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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MICHEL MARTINS TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM CRIANÇAS PORTADORAS DE PNEUMONIA Tubarão, 2007

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MICHEL MARTINS

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM CRIANÇAS PORTADORAS DE PNEUMONIA

Tubarão, 2007

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MICHEL MARTINS

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM CRIANÇAS PORTADORAS DE PNEUMONIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientadora Profª. Esp. Dayane Montemezzo

Tubarão, 2007

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as pessoas que fizeram com este

momento se realiza-se, meus pais, Alexandre e Cleusa.

Em especial a minha namorada Mônia, que com seu amor

fez com que os momentos difíceis se tornassem fáceis,

mostrando assim meu potencial. A vocês obrigado por

estarem sempre do meu lado, amo cada um de vocês.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por te iluminado meu caminho, por ter me dado

saúde, força e persistência para ir atrás de meus objetivos.

Aos meus Pais, Alexandre e Cleusa, que me deram toda a estrutura para que me tornasse a

pessoa que sou hoje. Pela confiança e pelo amor que me fortalece todos os dias.

À minha namorada Mônia, ofereço um agradecimento mais do que especial, por ter mostrado o

caminho certo na realização deste trabalho, esta que com seu amor e carinho vivenciou todos os

momentos de estresse, tristeza e felicidade.

A minha Orientadora, Dayane Montemezzo, que através de seus conhecimentos soube esclarecer

sempre minhas dúvidas, sempre com muita paciência e competência.

Aos demais professores, que com suas experiências e dedicações, souberam passar seus

conhecimentos para que assim eu possa entrar no mercado de trabalho, tornando-se estes grandes

amigos e colegas de profissão.

Agradeço meus familiares que sempre acreditaram muito no meu trabalho e me ajudaram no que foi

preciso.

Aos funcionários do Hospital, por me abrirem portas para a realização deste estudo.

Enfim, agradeço a todas as pessoas que passaram pela minha vida nesses anos de faculdade,

dividindo as alegrias e as tristezas. Ficarão sempre guardados na memória.

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RESUMO

As pneumonias agudas são freqüentes e muitas vezes graves, em crianças podendo ser de

diversas etiologias. Podem ocorrer em todas as idades, porém a prevalência é acentuada nos

primeiros anos de vida; quando diagnosticada precocemente, em geral, representam boa resposta

ao tratamento. Este estudo tem como objetivo estudar as pneumonias na fase aguda no ambiente

hospitalar que receberam tratamento fisioterapêutico, especificamente determinar quais são os

procedimentos fisioterapêutico empregados com maior freqüência às crianças portadores de

pneumonia atendidas pelos estagiários do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa

Catarina - UNISUL, Campus Regional Sul no município Tubarão, SC. A amostra compreendeu

quarenta e cinco (45) crianças internadas no setor pediátrico do Hospital Nossa Senhora da

Conceição (HNSC), no período de agosto a dezembro de 2006. Os instrumentos de coleta de

dados utilizados para pesquisa foram: ficha de coleta de dados, elaborado especificamente para

este estudo; prontuário do paciente, para se obter idade, gênero, o laudo laboratorial, radiológico,

presença de complicações, tratamento clínico e fisioterapêutico. Após análise dos resultados,

pode-se notar que dentre os procedimentos mais utilizados destacaram-se as manobras de

remoção de secreção e reexpansão pulmonar, dentre as: Aceleração de Fluxo Expiratório (AFE)

em 88,1% das crianças, Tensão Expiratória Manual Passiva (TEMP) em 85,7%,

Vibrocompressão em 50%, Compressão e Descompressão em 45,2%, sendo estas mais utilizadas

pelos estagiários de fisioterapia. Pode-se observar, que de maneira geral, os procedimentos

adotados pelos estagiários foram empregados de forma correta, porém em alguns casos poderiam

ser adotados outros tipos de procedimentos a determinados pacientes.

Palavras-chave: Pneumonia, crianças, tratamento fisioterapêutico.

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ABSTRACT

The acute pneunonias are frequent and many times serius, in children happening on various

etiologies. It could occor in all ages, however the prevalence is accented in the first years of life;

when diagnosised precociously, in general, they represent good reply to the treatment. This study

has for objective to study the pneumonias in the acute phase in the hospital environment that had

received physiotherapy treatment, specifically to determine which physiotherapy procedures with

greater frequencies to the children carrying pneumonia taken care by the trainees of

physiotherapy of the university of the south of Santa Catarina – UNISUL, regional campus in the

municupality of Tubarão/SC. The sample taken of forty live (45) hospitalized children in the

pediatric sector oh Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), beetween august and

december of 2006. The instruments of collection utilized for research were: data record card,

elaborated specifically fot this study; patient`s handbook, to obtain age, kind veredict, laboratorial

and radiological complication findings, clinical and physiotherapy treatment, after results of

analysis was noticed that amongst the used procedures utilized featured the maneuvers of

secretion removal and pulmonary reexpanssion had been distinguishe, amongst acceleration of

spiratory flux (AFE) in 88,1% of the children, passive manual spiratory tension (TEMP) in

85,7%, vibrocompression in 50%, compression and decompression in 45,2%, being this the most

used for the physiotherapy trainees. In can be observed, that in a generalized manner, the

procedures use by the trainees were used in the correct form, however in some cases could be

used other types of precedure in patients.

Key- Word: Pneumonia, children, treatment physiotherapy

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AFE - Aceleração de fluxo expiratório

BT – Bloqueio torácico

C/D –Compressão e descompressão

DA - Drenagem autógena

DAA - Drenagem autógena assistida

DDR - Desobstrução rinofaríngea retrógrada

Elpr - Expiração lenta prolongada

FC – Freqüência cardíaca

FR – Freqüência respiratória

HNSC – Hospital Nossa Senhora da Conceição

OOAF - Oscilação oral de alta freqüência

OMS - Organização Mundial de Saúde

PV – Padrão ventilatório

SpO2 – Saturação periférica de oxigênio

SRV- Vírus sincial respiratório

SUS - Sistema Único de Saúde

TEMP - Tensão Expiratória Manual Passiva

UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina

VB – Vibração

VC – Vibrocompressão

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição da amostra conforme idade cronológica...................................................29 Gráfico 2: Distribuição da amostra conforme gênero.....................................................................30 Gráfico 3: Distribuição da freqüência de complicações apresentadas pela amostra estudada.......31 Gráfico 4: Distribuição da amostra conforme ausculta pulmonar..................................................32 Gráfico 5: Distribuição dos dados conforme laudo radiológico.....................................................34 Gráfico 6: Distribuição da amostra conforme uso de medicação...................................................35 Gráfico 7: Distribuição da amostra conforme a freqüência da utilização dos procedimentos

fisioterapêuticos..............................................................................................................................36

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................................10

2 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM CRIANÇAS PORTADORES DE

PNEUMONIA.............................................................................................................................. 12

2.1 PNEUMONIAS NA INFÂNCIA............................................................................................ 12

2.1.1 Definição conceitual.............................................................................................................12

2.1.2 Etiologia................................................................................................................................13

2.1.3 Diagnóstico...........................................................................................................................14

2.1.3.1 Diagnóstico clínico.............................................................................................................14

2.1.3.2 Diagnóstico radiológico......................................................................................................15

2.1.3.3 Diagnóstico laboratorial.....................................................................................................16

2.1.3.4 Diagnóstico diferencial.......................................................................................................16

2.1.4 Tratamento de pneumonia em crianças............................................................................16

2.1.4.1 Tratamento fisioterapeutico................................................................................................17

2.1.4.2 Tratamento clínico..............................................................................................................24

3 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................... ...........................................26

3.1 POPULAÇÃO/AMOSTRA ....................................................................................................26

3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ......................................................................27

3.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS.......................................................................27

3.3.1 Relatório estágio..................................................................................................................27

3.3.2 Pesquisa no livro de registro do setor periátrico do HNSC.............................................28

3.3.3 Pesquisa prontuário.............................................................................................................28

3.4 APRECIAÇÃO E APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA..........................28

3.5 ANALISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS................................28

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...........................29

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................40

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REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... ....42

APÊNDICE............................................................................................ ......................................46

APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados – ficha de avaliação ..................................47

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1 INTRODUÇÃO

Dentre as muitas doenças que comprometem o sistema respiratório das crianças

destacam-se as pneumonias agudas, que conforme Tarantino (2002), são freqüentes e muitas

vezes graves, podendo ser de diversas etiologias. Podem ocorrer em todas as idades, porém a

prevalência é acentuada nos primeiros anos de vida, quando diagnosticada precocemente, em

geral, representam boa resposta ao tratamento.

Estima-se que 15% das crianças com menos de cinco anos de idade apresentam

pneumonia a cada ano nos países em desenvolvimento. A Organização Mundial de Saúde (OMS)

relata que anualmente há 3,8 milhões de mortes por pneumonia em crianças abaixo de cinco anos,

sendo 2/3 destas abaixo de 1 ano. No Brasil, as taxas de mortalidade infantil variam por região,

sendo mais altas nos estados do norte e nordeste e mais baixas no sul (70/1.000 a 17/1.000),

conforme Silva (2001).

Dentre as várias maneiras utilizadas para o tratamento de pneumonia, independente da

etiologia, a fisioterapia respiratória para o bebê e para a criança com doenças pulmonares é

considerada de grande auxílio no tratamento preventivo e curativo de diversas patologias

pulmonares. Com isso vários procedimentos podem ser utilizados, objetivando otimizar o

clearance mucociliar, prevenir a obstrução e o acúmulo de secreções brônquicas, melhorando a

ventilação e a hematose, além do endurance muscular e respiratória, reduzir gastos energéticos

durante a respiração, manter o melhorar a mobilidade da caixa torácica e favorecer uma maior

efetividade da tosse (FERREIRA, TROSTER, 1996).

A atuação fisioterapêutica nos problemas advindos das pneumonias através de

manobras respiratórias manuais e instrumentais, leva em consideração os objetivos dos

procedimentos, que interferem diretamente na biomecânica tóraco-abdominal. Além disso, neste

processo se torna importante a prevenção do desencadeamento de complicações, evitando a

instalação de novos processos infecciosos.

Com base no exposto, a pneumonia tende a trazer vários problemas a saúde da

criança. O diagnóstico e tratamento precoces podem, por sua vez, interferir diretamente no

quadro dos pacientes, aliviando os sintomas apresentados e prevenindo complicações, e

principalmente diminuindo a incidência de morbi-mortalidade.

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Sendo assim, este estudo tem como objetivo geral estudar as pneumonias na fase

aguda no ambiente hospitalar que receberam tratamento fisioterapêutico, especificamente

determinar quais são os procedimentos fisioterapêutico empregados com maior freqüência às

crianças portadoras de pneumonia; registrar as medicações prescritas nos casos de pneumonia;

registrar as complicações associadas na pneumonia; identificar a idade e gênero de maior

acometimento de pneumonia.

Trata-se de uma pesquisa em nível exploratório, com uma amostra de quarenta e duas

(42) crianças do setor pediátrico do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), com

diagnóstico clínico de pneumonia, de ambos os gêneros, internadas no período de agosto a

dezembro de 2006, que receberam tratamento fisioterapêutico dos estagiários do curso de

Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Campus Regional Sul, no

município Tubarão.

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2 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM CRIANÇAS PORTADORAS DE

PNEUMONIA

Este capítulo tem por objetivo apresentar uma breve revisão de literatura, sobre o tema

estudado, para que haja um melhor embasamento a discussão dos resultados, sendo que o mesmo

está subdividido em pneumonia na infância, etiologia, diagnóstico clínico, radiológico,

laboratorial, diferencial, tratamento clínico e fisioterapêutico.

2.1 PNEUMONIAS NA INFÂNCIA

As pneumonias na infância conforme Tarantino (2002), podem ser de diversas

etiologias, principalmente bacteriana ou virais, quando diagnosticadas precocemente, apresentam

boa resposta ao tratamento.

2.1.1 Definição conceitual

Pneumonia é definida por Tarantino (2002) com um processo inflamatório dos

pulmões, sendo difusa ou localizada. Sendo causada por microorganismos, existem também

várias outras causas não infecciosas que incluem, não estão limitadas a aspiração de alimentos ou

ácido gástrico, corpos estranhos, hidrocarbonetos e substâncias lipóides, reações de

hipersensibilidade e pneumonites induzidas por drogas ou pela radiação. Podendo esta ser

adquirida antes do nascimento, durante o nascimento e após o nascimento, podendo ser uma

causa significativa de mortalidade na infância em todo o mundo, sendo com maior evidência nos

paises em desenvolvimento.

O mesmo autor considera atual a segunda causa de morte em crianças. Caracterizada

por um processo inflamatório, geralmente agudo, que compromete os alvéolos, bronquíolos e

espaço intersticial, dificultando as trocas gasosas e prejudicando o trabalho de todas as células do

corpo, levando muitas vezes a criança a necessitar de internamento (TARANTINO, 2002).

Segundo Sarmento (2005), a pneumonia torna-se responsável por 90% das mortes,

tornando-se maior a mortalidade em indivíduos imunocomprometidos, tendo como exemplo,

portadores de HIV, fibrose cística, e aos extremos de vida, como recém-nascidos e lactentes.

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Estas representam um grave problema de saúde pública. A pneumonia compreende um grupo de

enfermidades que representam a terceira causa de morte, de 4% a 15% de todas as mortes

registradas no mundo (CORRÊA, 1998).

2.1.2 Etiologia

A definição da causa da pneumonia é de grande importância para que se possa realizar

uma conduta terapêutica, sendo que identificação do agente é possível em 25% dos casos das

crianças internadas. Sendo assim, a definição do agente é descoberta de acordo com à faixa

etária, o estado imunológico, a sazonalidade e a origem do paciente domiciliar ou hospitalar

(SILVA, 2001).

De acordo com Tarantino (2002), em países desenvolvidos os vírus são os maiores

causadores de pneumonia, já nos em desenvolvimento acontece com maior freqüência pneumonia

bacteriana. Entre os vírus mais comuns causadores de pneumonia encontram-se o vírus sincial

respiratório (SRV), parainfluenza, influenza e adenovírus, sendo que o SRV é o mais comum. Os

agentes mais comuns nas pneumonias bacterianas são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus,

Staphylococus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae. Estes podem ser

adquiridos dependendo da área geográfica, idade, estado imunológico, condições climáticas e

locais de contaminação, na comunidade ou no hospital (TARANTINO, 2002).

As causas predisponentes exercem papel muito importante. Entre elas salientam-se:

baixa idade, prematuridade e baixo peso ao nascer, mau estado nutricional e viroses prévias,

como sarampo, influenza, varicela e rinofaringites, e certas infecções bacterianas, como a

coqueluche (TARANTINO, 2002).

Para Silva (2001), as pneumonias virais em neonatos com poucas semanas de vida,

fazem parte de uma infecção generalizada de aquisição intra-uterina pelos vírus coxsakie, herpes,

varicela e rubéola; já a pneumonia bacteriana poderá ser adquirida pelo streptococcus e os gram-

negativos, através do trato genital materno. Em lactentes e pré-escolares, a pneumonia viral pode

se adquirida a partir do primeiro mês de idade com os vírus sincial, parainfluenza, influenza e

adenovírus. Nas bacterianas a incidência é variável, pois depende do tipo de população e dos

procedimentos diagnósticos. Em escolares e adolescentes, as pneumonias virais estão mais

presentes pelos vírus influenza, parainfluenza e adenovírus; e as pneumonias bacterianas poderão

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ser adquiridas na idade escolar por Mycoplasma pneumoniae, podendo haver infecção freqüente,

podendo manifestar-se durante todo o ano, com maior incidência no outono e no início do

inverno.

Para diminuir o empirismo e permitir que a escolha do procedimento adequado no

tratamento da pneumonia é de grande importância que os critérios clínicos, radiológicos e

laboratoriais sejam interpretados de forma correta antes da aplicação do tratamento. Com este

objetivo, o diagnóstico da pneumonia é dividido em diagnóstico clínico, radiológico e

laboratorial.

2.1.3 Diagnóstico

Para se definir o diagnóstico quanto ao tipo de pneumonia, deve-se analisar os dados

clínicos, radiológicos, laboratoriais e ainda, quando necessário, proceder ao diagnóstico

diferencial, os quais informarão dados para escolha do melhor tratamento.

2.1.3.1 Diagnóstico clínico

Para Marcondes (2003), as manifestações clínicas são variáveis, podendo estar

presentes logo após o nascimento nos casos de pneumonia intra-uterina ou congênita, podendo

inclusive a criança ser natimorta ou muito grave, levando ao óbito nas primeiras 24 ou 48 horas

de vida.

As manifestações clínicas são conseqüência da resposta inflamatória sistêmica e no

local da infecção. Podem ser gerais, como febre, mal-estar, calafrios e cefaléia; e também

respiratórios, como tosse, dispnéia, taquipnéia e anomalias em ausculta torácica. A semiologia e a

gravidade variam segundo o agente biológico, já que por enquanto uns dão lugar a uma

consolidação pulmonar localizada, outros provocam uma infecção mais difusa. (LIRIA,

FERNANDEZ, 2001).

Sendo assim, o quadro clínico de pneumonia viral pode apresentar sintomas de vias

aéreas superiores, como coriza, congestão nasal e espirros, acompanhados de tosse, mal-estar e

febre baixa. Evoluindo para quadro com dificuldade respiratória, taquipnéia, sendo nos casos

graves, retrações costais, batimentos de asa de nariz e cianose, podendo apresentar apnéia em

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lactentes. No exame físico pode apresentar estertores crepitantes ou subcreptantes e sibilos

(TARANTINO, 2002).

Dentre as manifestações predominantes de pneumonia bacteriana encontram-se a

febre alta acima de 39º C, dispnéia com taquipnéia, tosse produtiva e não produtiva, calafrios e

ansiedade podendo ocasionar delírio. Estes iniciando de maneira súbita, no curso de uma infecção

das vias respiratórias superiores ou de uma virose específica (KLIEGMAN, JENSON,

BEHRMAN, 2005).

Nos casos mais graves, a insuficiência respiratória é progressiva, acompanhada por

sinais e sintomas clínicos intensos, apnéia, choque e falência respiratória. Derrame pleural pode

ocorrer em geral e associado à pneumonia por estafilococo do grupo A, estreptococo e E.coli

(MARCONDES, 2003).

2.1.3.2 Diagnóstico radiológico

De acordo com Marcondes (2003), a radiografia de tórax póstero-anterior e perfil

constituem o melhor exame para o diagnóstico radiológico da pneumonia. Esta avalia o processo

e identifica complicações. Sua indicação justificará clinicamente e a sua interpretação procedida

de forma sistematizada e minuciosa, pois exames de má qualidade podem levar a um diagnóstico

equivocado (DIRETRIZES, 2007).

Nas pneumonias bacterianas, alguns tipos apresentam imagens radiológicas de

infiltração peribrônquica e áreas mal definidas de opacidade. A pneumonia pneumocócica é

encontrada em pré-escolares e escolares, apresentando consolidação de um lobo ou do pulmão

inteiro. A estafilocócica distingue-se pela rapidez com que progridem as imagens radiológicas

nas primeiras horas de instalação da doença, rarefações cistiformes aéreas ou hidroaéreas, de

parede fina, em geral múltiplas, possíveis abscessos simples ou múltiplos e precocidade do

comprometimento pleural. Em todas as modalidades de pneumonia bacteriana, as imagens

radiológicas podem custar a regredir, desaparecendo em alguns dias ou semanas após

normalização clínica (TARANTINO, 1998).

As pneumonias virais caracterizam-se por uma hiperinsulflação, com infiltrados

intersticiais bilaterais e congestão peribrônquica. (KLIEGMAN; JENSON; BEHRMAN, 2005).

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2.1.3.3 Diagnóstico laboratorial

No diagnóstico laboratorial de pneumonia destaca-se o hemograma, que embora seja

um exame inespecífico, poderá demonstrar a presença de anemia, leucocitose, plaquetopenia e

índice neutrofílico (MARCONDES, 2003).

Nos casos de pneumonia viral, a contagem de leucócitos pode ser normal ou elevada,

mas geralmente não fica acima de 20.000/mm3 com predominância de linfócitos. A pneumonia

bacteriana geralmente está associada a uma contagem elevada de leucócitos, variando entre

15.000-40.000/mm3 e predominância de granulócitos (KLIEGMAN; JENSON; BEHRMAN,

2005).

De acordo com Sarmento (2005), para casos que o indivíduo não responde ao

tratamento clínico ou que envolvem com admissão hospitalar, poderão ser solicitados também,

hemocultura, urocultura, cultura de escarro em crianças maiores, broncoscopia, aspirado

pulmonar, toracocentese casos de derrame pleural, sorologia e PPD para pesquisa de tuberculose.

2.1.3.4 Diagnóstico diferencial

Para Franco, Pereira e Torres (1998), o diagnóstico diferencial da pneumonia,

podemos acrescentar tromboembolismo pulmonar, contusão pulmonar, edema cardiogênico,

podendo estas e outras simular o quadro infeccioso de pneumonia. Com isso alguns sinais

clínicos não irão ser suficientes para indicar uma infecção pulmonar, destacando-se secreção

purulenta, febre, leucocitose e infiltrados pulmonares. De acordo com essas condições o

diagnóstico microbiológico é que será capaz de produzir com segurança o diagnóstico.

2.1.4 Tratamento de pneumonia em crianças

Pryor e Webber (2002), destacam que todas as crianças devem ser tratadas com

cuidado e respeito. Este deve ser informado e explicado de acordo com sua idade e capacidade de

entendimento, podendo assim a criança ser mais agradável e complacente ao tratamento. Torna-

se importante incluir os pais quanto ao tratamento, pois estes devem sempre ter uma explicação

quanto a necessidade do tratamento e como ele deve ser executado.

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Para o tratamento de pneumonias em criança, de acordo com Silva (2001), torna-se

empírico, podendo muitas vezes ser difícil identificar a pneumonia bacteriana da viral. A

abordagem muitas vezes é adotada pelo tipo de patógeno mais freqüente encontrado em

determinada faixa etária, levando-se em conta a avaliação clínica, achados radiológicos e

laboratoriais, comorbidades e origem do paciente, sendo esta comunidade ou hospital.

O tratamento fisioterapêutico na pneumonia vem por meio deste manter a

permeabilidade das vias aéreas, prevenindo certas complicações e melhorando a função

respiratória nas patologias que vem a acometer lactentes e crianças (KOPELMAN, MIYOSHI,

GRINSBURG, 1998).

Para esclarecer melhor quanto ao tratamento fisioterapêutico e clínico, os itens a

seguir irão abordar procedimentos fisioterapêuticos e clínicos empregados em crianças portadoras

de pneumonia.

2.1.4.1 Tratamento fisioterapêutico

A fisioterapia respiratória é um recurso auxiliar efetivo na prevenção e tratamento de

diversas doenças broncopulmonares, especialmente para a remoção da secreção brônquica. Como

resultado, há melhora da ventilação, hematose, eficiência muscular, menor gasto energético,

melhor mobilidade da caixa torácica e efetividade da tosse�(HADDAD, et al., 2006).

O tratamento fisioterapêutico, para Brunetto e Paulin (2002) tem por objetivo utilizar

procedimentos como, por exemplo, percussão torácica, vibração torácica, tosse assistida,

estimulação da tosse e ou huffing, removendo assim as secreções das vias aéreas, mesmo nos

casos em que se realize ausculta pulmonar e não apresentar ruídos adventícios, o paciente será

submetido aos exercícios respiratórios de reeducação diafragmática, fortalecimento da

musculatura abdominal e exercícios gerais de mobilidade de tronco, associado à expiração com

resistência, chamada freno labial.

Algumas técnicas desobstrutivas são descritas na literatura como as manobras de

remoção de secreção e reexpansão pulmonar.

As manobras de remoção de secreção envolvem o uso de técnicas não invasivas de

depuração das vias aéreas destinadas a auxiliar na mobilização e depuração das secreções e

melhorar o intercâmbio gasoso, reduzindo o trabalho respiratório. Constituindo procedimentos de

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fluidificação e/ou hidratação do muco, deslocamento, eliminação e/ou expectoração (FELTRIN,

PARREIRA, 2001).

Dentre as manobras de remoção de secreção destacam-se, aceleração de fluxo

expiratório (AFE), terapia expiratória manual passiva (TEMP), vibração (VB), vibrocompressão

(VC), expiração lenta prolongada (Elpr), drenagem autógena (DA) e drenagem autógena assistida

(DAA), tosse, oscilação oral de alta freqüência (OOAF), Flutter® e desobstrução rinofaríngea

retrógrada (DDR).

O fluxograma a seguir indica quais as técnicas de remoção de secreção, sendo estas

descritas a seguir:

Fonte: FELTRIN, PARREIRA (2002).

A aceleração de fluxo expiratório (AFE) é uma expiração ativa ou passiva, realizada a

mais ou menos a alto volume pulmonar, onde a velocidade, a força e a extensão podem variar

para encontrar um ótimo débito, necessário a desobstrução das vias aéreas. Esta é indicada para

recuperar patologias pulmonares, pós-cirúrgicas e problemas respiratórios de origem neurológica

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ou traumática e suas contra-indicações são raras e relacionadas às situações particulares

(FERREIRA, TROSTER, 1996).

A Tensão Expiratória Manual Passiva (TEMP) tem por objetivo desinsuflar o tórax e

os pulmões diminuindo o espaço morto ou diminuindo, conseqüentemente, o volume residual e

aumentando o fluxo expiratório, possibilitando assim maior ventilação pulmonar, oxigenando

assim o sangue; há também um ganho da mobilidade da caixa torácica (COSTA, 1999).

Esta manobra por sua vez poderá estimular a tosse na sua fase final quando apresentar

um acúmulo de secreções nos pulmões. Podendo está também deslocar as secreções para as vias

aéreas de maior calibre.

A vibração (VB) visa fluidificar as secreções segundo as regras físicas tixotrópicas. É

uma modalidade terapêutica utilizada sob a forma mecânica ou manual. É indicada quando há

uma obstrução de volume significativo das vias aéreas proximais e quando apresenta consistência

de secreções indica uma certa adesividade e uma difícil mobilização. Será contra-indicação os

casos de enfisema subcutâneo, uma anestesia raquidiana recente, feridas de queimaduras e

infecções cutâneas, contusões pulmonares, osteoporose, osteomelite costais, as deficiências de

coagulação de sangue, a hemorragia pulmonar, a tuberculose, o broncoespasmo, a presença de

grampos no tórax, a presença de marcapasso subcutâneo, em geral, qualquer dor torácica

limitando as pressões (POSTIAUX, 2000).

A vibrocompressão (VC) se define com uma técnica que irá facilitar a mobilização do

muco para árvore bronquiolar, podendo este ser eliminado através da tosse. Quando realizada

aplica uma pressão expiratória, movendo o muco e precipita uma tosse profunda e produtiva

(RATLIFFE, 2000). É contra-indicada a bebês que apresentem aumento de desconforto

respiratório ou uma irritabilidade durante o procedimento, em caso possuam presença de

enfisema intersticial ou pneumotórax não drenado (KOPELMAN, MIYOSHI, GRUNSBUR,

1998).

A expiração lenta prolongada (ELPr) é uma técnica passiva de auxílio à expiração

aplicada aos recém nascidos, obtida por meio de uma pressão manual externa lenta iniciada no

final de expiração espontânea e realizada até o volume residual (FELTRIN, PARREIRA, 2001).

É indicada a toda obstrução brônquica que afeta o lactente com menos de 24 meses de

idade. Pode ser utilizado devido as modificações estruturais toracopulmonares da criança maior

em que o decúbito lateral permite obter maior desinsuflação do pulmão infralateral. Sua contra

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indicação é para pacientes que possuam mal formação cardíaca, atresia de esôfago operada,

afecções neurológicas centrais ou qualquer síndrome abdominal não identificada. O aprendizado

desta técnica deve por parte de fisioterapeutas não experientes, necessitam de orientação para

evitar pressão intempestiva, devido a uma compressibilidade da traquéia e dos bronquíolos

proximais (POSTIAUX, 2000).

A drenagem autógena (DA) utiliza inspirações e expirações lentas e controladas pelo

paciente, na posição sentada, sendo iniciada no volume de reserva expiratória mobilizando as

secreções distais, depois, progressivamente, no volume de reserva inspiratório para eliminação

proximal. A drenagem autógena é indicada para pacientes com problemas respiratórios crônicos,

onde há necessidade de remoção de secreção cotidiana, já que esta não necessita da presença do

terapeuta. Pode ser aplicada a pacientes a partir de 5 a 6 anos de idade após período de

treinamento, com 8 a 12 anos quando desejamos uma ação depurativa mais seletiva de um

pulmão em relação ao outro. É contra indicada quando a falta de cooperação do paciente e a

necessidade para controles de orientação e revisão da técnica (FELTRIN, PARREIRA, 2001).

A drenagem autógena assistida (DAA) é uma técnica que consiste na remoção de

secreções brônquicas através de respirações a diferentes volumes pulmonares, estas

caracterizadas por expirações lentas e ativas, proporcionando assim o máximo de fluxo das vias

aéreas. Esta irá deslocar e mobilizar as secreções de vias aéreas periféricas para as vias aéreas

centrais, sendo assim eliminadas (HADDAD, et al., 2006).

Para Lannefors, Button e Mcllwaine (2004) esta é uma adaptação da drenagem

autógena em crianças. É descrita como sendo o aumento do fluxo expiratório, da velocidade e

prolongamento do volume residual, durante o número individualizado da manobra. A Força

excessiva é evitada e o número de repetições do movimento é limitado à resposta da criança e

tolerância. A resposta da criança para força excessiva é proteção por resistir à manobra.

A Tosse, fisiologicamente representa uma expiração forçada explosiva, que irá atuar

como mecanismo de defesa da árvore traqueobrônquica. Podendo ser espontânea, provocada ou

voluntária, seja a alto volume, iniciada na capacidade pulmonar total, seja a baixo volume,

iniciada na capacidade residual funcional, seja esta por acesso único ou consecutivos. Como

relação a tosse deve-se saber distinguir uma tosse irritativa, tosse seca não produtiva, sendo esta

inibida, da tosse fisiológica, a produtiva, esta a ser educada (FELTRIN, PARREIRA, 2001). De

acordo com Coppo (1996), a tosse tem como função a remoção das secreções pulmonares,

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tornando-se mais eficaz quando houver um fluxo aéreo linear eficaz para a retirada das secreções

da arvore traqueobrônquica e das ramificações das vias aéreas.

A tosse é dividida por três fases: uma inspiração profunda, o fechamento da glote com

relaxamento do diafragma e contração da musculatura expiratória, com abertura da glote causará

uma repentina saída de ar pelos brônquios principais e pela traquéia, que empurra qualquer

partícula retida até a boca (AZEREDO, 2000).

Feltrin e Ferreira (2001), consideram com contra indicação como técnica de drenagem

quando aparecem nas contusões torácicas, no caso pneumotórax não drenado, de fraturas de

costelas e, mais particularmente, do gradeado costal. Quando há aparecimento de traumatismo

craniano, nos casos de ressecção ou sutura da traquéia, nas cirurgias de estenose pós-intubação e

na presença de hérnia abdominal e de hiato graves.

A oscilação oral de alta freqüência (OOAF), é utilizada com uma nova alternativa

terapêutica para promover desobstrução dentro do arsenal fisioterapêutico. É denominada pressão

expiratória positiva oscilante e depende exclusivamente de aparelhos eletromecânicos ou

portáteis. Dentro os aparelhos mais utilizados na aplicação da OOAF destaca-se o Flutter®. A

OOAF definida como aplicação terapêutica periódica ou intermitente e resistor de limiar

pressórico do tipo gravitacional à fase expiratória. A aplicação deste resistor permite a frenagem

do fluxo expiratório pela produção de curtas e sucessivas interrupções à sua passagem,

permitindo uma repercussão oscilatória de alta freqüência, transmitindo a região traqueal e à

árvore brônquica, realizando com isto descolamento e deslocamento das secreções

traqueobrônquicas (AZEREDO, 2000).

Indicada a OOAF, segundo Azeredo (2000), nos casos de secreção produtiva

persistente e tosse não produtiva, bronquite aguda e crônica, asma associada à obstrução

brônquica, bronquiectasia, instabilidade traqueobrônquica, enfisema pulmonar, fibrose cística,

pré e pós operatório em geral. As contra indicações absolutas incluem qualquer caso que o

paciente não consiga gerar um fluxo expiratório suficiente para produzir oscilação,

broncoespasmo, doença cardíaca descompensada, fraturas faciais instáveis e erosões por

queimaduras, DPOC descompensada, traumatismo torácico grave entre outros; nas contra

indicações relativas se apresenta as seqüelas de tuberculose pulmonar, hipertensão arterial,

neoplasia pulmonar, distensão abdominal .

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Ferreira e Troster (2006), acrescentam que o Flutter® é utilizado para aumentar a

expectoração das secreções brônquicas, melhorando sua função pulmonar e a oxigenação, está

produzindo na expiração uma pressão positiva oscilatória controlada e interrupções do débito

respiratório de freqüência regulável. O paciente expira contra uma resistência de 5 a 35 cm H2O,

gerada esta pela esfera. O movimento desta depois durante a expiração criará uma freqüência

entre 8 e 26 Hz.

A desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRR) é uma manobra inspiratória forçada

destinada à obstrução da rinofaringe, acompanhada ou não de instilação local de uma substância

terapêutica. Esta técnica é realizada em crianças com menos de 24 meses, crianças maiores pode

ser realizada nasoaspiração ativa. Está indicada no lactente com obstrução brônquica. Utilizada

nas infecções das vias aéreas extratorácicas, rinite, sinusite, faringite entre outras. Esta se trata de

uma manobra física que não pode substituir nenhum agente medicamentoso. Na atuação prática, a

DRR possui duas contra-indicações principais, a ausência da resposta reflexa ou eficaz,

encontradas em pacientes neuromusculares e a presença de estridor laríngeo que constitui uma

contra-indicação na fisioterapia em geral (POSTIAUX, 2000).

Além das manobras de remoção de secreção, pode-se realizar também terapia de

expansão, reexpansão ou hiperinsuflação pulmonar, onde dentro de um regime terapêutico, com

inspirações ou insuflações programadas para que o volume corrente seja aumentado, dando assim

uma maior manutenção da capacidade inspiratória normal. Com isso terá um maior aumento da

complacência pulmonar, diminuição do trabalho ventilatório, aumento da oxigenação arterial e

aumento da remoção das secreções brônquicas (AZEREDO, 2000).

Dentre as técnicas de reexpansão pulmonar pode-se encontrar bloqueio torácico,

compressão e descompressão, espirometria de incentivo e padrões ventilatórios.

O bloqueio torácico é utilizado quando se pretende atingir regiões pulmonares

comprometidas pela deficiência ventilatória. Consiste na aplicação de uma força através das mãos

do fisioterapeuta no final da expiração, em um dos hemitórax do paciente, fazendo com que o

volume de ar colocado nas vias aéreas do paciente ocupe principalmente o hemitórax

contralateral ao bloqueio, permitindo assim maior expansão deste. Esta indicado para quadros de

atelectasias encontradas no pulmão não bloqueado, durante a ventilação mecânica (MENDES,

2004).

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A compressão e descompressão leva a uma elevação no fluxo da expiração e uma

variação súbita durante a inspiração, o que favorece a reexpansão pulmonar quanto à

desobstrução das vias aéreas e a expectoração (PRESTO; PRESTO, 2003).

A espirometria de incentivo é uma técnica de estímulo inspiratório ou expiratório

relacionada a fluxo e/ou volume. Tem por objetivo a educação do paciente, controle da

ventilação, visualização do trabalho ventilatório e mobilização dos volumes pulmonares

(FELTRIN, PARREIRA, 2001).

De acordo com Sarmento (2005) outro procedimento que se destaca na reexpansão

pulmonar são os padrões ventilatórios, podem ser divididos em frenolabial, exercício

diafragmático, intercostal, de expansão torácica localizada, soluços inspiratórios, inspiração em

tempos, expiração abreviada, exercícios de ventilação a partir de volume residual, de ventilação a

partir da capacidade residual funcional e de tempos respiratórios equivalentes.

O frenolabial consiste na expiração com os lábios franzidos ou dentes semifechados.

Tendo por objetivo aumento do volume corrente e diminuir a freqüência respiratória, melhorando

o nível de oxigenação por manutenção da pressão positiva nas vias aéreas.

O exercício diafragmático é realizado priorizando-se a atividade do músculo

diafragmático, este melhorando a ventilação nas bases pulmonares, aumentando a capacidade

residual funcional e o volume de reserva inspiratória. Podendo ser realizado em diversos

posicionamentos dependendo das condições clínicas do paciente e os objetivos a serem

alcançados, sendo que na posição sentada obterá o maior volume corrente.

O exercício intercostal prioriza atividade da musculatura intercostal, com objetivo de

aumentar a ventilação pulmonar em zonas mediais e laterais, capacidade residual funcional e o

volume de reserva inspiratório.

Os exercícios de expansão torácica localizada se trata de um conjunto de exercícios

que objetivam a expansão da caixa torácica por meio de estímulos manuais na região que se quer

expandir. Este tem por objetivo aumentar a ventilação pulmonar em regiões que maior

descolamento da caixa torácica.

Os soluços inspiratórios é um exercício baseado em um padrão específico de

sucessivos e pequenos volumes inspiratórios, até que se consiga alcançar a capacidade

inspiratória máxima. Este tem por objetivo aumentar a ventilação nas zonas basais, com elevação

da capacidade e do tempo inspiratório.

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Uma inspiração em tempos é uma adaptação dos soluços inspiratórios, onde se

adiciona uma pausa inspiratória entre os volumes inspiratórios sucessivos. Este tem por objetivo

a melhora da complacência do tórax e dos pulmões e aumentar a capacidade inspiratória.

Expiração abreviada utiliza inspirações fracionadas, intercaladas por breves

expirações até que se atinja a capacidade pulmonar total. Esta tem por objetivo aumentar o

volume pulmonar e o tempo inspiratório. Com o volume inspirado máximo, a expiração torna-se

suave, podendo esta ser associada a frenolabial.

O exercício com ventilação a partir do volume residual tem por objetivo promover

maior ventilação das regiões apicais e aumento da capacidade vital, o volume corrente e a

capacidade inspiratória. É realizado através de uma expiração prolongada e em seguida uma

inspiração profunda, expandindo a região não dependente.

O exercício com ventilação a partir da capacidade residual funcional permite aumentar

a quantidade de ar destinado às bases pulmonares. O objetivo deste procedimento é aumentar a

ventilação das regiões basais e diminuir a hipoventilação alveolar.

Os exercícios de tempos respiratórios equivalente tem por objetivo diminuir a

turbulência do ar inspirado, o trabalho respiratório e a capacidade residual funcional. Este age

com volume correntes pequenos com freqüência respiratória alta.

2.1.4.2 Tratamento clínico

Algumas questões se destacam no manejo das pneumonias na pediatria, destacando-se

a dificuldade em distinguir a pneumonia bacteriana e viral e a falta de estudos randomizados na

escolha de antimicrobiano. Isso pela falta de disposição o patógeno causador da pneumonia. A

dificuldade quanto a prescrever um tratamento clínico se torna por muitos uma controversa, pois

muitos acham difícil excluir a possibilidade de pneumonia bacteriana, e outros preferem observar

rigorosamente as crianças levemente nas quais a infecção viral poderá ser a mais provável

(IBIAPINA, et al., 2004).

De acordo com Kliegman, Jenson e Behrman (2002) o tratamento empírico das

suspeitas de pneumonia bacteriana em crianças requer uma abordagem baseada nas

manifestações clínicas no momento da apresentação desta, o tratamento através de drogas em

caso de pneumonia bacteriana são melhores tratados em ambiente hospitalar, pois será

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administrado líquidos e antibióticos por via intravenosa, nestes lactentes a doença é mais variável

e as complicações mais comuns.

O tratamento na pneumonia viral os pacientes recebem antibióticos no início da

doença, caso se suspeite de pneumonia bacteriana. Caso não possua nenhuma resposta, será uma

evidência adicional de pneumonia viral. Alguns pacientes precisam de internação para

administração de líquidos intravenosos, oxigênio, ou mesmo ventilação assistida.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo serão abordados aspectos metodológicos que foram aplicados no

estudo, quanto ao tipo de pesquisa; população e amostra; instrumentos de coleta de dados;

procedimentos de coleta de dados; procedimentos de tratamento dos dados, contendo relatório de

estágio, pesquisa no livro de registro no setor pediátrico do HNSC, pesquisa no prontuário e

aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa; análise e interpretação dos resultados.

Quanto ao tipo de pesquisa, de acordo com Heerdt e Leonel (2005), a pesquisa se da

com o nível exploratório por proporcionar maior familiaridade com o objetivo deste estudo.

Podendo este encontrar problemas em apresentar relações entre as variáveis. O pesquisador

apenas constata e estuda a freqüência de uma variável. As técnicas de pesquisa que podem ser

utilizadas na pesquisa exploratória são: formulários, questionários, entrevistas, fichas para

registro de avaliações clínicas, leitura e documentação quando se tratar de pesquisa bibliográfica.

Através de coleta de dados documental, segundo Marconi e Lakatos (1996), a fonte de

coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de

fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o fato ou fenômeno ocorre depois.

Este estudo apresentará uma abordagem quantitativa, onde irá quantificar dados, na

forma de coleta de informação, assim como o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as

mais simples, até o uso das mais completas (OLIVEIRA, 1997).

3.1 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A pesquisa foi realizada com prontuários das crianças internadas, no período de

agosto a dezembro de 2006, no setor pediátrico do Hospital Nossa Senhora da Conceição

(HNSC), da cidade de Tubarão/SC, com diagnóstico médico de pneumonia.

Os critérios de inclusão das crianças na amostras deste estudo foram pacientes

atendidos por acadêmicos do curso de Fisioterapia que freqüentam a disciplina de Estágio

Supervisionado em Pediatria no Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC).

Sendo assim, estudou-se crianças portadoras de pneumonia, independente da

etiologia, no período de agosto à dezembro de 2006, atendidos por estagiários do curso de

Fisioterapia. A amostra de 42 crianças foi selecionada de forma aleatória, através da utilização de

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um cálculo de regressão linear, conforme Callegari e Jacques (2003), que permitiu estimar o

número de pacientes para o período agosto a dezembro de 2006, onde obteve-se a população de

65 pacientes correspondente ao número de pacientes atendidos pelos estagiários de Fisioterapia e

portadores de pneumonia, sendo obtida uma amostra de 42 crianças a um nível de confiança de

95% e um erro máximo 9%.

Foi utilizada a fórmula n = z ² p q N onde,

e² (n – 1) + z² pq

n – tamanho da amostra (n = 42)

N – tamanho da população (N = 65)

p – proporção pré-amostra (p = 50%)

q – idem (50%)

Z – 1,64 correspondendo ao nível de confiança de 95%

E – erro máximo aceitável para a pesquisa (9%)

3.2 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Foram utilizados como instrumentos de coleta de dados para a realização deste estudo,

uma ficha de registro elaborada pelos pesquisadores, especificamente para este estudo com

objetivo de reunir todos os dados dos prontuários das crianças (apêndice A); prontuário da

criança fornecido pelo HNSC, para confirmação dos dados de identificação do paciente e

procedimentos realizados durante o período de internação.

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os procedimentos de coleta de dados foram realizados no intervalo de agosto à

dezembro de 2006, no setor pediátrico do HNSC, de Tubarão/SC. A coleta de dados foi

procedida após alta de crianças com diagnóstico de pneumonia. Previamente foi feito contato

com responsável do setor pediátrico o qual consentiu a execução da pesquisa.

3.3.1 Relatório estágio

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Através dos relatórios fornecidos pelo supervisor de estágio no período de coleta de

dados, a fim de obter-se os dados de identificação dos pacientes atendidos pelos estagiários para

conseguir o fluxograma dos atendimentos e, conseqüentemente, os dados dos pacientes.

3.3.2 Pesquisa no livro de registros do setor pediátrico do HNSC

A partir dos dados coletados nos fluxogramas, a pesquisa foi encaminhada ao livro de

registros de internação do setor pediátrico do HNSC com o intuito coletar a data de internação,

data de alta e código do prontuário do paciente, podendo assim chegar aos prontuários dos

pacientes.

3.3.3 Pesquisa de prontuário

Nesta etapa foram agrupados os dados dos prontuários dos pacientes fornecidos pelo

HNSC, com o intuito de preencher os formulários de acordo com o primeiro atendimento

realizado pelos profissionais que procederam à admissão da criança, bem como, o primeiro

atendimento aplicado pelos estagiários do curso de Fisioterapia.

3.4 APRECIAÇÃO E APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA

O presente estudo foi submetido a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), sendo o projeto aprovado através do código:

06.652 4.08III, dando continuidade na realização do estudo.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Os dados foram apresentados e discutidos a partir de gráficos elaborados com base

nos levantamentos efetuados. Para o tratamento foram observados os recursos à disposição da

estatística descritiva. Foram traçados gráficos de colunas verticais, com auxílio da planilha

eletrônica EXCEL®, seguida das considerações gerais que justifiquem o seu traçado.

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4 APRESENTAÇÃO DE DADOS E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

O capítulo a seguir apresentará resultados do estudo de acordo com a coleta de dados.

Está subdividido em caracterização da amostra, constando neste item dados referentes a

distribuição da amostra conforme idade cronológica, gênero, complicações, tipo de pneumonia,

ausculta pulmonar, laudo radiológico, tratamento clínico e tratamento fisioterapêutico.

Com base nos dados obtidos nos prontuário dos pacientes com diagnóstico de

pneumonia do setor pediátrico do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), no período

proposto à coleta.

1

14

910

8

0

2

4

6

8

10

12

14

RN Lactente do 1º ano Lactente do 2º ano Crianças 2 a 5 anos Crianças 5 à 7 anos

Gráfico 1 - Distribuição da amostra conforme idade cronológica

O gráfico 1 mostra a idade cronológica apresentada pelos pacientes internados com

pneumonia, onde das 42 internações 1 (2,4%) foi recém nascido, 14 (33,3%) foram lactentes do

1º ano, 9 (21,4%) foram lactentes 2º ano, 10 (23,8%) crianças com idade entre 2 a 5 anos e 8

(19,0%) crianças de 5 a 7 anos.

Considerando os resultados apresentados acima, de acordo com Ferreira (2003),

estima-se no Brasil que 8,1% das internações são causadas por pneumonia, sendo que 26,7% são

apresentadas por crianças menores de 5 anos. Dentre estas, Marcondes (2003) sita, que crianças

com idade inferior a 1 ano, apresentam 0,4% das internações por pneumonia, em especial nos

menores de 6 meses de idade.

Sendo que o índice apresentado neste estudo identificou uma proporção maior do que

os dados apresentados por Ferreira e Brito (2003), representando uma porcentagem de 81% de

internações com crianças menores de 5 anos, sendo este superior aos de idade maior que 5 anos.

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30

No presente estudo houve dominância nos lactentes do 1º ano, que representam 35,7% das

internações por pneumonia, independente da etiologia.

24

18

0

5

10

15

20

25

Masculino Feminino

Gráfico 2 - Distribuição da amostra conforme gênero

Com relação ao gráfico 2, relacionado ao gênero das crianças com pneumonia, 24

(57,1%) crianças do gênero masculino e 18 (42,9%) do gênero feminino.

Mello (2000), realizou um estudo com 101 crianças com pneumonias de repetição,

apresentando como resultado 57 (56,4%) crianças do gênero masculino, 55 (43,6%) crianças do

gênero feminino.

Para Paiva (1998), crianças do gênero masculino têm maior risco de adquirir

pneumonia, principalmente os menores de 1 ano.

Neste estudo houve prevalência do gênero masculino, podendo-se dizer que há uma

concordância com os autores citados acima, o que nos confirma que o gênero masculino tem uma

maior chance em adquirir algum tipo de doença respiratória, dentre elas a pneumonia. O critério

de pneumonia de repetição não foi avaliado, pois o presente estudo utilizou com base apenas

dados de uma única internação apresentada pelas crianças.

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31

1

13

1 1

26

0

5

10

15

20

25

30

Pneumotorax Derrame PleuralParapneumônico

Atelectasia Pneumatocele Não apresentamcomplicações

Gráfico 3 - Distribuição da freqüência de complicações apresentadas pela amostra estudada.

O gráfico 3 refere-se as complicações apresentadas pelos pacientes durante a

internação no setor pediátrico, onde 1 (2,4%) apresentou pneumotórax, 13 (30,9%)

desenvolveram derrame pleural parapneumônico, 1 (2,4%) atelectasia, 1 (2,4%) pneumatocele, e

os demais (62,2%) não apresentaram nenhum tipo de complicação.

Ricceto et al (2003), estudaram 85 crianças internadas com pneumonia, onde 27

apresentaram complicações, sendo 31,8% não apresentaram nenhum tipo de complicação, 29,6%

com insuficiência respiratória aguda, 44,4% com derrame pleural e 22,2% com atelectasia.

Dentre as principais complicações apresentadas neste estudo, o derrame pleural

parapneumônico teve uma maior incidência nos pacientes hospitalizados. Esta complicação é a

mais freqüente da pneumonia bacteriana, quando encontrada deve ser considerada em todo

paciente como pneumonia, de acordo com as Diretrizes (2007).

Comparando o presente estudo com o de Ricceto et al (2003), podemos dizer que há

uma prevalência no derrame pleural parapneumônico, pois houve uma proximidade nos

resultados apresentados, destacando-se como a principal complicação encontrada nesta amostra.

Outra complicação encontrada é a atelectasia, mas houve uma diferença com os resultados

apresentados por Ricceto (2003), sendo pouco encontrada nas complicações provenientes de

pneumonia.

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A atelectasia e a pneumatocele, são outras complicações que apareceram no seguinte

estudo. Sendo que a pneumatocele desencadeou o pneumotórax, apresentado este na coleta de

dados. A atelectasia como complicação da pneumonia isoladamente.

O parênquima pulmonar adjacente ao derrame pleural pode além da consolidação

apresentar atelectasia. Esta se da através do colabamento de alvéolos, ocorrendo em virtude de

reabsorção do ar alveolar devido à obstrução total do brônquio que ventila a área. Para o

desenvolvimento da atelectasia existem três fatores que atuam combinados ou independentes, a

redução da distensão pulmonar, obstrução completa das vias aéreas e a depleção de surfactante

(MORAIS, SOUTO, 2001).

Outra complicação conforme Fraga e Klin (2002) apresentada na coleta de dados foi a

pneumatocele, que se apresentam como cistos pulmonares decorrentes de infecção pulmonar,

resultante de necrose bronquiolar e alveolar localizadas. A maioria das pneumatoceles não requer

tratamento, visto que em geral regridem progressivamente de tamanho, à medida que a infecção

pulmonar é curada. Cerca de 45% delas resolvem em 6 meses, e as restantes, dentro de 12 meses,

sem complicações clínicas ou radiográficas. Quando a pneumatocele cresce muito, com

compressão das estruturas e dificuldade respiratória, ela deve ser drenada com dreno tubular. A

pneumatocele pode romper e ocasionar pneumotórax hipertensivo, fístula broncopleural e

empiema, estas tratadas da mesma forma que a pneumatocele.

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MVpreservado

Sibilos Estertores MVdiminuido

Roncos

Gráfico 4 – Distribuição da amostra conforme ausculta pulmonar

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O gráfico 4 representa os achados da ausculta pulmonar realizadas pelos estagiários

de fisioterapia na 1ª consulta, encontradas nas crianças que compuseram a amostra, que segundo

Santana (2003), a ausculta pulmonar explora a parte clínica do tórax por meio da audição de

ruídos normais e anormais do aparelho respiratório durante a realização da inspiração e da

expiração.

Conforme as Diretrizes (2007), a ausculta pulmonar varia de acordo com o padrão

anatômico e a extensão da pneumonia, sendo realizada após a inspeção torácica. Em crianças é

freqüente a presença de estertores finos e grossos. Pode apresentar também um murmúrio

vesicular diminuído na condensação por pneumonia. Sendo na ausculta infantil mais dificultosa

pelas características torácicas da criança como diminuição do tórax, o choro e a falta de

colaboração por parte na criança na hora da ausculta (JANOSKI, 1989).

De acordo com os dados apresentados na coleta, podemos observa uma variação

quanto à ausculta pulmonar, onde 32 (50%) apresentaram murmúrio vesicular (MV) preservado,

6 (9,4%) apresentaram sibilos, 12 (18,7%) com estertores, 5 (7,8%) com MV diminuído e 9

(14,1%) apresentaram roncos.

Pode-se constatar neste estudo, que na apresentação quanto à presença de sibilos, não

foi especificado pelos estagiários qual a fase do ciclo respiratório que se apresentavam sibilos.

Para Postiaux (2000), as sibilância inspiratórias e expiratórias correspondem mais comumente a

situações de obstrução das vias aéreas proximais e médias. Estas constituem uma grande

importância para o fisioterapeuta, pois este irar agir sobre ela por uma manobra ativa e passiva de

remoção de secreção.

À ausculta pulmonar, o murmúrio vesicular poderá estar diminuído na condensação

por pneumonia, como também nas grandes atelectasias e nos derrames pleurais.

Quanto ao aparecimento de roncos na ausculta pulmonar, não houve um diagnóstico

mais preciso quanto à relação inspiratória e expiratória. Para Santana, Kipper e Fiore (2003) os

roncos são ruídos intensos, graves, que ocupam a inspiração e expiração e podem desaparecer

com a tosse. Estes traduzem a estenose, espasmos e secreção aderida aos brônquios.

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Consolidações alveolares

Consolidações

Achados compativeis com derrame pleural

Espessamento Peri bronquico

Infiltrados inflamatórios

Lesão Intersticial reticular peri hilar no LSE

Opacidade

Gráfico 5 – Distribuição da amostra conforme laudo radiológico

O gráfico 5 é referente ao laudo radiológico do exame de baixa hospitalar de cada

criança internada com pneumonia . Tendo em vista a variabilidade dos achados radiológicos

optou-se pelo agrupamento de achados compatíveis ao derrame pleural, aos espessamentos,

infiltrados, as consolidações e as opacidades.

De acordo com os casos apresentados, notou-se a presença de espessamentos em 5

(8,2%) dos casos, as consolidações e as consolidações alveolares representam 30 (49,2%) dos

casos, infiltrados em 6 (9,8%) dos casos, as opacidades em 3 (4,9%) dos casos, achados

compatíveis com derrame pleural 15 (24,6%) e a lesão intersticial reticular em 2 (3,3%).

As consolidações não estavam discriminadas nos prontuários como sendo intersticial e

alveolar. Foi encontra em 49,2% dos casos coletados. Para Silva (2001), as consolidações são

apresentas como causas bacterianas, devido a uma invasão bacteriana do parênquima pulmonar

onde irá promover a solidificação exsudativa do tecido pulmonar. Estas por sua vez apresentam

um padrão alveolar segmentar lobar, broncograma aéreo, abscessos, pneumomatoceles,

espessamentos ou derrames pleurais e imagens arredondadas (DIRETRIZES, 2007).

O espessamento de acordo com o estudo realizado foi encontrado em 8,2% dos casos

apresentados. O espessamento das paredes brônquicas é achado freqüente, porém inconstante em

bronquiectasia. Pequeno espessamento das paredes brônquicas é visto em normais, asmáticos, nas

infecções virais do trato respiratório inferior e em fumantes assintomáticos. É com a presença

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deste espessamento que possibilitam a visibilização das vias aéreas periféricas do pulmão

(JUNIOR, 1999).

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Antibiotico

Antitérmico e analgésico

Antiemético

Antiflamatório

Laxante

Broncodilatador

Anticonvulsivante

Anticoagulante

Antidepressivo

Antifungico

Gráfico 6 – Distribuição da amostra conforme uso de medicação.

O gráfico 6 é referente ao tratamento clínico utilizado pelas crianças internadas. Para

empregar tratamento clínico adequado, deve-se se levar em consideração que os agentes

encontrados são diferentes para cada faixa etária. O conhecimento dos agentes esperados irá

orientar o tratamento específico.

No presente estudo notou-se a prevalência na utilização do tratamento clínico, onde,

47 (31,8%) foram utilizados antibióticos, 44 (29,7%) analgésicos e antitérmicos, 18 (12,2%)

antiemético e 24 (16,2%) broncodilatadores. Estes foram classificados de acordo com

Korolkovas, França (2004) e DEF (2006).

Nos dados apresentados na coleta, observou-se o uso de antibióticos na maioria dos

casos, representando 31,8% dos casos apresentados com pneumonia. Para Kliegman, Jenson e

Behrman (2005), o tratamento empírico nas pneumonias bacterianas requer uma abordagem nas

manifestações clínicas apresentadas pelas crianças, assim que diagnosticada deve-se empregar o

uso de antibióticos. Nas pneumonias virais o uso de antibióticos deve ser suspenso, esta opção

deve-se ser reservadas a pacientes com doenças moderadas, com algumas evidências de infecções

virais e sem angústia respiratória. A maioria das crianças com infecção viral coexistem com os

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patógenos bacterianos, isto em 30% dos pacientes, com isso caso haja a suspensão do tratamento

antibiótico no diagnóstico presuntivo de infecção viral, deve-se sinalizar o estado clínico de

infecção bacteriana, com isso o uso de antibióticos deverá ser iniciado.

De acordo com as Diretrizes (2007) o período de uso do antibiótico não precisa ser

longo, principalmente pelo uso abusivo de antibióticos em quadros virais podem aumentar a

resistência, em específico a penicilina, o antibiótico pode ser suspenso entre 3 e 5 dias após o

desaparecimento dos sintomas clínicos.

Antitérmicos e analgésico devem ser prescritos caso o paciente apresente sintomas de

dor e febre, pois nos casos de pneumonia a temperatura deve ser sempre controlada, de acordo

com as Diretrizes (2007).

O uso de broncodilatadores também tem indicação empírica, esta relacionada às

pneumonias virais, brônquiolite e asma. Para Pryor e Webber (2002), os broncodilatadores são

usados para diminuir broncoespasmo, estes podem ser administrados por via oral em crianças

abaixo de 2 anos e suplementados quando há necessidade com broncodilatadores nebulizados e

preparados com esteróides. Para que este tipo de droga seja efetiva é necessário um modo correto

de distribuição de acordo com idade da criança. Estes também podem ser usados em caso de

sibilos graves, porem a resposta efetiva é variável e não confiável.

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AFE

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Gráfico 7 - Distribuição da amostra conforme a freqüência da utilização dos procedimentos

fisioterapêuticos.

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O gráfico 7 é referente aos procedimentos do tratamento fisioterapêutico empregados

nas crianças internadas com pneumonia, demonstrando os tipos de técnicas utilizadas pelos

estagiários.

De todas as crianças atendidas pelos estagiários do curso de fisioterapia, entre os

tratamentos empregados com maior freqüência, constatou-se que 37 (88,1%) receberam AFE

lento, 36 (85,7%) receberam temp lento, 3 (7,1%) receberam vibração, 4 (9,5%) receberam Elpr,

21 (50%) vibrocompressão, 19 (45,2%) compressão e descompressão, 8 (19%) higiene nasal, 5

(11,9%) bloqueio torácico e 10 (23,8%) padrões ventilatórios.

Em estudo realizado por Serafim e Rosa (2006), os mesmos tiveram por objetivo

entrevistar os estagiários do oitavo semestre do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de

Santa Catarina (UNISUL), verificando o domínio de técnicas manuais de desobstrução brônquica

realizadas por este. Os autores obtiveram como resultado um maior destaque nas técnicas de

vibrocompressão, aceleração do fluxo expiratório (AFE) e tensão expiratória manual passiva

(TEMP), como sendo as primeiras opções utilizadas pelos estagiários. Com isso pode-se concluir

com presente estudo que as técnicas empregadas nas crianças portadoras de pneumonia atendidas

pelos estagiários do sétimo semestre do curso de fisioterapia obtiveram o mesmo resultado

apresentado por Serafim e Rosa (2006), destacando-se entre as mais utilizadas a

vibrocompressão, AFE e Temp.

Para Coppo (2004), a técnicas de remoção AFE, tanto lento como brusco, sugerem

uma remoção de secreção eficaz, sendo este mais reforçada pelo aumento de CO2, observado com

precisão no AFE lento. O AFE de acordo com Antunes (2004), traz benefícios ao recém nascido

prematuro de UTI neonatal, aumentando a saturação de O2. Já outro estudo realizado por Ribeiro

et al. (2002) aplicou um estudo com crianças portadoras de pneumonia analisando o efeito do

AFE na freqüência cardíaca, respiratória e na saturação de oxigênio, obtendo um resultado

significativo quanto à saturação de oxigênio, mantendo-se acima nas crianças com mais de 24

meses e naquelas com doença respiratória aguda, sendo estas beneficiadas quanto a comparação

com lactentes e com as crianças com histórias prévia de acometimento pulmonar. Comparado

estes com estudo aplicado no setor pediátrico do HNSC, podemos se dizer que o emprego do

AFE foi utilizado na maioria dos casos sendo utilizado 85,7% dos atendimentos, não sendo

descrito quanto à melhora na freqüência cardíaca, respiratória e saturação de oxigênio.

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Em estudo realizado por Fontoura (2005), as técnicas de TEMP e AFEL não

obtiveram uma magnitude significativa quanto aos picos de fluxos expiratórios, sendo que o

objetivo deles era identificar o efeito destas técnicas nos fluxos expiratórios. Comparando estes

dados com estudos assim realizados, identificou-se que a técnica de Tensão Expiratória Manual

Passiva (TEMP) foi utilizada em 85,7% das crianças atendidas pelos estagiários de fisioterapia,

em alguns casos para gerar aumento do fluxo e como manobra de remoção de secreção, da

mesma forma a técnica aceleração de fluxo expiratório (AFE) foi empregada em 88,1% das

crianças, sendo tanto como manobra de remoção de secreção quanto para aumento do fluxo.

Em estudo realizado por Damiani e Rosa (2006), a utilização da Elpr aplicada em 9

pacientes, onde 7 tiveram redução na freqüência cardíaca, 8 diminuíram a freqüência

respiratória, a saturação periférica de oxigênio não sofreu influencia, variáveis analisadas nos

estágios pré-técnica e pós 1º,5º,10º,15º minutos. De acordo com o presente estudo assim

discutido, a Elpr foi empregada em 9,5% das crianças internadas, não sendo esclarecidos pelos

acadêmicos quanto à freqüências cardíacas, respiratórias e saturação periférica de oxigênio. Esta

de acordo com Postiaux (2000) deve ser aplicada em crianças menores de 24 meses,

considerando este critério pode ser aplicada em até 57,1% dos casos apresentados.

A manobra de vibração neste estudo foi utilizada em 7,1% das crianças atendidas

pelos estagiários de fisioterapia, sendo que esta poderia ter abrangido uma maior número de

crianças utilizando esta manobra, garantido um melhor resultado quanto ao tratamento. Em

estudo realizado por Wong et al (2003), foi constatado que durante a técnica de vibração a caixa

torácica se comporta como um sistema linear, onde na pressão intrapleural que ocorre durante a

vibração leva a um aperfeiçoamento do fluxo expiratório.

A compressão e descompressão em estudo realizado por Mendes et al. (2004) em 40

pacientes sadios, mostrou alterações significativas nos volumes pulmonares e demonstrou

também que não houve diferença na performance quando utilizada por diferentes fisioterapeutas.

Esta foi utilizada em 45,2% dos casos, em todos os casos apresentados 7,8% eram pacientes que

apresentam murmúrio vesicular diminuído, e os outros 37,4% dos pacientes, sendo estes com

murmúrio vesicular positivo, sendo que a técnica de compressão e descompressão de acordo com

Mendes et al (2004) é utilizada com técnica de reexpansão pulmonar aumentando assim seu

murmúrio vesicular. Pode-se dizer no seguinte estudo que aplicação desta técnica seria

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desnecessária em alguns pacientes, sendo mais enfocada com objetivo de aumentar o murmúrio

vesicular.

Quanto a bloqueio torácico, o estudo realizado por Sixel et al (2007), onde o mesmo

teve por objetivo caracterizar o padrão ventilatório antes, durante e após a compressão torácica

unilateral em pacientes com via aérea artificial, sendo avaliados 14 pacientes internados no centro

de tratamento intensivo. Apresentou com resultado durante a técnica aumento da freqüência

respiratória (FR), redução do volume corrente (VC) e manutenção do volume minuto (VM)

quando este foi comparado antes da intervenção. Estes concluíram que a compressão manual

torácica unilateral promove alteração do padrão ventilatório em via aérea artificial e ventilando

espontaneamente, atingindo assim o objetivo assim estudo. Podemos comparar este estudo com a

aplicação utilizada pelos estagiários da UNISUL, onde utilizaram o bloqueio torácico em 23,8%

das crianças, sendo que de acordo com ausculta pulmonar apresentada pelas crianças deste

estudo, só 7,8% apresentam murmúrio vesicular diminuído, o que nos mostra que o emprego

desta técnica em alguns casos pode-se ser desnecessária. Sendo assim os mesmos não referiram

nas evoluções quanto ao aumento da freqüência respiratória, mas deixaram claro quanto a

ausculta pulmonar sendo apresentado no final do atendimento um murmúrio vesicular positivo.

Com relação aos demais procedimentos não foram encontrados até o presente

momento outros estudos que se assemelhassem ao método empregado neste trabalho que pudesse

agregar a discussão dos resultados apresentados.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se observar que a pneumonia é uma infecção respiratória comum encontrada do

Setor Pediátrico do HNSC, durante o período de coleta de dados. Dentre os procedimentos mais

utilizados pelos estagiários destacaram-se a utilização das manobras de remoção de secreção, de

modo decrescente, a Aceleração de Fluxo Expiratório (AFE lento) com 88,1%, a Tensão

Expiratória Manual Passiva (TEMP lento) com 85,7%, a vibrocompressão com 50%, a higiene

nasal com 19%, a Elpr com 9,5% e a vibração com 7,1% dos casos; da mesma forma as manobras

de reexpansão pulmonar, destacaram-se a manobra compressão e descompressão com 45,2%, os

padrões ventilatórios com 23,8% e o bloqueio torácico com 11,9%.

Com relação ao gênero o masculino foi o mais atingindo; os laudos radiológicos mais

encontrados foram consolidações alveolares, achados com derrame pleural, infiltrados,

opacidades, espessamentos e lesão reticulares; o derrame pleural foi o tipo de complicação mais

freqüente, os achados da ausculta pulmonar mais comuns foram os murmúrios vesiculares

positivos e diminuídos, sibilos, estertores, roncos e tratamento clínico mais utilizado neste tipo de

doença respiratória foram os antibióticos.

Inicialmente o objetivo deste estudo foi correlacionar o tipo de pneumonia,

especialmente viral ou bacteriana, com os procedimentos fisioterapêuticos adotados durante seu

tratamento na fase aguda. Porém o fato da pesquisa ser caracterizada como retrospectiva, a

necessidade de considerar o leucograma, o laudo radiológico e o quadro clínico para determinar

com precisão o tipo de pneumonia, restringiram este propósito.

Outra questão importante de registrar é o fato de que pelo uso de medicamentos, a

maioria das pneumonias seriam consideradas bacterianas, pois a amostra estudada apresentou

uma freqüência de uso de antibiótico igual a 47 vezes, ou seja, algumas crianças fizeram uso de

mais de um tipo de antibiótico. Ainda, no momento da baixa hospitalar não é determinado o tipo

de pneumonia que a criança está apresentando.

Sendo assim, não foi possível determinar o tipo de pneumonia que cada criança

apresentou, não podendo assim determinar o tratamento fisioterapêutico de escolha para cada tipo

de pneumonia.

Com isso a fisioterapia dentro do setor pediátrico se torna de grande auxilio nas

doenças pulmonares, sendo esta uma forma de prevenção e tratamento, melhorando assim

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mecânica respiratória e condicionamento físico, interferindo diretamente no tempo de internação

e custos para a unidade hospitalar.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados – ficha de avaliação Nº____________ Nº Registro_____________ DADOS IDENTIFICAÇÃO Data internação: ____/_____/_____ Data alta: ____/_____/_____ Tempo internação: _______________ Idade Cronológica: __________ anos ___________ meses Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino Peso: _________kg Estatura:__________cm Motivo da internação: _________________________________________________________ Diagnóstico médico: ( ) Pneumonia bacteriana ( ) Pneumonia viral Diagnóstico fisioterapêutico: ___________________________________________________ Presença de complicações:______________________________________________________ Laudo radiológico da internação:_________________________________________________ Leucograma (nº total de leucócitos): ____________ Medicamentos usados durante internação: ( ) Antibiótico ___________________________ ( ) Antitérmico __________________________ ( ) Analgésico ___________________________ ( ) Antiemético __________________________ ( ) Nebulização

( ) Outros _______________________________ Procedimento fisioterapêutico: ( ) AFE Lento ( ) AFE Brusco ( ) TEMP ( ) TEMP Brusco

( ) Vibração ( ) Vibrocompressão ( ) Elpr ( ) Compressão / Descompressão ( ) Higiene nasal ( ) Outros:________________________________________

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