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1 [Digite texto] UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE IPTU TEORIA GERAL DO GARANTISMO Por: Luiz Cláudio da Silva Orientador Professor: William Rocha Rio de Janeiro - RJ 18/08/2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

IPTU

TEORIA GERAL DO GARANTISMO

Por: Luiz Cláudio da Silva

Orientador

Professor: William Rocha

Rio de Janeiro - RJ

18/08/2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

IPTU

TEORIA GERAL DO GARANTISMO

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência do

Ensino Superior Direito Público e Tributário.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, esposa, filhos, irmãos, sogro e

sogra, sócio Euclecio Calles, amigos, parentes

e clientes.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta Monografia a minha esposa

Elisangela, que tanto me apoiou para fazer a

Pós-Graduação, meus filhos Gabriel e Letícia,

bem como a meus pais Raimundo Ubaldo e

Maria de Lourdes meus professores na

universidade da vida.

Luiz Cláudio da Silva

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RESUMO

De longa data se discute a questão da carga tributária no Brasil. Recentes estudos mostram que nos últimos 14

(quatorze) anos, a carga tributária no Brasil vem crescendo

continuamente, correspondendo atualmente a cerca de 40% do PIB

brasileiro. É uma das cargas tributárias mais elevadas do planeta. Isto

é, para cada 100 de riqueza gerada no País, 40 são destinadas ao

fisco nacional, em seus diversos níveis.

A história mostra em todos os tempos que o

povo sempre trabalha para sustentar os governantes, enquanto estes

se preocupam em retirar da sociedade os recursos de que precisa não só para sustentá-lo mas para satisfazer a anseios próprios o mais

das vezes completamente dissociados das reais expectativas e

necessidades do bem comum.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada destina-se em concluir que há

uma permanente aporia (contradição, ontológica, de irredutibilidade de

uma realidade entre o que declaram, do desacordo entre o ontos e

logos) que se estabelece entre o que declaram as modernas

Constituições em termos de igualdades entre os homens e a finalidade

do Poder e a prática – “diagnosticada pela história” – de que é a sociedade que serve ao Poder, com fundamento nas desigualdades naturais entre os homens tendo como pano de fundo os tributos.

O Brasil possui hoje 77 tributos que, para a

concretização de sua cobrança exige a edição e reedição anula de

centenas de decretos, regulamentos e portarias, numa verdadeira

babel regulatória, consistindo no que Augusto Becker chamou de

“Manicômio Jurídico Tributário” afirmando que,

Se fossem integralmente cumpridas as leis tributárias, todos os contribuinte seriam passiveis de sanção, inclusive

de cárcere e isto, não tanto em virtude da fraude, mas principalmente

pela desorientação que o caos da legislação tributária provoca no

contribuinte.

Ao mesmo tempo em que a carga tributária nacional

apresenta-se com contínua e acentuada elevação nos últimos anos, há

um empobrecimento geral da população,uma vez que a renda

domiciliar per capita média no mesmo período apresenta-se

decrescente.

________________________

BECKER, Alfredo Augusto. Teoria Geral do Direito Tributário. 3. Ed.

São Paulo: Lejus, 1998.p3.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPITULO I

A TEORIA DO GARANTISMO E A POSSIBILIDADE DE SUA

APLICAÇÃO NO DIREITO TRIBUTÁRIO 9

CAPITULO II

O IPTU NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO 16

CAPITULO III

O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS MUNICIPAIS

NO DIREITO BRASILEIRO 24

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

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INTRODUÇÃO

Todo o aparato jurídico-constitucional que objetiva

impor limites rígidos ao poder de tributar dos entes federados, o fato é

que a carga tributária nacional apresenta-se com uma derivada

positiva, de ano para ano, a causar perplexidade: afinal, como se

explica este fenômeno crescente carga tributária nacional, ao mesmo

tempo em que temos um formidável sistema tributária, enredado na

Constituição, que delimita com rigidez a atividade de tributação da

União, Estados, Distrito Federal e Municípios?

Esta cada vez mais presente no ordenamento jurídico

brasileiro, apesar das solenes declarações em contrário, da

permanente violação de direitos fundamentais por parte dos Poderes

Legislativo e Executivo. Encontra-se o Poder Judiciário abarrotado de

processos judiciais nos quais a busca de tutela por parte dos cidadãos

refere-se às violações de seus direitos decorrentes de atos executivos,

amparados por uma legislação que, posteriormente, acaba sendo

julgada inválida pelo Poder Judiciário.

Optou-se por abordar a questão do controle da

constitucionalidade tributária do IPTU mediante os princípios que

enredam a Teoria Geral do Garantismo, a partir de sua aplicação ao

Direito Penal e levando em conta a similaridade entre esse ramo do

direito e o Direito Tributário.

Ao abordar a controvertida questão da

constitucionalidade dessa modificação constitucional sob o enfoque da

teoria Geral do Garantismo, aplicada ao Direito Tributário, espera-se

trazer novo viés pelo qual se possa enriquecer a discusssão sobre a

constitucionalidade da Emenda Constitucional que modificou o perfil do

tributo IPTU no País.

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CAPITULO I

A TEORIA DO GARANTISMO E A POSSIBILIDADE DE

SUA APLICAÇÃO NO DIREITO TRIBUTÁRIO

“tributo e poder são irmãos siameses,

inseparáveis, decorrentes da natural

desigualdade entre os homens”

MARTINS, Ives Gandra. Uma Teoria do tributo.

São Paulo: Quartier Latin, 2005. P.48/52.

1.1 - Direito Penal e Direito Tributário: afinidades

O Direito Penal e o Direito Tributário mantêm uma

estreita aproximação axiológica e teleológica uma vez que ambos

tutelam a pessoa humana no que diz respeito ao direito de liberdade

em face do arbítrio do Estado.

Enquanto o Direito Penal tutela a liberdade da pessoa

em face do arbítrio do estado, entendendo-se liberdade na sua mais

ampla acepção, como o conjunto de direitos naturais exercitáveis

licitamente sem interferir nos direitos das demais pessoas, o Direito

Tributário tutela uma das vertentes da liberdade consubstanciada na

liberdade da pessoa de usar, gozar e dispor de seus bens

patrimoniais, sem a interferência do Estado.

Na precisa lição de Baleeiro,

“O tributo é vetusto e fiel sombra do poder

político há mais de 20 séculos. Onde se ergue

um governante, ela se projeta sobre o solo de

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sua dominação. Inúmeros testemunhos, desde a

Antiguidade até hoje, excluem qualquer dívida”.

BALEERO, Aliomar. Limitações constitucionais

ao Poder de Tributar. 5. Ed. Ver. De acordo com

as Emenda Constitucional 1, de 1969, e com o

CTN. Rio de Janeiro: Forense, 1977.p.1.

É possível afirmar que há uma imbricação de caráter

histórico entre tributos e direitos fundamentais, uma vez que o poder

de tributar do estado por constituir, em principio, em uma

transferência para os cofres públicos de parte da riqueza dos seus

cidadãos, envolve o direito de propriedade, esteio e fundamento de

todas as organizações estatais ao longo do tempo. Não é diferente no

caso brasileiro.

Na doutrina sempre houve um movimento no sentido

de aproximar os dois campos de direito, o Penal e o tributário, em

face do Principio da legalidade, desdobrado em Principio da Mera

Legalidade e Principio da legalidade Estrita. Por aquele principio,

ambos os ramos do direito estão sujeitos a exigir da lei a condição

necessária. No Direito Penal, das penas do delito, no Direito

Tributário, do fato gerador e do tributo. Pelo principio da legalidade

estrita, a exigir da lei, no Direito Penal, todas as demais garantias e,

no Direito Tributário, todas as demais condições que permitam a

individualização do tributo, sua base de cálculo, sua alíquota, seu

sujeito passivo e ativo e demais atributos que permitam à

administração tributária efetuar o respectivo lançamento.

Com lastro nessa identificação axiológica e teleológica

entre o Direito Penal e o Direito Tributário pretende-se, a partir da

Teoria Geral do Garantismo proposta em discutir sua aplicação no

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Direito Tributário com a finalidade de se alcançar uma tecnologia mais

adequada à defesa dos direitos constitucionais tributários, que vem

sendo sistematicamente, pelo Poder Executivo.

1.2 – O significado de Garantismo

A questão voltada para a questão do controle de

constitucionalidade de leis tributárias municipais do IPTU venha

abordar o Direito Penal.

Na esfera do Direito Penal é a seara onde é mais

grave e dramática a luta pelos direitos do homem contra a tirania do

Estado,uma vez que está em jogo um dos mais fundamentais de seus

direitos, se não o mais fundamental, que é a liberdade.

De fato, o modelo garantista clássico estruturado em

torno dos princípios da estrita legalidade, da materialidade, da lesão

dos crimes, da responsabilidade pessoal do delinqüente, do

contraditório, do sistema acusatório, da presunção de inocência, entre

outros, são produtos gerados na tradição do iluminismo e do

liberalismo.

No Estado constitucional de direito, onde constitui

um sistema normativo complexo, o dever ser está incorporado em

suas normas na forma de garantias jurídicas. O dever ser normativo

não se confunde com a vigência e nem com valores extrajurídicos

como o de justiça mas, sim, com a validade, ou seja, a conformidade,

formal e substancial, com outras normas superiores a ele. Isto

significa que a validade é uma questão de legitimação interna, da

teoria do direito, enquanto a legitimação externa diz respeito à

filosofia teóricas acerca das normas positivas do ordenamento

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enquanto que as que fazem referencias à legitimação externa são

prescrições resultantes de opções políticas.

A confusão entre o ponto de vista externo e interno

ou mesmo a debilidade do ponto de vista externo autônomo possibilita

o aparecimento das doutrinas e culturas autoritárias nas quais, com

total inversão de valores, o Estado e o direito passam a ser eles

mesmos o fim e não meios para a tutela das pessoas que os criaram.

1.3 – Estado de direito e Garantismo

O poder legislativo quando cria um novo tributo por

meio de uma lei nova está exercendo o poder per leges, embora

submetido ao poder sub leges que lhe fixa forma e o conteúdo dessa

mesma lei segundo os cânones constitucionais. É esta a

complexidade do exercício do poder no Estado de direito.

Nos modernos Estados de direito, dotados de

Constituição rígida, a legalidade formal compreende a determinação

da forma e extensão do exercício dos poderes que o compõem, dano

origem ao que se chama de legitimidade formal do Estado de direito.

Da mesma forma, ao instituir o conteúdo desses poderes,

determinando os direitos fundamentais a serem observados e as

desigualdades a serem eliminadas ou atenuadas, além de impor e

vedações, obrigações e deveres aos titulares desses se afirmar que a

legitimidade formal origina-se da fonte de legitimação formal e a

legitimidade substancial da fonte de legitimação substancial, ou seja,

ambas se originam no Estado de direito pelo principio do governo sub

leges de forma que qualquer ato originado por qualquer dos poderes

do Estado estão submetidos ao controle constitucional de seu

conteúdo formal e substancial. É esta submissão do governo sub

leges que concretiza o Garantismo, a segurança jurídica e a certeza

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do direito, principalmente no que diz respeito aos direitos

fundamentais previstos na Carta Magna.

A Constituição de 1988 estabelece que todos são

iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (art. 5º,

caput), igualando homens e mulheres perante a mesma em termos de

direitos e obrigações (art. 5º, inc. I) e determinando que ninguém será

obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude

dela mesma (art. 5º, inc. II) o que traduz na sua mais límpida

expressão a legalidade formal. Da mesma forma, institui no art. 146

que cabe à lei complementar dispor sobre conflitos de competência

em matéria tributária entre as entidades de direito publico que

constituem a República Brasileira, regular as limitações

constitucionais ao poder de tributar, e estabelecer normas grais em

matéria de legislação tributária com a finalidade, entre outras, de

determinar os tributos, suas espécies, bem como em relação aos

impostos explicitados na Constituição (arts. 153/156), a fixação dos

respectivos fatos geradores, bases de calculo, alíquotas, além de

normas gerais a serem observadas na sua operacionalização.

1.4 Direitos fundamentais e o Garantismo no moderno

Estado de direito

Compreende a idéia de que o direito natural como uma

norma superior, derivada da divindade, a que as demais deviam

observar. Em função dessa concepção os atos normativos emanados

das autoridades maiores ( o soberano e o papa) deviam observar o

direito natural e, se com ele desconforme, era taxado de nulo,

gerando inclusive o direito de resistência em suas ultimas

conseqüências. Deriva daí a tese de que o soberano embora não

estivesse vinculado à lei civil, estava vinculado natural.

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Esta concepção acabou estruturando duas classes de

normas bem distintas: as do direito natural, de índole superior e

inderrogável por decorrer de concepções divinas e as do direito

positivo, transitórias e postas pelo homem mas obrigadas a estarem

em consonância com as primeiras.

Tal estrutura normativa atravessa a Idade Média para

chegar aos séculos XVII e XVIII que, entretanto, com o movimento

iluminista, deslocou a fonte divina da origem do direito natural para o

racionalismo humano.

Os direitos dos indivíduos no Estado Liberal estão

assegurados por garantias negativas, ou seja, por limitações e

vedações aos poderes estatais de intervir nos direitos naturais e pré-

políticos do homem, de vida liberdade e propriedade. São as

prestações negativas do Estado Liberal. Costuma a doutrina chamar a

tais direitos de direitos de 1ª geração, invioláveis, inderrogáveis,

indisponíveis e inalienáveis.

Por meio dos direitos fundamentais, possibilita-se

estabelecer os mecanismos de se alcançar ambas as igualdades. O

art. 5º da Constituição de 1988, em seus 78 incisos prevê um extenso

rol de direitos fundamentais, que nada mais são que direitos formais,

ou políticos, que devem ser “respeitados e garantidos”. Incluem-se ai,

inclusive, como dimana do parágrafo 2º do mesmo artigo, o

reconhecimento de outros direitos fundamentais, além dos expressos

em seus 78 incisos, decorrentes do regime e dos princípios por ela

adotados, ou dos tratados internacionais em que a Republica

Federativa do Brasil seja parte. Assim, incluem-se entre tais direitos

os decorrentes do Sistema Tributário Nacional onde, no art. 150, é

estabelecido um conjunto de limitações ao poder de tributar, cuja

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essência é o estabelecimento de direitos fundamentais dos

contribuintes e suas respectivas garantias.

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CAPITULO II

O IPTU NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO

2.1 – As causas históricas da tributação

O fenômeno da tributação, em geral implica na

transferência párea os cofres estatais de parcela do patrimônio das

pessoas privadas. Em particular, em se tratando do IPTU, há uma

constrição impositiva do Município sobre o direito de propriedade a

que estão sujeitos todos aqueles que na dicção do art. 33 do CTN,

são proprietários, possuem o domínio útil ou a posse de bem imóvel

por natureza ou acessão física, nos termos da lei civil, situados na

zona urbana do Município.

Uma abordagem apenas sob a roupagem da

legalidade formal mostra-se insuficiente para evidenciar a

discrepância entre os valores ínsitos na nossa Constituição e a dura

realidade social dos menos favorecidos e que se encontram na

posição de suportar o pesado ônus tributário. A questão, a nosso ver,

precisa ser analisada levando-se em conta os limites do poder

constituinte e a legitimidade material da constituição o que eleva a

discussão a nível filosófico-jurídico, que transcende a questão da

simples legalidade tributária.

2.2 - A competência constitucional

Com a Constituição de 1988 a organização político-

administrativa da Republica Federativa do Brasil passou a

compreender a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

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todos autônomos e unidos de forma indissolúvel, como expresso nos

arts. 1º e 18º da Constituição

Ao elevar os Municípios à condição de ente

federativo necessário prever na Constituição um conjunto de regras

voltadas para compatibilizar a sua autonomia dentro dos Estados em

que se situarem, harmonizando os interesses locais com os regionais.

A Constituição determina que os Municípios tem total

autonomia para instituir tributos, majorá-los, conceder isenções,

benefícios e incentivos fiscais, e praticar os demais procedimentos

administrativos relativos aos tributos de sua competência que se

fizerem necessários para, segundo seus entendimentos, melhor

atender aos interesses das populações locais.

2.3 – A natureza jurídica do IPTU

O IPTU esta aderente ao bem, independentemente

do seu titular, acompanhando-o e incidindo na pessoa que for titular

no momento do lançamento e constituição da obrigação tributária.

Qualquer que seja a forma de transferência da titularidade do bem, o

crédito tributário não acompanha o antigo titular, mas é sub-rogado ao

novo titular adquirente do objeto do negócio jurídico. Para fins fiscais

não interessa quem seja o titular do bem mas sim aquele que no

momento apropriado deve cumprir a obrigação tributária.

2.4 – Progressividade x proporcionalidade

Outra importante questão relativa aos impostos diz

respeito aos conceitos de impostos progressivos proporcionais.

A progressividade consiste na determinação de

alíquotas ascendentes na medida em que aumenta a base de calculo,

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ou seja, quanto maior a base de calculo, tanto maior a respectiva

alíquota incidente. Proporcionalidade, pó outro lado, caracteriza o

imposto cuja alíquota é invariável de forma que o valor do imposto

aumenta à medida de que aumenta a sua base de cálculo.

Do exame sistemático da Constituição de 1988

exsurge que os princípios da capacidade econômica e da isonomia

subordinam a criação de tributos de natureza proporcional, ou seja,

paga mais tributo quem tem mais renda marginal. E só em casos

específicos, previstos expressamente pela Constituição, é que haverá

impostos progressivos. Estabeleceu-se como principio geral a

proporcionalidade e como principio especifico o da progressividade.

É através da proporcionalidade que se alcança a

justiça fiscal, o que implica a proibição de valores fixos. Já na

progressividade o que ocorre é que a alíquota aumenta à medida que

aumenta a base imponível. Tanto pode ser essa variação de alíquotas

ditada por motivos fiscais ou extra fiscais, estas com a finalidade de

influenciar no comportamento dos contribuintes.

2.5 – A posição do Supremo Tribunal Federal

A posição da jurisprudência do STF em relação à

capacidade contributiva envolvendo o IPTU fixou-se no julgamento do

Recurso Extraordinário 153.771-0 – Minas Gerais, em 20.11.1996.

Trata-se de um mandado de segurança impetrado por

um contribuinte em face de Eli tributária do IPTU do município de Belo

Horizonte, pleiteando a suspensão da exigibilidade do crédito

tributário decorrente da cobrança do IPTU de 1990, com alíquotas

progressivas, que, no seu entender, é inconstitucional. A sentença

denegou a segurança por assim não entender, é inconstitucional. A

sentença denegou a segurança por assim não entender. Interposta a

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apelação, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais negou

provimento ao recurso. Inconformado, o contribuinte ajuizou recurso

extraordinário, com fundamento no art. 102, inc. III “a”, da CRFB/88,

alegando que a decisão recorrida violou os arts. 156, parágrafo, 1º e

182, ambos da Constituição, ao aceitar a progressividade do IPTU. O

município de Belo Horizonte, por sua vez alega que estava utilizando

a eleição do critério de fixação do imposto progressivo em face do

“valor dos lotes não edificados situados em logradouros com três ou

mais melhoramentos ou o patrão dos imóveis edificados”. Esse

critério, segundo o Fisco, não se confunde com o da progressividade

extrafiscal do art. 182 da Constituição. A progressividade instituída na

lei municipal é referida à capacidade contributiva e à isonomia fiscal,

arts. 145, parágrafo 1º e 150, inc. II, ambos da Constituição. O

acórdão deu razão ao município.

A Sub-Procuradoria-Geral da Republica opinou pelo

conhecimento e provimento do recurso.

O julgamento deste recurso tornou-se o paradigma para

o julgamento de todos os demais recursos que chegaram ao Supremo

Tribunal Federal argüindo a inconstitucionalidade de alíquotas de

IPTU progressivas, antes do advento da EC 29/00.

Em seu voto o Ministro Carlos Veloso inicia suas

considerações ressaltando que o principio da isonomia, no campo

tributário, está voltado para se alcançar a justiça tributaria, que, por

sua vez, concretiza-se por meio da capacidade contributiva, nos

termos estabelecidos no art. 145, parágrafo 1º, da Constituição.

Citando inúmeros juristas adota o entendimento de que

a igualdade tributária é um principio constitucional, explícito no art.

150, inc. II, da Constituição, e que em se tratando de impostos é

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concretizado através de capacidade contributiva. Em termos de taxas

estes principio se consolida através de retribuição ou remuneração

pelo uso dos serviços colocados à disposição dos contribuintes. E, em

se tratando de contribuições, através da proporcionalidade da ação do

Estado e os benefícios resultantes para o contribuinte.

O Ministro Carlos Veloso passa a analisar o mérito do

recurso. Primeiramente constata, pelas informações do Município,

que a progressividade instituída pela lei questionada é de cunho

fiscal, com fundamento no art. 145, parágrafo 1º, da Constituição,

cumprindo, desta forma, os princípios da capacidade contributiva e a

isonomia fiscal (art. 150, inc. II), não havendo incidência da

progressividade extrafiscal do art. 182, parágrafo 4º, inc. II, da

CRFB/88.

O Ministro Relator entende que deve ser distinguida a

progressividade fiscal (art. 145, parágrafo 1º, art. 156, parágrafo 1º)

da progressividade-sanção (art. 182, parágrafo 4º, inc. II). Esta,

voltada para a possibilitar a realização de uma política de

desenvolvimento urbano, de forma que a propriedade cumpra a sua

função social, sob pena de sujeitar-se a uma alíquota do IPTU

progressiva no tempo, como meio de incentivar a utilização da

propriedade em conformação com a referida política urbana. Aquela,

de cunho fiscal, independentemente de haver, ou não, plano diretor

ou uma política de ordenamento do solo urbano do município.

Conclui que as alíquotas do IPTU com fundamento no

art. 145, parágrafo 1º deverão ser progressivas, como forma de se dar

a esse tributo o caráter de pessoalidade. E esta progressividade deve

se basear no disposto no art. 156, parágrafo 1º da Constituição,

ressaltando que a função social ali inserida não é a mesma função

social a que se refere o art. 182, parágrafo 2º. Salienta a opinião do

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jurista Alcides Jorge Costa de que a progressividade do art. 156,

parágrafo 1º está voltada para satisfazer uma política redistributiva, ao

se reconhecer que a renda distribui-se de forma a não entender as

aspirações éticas da sociedade.

O Ministro Moreira Alves pondera que a exceção a

que alude o Ministro Aliomar Baleeiro se justifica porque em se

tratando de aplicação extrafiscal do imposto não está em jogo a

capacidade contributiva do contribuinte, que só considera em se

tratando de imposto pessoal com finalidade fiscal.

Argumenta o Ministro Moreira Alves que o art. 156,

parágrafo 1º ao estabelecer a progressividade extrafiscal para

assegurara a função social da propriedade só admitiu em atenção à

coisa ( a função social do direito de propriedade sobre o imóvel), não

possibilitando que haja progressividade vinculada a situações

pessoais do contribuinte, o que demonstra a exacerbação do caráter

real desse imposto, que o alcança, mesmo quando utilizado

Constituição não é admitida a progressividade fiscal do IPTU.

2.6 – A capacidade contributiva no IPTU e a Teoria Geral

do Garantismo

A Teoria Geral do Garantismo também permite

chegar a uma conclusão análoga, porém partindo da aplicação de

seus princípios, notadamente o da legitimidade externa e interna das

normas constitucionais.

Do ponto de vista da legitimidade externa (ou ético-

política) a norma constitucional que regula a tributação do IPTU deve

espelhar em seu conteúdo as normas constitucionais de nível superior

que condicionam a sua produção. A Constituição de 1988 estabeleceu

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um conjunto de normas tributárias que costuma receber o nome de

Constituição Tributária que condicionam as normas tributárias,

constitucionais e infraconstitucionais. Em particular, o art. 145,

parágrafo 1º contem o secular principio da isonomia tributária segundo

o qual a tributação deve ser feita na medida das possibilidades

econômicas de cada qual, ou seja, de acordo com a capacidade

econômica do contribuinte. E para aferir a capacidade econômica do

contribuinte é preciso se aferir o total global de sua renda e capital,

determinando a norma que para tanto as administrações fazendárias

devem, com esta finalidade “identificar, respeitados os direitos

individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as

atividades econômicas do contribuinte”.

Significa que as normas específicas de tributação do

IPTU deverão ater-se a essa normatização que traduz um principio

ético-político, um principio de direito natural, que deve estar

entronizado nas normas constitucionais de nível, sob pena de

invalidade.

Portanto, se as administrações municipais instituem a

progressividade do IPTU com fundamento na capacidade contributiva

aferida na presunção iure et iure do valor do imóvel, ou da sua

localização ou de seu uso, tais normas estão em aberto confronto com

a Constituição que determina em sentido contrário. E, em assim

sendo, é de se considerar como inválidas as normas tributárias do

IPTU que instituam a progressividade com fundamento em outro

parâmetro que não seja o determinado pela norma constitucional de

nível superior e que traduz a legitimidade externa do ordenamento

jurídico.

É importante realçar este ponto: as normas tributárias

do IPTU, mesmo sendo de nível constitucional, não podem deixar de

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traduzir em seu conteúdo normativo os princípios éticos-políticos que

estão refletidos nas normas constitucionais, também tributárias, mas

de nível superior, como é o caso a da estabelece como parâmetro de

aferição da capacidade contributiva do contribuinte o total de seu

patrimônio, seus rendimentos e sua atividade econômica. Portanto,

qualquer norma tributária de nível inferior, constitucional ou infra-

constitucional, que não observe em seu conteúdo normativo tal

disposição dever ser considerada inválida.

A grande questão é que nos modernos Estados de

direito que vinculam a produção de normas jurídicas a condições

substanciais de validade.

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CAPITULO III

O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS

MUNICIPAIS NO DIREITO BRASILEIRO

3.1 As causas históricas da tributação

O ordenamento jurídico brasileiro, admite o controle de

constitucionalidade das normas jurídicas através de dois mecanismos:

por via de defesa ou exceção e por via de ação. No plano federal

ambos os sistemas estão previstos na Constituição de 1988, de

competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal; em controle

difuso, mediante a interposição de Recurso extraordinário (art. 102, III,

caput) e, em controle concentrado, através do ajuizamento de Ação

Direta de Inconstitucionalidade, de Ação Declaratória de

Constitucionalidade (art. 102, I, “a”) e de Ação de

Inconstitucionalidade por Omissão (art. 103, parágrafo 2º). No plano

estadual ambos os sistemas de controle são julgados, em última

instancia, pelos Tribunais de Justiça do Estado; no controle difuso o

órgão judicial, seja federal ou estadual, poderá não aplicar a lei –

federal, estadual ou municipal – se julgar haver incompatibilidade entre

qualquer dessas normas e a Constituição inclusive atos normativos

secundários (regulamentos, decretos, resoluções, portarias etc.). Em

controle difuso não existe a limitação constitucional segundo a qual o

tribunal estadual não pode declarar a inconstitucionalidade de lei

federal e nem o Supremo Tribunal Federal pode declarar, em ação

direta a inconstitucionalidade de lei municipal em face da Constituição

da Republica. Pela singela razão de que no controle difuso o objeto do

litígio não é a declaração de inconstitucionalidade do ato normativo

impugnado; este é apenas prejudicial à lide principal. O exercício do

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controle concentrado, no âmbito estadual, é feito através da

interposição de representação de inconstitucionalidade de norma

estadual ou municipal em face da Constituição estadual.

3.2 Em controle concentrado por ação

O art. 102, inc. III, da Constituição estabelece quais

normas jurídicas e em que situações são passíveis de ter o seu nome

controle de constitucionalidade apreciada pelo Supremo.

Diz o artigo:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,

precipuamente a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

(...)

III – julgar, mediante recurso extraordinário, as

causas decididas em única ou ultima instancia, quando a decisão

recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de

tratado ou lei federal;

c) julgar valida lei ou ato de governo local

contestado em face desta Constituição;

d) julgar válida lei local contestada em face

de lei federal.

(...)

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Pode-se concluir que uma lei municipal tanto pode

ofender a Constituição da Republica como a Constituição de seu

Estado. Se a incompatibilidade é com a Constituição Estadual o seu

controle incidental pode ser feito por qualquer via incidental ou

concentrado. O controle incidental pode ser feito por qualquer juiz ou

tribunal e o recurso, se cabível, em ultima instancia é decidido pelo

Tribunal de Justiça Estadual.

O art. 102, inc. I, “a”, da Constituição não contempla a

possibilidade de argüir a inconstitucionalidade de lei municipal em

face da Constituição da Republica, ou seja, o confronto entre a lei

municipal e a Constituição não é possível constituir o objeto de uma

ação direta de inconstitucionalidade. Neste caso o controle difuso, em

recurso extraordinário, nos termos do art. 102, inc. III, da Constituição.

Essa questão foi objeto de inúmeros julgados no

Supremo Tribunal Federal. Em particular, no RE 92.169 em que foi

recorrente o Ministério Publico Estadual do Estado de São Paulo e

recorridos a Prefeitura Municipal de São Paulo e a Procuradoria-Geral

do Estado de São Paulo, julgado em 20.05.1981.

Pela riqueza dos debates então ocorridos, vale a

pena descer à analise de alguns dos argumentos que foram

discutidos e embasaram as posições dos Ministros e que

consolidaram, de vez, a impossibilidade, em face do que dispõe a

Constituição Federal, de se instituir a ação direta de Constituição

Federal, quer na própria Constituição Federal, quer na Constituição

dos Estados.

No nosso ordenamento jurídico não admite a ação

direta de inconstitucionalidade de lei municipal em face da

Constituição Federal. Ou seja, em controle difuso é possível argüir-se

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a inconstitucionalidade de lei municipal em confronto com a

Constituição Federal.

Na hipótese de não interposição de recurso

extraordinário ou de reclamação (antes do transito em julgado), se a

decisão do Tribunal local for pela improcedência da ação direta de

inconstitucionalidade, significa que a norma municipal ou estadual

impugnada foi considerada constitucional, com eficácia erga omnes,

porém adstrita ao âmbito da inconstitucional perante esta Corte, em

controle difuso ou concentrado (neste caso a causa petendi é outra,

isto é, inconstitucionalidade a decisão do Tribunal de Justiça for ela

procedência da ação direta de inconstitucionalidade, significa que a

norma estadual ou municipal impugnada será afastada do mundo

jurídico, com eficácia no nível estadual. Nesse caso, a norma deixa de

existir no mundo jurídico não há como interpor recurso perante o

Supremo uma vez que o objeto não mais existe.

3.3 A argüição de descumprimento de preceito

fundamental

O instituto de argüição de descumprimento de

preceito fundamental foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro

pelo Constituinte Originário, previsto no parágrafo único do art. 102,

com a seguinte dicção: “A argüição de descumprimento de preceito

fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo

Supremo Tribunal federal, na forma da lei”.

É possível afirma-se a possibilidade de interposição

de Ação de descumprimento de preceito Fundamental em face de lei

tributária municipal se esta violar preceito da Constituição Federal

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considerado como fundamental. No caso específico do IPTU, que

viole, por exemplo, o principio da capacidade contributiva, que se

admite como inserta no art. 5º da Constituição Federal, e, portanto,

cláusula pétrea, é possível a interposição da referida ação.

Parte-se do principio de que o IPTU tem natureza

jurídica de um imposto real, ou seja,, imposto que “adere” ao bem

imóvel. Com relevância dessa assertiva o fato gerador do imposto,m

que é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel e a sua

base de calculo é o seu valor venal. E mais: os créditos tributários

relativos a impostos, taxas e contribuições de melhoria cujo fato

gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel,

sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo se

constar do título a prova de sua quitação.

Parte da presunção absoluta da riqueza com base

unicamente no valor do bem imóvel que se possua significa ignorar as

diferenças socioeconômicas que existem entre pessoas juridicamente

iguais. Há propiciar, como um dos objetos da Republica promover

medidas que objetivem eliminar ou então atenuar, ao nível do

tolerável, as desigualdades socioeconômicas que entre elas existem.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal

posicionou-se no sentido de que as leis tributárias municipais que

instituíssem a progressividade do IPTU por motivos fiscais estariam

em confronto com a Constituição, devendo ser afastadas do

ordenamento jurídico. Claro que se está referindo a julgamento de

recursos extraordinários interpostos perante o Supremo, em controle

difuso, já que o ordenamento jurídico não prevê o controle direto de

constitucionalidade de leis municipais em face da Constituição

Federal.

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A Constituição dispõe de modo diferente: a

capacidade econômica, real e global do contribuinte, expressa pelo

conjunto de seu patrimônio, seus rendimentos e suas atividades

econômicas. E, em assim sendo, a tese de que a propriedade

imobiliária de grande valor geraria uma presunção iure et iure da

capacidade contributiva fica impossível de ser admitida pois fere as

disposições constitucionais.

A capacidade econômica do contribuinte do IPTU

não pode ser presumida por qualquer ostentação de riqueza,

devendo, isso sim, decorrer da avaliação do conjunto de seu

patrimônio, seus rendimentos e suas atividades econômicas.

Ao assim determinar como deve ser compreendida a

capacidade econômica do contribuinte, pelo órgão que tem a missão

de dar a ultima palavra na interpretação da Constituição, esta

expressão – capacidade econômica – traduz uma peculiar

manifestação da potencialidade econômica do contribuinte em

cumprir com as suas obrigações fiscais.

Ao direito fundamental, está circunscrito um direito

de defesa, ou seja, um direito à uma ação negativa do Estado no

sentido de que este omita ações que possam violar esse direito, ou

seja, instituiu a progressividade do IPTU em função do valor do

imóvel, de sua localização e de seu uso.

A capacidade econômica do contribuinte em função

do valor do imóvel, de sua localização e de seu uso, em aberto

confronto com entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal

Federal da correta interpretação da expressão “capacidade

econômica do contribuinte” decorrente da avaliação do conjunto de

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seu patrimônio, seus rendimentos e de suas atividades econômicas,

em se tratando do tributo IPTU.

Há, assim um confronto de Poderes no qual o

Legislativo pretende impor ao Poder Judiciário o seu entendimento do

que seja “capacidade econômica do contribuinte”, corrigindo

entendimento anterior do Poder Judiciário.

Como um direito fundamental a capacidade

contributiva passa a constituir um direito subjetivo constitucional do

contribuinte.

A capacidade contributiva, no caso do IPTU, decorrente

do conjunto de seus bens, seus rendimentos e suas atividades

econômicas, como meio de assegurar a liberdade fiscal do

contribuinte deve ser entendida como estando sob a proteção dessa

cláusula pétrea no sentido de não poder o legislador afastá´-la do

ordenamento ou dar-lhe outra interpretação desconforme com a

Constituição (ai incluída a interpretação do Supremo Tribunal

Federal).

O Supremo Tribunal Federal emitido uma norma de

conteúdo formal amplo determinando uma conceituação de

capacidade econômica do contribuinte a valer em todas as relações

jurídicas tributárias envolvendo o tributo IPTU, no âmbito de validade

da Constituição Federal, vincula todos os Poderes Públicos, inclusive

o próprio Supremo.

O Supremo Tribunal Federal tem afirmado que não há

no ordenamento jurídico brasileiro direitos e garantias individuais de

caráter absoluto. A dinâmica social e os interesses da comunidade

poderão, ainda que de forma excepcional, limitar tais direitos e

garantias, nos termos da própria Constituição.

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Ao Poder Legislativo, em casos excepcionais tornar

relativos direitos e garantias individuais, desde que essa relativização

seja feita segundo os preceitos emanados da própria Constituição.

Significa que o Poder Legislativo, embora delimitado em sua função

de atuar na regulação do convívio social, tanto pelo direitos

fundamentais como pelo controle sobre ele exercido (determinado

pela Constituição pelo Poder Judiciário, não está impedido de

modificar o perfil dessa delimitação, desde que o faça observando as

normas que para tanto a própria Constituição prevê.

A capacidade econômica do contribuinte, que traduz a

potencialidade econômica de seus bens arcar com as suas

obrigações fiscais é, ao mesmo tempo, um dever e um direito. É um

dever uma vez que todos devem contribuir, na medida de suas

possibilidades, para a existência e manutenção do Estado. É um

direito visto que é preço que devem pagar pela sua liberdade

(liberdade fiscal) e exigir do Estado que garanta o pleno

desenvolvimento de suas potencialidades.

A capacidade econômica do contribuinte é um

parâmetro cuja determinação está voltada para a concretização de

um dos valores decorrentes da racionalidade humana, o principio da

igualdade, segundo o qual os iguais devem ser tratados igualmente e

os desiguais desigualmente. Traduz-se ainda em um principio de

justiça e de solidariedade sem os quais torna-se impossível dar à

estrutura social a segurança jurídica necessária à paz social.

Dada a ambigüidade do texto constitucional sobre a

correta interpretação “sempre que possível”, impõe--se como norma

integradora do sistema uma interpretação compatível com os valores

de igualdade, justiça social, solidariedade e segurança jurídica,

subjacentes à própria Constituição.

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O conceito de capacidade econômica do ponto de

vista dos princípios do sistema tributário da Constituição em face da

ambigüidade de sua interpretação foi determinado pelo Supremo

Tribunal Federal, a quem cabe fixar a última palavra na interpretação

da Constituição, como sua atribuição fundamental de guardião da

Carta Magna.

O contribuinte está diante de suas normas

constitucionais conflitantes, uma configurando o IPTU como imposto

real e, portanto, não passível de progressividade, e outra, dando-lhe

uma conformação de imposto pessoal, sujeito à progressividade.

A capacidade econômica do contribuinte presumida

iure et de iure a partir do valor do imóvel, sua localização ou o seu

uso, caracteriza uma tentativa do legislador de impor sua visão sobre

o que se deve entender por capacidade econômica, em confronto

com a posição anteriormente assumida pelo Supremo Tribunal

Federal.

A capacidade econômica a ser considerada é aquela

global, incluindo as rendas, o patrimônio e as atividades econômicas

do contribuinte. De forma que cada um contribua igualmente para as

despesas do estado na medida de suas desigualdades

socioeconômicas.

Trata-se, na verdade da concretização do clássico

principio da igualdade, de tratar os iguais igualmente e os desiguais

desigualmente, assim, a imposição tributária far-se-á conforme a

possibilidade econômica do contribuinte, de forma que aquele que

mais possuis deve pagar mais do que aquele de menor capacidade

econômica.

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A complexidade resultante nos modernos Estados

de direito das normas que estruturam as Constituições resulta do fato

de que os valores do direito natural estão incorporados às suas

normas superiores, permitindo avaliar qualquer norma jurídica

segundo duas dimensões distintas e complementares: a dimensão

externa (ou ético-política) que contempla os valores de justiça a ela

incorporada e a dimensão interna (ou jurídico-positiva) no sentido de

sua validade e coerência com os princípios da própria Constituição.

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CONCLUSÃO

Determina a norma que os impostos pessoais serão

graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, levando-

se em conta o patrimônio global constituído de seus bens, rendimentos

e atividades econômicas.

Advoga-se o irrestrito respeito à Constituição. Talvez não

seja a Constituição que gostaríamos de ter, mas é a que temos e é

resultado de uma longa historia de avanços e retrocessos, de um lento

e doloroso processo de amadurecimento e forjada nos limites das

possibilidades que as circunstancias históricas permitam.

Nos modernos Estados de direito dotados de Constituição

rígida, foi incorporada a ela grande parte dos conteúdos ou valores de

justiça aperfeiçoados pelo jusnaturalistas toma a forma de princípios

normativos fundamentais que consistem em imperativos negativos

voltados para tutelar a liberdade ou imperativos positivos para a tutela

de direitos sociais.

Reside aqui a questão central da analise do direito positivo

segundo a ótica da teoria Geral do Garantismo. Nos modernos Estados

de direito dotados de Constituição rígida as normas jurídicas podem ser

analisadas sob dois prismas. Sublimando-as segundo os cânones do

Direito Natural, a sua decantação irá revelar se encontram

impregnadas de valores ético-politicos, que lhes darão o

reconhecimento de legitimidade externa. Ao contrário, da referida

decantação sob a dimensão do Direito Positivo irá revelar a sua

legitimidade interna no sentido de expressar em seu conteúdo

substantivo os princípios que denotam os valores ético-politicos das

normas superiores que condicionam a sua produção.

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