “A tecnologia vem ao encontro da preservação ambien-tal e é objeto de grande preocupação e de vultosos investimentos das empresas”, acrescentou Camillo Penna.

Os recursos destinados para o desenvol-vimento tecnológico também garantem uma produção com maior qualidade, além de melhorar a produtividade e a competitivi-dade das mineradoras brasileiras no cenário internacional. Um dos exemplos de como o uso das soluções tecnológicas incrementou a produção se deu com a separação de mi-nérios para atender às necessidades merca-dológicas. “Hoje, já se explora minério com teor 25%, produto que antes era descartado devido a vários motivos como a falta de in-teresse do mercado e também questões prá-ticas. Para se ter uma ideia, há pouco tempo havia grande dificuldade de separar esses minérios e, graças à inserção tecnológica, as empresas começaram a fazê-lo”, destacou.

Em Porto Trombetas (PA), a tecnologia é usada para proteção. Sensores instalados nas subestações de energia da Mineração Rio do Norte (MRN) detectam altas temperaturas e fumaça por meio de raio laser. O sistema é automatizado e aciona centrais de alarme que informam a Brigada de Incêndio sobre as áreas de risco. Sirenes e luzes especiais alertam tam-bém as pessoas para que se retirem imediata-mente com segurança sempre que necessário.

Tecnologia inova e reduz impactos ambientais da mineração

Da concepção do projeto ao funciona-mento dos sistemas, todas as ações foram trabalhadas de acordo com as Normas Re-gulamentadoras NR-10 e NR-23 do Minis-tério do Trabalho. “A alta sensibilidade dos sistemas permite que os riscos sejam identifi-cados e atendidos rapidamente pela Brigada de Incêndio. No caso de subestações distan-tes, por exemplo, temos como evitar danos às instalações e desligamentos de energia. O sistema permite até que sejam realiza-das chamadas telefônicas automáticas para destinos programados”, disse Nelson Araú-jo, Gerente do Departamento de Geração e Distribuição de Energia da MRN.

Energia

Na Alunorte, refinaria de alumina loca-lizada em Barcarena (PA), a adoção de um procedimento otimizou a separação entre partículas e gás usando ciclones, resultan-do em uma redução de energia de 6%, o que resultou na economia anual de cerca de 56 milhões de kWh durante o processo de calcinação de alumina. “Com o projeto, a Alunorte mostrou preocupação com sua eficiência energética por meio da correta utilização de fontes de energia de forma sustentável, que tem impactos significati-vos na redução de emissões para o meio ambiente”, declara Daryush Khoshneviss, Diretor Industrial da Alunorte.

Público prestigia a EXPOSIBRAM Amazônia 2010

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seGurança e saÚde

atualidades

DIREITO AMBIENTAL DO TRABALHO

“A empresa tem que ser proativa, fazer o mapeamento das condições de risco, pois a tendência dos tribunais é considerar que se o acidente é previsível, há culpa. Tudo o que é previsível é passível de prevenção”, disse o desembargador Sebastião de Oliveira, que enfatizou: “a visão tradicional era do risco monetizado, com o pagamento de adicionais pelo trabalho de risco e o amparo às vítimas. A proteção era voltada para o trabalho. Tudo isso está sendo substituído pela visão de que o risco deve ser eliminado e o ambiente de trabalho deve ser saudável. Por causa disso surgiu, inclusive, uma nova disciplina, que é o Direito Ambiental do Trabalho.“

Fonte: Seminário Responsabilidade Civil por Acidente de Trabalho e Doenças Ocupacionais - PR.

NR-12 – PROTEçãO EM MáqUINAS E EqUIPAMENTOS

A publicação da nova NR 12 - Proteção em Máquinas e Equipamentos foi aprovada pela CTPP (Comissão Tripartite Paritá ria Perma-nente). Também será criada a CNTT NR 12 (Comissão Nacional Tripar tite Temática), que aguarda a indicação de cinco membros por bancada. “O ponto forte da norma é trazer in-formações básicas de conceitos já consagrados em segurança de máquinas, estendendo esta visão desde o projeto até o sucateamento”, avalia a auditora da SRTE/RS Aida Becker, que coordenou o trabalho do GTT da NR 12.

Fonte: PROTEÇÃO - Revista Mensal de Saúde e Segurança do Trabalho – Novembro/2010 – Ano XXIII

SEMINáRIO EMPRESARIAL DE SST REúNE MAIS DE MIL PESSOAS EM PORTO ALEGRE

Com o objetivo de fortalecer a cultura de prevenção no meio empresarial, CNI e SESI realizaram, em parceria com a FIERGS (Fe-deração das Indústrias do Rio Grande do Sul), o Seminário Empresarial de Segurança e Saúde no Trabalho.

O seminário contou com a presença de mais de 1.100 participantes e reuniu especialistas nacionais e estrangeiros, representantes do governo, de empresas e de trabalhadores, que discutiram o contexto atual do tema e suas tendências nos campos técnico, regula-tório e de gestão empresarial.

As apresentações realizadas no seminário es-tão disponíveis no link http://www.relacoes-dotrabalho.com.br/profiles/blogs/seminario-empresarial-de-sst

Fonte: http://www.relacoesdotrabalho.com.br/profiles/blogs/ seminario-empresarial-de-sst?xgs=1&xg_source=msg_share_url

PROGRAMA MINERAçãO É APRESENTADO NA 6ª ATLANTIC

ALLLIANCE CONfERENCE

O Secretário da Associação Nacio-nal das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (ANEPAC), Milton

Akira Kiyotani, apresentou o Programa MINERAçãO na 6ª Atlantic Alliance Cofe-rence. Em sua palestra, Kiyotani ofereceu uma visão geral sobre o compromisso do IBRAM na questão de segurança e saúde no trabalho. Ele ressaltou que o Progra-ma preconiza dez princípios, enfatizando o imperativo da segurança em todos os níveis. São também previstos vários guias de boas práticas e é essencial que estes possam ser adotados tanto por pequenas como pelas grandes empresas.

A conferência foi coordenada pela Universi-dade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), em colaboração com o setor de mineração da Associação Internacional de Segurança Social (ISSA). Sua missão é compartilhar as boas prá-ticas do “Mais seguro desde o Projeto (Safer by Design)” e desenvolver conceitos harmo-nizados nas indústrias de mineração de agre-gados em nível global e, em particular, para garantir que no futuro todos os equipamentos e máquinas móveis para a indústria de agre-gados estejam equipados com equipamentos de segurança aprovados como padrão.

A Atlantic Alliance Coference reúne-se de dois em dois anos e, em 2010 atraiu repre-sentantes da indústria de agregados da Euro-pa, Norte e América do Sul, Rússia, África e Austrália, além de representantes da extra-ção mineral e processamento de agregados e outros minerais, de agências reguladoras de saúde e segurança, fabricantes de máqui-nas e outros interessados.

Fonte: Resumo minutado por Jim O’Brien, 2 de novembro de 2010.

boas práticas

“A Vida não tem Dublê” é o lema da cam-panha de prevenção de fatalidades criada recentemente na Alumar. Essa é a primeira do programa “Risco de Incidente: Tolerância Zero, Segurança Dez”, destinada a funcio-nários, estagiários e contratados e que tem o objetivo de auxiliar na identificação de perigos com potencial de fatalidades. Para isso foram realizados treinamentos de conscientização, divulgação de comunicados mensais, distribui-ção de folders e exercícios práticos de reconhecimento de perigos.

ALUMAR - CAMPANHA CONSCIENTIzA SOBRE

RISCOS DE fATALIDADE E INCENTIVA PARTICIPAçãO

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“Esse seminário reúne elementos de como produzir riquezas através da utilização da geodiversidade, além de mostrar para quem vive na Amazônia como explorar a diversidade mineral de forma sustentável, ou seja, sem afetar muito o meio ambiente, fazendo com que essa exploração seja realizada de forma que a riqueza gerada também seja dividida entre a população local.”

Maurílio MonteiroTitular da Secretaria de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia

“Sustentabilidade não é vista apenas do ponto de vista ambiental, mas também do ponto de vista social e econômico, com a geração de emprego para o povo do Pará.”

ana Júlia carepaGovernadora do Pará

“O Pará, com os potenciais de riquezas naturais, tem todas as condições para ser um estado riquíssimo. Precisamos de duas coisas: melhorar o nível médio cultural da população e ter um planejamento econômico e social adequado para as nossas vocações primordiais. Isso criará os fatores de competitividade que transformarão o Pará em um estado moderno, avançado, com uma sociedade rica e educada.”

Gabriel GuerreiroDeputado Estadual do Pará

“A motivação e a importância de um congresso como esse é de grande significado para toda a cadeia produtiva do Pará. O próprio empresário está consciente que pode crescer com maior vantagem se evidenciar o desenvolvimento sustentável, respeitando a natureza e também o trabalhador.”

José conradoPresidente da Federação das Indústrias do Pará

“A importância desse evento é exatamente a oportunidade que as empresas têm de se apresentar, de mostrar o que estão produzindo e de aprender com o que existe de mais atual em termos de metodologias e modelos de gestão e que possa ser incorporado. A indústria de mineração tem muita relevância no contexto não apenas do Estado do Pará, mas do Brasil como um todo e é muito importante a esta indústria se apresentar à sociedade.”

Júlio sannaPresidente da Mineração Rio do Norte – MRN

“Com tecnologia e mão de obra qualificada podemos ter uma mineração sustentável, racional e, sobretudo que respeite o meio ambiente”. “Verificamos nesse congresso o grande interesse da classe política em relação a mineração e também dos investidores em aplicar seus recursos onde dá certo”.

sinésio camposDeputado Estadual do Amazonas

“O futuro da mineração no mundo só existe com sustentabilidade. Então é claro que o setor, como diversos setores da economia brasileira, tem que se adaptar ao aumento dos requisitos ambientais que a sociedade brasileira exige.”

Márcio ZimmemannMinistro das Minas e Energia

“Eu vejo o evento deste ano com uma importância especial por trazer à tona a temática da sustentabilidade, por trazer a questão da relação comunitária, com a sociedade. Isso é muito importante porque você cria um espaço para que todas as partes envolvidas possam discutir e conhecer a importância do assunto no seu dia a dia.”

Jucilaine souzaCoordenadora de Projetos Sociais da Imerys

“O pano de fundo da mineração deve ser sempre o meio ambiente, o desenvolvimento social e o desenvolvimento econômico, principalmente quando se está na região que é a última fronteira da mineração mundial. A compatibilização de um projeto mineral na Amazônia é um ícone para nossa atividade.”

paulo camillo pennaPresidente do IBRAM

“O minério é uma dádiva para o município e o estado. Tem que ser explorado de forma consciente e sustentável, trazendo o desenvolvimento para região. É essencial desmistificar o que é a mineração e mostrar sua importância para a população.”

ana francoGerente de Relações Governamentais da Alcoa

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Mineração pode contribuir para conservar biodiversidade

Uma das palestrantes da EXPOSIBRAM Amazônia 2010, Anne-Marie Fleury, é diretora do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) e responsável por uma série de projetos ambientais e de desenvolvimento comunitário e social. Ela faz parte do ICMM desde fevereiro de 2004.

Anteriormente, foi gerente técnica da International Network for Acid Prevention (Inap), iniciativa global que desenvolve formas de evitar os riscos de contaminação do meio ambiente por materiais provenientes dos resíduos da mineração. Ela também trabalhou para a BHP Billiton na mina Tintaya, no Peru, bem como no departamento de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e de Comunidade em Santiago, Chile.

Ela se graduou Engenheira Química pela Universidade Laval, em Québec (Canadá) e tem mestrado em Engenharia de Minas pela mesma instituição.

ENTREVISTAanne-Marie fleury – DIREToRA Do CoNSElho INTERNACIoNAl DE MINERAção E METAIS (ICMM)

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É possível trabalhar em harmonia com dois setores (mineração e biodiversidade) que, em uma primeira impressão, parece não dialogarem?

È possível. As coisas mudaram muito nos últimos dez anos e acredito que as pessoas de ambos os lados estão mais abertas para o diálogo e para trabalhar em conjunto diante dos desafios da biodiversidade. Por volta de 2002 foi o início dos trabalhos do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) e, em linhas gerais, a relação entre os setores de conservação e de mineração era extremamente difícil. No princípio, as discussões excluíam o setor mineral, mas nos surpreendemos em perceber quão rápido esse relacionamento melhorou a ponto de debatermos sobre diversos assuntos. Atualmente, a conversa parte do princípio de como esta indústria pode contribuir a para a biodiversidade. Então eu percebo que houve muitas evoluções.

Carajás é um bom exemplo dessa mudança de postura por parte do setor produtivo?

Sim. Mas para ter esse sucesso é preciso um espaço neutro para o diálogo, muita paciência até para respeitar o tempo que for necessário para os bons resultados. Eu acredito que sob a ótica do setor mineral essa espera pode, às vezes, ser muito frustrante, ou o tempo que você utiliza para mobilizar a população nos debates não encaixa muito bem com a “janela” de negócio. Então você precisa tentar fazer a melhor combinação possível.

A participação da comunidade pode ajudar em todo o processo?

Certamente. Claro que o envolvimento da comunidade é a chave, e esse engajamento não tem reflexos positivos apenas na questão envolvendo a biodiversidade, como também os desafios sociais. Agora, é preciso lembrar que o projeto da empresa, a forma de execução e a apresentação devem ter sentido para aquelas pessoas. A empresa precisa envolver várias partes da sociedade local, mas precisa fazer isso de uma forma diferente do usual. Se o encontro seguir o mesmo padrão de reuniões executivas provavelmente não vai funcionar. Mais uma vez: essas coisas levam tempo. Também é preciso ter alguns

companhias que não apresentam ações tão positivas assim. Para mim, esse é o maior desfio: fazer com que todos trabalhem de maneira responsável (grandes e pequenos).

Ao avaliar congressos como o realizado no Pará pelo IBRAM, é possível dizer que a mineração brasileira se mostra mais atenta a essa busca por uma produção sustentável?

Absolutamente, não há outros momentos no mundo em que se discuta a biodiversidade, a não ser na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP). Quero dizer, o Brasil teve uma grande presença na reunião, é muito influente nas negociações, apresenta muitos bons exemplos. Acredito que toda essa postura reflita uma posição das empresas brasileiras, dentre elas as de mineração. O que faz sentido. Este é um dos países mais ricos em biodiversidade, então não é surpreendente essa posição em preservar.

Em sua opinião, qual seria a principal contribuição da indústria mineral para conservar a biodiversidade?

A pergunta óbvia que sempre é feita é como minimizar os impactos, pois sempre há impactos quando se trata de biodiversidade. E nós temos que fazer isso, mas precisamos também pensar em ir além de reduzir os impactos e, realmente, ser grande contribuidor. Eu acredito que há uma série de pontenciais para as companhias contribuírem para tentar manter a biodiversidade em seu formato original. Trabalhar com outras empresas do mesmo setor para ter sistemas menos impactados pode trazer um resultado melhor do que atuar individualmente, ou mesmo com companhias de outros setores para tentar fazer projetos com mais chances de sucesso e multiplicá-los. Não se deve mais pensar apenas em reduzir as perdas de biodiversidade, mas ir além e planejar restaurá-la. E o setor mineral pode dar enorme contribuição neste aspecto, pois é algo que faz muito bem. Se nós pudermos encontrar uma forma de reconhecer e incentivar esse tipo de contribuição, seja com incentivos financeiros ou com quaisquer outras formas, cada vez mais veremos os diversos setores produtivos indo além, se preocupando com a restauração da biodiversidade.

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quais seriam os principais desafios para os próximos anos?

Se por um lado diversas empresas fizeram muitos progressos nos últimos anos, por outro isso não envolve todo o setor. Então, se você fizer uma lista, vai ver um número grande de empresas que apresentam boa conduta, mas um número maior ainda de

cuidados. Por exemplo, a comunidade vai estar sempre lá, serão as mesmas famílias. Já no mundo coorporativo as pessoas mudam, e o que foi prometido anteriormente pode ser deixado de lado. Mas os moradores do local não esquecem, pois eles sempre estiveram ali. Essa memória institucional é algo que precisa ser melhorado nas indústrias.Um executivo não pode chegar a um local sem saber o que foi feito anteriormente, seja em questão de acordos, erros ou acertos, e trabalhar com estes resultados.

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Grupo Tambores do Conde, apoiado pela Imerys Rio Capim Caulim

Palestra de Rolf Fuchs, Diretor da Integratio - Mediação Social e Sustentabilidade

Da direita para a esquerda: Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin, Gerente de Assuntos Ambientais do IBRAM, Cláudia Salles, Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna,

Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Luis Enrique Sánchez

Público visita estandes da EXPOSIBRAM Amazônia 2010

Maureen Upton, Diretora da Resources Initiative (EUA)

Vista superior da EXPOSIBRAM Amazônia 2010Lançamento do SIGMine

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Público se inscreve para a EXPOSIBRAM Amazônia 2010 Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, participa do lançamento do SIGMine

Estande do IBRAM na 2ª edição da Exposição Internacional de Mineração da Amazônia

Público prestigia II Congresso de Mineração da Amazônia Público visita estandes da EXPOSIBRAM Amazônia 2010

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No Brasil, a propriedade dos recursos minerais pertence a União Federal. A diferenciação entre atividade e propriedade permite que o domínio do resultado da lavra das jazidas de minerais possa ser atribuído a terceiros pela União Federal.

O presente tema, invariavelmente ainda causa algumas dúvidas para muitos operadores de direito. Muitos entendem que a atividade de extração mineral é uma atividade de prestação de serviço público, o que não é. A atividade de lavra no Brasil está inserida nos serviços de utilidade pública como também é o aproveitamento das águas e da energia hidráulica como veremos mais adiante.

Tal dúvida acontece, talvez, em decorrência da leitura apressada dos artigos 175 e 176 ambos da Constituição Federal de 1988 ou até mesmo pela interpretação conjunta equivocada dos dois dispositivos.

Os referidos dispositivos dispõem:

Art. 175 - Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, dire-tamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único - A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscali-zação e rescisão da concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade dis-

tinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

O entendimento equivocado de que a atividade de extração de lavra é uma atividade de prestação de serviço público pode está relacionada com a localização do art. 176 da nossa Carta Magna. O art. 175 da Constituição Federal e seus incisos rezam sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos regulado pela Lei Federal nº 8.987/1995. Nessa ótica, como o ar-tigo 176 da Constituição Federal que trata sobre o aproveitamento das jazidas minerais está logo após o artigo 175 e seus incisos que tratam sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos, tal fato, gera uma confusão entre os institutos, uma vez que induz ao intérprete da norma jurídica a fazer uma interpretação conjunta dos dois dispositivos.

No entanto, não podemos misturar os institutos. Na verdade, a atividade de lavra a qual alude o art. 176 da Constituição Federal é inexoravelmente uma atividade de utilidade pública e não uma pres-tação de serviço público.

A letra “f” do artigo 5º, do Decreto lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941 dispõe nesse sentido, vejamos:

Art. 5º Consideram-se casos de utilidade pública:

f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica;

Por sua vez, para que o empreendedor que atua na atividade de lavra possa extrair o minério da jazida, faz-se necessário obter um tí-tulo denominado de concessão de lavra concedido pelo Ministro de Minas e Energia após o empreendedor obedecer a um vasto procedi-mento legal e requisitos pré-determinados pelo Código de Mineração (Decreto-lei nº 227/67) e seu Regulamento (Decreto n° 62.934/68). Já na concessão de serviços públicos, o concessionário deverá obedecer aos ditames impostos pela Lei Federal nº 8.987/1995, finalizando no firmamento de contrato administrativo com a Administração Pública.

Em conclusão, a atividade de lavra no Brasil mencionado no art.176 da Constituição Federal está inserida nos serviços de utili-dade pública nos termos da letra “f” do artigo 5º, do Decreto lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941 não se confundindo, portanto, com as atividades de prestação de serviço público disposto no art. 175 da Constituição Federal e regulado pela Lei Federal nº 8.987/1995.

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Extração de lavra é serviço de utilidade pública

renato evaristo da cruz Gouveia neto

Advogado da Votorantim Cimentos N/NE S.A, Especialista em Direito Minerário, Integrante da Comissão Jurídica do IBRAM, Pós-Graduado em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Universidade Mackenzie (SP), em Direito Público com ênfase em Direito Processual Civil pela Universidade Potiguar-RN e em Direito Tributário Empresarial pela Faculdade Armando Alvares Penteado (SP).

Além de ser um momento para se discutir as questões ambientais que envolvem um projeto mineral, a EXPOSIBRAM Amazônia 2010 foi uma oportunidade para os participantes debaterem sobre os diversos assuntos de interesse ao setor. O Direito Minerário foi um deles.

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EXPOSIBRAM Amazônia 2010 supera expectativasEm quatro dias, a EXPOSIBRAM Ama-

zônia 2010 registrou a participação de 500 congressistas e 160 alunos nos workshops do II Congresso de Mineração da Amazônia, voltado para profissionais que atuam de for-ma direta e indireta na atividade mineraria.

“Tivemos um público acima do esperado nas oficinas e painéis do Congresso. Estou muito satisfeito: visitantes muito qualificados e ligados ao setor participaram da Exposição, onde ocorreu uma relação melhor em ter-mos institucionais entre empresa e socieda-de, e também com aproximação comercial entre clientes e fornecedores”, avaliou Paulo Camillo Penna, Diretor Presidente do Insti-tuto Brasileiro de Mineração (IBRAM).

A iniciativa do IBRAM se mostra relevan-te tendo em vista que as mineradoras inves-tirão cerca de US$ 62 bilhões no Brasil, até 2014, em projetos novos e na expansão de seus empreendimentos. Somente a região amazônica receberá cerca de 40% desse to-tal. “Todo esse crescimento representa uma nova era de compromissos com a sustentabi-lidade, um dos grandes desafios do setor. A atividade vem intensificando suas ações no campo da responsabilidade social e do de-senvolvimento sustentável”, assegurou.

O Deputado Estadual do Amazonas, Sinésio Campos, lembrou que a Amazônia não possui apenas riquezas na fauna e na flora, mas também no subsolo. Segundo ele, a partir de tecnologia e mão de obra qualificada é possível ter uma mineração sustentável, racional e, sobretudo que res-peite o meio ambiente. “Verificamos nes-se congresso o grande interesse da classe

política em relação a mineração e também dos investidores em aplicar seus recursos onde dá certo. Queremos também no Amazonas investimentos no setor mineral que respeitem as pessoas e sobretudo o meio ambiente”, enfatizou.

Para o Presidente da Kinross Brasil e da Comissão Mineração da Câmara de Co-mércio Brasil/Canadá, José Roberto Freire, tratar de temas evolvendo a mineração e o meio ambiente é a principal contribuição do evento. “Esse é o papel mais importante da EXPOSIBRAM: desenvolver no Norte do País uma discussão madura, moderna e profun-da, de tal forma que não se fique amarrado a paradigmas do passado com relação ao setor. Dessa maneira, estamos preparando o ambiente para ter uma visão proativa, sau-dável para a mineração e para a sociedade brasileira”, ressaltou.

2ª Exposição Internacional de Mineração da Amazônia

Além de ser uma boa oportunidade para se atualizar, a EXPOSIBRAM Amazônia 2010 também foi um bom momento para empre-sários, técnicos e interessados a se candida-tarem a compartilhar parte dos 62 bilhões de dólares em investimentos previstos para mineração. Com 104 expositores a feira in-ternacional foi um espaço para estimular ne-gócios, reforçar laços comerciais e divulgar marcas e produtos do setor mineral.

A chance de apresentar produtos dife-renciados para um público especializado foi o que conduziu a Metroval, empresa

que atua em soluções para controle de flui-dos, a participar - pela primeira vez - da EXPOSIBRAM Amazônia. “A gente sempre participa da EXPOSIBRAM em Minas Ge-rais. Tivemos uma primeira impressão mui-to positiva da realizada em Belém”, comen-tou Paulo Longo, Gerente de Negócios da Área de Mineração.

A Exposição Internacional também foi vista como um momento para manter parce-rias comerciais, como ressaltado por repre-sentantes da Itaipu Norte/Scania. “Aqui, te-mos a oportunidade de encontrar parceiros de longa data. Então, é importante porque é um momento de reforçar essas parcerias”, destacou José Adolfo Muller, Gerente Geral da Itaipu Norte.

Com experiência e participação em di-versas feiras pelo mundo, o Diretor da Del-tamaq, Joaquim Ferreira Santos, destacou a importância do evento. “Viemos não só fortalecer a marca: fizemos bons negócios, bons contatos. O Pará precisa de incentivos como este”, mencionou.

Algumas empresas aproveitaram a Expo-sição para mostrar o novo perfil institucional como contou Fernanda Lima, Coordenado-ra de Comunicação da Unidade de Negócio de Ferro da Anglo American. “Participar da Exposição foi extremamente positivo. Somos parceiros e sempre participamos da EXPOSI-BRAM em Minas e em Belém. Viemos apre-sentar a nossa nova marca”, disse Lima, que destacou o fato de a empresa estar presente em várias partes do mundo e da marca estar vinculada à história dos empregados.

EXPOSIBRAM Amazônia 2010 e II Congresso de Mineração da Amazônia

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