monografia jonalto matemática 2009

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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA ANÁLISE DE ERROS COMETIDOS PELOS ALUNOS COM OS NÚMEROS RACIONAIS: A REALIDADE DO COLÉGIO MUNICIPAL RÔMULO GALVÃO NO MUNICÍPIO DE PINDOBAÇU-BA. JONALTO LOPES GUIRRA SENHOR DO BONFIM 2009

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Matemática 2009

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Page 1: Monografia Jonalto Matemática 2009

1

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII

CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

ANÁLISE DE ERROS COMETIDOS PELOS ALUNOS COM

OS NÚMEROS RACIONAIS: A REALIDADE DO COLÉGIO

MUNICIPAL RÔMULO GALVÃO NO MUNICÍPIO DE

PINDOBAÇU-BA.

JONALTO LOPES GUIRRA

SENHOR DO BONFIM

2009

Page 2: Monografia Jonalto Matemática 2009

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII

CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

ANÁLISE DE ERROS COMETIDOS PELOS ALUNOS COM

OS NÚMEROS RACIONAIS: A REALIDADE DO COLÉGIO

MUNICIPAL RÔMULO GALVÃO NO MUNICÍPIO DE

PINDOBAÇU-BA.

JONALTO LOPES GUIRRA

Monografia apresentada ao Departamento de Educação, Campus VII, Colegiado de Matemática, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Licenciatura em Matemática.

Orientadora: Prof.ª Mª. Celeste de S. Castro.

SENHOR DO BONFIM

2009

Page 3: Monografia Jonalto Matemática 2009

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS VII

ANÁLISE DE ERROS COMETIDOS PELOS ALUNOS COM

OS NÚMEROS RACIONAIS: A REALIDADE DO COLÉGIO

MUNICIPAL RÔMULO GALVÃO NO MUNICÍPIO DE

PINDOBAÇU-BA.

JONALTO LOPES GUIRRA

Monografia apresentada ao Departamento de Educação, Campus VII, Colegiado de Matemática, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Licenciatura em Matemática.

CONCEITO____________

BANCA EXAMINADORA

________________________________ ________________________________ Prof.° Ivan Souza Costa Prof.° Ricardo José R. Amorim

Avaliador Avaliador

__________________________________________Prof.ª Mª. Celeste de S. Castro

Orientadora

SENHOR DO BONFIM

2009

Page 4: Monografia Jonalto Matemática 2009

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, ao nosso Pai Celestial que é a figura maior do Universo

e que me deu força para realização desta pesquisa, ao meu filho Gian kelvin, a

minha esposa Madalena (Madá) pela compreensão de minha ausência, a minha

família, em especial aos meus genitores: Betinha e Zuquinha (in memória), aos

meus irmãos (Jilmar Guirra e Jilson Guirra), aos meus sobrinhos Ana Paula, Pedro

Henrique e Jennifer aos meus colegas de curso em especial Jônias (in memória).

Page 5: Monografia Jonalto Matemática 2009

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a professora Mª Celeste Castro (Prof.ª Celeste) pela sua

dedicação como orientadora deste trabalho, pela sua paciência e compreensão,

além de ser uma excelente profissional, acima de tudo uma ótima pessoa.

Agradeço aos professores do Curso de Matemática, que passaram por este

Campus VII durante a caminhada universitária e que contribuíram de forma

significativa no desempenho da nossa profissão, em especial aos professores:

Prof.ª Fabíola, Prof.ª Alayde, Prof.º Ivan, Prof.º Geraldo Caetano.

Gostaria de agradecer também a Prof.ª Mirian, pois está sempre disposta, a

ajudar, mesmo aqueles que não são ou foram seus alunos.

Agradeço também as pessoas que trabalha(ram) na biblioteca, em especial

D. Margarida, Luciene, Lucineide, Elias, Maria, Edval, Elane, e todo pessoal que

trabalhou nesta repartição.

Agradeço, ao pessoal da Secretaria Acadêmica, principalmente na pessoa da

Coordenadora Maria Jalva, que com sua paciência está sempre disposta a ajudar

quando necessitávamos de uma documentação urgente.

Gostaria de abraçar todas estas pessoas acima citados em forma de

agradecimento pela forma como atuam nas suas respectivas funções. Desde já se

sintam abraçados.

Page 6: Monografia Jonalto Matemática 2009

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“Por que nos torna tão pouco felizes esta maravilhosa

ciência aplicada, que economiza trabalho e torna a vida

mais fácil? A resposta é simples: porque ainda não

aprendemos a nos servir dela com bom senso.”

ALBERT EINSTEIN (1879-1955)

Page 7: Monografia Jonalto Matemática 2009

7

RESUMO

O presente trabalho trata-se de uma investigação realizada com professores de

Matemática do ensino fundamental e alunos da 6ª série do Colégio Municipal

Rômulo Galvão no Município de Pindobaçu-Ba. Onde buscamos compreender e

analisar a visão dos professores sobre a importância dos erros como estratégia

didática no processo de ensino/aprendizagem dos Números Racionais; a partir dos

erros e do desenvolvimento e acompanhamento de atividades didáticas. A presente

investigação é caracterizada pela metodologia qualitativa. Os dados, para análise

inicial foram colhidos a partir de uma entrevista com os professores. Utilizou-se

como instrumento um questionário contendo nove perguntas, a fim de conhecermos

o seu posicionamento diante dos erros cometidos com os Números Racionais. Já

para os alunos, foi aplicada uma atividade (estudo piloto) para avaliarmos seus

conhecimentos prévios a respeito dos Números Racionais. Esta atividade (estudo

piloto) serviu para diagnosticarmos as dificuldades dos alunos diante dos Números

Racionais. Na terceira etapa juntamente com o professor das turmas citadas,

diagnosticamos erros operacionais que serviram de cunho para elaboração da etapa

seguinte (estudo principal). Nesta etapa (estudo principal), aplicamos uma atividade

didática contendo apenas três questões, onde foram problematizados os erros

cometidos pelos alunos na etapa anterior (estudo piloto). Como resultado obteve-se

um aumento significativo no índice de acertos, comprovando que análise de erros

deve ser utilizada como metodologia didática.

Palavras chaves: Números Racionais, análise de erros, metodologia qualitativa,

ensino fundamental.

Page 8: Monografia Jonalto Matemática 2009

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO....................................................................................... 10

1. PROBLEMÁTICA............................................................................................... 12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................

2.1 O erro como estratégia didática de ensino............................................

2.2 Contexto Histórico de Números Racionais............................................

18

18

22

3. METODOLOGIA.................................................................................................

3.1 Tipo de pesquisa utilizada......................................................................

3.2 Local e sujeitos da pesquisa..................................................................

3.3 Instrumentos utilizados...........................................................................

30

30

32

33

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS.....................................................

4.1 Entrevista com os professores.............................................................

4.2 Aplicação do Estudo Piloto.....................................................................

4.3 Avaliação do Estudo Piloto.....................................................................

4.4 Estudo Principal......................................................................................

4.5 Comparação de Resultados...................................................................

36

36

41

44

45

48

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 51

APÊNDICES...........................................................................................................

Apêndice A - Questionário Aplicado ao professor........................................

Apêndice B – Estudo Piloto.......................................................................

Apêndice C – Estudo Principal....................................................................

53

53

54

55

Page 9: Monografia Jonalto Matemática 2009

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LISTA DE ABREVIATURAS

ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio

IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

LDB - Lei de Diretrizes e Bases

MEC - Ministério da Educação

MMM - Movimento da Matemática Moderna

PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais

PISA - Programa Internacional de Avaliação

SAEB - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica

SARESP - Sistema de Avaliação de rendimento Escolar do Estado de São Paulo

Page 10: Monografia Jonalto Matemática 2009

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APRESENTAÇÃO

O ensino de Matemática ainda é visto sob a forma de preparar apenas o

aluno para seus estudos posteriores, muitas vezes sem preocupar-se sobre a linha

de raciocínio e abstração de conteúdos produzidos pelos mesmos. Essa não

adequação escolar presente na pratica de ensino de Matemática.

Por isso, o objeto de estudo desse trabalho diz respeito a compreender e

analisar a visão dos professores sobre a importância dos erros como estratégia

didática no processo de ensino/aprendizagem dos Números Racionais, a partir da

identificação dos erros cometidos e do desenvolvimento e acompanhamento de

atividades didáticas, onde apresentamos o seguinte questionamento: o que fazer

para melhorar a aprendizagem dos alunos com os Números Racionais? O que fazer

para saná-los?

No capítulo I, apresentamos alguns estudos de pesquisadores em relação de

como o erro é tratado nas instituições educacionais seja ele de ensino fundamental,

ensino médio ou superior. A partir destes estudos percebemos que várias pesquisas

têm sido realizadas e apontam que alunos têm um péssimo desempenho diante dos

Números Racionais como relata os PCNs e outras pesquisas realizadas na área de

Educação Matemática.

O capítulo II, mostramos o que dizem alguns estudiosos sobre o tema de

como utilizar o erro como estratégia didática de ensino. E foi realizada uma

apresentação do contexto histórico de Números Racionais, mostrando também

como foi o processo educacional no Brasil e no mundo. Tendo como embasamento

teórico pesquisas realizadas por Cury (2006), Canova (2006), Nunes (1997), entre

outros.

Page 11: Monografia Jonalto Matemática 2009

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No capítulo III, mostramos como foi realizada a pesquisa, abordando a

metodologia, local e sujeitos de estudos. Analisamos e discutimos os resultados

obtidos através da entrevista feita com professores de Matemática do ensino

fundamental, e de duas atividades didáticos propostas aos alunos da 6ª série do

Colégio Municipal Rômulo Galvão, utilizando-se de metodologias diferenciadas. A

primeira atividade com base na metodologia praticada pelo professor (metodologia

tradicional). Já na segunda atividade problematizamos todos os erros cometidos

pelos alunos na etapa anterior e a transformamos em atividades didáticas. A partir

destas atividades, compararmos os resultados e observamos que os alunos

obtiveram um rendimento superior ao tradicional.

Concluímos que o professor tem em suas mãos uma ferramenta didática de

ensino, antes configurada na forma de punição e ridicularização que eram os erros.

Conclui-se, portanto, que o professor deve a ter uma visão mais positiva, e que

devemos explorar os erros dos alunos com os Números Racionais através do

acompanhamento de atividades.

Page 12: Monografia Jonalto Matemática 2009

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PROBLEMÁTICA

Durante formação acadêmica, a Matemática como área do conhecimento,

levou-me a uma compreensão desta ciência que tem em sua história um caráter

evolutivo. Assim podemos buscar nessa história fatos descobertos e revoluções que

nos mostram o caráter criativo do homem quando se dispõe a elaborar e disseminar

a ciência Matemática no seu meio sócio-cultural.

Na perspectiva de compreender a Matemática é importante ter na História da

Matemática juntamente com outros recursos didáticos uma significante contribuição

no processo de ensino aprendizagem em Matemática. Ela possibilita que o aluno a

compreenda como uma criação humana necessária e tenha conhecimento dos

diferentes momentos históricos, dos processos matemáticos (passado-presente)

resgatando assim a própria identidade cultural.

De acordo com os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) em muitas

situações, o recurso à História da Matemática pode esclarecer idéias matemáticas

que estão sendo construídas pelos alunos, especialmente para dar respostas a

alguns questionamentos e desse modo, contribuir para a formação de olhares mais

críticos sobre os objetivos do conhecimento.

Ao perguntarmos: por que ensinar Matemática? As respostas podem ser: “A

Matemática é necessária em atividades práticas que envolvem aspectos

quantitativos da realidade, como os que lidam com grandezas, contagens, medidas,

técnicas de cálculos, etc.” e /ou “A Matemática desenvolve o raciocínio lógico, a

capacidade de abstrair, generalizar, projetar, transcendente o que é imediatamente

sensível” (TOLEDO, apud CENP, 1997, p. 10).

Page 13: Monografia Jonalto Matemática 2009

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Mas ao perguntarmos a algumas pessoas se estes objetivos foram

alcançados, com certeza, poucos acenariam para uma resposta positiva. A questão

deste insucesso aponta para várias direções, entre elas estão:

Método de ensino inadequado;

Falta de uma relação estreita entre a Matemática que se aprende nas

escolas e as necessidades cotidianas;

Falta de recurso tecnológico.

Então surge a seguinte pergunta, qual o método de ensino que devemos

aplicar?

Sobre qual o método de ensino, Toledo (1997), faz uma abordagem entre o

método dedutivo e o método intuitivo. No método dedutivo os alunos memorizam

procedimentos para chegarem aos resultados exigidos pelo professor. Já no método

intuitivo faz com que a criança descubra propriedades e estabeleça relações entre

elas, construa hipóteses, e determine conceitos.

Essa discussão sobre educação já vem sendo analisada no Brasil, através de

pesquisas, que apontam sérios problemas; o principal deles é o fracasso escolar de

ensino fundamental no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem da

Matemática.

Canova (2006) em sua pesquisa aponta este fracasso, onde pode ser

constado em uma análise do desempenho apresentado pelos alunos das 4ª e 5ª

séries do Ensino Fundamental, feita pelo Sistema Nacional de Avaliação Básica

(SAEB, 2001) e pelo Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de

São Paulo (SARESP, 1998), que apontam que era esperado um rendimento melhor

por parte dos alunos. Ele reforça ainda que este baixo desempenho “podem estar

Page 14: Monografia Jonalto Matemática 2009

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ligados ao próprio entendimento que os professores tem sobre o conceito de fração.”

(CANOVA, 2006, P.18)

Sabendo que o mundo evoluiu rapidamente, a educação também deve seguir

esta progressão de forma cuidadosa e ordenada buscando novas metodologias de

ensino.

Segundo o PCN (1997, p. 24), “Freqüentemente a Matemática tem sido

apontada como disciplina que contribui significativamente para elevação das taxas

de retenção”. Talvez isto aconteça pelo fato de que a Matemática é vista por uma

grande maioria dos alunos como disciplina difícil.

Sebastiani (1993) reforça este pensamento quando diz:

Sem dúvida, a Matemática é a disciplina que mais é chamada na hora de se arbitrar para a cidadania. É ela que mais reprova e, portanto, é a grande responsável pela exclusão da maioria da população de participar da cidadania. Todo processo seletivo, alguns necessários, outros não, onde se têm mais competidores do que se necessita ou capacidade de observação, é a Matemática solicitada a colocar demarcador. (SEBASTIANI, 1993, p. 13).

Diante destas evidências surge a necessidade de refletir sobre os métodos de

ensino que possibilitem a compreensão do conceito de Números Racionais por parte

dos alunos, já que nas pesquisas citadas acima (SAEB, SARESP), levantou-se a

hipótese de que o mau desempenho dos alunos deu-se por falta do domínio do

conceito de fração equivalente.

Na área de Educação Matemática, outras pesquisas indicam esta dificuldade

com relação ao ensino e aprendizagem com os Números Racionais, dentre elas a

realizadas por Nunes (1997), Bezerra (2001), Merlini (2005), Canova (2006) entre

outros.

Page 15: Monografia Jonalto Matemática 2009

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No trabalho intitulado Dossiê do (Des)Ensino da Matemática, Nascimento

(2003), faz uma reflexão sobre o surgimento das dificuldades, quais as causas que

elevam as dificuldades em Matemática? Qual a causa do erro em Matemática?

Apresenta alguns motivos, tais como a formação do professor, a maturidade do

aluno, o material didático e até mesmo a má elaboração de quesitos em atividades.

São pontos que nos fazem refletir sobre o aspecto geral do ensino

aprendizagem de Matemática. Mas, nesse estudo pretendemos enfocar o tema:

erros cometidos pelos alunos da 6ª série com os Números Racionais. Alguns

pesquisadores da área de Educação Matemática, como Cury (2007), Correia (2005),

Olimpio (2005), entre outros, nos oferecem um grande referencial sobre o tema.

O erro na escola vem constituindo-se como item coadjuvante do cotidiano no

contexto pedagógico, sobretudo na escola pública, onde tem recebido um

tratamento sentencioso. A escola (alunos, professores, coordenadores, etc.) deveria

promover discussões sobre qual é o papel e a função do erro na construção do

conhecimento.

Os teóricos abaixo nos dão um caminho a refletir;

Para Kistemann Jr.(2004, p.4), “os erros observados não têm sido

problematizados de forma que possam servir ou propiciar uma discussão, um

diálogo em torno da produção do conhecimento matemático”

BERTONI (apud Kistemann Jr, 2004), “a não concretização desse diálogo na

sua plenitude empobrece a utilização didática do erro, prejudicando

significativamente, o desempenho dos alunos”.

Page 16: Monografia Jonalto Matemática 2009

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Os autores nos mostram um enfoque muito diferente do que nos foi sempre

apresentado - o erro como deficiência, incompetência e fracasso – mas sim uma

forma de diagnosticar, aprender e principalmente tratá-los como uma estratégia

didática, para construção do conhecimento.

Ao longo da Formação Acadêmica entendi o erro como sentença

classificatória, e na atividade como docente continuei com o mesmo posicionamento.

As leituras e discussões sobre os baixos índices do IDEB no município de

Pindobaçu-Ba, que em 2007 obteve média de 2,9 no ensino fundamental (5ª à 8ª

série), fez surgir o questionamento: o que fazer para melhorar a aprendizagem dos

alunos com os Números Racionais? São os erros? O que fazer para saná-los?

Acreditamos que tal problema é compartilhado por grande parte das escolas

públicas brasileiras.

Nas escolas, o erro como sinônimo de fracasso pode ser uma das causas da

repetência e de baixos índices de aproveitamento em Matemática. O fracasso

prejudica também a aceitação da Matemática por parte dos alunos, pois eles já têm

a mentalidade de que quem erra muito não aprenderá. Os alunos não sabem utilizar

desses erros para ajudar na construção do seu conhecimento. Utilizando os PCNs

como referencial, fala da importância do erro.

Os PCNs (1988) discutem a importância do erro para a aprendizagem e a

necessidade de se ter uma visão do erro como oportunidade de diagnóstico dos

caminhos, para que o aluno possa superar suas dificuldades.

Para De La Torre (1994), o estudo do erro é uma excelente estratégia para

atender a diversidade do processo de aprendizagem e melhorar a qualidade de

ensino, propondo a utilização didática dos erros como suporte para as mudanças e

para a realização do ensino. É com esta compreensão do erro que propomos a

Page 17: Monografia Jonalto Matemática 2009

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pesquisa: Análise De Erros Cometidos Pelos Alunos Com Os Números Racionais: A

Realidade Do Colégio Municipal Rômulo Galvão No Município De Pindobaçu-Ba.

É dentro deste contexto que surge o objetivo deste estudo, identificar os

erros, analisar a visão que tem o professor de Matemática sobre os erros como

estratégia didática no Ensino dos Números Racionais.

Começando dessa análise, considerando a importância da Matemática e dos

erros cometidos pelos alunos, seu papel nas relações professor/aluno e seu declínio

no currículo escolar, surge o seguinte questionamento: como utilizar os erros

cometidos pelos alunos na disciplina como uma estratégia didática?

Estas questões norteadoras remetem a estabelecer os seguintes objetivos

para este estudo:

Compreender e analisar a visão dos professores do Colégio Municipal

Rômulo Galvão no município de Pindobaçu-Ba, sobre a importância

dos erros como estratégia didática no processo de

ensino/aprendizagem dos Números Racionais, a partir da identificação

dos erros e do desenvolvimento e acompanhamento de atividades

didáticas.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O Erro Como Estratégia Didática De Ensino

Desde muito pequenos somos cobrados por nossa família, pela escola e

pela sociedade de um modo geral, a fazermos o que é certo e não o que é errado.

Mas o que é o “acerto” e o que é “erro? Segundo o Dicionário de Língua Portuguesa

Aurélio (2001, p.154; p.300), a definição de certo “é o que não há erro, exato”, errar

é “incorreção” ou “efeito de errar”.

Na escola o erro é visto como incapacidade, desvio. Em Educação

Matemática há linhas de pesquisa que estudam o erro de outra perspectiva, onde

parte do pressuposto de que a Matemática é efetivamente central na formação dos

indivíduos e sua inserção social. Nesse sentido, um insucesso em Matemática,

significaria um fracasso não apenas na vida escolar, mas na própria condição de

cidadão desses indivíduos.

Quanto ao erro Correia (2005, p.14) diz:

“(...) pode aprender por tentativa e erro, i.e., ao tentar resolver algum determinado problema e não conseguir o resultado que busca faz mais tentativas até encontrar a forma de ação adequada, desse modo, pode-se dizer que o individuo aprende por si mesmo, na sua relação pessoal com o meio.”

Ele ressalta ainda que o processo de aprender envolva tentativas, hipóteses e

levantamentos de suposições, e que é comum considerar que as pessoas errem por

suas tentativas de aprender e refletindo com os erros acabam aprendendo.

Page 19: Monografia Jonalto Matemática 2009

19

Os altos níveis de insucesso escolar fizeram com que o “erro” antes encarado

como insucesso, passou a ser visto como fonte de pesquisa e também como

estratégias didáticas. Muitos estudos vêm sendo realizados no intuito de amenizar a

“crise do ensino da Matemática”. Historicamente estes estudos apontam a formação

dos professores, a metodologia utilizada, falta de recursos, inadequação dos livros

didáticos, de conteúdos programáticos.

Para Cury (2006, p.2), os fracos resultados obtido nos exames do Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), do Programa Internacional de

Avaliação de Alunos (PISA) e no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), refletem

a atual situação do ensino de Matemática no país, podendo ser uma das causas de

evasões e repetências nos cursos superiores, já que de um modo em geral, têm

dificuldades em conteúdos básicos de Matemática.

Os erros são elementos construtivos, eles foram quase sempre tratados como

fracasso, e por causa disso conduzido a alguma espécie de punição. Assim Davis e

Espósito (1991, p.101) afirmam que os erros exigem condutas pedagógicas

diferenciadas, eles chamam de construtivos os erros que indicam possibilidades de

progresso; “trata-se de processos de mudança, da passagem de uma para outra

etapa de desenvolvimento, ou seja, da construção de estruturas cognitivas novas e

superiores às precedentes”. Os chamados não-construtivos diferem dos demais por

estarem relacionados com a construção do conhecimento; quando indicam que o

aluno já possui a estrutura do pensamento necessária à solução da tarefa e já

compreendeu e sabe como chegar à resposta correta, mas erra por distração ou por

falta de fixação de algum procedimento.

Do ponto de vista matemático todo raciocínio é lógico, até mesmo aqueles

que levam ao erro. O erro na verdade são hipóteses equivocadas. Junto com o

acerto, o erro também nos dá indicações sobre o processo de aprendizagem de

cada aluno. Se considerarmos que ensinar Matemática seja desenvolver o raciocínio

lógico, estimular o pensamento independente, desenvolver a criatividade, de

Page 20: Monografia Jonalto Matemática 2009

20

manejar situações reais e resolver diferentes tipos de problemas com certeza,

teremos que partir em busca de estratégias e recursos alternativos.

Quanto aos erros os PCNs (1997), diz:

Na aprendizagem escolar o erro é inevitável e, muitas vezes, pode ser interpretado como caminho para buscar o acerto. Quando o aluno ainda não sabe como acertar, faz tentativas, a sua maneira, construindo uma lógica própria para encontrar a solução. (PCN – Matemática, 1997, p. 59)

Ainda segundo os PCNs, o professor depois da identificação da causa do

erro, deve planejar uma intervenção para auxiliar e avaliar caminho percorrido,

“nesse sentido a análise de erro pode ser uma pista interessante e eficaz”.

A cultura do erro enquanto fracasso, tem aos poucos cedido espaço para uma

cultura que o admite como um elemento que pode ajudar na construção do

conhecimento, uma cultura mais construtivista, erro que faz parte do processo onde

está sendo construído um conceito, uma noção, erro observável, torná-lo um objeto

no qual a criança seja capaz de refletir sobre ele.

Para Luckesi (2000), o erro existe a partir de um desvio padrão considerado

correto, onde sem padrão não haverá erro. O que pode acontecer é existir uma ação

que não atingiu plenamente seu objetivo, existindo assim esforços de construção do

conhecimento que pode ser bem sucedida ou não, dessa forma pode-se dizer que

não se aprendeu suficientemente para satisfazer uma determinada necessidade.

Então, quais ações podem ser realizadas junto aos alunos da 6ª serie do Colégio

Municipal Rômulo Galvão sobre os erros cometidos com os Números Racionais? O

que pensam professores sobre estas ações? Existe o interesse do professor em

mudar a visão sobre erros?

Page 21: Monografia Jonalto Matemática 2009

21

A escola tradicional rejeita a resposta não correta e o apaga. O professor é

tido como dono do saber, enquanto que na perspectiva construtivista, deve-se atuar

na raiz desse erro.

As produções feitas pelos alunos desde as mais simples, às mais complexas,

permitem detectar como o aluno pensa e de que forma a aprendizagem formal ou

informal lhes ajudou.

Segundo Cury (2007, p. 13), a análise de produções traz para o professor e

para o aluno a possibilidade de entender como os estudantes se apropria do saber,

e conclui que esta análise deveria ser um componente dos planos pedagógicos e

planos de aula, considerando os objetivos de ensino de cada disciplina.

Ao avaliar os erros não se podem considerar os alunos incapazes, pelo fato

de os terem cometido, e sim, transformar estes erros em estratégias para orientar e

direcionar o processo de ensino-aprendizagem da Matemática. O professor deve

mediar o acesso a esse novo conhecimento da forma mais prazerosa possível,

observando sempre o rigor da veracidade.

É importante ressaltar que este recurso pedagógico venha sendo utilizado

desde as primeiras séries iniciais, e de forma gradativa e subsequentes nos estudos

posteriores.

Segundo os PCN (1997), os alunos sentem dificuldades na representação

com b ≠ 0, não como um único número e sim como dois números separados por uma

barra, ou seja, transferem seu conhecimento de Números Naturais para os Números

Racionais.

Page 22: Monografia Jonalto Matemática 2009

22

Várias pesquisas apontam estas dificuldades quanto ao ensino e

aprendizagem dos Números Racionais, dentre elas podemos citar Silva (2005) e

Canova (2006).

Silva (2005) em sua pesquisa investigou no contexto do ensino e

aprendizagem de Matemática, como os erros com os Números Racionais são

concebidos pelos professores e por alunos. Esta pesquisa revelou um discurso

construtivista e uma prática conservadora e descontextualizada no tratamento do

erro.

2.2 Contexto Histórico de Números Racionais

”A Matemática originalmente surgiu como parte da vida diária do homem”

(BOYER, 1979, p.2). Assim o homem das sociedades mais primitivas teve

necessidades que precisassem reconhecer e comparar quantidades: quantos

animais tinham em seu rebanho? Quantas luas se haviam passado? Quantas

pessoas moravam em sua tribo?

O conceito de números era primitivo, e estava associado mais a contraste do

que semelhança. Sobre este conceito, Centúrion (2002, p. 10) fala “o conceito de

número é abstrato e seu desenvolvimento deu-se através de um processo bastante

lento e complexo, envolvendo diversas civilizações e muitos milhares de anos”.

E de onde vem a idéia de número? Pelos vários vestígios arqueológicos dos

nossos antepassados leva a crer que foi a partir da experiência com muitos

conjuntos em correspondência biunívoca. Assim, segundo Eves (2004, p. 26) “é

provável que a maneira mais antiga de contar se baseasse em algum método do

Page 23: Monografia Jonalto Matemática 2009

23

registro simples, empregando o princípio da correspondência biunívoca”. Por

exemplo, quando um pastor levava seu rebanho de ovelhas para pastar, ele

associava uma pequena pedrinha1 para cada ovelha, assim no final do dia ele

saberia se estava faltando alguma ovelha. Essa “correspondência um-para-um foi

um passo muito importante, dado pelo homem [...] que identificaria a quantidade de

elementos de um conjunto” (CENTURIÓN, 2002, p. 14), pois de forma intuitiva

estava se fazendo uma contagem, o que hoje nos referimos a Números Naturais.

Miguel e Miorim (1986, p. 6) afirmam que [...] “o processo de aquisição do

conhecimento de número envolve várias espécies de abstrações que devem ser

trabalhadas simultaneamente com as crianças”. É durante esse trabalho que a

aquisição do conceito de número vai sendo construído.

Por força das circunstâncias, muitas vezes o homem viu-se obrigado a repartir

um peixe ou outra caça com outras pessoas quando só lhe restava uma única

unidade, ou seja, já estavam usando seus conhecimentos espontâneos de frações.

Partindo do pressuposto da divisão em partes iguais, do ponto de vista

prático, o estudo do conceito de fração aperfeiçoa a habilidade de dividir, o que

permite entender e manipular melhor os problemas do mundo real. Já que a “idéia

de um Número Racional é relacionada à divisão entre dois Números Inteiros,

excluindo-se o caso em que o divisor é zero” (PCN, 1997, p. 101).

Segundo Silva (1997), o conceito de Número Racional é considerado entre

muitos conceitos, uma das idéias matemáticas mais complexas que o aluno deve

encontrar isso sob as perspectivas prática, psicológica e matemática.

Várias pesquisas já foram realizadas na área de Educação Matemática, a

exemplo do SAEB (2001). Elas apontam que existem dificuldades em relação ao

1 Aorigem da palavra “Calculo” vem do latim “calculus” que significa pedrinha.

Page 24: Monografia Jonalto Matemática 2009

24

ensino e aprendizagem dos Números Racionais. Perante as dificuldades, é de suma

importância se construir um método de ensino que possibilite a compreensão do

conceito de fração por parte do aluno, desde aqueles das séries finais do 1º grau e

até mesmo para os do 2º grau, já que eles não se apropriam de alguns conceitos

matemáticos desenvolvidos a partir das primeiras séries do Ensino Fundamental I.

Sobre esta deficiência Toledo (1997, p. 167) afirma, “o motivo dessa deficiência é

simples: eles não construíram, realmente, o conceito de número racional”.

De acordo com o pensamento de Nunes citado por Malaspina (2007), a forma

que a criança é apresentada a fração passa a ligeira impressão que as crianças

saibam muito sobre frações.

“Um método de ensino... simplesmente encorajam os alunos a empregar um tipo de procedimento de contagem dupla – ou seja, contar o número total de partes e então as partes pintadas – sem entender o significado desse novo tipo de número”. (NUNES, 1997, p. 191)

Ele ressalta que estas dificuldades são apresentadas nas duas formas de

representação dos Números Racionais: a fracionária e a decimal. Essas dificuldades

poderão ser corrigidas se percebermos que um determinado conceito já

apresentado, não tiver sido absorvido completamente, e que futuramente quando

apresentado, for entendido mais facilmente.

A Matemática é a mais antiga das ciências, surgida na antiguidade por

necessidade da vida cotidiana converteu-se num sistema das várias disciplinas,

dentre elas a química e a física. Já sofreu metamorfoses e reformas que

revolucionaram a maneira de como ela era vista.

A Matemática desde o período paleolítico até os dias atuais, quando já dava

seus primeiros passos passou por diversos momentos de transformação. Segundo

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25

Miorim (1998), o ensino da Matemática começou a acontecer de maneira intencional

no período das antigas civilizações orientais.

Ela já era considerada uma ciência nobre, era desenvolvida separadamente

das “artes técnicas”. Somente os membros de uma classe privilegiada como as dos

escribas, altos funcionários e dirigentes, tinham o direito de estudá-la. Assim como

as demais ciências, ela reflete as leis sociais e serve de poderoso instrumento para

o conhecimento do mundo e o domínio da natureza. Sua origem constitui-se a partir

de uma coleção de regras isoladas decorrentes de experiências e diretamente ligada

com a vida diária.

De acordo com Pitombeira (1994, p. 81 apud BICUDO, 1999) “a educação

Matemática é uma atividade essencialmente pluri e interdisciplinar. Constitui um

grande arco, onde há lugar para pesquisas e trabalhos dos mais diferentes tipos”

Segundo Lima (1983, p.62), a Matemática apesar de estar constantemente na

vida das pessoas, “é algo estranho, a maioria delas que normalmente não a

compreendem, chegam até a temê-las e/ou odiá-las”.

Assim apesar dela estar diretamente ligada à vida das pessoas, nas escolas

não se importa com que o aluno pretende aprender. É certo que entendemos a sua

importância na vida cotidiana, mas não em sua essência. A insatisfação diante dos

resultados negativos nos faz constatar que tanto por parte de quem ensina como por

parte de quem aprende, existem sensações contraditórias.

Segundo Medeiros (apud BICUDO, 1999, p. 34),

Na educação matemática entendida como intersubjetividade o aluno é o sujeito do ato [...], dessa forma, o ensino da matemática não pode ser visto como processo e sim como projeto, um lançar-se para o futuro, para que os resultados desses ensinos não sejam apenas a aprendizagem de algoritmos, (que é processo), mas sejam compreensão [...].

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26

A Matemática exige participação ativa de seus sujeitos, é necessário que

todos a pratiquem. Sendo considerada como instrumento de valor formativo dos

indivíduos, assim considerado inicialmente pelos pitagóricos, apenas para o círculo

fechado dos filósofos e mais tarde aplicada pelos sofistas, que associavam esse

valor às necessidades da retórica.

Sobre isto Morim (1998, p. 2) fala que, todos que quiserem ser bons oradores

– o ideal de formação naquele período – deveriam conhecer ao menos alguns

elementos básicos da Matemática.

O valor formativo da Matemática, para a proposta platônica enfatizava ainda

mais a importância da Matemática por seu “poder” de desenvolver o pensamento

humano, o seu raciocínio, independentemente das visões referente a esta ciência e

sobre os valores formativos. O fato é que sobre a melhor formação, a Matemática

ficou sendo reconhecida por todos como elemento fundamental para o

desenvolvimento do raciocínio.

A esse raciocínio, alguns autores acreditam que no Egito e na Mesopotâmia o

ensino da Matemática através de situações problema muitas vezes absurdo, teria

sido aplicado apenas para treinar os algoritmos ou até mesmo de “desenvolver o

raciocínio”. O que não muda muito no ensino da Matemática que encontramos até

hoje, apesar de que o ensino era destinado apenas para alguns privilegiados, as

antigas civilizações conseguiram desenvolver e compor em várias áreas o que seria

chamado de “Matemática”.

Alguns pensamentos baseados na proposta pedagógica de Platão perduram

até hoje, tal proposta entendia que o estudo da Matemática desenvolveria a “seleção

do melhores”, ou seja, que a Matemática é fundamental para selecionar indivíduos

mais capacitados para qualquer profissão.

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27

Em 1960, iniciou-se um movimento chamado de “Matemática Moderna” que

veio com reformas e alterações curriculares nos sistemas educativos de vários

países, incluindo o Brasil.

Segundo Miorim (1998) a proposta do movimento da Matemática Moderna –

MMM estava baseada na forma axiomática desenvolvida pelo grupo Bourbaki, cujos

elementos essenciais eram: os conjuntos, as relações e as estruturas. Essas

propostas eram reforçadas por estudos psicológicos de Jean Piaget.

Pires (2000) ressalta que a preocupação central do MMM era de se ter uma

Matemática útil para a economia moderna, para a ciência e para a técnica. Segundo

Miorim (1998, p. 78), o MMM na verdade podia ser encarado como uma primeira

reação organizada contra o “culto a Euclides”, este movimento propôs um ensino de

Matemática, particularmente para o curso secundário, no qual os princípios eram

opostos aos princípios apresentados pela obra de Euclides.

Alguns desses princípios eram:

Eliminação da organização excessivamente sistemática e lógica dos

conteúdos da escola;

Consideração da intuição como elemento inicial importante para futura

sistematização;

Introdução de conteúdos mais modernos, como funções, cálculo

diferencial e integral, devido à importância deles no desenvolvimento

da Matemática;

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28

Valorização das aplicações da Matemática para a formação de

qualquer estudante de escola de nível médio.

Para Jean Dieudonné (1906 – 1992 apud D’AMBRÓSIO, 2000), defensor do

MMM, para a modernização era preciso “revolucionar o ensino da Matemática no

nível médio, o slogan era “Abaixo Euclides!” Dieudonné convenceu a maioria dos

presentes a tornarem-se porta-vozes, nos respectivos países, da necessidade de

abandonar totalmente o ensino euclideano e substituí-lo por uma Matemática mais

viva e estimulante, ligada à investigação moderna.

Logo no início deste movimento surgiram muitos adeptos, na maioria

professores, e uns poucos opositores. Mas com o passar do tempo, e diante da

ineficácia dessa orientação principalmente para o Ensino Fundamental. O MMM

começou a enfraquecer, pois sua proposta principal limitava-se somente ao Ensino

Médio e deixando “órfão” o restante do sistema organizado de ensino.

Como ressalta o PCN:

Ao aproximar a matemática escolar da matemática pura centrando o ensino nas estruturas e fazendo uso de uma linguagem unificadora, a reforma deixou de considerar um ponto básico o que viria se tornar seu maior

problema: o que se propunha estava fora do alcance dos alunos, em especial daqueles das séries iniciais do ensino fundamental (PCN, Matemática, 1997, p. 21).

Até mesmo os antigos defensores dessa reforma começaram criticar a

excessiva valorização dos conteúdos em lugar dos métodos, além dos debates

sobre o uso de instrumentos (calculadora, etc.) de ensino começaram a ser feitas, a

fim de corrigir os rumos da educação.

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Ávila (1993) afirma que: “O ensino da Matemática antes da reforma da

Matemática Moderna dos anos sessenta realmente continha muitas deficiências.

Não levava em conta aspectos importantes da psicologia do aprendizado.”

A reforma como se pretendia não veio, e acabou se traduzindo bem mais por

um jargão impenetrável, por austeras abstrações do que uma pedagogia aberta e

ativa, por simbolismo em excesso. Alguns livros ainda hoje andam carregados de

linguagem de conjuntos e simbolismo que mais atrapalham do que ajudam o aluno

em seu esforço de aprendizagem.

A modernidade da Matemática para Pires (apud WALUSINKI 2000, p. 22),

implicava-se na sua unidade desde o maternal à universidade, pois era possível

ensinar separadamente a Matemática clássica e a moderna.

Atualmente a crise do MMM em outros países já foi superada sendo

considerada coisa do passado. No Brasil, apesar dos avanços, convivemos ainda

com resquícios das idéias dos anos sessenta.

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3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa utilizada

O homem desde os primórdios foi impulsionado pela curiosidade. Pesquisar

é, portanto, uma atividade intrínseca em cada um de nós, uma necessidade de

conhecer. A pesquisa é mais que importante, é imprescindível no campo acadêmico.

Genericamente, pode-se dizer que a pesquisa é uma atividade voltada para a

solução de problemas por meio de métodos científicos. Para Lüdke & André (1986,

apud BARALDI, 1999), assinalam que esta pesquisa pode ser abordada de forma

analítica (empírica e quantitativa) ou de forma qualitativa.

Para este estudo adotou-se a metodologia qualitativa por compreender que a

pergunta diretriz que norteou o estudo traz um reflexo de ambiente natural em que

os sujeitos produzem as respostas.

Para Baraldi (1999) a pesquisa qualitativa tem instrumentos e espaços

próprios sendo:

(...) em educação possui, como fonte de dados, o próprio ambiente natural onde os fenômenos se mostram, ou seja, não necessita da criação de ambientes experimentais e manipuláveis. Isso se deve principalmente, ao seu objeto de interrogar o “mundo ao redor”. O principal instrumento nesse tipo de pesquisa é o próprio pesquisador, sendo necessário, portanto seu contato “direto” com o contexto dos fenômenos (BARALDI, 1999, p. 17).

A pesquisa qualitativa segundo Trivinõs (1987), ”privilegia a prática e o

propósito transformador do conhecimento que se adquire da realidade que se

procura desvendar em seus aspectos essenciais e acidentais”. Assim tendo uma

visão mais concreta do nosso problema. Remete-nos a seguinte pergunta: qual a

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31

visão dos professores sobre a importância dos erros como estratégia didática no

processo de ensino/aprendizagem?

Apesar de ter a pesquisa qualitativa como eixo que norteou a análise de

dados foi utilizado, também aspectos quantitativos, pois, segundo Baraldi (1999),

“não se deve excluí-los, pois dependendo dos dados possam colaborar para a

compreensão do fenômeno”.

Busca-se em uma pesquisa, a essência de um fenômeno pouco explícito e

difuso e vem acompanhado de indagações acerca de sua causa.

Sobre isto MINAYO (apud Kistemann Jr.2004), diz:

A investigação metódica, organizada, da realidade, é utilizada para descobrir a essência dos seres e dos fenômenos e as leis que os regem com o fim de aproveitar as propriedades das coisas e dos processos naturais em benefício do homem.

Relembrando LAKATOS e MARCONI (1982, p. 39-40), quando diz que, “a

característica distintiva do método é a de ajudar a compreender, no sentido mais

amplo, não os resultados da investigação científica, mas o próprio processo de

investigação”.

O objetivo geral é conhecer como as tarefas avaliativas de Matemática, nas

suas mais variadas formas, auxiliam o professor a regular a aprendizagem através

dos erros cometidos e de que forma esses erros constituem-se como agentes na

construção (ou não) do conhecimento matemático, na perspectiva docente.

Portanto, pesquisar não é apenas procurar a verdade, é encontrar respostas

para questões propostas, fazendo o uso de métodos científicos.

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3.2 Local do estudo e sujeitos da pesquisa.

Integrado ao quadro de docentes da Rede Municipal de Educação, foi

escolhido um dos colégios da sede do município, tornando assim mais fácil

compreender o problema da pesquisa, considerando a aproximação com os sujeitos

envolvidos.

Pensando nisto, este trabalho foi desenvolvido no Colégio Municipal Rômulo

Galvão, situado à Rua Leolino Palmeira, s/n, Bairro Antônio José de Carvalho, na

cidade de Pindobaçu – BA, o qual tem um corpo docente composto de um (01)

Diretor, dois (02) vice diretores e trinta e um (31) professores.

A estrutura física do colégio é composta de 10 salas de aula, 1 biblioteca, 1

secretaria, 1 banheiro para os professores, 1 banheiro masculino e 1 feminino, 1

sala para os professores, 1 sala de coordenação, 1 laboratório de informática, 2

pátios (sendo um coberto), e uma quadra de esportes (não coberto). O colégio

funciona em três turnos, onde atende aproximadamente 1200 alunos do ensino

fundamental (5ª a 8ª série).

Os sujeitos da pesquisa foram os professores de Matemática e os alunos da

6ª série (C e D) turmas do período vespertino, com idades entre 10 e 15 anos a

maioria oriunda da zona rural, uma faixa de 60 alunos. A escolha da turma C e D foi

o baixo desempenho em Matemática demonstrados na I unidade no ano em curso

(2009).

O trabalho foi desenvolvido com duas (02) turmas, Com o objetivo de verificar

e analisar os erros que os alunos têm em utilizar os Números Racionais e propor

uma metodologia de ensino, na qual o erro serve como uma ferramenta na

construção do conhecimento. Além de compreender a visão que o professores tem

do erro como uma ferramenta didática.

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3.1 Instrumentos utilizados

No intuito de fazer uma análise minuciosa, estabelecemos que a presente

pesquisa seria realizada em (4) etapas, as quais serão descritas a seguir:

(1) Informações sobre os professores através de questionário.

(2) Estudo Piloto.

(3) Avaliação do Estudo Piloto.

(4) Aplicação de questões problematizadas (Estudo Principal).

Afim, de complementar as informações e o perfil dos sujeitos foi aplicado na

1ª etapa um questionário aos professores com o objetivo de perceber/identificar a

postura do professor diante do ensino dos Números Racionais e da compreensão

que ele tem de erros como uma metodologia didática. Segundo (FIORENTINI E

LORENZATO, 2006), “ajudará a conhecer os sujeitos.” Além disto, buscou-se

conhecer o perfil dos professores quanto a sua formação acadêmica e sua

metodologia de ensino.

Na 2ª etapa desta pesquisa, aplicou-se uma atividade (estudo piloto) para os

alunos com o objetivo de se fazer uma sondagem sobre seus conhecimentos ou a

falta deles sobre os Números Racionais, sendo que estas questões foram extraídas

de três livros didáticos da 6ª série mais utilizados pelos professores entrevistados

que foram: Tudo é Matemática (Luiz Roberto Dante), Praticando Matemática (Álvaro

Andrini e Maria J. Vasconcelos) e a Mais Nova Conquista da Matemática (Giovanni,

Castrucci e Giovanni Jr) servindo de apoio para elaboração do referido teste.

Este estudo piloto apresentou questões coerentes com os conteúdos proposto

pelo PCN considerando-se um grau relativo às dificuldades para as questões

propostas. Esta etapa de cunho mais exploratório permitiu-nos colher um maior

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número de informações sobre as dificuldades dos alunos na compreensão dos

Números Racionais.

Os alunos foram informados do objetivo do estudo piloto e sua relevância.

Segundo Cenci (2002, p. 90), “a ética, nasce amparada no ideal grego da

justa medida, do equilíbrio das ações”. Cenci explica que a justa medida é a busca

do agenciamento do agir humano de tal forma que o mesmo seja bom para todos.

Foi dito aos discentes que os erros cometidos no estudo piloto, não seria visto

como incompetência, mas, como fonte de informações na busca de um método que

o leve a uma construção de aprendizado de qualidade.

Na terceira etapa desta pesquisa, corrigimos o estudo piloto juntamente com

o professor, onde foram comprovadas as dificuldades acima diagnosticadas. A partir

do estudo piloto discutimos com o professor a elaboração de outra atividade (estudo

principal) no intuito de tentar sanar os erros cometidos pelos alunos na etapa

anterior.

È importante que haja um diálogo para que os erros observados sejam

problematizados de forma que venha servir como elo na produção do conhecimento.

Segundo BERTONI (apud Kistemann Jr., p. 4, 2004), “a não concretização desse

diálogo na sua plenitude empobrece a utilização didática do erro, prejudicando

significativamente, o desempenho dos alunos”.

Na elaboração desta atividade (estudo principal), foram considerados como

referência os erros cometidos pelos alunos no estudo piloto. Estas questões foram

problematizadas a partir dos erros encontrados/percebidos no estudo piloto onde os

alunos tiveram o maior índice de erros.

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Na aplicação do estudo principal, foi dito aos alunos que a primeira atividade

(estudo piloto) feita por eles, serviu de parâmetro para elaboração desta nova

atividade que mostravam erros cometidos por alguns colegas. Sendo que o objetivo

principal era de verificar de fato se as dificuldades (erro) foram superadas ou não.

Percebemos que nesta etapa da pesquisa os alunos mostraram-se mais

receptivos, mais dispostos, mais atenciosos e pensativos na resolução desta

atividade do que na etapa anterior.

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4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

4.1 Entrevista com os professores.

O papel do professor de Matemática é fundamental na difusão dos conteúdos,

e tem como meta expor da melhor forma possível. Sendo ele um elo de ligação entre

aluno e conteúdo.

A pesquisa foi desenvolvida através de uma entrevista com os professores de

Matemática que lecionam em turmas do ensino fundamental do colégio citado,

através de um questionário contendo nove (09) perguntas totalizando assim doze

(12) professores, sendo que apenas 75% devolveram o questionário (apêndice A).

A entrevista serviu de recursos metodológicos para obtenção de algumas

informações que possibilitou complementar aspectos relacionados ao tema em

questão.

Dos entrevistados, 45% são graduados em Licenciatura em Matemática, 22%

são Pedagogos e 11% fizeram o curso de Teologia, sendo que os demais 22%

possuem apenas o ensino médio, com a formação em magistério.

Quanto à formação do professor os PCN (1997, p.24) dizem: ”parte dos

problemas referentes ao ensino de Matemática estão relacionados ao processo de

formação do magistério, tanto em relação à formação inicial como a continuada.”

Estes problemas citados pelos PCN demonstram claramente a real situação

educacional no país, podemos comprovar como uma pequena amostra o colégio

citado, que mesmo tendo 67% de professores graduados em licenciatura ainda

enfrenta um baixo desempenho.

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Quando perguntado como estava à aprendizagem dos seus alunos em

relação à Matemática, 77% dos professores foram unânimes em afirmar que estaria

regular e apenas 23% afirmou que estaria bom.

No entanto, indo de encontro ao que disseram os professores, o baixo índice

de desempenho no IDEB, mostra que algo não está nada bem. E que o professor

não se deu conta disto. Quanto a este fraco desempenho Nascimento (2003), na sua

reflexão sobre as dificuldades dos alunos, aponta a formação do professor e a

maturidade dos seus alunos, da má elaboração de quesitos, além do material

didático.

Perguntado sobre qual dos conteúdos programáticos, exigidos pelo PCN de

Matemática para a 5ª e 6ª série, qual aquele que ele como educador têm maior

dificuldades para transmitir de forma clara e concisa aos seus alunos, 56% dos

professores disseram que se tratavam os Números Racionais (frações e decimais),

sendo que os demais entrevistados, 44% apontaram a potenciação.

Diante destas dificuldades, Cury (2007) fala que uma das maneiras é o

professor analisar as produções dos seus alunos e entender como eles constroem o

saber, esta análise deve ser um componente nos planos pedagógico deste

conteúdo.

Uma das questões apresentadas trazia a contextualização do ensino de

Números Racionais com a realidade. Os professores2 P1, P2 e P3 disseram:

P1: “Alguns fazem porque já se apropriaram do conteúdo. A maioria não

assimila a divisão e por consequência sentem dificuldades na compreensão da

fração.”

2 Os professores foram identificados com o código “P” seguido de algarismos

sucessivos.

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38

P2: “Não conseguem associar, para que tal associação ocorra é necessário

que haja uma metodologia adequada que direcionasse o estudo para tal fim, nas

minhas aulas não há.”

P3: “Na maioria das vezes não, (...), a não ser que você enquanto docente vá

fazendo essa ligação escola e vida o tempo todo.”

Nunes e Bryant (apud MALASPINA, 2007, p.15) afirmam, apoiando os

estudos de Mack (1993) que existe uma lacuna com que a criança aprende na

escola com os Números Racionais e sua vida cotidiana e que esta desconexão é

feita em razão da forma na qual a aprendizagem é feita.

Esta desconexão com seu cotidiano se dão na forma que os Números

Racionais foram apresentados, principalmente na forma fracionária, onde eles não

fazem qualquer relação com a divisão. Observamos na fala do professor P2 e P3

certa insignificância para esta relação.

Indagados sobre a experiência como docente, perguntou-se: qual a maior

dificuldade encontrada para o ensino dos Números Racionais? Ouviu-se dos

professores desde o fator tempo para preparação das aulas à falta de material

didático. Mas 90% dos professores disseram que o cálculo envolvendo as adição e

subtração de frações com denominadores diferentes como sendo uma barreira na

transmissão do conhecimento, o professor P4 e P5 disseram o seguinte:

P4: “Ensinar adição e subtração de frações com denominadores diferentes,

pois é muito mecânico, torna-se apenas aplicação de regras.”

P5: “é o fato de que eles não sabem as operações básicas, o que interferem

em todo o processo.”

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39

Para Behr (1983, p. 91-126)

A ênfase exagerada nos procedimentos e algoritmos, para operar com os números racionais tem sido apontado como um dos principais motivos das dificuldades das crianças em aprender e aplicarem conceitos de Números Racionais.

Devemos ter um tratamento especial moderado das operações e mais cuidadoso no aspecto conceitual, principalmente na representação fracionária.

È importante ressaltar que o professor tem que buscar novas metodologias

didáticas, na qual sugerimos a análise dos erros.

Quanto à metodologia aplicada, observamos que ainda há um

conservadorismo entre os professores. Mesmo diante de várias metodologias ainda

continuam com aulas explicativas e expositivas, como afirma o professor P6.

P6: “Infelizmente a metodologia é aula expositiva seguida de exercícios para a

prática.”

Quanto a isto Freire e Shor (apud Alciony, p.78) salientam que

O professor pode: dar uma aula expositiva; encaminhar uma discussão; organizar pequenos grupos de estudo dentro da sala de aula; supervisionar pesquisas de campo fora da sala de aula; exibir filmes; ou seja, é importante que o docente tenha a sua disposição uma gama de opções, e que não mantenha a aula expositiva como único procedimento pedagógico.

A aula expositiva torna o professor o detentor dos conhecimentos onde alunos

tornam-se meros coadjuvantes, em sala de aula, e para que isto não aconteça,

concordamos com o autor acima que o professor não torne este tipo de metodologia

como rotina.

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40

Questionados sobre os principais erros cometidos pelos alunos, no que se

refere a Números Racionais, 67% dos entrevistados apontaram como fator

preponderante as operações (equivalência, comparação, transformação

decimais/fração) com os Números Racionais, 11% apontou a leitura e a escrita como

um dos erros mais comuns, já 11% identifica que a causa erro é a interpretação das

atividades, os outros 11% não souberam identificar.

Para Davis e Espósito (1991), estes erros devem ser considerados como uma

possibilidade de progresso de uma mudança entre etapas de desenvolvimento.

Nesta questão, podemos identificar a compreensão nas quatro operações

envolvendo os Números Racionais, segundo os professores, como o principal

contribuinte para a causa “erro” no Ensino Fundamental do Colégio Municipal

Rômulo Galvão no município de Pindobaçu-Ba.

Sabendo que as dificuldades encontradas pelos alunos com os Números

Racionais consequentemente incide em erro, foi questionado aos professores como

encaravam o erro dos alunos diante dos conteúdos matemáticos. Apenas 22% dos

professores mencionaram o erro como uma metodologia a ser aplicada como

instrumento de apoio na construção do conhecimento. O professor P7 disse:

P7: “encaro de forma natural e que volto a trabalhar em cima dos erros

cometidos.”

Segundo Cury (apud Alciony, 2005, p. 40)

“que boa parte das concepções dos professores sobre a Matemática e sobre o ensino desta disciplina estavam influenciando sua maneira de avaliar os erros, e que a conscientização dessas concepções, por parte dos professores poderia ser um fator de mudança em suas praticas.”

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Afirmação do professor P7, nos fez acreditar mais ainda que alguns

professores estão realmente preocupados na busca de uma nova metodologia para

construção do conhecimento. Pois ao avaliarmos os erros serve como uma pequena

sinalização do caminho a seguir. E que este fator de mudança na metodologia dos

professores avaliação do erro se faça presente, nas escolas públicas, privadas e nas

instituições educacionais superiores do Brasil.

4.2 Aplicação do Estudo Piloto

A atividade foi aplicada, na 6ª série (C e D) do turno vespertino, onde a

professora foi orientada a deixar que os alunos escolhessem o melhor caminho para

a resolução da atividade.

A atividade continha seis questões referentes a Números Racionais (forma

fracionária e na forma decimal), envolvendo leitura e escrita, resolução de problemas

(parte/todo), comparação, operações (adição, subtração, multiplicação e divisão, de

onde foram retiradas dos livros didáticos citados.

Para analisar tabulamos esta atividade, onde percebemos que algumas

questões foram deixadas sem respostas. O que poderia sinalizar vários motivos

como desinteresse a interpretação. (apêndice B).

A primeira e a segunda questão referiam-se à leitura e escrita de um Número

Racional fracionário.

A primeira questão havia três figuras (a, b e c), na qual o aluno teria que

escrever a fração correspondente à parte pintada para cada figura. O índice de

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42

erros foi muito elevado no total de 73%, sendo que 22% acertaram e 5% não

responderam, observamos que os alunos ainda sentem dificuldades na sua

representação, pois se invertiam o numerador pelo denominador na sua

representação.

Já na segunda era composta de dois itens (a e b). Onde o aluno teria que

indicar a frase e traduzi-la para forma fracionária. Obtivemos como resposta corretas

39%, já 46% erraram e 15% não responderam por algum motivo (compreensão,

interesse).

Analisando estas questões percebemos as dificuldades que os alunos têm em

relação à leitura e a escrita na forma fracionária. Para Silva (1997), isto se dá pelo

fato que o conceito de Número Racional é uma das idéias mais complexas. Para

Cury (2007), afirma que é importante esta análise de produção, pois traz a

possibilidade de entender a apropriação dos saberes pelos estudantes.

A terceira questão havia pequeno probleminha também envolvendo número

fracionário, composto por uma figura ao lado, que indicava um marcador de

combustível, perguntava-se: quantos litros há no tanque de combustível? Diante

desta questão, os alunos se mostraram nervosos e agitados na hora de resolver,

tendo 74% de erros, os 26% restante acertaram, sendo que alguns não deixaram os

cálculos. Percebemos neste caso, que os alunos não conseguiram identificar ¼; ½;

¾; como um número fracionário e sim como número inteiro (14; 12; 34), o que faz

crer que os alunos ainda não dominam a simbologia de números fracionários.

Para Pinto (2000), diz que estas dificuldades com os Números Racionais

podem ser apresentadas mais a frente nas séries finais se não forem tratas há

tempo.

Concordamos com Davis e Espósito (1991) quando diz “os erros indicam uma

possibilidade de progresso” e cabe aos professores sinalizarem para este progresso.

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43

A quarta questão era composta de dois itens (a e b), envolvia a comparação

de Números Racionais, no item (a) mostrava-se dois números decimais já no item

(b) mostrava-se uma fração comparada a um inteiro. Neste quesito obtivemos um

percentual de acertos de 70% um índice de aproveitamento satisfatório, sendo que

23% erraram e 7% não responderam. Demonstrando que a maioria domina a

comparação de Números Racionais, principalmente na forma decimal.

A quinta questão era composta de quatro itens (a, b, c, d) envolvendo a as

quatro operações com Números Racionais, assim distribuídos:

(a) adição de decimais;

(b) subtração de denominadores iguais;

(c) produto de frações;

(d) quociente de frações.

Estas questões foram aplicadas para comprovar as dificuldades dos alunos

com as operações com Números Racionais, como afirmaram os professores.

Obtivemos como resposta consideradas corretas 38% e 52 % de respostas

consideradas erradas, sendo que 10% se abstiveram de responder. Este resultado

comprovou de forma qualitativa que deveríamos nos abster deste método de

apresentação de atividade em atividades futuras.

Na sexta questão, era composta de dois itens (a e b), no qual se pedia para

escrever na forma decimal a fração de cada item. Tendo como respostas o seguinte

resultado: 28% dos alunos acertaram, sendo que 54% erraram e 18% não

responderam por não entenderem a questão, já que alguns transcreveram isto como

resposta.

Esta ultima questão serviu para afirmar o que diz Pinto (apud Alciony, 2005, p.

40), em relação aos erros conceituais “podem vir a transforma-se em erros

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Sistemáticos, que serão mais difíceis de serem superados, pois eles ainda estão

presos no conceito de Números Naturais”.

E que é fácil comprovar na fala do aluno3 A1.

A1: “Não dá para dividir 3 por 5”.

4.3 Avaliação do Estudo Piloto.

Juntamente com a professora das turmas, foram feitas as correções da

atividade (estudo piloto). Esta correção serviu para nos dar informações a respeito

da maturidade dos alunos em relação aos Números Racionais, e apontar as

dificuldades que, por conseguinte surgiu na forma de erros.

Observamos que os alunos sentem dificuldades diante dos Números

Racionas, principalmente na forma fracionária. Onde podemos apontar que os

alunos cometeram erros de leitura e escrita, e nas operações com as frações e na

resolução de problemas.

Segundo Piaget (apud Pinto, 2000, p. 39), não interessa o erro, mas a ação

mental: o erro e acertos são detalhes nessa relação mental. Na avaliação de erros

matemáticos, não podemos considerar os alunos como incapazes, mas tornar estes

erros como processo ensino/aprendizagem.

Segundo Pinto (apud Borichello, 2005, p. 3)

“partimos da premissa de que o erro (...) configura-se como uma oportunidade didática para o professor. Em primeiro lugar, por ser um guia para um planejamento de ensino mais eficaz, oferecendo indícios importantes para a identificação dos processos subjacentes à construção conceitual – condição relevante na organização do ensino. Em segundo lugar, porque, se observado com mais rigor, poderá oferecer novos elementos para o professor refletir sobre suas ações didáticas e, com isso, imprimir novos direcionamentos a suas práticas pedagógicas – o que certamente incidirá sobre seu desenvolvimento profissional” (Pinto, 2000)

3 Os alunos foram identificados com o código “A” seguidos de algarismos sucessivos.

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45

Então embasados no que disse Pinto, os erros cometidos na etapa anterior

serviram de cunho para a elaboração de uma nova atividade (estudo principal), onde

problematizamos os erros de forma que o aluno percebesse o que ele já fizera de

errado no que diz respeito a operações com os Números Racionais.

A professora se mostrou surpresa pela quantidade de erros cometidos,

principalmente na leitura e escrita de frações, quanto às operações, ela tentou

justificar-se que ainda não havia começado a trabalhar o assunto. Sendo que os

PCNs (1987, p.93), esperam que o aluno no segundo ciclo saiba resolver problemas

utilizando Números Naturais e Números Racionais.

Estas dificuldades dos alunos com os Números Racionais e suas operações,

contribuem para que o IDEB do município de Pindobaçu-Ba, esteja abaixo da média

Nacional.

O baixo rendimento dos alunos nesta atividade (estudo piloto) provocou um

descontentamento por parte do professor, no qual passou a tentar evitar a próxima

etapa da pesquisa.

4.4 Estudo Principal

O Estudo Principal foi constituído apenas três questões, baseados na

atividade anterior e em cima dos erros cometidos pelos discentes. Utilizamos apenas

três questões por acharmos que estas questões estariam interligadas ao maior

índice de erros no estudo piloto.

Foi dito aos alunos sobre a importância desta atividade tanto para eles quanto

para a professora poder fazer uma análise de uma nova metodologia na busca para

aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. É importante ressaltar que esta

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46

atividade foi aplicada num outro horário que não correspondia à aula de Matemática

já que a professora não estaria presente naquele dia.

As duas primeiras questões estavam relacionadas a operações com frações

(adição e subtração, nesta ordem) e na terceira questão usamos a resolução

correta de um aluno na etapa anterior (Estudo Piloto) relativo à terceira questão.

(apêndice C)

Na primeira questão demonstramos como dois alunos fictícios resolveram um

determinado probleminha envolvendo adição de frações com denominadores

diferentes e no final perguntamos: quais das respostas estavam corretas? 25%

deixaram algum tipo de cálculo na atividade. Sendo que no geral 37% dos alunos

responderam corretamente e 63% dos alunos erraram.

Quanto a este desempenho Centeno (apud ALCIONY, 2005,p.42) fala “as

dificuldades, obstáculos e conflitos podem produzir erros. Porém, não devemos

tratar todos da mesma forma, sem buscar as causas de onde procedem”. O

professor deverá passar de mero transmissor de informações e preparar uma

proposta pedagógica, confirmado por Pinto (2000), que diz que “se o professor

compreender o que o aluno erra, poderá planejar um ensino eficaz”.

De modo análogo à primeira, elaboramos outro pequeno probleminha agora

envolvendo a subtração de frações com denominadores iguais, usando também

nomes fictícios para as respostas, onde fora colocado a resolução do de dois alunos

fictícios, sendo que apenas uma estaria correta. Perguntamos quem acertara, e qual

teria sido o erro cometido pelo outro aluno fictício. Obtivemos como resposta

verdadeira 54%, sendo que as demais 46% erraram.

Neste quesito, apesar do índice de erros serem alto ele diminui

consideravelmente, pois percebemos que no item (b) do estudo piloto obteve-se

85% de erros. Isto deixa claro que abordagem de como foi feita melhorou

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consideravelmente esta compreensão de subtração de frações com mesmo

denominador.

Como havíamos dito antes, utilizamos a terceira questão do estudo piloto com

outra abordagem, onde mostrávamos uma resolução (correta) feita por um dos

alunos (usamos nome fictício) sobre o determinado problema. Perguntamos se eles

aceitariam aquela resposta como verdadeira. Apenas 1% dos alunos se absteve de

responder. Obtivemos os seguintes resultados: 79% dos alunos acertaram e 20%

dos alunos erraram.

Este quesito mostra claramente a oportunidade que o professor deve

aproveitar-se dos erros dos seus alunos como instrumento de formação do

conhecimento. Outro fato que devemos considerar importantíssimo nesta

abordagem metodológica, foi interesse por responder todas as questões propostas,

na qual fez cair substancialmente à porcentagem em abstenções.

Além dos resultados positivos desta metodologia, ainda saboreamos a

felicidade demonstrada através de um sorriso num dado momento do Estudo

Principal, quando o aluno4 A1 comentou:

A1: “Agora já sei por que eu errei!”

4 Os alunos foram identificados com o código “A” seguido de algarismos sucessivos.

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48

4.5 COMPARAÇÕES DOS RESULTADOS

Apesar de que esta pesquisa ser de cunho qualitativo, aproveitamos a análise

de dados para mostrar através de um gráfico comparativo do desempenho dos

alunos, mostrando a evolução que obtivemos diante na nova metodologia aplicada.

Partindo-se da categorização dos erros e problematizando-os, damos ao

aluno a oportunidade de observar quais os erros cometidos por ele e por seus

colegas, levando-os a corrigir-los e não mais cometê-los.

Neste gráfico, utilizamos a média de acerto e erros nos dois estudos: estudo

piloto e estudo principal.

Gráfico 1: Mostra a evolução dos alunos diante da nova metodologia.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término desta pesquisa, observamos que o ensino da Matemática ainda é

um grande desafio para professores de Matemática, sejam eles Graduados ou não.

A julgar pelos resultados obtidos no diálogo com os professores, muitos não tem

interesse de investigação sobre as dificuldades dos alunos diante dos Números

Racionais. Consequente a isto, a prática de ensino desses conteúdos não evolui.

Esta não investigação por parte dos docentes diante do erro pode ser um

reflexo dos cursos de licenciatura em Matemática. Nesse sentido, D’Ambrósio

(2003), observa a necessidade de uma reformulação dos currículos de licenciatura,

onde se constata que a formação de professores de Matemática é um dos grandes

desafios para o futuro.

Observamos que durante o curso de licenciatura em Matemática, fomos

condicionados a lista de exercícios, aula explicativa e expositiva, onde os conteúdos

programáticos são transmitidos de maneira tradicional. Como reflexo o desempenho

do Curso de Matemática, nas avaliações educacionais fica a nível muito abaixo do

esperado. E me perguntamos: por que durante a formação de um futuro professor o

erro não foi tratado como um instrumento que levasse á construção da

aprendizagem? Isto é apenas um reflexo, da rotina que professores de futuros

professores fazem, fazendo com que isto vire uma bola de neve. Para Fürkotter e

Morelatti (2006), os cursos de licenciatura em Matemática têm sido objeto de

pesquisas sobre problemas que devem ser superados no processo de formação.

Foi observado realmente que os alunos possuem dificuldades quando se

deparam com operações envolvendo os Números Racionais, que vão desde sua

representação, leitura e escrita, principalmente na forma fracionária onde os alunos

não dominam este campo conceitual, além disto, têm dificuldades na resolução de

problemas.

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Ao final deste confronto de métodos pedagógicos e diante dos resultados

obtidos podemos mostrar que é imprescindível que professores deixem de praticar

somente aulas expositivas, e passando buscar novas metodologias.

Esperamos que esta pesquisa sirva de apoio a estudantes e profissionais na

área de educação, na busca de compreender e identificar os erros sejam eles

cometidos em Matemática ou outra disciplina do currículo.

Page 51: Monografia Jonalto Matemática 2009

51

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http://ideb.inep.gov.br/Site/ (acesso em 25/08/2009).

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APÊNDICE

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEBDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

QUESTIONÁRIO PARA O PROFESSOR

1º) Quais as séries que você leciona matemática no Ensino Fundamental?

( ) 5ª série ( ) 6ª série ( ) 7ª série ( ) 8ª série

2º)Como esta a aprendizagem dos seus alunos no ensino da matemática?

( ) Bom ( ) Regular ( )Ruim

3º)Você é licenciado em Matemática? (Ou faz o curso de matemática)

( ) Sim ( ) Não

Se não qual seu curso? _________________________________________________________________________

4º)Qual destes conteúdos você tem mais dificuldade para ensinar? (marque apenas uma)

( ) Decimais ( )Potenciação ( ) Fração ( ) Números Inteiros

5º)Pela sua experiência como docente você percebe que seus alunos associam o estudo das frações ou os números decimais na vida cotidiana de cada um deles? Por quê?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6º)Qual a maior dificuldade que você encontra para o ensino dos números racionais?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7º)Descreva a metodologia utilizada em suas aulas?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8º)Quanto aos erros. Você identifica os principais erros que os alunos cometem com os Números Racionais?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9º)Como você encara o erro dos alunos?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE B

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEBDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

ESTUDO PILOTO

1º) Cada uma das figuras foi dividida em partes iguais. Escreva a fração que corresponde à parte colorida:

2º)Em cada frase, há uma quantidade que pode ser indicada em forma de fração. Escreva essa fração com algarismos

a) Dois terços do terreno são de área verde. b) O encanador pediu um cano de meia polegada.

3º) No tanque de gasolina de um carro cabem 64 litros de combustível. Veja a indicação no marcador e calcule quantos litros há no tanque.

4º) Usando os símbolos > ou <, compare os pares de números racionais:

a) 2,372 _____ 2,273 b)

5º)Efetue as operações com os números racionais.

a) 7,252 + 12,624 b)

c) X d)

6º)Escreva na forma decimal os seguintes frações.

a) b)

APÊNDICE C

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEBDEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

ESTUDO PRINCIPAL

1°) A professora pediu aos alunos que resolvessem o seguinte problema:

Rui comeu do bolo e Mara comeu deste mesmo bolo. Que fração do

bolo eles comeram?

Alan respondeu assim:

Douglas respondeu desta maneira:

Para você qual destas respostas está correta? E mostre como você faria.

2°) O professor Deda, tirou do seu salário para pagar a prestação do seu carro,

depois teve que pagar ao médico que o examinou, sendo necessário retirar mais

do seu salário. Qual a fração que resta do salário do professor Deda?

Joana respondeu assim: , restou do salário.

Marina respondeu assim: , restou do salário.

Qual deles respondeu corretamente?E diga onde foi o erro feito por um dos alunos.

3°) No tanque de gasolina de um carro cabem 64 litros de combustível. Veja a indicação no marcador e calcule quantos litros há no tanque.

José resolveu desta maneira:

, então 3 x 16 = 48

No tanque tem 48 litros de combustível.

Você como professor aceitaria esta resposta? Como você resolveria esta questão?