trabalho de microbiologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS SOCIAIS E AGRÁRIAS CURSO BACHARELADO EM AGROINDÚSTRIA DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS TÍTULO DO PLANO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA CARNE INDUSTRIALIZADA MOÍDA DE FRANGO IN-NATURA COMERCIALIZADA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA - PB TÍTULO DO PROJETO: ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA CARNE INDUSTRIALIZADA MOÍDA DE FRANGO COMERCIALIZADA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA-PB EMANICE MARTINS DOS SANTOS (DISCENTE) CELENE DOS SANTOS ATAÍDE (ORIENTAÇÃO)

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Page 1: Trabalho de microbiologia

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBACENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS SOCIAIS E AGRÁRIASCURSO BACHARELADO EM AGROINDÚSTRIADISCIPLINA: MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS

TÍTULO DO PLANO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA CARNE INDUSTRIALIZADA MOÍDA DE FRANGO IN-NATURA COMERCIALIZADA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA - PB

TÍTULO DO PROJETO: ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DA CARNE INDUSTRIALIZADA MOÍDA DE FRANGO COMERCIALIZADA NA CIDADE DE JOÃO PESSOA-PB

EMANICE MARTINS DOS SANTOS (DISCENTE)

CELENE DOS SANTOS ATAÍDE (ORIENTAÇÃO)

BANANEIRASAGOSTO/2010

Page 2: Trabalho de microbiologia

INTRODUÇÃO

O consumo da carne de frango está aumentando acentuadamente entre os

brasileiros em virtude da expansão da produção nas últimas décadas, deixando de ser

uma carne presente nas refeições de classes mais abastadas e tornando-se uma carne

mais democrática sendo consumida em todas as classes sociais.

Para que houvesse este crescimento na produção foi necessário um investimento

ao longo de toda a cadeia produtiva, associado ao bom momento econômico do país.

Atualmente o Brasil é o maior exportador de carne de frango e o 3º maior produtor,

superado apenas pelos EUA e China (AVISITE, 2007; ABEF, 2007).

Hoje, a carne de frango é uma das carnes mais consumidas no Brasil e no mundo

devido a sua praticidade, conveniência e ainda com o apelo de que é considerada uma

proteína saudável por conter vitaminas do complexo B e possuir baixo teor de

colesterol, sendo assim, é recomendada por médicos na alimentação de idosos, crianças,

etc. Aliado a isto, a forma como esta é apresentada ao consumidor com uma variedade

de cortes, produtos elaborados e mais recentemente com carne de frango moída

industrializada. Com todas estas opções, o consumidor deixou de adquirir o frango

inteiro por ser mais difícil o seu preparo.

O mercado mundial está cada vez exigente com relação à qualidade da carne e os

consumidores cientes do que se espera para se obter esta qualidade. Mas, com todo este

desenvolvimento na produção e industrialização no setor avícola, ainda persiste surtos

de doenças transmissíveis por alimentos (BRASIL, Secretaria Estadual da Saúde, 2001).

Pesquisas recentes mostram a influência dos alimentos produzidos, processados

e conservados em condições inadequadas podem trazer riscos a saúde dos seres

humanos, quando da transmissão dos microorganismos patogênicos. A carne moída de

frango pode favorecer o aparecimento ou mesmo a multiplicação destes

microorganismos, que em sua maioria são patogênicos. Quando a carne de frango é

moída esta terá grandes chances de ser contaminada com os resíduos de outras moagens.

Dependendo de como esta carne é manipulada, sendo ela crua fresca ficará exposta a

um grande número de microorganismos.

As análises microbiológicas devem ter como objetivo avaliar a qualidade do

processo produtivo e do alimento buscando diagnosticar o agente causador de

toxiinfecções alimentares (ABERC, 2000). Os produtores do segmento avícola devem

buscar garantir esta qualidade microbiológica dos produtos que serão colocados no

Page 3: Trabalho de microbiologia

mercado consumidor, através das boas práticas da produção, processamento,

comercialização e preparo (CARDOSO, et al., 2000).

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é verificar a existência e a

quantificação de microorganismos presentes na carne de frango moída industrializada e

comercializada em uma empresa varejista localizada na cidade de João Pessoa - PB,

através das seguintes análises microbiológicas na RDC 12/2001: bactérias aeróbias

mesófilas, coliformes termotolerantes e coliformes a 35º, buscando verificar a qualidade

microbiológica da carne de frango moída industrializada que está sendo oferecida para o

consumo.

JUSTIFICATIVA

Nos grandes mercados varejistas da cidade de João Pessoa – Pb é encontrada

uma enorme variedade de produtos processados a base de carne de frango: lingüiças dos

mais variados tipos, carne para hambúrguer, salsichas, diversos tipos de corte de carne,

carne de charque de frango e atualmente foi lançada a carne moída industrializada de

frango, tornando assim, a alimentação um processo mais rápido e prático. No entanto, é

de extrema importância que esses inúmeros produtos colocados para os consumidores

logo após seu processamento, tenham passado por rigorosas análises no sentido de não

acarretarem problemas de saúde para a população. Dentre os inúmeros produtos que são

fabricados pelo setor avícola, o escolhido foi a carne moída industrializada de frango,

visto que é um produto que está há pouco tempo no mercado.

Na universidade Federal da Paraíba – Bananeiras existe o curso de Bacharelado

em Agroindústria, onde no período da disciplina Microbiologia de Alimentos serão

feitas várias análises buscando detectar e quantificar possíveis microorganismos na

carne de moída frango industrializada. Paralelo às informações obtidas das analises é

importante o conhecimento teórico com relação às diversas doenças transmissíveis por

microorganismos patogênicos e suas muitas implicações para a saúde humana, bem

como entender a legislação que regulamenta os padrões microbiológicos na RDC

12/2001 referentes a cada produto alimentício, desta forma embasando a análise, para

que esta tenha uma conotação cientificamente correta.

Assim sendo, com a realização das análises a universidade além de cumprir o

papel de passar conhecimentos acadêmicos, ela dissemina conhecimentos novos não só

para os alunos como também para a comunidade, pois esta instituição é um centro de

Page 4: Trabalho de microbiologia

referência devendo mostrar a população o que há de positivo ou negativo na carne

produzida pela agroindústria de aves através de análises microbiológicas como esta.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CARNE DE AVES

O intestino das aves é o local onde se concentra uma grande quantidade de

microorganismos patogênicos como a salmonella. Outras variedades deste

microorganismo também são encontradas em outros seres vivos como o homem, suínos,

bovinos entre outros e em insetos como baratas e moscas que são importantes

propagadores da salmonella, contaminando as matérias-primas como também os

alimentos processados de origem animal e vegetal (COUTINHO e SIMM, 2007).

O aviário onde as aves permanecem durante todo o processo de produção se

encontra gêneros de bactérias patogênicas como Bacillus, Clostridium, Escherichia,

Salmonella e espécies de bolores e leveduras, que contaminam as penas, a pele, as patas

e as fezes das aves vivas e, em seguida, podem contaminar a carne, durante o abate das

aves e processamento das carcaças. A forma como é conduzido o manejo durante todo o

período da criação e com os cuidados higiênicos nas operações de abate dos animais e

posterior manipulação das carcaças geram contaminação da carne de frango por estes

microorganismos patogênicos (SARCINELLI et al., 2007).

Primeiramente a contaminação da carcaça de aves acontece com a fixação das

bactérias, durante o processamento, sobre a pele, para que a partir de então os

microrganismos possam aderir-se em outras partes. Todo este potencial microbiano tem

origem nas aves vivas e posteriormente nas várias etapas do abate, principalmente na

depenação, e em seguida no processamento. Na carne de aves podem ser isoladas

bactérias mesófilas produtoras de toxinfecções alimentares como Salmonella sp.,

Clostridium botulinum, C. perfringens, Campylobacter sp.; Escherichia coli

enterohemorrágica e ainda Listeria monocytogenes (SILVA, 2010).

DOENÇAS VEICULADAS POR ALIMENTOS

As infecções que tem sua origem alimentar são aquelas doenças causadas pela

ingestão de alimento contaminado por microrganismos patogênicos que se multiplicam,

chegando até a parede intestinal e disseminando-se para outros órgãos, caracterizando

Page 5: Trabalho de microbiologia

uma infecção, ou pode haver uma intoxicação provocada por ingestão de alimentos

contendo toxinas microbianas pré-formadas (ABREU, 2006).

As doenças transmitidas por alimentos (DTA) constituem um dos problemas de

saúde pública mais freqüentes do mundo moderno. São causadas por agentes

etiológicos, principalmente microrganismos, os quais entram no organismo humano

através da ingestão de água e alimentos contaminados (WELKER et al., 2009).

Portanto, estas toxinfecções alimentares de origem microbiana são reconhecidas por

estudiosos como um problema de saúde pública de abrangência mundial atual e causa

importante na diminuição da produtividade, das perdas econômicas que afetam os

países, empresas e simples consumidores (MICHELOTTI, 2002; NASCIMENTO,

2007).

Os sintomas mais comuns incluem dor de estômago, náusea, vômitos, diarréia e

febre. Dependendo do micoorganismo envolvido, porém, o quadro clínico pode ser

extremamente sério, com desidratação grave, diarréia sanguinolenta, insuficiência renal

aguda e insuficiência respiratória (WELKER et al., 2004). Segundo FORSYTHE (2002)

os microrganismos causadores de enfermidades transmitidas por alimentos podem ser

divididos em:

Liberadores de toxina: Staphylococcus aureus, Clostridium perfringens, C. botulinum, Vibrio cholerae, Bacillus cereus, fungos filamentosos.

Causadores de infecções: Salmonella spp, Escherichia coli, Shigella spp, Vibrio parahaemoliticus, Campilobacter sp, Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica.

1. BACTÉRIAS

Aeromonas hydrophyla e outras espécies

Descrição da doença - A. hydrophila pode causar gastroenterite em indivíduos

saudáveis ou septicemia em indivíduos com sistemas imunes prejudicados, que sofrem

de leucemia, carcinoma, ou cirrose, aquelas tratadas com drogas imunossupressoras ou

então, que estão recebendo quimioterapia para câncer estão sob risco da infecção.

Agente etiológico - três espécies são definidas fenotipicamente - A. hydrophila,

A. caviae e Aeromonas veronii subtipo sobria. Não se conhece muito sobre outras

Aeromonas spp., mas também são microorganismos aquáticos e foram implicados em

doença humana.

Page 6: Trabalho de microbiologia

Alimentos associados - Peixes e frutos do mar e também em carnes

vermelhas (boi, porco e carneiro) e aves.

Bacillus cereus

Descrição da doença - intoxicação alimentar por B. cereus é a descrição geral da

doença. Os sintomas de diarréia do B. cereus devido à intoxicações alimentares

mimetizam os de intoxicações alimentares por Clostridium perfringens. O tipo emético

de intoxicação alimentar pelo B. cereus é caracterizado por náusea e vômito e é

semelhante aos sintomas causados por intoxicações por Staphylococcus aureus. Dores

abdominais e/ou diarréia podem estar associadas neste tipo. Algumas cepas de B.

subtilis e B. licheniformis foram isoladas de carneiro e frango incriminados em

episódios de intoxicação alimentar. Elas incluem infecções sistêmicas e piogênicas

graves, gangrena, meningite séptica, celulite, abcessos pulmonares, endocardite e morte

na infância.

Agente etiológico - B. cereus é um gram-positivo, facultativamente aeróbico, um

formador de esporos, produtor de dois tipos de toxina - diarréica (termo-lábil) e emética

(termo-estável).

Alimentos associados - uma larga variedade de alimentos tem sido implicada em

surtos tais como carnes, leite, vegetais e peixes. Os surtos por vômitos estão mais

associados a produtos à base de arroz; entretanto, outros produtos têm sido implicados

em surtos como batatas, massas e queijos. Misturas com molhos, pudins, sopas, assados

e saladas têm sido implicadas.

Brucella sp

Descrição da doença -.Brucelose: enfermidade bacteriana generalizada de começo

agudo ou insidioso, caracterizada por febre continua, intermitente ou irregular, de

duração variável, debilidade, cefaléia, suor profuso, perda de peso e mal estar

generalizado. Às vezes, surgem infecções localizadas supurativas, e são freqüentes

infecções subclínicas e não diagnosticadas. As complicações osteoarticulares são

comuns.

Agente etiológico - Brucella abortus, biotipos 1-6 e 9; B. melitensis, biotipos 1-

3; B. suis, biotipos1-5, e B. canis.

Page 7: Trabalho de microbiologia

Alimentos associados - leite cru e produtos lácteos (queijos) provenientes de

animais infectados.

Campylobacter jejuni

  Descrição da doença - Campilobacteriose é o nome da doença causada pelo C.

jejuni. É também referida como enterite por Campylobacter ou gastroenterite. Seus

principais sintomas são diarréia, que pode ser líquida ou com muco e conter sangue

(geralmente oculto) e leucócitos fecais; febre, dor abdominal, náusea, dor de cabeça e

dores musculares. jejuni. Meningite, colite recorrente, colecistite aguda e Síndrome de

Guillain-Barré (SGB) são complicações mais raras.

Agente etiológico - C. jejuni é um gram-negativo em forma de bacilo, curvado,

fino e mótil. É um organismo microaerofílico que exige baixos níveis de oxigênio.

Principais causas de doença diarréica bacteriana, mais que a Shigella spp. e Salmonella

spp. juntas.

Alimentos associados - frangos, leite cru e água não clorada. Galinhas saudáveis

podem ser portadoras do patógeno no trato intestinal, assim como gado e moscas nas

fazendas carregam a bactéria.

Clostridium botulinum

Descrição da doença - Botulismo é uma doença resultante da ação de uma

potente toxina produzida por uma bactéria denominada Clostridium botulinum,

habitualmente adquirida pela ingestão de alimentos contaminados (embutidos e

conservas em latas e vidros), de ocorrência súbita, caracterizada por manifestações

neurológicas seletivas, de evolução dramática e elevada letalidade. Pode iniciar-se com

vômitos e diarréia (mais comum a constipação), debilidade, vertigem, sobrevindo logo

em seguida, alterações da visão (visão turva, dupla, fotofobia), flacidez de pálpebras,

modificações da voz (rouquidão, voz cochichada, afonia, ou fonação lenta), distúrbios

da deglutição, flacidez muscular generalizada [acentuando-se na face, pescoço (cabeça

pendente) e membros], dificuldade de movimentos, agitação psicomotora e outras

alterações relacionadas com os nervos cranianos, podendo provocar dificuldades

respiratórias, cardiovasculares, levando à morte por parada cardiorrespiratória.

Page 8: Trabalho de microbiologia

Agente etiológico e toxina - o Clostridium botulinum, é um bacilo Gram

positivo, que se desenvolve em meio com baixa concentração de oxigênio (anaeróbio),

produtor de esporos, encontrado com freqüência no solo, em legumes, verduras, frutas,

fezes humanas e excrementos animais.

Alimentos associados: através do consumo de alimentos insuficientemente

esterilizados, e consumidos sem cocção prévia, que contém a toxina.

Clostridium perfringens

Descrição da doença – Intoxicação alimentar é uma desordem intestinal

caracterizada por início súbito de cólica abdominal, acompanhada de diarréia; náusea é

comum, mas vômitos e febre geralmente estão ausentes. Dura em torno de 24 horas; em

idosos ou enfermos pode durar até 2 semanas. Um quadro mais sério pode ser causado

pela ingestão de cepas tipo C que provocam a enterite necrotizante ou doença de Pigbel

(dor abdominal aguda, diarréia sanguinolenta, vômitos, choque e peritonite), com 40%

de letalidade.

  Agente etiológico - C. perfringens é um gram-positivo, anaeróbico, produtor de

esporos. A doença é produzida pela formação de toxinas no organismo.

Alimentos associados - São freqüentes os surtos em instituições como escolas,

hospitais, prisões, etc., onde há larga produção de alimentos preparados com muita

antecedência antes de serem servidos.

Escherichia coli enteroinvasiva

Descrição da doença – é uma doença inflamatória da mucosa intestinal e da

submucosa causada por cepas EIEC (E. coli Entero Invasiva) com um quadro de

diarréia líquida, dor abdominal severa, vômitos, tenesmo, cefaléia, febre, calafrios e

mal-estar generalizado, semelhante ao produzido pela Shigella.

  Agente etiológico - a E.coli faz parte da flora intestinal normal dos homens e

outros primatas, sendo que uma minoria das suas cepas causa doenças por vários

mecanismos diferentes. Entre essas, estão as cepas enteroinvasivas (EIEC), sendo os

principais sorogrupos O28ac, O29, O112, O124, O136, O143, O144, O152, O164 e

O167.

Page 9: Trabalho de microbiologia

Alimentos associados - há evidências de que a transmissão é feita através de

alimentos contaminados. Os alimentos que, normalmente, podem abrigar a EIEC são

desconhecidos, mas qualquer alimento contaminado com fezes humanas de indivíduo

doente, seja diretamente ou via água contaminada, pode causar doença em outras

pessoas. Hambúrguer e leite não pasteurizado têm sido associados a surtos por EIEC.

Listeria monocytogenes

Descrição da doença - Listeriose é a denominação de um grupo geral de

desordens causadas pela L. monocytogenes que incluem septicemia, meningite (ou

meningoencefalite), encefalite, infecção cervical ou intra-uterina em gestantes, as quais

podem provocar aborto (no segundo ou terceiro trimestre) ou nascimento prematuro. 

Agente etiológico - L. monocytogenes. É um gram-positivo mótil, que causa

infecções em humanos por serovars I/2a, I/2b e 4b. A dose infectiva é desconhecida,

mas, acredita-se, variar conforme a cepa e a susceptibilidade da vítima. Em casos

contraídos através de leite pasteurizado ou cru afirma-se que em pessoas suscetíveis,

menos de 1.000 organismos podem causar a doença.

Alimentos associados - queijos, leite, carnes, peixes, frutos do mar e outros.

Salmonella enteritidis

Descrição da doença - É uma toxinfecção alimentar, genericamente se

enquadrando no grupo de doenças designadas por Salmoneloses. A pessoa infectada

geralmente tem febre, cólicas abdominais e diarréia.

Agente etiológico - é uma bactéria móvel, com morfologia de bacilo Gram

negativo. A Salmonella enterica, subespécie enterica, sorotipo Enteritidis (S.Enteritidis)

é um enteropatógeno classificado no gênero Salmonella, pertencente à família

Enterobacteriaceae. É freqüentemente encontrada no trato intestinal de animais,

domésticos e selvagens, sendo muito comum em aves.

Alimentos associados – é transmitida por alimentos contaminados e ingeridos

crus ou mal cozidos. Estes alimentos são freqüentemente de origem animal, sendo carne

de frangos e principalmente ovos.

Page 10: Trabalho de microbiologia

Shigella spp

Descrição da doença –Siguelose é doença bacteriana aguda que envolve o

intestino delgado, conhecida como disenteria bacilar. Caracteriza-se por dor abdominal

e cólicas, diarréia com sangue, pus ou muco; febre, vômitos e tenesmo

  Agente etiológico - Shigella spp.: Shigella sonnei, Shigella boydii, Shigella

flexneri e Shigella dysenteriae. É um gram-negativo, tipo bacilo, não mótil, e não

formador de esporos.

Alimentos associados - via fecal-oral. Portadores do patógeno podem transmitir

a infecção devido às mãos mal lavadas, unhas sujas de matéria fecal após defecação,

contaminando alimentos e objetos que podem favorecer a disseminação da infecção.

Água e leite podem ser contaminados por fezes provocando a infecção. Moscas

carregam o patógeno para os alimentos a partir de latrinas e de disposição inadequada

de fezes e esgotos. Alimentos expostos e não refrigerados constituem um meio para sua

sobrevivência e multiplicação.

Staphylococcus aureus

Descrição da doença - intoxicação alimentar estafilocócica e não infecção ou

estafiloenterotoxemia é o nome como a doença é conhecida. Geralmente de início

abrupto e violento, com náusea, vômitos e cólicas, prostração, pressão baixa e

temperatura subnormal. Alterações na freqüência cardíaca podem também ser

observadas

  Agente etiológico - Staphylococcus aureus é uma bactéria esférica (coccus).

Alimentos associados – Alimentos contaminados por seres humanos na maioria

das vezes. A transmissão ocorre devido a ferimentos nas mãos ou outras lesões

purulentas ou secreções que contaminam os alimentos durante sua manipulação. Cerca

de 25% das pessoas são portadores nasais. Úberes infectados de vaca, pássaros e

cachorros também podem transmitir a bactéria.

 

Vibrio cholerae 

Descrição da doença – A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, de

transmissão predominantemente hídrica, que se caracteriza, em sua forma mais

evidente, por diarréia aquosa súbita, profusa e sem dor, vômitos ocasionais,

Page 11: Trabalho de microbiologia

desidratação rápida, acidose e colapso circulatório de líquidos O V. cholerae, ao

penetrar no intestino delgado, em quantidade suficiente para produzir infecção, inicia

processo de multiplicação bacteriana, elaborando a enterotoxina que induz a secreção

intestinal, associada à secreção de AMP-cíclico intestinal.

Agente etiológico e toxina - o Vibrio cholerae.

Toxina colérica - A enterotoxina colérica é a causa principal da diarréia maciça

causada pelo V.cholerae. A patogênese da cólera está intimamente associada à produção

e ação desta toxina sobre as células epiteliais do intestino delgado. Os bacilos penetram

no organismo humano por via oral e, após ultrapassarem a barreira gástrica, colonizam

o intestino delgado produzindo a toxina colérica, seu principal fator de virulência.

Alimentos associados - via fecal-oral, com ingestão de água e alimentos

contaminados.

Vibrio parahaemolyticus

Descrição da doença - Gastroenterite associada ao V. parahaemolyticus é o nome da

doença causada por este organismo. Diarréia líquida, cólica abdominal, náusea,

vômitos, dor de cabeça, febre e calafrios são sintomas que podem estar presentes na

infecção por este organismo.

Agente etiológico - Vibrio parahaemolyticus e outros Vibrios marinhos que

podem veicular doenças através dos alimentos - Vibrio spp. Alimentos associados -

peixes e moluscos marinhos crus.

2. VIRUS

Hepatite A

Descrição da doença – início usualmente abrupto com febre, mal estar, anorexia,

náusea e desconforto abdominal, e aparecimento de icterícia dentro de poucos dias.

Crônicas apresentam maior risco para desenvolvimento de hepatite fulminante.

Agente etiológico - vírus RNA, de 27 nm de diâmetro, possui um único sorotipo,

classificado como Hepatovirus e membro da família Picornaviridae.

Page 12: Trabalho de microbiologia

Alimentos associados - Vários tipos de alimentos podem estar implicados,

inclusive, os cozidos, se contaminados por contato manual após o cozimento. Alimentos

crus, como frutas (especialmente morangos), verduras (alface e outras verduras de

folha) e mariscos podem transmitir a doença, quando cultivados com água contaminada.

Hepatite E

Descrição da doença - a doença causada pelo vírus da hepatite (HEV) é

denominada hepatite E, ou hepatite não-A não-B transmitida por via entérica. Os

sintomas incluem indisposição, anorexia, dor abdominal, artralgia e febre.

Agente etiológico - o vírus da hepatite E é uma partícula com um diâmetro de 32

a34nm, que pode ser encontrado nas fezes durante a fase aguda precoce da infecção

com um coeficiente de sedimentação de 183 S (comparado com o da HAV de 157 S).

Alimentos associados - água e alimentos contaminados e pessoa-a-pessoa, por

via fecal-oral.

Rotavírus

Descrição da doença - a infecção pelo rotavírus varia de um quadro leve, com

diarréia aquosa e duração limitada à quadros graves com desidratação, febre e vômitos,

podendo evoluir a óbito.

Agente etiológico - é um RNA vírus da família dos Reoviridae, do gênero

Rotavírus. São classificados sorologicamente em grupos, subgrupos e sorotipos. Até o

momento 7 grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em diversas

espécies animais, sendo que os grupos A, B, e C são associados a doença no homem. O

grupo A é o de melhor caracterização, predominando na natureza, associado a doença

no homem e em diversas outras espécies animais.

Alimentos associados - água e alimentos contaminados e pessoa-a-pessoa, por

via fecal-oral.

Poliovírus

Descrição da doença – Poliomielite é uma doença aguda, causada por um vírus,

de gravidade extremamente variável e, que pode ocorrer sob a forma de infecção

Page 13: Trabalho de microbiologia

inaparente ou apresentar manifestações clínicas, freqüentemente caracterizadas por

febre, mal-estar, cefaléia, distúrbios gastrointestinais e rigidez de nuca, acompanhadas

ou não de paralisias.

Agente etiológico - é um vírus composto de cadeia simples de RNA, sem envoltório,

esférico, de 24-30 nm de diâmetro, do gênero Enterovírus, da família Picornaviridae. Ao

gênero Enterovírus pertencem os grupos: Coxsakie (A com 24 sorotipos e B com 6

sorotipos), Echo (34 sorotipos) e Poliovírus (3 sorotipos). Os três sorotipos do

poliovírus, I, II e III, provocam paralisia, sendo que o tipo I é o

OBJETIVO GERAL

Verificar a existência e a quantificação de microorganismos presentes na carne

de frango moída industrializada, comercializada em uma empresa varejista localizada na

cidade de João Pessoa – PB, através de análises microbiológicas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Aprender na prática os procedimentos para se realizar uma análise

microbiológica na RDC 12/2001.

Determinar o NMP (Número mais Provável) de bactérias coliformes fecais

(termotolerantes).

Quantificar o NMP (Número mais provável) de colônias de bactérias aeróbias

mesófilas.

Fazer a contagem do NMP (Número mais Provável) de bactérias coliformes à

35º.

REFERÊNCIAS

ABEF. Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango. Disponívelem <http://www.abef.com.br/Estatisticas/MercadoMundial/MercadoMundial.asp/>.Acesso em: 17/agosto/2010.

AVISITE. AviSite Estatísticas e Preços. Disponível em<http://www.avisite.com.br/economia/estatistica.asp?Acao=carnefrango/>. Acesso em:15/agosto/2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 001, de 28 de janeiro de 1987; da Divisão

Page 14: Trabalho de microbiologia

Nacional de Vigilância Sanitária de Alimentos: aprova padrões microbiológicos. DiárioOficial (da União), Brasília, 12 de fevereiro de 1987 e Diário Oficial, Brasília, 25fevereiro de 1987.

BRASIL. Secretaria Estadual da Saúde. Rio Grande do Sul. Divisão de VigilânciaSanitária. Relatórios Anuais de DTA. Série histórica. Não paginada, 2001.

CARDOSO, A. L. S. P.; TESSARI, E. N. C.; CASTRO, A. G. M.; KANASHIRO, A. M. I. Pesquisa de salmonella spp., coliformes fecais e mesófilos em carcaças e produtos derivados de frango. Instituto Biológico, São Paulo, v. 67, n. 1, jan/junho.2000.

NASCIMENTO, F. C. A. Aspectos sócio-econômicos das doenças veiculadas pelos alimentos. Disponívelem:<http//nutricaoempauta.com.br/novo/40/foodservice.html>.Acesso em: 16/agosto/2010.

SARCINELLI, M. F.; VENTURINI K. S.; SILVA L. C. Processamento da carne de frango. Boletim Técnico - PIE-UFES: 02107 - Editado: 15.10.2007.

SILVA, J. A. Microrganismos patogênicos em carne de frango (Acesso em: 20/agosto/2010).

COUTINHO, Camila Izabela; SIMM, Kelen Cristiane Baratéla. Análise microbiológica da carne de frango crua após o processo de moagem/2007. (Acesso em: 18/agosto/2010).

ABREU,Aline. Segurança alimentar: doenças veiculadas por alimentos/2006. (Acesso em: 20/agosto/2010).

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Atividades agosto setembro outubro novembro dezembroRevisão de literatura (Pesquisa bibliográfica)

X X

Coleta deamostragem

X X

Análises microbiológicas

X X

Tabulação dosDados estatísticos

X X X

Discussão dos resultados

X

Elaboração do trabalho final X X

Page 15: Trabalho de microbiologia
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