resp.civil l67.2007

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15/05/15 21:48 :::Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro Page 1 of 6 http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_print_articulado.php?tabela=leis&artigo_id=&nid=2073&nversao=&tabela=leis [ Nº de artigos:16 ] Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro (versão actualizada) RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DO ESTADO E PESSOAS COLECTIVAS DE DIREITO PÚBLICO Contém as seguintes alterações: - Lei n.º 31/2008, de 17 de Julho SUMÁRIO Aprova o regime da responsabilidade civil extracontratual do estado e demais entidades públicas __________________________ SUMÁRIO : Aprova o regime da responsabilidade civil extracontratual do estado e demais entidades públicas Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro Aprova o Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: Artigo 1.º Aprovação É aprovado o Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Públicas, que se publica em anexo à presente lei e que dela faz parte integrante. Artigo 2.º Regimes especiais 1 - O disposto na presente lei salvaguarda os regimes especiais de responsabilidade civil por danos decorrentes do exercício da função administrativa. 2 - A presente lei prevalece sobre qualquer remissão legal para o regime de responsabilidade civil extracontratual de direito privado aplicável a pessoas colectivas de direito público. Artigo 3.º Pagamento de indemnizações 1 - Quando haja lugar ao pagamento de indemnizações devidas por pessoas colectivas pertencentes à administração indirecta do Estado ou à administração autónoma e a competente sentença judicial não seja espontaneamente executada no prazo máximo de 30 dias, o crédito indemnizatório só pode ser satisfeito por conta da dotação orçamental inscrita à ordem do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais (CSTAF) a título subsidiário quando, através da aplicação do regime da execução para pagamento de quantia certa regulado na lei processual civil, não tenha sido possível obter o respectivo pagamento junto da entidade responsável. 2 - O disposto no número anterior não prejudica a possibilidade de o interessado solicitar directamente a compensação do seu crédito com eventuais dívidas que o onerem para com a mesma pessoa colectiva, nos termos do artigo 170.º do Código de Processo nos Tribunais Administrativos, sem necessidade de solicitar previamente a satisfação do seu crédito indemnizatório através da aplicação do regime da execução para pagamento de quantia certa previsto na lei processual civil. 3 - Nas situações previstas no n.º 1, caso se mostrem esgotadas as providências de execução para pagamento de quantia certa previstas na lei processual civil sem que tenha sido possível obter o respectivo pagamento através da entidade responsável, a secretaria do tribunal notifica imediatamente o CSTAF para que emita a ordem de pagamento da indemnização, independentemente de despacho judicial e de tal ter sido solicitado, a título subsidiário, na petição de execução. 4 - Quando ocorra a satisfação do crédito indemnizatório por via do Orçamento do Estado, nos termos do n.º 1, o Estado goza de direito de regresso, incluindo juros de mora, sobre a entidade responsável, a exercer mediante uma das seguintes formas: a) Desconto nas transferências a efectuar para a entidade em causa no Orçamento do Estado do ano seguinte; b) Tratando-se de entidade pertencente à Administração indirecta do Estado, inscrição oficiosa no respectivo orçamento privativo pelo órgão tutelar ao qual caiba a aprovação do orçamento; ou c) Acção de regresso a intentar no tribunal competente.

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    [ N de artigos:16 ]

    Lei n. 67/2007, de 31 de Dezembro (verso actualizada)

    RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DO ESTADO EPESSOAS COLECTIVAS DE DIREITO PBLICOContm as seguintes alteraes: - Lei n. 31/2008, de 17 de Julho

    SUMRIOAprova o regime da responsabilidade civil extracontratual do estado e demais entidadespblicas

    __________________________

    SUMRIO : Aprova o regime da responsabilidade civil extracontratual do estado e demaisentidades pblicas

    Lei n. 67/2007, de 31 de Dezembro Aprova o Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais Entidades Pblicas A Assembleia da Repblica decreta, nos termos da alnea c) do artigo 161. da Constituio, oseguinte:

    Artigo 1. Aprovao aprovado o Regime da Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado e Demais EntidadesPblicas, que se publica em anexo presente lei e que dela faz parte integrante.

    Artigo 2. Regimes especiais 1 - O disposto na presente lei salvaguarda os regimes especiais de responsabilidade civil por danosdecorrentes do exerccio da funo administrativa. 2 - A presente lei prevalece sobre qualquer remisso legal para o regime de responsabilidade civilextracontratual de direito privado aplicvel a pessoas colectivas de direito pblico.

    Artigo 3. Pagamento de indemnizaes 1 - Quando haja lugar ao pagamento de indemnizaes devidas por pessoas colectivaspertencentes administrao indirecta do Estado ou administrao autnoma e a competentesentena judicial no seja espontaneamente executada no prazo mximo de 30 dias, o crditoindemnizatrio s pode ser satisfeito por conta da dotao oramental inscrita ordem doConselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais (CSTAF) a ttulo subsidirio quando,atravs da aplicao do regime da execuo para pagamento de quantia certa regulado na leiprocessual civil, no tenha sido possvel obter o respectivo pagamento junto da entidaderesponsvel. 2 - O disposto no nmero anterior no prejudica a possibilidade de o interessado solicitardirectamente a compensao do seu crdito com eventuais dvidas que o onerem para com amesma pessoa colectiva, nos termos do artigo 170. do Cdigo de Processo nos TribunaisAdministrativos, sem necessidade de solicitar previamente a satisfao do seu crditoindemnizatrio atravs da aplicao do regime da execuo para pagamento de quantia certaprevisto na lei processual civil. 3 - Nas situaes previstas no n. 1, caso se mostrem esgotadas as providncias de execuo parapagamento de quantia certa previstas na lei processual civil sem que tenha sido possvel obter orespectivo pagamento atravs da entidade responsvel, a secretaria do tribunal notificaimediatamente o CSTAF para que emita a ordem de pagamento da indemnizao,independentemente de despacho judicial e de tal ter sido solicitado, a ttulo subsidirio, napetio de execuo. 4 - Quando ocorra a satisfao do crdito indemnizatrio por via do Oramento do Estado, nostermos do n. 1, o Estado goza de direito de regresso, incluindo juros de mora, sobre a entidaderesponsvel, a exercer mediante uma das seguintes formas: a) Desconto nas transferncias a efectuar para a entidade em causa no Oramento do Estado doano seguinte; b) Tratando-se de entidade pertencente Administrao indirecta do Estado, inscrio oficiosa norespectivo oramento privativo pelo rgo tutelar ao qual caiba a aprovao do oramento; ou c) Aco de regresso a intentar no tribunal competente.

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    Artigo 4. Sexta alterao ao Estatuto do Ministrio Pblico O artigo 77. do Estatuto do Ministrio Pblico ( Lei n. 47/86, de 15 de Outubro, rectificada noDirio da Repblica, 1. srie, n. 263, de 14 de Novembro de 1986, e alterada pelas Leis n.os2/90, de 20 de Janeiro, 23/92, de 20 de Agosto, 33-A/96, de 26 de Agosto, 60/98, de 27 deAgosto, e 42/2005, de 29 de Agosto), passa a ter a seguinte redaco: Artigo 77. [...] Fora dos casos em que a falta constitua crime, a responsabilidade civil apenas pode serefectivada, mediante aco de regresso do Estado, em caso de dolo ou culpa grave.

    Artigo 5. Norma revogatria So revogados o Decreto-Lei n. 48 051, de 21 de Novembro de 1967, e os artigos 96. e 97. da Lein. 169/99, de 18 de Setembro, na redaco da Lei n. 5-A/2002, de 11 de Janeiro.

    Artigo 6. Entrada em vigor A presente lei entra em vigor no prazo de 30 dias aps a data da sua publicao.

    Aprovada em 18 de Outubro de 2007. O Presidente da Assembleia da Repblica, Jaime Gama. Promulgada em 10 de Dezembro de 2007. Publique-se. O Presidente da Repblica, Anbal Cavaco Silva. Referendada em 10 de Dezembro de 2007. O Primeiro-Ministro, Jos Scrates Carvalho Pinto de Sousa.

    ANEXO

    REGIME DA RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL DO ESTADO E DEMAIS ENTIDADES PBLICASCAPTULO I Disposies gerais Artigo 1. mbito de aplicao

    1 - A responsabilidade civil extracontratual do Estado e das demais pessoas colectivas de direitopblico por danos resultantes do exerccio da funo legislativa, jurisdicional e administrativarege-se pelo disposto na presente lei, em tudo o que no esteja previsto em lei especial. 2 - Para os efeitos do disposto no nmero anterior, correspondem ao exerccio da funoadministrativa as aces e omisses adoptadas no exerccio de prerrogativas de poder pblico oureguladas por disposies ou princpios de direito administrativo. 3 - Sem prejuzo do disposto em lei especial, a presente lei regula tambm a responsabilidadecivil dos titulares de rgos, funcionrios e agentes pblicos por danos decorrentes de aces ouomisses adoptadas no exerccio das funes administrativa e jurisdicional e por causa desseexerccio. 4 - As disposies da presente lei so ainda aplicveis responsabilidade civil dos demaistrabalhadores ao servio das entidades abrangidas, considerando-se extensivas a estes asreferncias feitas aos titulares de rgos, funcionrios e agentes. 5 - As disposies que, na presente lei, regulam a responsabilidade das pessoas colectivas dedireito pblico, bem como dos titulares dos seus rgos, funcionrios e agentes, por danosdecorrentes do exerccio da funo administrativa, so tambm aplicveis responsabilidade civilde pessoas colectivas de direito privado e respectivos trabalhadores, titulares de rgos sociais,representantes legais ou auxiliares, por aces ou omisses que adoptem no exerccio deprerrogativas de poder pblico ou que sejam reguladas por disposies ou princpios de direitoadministrativo.

    Artigo 2. Danos ou encargos especiais e anormais

    Para os efeitos do disposto na presente lei, consideram-se especiais os danos ou encargos queincidam sobre uma pessoa ou um grupo, sem afectarem a generalidade das pessoas, e anormais osque, ultrapassando os custos prprios da vida em sociedade, meream, pela sua gravidade, a

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    tutela do direito.

    Artigo 3. Obrigao de indemnizar

    1 - Quem esteja obrigado a reparar um dano, segundo o disposto na presente lei, devereconstituir a situao que existiria se no se tivesse verificado o evento que obriga reparao. 2 - A indemnizao fixada em dinheiro quando a reconstituio natural no seja possvel, norepare integralmente os danos ou seja excessivamente onerosa. 3 - A responsabilidade prevista na presente lei compreende os danos patrimoniais e nopatrimoniais, bem como os danos j produzidos e os danos futuros, nos termos gerais de direito.

    Artigo 4. Culpa do lesado

    Quando o comportamento culposo do lesado tenha concorrido para a produo ou agravamentodos danos causados, designadamente por no ter utilizado a via processual adequada eliminaodo acto jurdico lesivo, cabe ao tribunal determinar, com base na gravidade das culpas de ambasas partes e nas consequncias que delas tenham resultado, se a indemnizao deve sertotalmente concedida, reduzida ou mesmo excluda.

    Artigo 5. Prescrio

    O direito indemnizao por responsabilidade civil extracontratual do Estado, das demais pessoascolectivas de direito pblico e dos titulares dos respectivos rgos, funcionrios e agentes bemcomo o direito de regresso prescrevem nos termos do artigo 498. do Cdigo Civil, sendo-lhesaplicvel o disposto no mesmo Cdigo em matria de suspenso e interrupo da prescrio.

    Artigo 6. Direito de regresso

    1 - O exerccio do direito de regresso, nos casos em que este se encontra previsto na presente lei, obrigatrio, sem prejuzo do procedimento disciplinar a que haja lugar. 2 - Para os efeitos do disposto no nmero anterior, a secretaria do tribunal que tenha condenado apessoa colectiva remete certido da sentena, logo aps o trnsito em julgado, entidade ou sentidades competentes para o exerccio do direito de regresso.

    CAPTULO II Responsabilidade civil por danos decorrentes do exerccio da funo administrativa SECO I Responsabilidade por facto ilcito Artigo 7. Responsabilidade exclusiva do Estado e demais pessoas colectivas de direito pblico

    1 - O Estado e as demais pessoas colectivas de direito pblico so exclusivamente responsveispelos danos que resultem de aces ou omisses ilcitas, cometidas com culpa leve, pelostitulares dos seus rgos, funcionrios ou agentes, no exerccio da funo administrativa e porcausa desse exerccio. 2 - concedida indemnizao s pessoas lesadas por violao de norma ocorrida no mbito deprocedimento de formao dos contratos referidos no artigo 100. do Cdigo de Processo nosTribunais Administrativos, de acordo com os requisitos da responsabilidade civil extracontratualdefinidos pelo direito comunitrio. 3 - O Estado e as demais pessoas colectivas de direito pblico so ainda responsveis quando osdanos no tenham resultado do comportamento concreto de um titular de rgo, funcionrio ouagente determinado, ou no seja possvel provar a autoria pessoal da aco ou omisso, masdevam ser atribudos a um funcionamento anormal do servio. 4 - Existe funcionamento anormal do servio quando, atendendo s circunstncias e a padres

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    mdios de resultado, fosse razoavelmente exigvel ao servio uma actuao susceptvel de evitaros danos produzidos.

    Contm as alteraes introduzidas pelos seguintesdiplomas: - Lei n. 31/2008, de 17 de Julho

    Verses anteriores deste artigo: - 1 verso: Lei n. 67/2007, de 31 deDezembro

    Artigo 8. Responsabilidade solidria em caso de dolo ou culpa grave

    1 - Os titulares de rgos, funcionrios e agentes so responsveis pelos danos que resultem deaces ou omisses ilcitas, por eles cometidas com dolo ou com diligncia e zelo manifestamenteinferiores queles a que se encontravam obrigados em razo do cargo. 2 - O Estado e as demais pessoas colectivas de direito pblico so responsveis de forma solidriacom os respectivos titulares de rgos, funcionrios e agentes, se as aces ou omisses referidasno nmero anterior tiverem sido cometidas por estes no exerccio das suas funes e por causadesse exerccio. 3 - Sempre que satisfaam qualquer indemnizao nos termos do nmero anterior, o Estado e asdemais pessoas colectivas de direito pblico gozam de direito de regresso contra os titulares dergos, funcionrios ou agentes responsveis, competindo aos titulares de poderes de direco,de superviso, de superintendncia ou de tutela adoptar as providncias necessrias efectivaodaquele direito, sem prejuzo do eventual procedimento disciplinar. 4 - Sempre que, nos termos do n. 2 do artigo 10., o Estado ou uma pessoa colectiva de direitopblico seja condenado em responsabilidade civil fundada no comportamento ilcito adoptado porum titular de rgo, funcionrio ou agente, sem que tenha sido apurado o grau de culpa do titularde rgo, funcionrio ou agente envolvido, a respectiva aco judicial prossegue nos prpriosautos, entre a pessoa colectiva de direito pblico e o titular de rgo, funcionrio ou agente,para apuramento do grau de culpa deste e, em funo disso, do eventual exerccio do direito deregresso por parte daquela.

    Artigo 9. Ilicitude

    1 - Consideram-se ilcitas as aces ou omisses dos titulares de rgos, funcionrios e agentesque violem disposies ou princpios constitucionais, legais ou regulamentares ou infrinjam regrasde ordem tcnica ou deveres objectivos de cuidado e de que resulte a ofensa de direitos ouinteresses legalmente protegidos. 2 - Tambm existe ilicitude quando a ofensa de direitos ou interesses legalmente protegidosresulte do funcionamento anormal do servio, segundo o disposto no n. 3 do artigo 7.

    Artigo 10. Culpa

    1 - A culpa dos titulares de rgos, funcionrios e agentes deve ser apreciada pela diligncia eaptido que seja razovel exigir, em funo das circunstncias de cada caso, de um titular dergo, funcionrio ou agente zeloso e cumpridor. 2 - Sem prejuzo da demonstrao de dolo ou culpa grave, presume-se a existncia de culpa levena prtica de actos jurdicos ilcitos. 3 - Para alm dos demais casos previstos na lei, tambm se presume a culpa leve, por aplicaodos princpios gerais da responsabilidade civil, sempre que tenha havido incumprimento dedeveres de vigilncia. 4 - Quando haja pluralidade de responsveis, aplicvel o disposto no artigo 497. do CdigoCivil.

    SECO II Responsabilidade pelo risco Artigo 11. Responsabilidade pelo risco

    1 - O Estado e as demais pessoas colectivas de direito pblico respondem pelos danos decorrentesde actividades, coisas ou servios administrativos especialmente perigosos, salvo quando, nos

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    termos gerais, se prove que houve fora maior ou concorrncia de culpa do lesado, podendo otribunal, neste ltimo caso, tendo em conta todas as circunstncias, reduzir ou excluir aindemnizao. 2 - Quando um facto culposo de terceiro tenha concorrido para a produo ou agravamento dosdanos, o Estado e as demais pessoas colectivas de direito pblico respondem solidariamente como terceiro, sem prejuzo do direito de regresso.

    CAPTULO III Responsabilidade civil por danos decorrentes do exerccio da funo jurisdicional Artigo 12. Regime geral

    Salvo o disposto nos artigos seguintes, aplicvel aos danos ilicitamente causados pelaadministrao da justia, designadamente por violao do direito a uma deciso judicial em prazorazovel, o regime da responsabilidade por factos ilcitos cometidos no exerccio da funoadministrativa.

    Artigo 13. Responsabilidade por erro judicirio

    1 - Sem prejuzo do regime especial aplicvel aos casos de sentena penal condenatria injusta ede privao injustificada da liberdade, o Estado civilmente responsvel pelos danos decorrentesde decises jurisdicionais manifestamente inconstitucionais ou ilegais ou injustificadas por errogrosseiro na apreciao dos respectivos pressupostos de facto. 2 - O pedido de indemnizao deve ser fundado na prvia revogao da deciso danosa pelajurisdio competente.

    Artigo 14. Responsabilidade dos magistrados

    1 - Sem prejuzo da responsabilidade criminal em que possam incorrer, os magistrados judiciais edo Ministrio Pblico no podem ser directamente responsabilizados pelos danos decorrentes dosactos que pratiquem no exerccio das respectivas funes, mas, quando tenham agido com doloou culpa grave, o Estado goza de direito de regresso contra eles. 2 - A deciso de exercer o direito de regresso sobre os magistrados cabe ao rgo competentepara o exerccio do poder disciplinar, a ttulo oficioso ou por iniciativa do Ministro da Justia.

    CAPTULO IV Responsabilidade civil por danos decorrentes do exerccio da funo poltico-legislativa Artigo 15. Responsabilidade no exerccio da funo poltico-legislativa

    1 - O Estado e as regies autnomas so civilmente responsveis pelos danos anormais causadosaos direitos ou interesses legalmente protegidos dos cidados por actos que, no exerccio dafuno poltico-legislativa, pratiquem, em desconformidade com a Constituio, o direitointernacional, o direito comunitrio ou acto legislativo de valor reforado. 2 - A deciso do tribunal que se pronuncie sobre a inconstitucionalidade ou ilegalidade de normajurdica ou sobre a sua desconformidade com conveno internacional, para efeitos do nmeroanterior, equivale, para os devidos efeitos legais, a deciso de recusa de aplicao ou a decisode aplicao de norma cuja inconstitucionalidade, ilegalidade ou desconformidade comconveno internacional haja sido suscitada durante o processo, consoante o caso. 3 - O Estado e as regies autnomas so tambm civilmente responsveis pelos danos anormaisque, para os direitos ou interesses legalmente protegidos dos cidados, resultem da omisso deprovidncias legislativas necessrias para tornar exequveis normas constitucionais. 4 - A existncia e a extenso da responsabilidade prevista nos nmeros anteriores sodeterminadas atendendo s circunstncias concretas de cada caso e, designadamente, ao grau declareza e preciso da norma violada, ao tipo de inconstitucionalidade e ao facto de terem sidoadoptadas ou omitidas diligncias susceptveis de evitar a situao de ilicitude. 5 - A constituio em responsabilidade fundada na omisso de providncias legislativas

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    necessrias para tornar exequveis normas constitucionais depende da prvia verificao deinconstitucionalidade por omisso pelo Tribunal Constitucional. 6 - Quando os lesados forem em tal nmero que, por razes de interesse pblico de excepcionalrelevo, se justifique a limitao do mbito da obrigao de indemnizar, esta pode ser fixadaequitativamente em montante inferior ao que corresponderia reparao integral dos danoscausados.

    CAPTULO V Indemnizao pelo sacrifcio Artigo 16. Indemnizao pelo sacrifcio

    O Estado e as demais pessoas colectivas de direito pblico indemnizam os particulares a quem,por razes de interesse pblico, imponham encargos ou causem danos especiais e anormais,devendo, para o clculo da indemnizao, atender-se, designadamente, ao grau de afectao docontedo substancial do direito ou interesse violado ou sacrificado.