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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES LOGÍSTICA EMPRESARIAL PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A REDUÇÃO DE CUSTOS NO MODAL DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO Por: Marcio André de Oliveira Bezerra Orientador: Professor Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

LOGÍSTICA EMPRESARIAL

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A REDUÇÃO DE CUSTOS NO MODAL DE TRANSPORTE

RODOVIÁRIO

Por: Marcio André de Oliveira Bezerra

Orientador: Professor Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

LOGÍSTICA EMPRESARIAL

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A REDUÇÃO DE CUSTOS NO MODAL DE TRANSPORTE

RODOVIÁRIO

Apresentação de monografia à Universidade Cândido

Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso

de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Logística

Empresarial.

Por: Marcio André de Oliveira Bezerra

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por minha vida, pelos desafios e pelas

oportunidades que me foram dadas, por me auxiliar na luta do dia-a-dia, por todas

as conquistas e derrotas, pelas horas boas e más, por ter feito conhecer pessoas e

lugares interessantes.

Aos meus pais, e grandes amores, Dalva de Oliveira Bezerra (in

memoriam) e Wilton Tenório Bezerra, a eles serei eternamente grato por existir.

Minha mãe que sempre me ensinou a ser uma pessoa do bem, me passando força

em cada palavra, olhar e oração, me guiando nas melhores direções. Mãe com

saudades lembro-me de você, estará eternamente em meu coração. Ao meu pai, por

ser meu eterno herói, por suas conversas e orientações. Agradeço pela educação

que me deram, pelo amor e principalmente o caráter. Pai, me desculpe, pois depois

de alguns anos sou eu o mais alto.

Agradeço às minhas três irmãs, cada qual em sua distinta personalidade,

cada qual no seu modo de viver, que passaram comigo diversos anos, rindo,

chorando, brigando e com um grande abraço fazendo as pazes, por tudo que

vivemos juntos ou ainda iremos viver, mas sei que estão sempre comigo. Agradeço

principalmente a minha irmã Carla por sua ajuda e por estar sempre presente nos

momentos difíceis ou não.

A minha namorada Simone, desculpe-me pelas horas que contigo não

pude estar, mil beijos.

Agradeço ao meu Orientador pela ajuda durante todo o trabalho, pelas

explicações sempre claras e repletas de exemplos esclarecedores.

Aos meus amigos e todos que passaram por minha vida, por tudo que vivi

que foram matérias-primas de aprendizado que contribuíram e auxiliaram de alguma

forma a moldar o profissional e homem que sou hoje.

Muito obrigado!

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RESUMO

O objetivo principal do trabalho é contribuir para que a redução de custos

no transporte rodoviário seja vista como de importância fundamental para o

desenvolvimento econômico da empresa. Então, como fazer para reduzir custos em

transportes rodoviários? O estudo feito apresenta respostas para essa pergunta,

verificando a importância de uma gestão alinhada no transporte rodoviário tem para

a minimização de seus custos, o empresário repassando essa redução ao seu

produto, pode alcançar maior competitividade e promover a satisfação do cliente.

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METODOLOGIA

Foram realizadas pesquisas bibliográficas em livros e revistas da área,

baseadas inicialmente nos seguintes autores: Lima (2003), Ballou (2001), Bertaglia

(2006), publicações periódicas, artigos técnicos e internet na busca de informações

relacionadas ao tema em questão.

Através de pesquisas bibliográficas, busca-se levantar informações

acerca de como o setor de transportes rodoviários tem sido administrado no Brasil, e

qual a importância do mesmo para a logística, de modo que se demonstre a

importância da gestão do transporte para a redução de custos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I – A Logística 09

CAPÍTULO II – Custos 16

CAPÍTULO III – Oportunidades e Casos de Redução de Custos 28

CONCLUSÃO 31

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35

ÍNDICE 40

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INTRODUÇÃO

A Administração de Transportes é, sem dúvida, um dos maiores desafios

das empresas atualmente. Com o fenômeno da integração logística e a crescente

demanda por produtos e serviços em tempo cada vez menor, nos últimos anos, as

empresas passaram a dar uma importância muito maior ao seu sistema logístico,

para que os desperdícios de recursos e tempo fossem evitados.

Ao setor de transportes cabe a movimentação de mercadorias com a

garantia de integridade da carga, a entrega no prazo combinado e custos

minimizados. Para se chegar a esses objetivos, no entanto, é necessária a aplicação

de práticas administrativas que venham ao encontro à necessidade das empresas,

para alcançar o desenvolvimento econômico almejado e condizente com a realidade

brasileira.

No Brasil, o transporte rodoviário representa o principal meio de

movimentação de cargas. Este tipo de transporte é feito por estradas, rodovias, ruas

e outras vias pavimentadas ou não com a intenção movimentar materiais, pessoas

ou animais de um determinado ponto a outro. Representa a maior parte do

transporte terrestre.

O transporte rodoviário tem um custo que representa cerca de 12,75%

(FIGUEIREDO,FLEURY E WANKE, 2006) do PIB nacional.

No Brasil, atualmente, o transporte rodoviário de cargas aumentou

substancialmente, face o grande número de empresas transportadoras. É certo que

a falta de manutenção do sistema viário, os custos de distribuição encarecem o

sistema logístico, entretanto, a melhoria do transporte no Brasil depende inicialmente

de uma reforma política de infra-estrutura e maiores investimentos. As empresas

sabem que reduzir o custo de transporte é reduzir diretamente o preço final do

produto. Em tempos de globalização, temos que nos reestruturar para ser

competitivo no mercado. Inovar, criar, reinventar, pensar no amanhã e a questão

principal nos dias de hoje.

Neste trabalho, pretende-se demonstrar a importância da redução de

custos no transporte rodoviário nas empresas brasileiras, otimizando a gestão, por

meio da apresentação de um conjunto de procedimentos que vem sendo utilizados

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em algumas empresas de sucesso, bem como da análise de obras de autores já

consagrados na literatura econômica brasileira.

No primeiro capítulo, utilizando-se de informações bibliográficas sobre

como tem sido administrado o transporte rodoviário, no Brasil. No segundo capítulo,

fala-se de custos com o intuito de evidenciar a importância da redução de seus

custos para o desenvolvimento da empresa como um todo. Finalizando o terceiro

capítulo, foi realizada análise sobre empresas que utilizaram com sucesso algumas

das propostas apresentadas.

.

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CAPÍTULO I

A LOGÍSTICA

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor

nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores,

através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de

movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. O problema

enfrentado pela Logística é diminuir o hiato entre a produção e a demanda, de modo

que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na

condição física que desejarem.

Pela definição do Council of Supply Chain Management Professionals,

"Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja,

implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-

primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a

eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de

atender às exigências dos clientes" (CARVALHO, 2002, p. 31).

Inicialmente, a logística foi utilizada na área militar de modo a combinar

da forma mais eficiente, quanto a tempo e custo, e com os recursos disponíveis

realizar o deslocamento das tropas e supri-las com armamentos, munição e

alimentação durante o trajeto, expondo-as o mínimo possível ao inimigo.

Na economia mundial, sistemas logísticos eficientes formam bases para o

comércio e a manutenção de um alto padrão de vida nos países desenvolvidos. Um

sistema logístico eficiente permite uma região geográfica explorar suas vantagens

inerentes pela especialização de seus esforços produtivos naqueles produtos que

ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às outras regiões. Alguns

exemplos passados desta especialização são: a indústria eletrônica japonesa; o

agronegócio de café no Brasil; as indústrias de computadores e aviação americana;

e o domínio de vários países no fornecimento de matérias-primas como petróleo,

ouro, bauxita e cromo.

Quanto maior e mais sofisticado for o desenvolvimento dos sistemas

logísticos, e quanto mais baratas forem suas movimentações e armazenagens, mais

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livre será a troca de mercadorias e maior será a especialização do trabalho. Sem tal

desenvolvimento, o comércio, assim como o conhecemos, normalmente não ocorre.

À medida que a economia mundial vai se tornando cada vez mais

globalizada, e o Brasil vai incrementando gradativamente o seu comércio exterior, a

logística passa a ter um papel acentuadamente mais importante, pois comércio e

indústria consideram o mercado mundial como os seus fornecedores e clientes.

Sendo assim, o conhecimento e o planejamento logístico possibilitam uma

redução nos custos das operações de uma empresa e, conseqüentemente,

aumentam as chances de sobrevivência nesse mercado altamente competitivo.

Segundo Pozo (2002, p.13):

A administração pode otimizar os recursos de suprimento, estoques e distribuição

dos produtos e serviços com que a organização se apresenta ao mercado por meio

de planejamento, organização e controle efetivo de suas atividades correlatas,

flexibilizando os fluxos dos produtos. A logística é vital para o sucesso de uma

organização. Ela é uma nova visão empresarial que direciona o desempenho das

empresas, tendo como meta reduzir o lead time entre o pedido, a produção e a

demanda, de modo que o cliente receba seus bens ou serviços no momento que

desejar, com suas especificações predefinidas, o local especificado e,

principalmente, o preço desejado.

Os diversos sistemas de transporte e seus custos, o serviço esperado

direciona cada vez mais para uma seleção melhor e adequada, que venha atender

às necessidades da empresa expor melhores níveis de serviço e redução dos

custos, depositando cada vez mais a responsabilidade do sistema logístico.

O nível de serviço logístico torna-se, então, uma vantagem competitiva de

suma importância, fazendo com que o produto seja diferente dos concorrentes aos

olhos do consumidor, bem como possibilita reduzir custos e, por conseguinte, o

preço de venda. Portanto, a Logística adquire a função de planejar, integrar e

coordenar as atividades de diferentes áreas da empresa, de forma que as

informações circulem constantemente de maneira que o fluxo de materiais seja

eficiente e eficaz, com isso pode-se reduzir os desperdícios e custos desnecessários

e assim garantir um alto nível de serviço aos clientes (VERÍSSIMO, 2001).

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1.1 - O Transporte Rodoviário de Cargas

O transporte rodoviário tem sido considerado o meio de transporte mais

comum e eficiente no território nacional. De acordo com Arnold (1999), comparado

aos demais meios de transporte, o caminhão tem um custo de aquisição

relativamente baixo, sendo o meio de transporte mais adequado para a distribuição

de pequenos volumes a áreas mais abrangentes.

No Brasil, o sistema de transportes rodoviários é regulamentado e

fiscalizado pela ANTT, que tem como atribuições específicas a promoção de estudos

e levantamentos relativos à frota de caminhões, empresas constituídas e operadores

autônomos, de transporte rodoviário de cargas. Também é função da ANTT

organizar e manter um registro nacional de transportadores rodoviários de carga.

Com as inovações tecnológicas, a ANTT estuda a viabilidade de criar um sistema de

registro virtual que incrementará o acesso dos transportadores, com maior

comodidade para a inscrição dos mesmos no Registro Nacional de Transportadores

Rodoviários de Cargas, registro este obrigatório à atividade de transporte rodoviário

de cargas

As vantagens do transporte rodoviário, apresentadas por Ballou (2007),

são: serviço porta a porta, sem necessidade de carregamento ou descarga entre

origem e destino; freqüência e disponibilidade dos serviços; velocidade e

conveniência.

O transporte de mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar

produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo adequado às

necessidades do comprador. Mesmo com o avanço de tecnologias que permitem a

troca de informações em tempo real, o transporte continua sendo fundamental para

que seja atingido o objetivo logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na

hora certa, no lugar certo ao menor custo possível.

A empresa pode possuir frota e equipamentos próprios ou contratar

serviços diretamente. A frota própria permite o ganho de desempenho operacional

melhor, maior disponibilidade e capacidade de transporte e menores custos, porém

parte da flexibilidade financeira precisa ser conduzida a investimentos na

capacidade de transporte ou num arranjo contratual em longo prazo. A decisão pela

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obtenção de frota própria depende do volume de carga; se este for elevado,

compensa, economicamente, possuir o meio de transporte. Em algumas situações,

mesmo com custos maiores, a empresa pode necessitar de frota própria, pelos

seguintes motivos: “(1) entrega rápida com confiabilidade muito elevada; (2)

equipamento especial geralmente indisponível; (3) manuseio especial da carga e (4)

um serviço que deve estar disponível assim que necessário” (BALLOU, 2007, p.

133).

O gerente de transportes confronta-se com a decisão de optar entre o

serviço de terceiros ou de obter frota própria. Essa decisão leva em conta a análise

do balanço entre os custos e o desempenho, e, também, a flexibilidade do operador,

o crédito, a reciprocidade ou relacionamento de longo prazo com o transportador,

em caso de terceiros.

A administração do transporte contratado de terceiros difere da

movimentação realizada por frota própria. Nos serviços contratados, é preciso

analisar a negociação de fretes, a documentação da empresa e dos veículos, a

auditoria e consolidação de fretes; na frota própria, devem ser gerenciado o

despacho, o balanceamento de carga e a roteirização. Com relação à frota própria,

uma das razões para a empresa ter ou alugar uma frota de veículos é obter melhor

desempenho na entrega e diminuir os custos. “Muitas vezes, o gerente de tráfego

deve administrar uma mistura de transporte próprio e de terceiros” (BALLOU, 2007,

p. 139).

O transporte é uma das funções logísticas que possui papel fundamental

nas estratégias da rede logística. As funções logísticas estão integradas entre si e

não podem ser vistas de forma isolada; ao mesmo tempo, estão também integradas

à função de Marketing, sendo um componente operacional importante da estratégia

de Marketing. Com isso, segundo Fleury, Wanke e Figueiredo (2008, p. 127), torna-

se “necessária a geração de soluções que possibilitem flexibilidade e velocidade na

resposta ao cliente, ao menor custo possível, gerando assim maior competitividade

para a empresa.

Este é o principal sistema de transporte no Brasil. Por ele passam 56%

das cargas movimentadas no País, contra 21% por ferrovia e 18% por hidrovia,

conforme dados do Ministério dos Transportes.

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No trabalho proposto serão verificados especificamente casos de

empresas com frotas próprias, ao podemos controlar e reduzir os custos, revertendo

em lucro para empresa.

Assim como nos demais modais o transporte rodoviário apresenta pontos

de elevada consideração e outros que dificultam ou inviabilizam a sua utilização.

Para uma melhor visão de sua operação é crucial que se faça uma análise destes

aspectos.

1.1.1 Pontos Positivos

No Brasil o transporte rodoviário apresenta-se como um dos mais flexíveis

e ágeis no acesso às cargas, pois, possibilita interagir diferentes regiões, mesmo as

mais remotas, assim como os lugares mais ermos dos países. Cabe mencionar que

esta praticidade torna-se mais visível no caso de não haver outros modais a

disposição nestes pontos.

Outra qualidade de grande valia desta modalidade é a simplicidade de

seu funcionamento e a rapidez de sua disponibilidade quando exigida pelo

embarcador.

Pode-se enumerar as qualidades que fazem do transporte rodoviário um

dos mais utilizados no Brasil:

• Agilidade e rapidez na entrega da mercadoria em curtos espaços a

percorrer;

• A unidade de carga chega até a mercadoria, enquanto nos outros

modais a mercadoria deve ir ao encontro da unidade de carga;

• Vendas que possibilita a entrega na porta do comprador;

• Exigência de embalagens a um custo bem menor;

• A mercadoria pode ser entregue diretamente ao cliente sem que

este tenha que ir buscá-la;

• Uma movimentação menor da mercadoria, reduzindo assim, os

riscos de avarias;

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• A grande mobilidade que permitiu o crescimento das cidades para

periferia e o aumento das distancias entre as áreas de residência e

de trabalho.

As qualidades acima enumeradas são apenas algumas das vantagens

que este modal apresenta em relação aos demais, basta uma perfunctória análise e

certamente poderemos encontrar mais.

1.1.2 Pontos Negativos

Apesar de ser um modal em destaque que traz vantagens em sua

utilização, carrega consigo algumas desvantagens, tais como:

• Seu custo de fretamento é mais expressivo que os demais

concorrentes com próximas características;

• Sua capacidade de tração de carga é bastante reduzida;

• Os veículos possuem um elevado grau de poluição ao meio

ambiente;

• A malha rodoviária deve estar constantemente em manutenção ou

em construção, gerando custos, visto que, existem estradas

privatizadas que cobram pedágio;

• O crescimento deste meio de transporte tem-se traduzido no

excessivo tráfego, especialmente nos grandes centros urbanos,

onde os congestionamentos são cada vez mais frequentes e

intensos, principalmente às horas de ponta, num elevado consumo

de combustível e num aumento da poluição e ao aumento do

desgaste psicológico, à dificuldade em estacionar, entre outros. A

elevada sinistralidade é outro dos grandes problemas associados à

utilização deste meio de transporte.

Apesar de ser um segmento tão importante para a economia do país, o

transporte rodoviário de cargas enfrenta grandes dificuldades. A situação atual

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caracteriza-se por fortes pressões sobre os custos das empresas, vindos

principalmente dos aumentos do diesel, pedágio, seguros e tributos.

A absoluta liberdade de acesso à atividade tem criado grandes distorções

pelos competidores: o frete abaixo do custo impede o desenvolvimento dos meios

não rodoviários e a substituições da frota, antiga e inadequada, por veículos mais

pesados e de melhor rendimento energético.

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CAPÍTULO II

CUSTOS

Os custos logísticos típicos de uma empresa são transporte, manutenção

de estoques, serviços a clientes, processamento de ordens, armazenagem,

empacotamento e os custos associados com informação e dados administrativos

internos e externos, entretanto, segundo pesquisas mencionadas em Allen in Filho e

Pizzolato (2000), os maiores custos são os custos de transporte. Porém, é

importante ressaltar que a composição do custo de transporte no custo logístico de

uma empresa depende diretamente das características do produto transportado.

Características como tipo de transporte, periculosidade do produto,

condições de temperatura, valor da carga, riscos de roubo, condições de seguro

para a carga são usadas para identificar custos adicionais na prestação do serviço

ao cliente.

Devemos classificar custos fixos e variáveis, que do ponto de vista de um

transportador, usualmente essa classificação é feita em relação à distância

percorrida, como se a unidade variável fosse a quilometragem. Dessa forma, todos

os custos que ocorrem de maneira independente ao deslocamento do caminhão são

considerados fixos e os custos que variam de acordo com a distância percorrida são

considerados variáveis. É importante ressaltar que essa forma de classificação não

é uma regra geral. Consideremos que o conceito de fixo e variável estará sempre

relacionado à distância percorrida.

São considerados itens de custo fixo: depreciação; remuneração do

capital; pessoal (motorista); custos administrativos; seguro do veículo; IPVA/ seguro

obrigatório.

São considerados itens de custo variável: pneus; combustível;

lubrificantes; lavagem; lubrificação, manutenção e pedágio. O pedágio não deve ser

alocado de acordo com a quilometragem como os demais, devendo ser considerado

de acordo com cada rota, já que o valor do pedágio normalmente não é proporcional

ao tamanho da rota.

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Um trabalho bem realizado, com custos fixos e variáveis pode ajudar e

muito uma organização a encontrar um frete justo, que remunere o transportador

adequadamente e permita ao mesmo tempo redução de custos ou permita a

empresa obter maior produtividade com redução de custos, em caso de frota

própria.

Os custos com transportes rodoviários hoje no Brasil são cada vez

maiores e a redução destes é de extrema importância para as empresas.

É certo que em um ambiente cada vez mais competitivo exige das

empresas adoção de técnicas de gestão mais modernas, que passem,

principalmente, por um profundo conhecimento de sua estrutura de custos

operacionais. Através da gestão adequada do transporte rodoviário, além de

minimizar seus custos, o empresário repassando essa redução ao seu produto, pode

alcançar maior competitividade e promover a satisfação do cliente.

Reduzir os custos sem comprometer o resultado final é fundamental para

o sucesso em qualquer atividade. No caso do mercado de transporte rodoviário, as

atenções estão voltadas para dois, fundamentalmente: combustível e pneus.

2.1 Roteirização

Para Ballou (2001), a roteirização é a atividade que tem por fim buscar os

melhores trajetos que um veículo deve fazer através de uma malha. Roteirizar as

entregas faz reduzir os custos associados à atividade, como combustível, pneus etc.

Atuar na decisão de roteirização não significa atuar somente sobre o

transporte: a extensão do tempo em que o produto está em trânsito influencia no

total de estoque da cadeia, além do número de embarques que um veículo pode

realizar num determinado período de tempo, e por fim uma boa escolha das rotas

pode melhorar o nível de serviço prestado ao cliente. Estas considerações feitas por

Ballou (2001) demonstram a abrangência do potencial impacto da roteirização.

Na administração da frota requer o balanceamento das cargas, para

verificar perdas de ida e de retorno. A gestão da programação dos veículos requer a

integração dos fretes de retorno com a distribuição dos produtos, para que o veículo

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não rode vazio. É preciso programar o uso eficiente do equipamento, para minimizar

os custos e garantir o nível de serviço almejado.

Os objetivos principais da roteirização são:

• Minimizar os custos totais de distribuição através de utilizar mais os

ativos disponíveis e diluir os custos fixos (custos de capital do veiculo, salários de

motoristas, e outras despesas eventuais como licenciamento, seguros, taxas etc.) e

circular o menos possível para incrementar o menos possível os custos variáveis

(custos operacionais do veiculo que variam conforme a distancia como, por exemplo,

combustível e pedágio);

• Minimizar a distancia total percorrida;

• Minimizar o número de veículos.

Em outras palavras, a etapa de roteirização e montagem de cargas estão

diretamente relacionadas com o custo operacional da empresa operadora de

transporte. Uma melhoria na roteirização acarreta em melhoria e economia.

Para Ballou (2001 – pp. 165-167), a aplicação de oito princípios como

diretriz pode ajudar embarcadores rodoviários a ter um grande salto na melhoria dos

seus roteiros. Os princípios são:

• Carregar os caminhões com volumes de paradas que estão

próximas entre si;

• As paradas em dias diferentes devem ser combinadas para produzir

agrupamentos densos (grande conjunto de embarques e

desembarques em uma mesma região);

• A construção de rotas começando com a parada mais distante do

depósito;

• A seqüência das paradas em uma rota rodoviária deve formar um

padrão de gota d’água;

• As rotas mais eficientes são construídas usando os maiores

veículos disponíveis;

• As coletas devem ser combinadas com as rotas de entrega em vez

de serem deixadas para o final das rotas;

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• Uma parada que é removível de um agrupamento de rota (em geral

porque é de pequeno volume e muito isolada) é uma boa candidata

para um meio alternativo de entrega e;

• As limitações das janelas de tempo estreitas devem ser evitadas.

Segundo Brinatti (1995):

As principias características do problema de Roteirização de veículos são as

seguintes:

- Para o conjunto de rotas determinadas para os veículos, cada uma delas deve

começar e terminar em um depósito;

- Cada rota deve passar por um conjunto de clientes, com demandas conhecidas,

cuja soma não excederá a capacidade do veículo designado para a rota;

- Os custos de Roteirização, associados aos veículos, constituem uma parte do

custo total de distribuição;

- Os outros componentes principais de custo estão relacionados à aquisição e

manutenção da frota.

Na Roteirização de cargas pelas empresas é comum, usar softwares e

serviços de empresas especializadas em roteirização, pois o mercado está exigindo

cada vez mais. E não basta produzir e vender a preços baixos é necessário produzir,

colher e entregar produtos com alta qualidade no tempo estipulado pelo cliente, além

de estar preparado para as mudanças e ter atividades logísticas bem definidas,

desenvolvidas tecnologicamente e eficientes.

2.1.1 Softwares de Roteirização

Dentre as empresas que já aderiram a soluções automáticas de

roteirização, observa-se reduções de custo total de no mínimo 10%, podendo chegar

a mais e 25% em operações críticas. Essa brutal redução compensa rapidamente o

custo de aquisição e implantação dos sistemas.

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Um sistema de roteirização de veículos é composto por dois componentes

fundamentais: (1) um algoritmo de otimização, que envolve complexos cálculos

matemáticos e heurísticas visando otimizar os roteiros percorridos; e (2) um mapa

digitalizado das vias a serem utilizadas. Para roteirização rodoviária, utilizam-se

mapas contendo toda a malha de rodovias, e para a roteirização urbana são

utilizados mapas no nível de ruas. Ambos, entretanto, buscam representar todas as

características essenciais das vias: cruzamentos e ligações, velocidades médias,

restrições de tráfego etc.

Já existe no mercado uma série de fornecedores de sistemas de

roteirização, brigando pela fidelidade dos grandes clientes, as distribuidoras de

combustível estão valendo-se de tecnologias de informação desta ferramenta de

gestão usada no transporte rodoviário de cargas. Shell, BR, Ipiranga e Texaco estão

entre as empresas do setor que apostam nos roteirizadores como forma de

conquistar os clientes e aumentar as vendas.

Os programas de roteirização permitem definir previamente os trajetos

mais eficientes para os caminhões nas estradas, o que reduz custos. A estratégia

das distribuidoras é oferecer a ferramenta como um benefício adicional aos

programas de fidelização mantidos com grandes transportadores de cargas. O

roteirizador define o percurso rodoviário a ser feito pelo caminhão e indica postos de

abastecimento da bandeira da distribuidora que está oferecendo o serviço.

A ferramenta permite definir pontos de origem e destino, indicar paradas

para descanso, pontos de carga e descarga e postos de abastecimento de

combustível de bandeira da distribuidora de combustível. A transportadora pode

traçar a rota mais rápida ou a mais econômica. Também é emitido um relatório

gerencial com informações como o tempo a ser dispendido na viagem e os gastos

com combustível e pedágio. As informações dão condições à empresa de melhor

calcular os custos do frete.

Podemos citar alguns exemplos de softwares de roteirização:

• Roadnet da UPS Logistics Technologies;

• Roadshow da Descartes Group;

• RoutePro da SSA Global;

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• Truckstoops da Micro Analytics;

• RouteSmart da RouteSmart Technologies.

Pelo que verificamos, os investimentos das distribuidoras nesta área

mostram que ainda há grande potencial de crescimento no uso dos roteirizadores no

país.

2.2 Utilização da Frota

Para Ballou (1993), as decisões operacionais do transporte de distribuição

concentram-se na utilização da frota. Assim, a melhor utilização da frota é traduzida

na necessidade de um menor número de veículos e em menores custos

operacionais. Ainda para Ballou (1993) a decisão das melhores rotas passa por

definir em uma rede de vias os caminhos mais curtos, de menor tempo ou uma

combinação destes. A seguir, são listadas algumas ações que visam aumentar a

utilização da frota:

• Melhorar o planejamento do transporte – saber com antecedência o

total de carga a ser embarcado para cada praça;

• Programar os embarques e os desembarques – para reduzir o tempo

de fila, que na maioria das vezes é maior que o próprio tempo de

carga e descarga, em virtude da concentração de veículos em

determinados horários do dia;

• Diminuir a variabilidade do volume embarcado – a expedição

concentrada no final do mês, ou em alguns dias da semana, gera filas

para carga e descarga nos dias de pico e ociosidade nos dias de

baixa;

• Aumentar a utilização da frota – quando se passa de um para dois

turnos de trabalho se diminui os custos de transporte em cerca de

15%, enquanto que se passando para três turnos a se reduz em até

20%.

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2.3 Reforma de Pneus

Há mais de um século a humanidade tem desfrutado de um útil e

necessário invento que proporciona desempenho, economia e conforto à rodagem

de veículos terrestres automotores e outros. O pneumático, simplesmente

denominado de pneu, é um tubo de borracha cheio de ar e ajustado ao aro da roda

do veículo, permitindo a tração do veículo e, ao mesmo tempo, absorvendo os

choques com o solo sobre o qual o veículo trafega. Será inconcebível, senão

impossível, supor que outro dispositivo venha a substituir o atual pneumático.

Ao mesmo tempo em que os veículos automotores terrestres -

automóveis, caminhões, utilitários, máquinas agrícolas, motocicletas foram sendo

produzidos em cada vez maiores quantidades, movimentando o maior conjunto de

indústrias do planeta, também cresceram as indústrias de pneus, destinando-os

tanto à equipagem dos veículos novos quanto à reposição na frota em circulação.

Não há estatísticas disponíveis, mas estima-se que a produção mundial de pneus

esteja ao redor de um bilhão de unidades.

A preocupação com a qualidade do meio ambiente, aceleradamente

deteriorado, voltou-se para os pneus descartados na natureza, surgindo assim, a

reforma de pneus.

A reforma de pneus é uma prática mundial, sendo também incentivada

em vários países desenvolvidos. Todo o setor do transporte utiliza pneus

reformados. É sabido também por este setor que o pneu representa, normalmente, o

segundo custo do transporte rodoviário. Reformar pneus significa uma redução de

até 60% no custo por quilometro.

Pouca gente sabe, mas existem três tipos de reformas de pneus:

• Recapagem: A recapagem nada mais é do que a substituição da

banda de rodagem (parte do pneu que entra em contato com o solo).

Este processo é o mais utilizado pelos reformadores do Brasil.

• Recauchutagem: No processo de recauchutagem, são substituídas a

banda de rodagem e os ombros da carcaça, através da aplicação do

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camelback (banda ainda “crua” e sem o desenho, que será

moldado através do molde em uma temperatura de 150ºC).

• Remoldagem: Na remoldagem, ou “remold”, são substituídas a banda

de rodagem, os ombros e as laterais da carcaça, através da aplicação

do camelback, com temperatura semelhante do processo de

recapagem e recauchutagem à quente.

Todos estes processos são realizados aqui no Brasil e seguem o mesmo

padrão de reforma dos EUA e países desenvolvidos da Europa. O Brasil é o

segundo país que mais reforma pneus no mundo, perdendo apenas para os EUA.

Considerado o terceiro maior custo variável de um veículo utilizado no

transporte rodoviário de cargas, o pneu representa cerca de 12% dos gastos de um

profissional autônomo ou frotistas quando se coloca na ponta do lápis todos os

gastos que uma viagem representa. O pneu perde apenas para os valores gastos

com manutenção (14,5%) e combustíveis que consomem 70% da planilha de custo

da modalidade.

Do ponto de vista de redução de custos, quanto mais reformas se obtiver

da mesma carcaça, melhor. Hoje, em média, as transportadoras conseguem

reformar a carcaça pelo menos duas vezes. Naturalmente, devido às más condições

das estradas e ruas, há aquelas que não dão uma única recapagem e outras que

dão três ou quatro.

2.3.1 Fabricantes de Produtos para Reforma de Pneus

Um dos segmentos da indústria brasileira que mais cresceu e evoluiu nos

últimos anos é o de reforma de pneus. Para entender o grande salto que elevou os

fabricantes do setor a um estágio em que os produtos reformados são considerados

de primeira linha, e a atividade classificada como uma das uma das melhores do

mundo.

A importância da reforma de pneu para o transporte fez surgir várias

empresas nas últimas três décadas, e algumas delas bastante competitivas. Abaixo

destaco algumas empresas:

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Vipal

A Borrachas Vipal é uma das mais importantes fabricantes mundiais de

produtos para reforma e reparos de pneus e câmaras de ar. Presente em todos os

continentes tornou-se referência não só em seu segmento, mas do setor produtivo

por conta da qualidade dos seus produtos, ética nos processos de gestão e esforços

em prol da sociedade e do meio ambiente.

A Vipal está trazendo uma ótima novidade: testes realizados pela

empresa demonstram que com a reforma é possível economizar quase 10% de

Combustível. Imagine o que esta economia significa para frotas.

A Vipal, realizou testes e avaliações que comprovam que através de uma

reforma criteriosa, é possível economizar também combustível. Dessa forma, a

reforma passa a influenciar ainda mais na redução da planilha de custos, trazendo

maior rentabilidade para os profissionais do transporte de carga e passageiros.

Como economizar combustível com a reforma? Escolha da banda

adequada a cada necessidade de transporte e profundidade dos sulcos são os

segredos. Desenho para eixo de tração ou eixo livre? Desenho para aplicação em

vias asfaltadas ou mistas (asfalto/terra)? Para transporte rodoviário ou urbano?

Estas são as perguntas de fácil constatação para se obter um melhor desempenho

em termos de consumo de combustível. Mas e a profundidade do sulco da banda?

Qual a sua influencia na economia de combustível?

A questão mais contundente e fruto deste estudo inédito diz respeito à

profundidade do sulco. Até então se imaginava que um sulco mais profundo era

garantia de mais durabilidade e desempenho. Porém, testes em laboratório

confirmaram que sulcos profundos geram maior consumo. Através de avaliações

nas estradas as informações foram consolidadas.

Para se ter uma idéia desta economia, uma empresa com uma frota de 50

caminhões, que rodam 10.000 km por mês, economizaria em um ano o equivalente

a um caminhão leve ou quase 50.000 litros de diesel.

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Michelin

A Michelin empresa de origem francesa, que inventou o pneu radial,

lançou o sistema Refill. Trata-se de um processo que reúne banda de rodagem,

processo e sistema de qualidade e garantia (tudo da Michelin) e que chegou para

reforçar o conceito de que o reformado é um pneu novo, desde que o processo e

produtos utilizados na reforma estejam comprometidos com a qualidade, além de ter

na reforma o peso da mão de profissionais preparados.

De acordo com o diretor comercial de pneus de carga da Michelin

América do Sul, Nour Bouhassoun, a partir do lançamento do Refill, quem comprar

pneu Michelin não precisa mais recapar, porque a empresa vende um pneu que será

novo outra vez. "O usuário não aproveita bem as carcaças e o desafio da Michelin é

explorar o potencial máximo das carcaças da marca. Para explicar a citação de que

o pneu será novo outra vez é necessário lembrar que o Refill é parte de um

processo cuja reforma do pneu só pode ser feita na carcaça Michelin.

Além da banda de rodagem ser produzida com um novo composto de

borracha, e ter sua aplicação controlada por computador, ela é afixada à carcaça por

um processo que une os dois tipos de borracha com aplicação de uma goma de

ligação que impossibilita sua descolagem. "Não haverá mais banda descolada,

porque tudo se transforma em uma só coisa, como pneu novo. Porém, o serviço de

reforma tem de ser feito do jeito da Michelin", acrescentou.

Outro diferencial é o sistema de averiguação da carcaça através de um

aparelho denominado EPD (Eletronic Perforation Detector), que detecta,

eletronicamente, danos e furos invisíveis. De acordo com Nour Bouhassoun, o

sistema propicia menor risco de infiltrações no pneu e ganho de até 20% na eficácia

de detecção de furos. Segundo ele, a maior parte dos problemas atualmente na

carcaça se deve a furos.

Com a oferta de um rendimento quilométrico de 40% a mais na vida útil

do pneu, principalmente porque os materiais e processo propiciam menor

aquecimento da carcaça, a empresa aposta que o Refill vai de encontro aos

interesses tanto do frotista quanto do motorista, que por sua vez também busca

maior produtividade, qualidade e segurança, quando adquire uma recapagem.

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Pirelli

A Pirelli empresa de origem italiana que possui uma ampla rede de

revenda de pneus no Brasil.

A Pirelli, disponibiliza o sistema Novateck, com desenho original da banda

de rodagem e espessura desenvolvida para garantir o peso do pneu e os clientes

têm garantia até o final da segunda reforma. Os reformadores da rede são

credenciados através de uma avaliação técnica para que os pneus tenham a

qualidade desejada.

2.4 O Combustível

O custo de combustível é o clássico exemplo de um item variável. Para

calculá-lo, basta dividir o preço do litro (R$/l) do combustível pelo rendimento do

veículo (km/l). Notem que quanto menor o consumo menor será o custo de

combustível por quilômetro rodado.

Os custos associados aos combustíveis têm um grande peso no total dos

custos das empresas. Considerando que o valor dos combustíveis ficará, com o

tempo, cada vez mais elevado, torna-se urgente implementar medidas que permitam

uma redução efetiva nos custos.

Alguns produtos com tecnologia entram no mercado com a missão de

diminuir o consumo do combustível pelo veículo.

2.4.1 Economia de Combustível

Os aumentos significativos no preço dos combustíveis provocaram um

aumento rápido nos gastos das empresas de transporte, sendo por isso essencial o

uso de todos os meios possíveis para reduzir o consumo de combustível, de modo a

conseguir manter a competitividade, por isso, empresas investem em treinamento,

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como parte da estratégia e em tecnologia para reduzir o custo com combustível da

frota de seus veículos.

Um cilindro metálico perfurado desenvolvido no Brasil, atestado pelo

IBAMA, entra no mercado como a função da economia de combustível.

Funciona da seguinte forma: ao ser mergulhado no tanque de

combustível, o dispositivo emite ondas eletromagnéticas que modificam

temporariamente a estrutura molecular do combustível, permitindo uma melhor

interação entre ele e o comburente (o oxigênio).

Quando melhor submetido ao oxigênio do ar, o carbono do combustível

passa a ser queimado com mais eficiência, o que reduz a emissão de poluentes e

reduz o consumo de combustível.

Pode ser instalado pelo bocal do tanque ou pelo orifício da bomba de

combustível. Não precisa ser feito corte ou qualquer alteração no tanque e o

aparelho não necessita de manutenção, possuindo vida útil ilimitada.

Testes realizados em laboratórios comprovam que o aparelho reduz em

até 80% a emissão de poluentes e diminui o consumo de combustível em até 12%.

O cilindro é aprovado pelo Inmetro, atestado pelo Ibama e pela Fundação Adolpho

Bósio de Educação no Transporte (FABET). É a economia de combustível com

preservação ambiental.

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CAPÍTULO III

OPORTUNIDADES E CASOS DE REDUÇÃO DE CUSTOS

Formas de redução de custos de transporte rodoviário são mostradas por

alguns autores. Várias práticas de gestão são adotadas, bem como, várias formas

de operação, para que se obtenha redução de custos significativos.

Segundo Ballou (1980), organizações que buscam melhores

desempenhos operacionais em cargas de grandes volumes, podem

preferencialmente escolher transporte próprio, mesmo sacrificando um pouco a

flexibilidade financeira. Em casos especiais onde as organizações precisem de,

entrega rápida com confiabilidade muito elevada ou transporte de equipamentos

especiais e um serviço disponível assim que necessário, devem ter uma frota própria

para transporte.

Para Bertaglia (2006), a decisão de operar ou não com frota própria, tem

que levar em conta vários fatores, como nível de serviço ao cliente, flexibilidade,

controle, habilidades administrativas e retorno do investimento. Empresas

possuidoras de veículos próprios, segundo ele, precisam seguir práticas importantes

para manterem-se competitivas no mercado.

3.1 Exemplos Concretos de Empresas que Reduziram Custos

Abaixo demonstro exemplos de empresas que partiram em busca de

alternativas para redução de seus custos e acabaram usando com sucesso algumas

das propostas apresentadas neste trabalho.

Lojas Pernambucanas

Há mais de 100 anos no mercado brasileiro as Lojas Pernambucanas é

uma das grandes do varejo, operando com mais de 278 lojas, presentes em sete

estados brasileiros (SP, PR, SC, MG, MT, MS e Goiás. Apresenta um conceito de

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loja completa para a família. Seu mix de produto a coloca numa posição destacada,

como um magazine focado em moda, decoração e tecnologia.

Um caso interessante do uso de roteirizadores foi o das Lojas

Pernambucanas discutido por Borges (2002). Neste estudo de caso, a empresa

buscava uma solução que permitisse, ao final do planejamento do serviço, a

definição do melhor esquema de entrega das mercadorias. Com a implantação do

roteirizador, a primeira modificação percebida aconteceu nas rotas, que deixaram de

ser fixas e passaram a ser determinadas pelo software, de acordo com a demanda

da empresa. O roteirizador foi responsável por analisar, orientar o operador do

sistema de entregas e indicar a rota e o veículo mais adequado para cada tipo de

carga e distância. No futuro, espera-se também que o software controle o horário de

chegada dos veículos às lojas, melhorando assim o cumprimento de prazos de

entrega e tempo de espera. Este caso das Lojas Pernambucanas, citado

posteriormente na revista Log & MAM (2002), apontou uma redução de custo da

ordem de 5% nos seis primeiros meses do roteirizador.

Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes S/A

Fundada em 1939 na cidade de Itú, a Primo Schincariol Indústria de

Cervejas e Refrigerantes S/A ocupa hoje lugar de destaque no ranking nacional de

cervejas e refrigerantes. Atualmente, a empresa possui 9,2% de participação de

mercado nacional de cervejas e 2% de participação no mercado nacional de

refrigerantes.

O software roteirizador é utilizado na Schincariol em caráter estratégico,

como ferramenta de apoio para a realização de estudos logísticos de viabilidade

econômica das atuais e novas rotas de entrega. As informações básicas necessárias

para estes estudos são as distâncias entre cidades e o custo total de viagem,

incluindo os pedágios. Com esta informação, a empresa consegue analisar se é

economicamente viável atender uma região ou rota dado seu volume médio de

vendas. Além disso, como os volumes de venda variam durante o tempo, às vezes é

necessária uma modificação das rotas fixas, o que leva a um novo planejamento das

rotas para minimizar os custos de transporte.

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Outro estudo importante realizado com o auxílio da ferramenta

roteirizadora é a adequação das subáreas de distribuição. O software também é

utilizado para controle de gastos da frota própria em termos de comparação entre o

que o software calcula e o valor real de quilometragem rodada.O principal benefício

da utilização do roteirizador foi a redução nos custos de transporte, que pode ser

estimada em 10%, e está relacionada ao planejamento de rotas mais curtas e à

realocação de clientes para outros centros de distribuição mais próximos.

Braspress

A Braspress, empresa de transporte com matriz em São Paulo, utiliza

pneus reformados há mais de 20 anos. Com uma frota de 685 veículos não faz

distinção em modelo. Usa os pneus tanto em baús, como em cavalos-mecânicos ou

em carretas. “A grande vantagem está no menor custo dos pneus reformados”,

garante Walter Rosa, gerente de Frota da empresa. “Não podemos jogar um pneu

fora só porque gastou a banda”. Para ter garantia de um serviço bem feito, a

Braspress tem um acordo com um reformador de pneus, concessionário de

fabricante de borracha para reforma, que se encarrega de ir até a empresa, recolher

os pneus gastos, levar para a reforma e trazer de volta em 48 horas. Walter Rosa diz

que além do fato de aproveitar uma carcaça que ainda está boa para uso, existe o

lado econômico. “Um pneu que utilizamos nos caminhões custa R$ 1.200 quando

novo”, afirma o gerente de Frota da Braspress. “O mesmo pneu reformado, custa R$

300”.

Em termos de quilometragem, para essa mesma medida de pneu, os

motoristas da empresa conseguem rodar 120 mil quando o pneu é novo e 100 mil

quilômetros depois da reforma. A diferença de quilometragem é bem menor do que a

diferença de preço, por isso a Braspress utiliza pneus reformados em caminhões e

carretas.

Para manter a qualidade e segurança, Walter Rosa submete os pneus à

apenas duas reformas, pois acima disso, segundo ele, a carcaça começa a perder

resistência por ressecamento das laterais.

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Na dianteira, os pneus são sempre novos. “Por mais garantia que a

empresa nos dê, e mesmo nunca tendo um acidente devido ao pneu ser reformado,

ainda prefiro utilizar os pneus reformados apenas em rodado duplo”, afirma Walter

Rosa. “Se houver algum problema e o pneu estourar, o pneu que está do lado

agüenta até o motorista chegar a um local seguro”, pondera o gerente de frota, que

em mais de 15 anos de empresa nunca teve nenhum incidente que merecesse nota

com relação a pneus reformados.

E existe uma outra razão prática para esta atitude: é preciso ter pneus

novos para poder ter o reformado. “Utilizamos os pneus novos na dianteira, e

quando eles chegam no fim da primeira vida recomendada pelo fabricante,

passamos para a reforma e utilizamos nos outros eixos. Depois da segunda reforma,

quando ele desgasta novamente, vendemos para uma empresa especializada em

dar destinação ambientalmente correta”.

Transportadora Ouro e Prata

A Transportadora Ouro e Prata, localizada em Lages, Santa Catarina é

uma das empresas que testaram por 10 meses o dispositivo que instalado pelo

bocal do tanque promete reduzir o consumo de combustível. Os testes foram feitos

em caminhões Mercedes-Benz LS 1941, LS 1935 e 1214 e Ford Cargo 1418.

“Optamos em instalar o dispositivo em veículos com quilometragem alta,

pois os novos com motorização eletrônica já realizam esse trabalho”, afirmou o

gerente de manutenção da empresa Mauro Silveira. “Obtivemos uma redução no

consumo de combustível entre 8 a 10%, acompanhada de sensível redução na

emissão de gases (fumaça, fuligem). Observamos também um melhor rendimento

em relação aos elementos e bicos injetores”, afirmou Silveira.

Fashion Cosmetic

A Fashion Cosmetic distribui produtos de cosmética capilar da marca

Alcántara Cosmética a salões de cabeleireiros profissionais no Centro e Sul do país.

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Atualmente com uma frota de três viaturas para toda a área referida, a aquisição de

um sistema de Gestão e Localização de Frotas permitiu solucionar problemas de

produtividade e ao mesmo tempo, reduzir o consumo de combustível.

Segundo a responsável pelo Departamento de Marketing, Marta Ribeiro,

"a Fashion Cosmetic investiu na Solução de Gestão de Frotas, para verificar e

melhorar o plano operacional de visitas a clientes, para visualizar os quilômetros

percorridos e controlar o consumo de combustível". “O sistema conseguiu responder

às necessidades da Fashion Cosmetic. Os gastos em combustível diminuíram em

mais de 30%. As visitas efetivas a clientes e a produtividade dos nossos comerciais

aumentou. Conseguimos maximizar o lucro”, afirma Marta Ribeiro.

MIRA Transportes

O MIRA Transportes, há muitos anos utiliza produtos Vipal. Empresa

especializada em transporte e em distribuição de encomendas, os gastos do MIRA

com pneus diminuíram em 40% já no primeiro ano utilizando os produtos reformados

e continuou a diminuir, ano após ano. Antes do trabalho ser realizado pelo

reformador Vipal, o custo com pneus estava em 3° lugar. Hoje está em 5°. Segundo

o diretor de Suprimentos do MIRA Transportes Roberto Mira Jr. “os pneus

reformados pela Vipal chegam a rodar mais de 160 quilômetros, em estradas com

condições extremamente adversas”. O empresário destaca ainda que o pneu é um

item bastante crítico nas empresas de transportes. “Sem olho clínico e sem parceiros

técnicos, o pneu passa a ser um grande problema para os transportadores”, afirma o

diretor da empresa que conta com uma frota de 474 veículos.

Grupo Martins

Na condição de item que encabeça a planilha de custos do segmento de

transporte rodoviário, o óleo diesel levou várias empresas a apostarem no

treinamento de motoristas como alternativa para reduzir o consumo de combustível.

A prática tem mostrado que carreteiros treinados aprendem a lidar e a conservar

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melhor o equipamento, e como resultado passam a dirigir com mais eficiência e

segurança. Uma dessas empresas é o Grupo Martins, grupo líder nacional no

segmento atacado/distribuição, viu-se diante da necessidade de corrigir alguns

vícios e obter melhor desempenho dos veículos, optou por essa alternativa após ter

incorporado à sua frota um lote de caminhões leves Mercedes-Benz Accelo.

A média inicial registrada pelas 160 unidades do Accelo 915C, adquiridas

em 2004, era de 5,3 km/litro, porém, com o treinamento contínuo dos motoristas

passaram a render entre 6,2 e 6,4 km/litro. De acordo com o gerente de gestão de

frota do Grupo Martins, Marcos Amaral, este resultado se deve ao curso aplicado em

parceria com a Mercedes-Benz, o qual tem proporcionado economia de combustível,

o que representa uma redução de custos das operações realizadas com a frota dos

Accelo.

Denominado de “Técnica de Operação” e com duração de um dia, o curso

é realizado por um instrutor que faz um diagnóstico do comportamento do motorista

no volante e indica alguns aspectos que podem melhorar o seu modo de dirigir e,

consequentemente, a operação do veículo. Em um segundo momento, o percurso é

repetido para novas avaliações que mostram, na prática, os ganhos obtidos com a

maneira correta de guiar o caminhão.

De acordo com dados da Martins, no primeiro ano de treinamento foi

observado uma economia de 13% no consumo. Apesar das vantagens oferecidas

pelos cursos, a empresa enfrenta resistência por parte de alguns motoristas, pois

consideram um afronto a sua experiência e maneira de dirigir.

A avaliação dos 1.175 caminhões do Grupo Martins e os cerca de 1.000

motoristas da equipe, que rodam uma média de 40 milhões de quilômetros por ano,

é feita através da integração com abastecimento pelo sistema de Repom, onde é

feita a gestão de cada abastecimento realizado por cada profissional da frota. Caso

seja detectado um desvio em relação à meta é gerado um aviso para análise e

posterior correção. E, se o motorista mantiver o desempenho abaixo das

expectativas, ele passa por um curso de reciclagem e de direção econômica. Já

aqueles que têm um bom desempenho e atingem a meta recebem uma gratificação

no salário, que pode chegar a 60%. Todos participam do curso de reciclagem,

realizado duas vezes por ano.

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CEVA Logistics

A CEVA Logistics é uma das maiores empresas de logística do mundo,

transportando diversos tipos de mercadoria, de um celular a uma máquina agrícola

de grande porte, atendendo clientes que atuam nos segmentos automotivo,

tecnologia, bancos, bens de consumo e varejo, energia, indústria e pneus.

A política da CEVA é sempre que possível usar pneus reformados que

foram realizados recapagens dos seus pneus adquiridos novos, pois neste caso ela

conhece o histórico da origem e vida da carcaça o que numa compra de um pneu

reformado no mercado já não se tem esta total segurança. Com essa regra apontam

algumas vantagens dos pneus reformados: em primeiro lugar está a economia

gerada (o custo de uma recapagem é de aproximadamente 30% do valor de um

pneu novo), em segundo lugar estão os cuidados com o meio ambiente. Este é um

item importante no programa de sustentabilidade da empresa.

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CONCLUSÃO

Após a demonstração dos conceitos básicos que norteiam este trabalho e

da análise detalhada das práticas e resultados obtidos em processo de redução de

custos em transportes rodoviários, inclusive mostrando exemplos de empresas que

reduziram custos, pode-se retirar algumas conclusões.

A tecnologia ajuda a programar percursos e calcular gastos, evitando

desperdícios de tempo e combustível. Também vimos à tecnologia aliada para

reduzir os custos das empresas com combustível e pneus.

Planejar rotas e programar horários de entregas de mercadorias são

preocupações consideráveis para empresas de frotas que desejam atender o cliente

com eficiência. Melhor ainda quando agregado a esse planejamento está à

diminuição de custos, o aumento na oferta de prestação de serviços e,

conseqüentemente, dos lucros. O que parece mera idealização de quem corre

contra o tempo para dar conta do recado e ainda quer aperfeiçoar seus serviços,

nada mais é do que a atual tecnologia a disposição do homem.

No caso específico do segmento do transporte rodoviário, os pneus

reformados têm a função de reduzir os custos operacionais do transportador e

dependendo do tipo, a reforma custa em torno de 7% a 25% do preço de um pneu

novo, que, conforme o caso, pode oferecer o desempenho similar de um produto

novo.

Citam que existe no Brasil aproximadamente 11 milhões de pneus

recauchutáveis, o que acirra a competitividade comercial e cria oportunidades de

crescimento tecnológico. Esta concorrência é benéfica para o consumidor e

intermediário no final. Para conquistar o mercado é preciso inovar e evoluir sempre

para alcançar melhores resultados e maior economia para o usuário final.

A necessidade de uma gestão mais eficaz no transporte de cargas é

primordial para a permanência da empresa no mercado. As empresas sabem disso

e correm em buscar desse desafio e da sua sobrevivência.

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Empresas investem em logística no intuito de reduzir os custos de

transporte e armazenamento de seus produtos, a fim de, torná-los mais baratos ao

consumidor final e mais competitivo no mercado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

RESUMO 04

METODOLOGIA 05

SUMÁRIO 06

INTRODUÇÃO 07

CAPITULO I

A LOGÍSTICA 09

1.1 O Transporte Rodoviário de Cargas 11

1.1.1 Pontos Positivos 13

1.1.2 Pontos Negativos 14

CAPITULO II

CUSTOS 16

2.1 Roteirização 17

2.1.1 Softwares de Roteirização 19

2.2 Utilização da Frota 21

2.3 Reforma de Pneus 22

2.3.1 Fabricantes de Produtos para Reforma de Pneus 23

2.4 O Combustível 26

2.4.1 Economia de Combustível 26

CAPÍTULO III

OPORTUNIDADES E CASOS DE REDUÇÃO DE CUSTOS 28

3.1 Exemplos Concretos de Empresas que Reduziram Custos 28

CONCLUSÃO 35

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

ÍNDICE 40